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ENCONTRO 1

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
1.1 Sentido sociológico: Para Ferdinand Lassale, a constituição é a somatória dos fatos reais do poder
dentro de uma sociedade. Isso significa dizer que a Constituição só é legítima se traduzir as forças
políticas, econômicas e sociais da sociedade. Assim, caso isso não ocorra, a Constituição será
meramente uma folha de papel. A Constituição Jurídica (folha de papel) deve se limitar a converter
esses fatores de poder em Direito.
1.2 Sentido político: Para Carl Schmitt, a Constituição é fruto de uma decisão política, constituindo
somente a estrutura e órgãos do Estado, direitos individuais, vida democrática e etc. Nesse sentido,
todas as demais leis inseridas no texto constitucional, que não versem sobre decisão política, são
apenas leis constitucionais.
1.3 Sentido jurídico: A Constituição é a norma hierarquicamente superior, sendo o fundamento de
validade para todas as demais normas do ordenamento jurídico pátrio. A Constituição é suprema e,
por isso, todas as normas que a violarem não terão validade.

1.4 Sentido normativo: A partir dos elementos da visão sociológica de Lassalle e da visão positivista
de Kelsen, Hesse desenvolveu a ideia de Constituição normativa. Para Hesse, a Constituição jurídica
de um Estado é condicionada historicamente pela realidade de seu povo, mas ela não se reduz à mera
expressão das circunstâncias concretas de cada época. A Constituição tem uma existência própria,
autônoma, embora relativa, que advém de sua força normativa, pela qual ordena e conforma o
contexto social e político. Existe, assim, entre a norma e a realidade uma tensão permanente, da qual
derivam as possibilidades e os limites do direito constitucional.

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2. CLASSIFICAÇÕES
2.1 Constituições escritas e não escritas:
Distinguem-se segundo a forma com que se apresentam, as constituições escritas das não
escritas. As constituições escritas se dão a conhecimento em um documento único, que sistematiza o
direito constitucional da comunidade política. Provém do poder constituinte originário e é integrada
por deliberações posteriores do poder constituinte de reforma. Configuram, pois, um ato intencional
proveniente de um ente encarregado da tarefa de elaborá-las. As constituições não escritas, por
oposição, não se encontram em um documento único e solene; são compostas por costumes, pela
jurisprudência e também por instrumentos escritos, mas dispersos, inclusive no tempo1.
2.2 Constituições rígidas e flexíveis
A rigidez ou flexibilidade da Constituição é apurada segundo o critério do grau de
formalidade do procedimento requerido para a sua modificação.
Constituições rígidas exigem um procedimento diferenciado, mais dificultoso e solene,
para a sua modificação, diferentemente das demais normas infraconstitucionais, que exigem
procedimento mais simplificado para serem alteradas.
2.3 Constituição-Garantia e Constituição Programática
Enquanto a constituição-garantista versa somente sobre a estrutura política do Estado, a
constituição programática vai além, elaborando normas dirigentes sobre políticas públicas, metas e
objetivos para as atividades do Estado.
2.4 Constituição outorgada e constituição promulgada
A constituição promulgada é aquela em que houve participação popular, por meio dos
seus representantes. É chamada, também, de constituição democrática.
Contudo, a constituição outorgada é a constituição em que não houve a participação
popular, sendo imposta à sociedade.

3. PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO E ATOS DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS


TRANSITÓRIAS
3.1 Preâmbulo:
No preâmbulo da Constituição são inseridas informações relevantes sobre a origem da
Constituição e os valores que guiaram a feitura do Texto. É da tradição brasileira que os diplomas
constitucionais sejam antecedidos de um preâmbulo, em linha com o que acontece também em vários

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Mendes, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Paulo Gustavo Gonet Branco. – 7.
ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2012. p. 94.

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outros países.
Afirmou o STF no julgamento da ADI 2.076 que o Preâmbulo “não constitui norma
central da Constituição, de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-membro. O que
acontece é que o Preâmbulo contém, de regra, proclamação ou exortação no sentido dos princípios
inscritos na Carta. (...) Esses princípios, sim, inscritos na Constituição, constituem normas de
reprodução obrigatória”.

