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Descrição

As doenças inflamatórias do fígado dominam a prática clínica da hepatologia.


Isso se dá em parte porque praticamente qualquer insulto ao fígado pode destruir
hepatócitos e recrutar células inflamatórias, mas também porque as doenças
inflamatórias muitas vezes são distúrbios crônicos que devem ser tratados clinicamente.
Contudo, as principais infecções hepáticas são de origem viral.
A hepatite viral, uma doença sistêmica, é marcada pela destruição das células
hepáticas, necrose auto-hemólise, levando anorexia, icterícia, hepatomegalia. São
provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário do tecido
hepático que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais
distintas, como:
Hepatite A - Uma doença contagiosa, infecciosa, benigna. Não causa hepatite
crônica e seu vírus é encontrado nas fezes de pessoas portadoras do HAV que ocorre em
todo o mundo, sendo endêmico em paises com higiene e saneamento básico precários.
Hepatite B - O vírus da hepatite B(HBV), causa “da hepatite sérica”, pode
produzir hepatite aguda, hepatite crônica não-progressiva, hepatite crônica progressiva
culminando em cirrose, hepatite fulminante com necrose hepática maciça, um estado de
portador assintomático, com ou sem doença subclínicas progressiva, também
desempenha um papel importante do desenvolvimento do carcinoma hepático.
Hepatite C - Causadora da hepatite crônica aguda e crônica, conduz a cirrose e
carcinoma hepatocelular. A infecção persistente e a hepatite crônica são as marcas da
infecção por HCV e é considerada uma das principais causadoras de transplantes de
fígado.
Hepatite D -Também chamado de agente Delta, o HDV depende de informações
genéticas fornecidas pelo HBV para se multiplicar e causar hepatite na presença do
HBV. Ela se origina após exposição a soro com HDV e HBV e também um portador de
HBV com um novo inóculo de HDV, resultando na doença cerca de 30 a 50 dias depois.
Hepatite E - O HEV causa infecção transmitida por água e por via entérica,
principalmente em adultos jovens. Ele não está associado à doença hepática crônica.
Hepatite G- Originou-se de um agente viral que apresentava semelhanças com
HCV. O HGV parece ser não-patogênico, não causando doença hepática e nem
exarcebação da própria doença.
Agente Etiológico

Segundo Brasil (2002), os agentes etiológicos das hepatites possuem as


principais características:

Agente Período de Período


Etiológico Genoma Modo deTransmissão Incubação De
(Tipo de Vírus) Transmissão
15 dias antes dos
A RNA Fecal-oral 15 – 45 dias sintomas até 7 dias após
o inicio da icterícia.
Muitas semanas antes
Sexual, parenteral (sangue e do inicio dos sintomas
hemoderivados, procedimentos até o desaparecimento
B DNA cirúrgicos/odontológicos, 30 – 180 dias desses (forma aguda) ou
solução de continuidade – pele enquanto persisti o
mucosas e materno-fetal). antígeno de superfície
dos vírus B (portador
crônico).
Sexual, parenteral (sangue, Muitas semanas antes
C RNA hemoderivados) e materno- 15 – 150 dias do inicio dos sintomas,
fetal. prolongando-se
indefinidamente.
Pouco antes do inicio
dos sintomas
D RNA Idem a o vírus B 30 – 50 dias prolongando-se
indefinidamente e
desconhecidamente.

E RNA Fecal-oral 28 – 48 dias Desconhecido

Pós- Desconhecido
G RNA Parenteral transfusional
2-4 semanas
(Quadro 1)

Reservatório

De acordo com o Ministério da Saúde, o homem é o único reservatório com


importância epidemiológica. Quanto à hepatite E, admite-se que porcos ratos e macacos
possam ter importância epidemiológica, apesar da necessidade de mais estudos.
Modo de Transmissão

As hepatites virais possuem diversos modos de transmissão, variando segundo o


agente etiológico: os vírus das hepatites B, C e D são transmitidos por via parenteral,
através de circunstâncias diversificadas; os vírus da hepatite B também tem modo de
transmissão sexual e vertical (mãe ao filho, durante o parto). A hepatite A e a hepatite E
possuem transmissão fecal-oral.

Diagnóstico Clínico

Os quadros clínicos agudos das hepatites virais são muitos diversificados,


variando desde formas subclínicas ou oligossintomáticas até formas fulminantes,
evidenciando grande comprometimento hepático. A maioria dos casos cursa com
predominância de fadiga, anorexia, náuseas, mal-estar geral e adinamia.nos pacientes
sintomáticos, o período de doença aguda se caracteriza pela presença de colúria,
hipocolia fecal e icterícia. As enzimas “hepáticas” (ALT/TGO e AST/TGP), são
marcadores sensíveis de lesão do parênquima hepático, porem não são específicas para
qualquer tipo de hepatite. A elevação da ALT/TGO geralmente é maior do que da
AST/TGP e já está alterada durante o período prodrômico. Níveis mais elevados de
ALT/TGO quando presentes não guardam correlação direta com a gravidade da doença.
As aminotransferases, na fase mais aguda da doença, podem elevar-se dez vezes acima
do limite superior da normalidade. Também são encontradas outras alterações
inespecíficas como elevação da bilirrubina, fosfatase alcalina e discreta linfocitose
eventualmente com atipia linfocitária.
A hepatite crônica é assintomática ou oligossintomática na grande maioria dos
casos. De modo geral, as manifestações clínicas aparecem apenas em fases adiantadas
de acometimento hepático. Muitas vezes o diagnóstico é feito ao acaso, a partir de
alterações esporádicas de exames de avaliação de rotina ou da triagem em bancos de
sangue.
Não existem manifestações clinicas ou padrão de evolução patognomônicos dos
diferentes tipos de vírus. O diagnóstico etiológico só é possível por meios de exames
sorológicos e/ou de biologia molecular.

CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DAS HEPATITES VIRAIS:

Agente etiológico Período de Forma ictérica Cronificação


incubação
HAV 15 a 50 dias (média 5 a 10% em Não existem relatos
de 30 dias) menores de 6 anos de formas crônicas
70 a 80% nos
adultos
HBV 15 a 180 dias 30% 90% em recém-
nascido 5 a 10%
após 5 anos de
idade.
HCV 20 a 140 dias 18 a 26% 80 a 85%
(média de 80 dias)
HDV Semelhante ao da Variável Variável
HBV, porem menor
na superinfecção 15
a 60 dias.
HEV 15 a 60 dias (média variável Não existem relatos
de 40 dias) de formas crônicas

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

As hepatites se confundem na maioria das vezes com outras doenças que


também apresentam manifestações clinicas semelhante, sejam elas infecciosas ou não.
Algumas doenças que devem ser lembradas no diagnóstico diferencial das hepatites
virais estão listadas na tabela:
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS HEPATITES VIRAIS
Alterações enzimáticas inespecíficas Hepatite por substâncias tóxicas (álcool,
Brucelose solventes químicos, etc).
Citomegalovírus Herpes simples
Colelitíase/colecistite Hipóxia
Colangite esclerosante Leptospirose
Colestase reacional Neoplasia metastática do fígado
Doença venoclusiva Ricketsiose
Estenose papilar Septicemia
Hepatite por drogas (paracetamol, Sífilis secundária
rifampicina, isoniazida, etc) Síndrome de Gilbert
Vírus Epstein-Barr

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Os testes de função hepática, especialmente os níveis séricos das aminotransferases


(transaminases) ALT/TGO e AST/TGP, apesar de serem indicadores sensíveis do dano
do parênquima hepático, não são específicos para hepatites. Desta forma, o diagnóstico
laboratorial, por meio de testes sorológicos ou de métodos de biologia molecular, é
fundamental para a definição de agente etiológico.

Exames inespecíficos
 Aminotransferases (transaminases): a aspartato aminotransferase (AST/ TGO) e
a alanino aminotransferase (ALT/TGO) constituem as enzimas celulares que
melhor representam os fenômenos necróticos, a que estão submetidos os
hepatócitos durante a agressão a vírus. Nas formas agudas, chegam a atingir,
habitualmente, valores até 25 vezes acima do normal, embora alguns pacientes
apresentem níveis bem mais baixos, principalmente na hepatite C. Em geral,
essas enzimas começam a elevar-se uma semana antes do inicio da icterícia e
normalizam-se em cerca de três a seis semanas de curso clínico da doença. Nas
formas crônicas, na maioria das vezes, elas não ultrapassam 15 vezes o valor
normal e, por vezes, em indivíduos assintomáticos, é o único exame laboratorial
sugestivo de doença hepática. A queda dos níveis das aminotransferases não tem
valor prognostico, uma vez que pode, representar falência progressiva do fígado
devido à destruição extensa do tecido, nos casos de hepatite fulminante.
 Bilirrubinas: elevam-se após o aumento das aminotransferase e, nas formas
agudas, podem alcançar valores 20 a 25 vezes acima do normal. Apesar de haver
aumento tanto da fração não-conjugada (indireta) quanto da conjugada (direta),
esta ultima apresenta-se predominantemente. Na urina pode ser detectada
precocemente, antes mesmo do surgimento da icterícia. Sua normalização
costuma ocorrer antes das aminotransferases, exceto nas formas colestáticas.
 Proteínas séricas: normalmente não se alteram nas formas agudas, no entanto,
pode haver queda pouco acentuada na albuminemia. Nas hepatites crônicas e
cirrose, a albumina apresenta diminuição acentuada e progressiva, enquanto as
globulinas, principalmente a fração gama, tendem a aumentar. O padrão
eletroforético tem grande importância no acompanhamento de casos agudos.
 Fosfatase alcalina: pouco se altera nas hepatites por vírus, exceto nas formas
colestáticas, quando se apresenta em níveis elevados. Devido à presença
normalmente aumentada da fração osteoblástica dessa enzima, durante o período
de crescimento, esse aspecto deve ser considerado no acompanhamento de casos
agudos.
 Gamaglutamiltransferase (GGT): é a enzima mais relacionada aos fenômenos
colestáticos, sejam eles intra e/ou extra-hepáticos. Em geral, há aumento nos
níveis da GGT em icterícias obstrutivas, hepatopatias alcoólicas, hepatites tóxico
medicamentosas, tumores hepáticos. Ocorre elevação discreta nas hepatites
virais, exceto nas formas colestáticas. Não deve ser solicitada de rotina no
acompanhamento de casos agudos.
 Atividade de protrombina: em virtude da atividade de protrombina poder estar
deprimida, devido à deficiência de sais biliares, é recomendada a administração,
por via intramuscular, de 10 mg de vitamina K, pelo menos três horas antes de
sua dosagem. Se após esse procedimento houver discreto ou nenhum aumento
nos níveis anteriormente detectados, isto significará comprometimento
hepatocelular acentuado. Nas formas agudas benignas, esta prova pode sofrer
pouca alteração, assim como, nas formas crônicas, quando pode não haver
alterações significativas até às fases terminais da doença. Nos quadros de
insuficiência hepática, encontrada tanto nas formas agudas fulminantes, quanto
nas cirroses descompensadas, a avaliação da atividade da protombina adquire
suma importância, pois os níveis detectados vão decrescendo proporcionalmente
à gravidade do quadro, constituindo-se, por isso, o melhor marcador na
avaliação prognóstica.
 Alfafetoproteína: não tem valor clínico na avaliação das hepatites agudas. A
presença de valores elevados, ou progressivamente crescentes, em pacientes
portadores de hepatite crônica, em geral, indica o desenvolvimento de
hepatocarcinoma, sendo, por isto, utilizada no seguimento dos portadores dos
vírus das hepatites B e C.
 Hemograma: a leucopenia é habitual nas formas agudas, entretanto muitos casos
cursam sem alteração no leucograma. A presença de leucocitose sugere intensa
necrose hepatocelular ou a associação com outras patologias. Não ocorrem
alterações significativas na série vermelha. A plaquetopenia pode ser freqüente
na infecção crônica pelo HCV.

TRATAMENTO

Não existe tratamento especifico para as formas agudas. As formas crônicas da


hepatite B e hepatite C tem rotina terapêutica especifica, e disponível no Sistema Único
de Saúde.

PROGNÓSTICO

 Hepatite A: como esta doença não cronifica, o paciente já está recuperado em


três meses após a doença. A hepatite fulminante ocorre em cerca de 1% dos
casos, sendo mais freqüente em pessoas acima dos 50 anos de idade.
 Hepatite B: a presença e a persistência de HBeAg, em portador de infecção
crônica pelo HBV, é indicador sorológico de replicação viral, significando maior
propensão para evoluir para hepatite crônica com atividade inflamatória, fibrose
e cirrose. Merece abordagem diferenciada em relação ao tratamento. Por outro
lado, a conversão precoce para o anti-HBe indica melhor prognóstico (portador
assintomático ou hepatite crônica com pouca atividade inflamatória).

No caso de hepatite crônica ou cirrose com HBsAg positivos e HBeAg negativo,


devem ser pesquisadas infecções concomitantes pelo HCV ou pelo HDV (região
amazônica) ou outras doenças (auto-imunes, alcoolismo, drogas hepatotóxicas, etc).
A realização desse procedimento, também é aconselhada, inicialmente, para os casos
de doenças hepáticas associada ao anti-HBc como marcador isolado.

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

A distribuição das hepatites virais é mundial, mas a magnitude dos diferentes


tipos de varia de região para região.
A hepatite A possui uma característica de incidência que acompanha o grau de
desenvolvimento da região. Regiões com boa qualidade de saneamento, apresentam
taxa de incidência inferiores a 20 casos por 100.000 habitantes e ocorrência
predominante entre adultos jovens. O Brasil possui incidência superior a 130 casos
por 100.000 habitantes, e estimativa de que mais de 90% da população de 20 anos
tenha tido exposição ao vírus de hepatite A.
No Brasil, assume-se que a hepatite B apresenta os três padrões de
endemicidade, de acordo com estimativas de prevalência de portadores
assintomáticos (HBsAg). O primeiro padrão, definido como de alta endemicidade,
com prevalência superior a 7%, presente na região Amazônica, Espírito Santo, e
oeste de Santa Catarina; um segundo padrão, de média endemicidade, com
prevalência entre 2 e 7%, nas regiões nordeste e centro-oeste do Brasil; e um
terceiro padrão, de baixa endemicidade, com prevalência abaixo de 2%, nas regiões
sul e sudeste.
A hepatite C nos países desenvolvidos alcança uma prevalência de 1 a 2% de
infectados na população total (e.g. 3,9 milhões de indivíduos nos Estados Unidos da
América). No Egito, esta prevalência atinge de 10 a 30% da população geral. Para o
Brasil, a Organização Mundial de Saúde sugere uma estimativa de prevalência para
hepatite C na faixa de 2,6%. Entretanto, esta estimativa não vem sendo confirmada
em estudos populacionais realizados em capitais como São Paulo, com prevalência
de 1,4% (Focaccia) e Salvador, com prevalência de 1,5%(Zarife).

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos

Objetivo geral: controlar as hepatites virais no Brasil.

Objetivos específicos
 Conhecer o comportamento epidemiológico das hepatites virais quanto ao
agente etiológico, pessoa, tempo e lugar.
 Identificar os principais fatores de risco para as hepatites virais.
 Ampliar estratégias de imunização contra as hepatites virais.
 Detectar, prevenir e controlar os surtos de hepatites virais oportunamente.
 Reduzir a prevalência de infecção das hepatites virais B e C.
 Avaliar o impacto das medidas de controle.

Notificação

É doença incluída na lista de notificação compulsória e portanto todos os casos


suspeitos de hepatites virais devem ser notificados na ficha do SINAN, e
encaminhados ao nível hierarquicamente superior, ou ao órgão responsável pela
vigilância epidemiológica: municipal, regional, estadual ou federal.
As principais fontes notificadoras são: comunidade, serviços de assistência
médica, hemocentros e bancos de sangue, clínicas de hemodiálise, laboratórios,
escolas, creches e outras instituições. Além disso, casos podem ser capturados no
SIM, SIA/SIH e nos sistemas de informações das Vigilâncias Sanitária e Ambiental.

Definição de caso

Suspeito

Todo indivíduo que apresenta:


 Icterícia aguda e colúria.
 Ictérica aguda, colúria, e elevação da dosagem de aminotransferases
(transaminases) no soro, igual ou superior a três vezes o valor máximo normal
destas enzimas, segundo o método utilizado.
 Elevação da dosagem de aminotransferases (transaminases) no soro, igual ou
superior a três vezes o valor máximo normal destas enzimas, segundo o método
utilizado.
 História de exposição percutânea ou mucosa a sangue e/ou secreções, ou com
contato sexual ou domiciliar com indivíduo sabidamente HBsAg reator e/ou
anti-HBc reator.
 História de exposição percutânea a sangue de indivíduo sabidamente anti-HCV
reator.
 Exames sorológicos reatores para hepatites virais em serviços que realizam
triagem sorológica (doadores de sangue e/ou órgãos, usuários de hemodiálise e
casos de doença sexualmente transmissíveis).
 História de contato de paciente com hepatite viral aguda confirmada.

Casos confirmados

Hepatite A
 Indivíduo que preenche as condições de caso suspeito, do qual detecta-se no
soro o anticorpo da classe IgM contra o vírus A (anti-HAV-IgM).
 Indivíduo que preenche as condições de caso suspeito e que se identifique
vínculo epidemiológico com caso confirmado de hepatite A.
Hepatite B
 Indivíduo que preenche as condições de suspeito, o qual detecta-se:
1. Antígeno de superfície contra o vírus da hepatite B (HBsAg), e/ou
2. Antígeno IgM contra o vírus B (anti-HBc IgM) no soro.
 Óbito em que se detecte antígenos ou DNA do vírus B em tecido.
Hepatite C
 Indivíduo que preenche as condições de suspeito do qual detecta-se RNA do
HCV no soro por métodos de biologia molecular; nos locais onde não for
possível a realização desse teste poderá ser confirmado como caso o indivíduo
que tiver anti-HCV positivo por ELISA, em duas amostras diferentes e
aminotransferases (ALT) uma vez e meia maior que o limite máximo normal.
 Óbito em que se detecte antígeno ou RNA do vírus C em tecido, quando não for
possível a coleta do soro.
Casos especiais

Hepatite D
 Detecção de anticorpos contra o vírus D em indivíduo portador crônico do vírus
da hepatite B
Hepatite D
 Detecção de anticorpos da classe IgM (anti-HDV IgM) contra o vírus da hepatite
E, em pacientes não reativos a marcadores da hepatite A e B agudas.

Medidas de controle

 Em relação à fonte de infecção


 Água para consumo humano: a disponibilidade de água potável, em
quantidade suficiente nos domicílios, é a medida mais eficaz para o controle das
doenças de veiculação hídrica, como as hepatites por vírus tipo A e E. Nos
lugares onde não existe sistema publico de abastecimento de água potável, deve-
se procurar, inicialmente, soluções alternativas junto à comunidade para o uso e
o acondicionamento da água em depósitos limpos e tampados. Deve-se orientar
a população quanto à utilização de produtos à base de cloro, fervura da água e
higiene domiciliar, tais como: a limpeza e desinfecção da caixa de água, em
intervalos de seis meses, ou de acordo com a necessidade. Uma outra medida
importante, na prevenção, depende da existência de um sistema destinado ao
escoamento e depósito de dejetos de origem humana, que pode ser por meio de
fossas sépticas adequadamente construídas e localizadas, ou de enterramento,
conforme as instruções contidas no “Manual de Saneamento”, da Fundação
Nacional de Saúde. É fundamental que se faça, concomitantemente, um trabalho
educativo na comunidade, no sentido de valorizar o saneamento e o consumo de
água de boa qualidade, para prevenção de doenças de veiculação hídrica.
 Profissionais da área de saúde: ao manipular pacientes infectados, durante
exame clínico, procedimentos invasivos, exames diversos de líquidos e
secreções corporais, devem obedecer às normas universais de biossegurança:
lavar as mãos após exame de cada paciente; estar vacinado contra o vírus da
hepatite B; usar luvas de látex e óculos de proteção e avental descartável
durante procedimentos em que haja contato com secreções e líquidos corporais
de pacientes infectados; no caso de cirurgiões (médicos e odontólogos), não
realizar procedimentos cirúrgicos quando tiverem solução de continuidade, nas
mãos desinfectar/esterilizar, após uso em pacientes, todo instrumento e máquinas
utilizadas.
 Portadores: devem fazer acompanhamento médico regular.
 Comunicantes: os parceiros sexuais e contactantes domiciliares susceptíveis,
devem ser investigados, através de marcadores sorológicos para o vírus da
hepatite B, C ou D de acordo com o caso índice, e vacinados contra hepatite B,
se indicado. Indica-se utilizar preservativo de látex (camisinha), nas relações
sexuais com o parceiro sexual sabidamente infectado. Iniciar esquema de
vacinação contra hepatite B nos não vacinados ou completar esquema dos que
não completaram, imediatamente (não aguardar a realização dos testes de
marcadores).
 Usuários de drogas intravenosas: deve ser recomendado, procurar serviços de
assistência medica especializada, não utilizar seringas de forma coletiva, usar
preservativo de látex nas relações sexuais e realizar vacinação contra hepatite B.
Vale a pena salientar a possível transmissão de hepatite C por compartilhamento
de “canudos”, no ato de inalar drogas, portanto não compartilhar destes
“canudos”.
 Filhos de mães HBsAg positivo: devem receber a primeira dose de vacina
contra o vírus da hepatite B imediatamente após o nascimento ( de preferência
ate 48 horas depois); a segunda dose, aos trinta dias; e a terceira dose, aos seis
meses de idade. Quando disponível, é recomendável o uso de imunoglobulina
especifica nas primeiras 12 horas de vida após o nascimento.
 Pacientes com manifestações clínicas de hepatite viral aguda: devem ser
orientados a fazer acompanhamento na rede de assistência médica, usar
preservativo de látex nas relações sexuais e encaminhar seus contactantes para
vacinação contra a hepatite B, quando confirmada a condição de caso de hepatite
B.

 Imunização
 Vacinação contra o vírus da hepatite A: está disponível nos Centros de
Referências para Imunobiológicos Especiais (CRIE’s), estando indicada apenas
para pessoas com hepatopatias crônicas susceptíveis para a hepatite A,
receptores de transplantes alogênico ou autólogos, após transplante de medula
óssea, candidatos a receber transplantes autólogos de medula óssea, antes da
coleta e doadores de transplante alogênico de medula óssea a patologias que
indicam esplectomia. A vacina só deve ser utilizada por maiores de dois anos de
idade.
A vacina contra hepatite A é contra indicada na ocorrência de hipersensibilidade
imediata (reação anafilática) após o recebimento de qualquer dose anterior, ou de
história de hipersensibilidade aos componentes da vacina.
 Vacinação contra o vírus da hepatite B: no Brasil a vacina é utilizada para
toda a população menos de 20 anos de idade e para pessoas e grupos
populacionais com risco acrescido para hepatite B. Os seguintes grupos
populacionais devem ser vacinados: profissionais da área da saúde;
comunicantes domiciliares de portadores de HBsAg positivos; pacientes com
hemodiálise; politransfundidos; talassêmicos; hemofílicos; portadores de anemia
falciforme; neoplasias; HIV (sintomáticos e assintomáticos) e HCV; usuários de
drogas intravenosas; pessoas em regime carcerário; pacientes psiquiátricos;
homens que fazem sexo com homens; profissionais do sexo e populações
indígenas (todas as faixas etárias).
A vacina disponível é constituída de antígenos de superfícies do vírus tipo B,
obtidos por processo de DNA- recombinante. As especificações de sua composição,
via administração, conservação, dose e esquema, efeitos colaterais e contra-
indicações, estão descritas no Manual de Normas e Procedimentos do Programa
Nacional de Imunização (PNI).
 Imunoglobulina humana anti-hepatite B
Indicações: a imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB) é indicada para
pessoas não vacinadas após exposições ao vírus da hepatite B nas seguintes
situações:
1. recém-nascidos, cuja mãe tem sorologia positiva para HBsAg;
2. acidente com ferimento cutâneo ou de membrana mucosa por instrumento
perfurocortante contaminado com sangue positivo para HBsAg;
3. contato sexual com pessoa que tem sorologia positiva para HBsAg;
4. vítima de abuso sexual.
Recomenda-se a consulta da norma para os Centros de Referencia para
Imunobiológicos Especiais do Ministério da Saúde.
 Ações de educação em Saúde

É importante salientar que, além das medidas de controle específicas, é


necessário o esclarecimento da comunidade quanto às formas de transmissão,
tratamento e prevenção das hepatites virais.
O desconhecimento, eventualmente, pode também levar à adoção de atitudes
extremas e inadequadas, como queima de casas e objetos de uso não pessoal, nos
locais onde ocorreram casos de hepatites.

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