NOTA EXPLICATIVA
Esta Apostila tem como base alguns capítulos o Manual de Redação Policial-
Militar, da autoria do Cap PM Paulo César Luz Nunes, cuja observância é
recomendada no âmbito de toda PMBA, por força do Boletim Geral Ostensivo
(BGO) n. 168, de 3 de setembro de 2002.
Ressalte-se que o autor do referido Manual consentiu, expressamente, na
reprodução parcial de alguns de seus trechos, acrescida de algumas adaptações,
sem fins lucrativos e, tão somente, para específico uso didático pela CFAP.
Quaisquer consultas complementares poderão ser feitas no bojo da própria obra.
O módulo Correspondência Policial-Militar é resultante da transformação dos
módulos Língua Portuguesa I e II, o que veio a valorizar o estudo do Português
instrumental, isto é, o Português voltado para a atividade eminentemente prática
dentro da Polícia Militar.
Os Organizadores
1.REDAÇÃO TÉCNICA
A redação técnica se difere da literária pelo fato de que esta última valoriza o feitio
artístico da composição por intermédio dos três principais gêneros de composição em
prosa (descrição, dissertação e narração).
Toda composição que deixe de lado o plano artístico da frase preocupando-se
preferencialmente com a objetividade, a eficácia e a exatidão da comunicação temos,
então, a redação oficial ou redação técnica.
A correspondência militar é o tipo de comunicação oficial peculiar às forças militares da
União. Sendo assim, a comunicação oficial peculiar em nossa instituição é a
correspondência policial-militar. Temos como base o Manual da Presidência e as IG-10-
42.
DESCRIÇÃO
Redação Literária DISSERTAÇÃO
NARRAÇÃO
COMUNICAÇÃO OFICIAL
Redação Técnica Ex: Diário Oficial
da União,
CORRESPONDÊNCIA POLICIAL-MILITAR.
Ex: Jornal local
Ex: BGO, BIO, Livro de Parte, Ofício, etc
2. ESTUDO DO OFÍCIO
2.1 INTRODUÇÃO
2.2 TIMBRE
A seqüência a ser seguida deverá começar no dia 1º de janeiro de cada ano e encerrado
no dia 31 de dezembro, perfazendo uma ordem natural dos números inteiros.
Preenche-se, alinhando à margem esquerda do documento e logo abaixo do timbre, a
palavra “Ofício”, seguida da numeração (barra ou traço) e a sigla da seção, divisão ou
gabinete no qual o expediente foi gerado. Seguem exemplos abaixo:
Obs- Quando se tratar de documento circular, deverá ser indicado em caixa alta logo
após a seção originadora, a exemplo:
4
2.5 O VOCATIVO
Oriundo da palavra invocação, o vocativo serve para chamar a atenção ou invocar uma
pessoa a que observe o que você pede. Deverá estar disposto acompanhando a margem
esquerda do PARÁGRAFO ( e não da folha) e com o pronome de tratamento devido
àquela autoridade. (Obs – Lembrar-se de que apenas o Comandante Geral da PMBA
recebe o tratamento de V.Exª ou Excelentíssimo Senhor enquanto que todos os outros
abaixo dele são tratados de V.S.ª ou Senhor)
É importante lembrar que preferencialmente deverá ser escrito por extenso este
tratamento e, ao final do vocativo, poderá se utilizar de (:), (.) ou (!), sendo mais
apropriado o uso de (,) ao final, por ser parte integrante do texto propriamente dito.
Senhor Diretor,
VOCATIVO
2.6 O TEXTO
1. Parágrafo
a. subparágrafo
1) alínea
a) alínea
2. Parágrafo
3. Parágrafo
2.7 O FECHO
Estes exemplos, bem como outros em uso ainda, estão arcaicos pois o Manual da
Presidência (6 de março de 1992), através do Decreto 100.000 instituiu a Instrução
Normativa n.º 4, tornando obrigatória sua utilização por todos os órgãos da
Administração Pública. Nele se estabelece o uso do vocábulo “respeitosamente” para
as correspondências dirigidas às autoridades de hierarquia superior à do subscritor do
ofício (quem assina). Em contrapartida, prescreve o termo “atenciosamente” para
autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior a de quem assina.
Vale ressaltar que as IG 10-42 (Instruções Gerais para Correspondência, Publicação e
Atos Normativos do Ministério do Exército), foram atualizadas até 1996 e ratificam o
uso desses dois termos.
No BGO de n. º 177, publicado em 20 de setembro de 1991, adotou-se o vocábulo
“cordialmente” para correspondência mais formal, e “atenciosamente” para a
correspondência menos formal. Acontece que o Manual da Presidência foi instituído um
ano após e, por se tratar de Decreto Presidencial, tem precedência quanto à matéria,
revogando tais dispositivos.
Sempre utilizaremos a vírgula após o fecho pois este faz parte da oração que compõe a
assinatura do signatário, caracterizado pelo adjunto adverbial deslocado. Devendo,
preferencialmente, ser centralizado no corpo do texto e logo acima da assinatura.
Atenciosamente,
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(assinatura)
Fulado de Tal
(cargo)
Respeitosamente,
(assinatura)
CARLOS AMBRÓSIO PINTO PACA – MAJ PM
Comandante
Por delegação:
(assinatura)
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Subcomandante
Respeitosamente,
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No impedimento(MANUSCRITO) PREENCHIDO
CARLOS AMBRÓSIO PINTO PACA – MAJ PM MANUSCRITO EM LETRA
Comandante DE FORMA OU DIGITADO
(assinatura do substituto)
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Subcomandante
Diferente do que ele expressa em seu manual, entendo que a maneira usual que
empregamos neste caso seria mais coerente:
Tanto um como o outro deverá conter o nome completo apenas de quem substitui (seja
interinamente ou respondendo pelo cargo, chefia ou função) e abaixo do nome a
situação em que ele se encontra.
