Colossenses 1:24-29
ESBOÇO DA LIÇÃO
I - O Mistério do Evangelho - Considerações Preliminares.
II - O Mistério do Evangelho estava prefigurado no Antigo Testamento através de símbolos.
III - O Mistério do Evangelho foi predito pelos Profetas, no Antigo Testamento.
IV - O Mistério da vocação dos gentios e o apostolado de Paulo.
V - Conclusão.
I - O MISTÉRIO DO EVANGELHO - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.
Deus, pelo Seu Espírito, deu a revelação daquele mistério a Daniel, então o Rei
Nabucodonozor declarou - “...certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o
Senhor dos reis, o revelador dos mistérios, pois pudeste revelar este
segredo”- Daniel 2:47.
Existem, na Bíblia, verdades que não foram reveladas; nestes casos não adianta o
homem tentar especular, pois, só o Espírito de Deus é quem pode revelar os mistérios
de Deus.
A Bíblia Sagrada declara que - “As coisas encobertas são para o Senhor, nosso
Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos para sempre...”-
Deuteronômio 29:29.
2 - Evangelho - Conceito
“Besorah”, no hebraico; “Evangelion”, no grego, tem osentido de Boas Novas, ou
anúncio da Salvação oferecida,gratuitamente, por Deus, através de Jesus Cristo, a
todos que crêem.A revelação do Evangelho foi uma prerrogativa do Senhor Jesus
Cristo,quando disse - “...Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda
criatura” -Marcos 16:15. Os Anjos que deram a noticia da ressurreição, nadafalaram
sobre pregar o Evangelho.
2.1 - A Origem do Evangelho
Sua origem remota. Diríamos que o Evangelho originou-se no coração de Deus e foi
colocado no seu Plano de Redenção elaborado antes da fundação do mundo,
permanecendo, contudo, em mistério, durante todo o Antigo Testamento, pois, a sua
proclamação estava na dependência da consumação da Obra Redentora de Cristo, a
qual só se completou com Sua Ressurreição. Não haveria Boas Novas se o túmulo
permanecesse fechado.
O Cristianismo é a única Religião em que o túmulo do seu Fundador está aberto, pois,
Seu Corpo não permaneceu nele - “E, no primeiro dia da semana, muito de
madrugada, foram elas ao sepulcro...E acharam a pedra removida. E,
entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus” - Lucas 24:1-3.
1 - Deus nunca surpreendeu o homem exigindo dele algo que não estivesse predito.
Deus tem um Plano e trabalha nesse Plano conforme tudo o que consta nele. Deus não
improvisa, não pega o homem de surpresa, nada faz que não esteja de acordo com Sua
Palavra.
Assim, este mistério sobre o qual se refere Paulo, dizendo - “O mistério que esteve
oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi
manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais as
riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós,
esperança da glória”- Colossenses 1:26-27; este mistério no qual a Igreja que seria
formada por Judeus e por gentios, esteve escondido “desde todos os séculos e em
todas as gerações”; este mistério que manteve oculto a verdade, de que Deus,
conforme depois afirmou Pedro, “não faz acepção de pessoas”; este mistério que
escondeu a verdade de que “...os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo
corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho...”- Efésios 3:6;
este mistério estava registrado no Antigo Testamento, através de figuras, bem como
predito em várias Profecias; porém, sendo um mistério, e não tendo chegado o tempo
de Deus para sua revelação, nem mesmo os Profetas puderam entendê-lo, embora dele
profetizassem.
Hoje, nós podemos entender visto que tudo foi revelado no Novo Testamento. Hoje nós
temos em mãos, e diante de nossos olhos, como que uma fotografia revelada, e
retocada.
Podemos ver e entender, com perfeição, todas as imagens que, no Antigo Testamento
estavam registradas através de sombras, como no negativo, ou na chapa de uma foto
não revelada. Sabia-se que estava lá, dava para perceber os contornos, mas, não se
conseguia decifrar a imagem e seus detalhes, com clareza.
Para não ser muito extensivo, vamos considerar, aqui, apenas um exemplo no qual
este mistério foi prefigurado, porém, mantido oculto “desde todos os séculos e em
todas as gerações”.
Consideremos o Casamento de José com Asenate, uma jovem gentia.
