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BRUNO ANTUNES MAGRINI

DYLAN SALMONA CECCHI


FLÁVIO MATOS GARBIN
LEANDRO SEGURADO CATROCCHIO

RELAÇÃO ENTRE PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS E AS FORMAS DECIMAIS DOS


NÚMEROS RACIONAIS

Instituto de Matemática e Estatística – IME

Universidade de São Paulo – USP

São Paulo, 2010


INTRODUÇÃO:

As formas decimais dos números racionais é um conteúdo visto nas salas de 7º


ano, antiga 6ª série, e revisto no 1º ano do Ensino Médio, onde é apresentado o conjunto
Q dos números racionais, suas usuais operações de adição e multiplicação e suas
consequências.
Neste trabalho iremos abordar a representação decimal dos números racionais e
sua relação com o conceito de progressão geométrica. As P.G.’s são apresentadas aos
alunos somente no 1º ano do Ensino Médio, mas muitas vezes não são relacionadas com
as formas de representar um número racional.
No que segue, apresentaremos o conteúdo voltado para alunos do primeiro ano
do ensino médio, primeiro progressão geométrica depois as representações dos números
racionais e em seguida o modo como relacioná-los.
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS:

Definição:

No sétimo ano (antiga sexta série) ocorre o a primeira definição do que são os
números racionais, assim os alunos de ensino médio precisariam de uma revisão desse
conceito. Como estes alunos já têm o conhecimento do que são os números inteiros
podemos definir os números racionais como sendo da forma com pertencentes
ao conjunto dos números inteiros e diferente de zero. Em notação matemática temos
.

As representações de um número racional:

Como visto acima temos , ou seja, o conjunto dos


números racionais pode ser representado por uma fração. Contudo, sabemos que essa
fração indica uma divisão entre dois números inteiros, assim podemos efetuar essa
operação e verificar a forma decimal de representação dos números racionais.

Racionais como decimais finitos e infinitos periódicos:

Vamos supor que q (o denominador) contenha apenas fatores primos 2 e/ou 5.

• Supondo que o denominador possua apenas o fator primo 2,


então teríamos um número do tipo:
Nessa fração basta achar a fração equivalente na qual o denominador será
um múltiplo de 10, isto é, temos que multiplicar o numerador e o denominador
por , assim temos :

• Supondo que o denominador possua apenas o fator primo 5,


então teríamos um número do tipo:
Nessa fração basta achar a fração equivalente na qual o denominador será
um múltiplo de 10, isto é, temos que multiplicar o numerador e o denominador
por , assim temos :

• Supondo que o denominador possua os fatores primos 2 e 5 em


quantidades diferentes, então teríamos um número do tipo: .
Supondo sem perda de generalidade que : de forma análoga as
duas anteriores temos que achar uma a fração equivalente onde o denominador
seja múltiplo de dez, assim temos :

• Supondo que o denominador possua os fatores primos 2 e 5 em


quantidades iguais, então teríamos um número do tipo: = .

Destas formas acima teremos uma fração decimal, na qual a divisão de seus
termos será uma representação decimal finita da forma:

ou seja, a um deslocamento da virgula para a esquerda de n casas decimais.

Agora vamos supor que o número racional tenha em seu denominador fatores
diferente de 2 e 5.
O número da forma , , tem resto que esta e
Assim, no momento operação o algoritmo de divisão ou nos fornecerá um resto
igual a zero em alguma passagem do algoritmo obtendo assim uma resposta exata, ou
nos fornecera infinitos restos r tais que . Logo, se esta divisão não
der exata, em alguma passagem do algoritmo o resto será igual a um anterior, e
conseqüentemente os restos seguintes se repetirão na mesma seqüência.

I) II)

resultado começa
a repetir

resto
0o
No caso I quando temos resto 5 (seta) os restos seguintes começam a repetir os
restos das primeiras passagens do algoritmo e conseqüentemente aparece a
periodicidade no resultado (seta), observa-se que os restos repetiram infinitamente se
continuarmos como o algoritmo, assim como os termos do resultado aparecerão sempre
na mesma seqüência. A notação para esse resultado é 0, No caso II temos a
divisão exata, ou seja, finita.
Por fim podemos concluir que os número racionais podem ser representados da
forma , , na forma decimal finita e infinita periódica.
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS:

Uma seqüência é qualquer grupo ou conjunto que para ser formado precisa
obedecer a uma ordem. Podemos encontrar vários grupos que são seqüências em nosso
dia-a-dia, como por exemplo: a lista de presença de um professor, as numerações das
casas, a organização dos dias do ano , a classificação dos alunos aprovados no vestibular
etc.
Na matemática uma das maneiras de trabalhar seqüência é através da progressão
que é um tipo de seqüência que envolve apenas números que são dispostos conforme
uma determinada regra. Existem dois tipos de progressões: uma é a Progressão
Aritmética e a outra é a Progressão Geométrica. Cada uma possui uma regra e uma
razão diferente. A seguir iremos focar exclusivamente nas progressões geométricas.
Definimos uma progressão geométrica, ou simplesmente uma P.G., como uma
sucessão de números reais obtida, com exceção do primeiro termo, multiplicando o
número anterior por uma quantidade fixa q, a qual chamamos de razão.
Podemos calcular a razão de uma progressão geométrica, caso ela não esteja
suficientemente evidente, dividindo entre si dois termos consecutivos. Por exemplo, na
sucessão (1, 1/2, 1/4,1/8,...), q = 1/2. Em uma progressão geométrica de razão q, os
termos a2, a3,…,an são obtidos, por definição, da seguinte maneira:

a1
a2 = a1.q
a3 = a2.q = a1.q2
a4 = a3.q = a2.q2 = a1.q3
.
.
.
an = an-1.q = an-2.q2 = an-3.q3 = … = a1.qn-1

Chamaremos de expressão do termo geral a seguinte expressão:

an = a1.qn-1

Vale a pena constatar que, quando q<0, a P.G. terá uma alternância entre valores
positivos e negativos. Se a1>0 então an é positivo, se n é ímpar ou a n é negativo, se n é
par. Se a1<0 então an é positivo, se n é par ou an é negativo, se n é ímpar. Esta
progressão é chamada de Progressão Geométrica Oscilante.
Quando a1≠0 e q=0 então teremos uma progressão (a1, 0, 0, 0, …). Esta é
chamada de Progressão Geométrica quase nula.
Quando a1=0 e q=0 então teremos uma progressão (0, 0, 0, …). Esta é chamada
de Progressão Geométrica Nula.
Quando a1≠0 e q=1 então teremos uma progressão (a1, a1, a1, a1, …). Esta é
chamada de Progressão Geométrica Constante.
Quando a1>0 e q>1 ou quando a1<0 e 0<q<1 então teremos uma Progressão
Geométrica Crescente.
Quando a1>0 e 0<q<1 ou quando a1<0 e q>1 então teremos uma Progressão
Geométrica Decrescente.
Outra importante ferramenta para o cálculo de progressões geométricas é a soma
dos n primeiros termos, seja a P.G. finita ou infinita. Então separaremos agora em dois
casos distintos:

i) Seja a P.G. (a1,a2,a3,…,an) finita. Então Sn = a1.(qn – 1)/(q – 1)


Demonstração:
Sn = a1 + a1.q1 + a1.q2 + … + a1.qn (1)
1 2 n
q.Sn = q.(a1 + a1.q + a1.q + … + a1.q )
q.Sn = a1q + a1.q2 + a1.q3 + … + a1.qn+1 (2)
Agora efetuamos a diferença entre (2) e (1):
q.Sn – Sn = a1.qn - a1
Sn.(q – 1) = a1.(qn – 1)
Portanto Sn = a1.(qn – 1)/(q – 1).

ii) Seja a P.G. (a1,a2,a3,…,an,…) infinita. A soma dos infinitos termos desta P.G.
é chamada série geométrica e será bem definida quando |q|<1. Então sua
soma será S∞ = a1/(1 – q).
Agora, se q≥1 e a1>0 então sua soma é mais infinito e se q≥1 e a1<0, sua
soma é menos infinito. Então:

PLANO DE AULA:

Público alvo: Alunos do primeiro ano do ensino médio.


Pré requisitos: Conjuntos dos números racionais e soma de P. G. infinita.
Objetivos: Relacionar o conceito de P.G. com a representação decimal
infinita e periódica de racionais.
Materiais: Papel Kraft, fita métrica, régua e tinta.
Aulas previstas: Uma aula para fazer a atividade de divisão e outra para
formalizar a relação entre os conceitos.
ATIVIDADES:

1ª Aula:

Após uma rápida explicação sobre o tema da aula para os alunos


começamos uma revisão sobre a forma de representação dos números racionais em
frações.
“1/3” é racional? E como podemos escrever o mesmo número de outra
forma? Ao colocar essas questões para os alunos devemos incentivar a discussão e ouvir
as respostas deles. É bem possível que algum aluno sugira a representação decimal.
Como devemos representar esse mesmo número de forma decimal? Podemos fazer a
divisão de 1 por três. Executamos o algoritmo da divisão e depois de muitas iterações
levantamos a hipótese de a divisão não ter fim.
Colocamos o papel Kraft colado de ponta a ponta em uma parede e pedimos
para eles desenharem uma linha representando as medidas dos números, tendo como
parâmetro que o Kraft inteiro vale 10u e encontrarem a localização dos seguintes
números racionais:
i. 4/2 = 2
ii. 19/5 = 3,8
iii. 15/4 = 3,75
iv. 13/20 = 0,65
v. 177/33 = 5,363636363636...
Para representar os números vamos fazendo as divisões consecutivas por 10
na linha. Se a parede tiver 6 metros cada unidade vai valer 60 cm, u/10 = 6cm, u/100 =
0,6 cm, daqui para frente teremos que desenhar outra linha no papel Kraft onde o
comprimento todo (6m) irá valer u/100. Temos que ter cuidado nesse momento para
explicar bem que a nova linha é uma representação de uma parte da outra linha, como
uma lupa de aumento. Para alcançarmos um número razoável de casas decimais a direita
da virgula temos que desenhar 3 linhas no Kraft (alcançando u/100000000)
Os quatro primeiros números com certeza os alunos não terão dificuldade.
Quando eles estiverem no quinto eles irão ter que utilizar as outras linhas e ao chegar na
menor unidade da terceira linha (5,36363636)vamos começar a refletir melhor com os
alunos sobre as linhas e as divisões.
Questões a serem levantadas: Porque alguns números nós conseguimos
representar e o ultimo não? Existe algum padrão nesse número?
Teremos que levar a discussão para a questão de que para o número ser
representado naquela reta ele tem que, em algum momento, “cair” em algum ponto que
nós estamos representando. Mas o que significa “cair” em um ponto da reta? Para
resolver essa questão devemos analisar os pontos representados e mostrar aos alunos
que esses pontos sempre são as forma a*1/10ⁿ com a sendo um natural e n o número de
casas após a virgula. Assim observamos que 4/2 = 2 = 2+1/10º ; 19/5 = 3,8 = 3 + 0,8 =
3+8*1/10; 15/4 = 3,75 = 3+0,7+0,05 = 3+7*1/10+5*1/100 e assim por diante. Com isso
podemos chegar à conclusão de que esses números que caem em algum lugar podem ser
escritos da forma p/q com q = 10ⁿ, ou seja eles só podem ter os fatores 2 e 5 no divisor.
Aula 2:

Pequena revisão da aula 1. Lembrando como os números com representação


decimal finita podem ser escritos. E o número que não conseguimos encontrar o final da
representação? 177/33 não pode ser escrito da forma p\q com q = 10ⁿ, pois 3 e 11 não
são fatores de 10ⁿ. Assim, através do desenho utilizando as divisões sucessivas,
percebemos que esse número nunca vai “cair” em um número do nosso desenho, não
importando quantas linhas a mais coloquemos, pois os restos das divisões se repetem e
ao dividirmos novamente continuaram gerando os mesmos restos, portanto esses
números repetem eternamente. Então quantas vezes podemos fazer essa operação?
Tantas vezes quanto quisermos, podemos repetir essa ação infinitas vezes, gerando
assim infinitas casas decimais, com as parcelas sendo cada vez menor, infinitamente
pequeno.
Para representar ele de forma decimal voltamos ao desenho e fazemos a
soma das partes divididas ( 0,00000036+0,000036 + 0,0036 + 0,36 + 5) mas como
sabemos essa soma não tem fim, ela segue infinitamente. Neste momento induzimos os
alunos a relacionarem os elementos dessa soma com os elementos de uma Progressão
Geométrica. Para isso mostramos que o próximo elemento da soma é igual ao anterior
multiplicado por 1/100, ou seja, podemos representar essa seqüência através de uma
P.G. de razão 1/100 com a1 = 0,36.
Com certeza os próprios alunos irão sugerir que façamos a soma dessa P.G.
infinita através da fórmula (previamente trabalhada com os alunos) da soma de uma
P.G. infinita para representar o número.

S∞ = a1/(1 – q).

