A DE “EU”
A primeira noção de pessoa que o autor identifica é a dos Pueblos, povo indígena
do México, que se organizam em forma de clãs, nessa sociedade cada pessoa, sobretudo
os homens estão ligados a comunidade e representados através de totens, ou seja, não há
ainda uma noção de eu, mas sim uma representação de uma totalidade prefigurada do clã.
Essa totalidade prefigurada significa que o clã é constituído por um certo número de
“pessoas” já definido, na qual cada pessoa irá incorporar um personagem já existente.
Outro povo que o autor considera interessante para a pesquisa são os Kwakiutl do
noroeste americano. Dentre esse povo existe uma importância muito grande para as fases
da vida, pois conforme a fase da vida de uma pessoa vai mudando, essa vai personificando
diferentes personagens, sendo nomeada com outros nomes, por exemplo: quando uma
criança chega na adolescência ela recebe outro nome.
A Índia, segundo o autor, parece ter sido a primeira civilização que teve a noção
do indíviduo, nas religiões dessa região o eu era visto como algo ilusório (Na escola
Samkhya), já no budismo o “eu”, era visto como algo divisível, que deveria ser aniquilado
no monge.
Em “A pessoa: Fato Moral” é mostrado que o sentido moral de persona vai ser
cada vez mais acrescentado a um sentido jurídico que já foi discutido, principalmente
entre os clássicos latinos e gregos entre o século II a.C. até século IV d.C. entretanto,
segundo afirma o autor a noção de pessoa ainda necessitava de uma base metafísica
segura.
É no cristianismo que a pessoa moral encontra a sua base, que ainda hoje essa
noção de pessoa está relacionada com uma noção cristã. O autor escolheu não se
aprofundar muito nesse estudo teológico, portanto o texto é bem pequeno.
No tópico VII “A Pessoa, Ser Psicólogo” Mauss reflete como a categoria de “eu”
ainda não tinha se tornado a que conhecemos hoje, isso se deve boa parte por antigamente
as sociedades estarem mais preocupadas com questões como: se a alma é una e indivisível
ou divisível e separável. Por fim, baseado na formação de pensamentos políticos e
filosóficos, que foram levantadas questões mais relevantes para estabelecer a noção de
“eu” como uma categoria.