SUMÁRIO
1.RESUMO ..................................................................................................................................... 2
2.INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 2
3.OBJETIVOS ................................................................................................................................ 4
4.REVISÃO TEÓRICA................................................................................................................... 4
4.1 TEOR DE UMIDADE ......................................................................................................................... 4
4.1.1 CONDIÇÃO PADRÃO DE REFERÊNCIA........................................................................................ 4
4.2 FLEXÃO ............................................................................................................................................ 5
5.MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................................... 7
5.1 MATERIAL UTILIZADO ................................................................................................................... 7
5.2 METODOLOGIA .............................................................................................................................. 10
6.RESULTADOS E ANÁLISES ................................................................................................... 15
6.1 PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS .................................................................................................. 15
6.2 UMIDADE MÉDIA ........................................................................................................................... 15
6.3 OBTENÇÃO DA RESISTÊNCIA DA MADEIRA ............................................................................ 15
6.4 OBTENÇÃO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE MÉDIO ............................................................. 17
6.5 OBTENÇÃO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE PARA A UMIDADE DE REFERÊNCIA (U=12%)20
6.6 COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE MEDI ÇÃO PELO TRANSDUTOR E PELA TRENA14
7.CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 22
8.REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 23
2
1. RESUMO
Diversos fatores podem interferir nas propriedades físicas e mecânicas da madeira,
como a presença de defeitos, teor de umidade, espécie da madeira, temperatura, tempo de
duração da carga, além de muitos outros. Ou seja, é necessário que sejam feitos ensaios para
melhor compreensão do comportamento da madeira analisada, a fim de que esta seja aplicada
de forma adequada de acordo com a solicitação do projeto estrutural. O ensaio inerente à
caracterização das espécies de madeira utilizadas foi conduzido conforme o Anexo B da Norma
Brasileira NBR 7190/1997, “Projeto de Estruturas de Madeira”. O presente relatório irá tratar
do ensaio de flexão não destrutivo da madeira, em que serão apresentados os materiais e
métodos utilizados no ensaio, além dos resultados e suas respectivas análises.
Palavras - chave: ensaio de flexão não destrutivo, propriedades físicas, propriedades
mecânicas, comportamento, caracterização.
2. INTRODUÇÃO
A madeira é um dos materiais mais antigos a ser utilizado em construções, mas após a
Revolução Industrial foi desprezada para o estudo de novos materiais como o aço e o concreto.
Apesar da tecnologia apresentada por esses materiais, a madeira ainda supera pelos seus
benefícios apresentados. As vantagens do uso da madeira na construção são muitas, como
exemplo: (Sangaletti, 2017)
b. Manutenção: trata - se de uma matéria - prima muito versátil que pode ser usada de
forma variada de acordo com o tipo de aplicação pretendida, além de permitir
ligações e emendas fáceis de executar.
4. REVISÃO TEÓRICA
4.1 TEOR DE UMIDADE
De acordo com a NBR 7190/1997, o projeto de estruturas de madeira deve ser feito
adotando - se uma das 4 classes de umidade especificadas na tabela 7 do item 6.1.5, como pode ser
visto a seguir:
Ainda de acordo com a NBR 7190/1997, os valores especificados nesta norma para as
propriedades de resistência e de rigidez da madeira são os correspondentes à classe 1 de umidade,
que se constitui na condição - padrão de referência, definida pelo teor de umidade de equilíbrio da
madeira de 12%.
Na caracterização usual das propriedades de resistência e de rigidez de um dado lote de
material, os resultados de ensaios realizados com diferentes teores de umidade da madeira, contidos
no intervalo entre 10% e 20%, devem ser apresentados com os valores corrigidos para a umidade
padrão de 12%, classe 1.
5
A resistência deve ser corrigida pela expressão a seguir:
3(𝑈% -12)
𝑓12 = 𝑓𝑢%[1 + ] (1)
100
E a rigidez por:
2(𝑈%−12)
𝐸12 = 𝐸𝑢%[1 + ] (2)
100
Admitindo - se que a resistência e a rigidez da madeira sofram apenas pequenas variações
para umidades acima de 20%.
