- Confluência entre Estado, Capital Imobiliário e capital financeiro.
- Ela afirma que isso fez com que mais empresas passassem a produzir moradia. O interesse do mercado foi todo para essa parcela. Mas que isso também determinou a definição desse tipo de provisão para somente uma parcela da população. - Tudo isso conforma uma política habitacional. Qual o desenho dela? 3 vieses de análise: De um lado, o que fez com que se produzisse determinado tipo de habitação? (Construtoras que abriram seu capital para famílias de até 10 salários mínimos – Semento Econômico ou habitação de Mercado) - Análise sobre a conformação de uma política pública que se moldou a partir dos anos 90 e passou a atender um público – faixa de renda - que até então não era atendido pelas grandes incorporadoras. Como resultado tem-se o Estado atuando como principal ator na política habitacional no Brasil.
- No Brasil sempre existiu uma relação grande entre política habitacional e
produção privada de moradias. No entanto ela se redesenhou a partir da entrada do capital Financeiro nas incorporadoras imobiliárias – aumentando o Capital Imobiliário – além de um aumento dos Recursos dos Principais Fundos Públicos Financeiros no Sistema Financeiro da Habitação – SFH. - Principais Fundos Públicos Financeiros: FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo. - Banco Nacional de Habitação – BNH (1964 – 1985): Centralização Estatal no Setor Habitacional – Regime Militar. Dois tipos de provisão habitacional – Um para as classes de renda média e alta, com financiamento promoção privado, e para os setores de baixa renda, a partir da promoção pública. - O que aconteceu? Houve a combinação desses dois recursos para a produção de moradias. Essas empresas passaram a produzir um produto para um público que seria possível acessar esse crédito habitacional operacionalizado pela SFH. - O Mercado Imobiliário denominou esse público de se gmento Econômico. Que na época passou a produzir unidades residenciais de até 200.000,00. Com renda de 3 a 10 salários mínimos. - Em 2006 esse público lançou 8.500 unidades. Em 2008, mais de 78.000. (9x em apenas 2 anos). - Ela basicamente conclui que Sistemas de Financiamento para produção Social e para a produção de Mercado deveriam ser diferentes. Mas não são. Por isso ela denomina o segmento econômico de habitação Social de Mercado. - No Brasil, foi a partir da era Vargas com a sua intervenção Estatal na produção de moradias que se formula o conceito de “habitação social”, que de acordo com Bonduki, é a habitação produzida e financiada pelo Estado destinada a população de Baixa Renda. - Questão: Como as construtoras e Incorporadoras expandiram sua produção nos últimos anos no Brasil? Como elas se beneficiaram dos recursos públicos e da tendência mundial de financeirizaçao da economia? A resposta foi dada a partir do protagonismo do mercado privado. - Em 2004 – A “Nova Política” de habitação elaborada no governo Lula, especificava dois subsistemas de habitação: O Subsistema de habitação de Interesse Social e o subsistema de habitação de mercado. Onde cada um tinha suas fontes de recursos específicas. (O Objetivo era subsidiar a habitação para as faixas de até 3 salários mínimos) Ele objetivava criar mecanismos para a proteção dos financiamentos. Que seriam aplicados paulatinamente, mas que no fim, nunca foram. - Essa indefinição entre o que é habitação social e o que é habitação de mercado, foi um dos caminhos encontrados pelo mercado para tirar proveito atuando no limiar entre ambos. (no caso, penso que o mesmo se deu com o entendimento sobre a questão qualitativa, tanto a questão dimensional, quanto material, construtiva e econômica) - P. 51 a 53. Diferença entre produção de mercado e produção social. O Estado sempre age nessa produção para regular a produção de acordo com seus interesses. Pelo menos, é assim que deveria ser. - A habitação social de mercado é um local híbrido. É uma zona de transição entre ambos que as construtoras encontraram para aumentar a produção de unidades, no atendimento de uma demanda que antes não era atendida – de três a dez salários mínimos. E consequentemente aumentar seus lucros, alcançar ao credito financeiro para essas camadas, que tem acesso, e enfim, ampliar a sua atuação no mercado financeiro também, para além do mercado imobiliário. - Cap. 01: Estado, Mercado e Capital Financeiro: - Historicamente a conformação das políticas habitacionais no Brasil sempre favorecem determinados atores. Majoritariamente, esse ator é sempre o mercado, que acaba recebendo recursos públicos para o setor privado. - O BNH, criado em 1964, foi a primeira política habitacional brasileira formal e institucionalmente explicitada como tal, se gmentava o mercado segundo níveis de renda diferentes. Cada qual sob a responsabilidade de um agente promotor especifico e regulado por legislação própria.
- A Faixa de Mercado – Era para a população que recebia acima de 6 salários,
estava totalmente sob a atuação privada, sem participação direta das agências estatais, e era financiada pelo SBPE. - Para as Faixas de renda inferiores a essa – a promoção era inteiramente pública, centralizadas pelo BNH e pelas COHABS, financiadas com recursos do FGTS. Nessa faixa de renda, o setor privado entrava apenas na fase de construção das unidades. A promoção imobiliária ficava centralizado nas empresas estatais. - Em 1980 não houve uma reestruturação do modelo implementado. Assim, as atividades do BNH foram transferidos à CEF. - 1995: Governo do FHC, 10 anos após o fim do BNH. P. 66 -