Como podemos fazer para descobrirmos a fração que gerou alguma dizima
conhecida? Sempre ouvindo as opiniões dos alunos chegamos ao seguinte resultado
(utilizando o mesmo número do exemplo anterior):
5,363636... = 5+0,3636...=5+ 0,36/(1-1/100)=5+0,36/0,99=5+36/99
=495/99+36/99 = 531/99 que também pode ser escrito na forma 177/33.
Através da formula de soma de P.G. infinita conseguimos descobrir a fração que
gerou uma dizima periódica. A fração que dá origem a uma dízima periódica é chamada
fração geratriz.
Então formalizando:
As dízimas classificam-se em dízimas periódicas simples e dízimas
periódicas compostas.

Dízimas periódicas simples


São dízimas periódicas simples, quando o período apresenta-se logo após a
vírgula. (o período é o conjunto de algarismos que se repete indefinidamente).
5 / 9 = 0,5555555 ...
EX: 7 / 3 = 2,3333333 ...
4 / 33 = 0,121212 ...

A representação decimal das frações de dizimas periódicas simples tem fração


geratriz onde o numerador é igual ao período e o denominador tem tantos noves quantos
são os algarismos do período.

Considere uma dízima m formada com K algarismos no período:

m = 0, k k k k ... k
1 2 3 4 n

K
Multiplicando os dois membros por 10 , temos:

k k k k ... k , k k k k ... k
K
10 .m = 1 2 3 4 n 1 2 3 4 n
. Passando m para

o 1º. membro,
temos:

k k k k ... k , onde temos:


K
10 .m - m = 1 2 3 4 n

m =
k 1 k 2 k 3 k 4 ... k n , que representa uma fórmula geral de qualquer
K
10 − 1
geratriz
procurada, ou que queiramos estabelecer.
Exemplo: Calcular a dízima de 0,6789. Resolução:
K 4 4 6789
m = 0,6789; 10 = 10 = 10 − 1 = 9999 ; m = 9999
. Assim sendo,

6789
m= representa a geratriz procurada.
9999

Dízimas periódicas Compostas


São dízimas periódicas compostas, quando entre o período e a vírgula existe uma
parte não periódica.
1 / 45 =0,022222 ...
EX: 1,039 / 900 =1,154444 ...
61 / 495 =0,1232323 ...

Considere uma dízima da seguinte forma:


m = 0,B K , onde B representa a parte não-periódica com p algarismos e K
representando o período formado de q algarismos.
P Q
Multiplicando os dois membros por 10 .10 , temos:

P +Q P
10 .m = BK , K e 10 .m = B K . Assim, teremos:
P +Q P
10 .m −10 .m = BK , K = BK , K - B, K

10 .m(10 )
B.K − B
− 1 = B.K − B ; m =
( )
P Q
P que representa
10
Q
−1 .10
uma fórmula geral de qualquer geratriz procurada, ou que queiramos estabelecer.
Exemplo: Calcular a geratriz de 0, 32.
Resolução:
m =0,32 m = 0,32 ; k = 2 ; B = 3 ; p = 1 ; q = 1. Então, teremos:
32 − 3 29
m=
(10 −1).10
29
; m= m=
1 1
( 9)(10 ) ; 90

m = 29 / 90. Assim sendo, 29 / 90 representa a geratriz procurada.

Para fixar o conceito passamos para os alunos alguns exercícios de identificação


de números com representação finita e infinita e exercícios de identificação de frações
geradoras de dizimas periódicas, utilizando números que gerem alguns problemas não
vistos a aula para que eles pensem no assunto, como dizimas com maiores períodos, e
até mesmo a questão de como representar a dizima 0,99999999... em forma de fração.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1) ÁVILA, Geraldo. Análise Matemática para Licenciatura. Editora Edgard


Blücher, 3ª edição, 2006.

2) BIANCHINI, Edwaldo. Matemática: 6 série, livro do professor. Editora


Moderna ,4 edição, 1996.

3) PAIVA, Manoel. Matemátia: conceitos, linguage e aplicações; volume 1.


Editora Moderna, 2002.

4) CERRI, Cristina. Desvendando os Números Reais (pdf). Mini-curso, Bienal de


Matemática, 2006. Acesso em 23/09/2010. Disponível em:
www.mat.ufg.br/bienal/2006/mini/cristina.cerri.pdf

5) GARCIA, Vera Clotílde. Sistemas Numéricos – A representação decimal dos


Reais. Artigo disponibilizado pelo Instituto de Matemática e Estatística da
UFRGS. Acesso em 23/09/2010. Disponível em:
http://euler.mat.ufrgs.br/~vclotilde/disciplinas/html/decimais-
web/decimais_texto_Representacao_decimal_reais_tarefa1.htm
6) Nascimento de Paula, Rinon. Conjunto dos Números Racionais: Algumas
dificuldades didáticas

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