3.2 ADCT:
Para LENZA, a finalidade do ADCT é estabelecer regras de transição entre o antigo
ordenamento jurídico e o novo, instituído pela manifestação do poder constituinte originário,
providenciando a acomodação e a transição do antigo e do novo direito edificado. 2 Procura-se, com
o ADCT, neutralizar os efeitos nocivos do confronto, no tempo, entre regras de igual hierarquia
(constituição revogada e nova constituição).
No todo, as normas do ADCT caminham para o seu exaurimento, uma vez que produzidos
os seus efeitos, serão normas constitucionais de eficácia exaurida. Todavia, enquanto não produzirem
os seus efeitos as normas constitucionais presentes no ADCT poderão, até mesmo, figurar como
parâmetro em ações constitucionais de controle de constitucionalidade.

4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
Art. 1° - Fundamentos da República
União Indissolúvel – federação de estados que tem liberdade para a criação de suas leis, mas restrita
aos limites da constituição. Não pode se desfazer, principio do pacto federativo, não se admite direito
de secessão.
Art. 2° - Principio da separação dos poderes.
Art. 3° - Objetivos da republica.

5. NORMAS CONSTITUCIONAIS
5.1 Parte orgânica x parte dogmática da Constituição
Para Gilmar Mendes, na parte orgânica o constituinte se dedica a normatizar aspectos de
estrutura do Estado. Lá estão as regras que definem a organização do Estado, determinando as
competências dos órgãos essenciais para a sua existência. Se encontram, também, as normas que
disciplinam as formas de aquisição do poder e os processos do seu exercício.
Já na parte dogmática, o constituinte proclama direitos fundamentais, declarando e

Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado – 18ª ed. rev., atual. E ampl. - São Paulo: Saraiva, 2014. p. 192.
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instituindo direitos e garantias individuais, como também direitos econômicos, sociais e culturais. O
constituinte marca, então, o tom que deve nortear a ação do Estado e expressa os valores que tem
como indispensáveis para uma reta ordem da comunidade.3
5.2 Características das Normas Constitucionais:
São normas superiores hierarquicamente às demais, de modo que as demais devem lhe
obedecer concordância, sob pena de serem declaradas inconstitucionais e retiradas do ordenamento
jurídico.
5.3 Classificação das normas constitucionais
a) Normas Constitucionais de Eficácia Plena: Desde que foi promulgada a constituição já passaram a
produzir seus efeitos, aplicabilidade imediata. Não necessitam de regulamentação.
b) Normas Constitucionais de Eficácia Contida: Normas que o legislador originário possibilitou que
fossem restringidas em seus efeitos pelo legislador infraconstitucional.
c) Normas Constitucionais de Eficácia limitada: Normas que necessitam de regulamentação
infraconstitucional para produzir seus efeitos de forma plena, dividem-se em de principio institutivo
quando traçam parâmetros para estabelecimento de órgãos, entidades e institutos. E de principio
programático, quando traçam os princípios e objetivos a serem alcançados pelo Estado, fins sociais.

5.4 Modalidades de Normas Constitucionais — Regras e Princípios


As normas do sistema constitucional podem revelar-se sob a forma de princípios ou sob
a forma de regras. A doutrina é exaustiva quando diferencia as regras e princípios, havendo grande
acervo doutrinário sobre as diferenças e semelhanças.
Em suma:

REGRAS PRINCÍPIOS

São normas que possuem abstração relativamente São normas com um grau de abstração
reduzida; relativamente elevado;

São susceptíveis de aplicação direta São vagos, indeterminados, carecendo de


mediações concretizadoras (do legislador, do
juiz)
São normas de natureza ou com um papel
fundamental no ordenamento jurídico devido à
sua posição hierárquica no sistema das fontes
(princípios constitucionais) ou à sua importância
estruturante dentro do sistema jurídico (princípio
do Estado de Direito)

Regras podem ser normas vinculativas com um Os princípios são 'standards' juridicamente
conteúdo meramente funcional vinculantes radicados nas exigências de “justiça”

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Mendes, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Paulo Gustavo Gonet Branco. – 7.
ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2012. p. 99.