José, seguramente, é, talvez, a figura mais perfeita, ou que melhor se identifica com a
pessoa de Cristo, senão vejamos - “E chamou Faraó o nome de José, Zafenate-
Panéia, e deu-lhe por mulher a Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om, e saiu
José por toda a terra do Egito”- Gênesis 41:45. O nome de José foi mudado para
Zafenate-Panéia, que significa “Salvador do mundo”
Seu casamento com Asenate aconteceu no período em que ele tinha sido rejeitado
pelos seus irmãos, aqui, simbolizando a rejeição de Jesus pelos judeus, período este
em que os gentios, tipificados em Asenate, a noiva que não era judia, foram
chamados para a formação da Igreja.
Nesta figura do Casamento de José, hoje, depois que O Mistério do Evangelho foi
revelado - “...mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as
gerações e que agora, foi manifesto aos seus santos”, podemos, com clareza,
entender a inclusão dos gentios na Família de Deus e no Seu Plano de Redenção.
Paulo estava procurando levar os Colossenses a considerar o privilégio por eles
alcançado através da aceitação da Pessoa de Cristo, pois, a eles - “...Deus quis fazer
conhecer quais as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é
Cristo em vós, esperança de glória”. “Cristo em vós”, e não apenas com eles, ou
seja, Cristo habitando no coração de cada um dos seus santos.
Paulo escrevendo aos Coríntios, que eram também gentios como os Colossenses,
afirmou - “...Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: neles
habitarei, e entre eles andarei: e eu serei o seu Deus e eles serão o meu
povo”- II Coríntios 6:16. Isto é o que Paulo chama de “Cristo em vós”.
O Profeta Isaias falou deste Mistério - “...Eu te guardarei, e te darei por aliança
do povo, e para luz dos gentios”- Isaias 42:6. “...Também te darei para luz dos
gentios, para seres a minha salvação até as extremidades da terra”- Isaias 49:6.
O Profeta Daniel falou deste Mistério - “Foi lhe dado o domínio, a honra e o
reino; todos os povos, nações e línguas o adoraram...”- Daniel 7:14.
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, aos
santos e irmãos fiéis em Cristo que estão em Colossos...”- Colossenses 1:1.
Paulo tinha consciência de sua chamada Ministerial para ser Apóstolo de Jesus Cristo
entre os gentios, conforme o próprio Jesus havia declarado - “...este é para mim
um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios...”- Atos 9:15.
Paulo entendeu a sua chamada e qual era o seu Ministério. O homem de Deus precisa
entender sua chamada, bem como para que foi chamado.
Também os demais Apóstolos entenderam que a missão de Paulo era entre os gentios,
ou os da incircuncisão, conforme declarou ao escrever aos Gálatas - “...antes, pelo
contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado,
como a Pedro o da circuncisão porque aquele que operou eficazmente em
Pedro para o apostolado da circuncisão , esse operou também em mim com
eficácia para os gentios”- Gálatas 2:7-8. Assim, enquanto a missão de Pedro era entre
os judeus, a de Paulo era entre os gentios.
Nenhum outro dos Apóstolos entendeu mais do que Paulo O Ministério do Evangelho
no que se refere aos gentios. Ele fora chamado para ser Apóstolo dos gentios.
Quando o Senhor chama, também prepara. Assim, o Senhor Deus deu a Paulo a
revelação completa do mistério que, até então, envolvia os gentios.
O próprio Paulo declarou esta verdade, escrevendo aos Efésios - “Por esta causa, eu,
Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios, se é que tendes
ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como
me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos
escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do
mistério de Cristo, o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos
homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito Santo aos seus santos
apóstolos e profetas, a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um
mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho... A mim,
o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os
gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo”-
Efésios 3:1-8.
Diríamos que nem todo que diz Ser Ministro, pode, com sinceridade, fazer sua esta
declaração de Paulo - “...eu estou feito ministro segundo a dispensação Deus,
que me foi concedida para convosco, para cumprir a Palavra de Deus”, ou,
como diz A Bíblia, na Linguagem de Hoje - “E Deus me escolheu para ser servo da
Igreja e me deu uma missão que devo cumprir em favor de vocês. Essa missão é
anunciar, de modo completo, a mensagem dele”.
Aqui a expressão Ministro foi substituída pelo vocábulo “servo”, isto porque
“ministro”, no seu sentido original e bíblico, significa, exatamente, servo, ou servidor.
Entre nós o sentido da expressão “ministro”, evoluiu e passou a significar uma pessoa
de alta posição.
É claro que ser um servo escolhido por Deus para servirna Igreja é muitomais
importante que ser Ministro de Estado, escolhido por um homem, para administraros
negócios do mundo.
Ministro, na Igreja, não tem o mesmo sentido de Ministro, no mundo. O Senhor Jesus
disse - “...Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se
assenhoreiam...mas, entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós,
quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o
primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para
ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”- Marcos
10:42-45.
Ser Ministro, segundo Paulo, significava regozijar-se, ou sentir alegria em ter que
sofrer por causa dos problemas que afetavam a Obra de Deus, ou a vida dos irmãos, e
de poder identificar-se com Cristo nas aflições, pela Igreja.
Escrevendo aos Coríntios, Paulo após falar de seus sofrimentos físicos, pelo fato de
ser Ministro - II Coríntios 11:23-27, falou depois de seus sofrimentos e aflições
interiores, ou da alma, dizendo - “Além das coisas exteriores, me oprime cada dia
o cuidado de todas as Igrejas. Quem enfraquece, que eu também não
enfraqueça? Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha
fraqueza”- II Coríntios 11:28-30.
Paulo tinha consciência de que o exercício do Ministério, ou o Cargo de Ministro, na
Igreja, tinha o sentido de servir, tal como dissera Jesus - “O Filho do Homem
também não veio para ser servido, mas para servir”. Paulo era um Ministro feito
por Deus.
Paulo é, sem dúvidas, um exemplo bíblico para todo Ministro também feito por Deus,
pois, Deus continua levantando Ministros para servirem Sua Igreja - “E ele mesmo
deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e
outros para pastores e doutores”- Efésios 4:11.
Assim as convicções que Paulo demonstrou ter, precisam ser as mesmas que os
Ministros, de hoje, também devem possuir.
3.6 - Paulo tinha convicção de que o Ministério não era um meio para adquirir
riquezas, ou uma Profissão
“De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste”- Atos20:33. “...porque já
aprendi a contentar-me com o que tenho...”-Filipenses 4:12. Ministério é vocação,
não é profissão;Ministério não pode ser visto como um meio de enriquecimento. Esta é
umaconvicção que todo Ministro feito por Deus precisa ter.
3.7 - Paulo tinha convicção de que ser Ministro requer sacrifício e renúncia.
“Regozijo-me, agora, no que padeço por vós...”. Elenão disse - regozijo-me pelo
que recebi de vós, mas, sua alegriaera por poder sofrer pela Obra de Deus, por poder
se identificar com Cristo nassuas aflições.
Foi este espírito de sacrifício e de renúncia que ele procurou transmitir ao jovem
Obreiro, Timóteo - “Sofre pois, comigo, as aflições como bom soldado de
Cristo”- II Timóteo 2:3. “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos...” II
Timóteo 2:10.
Um Ministro feito por Deus precisa ter esta convicção de que o exercício de Seu
Ministério requer sacrifício e renúncia.
É claro que muitos outros exemplos úteis podem ser extraídosdo Ministério de Paulo,
pois, ele era Um Ministro feito por Deus.
Não sendo nosso assunto central, não vamos analisar esta classe de ministros que não
é feita por Deus. Vamos apenas citar, de forma superficial, para que se possa entender
a razão de tantos desacertos, e até escândalos, que acontecem nos meios evangélicos,
quase sempre provocados por esta categoria de Ministros.
Assim são também os Ministros Biônicos. Biblicamente, não tendo sido feitos por
Deus, não possuem legitimidade como Ministros. São, na verdade, Falsos
Obreiros.
São homens, na expressão de Paulo - “...amantes de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos...traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a
eficácia dela. Destes afasta-te”- II Timóteo 3:1-9.
São homens que fazem do Ministério uma Profissão, um meio de satisfazer sua
vaidade, e de enriquecimento.
Estes Obreiros Biônicos torcem a verdade, de acordo com seus interesses; procuram
pregar somente o que o Povo quer ouvir, por isto Pedro afirma que - “...muito
seguirão suas dissoluções...”-Pedro 2:2.
Não são Ministros feitos por Deus, como foi Paulo, mas, são “Ministros” feitos
pelo homem. Eles estavam em Colossos; eles estão, ainda, em nossos dias!
V - CONCLUSÃO