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BME – Apostila 1 2
Várias são as operações físicas de interesse da indústria química. As concentração por flotação) e ter a granulometria conveniente (operações de
principais são (ver Perry e Chilton): moagem e classificação) já que isto influenciará decisivamente a cinética da
Transporte e armazenamento de fluídos (bombeamento, compressores, reação. Já o ácido deve estar na concentração desejada (operações de
sopradores, tubulações, válvulas, tanques) concentração ou diluição em H2 O) e eventualmente na temperatura definida
Manipulação de sólidos a granel e embalados (esteiras, transporte pneumático (operação de troca térmica). As duas matérias primas principais necessitarão
e fluidizado, armazenamento) ser transportadas até o reator na dosagem certa, definida pela estequiometria e
Cominuição e aglomeração (britagem, moagem, agregação, granulação) pela cinética: o mineral por ser sólido poderá ser transportado através de
Produção e transporte de calor (combustíveis, fornos, combustão, geração e correias e elevadores de caneca até o alimentador, enquanto o ácido sulfúrico
transmissão de energia) deve continuamente ser alimentado ao reator através de bombas especiais,
Equipamentos de transferência de calor (evaporadores, trocadores de calor) dentro de uma faixa de vazões controladas. Decorrida a reação teremos o
Condicionamento de ar e refrigeração ácido, o sulfato de cálcio e outras substâncias. É necessário, portanto, separar-
Destilação se o produto (H3 PO4 ) dessas demais substâncias. O processo convencional
Absorção de gases prevê a filtração à vácuo. A torta do filtro é formada pela fase sólida da
Extração em fase líquida mistura, enquanto o filtrado se constitui em um H3 PO4 diluído. Como não se
Adsorção e troca iônica pretende vender nem transportar água, dentro de certos limites, o ácido diluído
Diversos processos de separação (lixiviação, cristalização, sublimação, deverá ainda ser concentrado (através de evaporação) antes da
difusão,...) comercialização. Novamente entre a saída do reator e o destino do produto e do
Sistemas líquido-gás (equipamentos de contato e separação)(contato gás- rejeito, ocorrem as necessárias operações de transporte.
líquido, dispersão e separação de fases) Em linguagem de engenharia química, todo este texto descritivo é
Sistemas líquido-sólido (equipamentos de contato e separação)(filtros, substituído por um desenho esquemático chamado de fluxograma (flow chart).
centrífugas, misturadores, agitadores) Utilizando-se blocos, outros símbolos que representem unidades de processo
Sistemas gás-sólido (equipamentos de contato e separação)(secadores, leitos (reatores, destiladores, evaporadores, etc...) e linhas que indicam os caminho
fluidizados, separadores) de fluxo das matérias primas e dos produtos, descreve-se o processo de forma
Sistemas líquido-líquido e sólido-sólido (equipamentos de contato e separação simples e objetiva, através de uma coordenação seqüencial que integra as
(misturadores, peneiração, flotação, separação eletrostática) unidades de conversão química (reatores) às demais unidades de operações
físicas (chamadas classicamente de operações unitárias).
Suponhamos, como exemplo, a obtenção de ácido fosfórico a partir de O material que entra em uma dada unidade de processo é chamado de
minério fosfático através do processo chamado de via úmida. Através dele, o alimentação (“input” ou “feed”) e o que a deixa é chamado de produto
concentrado fosfático (fluorapatita) reage com ácido sulfúrico concentrado, (“output” ou “product”).
dentro da seguinte estequiometria: O diagrama de blocos é, na verdade, o fluxograma mais simples, que
indica as principais unidades de processo e traz informações sobre as variáveis
CaF2 .3Ca 3 (PO4 )2 + 10H2 SO4 + 20H2O → 10CaSO4 + 2H2O + 2HF↑ + 6H3PO4 de processo principais. Um fluxograma mais elaborado traz mais detalhes
como o dimensionamento dos equipamentos, as malhas de controle
É claro que para que a reação aconteça, as matérias primas precisam ser automático, os materiais de construção e outras informações importantes.
trabalhadas para entrarem no reator dentro das características técnicas Como exemplo de fluxogramas, observe a figura que segue. Um
especificadas (definidas a partir das pesquisas). Assim o concentrado fosfático, diagrama de blocos indica de modo bem simples o processo de obtenção de
que além da fluorapatita (portadora de fósforo) contém outros minerais que ácido fosfórico descrito anteriormente.
atuam como impurezas deverá ter o teor adequado de P2O5 (operação de
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BME – Apostila 1 3
3. Unidades e Dimensões
Detalhes sobre os diferentes tipos de fluxogramas serão vistos pelos Uma dimensão é uma propriedade que pode ser medida, como:
alunos no decorrer do curso de engenharia. Por ora nos contentaremos com os comprimento; tempo; massa; temperatura
fluxogramas mais simples que nos auxiliarão em muito na resolução de Ou calculada, pela multiplicação ou divisão de outras dimensões:
problemas básicos de engenharia química. velocidade (comprimento/tempo)
volume (comprimento x comprimento x comprimento)
Exercícios
1. No Brasil principal fonte de obtenção de álcool é a partir da cana -de- 3.1. Conversão de unidades
açúcar, através de um processo bioquímico que envolve a fermentação
anaeróbia do caldo de cana por microorganismos. Partindo da cana, quando Para converter uma quantidade expressa em termos de uma unidade para
esta entra na usina, imaginem quais deveriam ser os processos unitários seu equivalente em termos de outra, multiplica-se a dada quantidade pelo fator
necessários até a produção de álcool. Descreva o processo através de um de conversão (nova unidade/velha unidade).
diagrama de blocos simplificado.
Por exemplo: para converter 36 in no seu equivale nte em ft,
2. Procure nas enciclopédias de tecnologia química, o processo de fabricação escreveremos:
de poliéster. Copie o fluxograma procurando identificar as diferentes operações 1 ft
envolvidas. 36 in ⋅ = 3 ft
12in
2. A análise dos Processos Químicos Note como as velhas unidades se cancelam, permanecendo a unidade
desejada.
Dada uma unidade de processo ou um processo como um todo o Para evitar-se erros, convém escrever todas as unidades e verificar se as
problema básico é calcular as quantidades e propriedades dos produtos a partir velhas se cancelam.
das quantidades e propriedades das matérias primas ou vice-versa.
Este curso objetiva a apresentação de um abordagem sistemática para a Observe:
resolução de problemas deste tipo. A partir das variáveis em jogo, chamadas de
variáveis de processo, cujas principais serão apresentada e discutidas aqui,
36 in (121 ftin ) = 432 inft
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BME – Apostila 1 4
Errado, já que não era isso que nós gostaríamos de calcular. quantidade de substância = grama-mol ou g-mol
Para unidades compostas, o procedimento é o mesmo. Unidades Derivadas:
Exemplo: Converter a aceleração 1 in/s2 em milhas/ano2 volume: litro l L=0,001 m3
força: newton 1 N=1 kg.m/s2
Dados: 1h = 3600s, 1 dia = 24 h, 1 ano = 365 dias pressão: pascal Pa=1 N/m2
1ft = 12 in, 1 milha = 5280 ft, então energia, Joule 1 J=1 N.m = 1 kg.m2 /s2
trabalho: caloria -grama 1 cal=4,184 J
2 2 2
1 in 3600 s 24 h 365 dias 1 milha 1ft potência: watt 1 W=1J/s = l kg.m2 /s3
s 2 1h 1 dia 1 ano 5280 ft 12 in Há ainda, outros sistemas de unidades.
O CGS, como a própria sigla diz, se baseia no centímetro (cm), grama(g)
(3600 x 24 x 365 )2 milha
= 1.57.1010 milhas/ano2
e segundos (s). É semelhante ao SI.
12 x 5280 ano 2 As diferenças, além do comprimento e da massa, são as unidades de
força, pressão, energia, a saber:
- força: dina =1 g.cm/s2
3.2. Sistemas de Unidades
- pressão: dina/cm2
- energia: erg=1 dina.cm
Um sistema de unidades se compõe de:
O sistema Americano de Engenharia (AES) define as seguintes unidades
a) Unidades Básicas : que são as unidades para as dimensões básicas; a saber:
básicas:
massa, comprimento, tempo, temperatura, corrente elétrica e intensidade
- comprimento: 1 foot (ft = pé)
luminosa. Ex: segundo
- massa: libra-massa (lbm)=pound-mass
b) Unidades Múltiplas: múltiplos ou frações das unidades básicas. Por
- tempo: segundo (s)
exemplo: para a unidade básica segundo, temos como unidades múltiplas: h,
min, milisegundos. Ele possui 2 problemas:
- não é múltiplo de 10, já que 1 ft=12 in;
c) Unidades Derivadas
a definição da unidade de força.
c.1) obtidas pela multiplicação ou divisão das unidades básicas ou múltiplos
De acordo com a 2a Lei de Newton
(cm.cm; ft/min; kg.m/s2 ), chamadas de compostas, ou
F =m.a/gc
c.2) como equivalentes a unidades compostas como o erg=1g cm2 /s2 ou
Unidades naturais da força seriam, portanto
1 l bf=32,174 lbm.ft/s2 SI : kg.m/s2
CGS: g.cm/s2
A.E.S.: lbm.ft/s2
SI(1960)
comprimento = metro (m) Nos dois primeiros sistemas, a unidade de força é definida em função de
massa = quilograma (kg) suas unidades naturais. Daí:
tempo = segundo (s) SI : 1N = 1 Kg.m/s2 (natural)
temperatura = graus Kelvin (K) CGS : 1 dina = 1 g.cm/s2 (natural)
corrente elétrica = ampére A (amp)
intensidade luminosa = candela (Cd)
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BME – Apostila 1 5
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BME – Apostila 1 6
A recíproca desta regra não é verdadeira: isto é, uma equação pode ser A função exponencial só se aplica a números puros (função
dimensionalmente homogênea e não ser válida. transcendental), logo 20.000/1,987 T é um adimensional. Daí a unidade de l,2
Ex.: 2M = M x l05 é a mesma de k, a saber, l.2 x l0 5 mol/cm3 .s
− 20.000
Exemplo Para que seja adimensional, temos:
1,987 T
Considere a equação:
D(ft) = 3 t(s) + 4 cal 1 1 mol K
− 20.000
se a equação é válida, quais são as unidades das constantes 3 e 4? mol T (K) 1,987 cal
Obtenha uma equação para D em metros e t em minutos logo, 1,987 cal/mol.K
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BME – Apostila 1 7
(5,2x10-4 )(0,1635x107 )/(2,67) = 318,426966 = 3,2x102 = 320 4.1. Massa, Volume e Densidade
(2) (4) (3) (9)
A densidade (ρ) de uma substância é a massa por unidade de volume da
Para a adição ou subtração temos: "Quando 2 ou mais números são substância (kg/m3 , g/cm3 , lbm/ft3 , etc...)
adicionados ou subtraídos, a posição do último algarismo significativo de cada ~
O volume especifico (V ) é o volume por unidade de massa (m3 /kg,
número deve ser comparada. Dessas posições, aquela mais à esquerda é a
ft3 /lbm), e, portanto, o inverso da densidade.
posição do último algarismo significativo permissível na soma.
Densidade de sólidos e líquidos puros são relativamente independentes da
temperatura e da pressão e podem ser encontradas em referências padrões
(Perry e Chilton, 3-6 a 3-44).
Métodos para determinar densidades de gases e misturas de líquidos,
serão apresentados posteriormente em outros cursos.
A densidade de uma substância pode ser usada como um fator de
conversão para relacionar massa e volume.
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BME – Apostila 1 8
A referência mais comumente usada para sólidos e líquidos é a água a A vazão de uma corrente de processo pode ser expressa em termos de
4,0ºC, onde massa (vazão mássica, m& , dada em massa/tempo) ou em termos de volume
(vazão volumétrica, V& dada em volume/tempo).
ρ ref (H2 0, 4o C) = 1,000g/cm3 Suponha um fluido (gás ou líquido) fluindo através de um tubo
= 1000 kg/m3 cilíndrico como mostrado abaixo, onde a área hachurada representa a seção
= 62,43 lbm/ft3 perpendicular à direção do fluxo. Se a vazão mássica do fluido é m& =m/t
20 0 (kg/s), então em todo segundo m quilogramas de fluido passam através da
A notação SG = 0,6 0 , significa que a SG de uma substância a 20ºC & =V/t (m3 /s), então em
4 seção. Se a vazão volumétrica do fluido nessa seção é V
com referência à água a 4ºC é 0,6. todo segundo V metros cúbicos de fluido passam através da seção. Entretanto
Existem outras unidades particularmente usadas na indústria de petróleo, & eV
m & não são quantidades independentes, mas se relacionam através de ρ.
como: &
ρ = m/V = m& / V
Bé (Baumé) Freqüentemente é medido V & , calculando-se m
& a partir de ρ
∆PI (∆P.I.)
Tw (Twaddell)
Suas definições e fatores de conversão são dados no Perry, p.1-28
Exercício
Calcule a densidade do Hg em lbm/ft3 a partir dos dados tabelados de
densidade especifica, e calcule o volume em ft3 ocupados por 200Kg de Hg. b) Medidores de Vazão
Segundo o Perry e Chilton – pg. 3-17 Um medidor de fluxo ("flow meter") é um aparelho montado em uma
linha de processo para fornecer uma leitura continua da vazão na linha. Dois
tipos comuns são mostrados abaixo. Outros tipos são mostrados em Perry e
SG 20Hg = 13,546 , portanto,
ºC
Chilton, pg. 5-8 a 5-17.
ρ Hg (13,546).(62,43 lbm/ft3 ) = 845,64 lbm/ft3 O rotâmetro é um tubo vertical com escala, de forma cônica contendo
dois orifícios para entrada e saída do fluido, que continuamente o atravessa
1 lbm 1 ft 3 movimentando um flutuador.
V = 200 kg = 0,521 ft 3
0,454 kg 845 ,7 lbm
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BME – Apostila 1 9
O fluido perde pressão ("pressure drop") ao atravessar o orifício. Essa queda é Exercício:
medida com um manômetro diferencial ( a ser discutido) e varia com a vazão: Converter 1 lb-mol de uma substância de peso molecular M em g-mols.
quanto maior a vazão, maior a perda de pressão (ou perda de carga) que é, na M lbm 454 g 1 g - mol
Solução: 1 lb - mol = 454 g - mol
1 lb - mol 1 lbm M g
maior parte, regenerada !! ("vena contracta").
4.3. Composição química Um g-mol de uma espécie contém 6,02x1023 moléculas da espécie
(Avogadro).
a) Mol e Massa Molecular ("molecular weight") Exercício: Qual a quantidade de cada uma das substâncias abaixo está contida
O peso atômico ou massa atômica de um elemento é a massa de um em 100 lbm CO2 (M=44)?
átomo numa escala que define o isótopo do carbono (com 6p e 6n) C12 , como a) lb-mols CO2 b) g-mols CO2 c) lb-mols C d) lb-mols O
exatamente 12,0. Peso molecular de um composto é a soma dos pesos atômicos e) lb-mols O2 f) lbm O g) lbm O2 h) moléculas de CO2
dos átomos que constituem uma molécula do composto. O átomo de oxigênio, Solução:
tem um peso atômico de aproximadamente 16. A massa molecular do O2 é 1 lb - mol CO2
a) 100 lbm CO2 = 2,27 lb − mols CO2
portanto 32. 44 lbm CO2
Um grama-mol (g-mol ou simplesmente mol no SI) de uma espécie é a
453,6 g - mols CO2
quantidade dessa espécie cuja massa é numericamente igual ao seu peso b) 2 ,27 lb - mols CO2 = 1030 g − mols CO2
molecular. 1 lb - mol CO 2
Outros tipos de mols (kg-mol, lb-mol, ton-mol, etc..) são similarmente 1 lb - mol C
definidos. Monóxido de carbono (CO) tem peso molecular igual a 28. c) 2 ,27 lb - mols CO2 = 2 ,27 lb − mols C
1 g-mol CO contém 28 g 1 lb - mol CO2
1 lb-mol CO contém 28 lbm 2 lb - mol O
1 ton-mol CO contém 28 ton d) 2 ,27 lb - mols CO2 = 4,54 lb − m ols O
Assim, se o peso molecular de uma substância é M, então há: 1 lb - mol CO2
M kg/kg-mol 1 lb - mol O2
e) 2 ,27 lb - mols CO2 = 2 ,27 lb − mols O2
M g/mol ou g/g-mol 1 lb - mol CO2
M lbm/lb-mol da substância
16 lbm O
Assim, 34 kg de amônia (NH3 , M=17) equivalem a: f) 4 ,54 lb - mols O = 72 ,6 lbm O
1 kg - mol NH3 1 lb - mol O
34 kg = 2 kg - mol NH3 32 lbm O2
17 kg NH3 g) 2 ,27 lb - mols O2 = 72 ,6 lbm O2
4 lb-mol de NH3 equivalem a: 1 lb - mol O2
17 lbm NH3 6,02 ⋅ 10 23 moléculas CO2
4 lb - mol = 68 lbm NH3 h) 1030 g - mols CO2 = 6,21 ⋅1 0 26 moléculas CO2
1 lb - mol NH3 1 g - mol CO 2
Para converter unidades molares, utiliza-se o mesmo "fator de A massa molecular pode ser usada para relacionar a vazão mássica ( m& )
conversão" utilizado para unidades de massa. Assim, como há 454 g/lbm, há com sua correspondente vazão molar( n& ).
454 g-mol/lb-mol.
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BME – Apostila 1 11
0,16 g O2 1 g - mol O 2 1 x x x x
= 1 + 2 + 3 + ... = ∑ i (todos os componentes)
n O2 = 100 g mist = 0,500 g - mol O2
g mist 32 g O2 M M1 M2 M3 i M i
Isto porque
0,04 g CO 1 g - mol CO
n CO = 100 g mist = 0,143 g - mol CO 1 n n + n 2 + n 3 + ... n1 n 2 n 3
g mist 28 g CO = t = 1 = + + + ...
M mt mt mt m t mt
0,17 g CO2 1 g - mol CO2
n CO2 = 100 g mist = 0,386 g - mol CO2 e
m
x1 = 1 ⇒ m t = 1 ⇒
m n1
=
n1
=
x1 x
= 1
g mist 44 g CO2 mt x1 m t m1 / x1 m1 / n1 M1
0,63 g N2 1 g - mol N2 Exercício:
n N 2 = 100 g mist = 2,250 g - mols N2
Calcule a massa molecular média do ar.
g mist 28 g N 2
a) a partir das composições molares aproximadas: 79% N2 e 21% O2
nt = 0,500 + 0,143 + 0,386 + 2,250 = 3,279 g-mols mist
b) a partir das composições mássicas aproximadas: 76,7% N 2 e 23,3% O2
Logo:
Solução:
y O2 = 0,500 / 3,279 = 0,152 mol O2 / mol total
a) Mar = y N 2 M N 2 + y O2 M O2
y CO = 0 ,143 / 3,279 = 0,044 mol CO / mol total
0,79 g - mol N2 28 g N2 0,21 g - mol O2 32 g O2
y CO2 = 0,386 / 3,279 = 0,118 mol CO2 / mol total Mar = +
g - mol mist g - mol N 2 g - mol mist g - mol O 2
y N 2 = 2 ,250 / 3,279 = 0 ,686 mol N2 / mol total 2 9 g (N2 + O 2 ) 29 g ar 2 9 lbm ar
A soma dessas frações deve ser igual a 1. Mar = = =
g - mol mist g - mol ar lb - mol ar
Checando: Σyi = 1
1 0 ,767 g N2 / g mist 0,233 g O2 / g mist 0,035 g - mol ar
b) = + =
Massa Molecular Média ( M ) M 28 g N2 / g − mol N2 32 g O2 / g − mol O2 g ar
A massa molecular média ( M ) de uma mistura (g/g-mol, kg/kg-mol, M = 29 g ar/g - mol ar
lbm/lb-mol, etc..)é a razão da massa de uma amostra da mistura (mt ) pelo
número de mols de todas as espécies da amostra. c) Concentração
Se yi é a fração molar do componente i da amostra e Mi é a massa Concentração mássica de um componente em uma mistura ou solução
molecular desse componente, sendo M = mt / nt , logo: é a massa deste componente por unidade de volume da mistura (g A/cm3 , lbm
A/ft3 , kg A/m3 , ...).
M = y1 M1 + y2 M2 + y3 M3 + ....= ∑ y i Mi (todos os componentes)
i
Concentração molar de um componente em uma mistura ou solução é
Isto porque o número de mols deste componente por unidade de volume da mistura (g-mol
m t m1 + m 2 + m 3 + ... m1 m 2 m 3 A/cm3 , lb-mol A/ft3 , kg-mol A/m3 ).
M= = = + + + ... Molaridade de uma solução é o valor da concentração molar do soluto
nt nt nt nt nt expressa em g-mols soluto/litro de solução. Por exemplo, uma solução 2 mola r
n m m1 m1 (2 M) de A contém 2 g-mols A por litro de solução.
e y1 = 1 , n1 = 1 ⇒ y1 = ⇒ = y1 M1
nt M1 M1 n t nt Vazão molar ( n& ) de um componente é expressa em número de g-mols
Da mesma forma: ou simplesmente mols desse componente por unidade de tempo. É igual ao
produto da vazão volumétrica pela concentração molar do componente.
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BME – Apostila 1 12
Solução:
H2 SO4 = A
ρ rel = 1,03 → ρ sol = 1,03 kg/L = 1,03.103 kg/m3
0,5g − mols A 10 3 L 98 g A 1 kg A H 2 SO 4
a) = 49 kg
L 1 m 3 1 g mol A 1000 g A m3
1,25 m 3 A 49 kg 1 min A pressão de fluido é definida com a relação F/A, onde F é a força
b) 3 = 1,02 kg H 2SO 4 /s mínima necessária que deveria ser exercida no “plug” (tampão-rolha) para não
min 1 m 60 s permitir a saída do fluido.
kg A 49 kg A 1 m 3 sol Suponhamos agora uma coluna vertical de um fluido de h metros de
c) = 3 = 47,6.10 −3 = 0,048 kg A altura, que tenha uma área de secção transversal A (m2 ). A densidade do fluido
kg sol m sol 1,03.10 kg sol
3 kg sol
é ρ (kg/m3 ). Sobre a parte superior da coluna é exercida uma pressão P0
ou (N/m2 ), conforme ilustra a figura que segue
vazão mássica de A 1,02 kg A/s
xA = = 3
vazão mássica sol m 1 min 1030 kg
1,25 ⋅ ⋅
min 60 s m3
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BME – Apostila 1 13
g
P = P0 + ρ ⋅ ⋅h
gc
força
P ≡ h (altura do fluido ou carga ) ⋅ ρ ⋅ g
área gc
Exemplo:
2
lbf 12 in lbm lbf
14,7 2 = h ⋅ 62, 4 3 ⋅ 1 = 33,9 ft H 2O
in 1 ft ft lbm
A pressão P do fluido na base da coluna – chamada pressão hidrostática Como:
do fluido – é por definição, a força F exercida na base dividida por sua área A. lbf N
F então iguala a força na superfície do topo da coluna mais o peso da coluna de 14,7 = 1,01325 .105 Pa 2 ρ rel( Hg) = 13,6
in 2
m
fluido. Assim:
g
m⋅g P = ρ⋅ ⋅h
F F0 gc m gc
= + , h ⋅ A = V, ρ= então:
A A A V
N kg N
1,01325 .10 5 2
= 13,6.10 3 3 ⋅ 9,8066 ⋅h
g m m kg
P = P0 + ρ ⋅ ⋅h
gc h = 7,6.10 −1 m = 0,76 m = 76 cmHg
Desde que A não aparece na fórmula, ela é aplicada tanto a uma coluna Exemplo:
fina de um fluido como ao oceano. Expresse a pressão de 20 psi em termos de ft Hg
Líquidos Solução:
Além de ser expressa em termos de força por área, uma pressão pode ser
expressa como uma altura (carga, “head”) de um dado fluido. Isto é, a pressão ρ (Hg ) = 13,6.62,4 lbm/ft 3 = 849 lbm/ft 3
seria equivalente àquela exercida por uma coluna hipotética de altura h desse P (psi) g c
fluido em sua base (da coluna), se a pressão no topo da coluna é zero, ou seja, P (ft Hg) ≡ h (ft Hg) = .
ρ (Hg) g
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BME – Apostila 1 14
20 lbf 1 ft 144 in 1 lbm b) Pressão Atmosférica (Patm ), Pressão Absoluta (Pabs ) e Pressão
3 2
P (ft Hg) = = 3,39 ftHg Manométrica ("gauge") (Pman ou Prel )
in 2 849 lbm ft 2 1 lbf
A partir da tabela nós temos: A pressão atmosférica pode ser entendida como a pressão na base de
76 cm Hg uma coluna de fluido (ar) localizada no ponto de medida (ao nível do mar, por
20 psi = 103 cmHg exemplo).
14,696 psi
A pressão P0 no topo da coluna é igual a zero e ρ e g são valores médios
103 cmHg
Como 1 ft = 30,48 cm → = 3,38 ftHg de densidade do ar e aceleração de gravidade entre o topo da atmosférica e o
cm ponto de medida.
30,48
ft Um valor típico da pressão atmosférica ao nível do mar é 760 mmHg.
Exercício: Ela foi designada como pressão padrão de uma atmosfera (experiência de
Qual a pressão de 30 ft abaixo da superfície de um lago, sabendo que a Torricelli).
pressão atmosférica é 34,4 ft H2O e a densidade da água é 62,4 lbm/ft3 . As pressões dos fluidos, até aqui descritas são absolutas (a pressão zero
Assuma g/gc = 1 (lbf/lbm). corresponde ao vácuo perfeito). Muitos aparelhos de medida de pressão dão,
no entanto, a pressão manométrica ("gauge") de um fluido, isto é, a pressão
Solução: relativa. Uma pressão manométrica de zero indica que a pressão absoluta do
g fluido é igual a pressão atmosférica.
P = P0 + ρ ⋅ ⋅h
gc
Pabsoluta = Pmanométrica ou relativa + Patmosférica
34 ,4 ft H 2O 14,7 psi
P (psi) = +
33,9 ft H 2O As abreviações psia ou psig são comumente utilizadas para denotar as
pressões absoluta e manométrica, respectivamente, em termos de lbf/in 2 (psi).
62,4 lbm 1 ft 1 lbf 30 ft 12 in
3
Também é comum referir-se a pressões manométricas negativas
ft 3 12 3 in 3 lbm ft (pressões absolutas menores que a atmosférica) como quantidades positivas de
P (psi ) = 27 ,9 psi vácuo. Por exemplo:
ou, de outro modo, em termos de ft H2O Pman = −1 inHg (que corresponde à pressão absoluta de 28,9 inHg, já que
Patm = 29 ,9 inHg ) é chamada de 1 inHg de vácuo.
P (ft H 2 O ) = 34,4 ft H 2O + 30,0 ft H 2O = 64,4 ft H 2O
Então:
64 ,4 ft H2 O 14,7 psi
conferindo = 27,9 psi P absoluta → relativa ao vácuo
33,9 ft H 2O P manométrica → relativa à atmosfera
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BME – Apostila 1 15
c) Medidores de pressão de fluido física da substância, cujo valor depende da temperatura de uma forma
conhecida. Tais propriedades e os aparelhos para medida de uma temperatura,
Muitos aparelhos mecânicos são usados para medir pressões de fluidos. nela baseados, incluem resistência elétrica de um condutor (termômetro de
O mais comum é o manômetro de Bourdon que é um tubo oco fechado resistência), voltagem na junção de dois metais diferentes (termopar), espectro
de um lado e inclinado (curvado) na forma de um “C”. A extremidade aberta é de radiação emitida (pirômetro) e volume de uma massa fixa de um fluido
exposta ao fluido cuja pressão está sendo medida. (termômetro).
Medidas precisas de pressões abaixo de 3 atm são fornecidas por outros Escalas de temperatura podem ser definidas em termos de algumas
manômetros. dessas propriedades, ou em termos de fenômenos físicos como o congelamento
Um manômetro U é preenchido com um líquido de ρ conhecida. e ebulição, que ocorram a pressão e temperatura fixadas.
Submetido a diferentes pressões nos dois tubos, o líquido se deslocará no Você poderia referir-se, por exemplo, à temperatura na qual a
sentido da menor pressão; deslocamento esse que é medido. resistividade de um fio de cobre é 1,92.10-6 ohms/cm3 .
É conveniente ter, além dessas escalas, uma escala numérica simples
entre outras razões para que não se precise usar várias palavras para expressar
uma simples temperatura. Uma escala definida de temperatura é obtida
arbitrariamente, atribuindo-se valores numéricos a duas medidas reproduzíveis
de temperatura. Por exemplo: atribui-se o valor 0 (zero) ao congelamento da
água, e o valor 100 (cem) a ebulição a pressão de 1 atm. Além disso,
estabelece-se que o comprimento do intervalo da unidade de temperatura
(chamado grau) é 1/100 da distância entre os dois pontos de referência.
As duas mais comuns escalas de temperaturas que utilizam o
congelamento e a ebulição da água a pressão de 1 atm são:
Celsius (ou centígrado): Tf = 0 °C, Tb = 100 °C. Nessa escala o zero absoluto
(teoricamente a menor temperatura atingível na natureza) vale –273,15 °C.
No manômetro selado se P 1 = atm (barômetro).
A fórmula que relaciona a diferença de pressão P 1 – P 2 com o Fahrenheit: T f é designado por 32 °F e Tb por 212 °F. O zero absoluto equivale
deslocamento do fluido no manômetro, baseia -se no princípio de que a pressão a –459,67 °F.
deve ser a mesma em dois pontos na mesma horizontal de um fluido contínuo.
A dedução desta fórmula e sua aplicação é vista com detalhes em estática dos As escalas Kelvin e Rankine são escalas de temperaturas absolutas, na
fluidos, tópico abordado pela disciplina Fenômeno de Transporte (Mecânica qual o zero absoluto tem o valor 0 (zero). O tamanho de um grau é o mesmo da
dos Fluidos).
escala Celsius para a escala Kelvin, e igual ao tamanho do grau Fahrenheit para
a escala Rankine.
4.5 Temperatura Assim:
A temperatura de uma substância (T) em um dado estado de agregação ( )
T (K ) = T o C + 273,15 ( ) ( )
T o R = T o F + 459 ,67
(sólido, líquido ou gás) é uma medida da energia cinética média possuída pelas
molécula s da substância. Como esta energia não pode ser medida diretamente,
( )
T o R = 1,8 ⋅ T(K ) T ( F ) = 1,8 ⋅ T( C) + 32
o o
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BME – Apostila 1 16
Lembre-se que um grau é tanto uma temperatura como um intervalo de Deve-se usar a equação:
temperatura.
Considere um intervalo de temperaturas de 0 a 5 °C. ( ) ( )
T o F = 1,8 ⋅ T o C + 32
Há nesse intervalo: 5 graus °C e K e 9 °F e °R.
Isto é: Pode-se verificar isso também se aplicando duas vezes essa equação e
encontrando-se o intervalo:
( ) ( ) (-)
T1 o F = 1,8 ⋅ T1 o C + 32
T ( F ) = 1,8 ⋅ T ( C) + 32
2
o
2
o
T ( F )− T ( F) = 1,8 ⋅ (T ( C )− T ( C )) + 0
1
o
2
o
1
o
2
o
∆T ( C) = 1,8 ⋅ ∆T ( F)
o o
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BME – Apostila 1 17
Exercício:
A capacidade calorífica da amônia, definida como a quantidade de calor
requerida para aumentar a temperatura de uma unidade de massa de amônia de
um grau a pressão constante é, dentro de uma faixa limitada de temperaturas,
dada por:
BTU
Cp o
( )
= 0,487 + 2 ,29 ⋅ 10 −4 ⋅ T o F
lbm ⋅ F
Solução:
Sabendo que 1 J = 9,486.10-4 BTU
Observe que °F na unidade de Cp refere-se a um intervalo de
temperatura, enquanto a unidade de T é uma temperatura.
Assim faremos a conversão em duas etapas:
1) Mudança da unidade de T:
BTU
Cp ( ( )
= 0,487 + 2,29 .10 −4 ⋅ 1,8 ⋅ T o C + 32 )
lbm ⋅o F
BTU
Cp o
( )
= 0,494 + 4,12 .10 − 4 ⋅ T o C
lbm ⋅ F
2) Conversão de Cp (J/g.°C):
J
( )
C p o = 2 ,06 + 1,72.10 −3 ⋅ T o C
g⋅ C
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