Pós- Desconhecido
G RNA Parenteral transfusional
2-4 semanas
(Quadro 1)
Reservatório
Diagnóstico Clínico
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Exames inespecíficos
Aminotransferases (transaminases): a aspartato aminotransferase (AST/ TGO) e
a alanino aminotransferase (ALT/TGO) constituem as enzimas celulares que
melhor representam os fenômenos necróticos, a que estão submetidos os
hepatócitos durante a agressão a vírus. Nas formas agudas, chegam a atingir,
habitualmente, valores até 25 vezes acima do normal, embora alguns pacientes
apresentem níveis bem mais baixos, principalmente na hepatite C. Em geral,
essas enzimas começam a elevar-se uma semana antes do inicio da icterícia e
normalizam-se em cerca de três a seis semanas de curso clínico da doença. Nas
formas crônicas, na maioria das vezes, elas não ultrapassam 15 vezes o valor
normal e, por vezes, em indivíduos assintomáticos, é o único exame laboratorial
sugestivo de doença hepática. A queda dos níveis das aminotransferases não tem
valor prognostico, uma vez que pode, representar falência progressiva do fígado
devido à destruição extensa do tecido, nos casos de hepatite fulminante.
Bilirrubinas: elevam-se após o aumento das aminotransferase e, nas formas
agudas, podem alcançar valores 20 a 25 vezes acima do normal. Apesar de haver
aumento tanto da fração não-conjugada (indireta) quanto da conjugada (direta),
esta ultima apresenta-se predominantemente. Na urina pode ser detectada
precocemente, antes mesmo do surgimento da icterícia. Sua normalização
costuma ocorrer antes das aminotransferases, exceto nas formas colestáticas.
Proteínas séricas: normalmente não se alteram nas formas agudas, no entanto,
pode haver queda pouco acentuada na albuminemia. Nas hepatites crônicas e
cirrose, a albumina apresenta diminuição acentuada e progressiva, enquanto as
globulinas, principalmente a fração gama, tendem a aumentar. O padrão
eletroforético tem grande importância no acompanhamento de casos agudos.
Fosfatase alcalina: pouco se altera nas hepatites por vírus, exceto nas formas
colestáticas, quando se apresenta em níveis elevados. Devido à presença
normalmente aumentada da fração osteoblástica dessa enzima, durante o período
de crescimento, esse aspecto deve ser considerado no acompanhamento de casos
agudos.
Gamaglutamiltransferase (GGT): é a enzima mais relacionada aos fenômenos
colestáticos, sejam eles intra e/ou extra-hepáticos. Em geral, há aumento nos
níveis da GGT em icterícias obstrutivas, hepatopatias alcoólicas, hepatites tóxico
medicamentosas, tumores hepáticos. Ocorre elevação discreta nas hepatites
virais, exceto nas formas colestáticas. Não deve ser solicitada de rotina no
acompanhamento de casos agudos.
Atividade de protrombina: em virtude da atividade de protrombina poder estar
deprimida, devido à deficiência de sais biliares, é recomendada a administração,
por via intramuscular, de 10 mg de vitamina K, pelo menos três horas antes de
sua dosagem. Se após esse procedimento houver discreto ou nenhum aumento
nos níveis anteriormente detectados, isto significará comprometimento
hepatocelular acentuado. Nas formas agudas benignas, esta prova pode sofrer
pouca alteração, assim como, nas formas crônicas, quando pode não haver
alterações significativas até às fases terminais da doença. Nos quadros de
insuficiência hepática, encontrada tanto nas formas agudas fulminantes, quanto
nas cirroses descompensadas, a avaliação da atividade da protombina adquire
suma importância, pois os níveis detectados vão decrescendo proporcionalmente
à gravidade do quadro, constituindo-se, por isso, o melhor marcador na
avaliação prognóstica.
Alfafetoproteína: não tem valor clínico na avaliação das hepatites agudas. A
presença de valores elevados, ou progressivamente crescentes, em pacientes
portadores de hepatite crônica, em geral, indica o desenvolvimento de
hepatocarcinoma, sendo, por isto, utilizada no seguimento dos portadores dos
vírus das hepatites B e C.
Hemograma: a leucopenia é habitual nas formas agudas, entretanto muitos casos
cursam sem alteração no leucograma. A presença de leucocitose sugere intensa
necrose hepatocelular ou a associação com outras patologias. Não ocorrem
alterações significativas na série vermelha. A plaquetopenia pode ser freqüente
na infecção crônica pelo HCV.