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(DWORKIN) ou na “ideia de direito”
( LARENZ)
Os princípios são fundamentos de regras, isto é,
são normas que estão na base ou constituem a
ratio de regras jurídicas.

“Tudo ou nada” Ponderação, balanceamento, sopesamento entre


princípios colidentes.

São normas que são sempre satisfeitas ou não São normas que ordenam que algo seja realizado
satisfeitas. Regras contém determinações. na maior medida possível dentro das
possibilidades jurídicas fáticas existentes.
Contém possibilidades jurídicas.

5.5 Princípios de interpretação constitucional


5.5.1 Princípio da unidade da Constituição: A Constituição deve der interpretada em sua
globalidade, como um todo. Assim, aparentes conflitos entre normas constitucionais devem ser
evitados, uma vez que “não existem normas constitucionais inconstitucionais”.
Desse modo, ao interpretar normas constitucionais que estão em aparente conflito entre si, deve-se
buscar harmonizar os espaços de tensão.
Para o Ministro Eros Grau: “não se interpreta o direito em tiras, aos pedaços”, acrescentando que “a
interpretação do direito se realiza não como mero exercício de leitura de textos normativos, para o
quê bastaria ao intérprete ser alfabetizado”.
Esse princípio concita o intérprete a encontrar soluções que harmonizem tensões existentes entre as
várias normas constitucionais, considerando a Constituição como um todo unitário”.
Exemplo: Farra dos bois (direito à cultura x direito ao meio ambiente sustentável).
5.5.2 Princípio da máxima efetividade: À norma constitucional deve ser atribuído o sentido que lhe
der a maior eficácia. Nenhuma norma constitucional deve ser interpretada de modo que tenha sua
efetividade social reduzida de alguma forma.
5.5.3 Princípio da interpretação conforme a Constituição: Frente às várias possibilidades de
interpretação de uma norma constitucional, deve-se interpretá-la em conformidade com a
Constituição como um todo, de modo a manter a constitucionalidade da norma. Assim, qualquer
norma que ainda possa ser interpretada como se constitucional fosse, merece ser mantida.
5.5.4 Princípio da força normativa: Deve-se buscar alcançar a vontade da Constituição, de modo
que a ela seja atribuída máxima efetividade. Assim, deve-se dar primazia às soluções hermenêuticas
que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam a “atualização”
normativa, garantindo, no mesmo pé, a sua eficácia e permanência.

6. SENTIDO FORMAL X SENTIDO MATERIAL


6.1 Sentido formal: A Constituição, em sentido formal,é o documento escrito e solene que positiva

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as normas jurídicas superiores da comunidade do Estado, elaboradas por um processo constituinte
específico. São constitucionais, assim, as normas que aparecem no diploma constitucional, que
resultam das fontes do direito constitucional, independentemente do seu conteúdo. Em suma,
participam do conceito da Constituição formal todas as normas que forem tidas pelo poder
constituinte originário ou de reforma como normas constitucionais, situadas no ápice da hierarquia
das normas jurídicas.
Ex.: Art. 242, §2: Norma que versa sobre o Colégio Dom Pedro II está na constituição formal, mas
não tem matéria constitucional.
6.2 Sentido material: No sentido material, o que vai importar para definir se uma norma tem caráter
constitucional será o seu conteúdo, independente de a norma ter sido incluída no ordenamento jurídico
pelo constituinte originário ou derivado. “Constitucionais serão, assim, as normas que definam e trate
das regras estruturas da sociedade e seus alicerces fundamentais (formas de Estado, governo, seus
órgãos e etc), além dos direitos fundamentais.”4
Ex.: O ECA versa sobre direitos fundamentais da criança e do adolescente, logo tem caráter
materialmente constitucional, mas não está inserido na constituição formal.

7. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


A Constituição se firma pela vontade das forças determinantes da sociedade, que a
precede. Poder constituinte originário, portanto, é a força política consciente de si que resolve
disciplinar os fundamentos do modo de convivência na comunidade política5. Trata-se, deste modo,
daquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica
precedente.
Para Böckenförde, o povo, titular do poder constituinte originário, apresenta-se não
apenas como o conjunto de pessoas vinculadas por sua origem étnica ou pela cultura comum, mas,
além disso, como “um grupo de homens que se delimita e se reúne politicamente, que é consciente
de si mesmo como magnitude política e que entra na história atuando como tal”.
Em suma, Gilmar aponta três características básicas que se reconhecem ao poder
constituinte originário. Ele é inicial, ilimitado (ou autônomo) e incondicionado.

a) Inicial: Inicial porque é o ponto de começo do Direito, está na origem do ordenamento jurídico.
b) Ilimitado: Ilimitado porque o Direito anterior não o alcança e nem limita a sua atuação. Todavia,
deve ter referência aos valores éticos, culturais e religiosos da sociedade em que regulamenta. Para

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Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado – 18ª ed. rev., atual. E ampl. - São Paulo: Saraiva, 2014. p. 86.
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Mendes, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Paulo Gustavo Gonet Branco. – 7.
ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2012. p. 156.

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Gilmar, quem tenta romper a ordem constitucional para instaurar outra e não obtém a adesão dos
cidadãos não exerce poder constituinte originário, mas age como rebelde criminoso.
c) Incondicionado: Não pode ser regido, nas suas formas de expressão, pelo direito preexistente.
Há, ainda, as seguintes classificações quanto ao Originário:
d) Autônomo: Autônomo porque a estruturação da nova constituição será determinada,
autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário.
e) Poder de fato e poder político: Pode ser caracterizado como uma energia ou força social, tendo
natureza pré-jurídica, sendo que, por essas características, a nova ordem jurídica começa com a sua
manifestação, e não antes dela.
f) Permanente: O poder constituinte originário é permanente, uma vez que não se esgota com a
edição da nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como forma da expressão da liberdade
humana, no sentido de que o homem, embora tenha tomado uma decisão, poderá rever e mudar essa
decisão posteriormente.

7.1 Questões Práticas Relacionadas com o Poder Constituinte Originário


7.1.1: Supremacia da Constituição: O ato contrário à Constituição terá nulidade absoluta, uma vez
que esta é suprema e produto do Constituinte Originário.
7.1.2: Recepção: Quando uma nova constituição é posta em vigor, todas as normas legais que
estavam em vigência nesse momento e que não forem materialmente contrárias ao disposto na nova
Constituição são automaticamente recepcionadas. Assim, as normas que contrariem a nova
Constituição são automaticamente revogadas. As vezes a recepção é expressa, mas na maioria é
implícita. Ressalta-se que as normas antigas devem ser interpretadas à luz dos princípios da nova
Constituição.
7.1.3: Revogação ou inconstitucionalidade superveniente? Após o debate no STF no julgamento
da ADI 02/DF, determinou-se a tese da revogação. Para o relator, o Ministro Paulo Brossard, a lei,
que foi editada de acordo com a constituição antiga, gerava efeitos enquanto esta vigorava. Assim,
com o advento da nova Constituição, a lei não deverá mais produzir efeitos, tendo em vista a sua
incompatibilidade. Constitui-se, assim, a hipótese de revogação.
7.1.4: Normas anteriores à Constituição e modificação de competência: Para Gilmar, quando uma
determinada lei, que foi elaborada por algum ente da federação na vigência da antiga constituição,
tiver a competência do seu tema destinado a outro ente federativo com a nova Constituição, poderá
ser prorrogada a sua eficácia, desde que a lei seja inicialmente federal e a competência passar a ser
municipal. O contrário, ou seja, lei inicialmente municipal ou estadual com matéria a ser disciplinada
pela nova constituição por norma federal, não é possível para o autor.
7.1.5: Repristinação: Imaginemos o seguinte cenário: Lei X é editada na vigência da Constituição

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A. No ano seguinte a Constituição é revogada pela Constituição B e, por consequência, a Lei X, que
não é compatível com a Constituição B, é revogada. Dez anos depois a Constituição B é revogada
pela Constituição C, que é compatível com a Lei X. É possível que a Lei X volte a produzir efeitos?
A restauração da eficácia é considerada inviável. Não se admite a repristinação, em nome do princípio
da segurança das relações, o que não impede, no entanto, que a nova Constituição expressamente
revigore aquela legislação.

7.2 Poder constituinte originário e controle de constitucionalidade dos seus atos


“Sendo o poder constituinte originário ilimitado e sendo o controle de constitucionalidade
exercício atribuído pelo constituinte originário a poder por ele criado e que a ele deve reverência, não
há se cogitar de fiscalização de legitimidade por parte do Judiciário de preceito por aquele estatuído”6.
Assim, as normas constitucionais criadas pelo Constituinte Originário não podem figurar
como objeto numa ação de controle de constitucionalidade, pois tem a sua presunção absoluta de
validade.

8. PODER CONSTITUINTE DERIVADO (DE REFORMA)


Embora as constituições sejam concebidas para durar no tempo, a evolução dos fatos
sociais pode reclamar ajustes na vontade expressa no documento do poder constituinte originário.
Para prevenir os efeitos nefastos de um engessamento de todo o texto constitucional, o próprio poder
constituinte originário prevê a possibilidade de um poder, por ele instituído, vir a alterar a Lei Maior.
Aceita-se, então, que a Constituição seja alterada, justamente com a finalidade de
regenerá-la, conservá-la na sua essência, eliminando as normas que não mais se justificam política,
social e juridicamente, aditando outras que revitalizem o texto, para que possa cumprir mais
adequadamente a função de conformação da sociedade. O poder de reforma — expressão que inclui
tanto o poder de emenda como o poder de revisão do texto (art. 3º do ADCT) — é, portanto, criado
pelo poder constituinte originário, que lhe estabelece o procedimento a ser seguido e limitações a
serem observadas.

8.1 Constituições rígidas x Constituições flexíveis

Rígidas são as constituições que somente são alteráveis por meio de procedimentos
especiais, mais complexos e difíceis do que aqueles próprios à atividade comum do Poder Legislativo.
A Constituição flexível, de seu lado, equipara-se, no que tange ao rito de sua reforma, às leis comuns.
As constituições rígidas, como a nossa, marcam a distinção entre o poder constituinte originário e

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Mendes, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Paulo Gustavo Gonet Branco. – 7.
ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2012. p. 172.

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os constituídos, inclusive o de reforma; reforçam a supremacia da Constituição, na medida em que
repelem que o legislador ordinário disponha em sentido contrário do texto constitucional; e levam,
afinal, à instituição de mecanismo de controle de constitucionalidade de leis, como garantia real da
superlegalidade das normas constitucionais.

8.2 Procedimento

Ao ser apresentada, a proposta de emenda à Constituição (PEC) é analisada pela


Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) quanto à sua admissibilidade. Esse exame
leva em conta a constitucionalidade, a legalidade e a técnica legislativa da proposta. Se for aprovada,
a Câmara criará uma comissão especial especificamente para analisar seu conteúdo.
A comissão especial terá o prazo de 40 sessões do Plenário para proferir parecer. Depois,
a PEC deverá ser votada pelo Plenário em dois turnos, com intervalo de cinco sessões entre uma e
outra votação. Para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em cada uma
das votações.

Depois de aprovada na Câmara, a PEC segue para o Senado, onde é analisada pela
Comissão de Constituição e Justiça e depois pelo Plenário, onde precisa ser votada novamente
em dois turnos.

Se o Senado aprovar o texto como o recebeu da Câmara, a emenda é promulgada pelas


Mesas da Câmara e do Senado. Se o texto for alterado, volta para a Câmara, para ser votado
novamente. A proposta vai de uma Casa para outra (o chamado pingue-pongue) até que o mesmo
texto seja aprovado pelas duas Casas. 7

9. MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

Processo de modificação no sentido da norma da constituição sem que haja qualquer


alteração no texto. É uma alteração informal realizada pela manifestação do poder constituinte difuso.
Reforma constitucional sem supressão de texto.

EXERCÍCIOS

no: 2017
Banca: IDECAN
Órgão: SEJUC-RN
Prova: Agente Penitenciário (Superior)

1-Considerando a regulação da matéria nas Constituições brasileiras no que concerne à forma

http://www2.camara.leg.br/agencia/noticias/70153.html (acesso 10/09/2017)


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e sistema de governo e à chefia de Estado e chefia de Governo, é INCORRETO afirmar que
a)por um curto espaço de tempo vigorou no Brasil o sistema de governo parlamentarista, instituído
por uma Emenda Constitucional.
b)manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos é um
exemplo de atribuição do Presidente da República com natureza de chefe de Governo.
c)o ato das disposições constitucionais transitórias da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que
o eleitorado definiria, através de plebiscito a ser realizado em 1993, a forma e o sistema de governo
que vigorariam no País.
d)o sistema de governo presidencialista adotado no país é uma influência da experiência norte-
americana e tem como uma de suas características a ampla liberdade para escolher os Ministros de
Estado, que o auxiliam e podem ser demitidos ad nutum, a qualquer tempo.

Ano: 2017
Banca: FMP Concursos
Órgão: PGE-AC
Prova: Procurador do Estado
2-Considerando-se que a tradição constitucional norte-americana se encontra cifrada, ainda que não
de forma total e absoluta, na ideia de Constituição como regra do jogo da competência social e política,
assim como na afirmação e garantia da autonomia dos indivíduos como sujeitos privados e como
agentes políticos, cuja garantia essencial é a jurisdição, enquanto que a tradição europeia é
preponderantemente marcada por um forte conteúdo normativo que supera o limiar da definição das
regras do jogo organizando o poder, afirmando-se como um projeto político delineado de forma a
participar diretamente do jogo, condicionando decisões estatais destinadas a efetivar um programa
transformador do Estado e da sociedade, seria correto afirmar que
a)o Neoconstitucionalismo resulta exclusivamente do influxo da tradição constitucional europeia.
b)o Neoconstitucionalismo resulta exclusivamente do influxo da tradição constitucional norte-
americana.
c)o Neoconstitucionalismo resulta da aproximação entre os dois modelos, tanto ao adotar a ideia -
tipicamente europeia - de constituição como um texto jurídico supremo destinado a instrumentalizar
um programa transformador, quanto ao deferir à jurisdição - o que é característico do modelo norte-
americano - a tarefa de implementar tal programa quando o legislador não o faz, de que é exemplo a
inconstitucionalidade por omissão tal como existente no sistema constitucional brasileiro.
d)o Neoconstitucionalismo caracteriza-se essencialmente como um rompimento tanto com a tradição
constitucional europeia quanto com a norte-americana.
e)na ambiência do Neoconstitucionalismo, rompe-se definitivamente a separação entre direito e moral,
uma vez que se considera que o julgador pode e deve tanto interpretar normas jurídicas a partir de
suas convicções morais, quanto aplicar diretamente preceitos morais na solução dos casos concretos
quando inexistente norma jurídica específica.

Ano: 2017
Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito
3-Considerando-se o sistema constitucional brasileiro composto de regras e princípios, podemos
afirmar:
a)havendo omissão legislativa, não é possível conferir-se tutela específica na via jurisdicional,
operando o princípio apenas um vetor hermenêutico.
b)os princípios não prescrevem condutas, mas veiculam opções axiológicas e, embora não possuam
eficácia positiva concreta, operam eficácia negativa, impedindo que se legisle contra seu conteúdo.
c)por possuírem os princípios eficácia positiva, podem conferir direito subjetivo ante a inércia do
Estado-Legislador e do Estado-Administração e, portanto, conferir a tutela específica na via

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jurisdicional.
d)considerando-se que as regras operam comandos objetivos e prescritivos, sua eficácia será plena,
enquanto os princípios reclamarão uma atividade positiva do legislador ou, na ausência dela, ao
menos a atividade regulamentadora do Estado-Administração, sob pena de diluição da normatividade
do direito.

no: 2015
Banca: VUNESP
Órgão: TJ-SP
Prova: Juiz de Direito

4-A expressão “constitucionalização do Direito” tem, de modo geral, sua origem identificada pela
doutrina
a)na Constituição Federal brasileira de 1988, com seu conteúdo analítico e casuístico.
b)nos julgamentos dos MI 712/PA, 670/ES e 708/DF, pelo Supremo Tribunal Federal, alterando
entendimento anterior para reconhecer sua competência para editar texto normativo diante da omissão
legislativa, a fim de concretizar previsão constitucional.
c)nos EUA, com o precedente firmado no julgamento do caso Marbury v. Madison, em 1803.
d)na Alemanha, especialmente sob a égide da Lei Fundamental de 1949.

Ano: 2014
Banca: FUNCAB
Órgão: SEFAZ-BA
Prova: Auditor Fiscal
5-No estudo da interpretação das normas constitucionais, é correto afirmar:
a)O princípio da unidade da Constituição impõe ao intérprete o dever de harmonizar as tensões e
contradições entre os diferentes preceitos constitucionais a concretizar, levando em consideração a
Constituição Federal de forma global.
b)Os métodos tradicionais de interpretação jurídica (como, p. ex., gramatical, histórico, sistemático e
teleológico) não possuem utilidade na interpretação constitucional, em razão da supremacia e da
unidade da Constituição.
c)Por sua natureza, alguns dispositivos da Constituição Federal não são dotados de força normativa,
tendo como função dar publicidade a uma descrição da sociedade idealizada pela população, através
de seus representantes.
d)Consiste o princípio da razoabilidade ou proporcionalidade na aferição da razão ou proporção com
a qual cada dispositivo constitucional contribuirá para a formação da solução do caso concreto.
e)As normas constitucionais, consubstanciadas em princípios e regras, são aplicadas com a utilização
da técnica da ponderação, que consiste na verificação silogística da subsunção da situação concreta
às normas supostamente aplicáveis ao caso.

Ano: 2016
Banca: CESPE
Órgão: TCE-PR
Prova: Analista de Controle
6-Assinale a opção correta acerca da interpretação constitucional.
a)Como as Constituições regulam direitos e garantias fundamentais e o exercício do poder, deve-se
priorizar o emprego de linguagem técnica em seu texto, restringindo-se a sofisticada atividade
interpretativa às instâncias oficiais.
b)A interpretação constitucional deve priorizar o espírito da norma interpretada em detrimento de
expressões supérfluas ou vazias; por isso, a atividade do intérprete consiste em extrair o núcleo
essencial do comando constitucional, ainda que isso implique desconsiderar palavras, dispositivos ou
expressões literais.
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c)Sendo a Constituição impregnada de valores, sua interpretação é norteada essencialmente por
diretrizes políticas, em detrimento de cânones jurídicos.
d)Na interpretação da Constituição, prepondera a teleologia, de modo que a atividade do hermeneuta
deve priorizar a finalidade ambicionada pela norma; o texto da lei, nesse caso, não limita a
interpretação nem lhe serve de parâmetro.
e)O caráter aberto e vago de muitas das disposições constitucionais favorece uma interpretação
atualizadora e evolutiva, capaz de produzir, por vezes, uma mutação constitucional informal ou não
textual.

