Um livro escrito por dentro e por fora e selado com sete selos.
“E vi na mão direita daquele que está sentado no Trono um livro selado com 7 selos”
“E vi um anjo poderoso proclamando em voz alta, Quem é digno de abrir o Livro e romper seus selos?
Todas as religiões conservaram a lembrança de um livro primitivo escrito em símbolos velados pelos
sábios dos primeiros tempos do mundo, e cujos símbolos, simplificados e vulgarizados mais tarde,
forneceram à Escritura suas letras, ao verbo seus sentido, a Filosofia Oculta seus signos misteriosos e
seus pentáculos.
Este livro, atribuído ao deus Thot pelos egípcios, a Enoch pelos Hebreus e a Cadmo pelos gregos se
constituiu no resumo simbólico da tradição primitiva que viria a ser chamada de Qabalah.
O Tarô é o livro inspirador de todos os livros sagrados dos povos antigos; é a chave de todas as potencias
e de todos os dogmas, e a precisão analógica de suas figuras e de seus números, o instrumento de
adivinhação mais perfeito. Os oráculos deste livro são sempre verdadeiros e mesmo quando nada
predizendo sempre revelam coisas ocultas e oferece àqueles que o consultam os mais sábios conselhos.
Sem o Tarô, a Magia dos antigos seria para nós um livro fechado e nos seria impossível penetrar
qualquer dos grandes mistérios da Qabalah. A transmutação das trevas em luz é o primeiro e o mais
importante de todos os Arcanos da Grande Obra.
Por meio desta chave universal do simbolismo todas as alegorias da Índia, do Egito e de Judéia se fazem
claras. Os santuários já não apresentam mistérios e pela primeira vez se compreende o significado dos
objetos de culto dos hebreus.
Equivocadamente muitas pessoas classificam ao Tarô segundo o tipo de operação que realizam. Por
exemplo, muitos dizem saber Tarô astrológico, outros o Tarô cabalístico e assim por diante.
Nada existe mais distante isso a respeito do verdadeiro sentido do Tarô. Não se pode classificar o Tarô
em diferentes tipos, na verdade o Tarô é Qabalah e Astrologia atuando através das operações
adivinhatórias e dos muitos outros usos mágicos que ele contempla.
O Tarô é uma arte adivinhatória. Por adivinhatória pretendemos nos referir ao contato com as
divindades. De fato, uma vez que em toda operação mágica de Tarô, que está bem esta velada a partir
dos devidos processos mágicos, o operador é intermediário entre as divindades e aquele que busca
determinada informação ou conselho com respeito a algum assunto.
No entanto, olhar o estudo do Tarô com o único propósito de ser utilizado para consultas é subestimar a
sua importância, pois o seu valor mais importante reside em seus outros aspectos. O Tarô é um
excelente método de autoconhecimento e também do conhecimento do Universo uma vez que o
conhecimento deste está relacionado com o autoconhecimento. Ele também é de extrema importância
no estudo da Qabalah mágica, dos temas astrológicos, e do estudo para se entender os arquétipos
inconscientes que estão aguardando serem despertados e se tornarem as bases de nossa iniciação.
O estudo do Tarô implica ademais o maravilhoso mundo da compreensão dos símbolos, das cores, das
posições e qualidades.
Tal vez, não há melhor definição para o Tarô que esta: “O Tarô é a representação pictórica da Árvore da
Vida”, é claro então que se deve entender a Árvore da Vida como um grande símbolo do Universo.
Existem muitos significados para a palavra Tarô/Tarot. Alguns dizem que existe uma relação do Tarot com
a TORAH hebraica, a Lei, outros dizem que se relaciona com ThROA, a Porta.
A partir das suas primeiras quatro letras TARO podemos, efetuando combinações, obter: ORAT – o
homem que reza, ATOR – A Grande Mae (Hathor, Athor ou Ator e não como Isis), TARO – o que faz girar
e ROTA – a roda da Vida e da Morte.
O baralho de Tarô contem 78 cartas, geralmente divididas em dois grupos: 22 cartas chamadas Arcanos
Maiores ou Athus e as 56 restantes chamadas Cartas ou Arcanos Menores.
Mas, tal vez, uma melhor divisão do Tarô em relação ao seu aprendizado e compreensão seja aquela que
divide as 78 cartas em três grupos: 22 Athus ou Arcanos Maiores, 16 cartas Cortesãs e 40 Cartas
Menores. Por sua vez, podemos dividir cada grupo em subgrupos para um perfeito conhecimento.
Os Arcanos Maiores
Os 22 Arcanos Maiores estão relacionados com as 22 letras do alfabeto hebraico e também aos 22
Caminhos da conexão entre as 10 Sephiroth da Árvore da Vida. Assim, cada Athu tem correspondência
com cada uma das 22 forças do Universo. Estas 22 forças do Universo foram estabelecidas e podem ser
vistas na RosaCruz de 22 pétalas, onde se representa a cada pétala com uma letra do alfabeto hebraico.
Os 22 Athus dividem-se em três grupos: Três letras chamadas Mães, que correspondem a três Arcanos,
sete letras chamadas Duplas (porque tem uma duplo som de pronúncia) que se relacionam a 7 Arcanos,
e por ultimo 12 letras chamadas Simples e relacionadas com os 12 Arcanos restantes.
Os 3 Athus de letras Mães estão representadas pelas três pétalas interiores e centrais da Rosacruz. Os 7
Athus de letras Duplas se estão representadas pelas 7 pétalas intermediários da Rosacruz. E finalmente,
os 12 Athus de letras Simples constituem os 12 pétalas exteriores da Rosacruz.
Cada Athus corresponde ao nome de uma carta, isto é, cada carta tem seu nome externo e um nome
interno ou de Chave do Liber T.
Também devemos ter em conta que os Arcanos Maiores estão numerados de 0 ao número 21.
0_O Louco
XII_O Enforcado
XX_O Juizo
I_O Mago
II_A Sacerdotisa
III_A Imperatriz
XVI_A Torre
XIX_O Sol
IV_O Imperador
VI_Os Enamorados
VII_O Carro
VIII_A Força
IX_O Eremita
XI_A Justiça
XIII_A Morte
XIV_A Temperança
XV_O Diabo
XVII_A Estrela
XVIII_A Lua
Por sua vez as correspondências entre as letras e os diferentes nomes de a Chave são os seguintes:
VI_Os Namorados. Os Filhos da Voz Divina, os Oráculos dos Deuses Poderosos, Zayin.
VII_O Carro. O Filho do Poder das Aguas, O Senhor do Triunfo da Luz, Chet.
VIII_A Força. A Filha da Espada Flamejante, a Guia do Leão. Tet.
XIII_A Morte. O Filho dos Grandes Transformadores, O Senhor das Portas da Morte. Nun.
XV_O Diabo. O Senhor das Portas da Matéria, O Filho das Forças do Tempo. Ayin.
XVIII_A Lua. A Governadora do fluxo e do refluxo, a Filha dos Filhos dos Poderosos. Qoph.
Cartas Cortesãs
As Cartas Cortesãs são 16 e estão divididas em 4 grupos de acordo com os diferentes tipos de figuras: Os
Reis, As Rainhas, Os Príncipes (Valetes) e as Princesas (Damas).
Além disso, cada grupo de figuras apresenta quatro tendências. Isto se refere aos quatro naipes do
baralho do Tarô: Os Bastões (Paus), As Taças (Copas), As Espadas (Espada) e os Pentáculos (Ouros).
Então ao analisarmos uma figura devemos levar em conta as duas tendências que ela contem, ou seja,
qual figura cortesã ela é e, qual o seu naipe.Assim poderemos compreender sua atividade e também
relaciona-la com os dos identificadores (forma pela qual se pode identificar as formas humanas e suas
atividades em uma operação).
Tomemos por exemplo ao Rei de Bastões, por ser Rei ele se localiza em Chokmah e, por ser de bastões se
relaciona ao Mundo de Atziluth. Então o Rei de Bastões se localiza e se identifica com a atividade de
Chokmah no Mundo de Atziluth.
É importante se estudar as 16 figuras cortesãs pois é através deste estudo que se pode entender o
processo do concurso das forças elementais.
Nomes de Chave das Cartas da Corte:
Rei de Copas. O Senhor das Ondas e das Águas e o Rei dos Exércitos da Mar.
Rei de Espadas. O Senhor do Vento e das Brisas, o Senhor dos Espíritos do Ar.
Rei de Pentáculos. O Senhor da Terra Extensa e Fértil, o Rei dos Espíritos da Terra.
Cartas Menores
As 40 cartas Menores podem ser divididas em dois grupos: o grupo dos quatro Ases e um grupo com as
36 Cartas Restantes, isto é, as cartas de 2 a 10 para cada um dos quatro naipes.
Os quatro naipes se relacionam com os quatro mundos em que a Qabalah divide o Universo.
A localização na Árvore da Vida das Cartas Menores não é muito complicada dado que a sua localização
se dá de acordo a numeração da Carta a qual se relaciona com a Sephirah de mesma numeração. É claro
que o mundo vai depender do naipe de cada carta.
Se das 40 cartas Menores descartamos os Ases então as 36 cartas restantes se relacionam com os 36
decanatos zodiacais.
Os Decanatos zodiacais começam a ser contados a partir do primeiro grau do Signo de Leão e de acordo
a localização da estrela Régulos. Começando então a partir Régulos segue uma sequência de
identificação de cada decanato, de acordo com os planetas correspondentes aos Sephiroth da Árvore da
Vida. A única alteração que acontece diz respeito a repetição do ultimo decanato de Peixes e o primeiro
decanato do signo de Aries, onde Marte é quem rege.
Respeita-se a localização das cartas, segundo seu naipe, nos signos zodiacais correspondentes a sua
Natureza Elementar.
Os Ases se localizam na roda zodiacal coroando os seus respectivos quadrantes astrológicos. Assim, o As
de Bastões estará em seu poder no quadrante correspondente ao Kerub Leão, e comandará aquele
quadrante. O As de Taças se localizará no quadrante do Kerub de Águia, o As de Espadas no quadrante
do Kerub Anjo e o As de Pentáculos no quadrante do Kerub Touro.
O Tarô se relaciona com qualquer forma do Ocultismo, especialmente com a Qabalah e a Astrologia as
quais se constituem na sua base.
Além disso pode-se relacionar ao Tarô com a Numerologia, a Geomancia e inclusive até com métodos
Orientais como o I Ching.
Dentro da Ordem Hermética da Aurora Dourada, assim como em outras Escolas Iniciáticas dos Mistérios
de Ocidente, são realizados numerosos rituais mágicos empregando os Arcanos do Tarô.
Piedade para aqueles que se empenham em macular tão sublime Arte, para aqueles que fazem do Tarô e
sua pratica apenas um jogo de enganação e embuste.
O Tarô deve ser estudado e praticado com o objetivo de se a própria iluminação e como fonte de
conselho e de ajuda ao próximo.
Exercitemos nossas faculdades se falsea-las, pois tudo é possível àquele que deseja somente o que é
verdadeiro.