TRATAMENTO
PROGNÓSTICO
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos
Objetivos específicos
Conhecer o comportamento epidemiológico das hepatites virais quanto ao
agente etiológico, pessoa, tempo e lugar.
Identificar os principais fatores de risco para as hepatites virais.
Ampliar estratégias de imunização contra as hepatites virais.
Detectar, prevenir e controlar os surtos de hepatites virais oportunamente.
Reduzir a prevalência de infecção das hepatites virais B e C.
Avaliar o impacto das medidas de controle.
Notificação
Definição de caso
Suspeito
Casos confirmados
Hepatite A
Indivíduo que preenche as condições de caso suspeito, do qual detecta-se no
soro o anticorpo da classe IgM contra o vírus A (anti-HAV-IgM).
Indivíduo que preenche as condições de caso suspeito e que se identifique
vínculo epidemiológico com caso confirmado de hepatite A.
Hepatite B
Indivíduo que preenche as condições de suspeito, o qual detecta-se:
1. Antígeno de superfície contra o vírus da hepatite B (HBsAg), e/ou
2. Antígeno IgM contra o vírus B (anti-HBc IgM) no soro.
Óbito em que se detecte antígenos ou DNA do vírus B em tecido.
Hepatite C
Indivíduo que preenche as condições de suspeito do qual detecta-se RNA do
HCV no soro por métodos de biologia molecular; nos locais onde não for
possível a realização desse teste poderá ser confirmado como caso o indivíduo
que tiver anti-HCV positivo por ELISA, em duas amostras diferentes e
aminotransferases (ALT) uma vez e meia maior que o limite máximo normal.
Óbito em que se detecte antígeno ou RNA do vírus C em tecido, quando não for
possível a coleta do soro.
Casos especiais
Hepatite D
Detecção de anticorpos contra o vírus D em indivíduo portador crônico do vírus
da hepatite B
Hepatite D
Detecção de anticorpos da classe IgM (anti-HDV IgM) contra o vírus da hepatite
E, em pacientes não reativos a marcadores da hepatite A e B agudas.
Medidas de controle
Imunização
Vacinação contra o vírus da hepatite A: está disponível nos Centros de
Referências para Imunobiológicos Especiais (CRIE’s), estando indicada apenas
para pessoas com hepatopatias crônicas susceptíveis para a hepatite A,
receptores de transplantes alogênico ou autólogos, após transplante de medula
óssea, candidatos a receber transplantes autólogos de medula óssea, antes da
coleta e doadores de transplante alogênico de medula óssea a patologias que
indicam esplectomia. A vacina só deve ser utilizada por maiores de dois anos de
idade.
A vacina contra hepatite A é contra indicada na ocorrência de hipersensibilidade
imediata (reação anafilática) após o recebimento de qualquer dose anterior, ou de
história de hipersensibilidade aos componentes da vacina.
Vacinação contra o vírus da hepatite B: no Brasil a vacina é utilizada para
toda a população menos de 20 anos de idade e para pessoas e grupos
populacionais com risco acrescido para hepatite B. Os seguintes grupos
populacionais devem ser vacinados: profissionais da área da saúde;
comunicantes domiciliares de portadores de HBsAg positivos; pacientes com
hemodiálise; politransfundidos; talassêmicos; hemofílicos; portadores de anemia
falciforme; neoplasias; HIV (sintomáticos e assintomáticos) e HCV; usuários de
drogas intravenosas; pessoas em regime carcerário; pacientes psiquiátricos;
homens que fazem sexo com homens; profissionais do sexo e populações
indígenas (todas as faixas etárias).
A vacina disponível é constituída de antígenos de superfícies do vírus tipo B,
obtidos por processo de DNA- recombinante. As especificações de sua composição,
via administração, conservação, dose e esquema, efeitos colaterais e contra-
indicações, estão descritas no Manual de Normas e Procedimentos do Programa
Nacional de Imunização (PNI).
Imunoglobulina humana anti-hepatite B
Indicações: a imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB) é indicada para
pessoas não vacinadas após exposições ao vírus da hepatite B nas seguintes
situações:
1. recém-nascidos, cuja mãe tem sorologia positiva para HBsAg;
2. acidente com ferimento cutâneo ou de membrana mucosa por instrumento
perfurocortante contaminado com sangue positivo para HBsAg;
3. contato sexual com pessoa que tem sorologia positiva para HBsAg;
4. vítima de abuso sexual.
Recomenda-se a consulta da norma para os Centros de Referencia para
Imunobiológicos Especiais do Ministério da Saúde.
Ações de educação em Saúde