Difere das situações acima expostas (Por delegação e No impedimento) pelo fato de
que, antes tínhamos um chefe ou Comandante que estava ausente de suas funções, seja
fortuitamente ou não. Nas situações abaixo, temos alguém que assume função de outro
que foi exonerado do cargo, ou seja, temos uma situação de vacância que deverá ser
preenchida por alguém abaixo daquele e que responda efetivamente pelas atribuições.
Não teremos o retorno daquele mesmo titular e sim aguardaremos que outro, da mesma
patente ou graduação do anterior, possa assumir o cargo enquanto que o vice-titutar
responde efetivamente. Exemplo:
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(assinatura do substituto)
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Cmt. Int.
OU
(assinatura do substituto)
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Resp. p/ Cmd.º
O que difere o substituto interino do que responde pelo comando, chefia, etc. é apenas o
fato de que, no primeiro caso, o substituto tem noção de que assumirá temporariamente
o cargo e que outra pessoa (do mesmo posto que o titular anterior) já está praticamente
delineada para assumir a função legalmente. Já quem responde pelo comando, chefia,
direção não tem a noção de quem irá assumir definitivamente o posto, sendo assim,
embora seja de patente ou graduação inferior ao cargo que ocupa, este assume
(responde) como se fosse o titular indefinidamente no tempo.
2.9 O DESTINATÁRIO
Deixou de praticar tal forma em face do Manual da Presidência que, sabiamente, desfez
tal redundância (já que o signatário irá assinar ao final do documento) e deslocou o
destinatário para o final do texto da primeira folha e acompanhando a margem esquerda
do papel. Deve-se preencher a forma de tratamento por extenso, nome completo do
destinatário, função ou cargo que ocupa, e o endereço a quem se destina, se possível
com o CEP. Verifique modelo abaixo:
Note-se que tal forma foi melhor aceita pois dobrando-se o documento em três partes,
teremos o endereço e destinatário como frente do documento a quem se destina,
grampeando as laterais e enviando-a desta maneira.
Esta primeira parte da apostila foi desenvolvida pelo Cap PM Diógenes de Medeiros Rocha,
Instrutor de Correspondência Policial-Militar, baseando-se no Manual de Redação Policial-
Militar de autoria do Cap. PM PAULO CÉSAR LUZ NUNES.
Ofício n º 01/UAAF
Senhor Comandante,
Respeitosamente,
Comandante
Senhor Coronel PM
Sebastião da Silva Cefapiano
Comandante de Policiamento da Capital
Quartel dos Aflitos
Salvador - Bahia
MODELO DE OFÍCIO
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4 ABREVIATURAS
10 l.
Segundo o Aurélio, sigla “é a reunião das letras iniciais dos vocábulos
fundamentais de uma denominação ou título, constituindo meras abreviaturas.”
Observe a frase:
• Oficiala
• “O praça” ou “a praça”?
Quando, porém, tiver função adjetiva, a sua grafia será com o hífen:
“Manual de Redação Policial-Militar”. O Aurélio também nos dá um excelente
exemplo, ao grafar Inquérito Policial-Militar (com hífen).
• “Carguear” o armamento
Não basta que alguém seja grande e forte para merecer o adjetivo
truculento. A truculência pede “crueldade” e “ferocidade”. Portanto, utilize essa
palavra com moderação.
O vocábulo fi-la não leva acento agudo no “i” em face de uma regra
bem elementar: palavras oxítonas terminadas em “i” ou “u”, seguidas ou não de
“s”, não se acentuam (aqui, caju, etc.), salvo quando o “i” ou “u” tônicos não
formarem ditongo com a vogal anterior, ocorrendo, pois, o hiato (distribuí-lo,
baú, etc.).
Nos relatórios de serviço, portanto, escrevamos: “PASSAGEM DE
SERVIÇO: fi-la ao meu substituto legal...” (certo).
5. Qual o tipo de linguagem que devemos utilizar nos textos de uma correspondência oficial?
a) ( ) gírias
b) ( ) culta e bem cuidada
c) ( ) popular
d) ( ) oculta
10. O destinatário vem especificado abaixo do texto do documento tipo ofício. Ele está
localizado na:
a) ( ) 1ª Parte do ofício.
b) ( ) 2ª Parte do ofício.
c) ( ) 3ª Parte do ofício.
d) ( ) 4ª Parte do ofício
11. É a parte mais importante e também corresponde à alma do documento tipo ofício.
a) ( ) O texto.
b) ( ) O vocativo.
c) ( ) O fecho.
d) ( ) O número.
12. Num ofício endereçado ao Comandante Geral da PM, qual dos pronomes de tratamento
deve ser utilizado?
a) ( ) Vossa Santidade
b) ( ) Vossa Majestade
c) ( ) Vossa Reverendíssima
d) ( ) Vossa Excelência
13. Quando nos dirigimos ao Papa, o pronome de tratamento a ser usado é:
a) ( ) Vossa Senhoria
b) ( ) Vossa Excelência
c) ( ) Vossa Santidade
d) ( ) Meritíssimo
16. Qual dos critérios abaixo relacionados não condiz com uma redação técnica?
a) ( )Uso de gírias;
b) ( )Texto objetivo;
c) ( )Formalidade;
d) ( )Padronização;
17. O tratamento corrente entre chefes, diretores e comandantes nos documentos oficiais é:
a) ( )Vosso Amigo;
b) ( )Vosso Companheiro
c) ( )Vossa Senhoria.
d) ( ) Colega;
REFERÊNCIA
CUNHA, Celso Ferreira da. e Luís F. Lindley Cintra. Nova gramática do Português
contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.
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