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NOÇÕES DE TEXTO E TEXTUALIDADE

Texto

O texto é a unidade comunicativa básica da língua oral ou escrita e adota


qualquer extensão. Quando nos comunicamos, não o fazemos de forma desconexa;
estabelecemos relações entre as palavras de uma sentença e entre sentenças diferentes.
Podemos dizer que o texto possui unidade sociocomunicativa, semântica e formal. Para
uma análise dessa afirmação, observemos os seguintes pontos:
 O texto é uma unidade da linguagem em uso, envolve fatores pragmáticos que
constroem seu sentido e permitem seu reconhecimento. Cada ato comunicativo
tem seus traços particulares (ex.: as intenções do produtor, as imagens mentais
que cada interlocutor faz de si mesmo, do outro e do tema abordado), e o
contexto sociocultural em que acontece o discurso também auxilia a construção
do sentido desde sua produção até a recepção.
 A unidade semântica faz com que o texto seja visto como um todo significativo,
coerente.
 A unidade formal do texto diz respeito à integração dos seus constituintes
lingüísticos, à coesão.
Resumindo:
a) Aspecto pragmático: atuação informacional e comunicativa do texto;
b) Aspecto semântico-conceitual: coerência;
c) Aspecto formal: coesão.

Textualidade

Entendemos por textualidade todas as características que fazem com que um


texto seja um texto e não só uma seqüência de frases. Segundo Beaugrande e Dressler
(apud COSTA VAL, 1999), os sete fatores responsáveis pela textualidade de qualquer
discurso são: coerência e coesão (material conceitual e linguístico textual) e
intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade
(relacionados aos fatores pragmáticos do processo sociocomunicativo).

Coerência e coesão
Coerência: fator fundamental da textualidade, estabelece o sentido do texto. Abrange
aspectos lógicos, semânticos e cognitivos.
A aceitação de um discurso depende de sua coerência, ou seja, da apresentação
de conceitos compatíveis com o conhecimento de mundo do receptor. O emissor sabe
que não é o único a construir o sentido do texto, e deve elaborá-lo partindo desse
pressuposto. A coerência textual deve resultar tanto de sua lógica interna quanto da
relação entre o texto e o conhecimento de mundo do receptor.
Coesão: expressão lingüística da coerência, é responsável pela unidade formal do texto,
construída por mecanismos gramaticais (pronomes anafóricos, artigos, elipse,
concordância, correlação entre tempos verbais etc.) e lexicais (reiteração, substituição e
associação).
Coerência e coesão são responsáveis pela inter-relação semântica entre os
elementos do discurso, fazendo a primeira o nexo e a segunda a expressão lingüística
desse nexo. É possível, no entanto, que o nexo exista sem a presença de um elemento de
coesão gramatical. Vejamos:
A Priscila vai varrer a casa. O Carlos vai lavar a louça. O Daniel vai dar banho
nos cachorros. Hoje ninguém fica sem uma função aqui em casa.
Já a simples utilização de elementos coesivos ligando frases não seria suficiente
para termos um texto; seria necessário encontrarmos relações efetivas na estrutura
lógico-semântico-cognitiva do mesmo. Normalmente nossa consciência não permite que
façamos textos assim, mas observemos um exemplo:
No rádio toca um rock. O rock é um ritmo moderno. O coração também
tem ritmo. Ele é um músculo oco composto de duas aurículas e dois ventrículos.
Podemos dizer que, apesar de existirem casos em que o nexo do texto não se
apresente no campo sintático, mas apenas no semântico-cognitivo, os mecanismos de
coesão são valiosos para obtermos a eficiência, a economia e a praticidade de um
enunciado. Nos exemplos a seguir, você verá casos em que o sentido é facilmente
percebido pelo leitor, e outro em que este não é bem definido.
A máquina parou. Está faltando energia elétrica.
Choveu. O chão está molhado.
Paulo saiu. João chegou.
Concluímos rapidamente que a falta de energia elétrica é a explicação para a
máquina ter parado, bem como percebemos que choveu pelo chão estar molhado, mas
não temos certeza da interpretação do último enunciado. Há várias possibilidades:
Paulo saiu assim que João chegou.
Paulo saiu, mas João chegou.
Paulo saiu, porque João chegou.
Paulo saiu, apesar de João ter chegado.
Se Paulo saiu, João deve ter chegado.
Os fatores pragmáticos da textualidade
Intencionalidade: empenho do emissor em produzir um enunciado coerente, coeso e que
satisfaça os objetivos de determinada situação. A intenção do texto (informar,
convencer, pedir, ofender etc) é que o definirá (valor ilocutório do discurso).
Aceitabilidade: diz respeito à expectativa do receptor de que o texto seja uma
construção coerente, coesa, útil e relevante.
Podemos observar nesse fator a contribuição dos estudos de Grice (apud COSTA VAL,
1999) sobre o pacto de cooperação lingüística. Ele estabelece as máximas
conversacionais: quantidade (informatividade), qualidade (autenticidade), relação
(pertinência e relevância) e modo (precisão, clareza, concisão etc). Ainda que
inconscientemente, todos conhecemos essas máximas, e quando um texto desrespeita
alguma delas, preferimos pensar que houve alguma razão para justificar tal ato a achar
que o interlocutor tenha feito um discurso sem sentido.
Situacionalidade: analisa os elementos relacionados à pertinência e à relevância do texto
quanto ao contexto em que se insere. Um texto menos coeso e aparentemente menos
claro pode funcionar melhor do que outro mais completo, como é o caso das placas de
trânsito.
Informatividade: relaciona-se a quanto o conteúdo de um texto é esperado ou não,
conhecido ou não, formal e conceitualmente. Um texto deve buscar um nível mediano
de informatividade, pois pode ser desinteressante tanto se totalmente previsível como
se, de tão novo, não puder ser processado. Esse fator deve considerar ainda a suficiência
de dados.
Intertextualidade: faz a utilização de um texto dependente do conhecimento de outro
texto.
Como avaliar a textualidade

Considerando a produção de textos escritos em linguagem formal e que tenham


de forma dominante a função referencial, alguns critérios devem ser analisados:
Continuidade: relacionado à unidade do texto, esse critério avalia a retomada de
conceitos e elementos do discurso (coerência e coesão).
Progressão: contrapartida da continuidade, avalia a apresentação de novas informações
a respeito dos elementos retomados – o texto não pode se limitar a repetições.
Não-contradição: estabelecida na coerência entre os elementos que compõem o texto e
entre esses elementos e o exterior, o seu contexto. A coesão também está envolvida
nesse critério (na relação entre os tempos verbais, por exemplo).
Articulação: diz respeito ao encadeamento de fatos e conceitos.
NOTA
COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

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