Ano: 2016
Banca: FUNCAB
Órgão: PC-PA
Prova: Delegado de Polícia
7-Este princípio teria se desenvolvido no Tribunal Constitucional Alemão a partir da cláusula
constitucional do Estado de Direito, consagrado no Brasil como Estado Democrático de Direito. Desta
forma, o Estado, na sua atuação, deve respeitar os direitos fundamentais dos cidadãos, o ordenamento
jurídico, jamais agindo com excessos, de forma arbitrária. O citado princípio é também chamado pela
doutrina alemã de proibição do excesso. Esse enunciado refere-se ao princípio da(o):
Parte superior do formulário
a)devido processo legal.
b)legalidade.
c)Segurança jurídica.
d)proporcionalidade.
e)razoabilidade.

Ano: 2014
Banca: FUNCEPE
Órgão: Câmara Municipal de Acaraú - CE
Prova: Consultor Legislativo
8-Analise as assertivas:

I– Somente o STF (Supremo Tribunal Federal) está juridicamente autorizado a interpretar a


Constituição.

II – Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, entretanto, exige-
se prévio aviso à autoridade competente.

III – O direito fundamental à vida, por ser mais importante que os outros direitos fundamentais, tem
caráter absoluto, não se admitindo qualquer restrição.

Estão erradas:

a)todas as afirmativas
b)somente os itens I e II
c)somente os itens I e III
d)somente os itens II e III
e)nenhum dos itens

Ano: 2017
Banca: CONSULPLAN
Órgão: TRF - 2ª REGIÃO

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Prova: Analista Judiciário - Área Administrativa
9-“De acordo com o Art. 5º, XIII, da Constituição da República, ‘é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer’.
Ednaldo e Túlio, estudantes de direito, travaram intenso debate a respeito da natureza da
norma constitucional delineada a partir desse preceito normativo.” À luz da narrativa anterior,
é correto afirmar que do referido preceito normativo se obtém uma norma:
a)Programática.
b)De eficácia plena.
c)De eficácia contida.
d)De aplicabilidade indireta e mediata.Parte inferior do formulário

Ano: 2017
Banca: CONSULPLAN
Órgão: TRF - 2ª REGIÃO
Prova: Técnico de enfermagem
10-“Determinado professor de direito constitucional explicou aos seus alunos que certas normas
constitucionais, embora sejam capazes de produzir efeitos imediatos na realidade, dando ensejo
ao surgimento de direitos subjetivos, fazem referência à lei, que pode reduzir o seu alcance, com
o estabelecimento, por exemplo, de certos requisitos a serem observados.” Considerando a
classificação das normas constitucionais quanto à aplicabilidade, é correto afirmar que o
exemplo oferecido pelo professor é o de uma norma:
a)Programática
b)De eficácia contida.
c)De eficácia limitada.
d)De eficácia plena e aplicabilidade imediata.

Ano: 2017
Banca: CESPE
Órgão: Instituto Rio Branco
Prova: Diplomata
11-Com relação à classificação da Constituição Federal de 1988, ao controle de constitucionalidade
e à atividade administrativa do Estado brasileiro, julgue (CouE) o item que se segue.

A Constituição Federal de 1988 é classificada, quanto à extensão, como sintética, pois suas matérias
foram dispostas em um instrumento único e exaustivo de seu conteúdo.

Certo
Errado

Ano: 2017
Banca: MPT
Órgão: MPT
Prova: Procurador do trabalho

12-Considerados os critérios da finalidade, do conteúdo e da alterabilidade, classifica-se a


Constituição da República de 1988 como
a)Constituição-dirigente, formal e rígida.
b)Constituição-garantia, formal e flexível
c)Constituição-dirigente, material e flexível
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d)Constituição-garantia, material e rígida.
e)Não respondida.

Ano: 2015
Banca: FCC
Órgão: TRE-SE
Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária
Provavelmente, a decisão política que conduziu à promulgação da constituição, ou desse tipo de
constituição, foi prematura. A esperança, contudo, persiste, dada a boa vontade dos detentores e
destinatários do poder, de que tarde ou cedo a realidade do processo do poder corresponderá ao
modelo estabelecido na constituição.

13-O trecho acima, retirado da obra de um importante constitucionalista do século XX, corresponde
à descrição de uma constituição
a)normativa.
b)balanço.
c)semântica.
d)nominal.
e)analítica.

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