I – A ESTRUTURA DO HINO
1. Primeira estrofe(1.15,16).
Apalavra grega usada no texto para “imagem” é EIKON, e isto não quer dizer que
Cristo seja uma cópia do Pai, oufigura dEle. Esta palavra comunica a idéia de que Cristo
participa da naturezade Deus, não como mera semelhança, mas ao manifestar
visivelmente e revelar comperfeição o próprio Deus, em forma humana, mostrando a
glória de Deus (2Co4.4). Como nos revela o próprio Credo Niceno, Jesus Cristo é o
“FilhoUnigênito de Deus; gerado pelo seu Pai (procedente do Pai) antes da fundação do
mundo, Deus de Deus, Luz deLuz, verdadeiro Deus de Verdadeiro Deus; gerado, não
feito; substancial comooPai”.
Cristo, como o Deus invisível, trouxe como resultado de sua encarnação a visibilidade
do Deus-homem, conhecido de todos. O apóstolo João, num contexto diferente,
registra algumas das declarações feitas por Jesus (Jo 10.30; 14.9). Nenhum outro ser,
seja material ou espiritual, pôde tomar para si tal posição. O próprio relacionamento
pessoal e especial entre Jesus e o Pai comprova a sua supremacia e divindade.
Oapóstolo Paulo não está afirmando que Cristo pertence à criação de modotemporal. A
questão defendida aqui é de primazia de função, ele ocupa oprimeiro lugar, ele ocupa a
posição de superioridade e, como já foi dito, aprimazia diante da criação, e não de
prioridade temporal (ver Fp2.10,11).
2. Segunda estrofe(1.17,18a).
Nestestextos temos, mais uma vez, o grande destaque a supremacia de Cristo a fim
demostrar que Ele é e sempre será o verdadeiro alvo de nossa adoração.
Depois de mostrar a supremacia de Cristo sobre o universo, Paulo agora revela a Sua
preeminência na igrejautilizando-se da imagem de corpo-cabeça. Esta expressão
paulina mostra-nos queCristo assume uma posição de absoluta superioridade, de
primazia exclusiva,Senhor e Líder supremo da igreja.
Nos diversos escritos gregos, inclusive nos de Platão, dos estoicos, e nos do judeu
Alexandrino Filo, há numerosos conceitos mitológicos do universo como sendo um
corpo governado por uma “cabeça”. Aqueles que adoravam aos mediadores angelicais,
atribuindo-lhe, inclusive, a posição de “cabeça”, Paulo atribui a Cristo. Esta mesma
posição dada a Cristo pelo apóstolo, é feita em sua carta aos Efésios ( Ef 1.22; 4.15;
5.23). Esse senhorio de Cristo foi o que Paulo quis demonstrar em sua epístola aos
Colossenses.
b) “Eque, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasseconsigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que
estãonos céus”.
É aBíblia quem afirma que éramos inimigos de Deus ( Rm5.10; Ef 2.15), mas que,Jesus,
só Ele, deu-nos a paz com Deus, através do derramamento do Seu sangue nacruz do
calvário (Ef 2.13,14). Os gnósticos ensinavam que apenas poucas pessoaspodiam ser
alvo da redenção, e a grande maioria de toda criação eram vistas poreles como algo
que estava destinado à simples aniquilação, numa grandeconflagração final. No
entanto, Paulo afirma, que Jesus propiciou areconciliação com Deus de “todas
ascoisas”, visto que todas elas foram afetadas pelo pecado; e isto inclui osreinos
animal, vegetal, mineral, o espaço sideral, tudo enfim, sofreu o impactoda entrada do
pecado no mundo. Contudo, é importante esclarecermos que essareconciliação “de
todas as coisas”de forma alguma dá respaldo à falsa doutrina do “universalismo”,
que prega que todos os seres serão salvos,inclusive os anjos caídos, e o próprio diabo.
Todavia, esta expressão precisaser interpretada à luz de tudo quanto Paulo ensina e,
na verdade, á luz de todoo Novo Testamento, no que concerne às doutrinas da
reconciliação e salvação. Oprincipal ponto que Paulo enfatiza é que tudo se harmonizou
“mediante” Cristo. A redenção efetuadapor Jesus que pode ser vista de forma literal é a
da humanidade (Rm3.24; Ef1.7; Cl 1.14; Hb9.12).
II– PASSADO, PRESENTE E FUTURO DO CRISTÃO
“Ao apresentar este estado presente, que nãoé só dos colossenses, mas de todo aquele
que está em comunhão com Deus, Pauloafastava toda e qualquer necessidade de os
crentes colossenses recorrerem aoutro ser que não fosse o Senhor Jesus, para terem
progresso espiritual. Todo equalquer crescimento espiritual depende, em primeiro
lugar, da existência decomunhão com Deus, algo que só é possível mediante Jesus
Cristo. Não existequalquer forma de evolução espiritual ou de progresso espiritual a
não seratravés de Cristo Jesus, o único que pode remover o pecado do
homem”(Caramuru Afonso).
Conclusão
Colaboração para o Portal EscolaDominical: Roberto José da Silva (Autor) e José Roberto da
Silva (Aux).
Bibliografia: