Anda di halaman 1dari 7

1

Condições necessárias para desenvolvimento de Moçambique

Edvilcy Catarina Augusto Valente Afonso

“Não há país desenvolvido - ou que esteja experimentando um bom processo de


desenvolvimento - com solos abandonados”.
(Euclides Neto)

Resumo
Moçambique é um país dotado de vasta riqueza em recursos naturais incluindo carvão, gás
natural, areias minerais e reservas de petróleo, mas que, em contrapartida ainda não alcançou o
seu pleno desenvolvimento. É nesta perspectiva que o presente artigo visa falar das condições
necessárias para o desenvolvimento de Moçambique. O objectivo desta pesquisa é reflectir
sobre as condições necessárias para o desenvolvimento de Moçambique, para tal, levantou-se a
seguinte questão: quais são as condições nessárias para o desenvolvimento de Moçambique?
Para o alcance do objectivo central do trabalho, foram traçados os seguintes objectivos
específicos: (i) propor acções para o desenvolvimento de Moçambique; (ii) descrever as
condições para o desenvolvimento do país. Esta pesquisa é importante porque fornecesse
subsídios teóricos acerca do tema em destaque e abre espaço para pesquisas futuras. Para a
elaboração desta pesquisa recorreu-se ao estudo bibliográfico. Conclui-se com a pesquisa que,
Moçambique tem todas as condições necessárias para alcançar o desenvolvimento, entretanto,
faltam apenas medidas estratégicas para aproveitar as potencialidades que o país tem e
apromorar o desenvolvimento. Nesta óptica sugere-se que sejam adoptadas estratégias eficazes
para garantir uma gestão sustentável dos diversos recursos que o país ostenta, desde humanos,
naturais e minerais.
Palavras-chave: Moçambique, condições, desenvolvimento.

Abstract
Mozambique is a country endowed with a wealth of natural resources including coal, natural
gas, mineral sands and oil reserves, but has not yet reached its full development. It is from this
perspective that this article aims to talk about the necessary conditions for the development of
Mozambique. The purpose of this research is to reflect on the necessary conditions for the
development of Mozambique. To this end, the following question was raised: what are the
necessary conditions for the development of Mozambique? To achieve the central objective of
the work, the following specific objectives were set: (i) propose actions for the development of
Mozambique; (ii) describe the conditions for the country's development. This research is
important because it provides theoretical support on the topic and makes room for future
research. For the elaboration of this research we resorted to the bibliographical study. It is
concluded from the research that Mozambique has all the necessary conditions to achieve
2

development, however, only strategic measures are missing to take advantage of the country's
potential and to enhance development. With this in mind, it is suggested that effective
strategies be adopted to ensure the sustainable management of the country's diverse
resources, from human, natural and minerals.
Keywords: Mozambique, conditions, development.

Moçambique permanece numa trajectória de crescimento moderado após o choque de preços


das matérias-primas de 2015 e a crise das ‘dividas ocultas’ de 2016. O impacto devastador dos
ciclones tropicais Idai e Kenneth na produção agrícola e a queda dos preços das matérias-primas
suscitam perspectivas de desenvolvimento.

Para Keynes (2006), o desenvolvimento económico é um como o processo histórico de aumento


da renda por habitante e da melhoria dos padrões de vida da população, decorrente da
crescente utilização dos excedentes gerados pela acumulação de capital e pelo progresso
tecnológico na sociedade em geral. Ou seja, pelo processo de aumento da capacidade
produtiva, em conformidade com o progresso tecnológico e os ajustamentos institucionais e
ideológicos que acontecem no país.

Uma das condições necessárias para o desenvolvimeto de Moçambique é a adopção de uma


estratégia de desenvolvimento. Para Furtado (2003), uma estratégia de desenvolvimento é uma
“visão” de para onde se quer levar a economia. Mais ao ponto pode ser descrita como um
conjunto de metas, instrumentos e responsabilidades explicitadas em um programa plurianual
de políticas públicas, que seja percebido pela sociedade como factível, legítimo e objecto do
comprometimento governamental. Se bem concebida e implementada, tal estratégia de
desenvolvimento pode reduzir o risco e alongar os prazos do investimento, elevando sua
eficiência, principalmente se for percebida.

Para o sector público, em especial, uma estratégia de desenvolvimento é fundamental para


orientar e dar consistência intertemporal às suas políticas, actividades e investimentos,
melhorando a qualidade da gestão e a eficiência do seu gasto. O país poderia se beneficiar da
adopção de uma estratégia de desenvolvimento que desse organicidade e consistência às
3

políticas públicas, ao mesmo tempo que alongasse seus horizontes, incluindo-se aí a definição
de um plano de médio prazo para as contas públicas.

O país possui solo arável, água e energia em grande quantidade, bem como recursos minerais e
gás natural ao longo da costa; três portos marítimos de águas profundas; e uma potencial
reserva relativamente elevada de mão-de-obra. Também possui uma localização estratégica:
quatro dos seis países com que faz fronteira são interiores e, consequentemente, dependentes
de Moçambique para acederem aos mercados globais. Os fortes laços de Moçambique com o
motor económico da região, a África do Sul, salientam a importância do seu desenvolvimento
económico, político e social para a estabilidade e crescimento da África Austral como um todo.

A outra condição necessária é a adopção de uma economia mais diversificada e competitiva,


intensificando sempre os principais motores de inclusão, tais como uma educação e serviços de
saúde de melhor qualidade, o que por seu turno poderia melhorar os indicadores sociais.

Aponta-se a agricultura como sendo o maior sector na economia moçambicana, contribuindo


comcum quarto do PIB e empregando cerca de 80% da força de trabalho. Neste sentido, o
investimento no desenvolvimento da agricultura é uma condição necessária para o
desenvolvimento de Moçambique.

Segundo Nijhoff (2014), “a agricultura oferece uma abrangência considerável para estreitar as
disparidades de rendimentos persistentes entre as áreas rurais e urbanas e reduzir a pobreza em
regiões que têm beneficiado pouco dos ganhos económicos dos últimos anos”.

O sector agrícola moçambicano é composto por quatro tipos abrangentes de empresas: 1)


agricultores de subsistência em pequena escala; 2) agricultores de pequena e grande escala com
ligação a mercados; 3) empresas de agronegócios verticalmente integradas (esquemas de
funcionamento com produtores sob contrato); e 4) prestadores de serviços de agronegócios
(fornecedores de meios de produção, agregadores). Neste sentido, desenvolver o sector
agrícola irá exigir a integração do primeiro grupo e mais do segundo grupo em cadeias de valor
que são conduzidas pela procura e incentivadas por empresas de agronegócios (o terceiro e
4

quarto grupos). Estes diferentes participantes enfrentam condicionalismos diferentes e


requerem diferentes tipos de apoio.

A criação de mais postos de empregos e o aumento da produtividade dos trabalhadores, através


da formação e treinamento dos mesmos ou equipamentos melhores, são também condições
necessárias para o desenvolvimento de Moçambique.

A criação de um ambiente favorável para o desenvolvimento e o sucesso dos negócios das


Pequenas e Médias Empresas (PMEs) é uma das condições para que um país como Moçambique
alcance o desenvolvimento. Para Kruglianska (2004), “uma vantagem das PMEs é a maior
flexibilidade para atender clientes que necessitam de produtos em menor quantidade, ou seja,
poder realizar a produção em baixa escala”. Essa flexibilidade permite que se possa responder
prontamente às demandas de seu mercado, mediante a adaptação de seus produtos às
mudanças empreendidas por seus clientes e ainda, seus equipamentos sendo menos
especializados permitem que seja introduzida alterações e adaptações com mais facilidade. As
PMEs são empresas de elevada capacidade de geração de empregos e rendimentos e cada vez
mais assumem-se como pilares das estruturas ampresariais das economias.

Estas pequenas e médias empresas contribuem na criação de postos de trabalhos e por essa
razão são essenciais no emprego e na redução da pobreza, são fontes consideráveis de
inovação, o que contribui para o desenvolvimento e aumento do nível de competividade da
economia e ao adicionarem flexibilidade à estrutura industrial, promovem grande dinamismo à
economia.

Para Bakker (2008), Moçambique deve apostar no seu grande potencial em recursos minerais
para o desenvolvimento socioeconómico do país. Apontando a necessidade de uma maior
transparência na gestão destes recursos para que estes beneficiem a maioria da população. E
sugere que o país adopte uma política de melhor gestão dos recursos públicos e de
descentralização da administração que pode ser crucial para a promoção do desenvolvimento
socioeconómico.
5

Enquanto Zoellick (2009), alerta para os perigos de uma maior concentração do crescimento
económico na actividade de extracção de mineira. Argumentando que há necessidade de evitar
o problema relacionado com a dupla economia, em que a exploração das riquezas se
desenvolve a despeito do resto da economia.

O investimento na formação de pessoal para trabalhar na área dos recursos minerais e


energéticos deve possuir um carácter inclusivo, pois, os recursos naturais têm uma contribuição
relevante para a economia do país e tal contribuição crescerá consideravelmente a curto prazo
com os projectos agora em cursos. Existem oportunidades de a médio prazo surgir novos
desenvolvimentos na indústria extractiva.

Segundo CIP (2009), o país possui potencial para o desenvolvimento de novos projectos
mineiros como resultado da ocorrência de novos jazigos minerais. A actual actividade de
pesquisa de petróleo em Moçambique é considerada a maior de todos os tempos. E há
possibilidade de a curto prazo se verificar a sua descoberta.

A experiência mundial mostra que investir em activos de recursos naturais dos países pobres
pode produzir retornos e prover um crescimento sustentável do rendimento, mas isso requeri
um conjunto facilitador de leis estáveis e previsíveis, regulamentos e instituições responsáveis
para a sua implementação. A composição de activos dos diferentes países mostra claramente
que uma acção imediata para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)
deverá focalizar a gestão sustentável e os investimentos que possam aumentar o âmbito,
retornos e a rápida recuperação do activo fixo tangível natural dos países pobres.

A metodologia usada para esta pesquisa é de carácter qualitativo. Denzin & Lincoln (2005)
apresentam uma “definição inicial e genérica”:

“A pesquisa qualitativa é uma actividade situada que posiciona o


observador no mundo. Ela consiste em um conjunto de práticas
interpretativas e materiais que tornam o mundo visível. Essas práticas
transformam o Mundo, fazendo dele uma série de representações,
incluindo notas campo, entrevistas, conversas, fotografias, gravações e
anotações pessoais. Nesse nível, a pesquisa qualitativa envolve uma
postura interpretativa e Naturalística diante do mundo. Isso significa que
6

os pesquisadores desse Campo estudam as coisas em seus contextos


naturais, tentando entender ou interpretar os fenómenos em termos
dos sentidos que as pessoas lhes atribuem”.

Segundo Flick (2009), o perfil da pesquisa qualitativa “usa o texto como material empírico (ao
invés de números) parte da noção da construção social das realidades em estudo, está
interessada nas perspectivas dos participantes, em suas práticas do dia-a-dia e em seu
conhecimento quotidiano em relação ao estudo”.

Segundo Aires (2011) a selecção da amostra adquire, nesta metodologia, um sentido muito
particular: Por isso, em vez da uniformidade, a amostra na investigação qualitativa procura a
máxima variação. É intencional porque os sujeitos não são escolhidos ao acaso: o investigador
selecciona as unidades de amostragem a partir de critérios específicos. Para a recolha de dados
foi usada a técnica de análise bibliográfica.

O desenvolvimento da economia moçambicana como um todo, em todas as suas variantes


fundamentais, requer, pois, o desenvolvimento de relações positivas entre os diferentes
sectores da economia, bem como a transformação da natureza negativa do padrão de
acumulação; para ambos os casos, é crucial o que acontece com o desenvolvimento rural, em
especial no que diz respeito à organização social da produção e dos produtores para romper
com o padrão de acumulação centrado no grande capital à custa do desenvolvimento das forças
produtivas no campo.

Em resumo pode-se afirmar que, a agricultura é a base de desenvolvimento nacional e a


indústria é o factor dinamizador. O alcance do desenvolvimento económico e social integrado
de Moçambique passa pela transformação estrutural da economia para um estágio competitivo
e diversificado. O capital humano é o elemento central para assegurar o sucesso do processo de
desenvolvimento. O País só poderá alcançar as suas metas de desenvolvimento com pessoas
capacitadas, motivadas, com saúde e que sejam parte integrante da agenda de
desenvolvimento. A construção da base física da industrialização envolve a realização massiva
de investimentos em infra-estruturas, pois este é o factor determinante do crescimento
7

económico, e no caso específico dos transportes é pré-condição para prover a logística da


produção de bens e serviços do País.

Referências bibliográficas

Bakker, Age (2008). “Moçambique deve apostar nos recursos minerais”. FMI e Banco Mundial;
disponível em: http://economia.uol.com.br/ultnot/lusa/02/22/ult3679u3267.jhtm;
acessado em 27.11.2019.
CIP (2009). “Sociedade moçambicana deve estar alerta em relação a Indústria extractiva em
Moçambique”. Maputo, disponível em: www.cip.org.mz; acessado em 25/11/2019.
Denzin, N. & Lincoln, Y. S. (2005). “O manual Sage de pesquisa qualitativa”. 3 ed. Londres: Sage.
Faria, C. F. (2011). “Planeamento Descentralizado no Contexto do Desenvolvimento Local em
Moçambique: Um estudo do caso do Governo do Distrito de Namaacha (2006-2009)”.
Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Furtado, Celso (2003). “Criatividade e dependência na Civilização Industrial”. Rio de Janeiro: Paz
& Terra.
Flick, U. (2009). “Uma introdução a pesquisa qualitativa”. 3 ed. Londres: Sage.
Keynes, J. M. (2006). “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”. São Paulo: Editora Nova
Cultural Lda.
Kruglianska I. (2004). “Tornando a pequena e média empresa competitiva: como inovar e
sobreviver em mercados globalizados”. São Paulo: IEGE.
Nijhoff, Jan J. et. al. (2014). Desenvolver o sector agrícola. In Moçambique em Ascensão:
construer um novo dia. Washington, D.C. Fundo Monetário Internacional, 2014.

Anda mungkin juga menyukai