4.2 FLEXÃO
A flexão simples reta se caracteriza pela ação de momento fletor em torno de apenas um dos
eixos principais de inércia, sem a presença de esforço normal. De maneira geral, nos casos de flexão
simples reta, o momento fletor é acompanhado de esforço cortante. Nas peças de madeira
solicitadas à flexão, em geral, podem ser encontradas tensões devidas à: compressão paralela às
fibras; tração paralela às fibras; cisalhamento paralelo às fibras; e, na região dos apoios, compressão
normal às fibras. Além disso, a peça sofre deformação e apresenta deslocamento de seus pontos,
como pode ser visto na imagem a seguir: (ORGANIZACAOTC, 2014)
Carga na Ruptura
Carga
* Limite Proporcional
Deformação
(3)
Onde:
δ – Deslocamento causado pela força aplicada no meio do vão;
M - Momento da carga máxima aplicada;
l - comprimento do vão;
I - Momento de inercia;
𝐸 - módulo de elasticidade na flexão estática simples reta;
7
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 MATERIAL UTILIZADO
• 6 cargas de 8 kg;
• Notebook;
• Suporte magnético de coluna reta Mitutoyo 7011S com suporte para medição (Figura 6);
Fonte: Autoral
8
Figura 4 – Extremidade de uma viga apoiada sobre um apoio metálico do segundo gênero
Fonte: Autoral
Figura 5 – Medidor de umidade indutivo Merlin PM1-E
Fonte: Autoral
Figura 6 – Paquímetro universal analógico em aço
Fonte: Autoral
9
Fonte: Autoral
Fonte: Autoral
10
5.2 METODOLOGIA
Fonte: Autoral
11
Fonte: Autoral
Tabela 5 - Deslocamentos
Medição
Medição Deslocamento
Carga Leitura Fluência inicial
Madeira Inércia final com com trena
(kg) (mm) (mm) com trena
trena (cm) (cm)
(cm)
8 -3,578
16 -7,275
C1 Menor 0,02812 93,2 91,1 2,1
24 -10,930
32 -14,600
12
40 -18,280
48 -21,990
8 -1,056
16 -2,053
24 -3,091
Maior 98,5 97,9 0,6
32 -4,113
40 -5,178
48 -6,179
8 -3,994
16 -8,016
24 -12,040
Menor 92,9 90,5 2,4
32 -16,070
40 -20,070
48 -24,140
C2
8 -1,031
16 -2,009
24 -2,997
Maior 98,9 98,1 0,8
32 -3,996
40 -4,941
48 -5,956
8 -1,416
16 -2,906
24 -4,388
Menor 94,3 93,4 0,9
32 -5,872
40 -7,350
48 -8,834
G1
8 -0,338
16 -0,694
24 -1,069
Maior 100,3 100 0,3
32 -1,434
40 -1,784
48 -2,156
8 -1,881
16 -3,797
24 -5,709
Menor 94,8 93,5 1,3
32 -7,600
40 -9,497
48 -11,380
G3
8 -0,472
16 -0,928
24 -1,366
Maior 100,5 100,3 0,2
32 -1,831
40 -2,278
48 -2,769
13
8 -6,384
16 -12,930
24 -19,660
Menor 92,9 88,7 4,2
32 -26,380
40 -33,210
48 -39,950
P2
8 -1,959
16 -3,991
24 -5,984
Maior 97,5 96,1 1,4
32 -7,966
40 -9,978
48 -11,960
8 -5,847
16 -11,780
24 -17,680
Menor 92,8 89,3 3,5
32 -23,630
40 -29,750
48 -35,680
P4
8 -1,478
16 -3,050
24 -4,600
Maior 99,2 98,3 0,9
32 -6,203
40 -7,722
48 -9,278
Fonte: Autoral
Desta forma, aguardou - se até que o transdutor de deslocamento estabilizasse para então
zerar seu valor no notebook. Feito isso, iniciou-se a aplicação dos pesos, um a um, evitando o
balançar dos mesmos e com o menor intervalo de tempo possível entre eles (como pode ser
observado na Figura 10). Após a aplicação de cada incremento de carga, aguardou - se a
estabilização dos valores de deslocamentos e os resultados foram registrados na Tabela 5.
Figura 10 – Aplicação dos incrementos de carga
Fonte: Autoral
14
Assim que todas as cargas foram aplicadas e todas as leituras foram realizadas, aferiu - se o
deslocamento total da viga por meio da trena (de acordo com a figura 11). Posteriormente,
removeu - se todos os pesos e realizou-se a leitura da fluência por meio do transdutor de
deslocamento e também manualmente, com o uso da trena. Os valores foram anotados na Tabela
4.
Fonte: Autoral
Por fim, este procedimento foi repetido para a viga C1 na posição de maior inércia, bem
como para as demais vigas.
15
6. RESULTADOS E ANÁLISES
6.1 PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS
Através dos dados obtidos, foram calculados os momentos de Inércia I x-x e Iy-y médio de
cada peça. Os valores obtidos foram catalogados na tabela abaixo.
Fazendo - se a média dos seis valores de umidade obtidos pelo aparelho de medição para
cada peça, obtêm - se os valores médios da tabela a seguir.
Fonte: Autoral
Tomando - se a madeira como material elástico, é possível obter sua resistência à flexão a
partir da equação 4 a seguir.
16
Sabendo - se que a maior carga aplicada é de 48 kg e que o momento máximo ocorre no meio
do vão de 2,80m, calculou - se, a partir da equação 5 o valor de
(5)
Os valores do Módulo de Resistência (We) foram obtidos pela razão entre o momento de
inércia à flexão da seção transversal e a distância da linha neutra à fibra. Os resultados de We
foram registrados na tabela a seguir:
Tabela 8 – Valores de We
Módulo de
Madeira Módulo de Resistência (cm³) Resistência
Médio (cm³)
Wx-x 70.988 69.732 65.519 77.647 70.971
C1
Wy-y 36.229 34.848 35.296 36.889 35.815
Wx-x 70.742 77.101 77.942 84.076 77.465
C2
Wy-y 31.854 36.759 36.725 39.674 36.253
Wx-x 107.695 117.472 112.200 111.762 112.282
G1
Wy-y 50.745 57.307 51.796 51.325 52.793
Wx-x 110.103 131.367 126.691 121.833 122.498
G3
Wy-y 54.203 66.037 61.221 59.876 60.334
Wx-x 86.458 88.647 91.135 90.897 89.284
P2
Wy-y 45.598 49.715 49.313 47.760 48.097
Wx-x 74.655 77.231 87.305 91.042 82.558
P4
Wy-y 35.313 37.966 45.493 46.657 41.357
Fonte: Autoral
A partir desses dados tornou - se possível o cálculo da flexão média (fM,m) e flexão
característica (fM,k) para cada espécie, tal que fk = 0,70.fm
17
Tabela 9 – Resistência às Flexões Média e Característica para cada espécie
Tabela
7
fM,m fM,k
Madeira Inércia
(Mpa) (Mpa)
Menor 6.231 4.362
C1
Maior 12.348 8.643
Menor 5.709 3.996
C2
Maior 12.198 8.539
Menor 3.939 2.757
G1
Maior 8.377 5.864
Menor 3.610 2.527
G3
Maior 7.330 5.131
Menor 4.953 3.467
P2
Maior 9.195 6.436
Menor 5.357 3.750
P4
Maior 10.693 7.485
Fonte: Autoral
A partir dos dados obtidos, verificou - se que as madeiras apresentam maior resistência à
flexão para a menor inércia. Para o caso analisado, constatou - se que a Cambará é a espécie mais
resistente aos esforços de flexão.
Através dos dados de deformação medidos pelo transdutor, foi possível obter os gráficos
Pxδ, para cada amostra de madeira analisada. O Módulo de Elasticidade para maior e menor
inércia foi calculado com auxílio gráfico e a partir das equações 6 e 7.
6.4.1 C1
Figura 12 - Gráfico Pxδ para a peça C1
Madeira C1
50
y = 2.097x + 0.8764
y = 7.4975x + 0.5881
Carga(Kg)
0
0 5 10 15 20 25
δ(mm)
Fonte: Autoral
18
A partir do gráfico, observa - se que tanα(x-x) = 7.4975 e tanα(y-y) = 2.0970, logo:
6.4.2 C2
Figura 13 - Gráfico Pxδ para a peça C2
Madeira C2
50
45 y = 1.9158x + 0.7399
40 y = 7.8428x + 0.3084
Carga(Kg)
35
30
25
20
15
10
5
0
0.000 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000
δ(mm)
Fonte: Autoral
A partir do gráfico, observa - se que tanα(x-x) = 7.8428 e tanα(y-y) =1.9158, logo:
6.4.3 G1
Figura 14 - Gráfico Pxδ para a peça G1
Madeira G1
50
y = 5.2018x + 0.9937
40 y = 21.21x + 1.2445
Carga(Kg)
30
20
10
0
0.000 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000
δ(mm)
Fonte: Autoral
19
A partir do gráfico, observa - se que tanα(x-x)=21.21e tanα(y-y) = 5.2018, logo:
Ex-x = 15321,497 Mpa
Ey-y =17008,912 Mpa
6.4.4 G3
Figura 15 - Gráfico Pxδ para a peça G3
Fonte: Autoral
A partir do gráfico, observa-se que tanα(x-x) = 16.861 e tanα(y-y) = 4.0614, logo:
Ex-x=11006,561 Mpa
Ey-y=10926,412 Mpa
6.4.5 P2
Figura 16 - Gráfico Pxδ para a peça P2
Madeira P2
50
y = 3.9973x + 0.1135 y = 1.1469x + 1.1906
40
Carga(Kg)
30
20
10
0
0.000 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000
δ(mm)
Fonte: Autoral
20
A partir do gráfico, observa - se que tanα (x-x) = 3.9973 e tanα (y-y) = 1.1469, logo:
Os valores alcançados para Ex-x e Ey-y estão adequados e condizentes com o proposto
pela NBR 7190.
[ ]
A peça que teve maior diferença entre os dois métodos foi a P2, com 0.205cm e 0.204cm
para a menor e a maior inércia, respectivamente. A madeira C2 também apresentou 0,204cm de
diferença entre os métodos para o eixo de maior inércia.
Porém, verificou - se que os valores de deformação pelo método do transdutor e da trena são
bastante próximos, validando a precisão do ensaio.
22
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS