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Importância ecológica e ambiental das minhocas

Environmental and ecological importance of earthworms


Gerusa Pauli Kist Steffen1, Zaida Inês Antoniolli2, Ricardo Bemfica Steffen2 e Rodrigo Josemar
Seminoti Jacques2
1
 Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa em Florestas, BR 287, Acesso VCR 830, km 4,5, 97001-970, Boca do Monte,
Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: ge.pauli@yahoo.com.br, author for correspondence.
2
 Departamento de Solos, Universidade Federal de Santa Maria [UFSM], Avenida Roraima, n. 1000, 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil.

Recepção/Received: 2012.05.07
Aceitação/Accepted: 2013.01.24

RESUMO
As minhocas correspondem a um dos principais grupos de organismos edáficos atuantes nos processos de movimenta-
ção de partículas e ciclagem de nutrientes. Este trabalho tem como objetivos discutir a importância das minhocas para
a melhoria e manutenção da sustentabilidade dos agroecossistemas, salientando as formas de avaliação da comunidade
de minhocas no solo e sua utilização como ferramenta em avaliações ambientais. Através da constante movimentação
e atividade de ingestão de solo e resíduos orgânicos, constróem galerias que contribuem com o aumento da aeração e
da taxa de infiltração de água no solo. A liberação de excrementos na superfície e no interior do solo modifica positiva-
mente sua estrutura e fertilidade. A densidade e diversidade de minhocas em agroecossistemas pode ser determinada
por diferentes métodos de extração. Algumas espécies de minhocas, por apresentarem sensibilidade a alterações de uso
e manejo do solo, são excelentes bioindicadoras ambientais, representando importante ferramenta para avaliação de
impactos em ecossistemas.
Palavras-chave: Agroecossistemas, oligochaetas, sustentabilidade

ABSTRACT
The earthworms represent a major group of soil organisms active in the process of moving particles and nutrient cycling.
This paper aims to discuss the importance of earthworms to improve and maintain the sustainability of agroecosystems,
emphasizing forms of community assessment of earthworms in the soil and its use as a tool in environmental assess-
ments. Through constant movement and activity of soil ingestion and organic waste, they build galleries that contribute
to increase the aeration and water infiltration in the soil. The release of faeces on the surface and within the soil positively
modify its structure and fertility. The density and diversity of earthworms in agroecosystems can be determined by dif-
ferent extraction methods. Some species of earthworms, because they are excellen to changes in land use and manage-
ment, are sensitive environmental bioindicators, representing an important tool to asses impacts on ecosystems.

Keywords: Agroecosystems, oligochaetes, sustainability

Introdução da terra), em espanhol é “lombriz de tierra” (lom-


briga da terra), em italiano é “lombrico” (lombriga)
Minhocas e em alemão é “regenwurm” (verme das chuvas).
No entanto, ao contrário das principais línguas oci-
As minhocas são importantes organismos do solo, dentais, a língua portuguesa, aparentemente, não
que pertencem ao Domínio Eukarya, Reino Anima- vincula o nome genérico atribuído aos representan-
lia, Filo Annelida, Classe Clitellata, Subclasse Oligo- tes da Classe Oligochaeta à morfologia vermiforme
chaeta (Ruppert et al., 2005; Madigan et al., 2010). Em ou ao solo, sendo a real origem da palavra minhoca
muitos idiomas, o termo que designa minhoca está considerada controversa (Schiedeck et al., 2010).
relacionado ao seu ambiente natural, o solo, e à sua A grande maioria destes organismos, essencialmen-
semelhança com os vermes (Schiedeck et al., 2010). te edáficos, habita as camadas superficiais, geral-
Por exemplo, em inglês, minhoca é “earthworm” mente até profundidades de 30 a 50 cm no perfil do
(verme da terra), em francês é “ver de terre” (verme solo (Brown e James, 2007), onde desempenham im-

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portantes funções ecológicas e ambientais. Segundo todos habitats terrestres, com exceção dos glaciais,
Hendrix e Bohlen (2002), as minhocas são os orga- desertos, solos muito ácidos ou salgados (Lee, 1985;
nismos mais conhecidos e, muitas vezes, os mais Reynolds e Wetzel, 2009). No entanto, existem mui-
importantes que influenciam o funcionamento do tas regiões da crosta terrestre que ainda não foram
sistema solo. avaliadas quanto à diversidade de minhocas.
Devido à intensa movimentação de solo que promo-
vem no sistema edáfico, as minhocas, juntamente Minhocas nativas e exóticas
com cupins, besouros e formigas, foram denomi-
nadas engenheiros do ecossistema (Lavelle, 1988; A diversidade ecológica pode ser definida como a
Jouquet et al., 2006; Brown e Domínguez, 2010). Os variedade de espécies existente em uma comunida-
horizontes orgânicos e organo-minerais do solo são de de organismos de uma região, sendo reflexo das
repletos de excrementos da meso e da macrofauna, complexas interações que ocorrem no ecossistema
o que demonstra a importância destes organismos (Odum, 2004; Araujo, 2007). No mundo, são conhe-
na transformação e movimentação de materiais or- cidas em torno de 8300 espécies de minhocas, dis-
gânicos no solo (Davidson e Grieve, 2006). tribuídas em 38 famílias e 811 gêneros (Reynolds e
Acredita-se que as minhocas tenham surgido na Wetzel, 2009).
Terra há 570 milhões de anos, no período Edica- A ocorrência de espécies de minhocas nativas ou
riano (Era Paleozóica), estando entre os primeiros exóticas, em um determinado local, possibilita ao
organismos a surgir no planeta (Bouché, 1983). Do pesquisador inferir sobre o grau de alterações às
oceano migraram para a crosta terrestre, há apro- quais o ambiente foi submetido. De acordo com Fra-
ximadamente 225 milhões de anos, adaptando-se à goso et al. (1999), as espécies nativas apenas persis-
vida no solo (Brown e James, 2007). Após um longo tem onde a influência antrópica não é significativa
período de adaptação e diversificação, as minhocas e a vegetação nativa não foi substituída. Segundo
migraram para as mais distintas regiões do plane- Brown et al. (2006), o homem tem transportado mi-
ta, sendo atualmente encontradas em praticamente nhocas exóticas em todo o mundo e, em algumas si-

Figura 1 – Efeitos da invasão de espécies exóticas sobre espécies nativas em ecossistemas naturais e alterados. Extraído e
modificado de González et al. (2006).

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tuações, estes organismos podem se tornar invaso- grupos: detritívoras e geófagas. As detritívoras são
res, modificando populações nativas de minhocas, aquelas que se alimentam próximo à superfície do
propriedades e processos do solo de forma signifi- solo ingerindo, principalmente serrapilheira, raízes
cativa, bem como influenciando positiva ou negati- de plantas mortas e outros resíduos vegetais. As mi-
vamente o crescimento das plantas. nhocas geófagas alimentam-se no subsolo, ingerin-
O estabelecimento de minhocas exóticas em um do restos orgânicos sem estrutura celular reconhe-
novo ambiente pode ocorrer em duas situações: (1) cível, dispersos entre as partículas minerais do solo
em ecossistema preservado, quando há competição (Lee, 1985; Righi, 1999).
com espécies nativas ou (2) após colonização em Tanto as espécies detritívoras como as geófagas ali-
ambientes alterados, provocando a eliminação ou a mentam-se de material orgânico e mineral. No en-
redução de espécies nativas (Figura 1) (González et tanto, as detritívoras consomem, preferencialmente,
al., 2006). resíduos orgânicos, havendo predominância de ma-
Em ecossistemas inalterados, minhocas nativas po- téria orgânica no seu trato digestivo, enquanto que
dem impedir a invasão de espécies exóticas, por es- no trato digestivo das geófagas, a maior proporção
tarem mais adaptadas ao ambiente original. No en- dos materiais ingeridos corresponde a partículas
tanto, alterações no ecossistema, sejam elas provo- minerais (Lee, 1985).
cadas pelo homem ou por eventos naturais, podem As diferentes espécies de minhocas foram classifica-
resultar na eliminação ou redução das populações das em três grupos funcionais ou categorias ecológi-
nativas, devido a alterações bruscas na estrutura cas, relativas à estratificação vertical: epigéicas, en-
do solo, na ciclagem de nutrientes e no microclima. dogéicas e anécicas (Bouché, 1977; Lee, 1985; James,
Estas mudanças no ecossistema podem prejudicar 2000) (Quadro 1).
e reduzir as populações de minhocas nativas, favo- As espécies epigéicas, ou epígeas, vivem na superfí-
recendo a invasão de espécies exóticas (Figura 1) cie dos solos (0 a 10 cm), podendo habitar tanto a ser-
(González et al., 2006). rapilheira, quanto os solos suspensos sobre galhos,
De acordo com McNeely et al. (2001), geralmente axilas de folhas de palmeiras e bromélias (Brown e
espécies invasoras (exóticas) tendem a estar asso- James, 2007; Domínguez et al., 2009). Normalmente
ciadas com impactos negativos em ecossistemas são pigmentadas, apresentam comprimento menor
nativos, alterando sua comunidade de organismos do que as espécies endogéicas e anécicas, possuem
e plantas, além de também alterarem propriedades, altas taxas de reprodução e expectativa de vida cur-
processos e funções do ecossistema. No entanto, é ta (James, 2000). Alimentam-se de matéria orgânica
importante ressaltar que, em áreas antropizadas, em etapas primárias ou intermediárias de decom-
como são os casos de áreas agrícolas e silvipastoris, posição, o que torna seus coprólitos essencialmente
a introdução de espécies de minhocas exóticas pode orgânicos (Brown e James, 2007).
promover benefícios, devido à melhoria de algumas As espécies anécicas são, geralmente, grandes e
propriedades químicas, físicas e biológicas. vivem em galerias essencialmente verticais e per-
manentes que podem ultrapassar 40 cm de profun-
Categorias ecológicas didade. Durante a noite, alimentam-se de material
orgânico em estágios intermediários de decomposi-
De acordo com a atividade e a estratégia alimentar, ção na superfície do solo, o qual frequentemente é
as minhocas podem ser classificadas em diferentes enterrado para acelerar a decomposição e aumentar
categorias ecológicas, as quais caracterizam o com- a palatabilidade (James, 2000; Brown e James, 2007;
portamento destes organismos nos ecossistemas. As Domínguez et al., 2009).
minhocas são onívoras e se alimentam de resíduos As espécies endogéicas habitam os horizontes mi-
vegetais em diferentes graus de decomposição, jun- nerais do solo, onde constróem galerias semiperma-
tamente com organismos decompositores acompa- nentes e permanentes em profundidades de 10 a 40
nhantes, tais como fungos, bactérias, protozoários e cm. Em comparação às espécies epigéicas, as endo-
nematóides. Também podem ingerir seus próprios géicas são maiores, menos pigmentadas, possuem
excrementos, bem como fezes de outros organismos. maior expectativa de vida e taxa reprodutiva menor.
As minhocas são capazes de selecionar seu alimento Em função do tipo de alimentação, formam copróli-
ingerindo, preferencialmente, as partes moles das tos minerais, frequentemente enriquecidos com ma-
folhas, bem como resíduos mais ricos em nitrogênio téria orgânica e partículas de argila (James, 2000).
e cálcio (Righi, 1999). A maior parte das espécies de minhocas pertence a
Em relação à categoria nutricional ou estratégia ali- esta categoria ecológica (Brown e James, 2007), sen-
mentar, as minhocas são divididas em dois grandes do consideradas os maiores agentes responsáveis

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Quadro 1 – Categorias ecológicas, habitat, alimentação e características morfológicas das minhocas.

Fonte: Extraída e modificada de Hendrix e Bohlen (2002).

pela agregação e estabilização da matéria orgânica gânico, as minhocas endogéicas necessitam ingerir
do solo (Lavelle e Spain, 2001). maior quantidade de alimento, quando comparadas
Reunindo as duas classificações, pode-se afirmar às minhocas epigéicas e anécicas, para poder aten-
que as minhocas epigéicas e anécicas agrupam as der suas exigências energéticas. Assim, as minhocas
espécies detritívoras e que as endogéicas incluem as endogéicas produzem maior quantidade de excre-
espécies geófagas. De acordo com a preferência ali- mentos, os quais são liberados na superfície e, mais
mentar, Lavelle (1983) propôs a divisão das espécies frequentemente, no interior do solo (Lee, 1985; Ja-
de minhocas da categoria endogéica em oligohúmi- mes, 2000).
cas, mesohúmicas e polihúmicas, as quais depen- Os diversos padrões ecológicos de vida dos diferen-
dem, respectivamente, de quantidades pequenas, tes tipos de minhocas presentes no solo, refletem em
moderadas e altas de matéria orgânica humificada distintos papéis funcionais e efeitos ambientais das
(húmus) vinculada ao solo mineral ingerido (Qua- espécies sobre o ecossistema (James, 2000). Assim, o
dro 1). conhecimento da diversidade de minhocas em um
As minhocas podem ainda ser divididas entre en- determinado ambiente possibilita maior compreen-
genheiras do ecossistema e decompositoras ou são dos efeitos e alterações que a atividade destes
transformadoras da serrapilheira. As engenheiras organismos provoca no solo.
do ecossistema são aquelas minhocas que vivem
dentro do solo (endogéicas e anécicas), que cons- Importância das minhocas para o solo
tróem galerias e produzem estruturas organomine-
rais altamente resistentes, que persistem por longo As minhocas são muito úteis para o funcionamen-
período de tempo (meses a anos), afetando profun- to do solo e a manutenção da sustentabilidade dos
damente o ambiente e os organismos menores que ecossistemas. Estes organismos são responsáveis
vivem nele. Estas minhocas interagem com a micro- pela melhoria da estrutura do solo e de sua quali-
biota edáfica, desenvolvendo relação mutualística dade física, através da movimentação de partículas
com os organismos que vivem em seu trato diges- dentro e entre os horizontes, pela formação de agre-
tivo (intestino) e nas estruturas que constróem. As gados e consequente aumento da resistência do solo
transformadoras da serrapilheira são as minhocas à erosão, além de promover melhorias na porosida-
epigéicas que vivem e se alimentam da serrapilhei- de, aeração, infiltração e retenção de água no solo
ra, produzindo estruturas puramente orgânicas que (Blanchart et al., 1999; Lavelle et al., 2006). Através
são menos persistentes no ambiente (Giller et al., da formação de bioporos, facilitam a aeração, in-
1997; Lavelle, 1997). filtração de água e a formação de macroagregados
Cabe ressaltar ainda que, em função do menor va- estáveis no solo. Participam da decomposição de
lor energético do material mineral em relação ao or- matéria orgânica, da mineralização de nutrientes e

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da disponibilização destes elementos para as plan- 2002). As minhocas promovem uma redistribuição
tas (Lavelle et al., 2006), sendo por isso, sua presen- da serrapilheira tanto vertical quanto horizontal-
ça considerada indicativo de solo fértil e saudável mente no solo, criando sítios (patches) de matéria
pelos agricultores (Schiedeck et al., 2009a; Lima e orgânica que são, ao mesmo tempo, substrato e re-
Brussaard, 2010). Domínguez (2010) relatam ainda fúgio para microrganismos e demais organismos da
efeito benéfico das minhocas sobre a germinação e fauna edáfica (James, 2000; Lavelle et al., 2006).
distribuição de sementes no solo. Considerando a densidade populacional, a bio-
A atividade das minhocas no solo, mais especifi- massa e as funções que desempenham no solo, as
camente a movimentação e ingestão de partículas minhocas são consideradas organismos chave na
minerais e orgânicas, forma uma ampla rede de ga- conservação da estrutura do ambiente e no contro-
lerias, tanto na direção vertical como na horizontal, le da dinâmica dos nutrientes no solo (Edwards e
que contribui para os processos físicos e para a ma- Bohlen, 1996). A presença de minhocas no ecossis-
nutenção da vida no solo. A abertura de galerias no tema provoca alterações nas propriedades químicas
perfil do solo, além de contribuir para a infiltração do solo, tais como valor de pH e disponibilidade de
de água e troca de gases, quando não mais utiliza- nutrientes como cálcio, magnésio, fósforo, potássio
das pelas minhocas servem de abrigo a outros or- e nitrogênio; nas propriedades físicas, tais como au-
ganismos (Brown et al., 2004; Brown e James, 2007). mento da capacidade de retenção e infiltração de
Esta atividade constante das minhocas no perfil água, aeração e formação da estrutura do solo; além
do solo resulta na formação de um ambiente ca- de alterações na atividade e população de micror-
racterístico, denominado de drilosfera. De acordo ganismos existentes no ambiente, devido à elevada
com Beare et al. (1995), a drilosfera corresponde à diversidade de microrganismos que habitam o tra-
zona do solo influenciada pela ação das minhocas. to digestivo das minhocas (Lee, 1985; Brown e Ja-
Normalmente, o ambiente edáfico influenciado por mes, 2007). Segundo Brito-Veja e Espinosa-Victoria
minhocas é caracterizado pela presença de amplas (2009), dentre os microrganismos que habitam o tra-
redes de galerias e pela deposição de excrementos, to digestivo das minhocas destacam-se os fixadores
também denominados de coprólitos ou estruturas de nitrogênio, produtores de hormônios de cresci-
biogênicas (Rossi et al., 2006), os quais têm papel mento vegetal e solubilizadores de fosfato, os quais
importante no funcionamento do ecossistema. Ba- estão envolvidos em importantes processos no solo.
rois et al. (1999) ressaltam que, quando secas, além Além de representarem um meio de incubação de
de concentrarem carbono orgânico e nutrientes, es- microrganismos benéficos para a sustentabilidade
tas estruturas conferem ao solo maior resistência dos ecossistemas, as minhocas atuam na dispersão
ao processo erosivo devido à sua elevada estabi- destes microrganismos através da constante depo-
lidade. Segundo Lafont et al. (2007), a construção sição de coprólitos (Brito-Veja e Espinosa-Victoria,
de galerias e a produção de coprólitos, resultado 2009). Os excrementos frescos das minhocas apre-
da ingestão de resíduos orgânicos e minerais, es- sentam maior concentração e atividade de micror-
tão entre as atividades das minhocas que causam ganismos do que o solo circundante onde vivem
maiores alterações nas propriedades físicas, quími- (Dell’ Agnola e Nardi, 1987; Fiuza et al., 2011), o que
cas e biológicas do solo. favorece a biodisponibilização de nutrientes para as
Em agrossistemas sob diferentes usos da terra, as plantas devido ao processo de mineralização. Além
minhocas representam um dos principais grupos de disso, apresentam elevada disponibilidade de nu-
macroinvertebrados edáficos. Segundo Fragoso et trientes, tamponamento da acidez do solo, alta ca-
al. (1999), as minhocas representam entre 40% a 90% pacidade de troca catiônica e retenção de umidade,
da biomassa de macrofauna na maioria dos ecos- sendo capazes de contribuir com o crescimento e de-
sistemas tropicais, onde contribuem para a manu- senvolvimento das plantas (Brown e James, 2007).
tenção da fertilidade do solo por meio de três ações Fiuza et al. (2011) compararam a disponibilidade de
principais: (1) constróem e mantêm a estrutura do nutrientes, o teor de carbono orgânico e a atividade
solo, baseada em macroagregados resistentes; (2) microbiana dos coprólitos de Chibui bari (espécie de
liberam os nutrientes contidos na matéria orgânica minhocuçu pertencente à família Glossoscolecidae,
do solo; e (3) protegem fisicamente a matéria orgâ- nativa da região amazônica) com o solo adjacente
nica no interior de coprólitos compactos (Lavelle et em áreas de floresta secundária, seringal de cultivo e
al., 1997; Lavelle et al., 2006). Também promovem a pastagem. Os autores observaram que os coprólitos
fragmentação e redistribuição da matéria orgânica apresentaram melhor condição química e biológica
no solo, contribuindo com a ciclagem e liberação de do que o solo adjacente, nas três áreas avaliadas,
nutrientes contidos nesse material (Kennette et al., pois apresentaram maiores concentrações de cálcio,

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magnésio, potássio, fósforo, carbono orgânico total, utilizados no revolvimento do solo, ou ainda, indi-
capacidade de troca de cátions e pH, reduziram os retamente, pela destruição das galerias (drilosfera),
teores de alumínio trocável (Al3+), além de apresen- redução das fontes de alimento, alteração da tempe-
tarem maior respiração microbiana. ratura, umidade, aeração do solo, entre outros efei-
Além da concentração e biodisponibilização de nu- tos (Curry et al., 2002).
trientes, existe a liberação de compostos orgânicos De acordo com Brown e Domínguez (2010), a comu-
capazes de estimularem o crescimento vegetal e de nidade de minhocas presente em um determinado
controlarem determinados fitopatógenos. Segundo local é uma função das condições edáficas (tipo de
Brown et al. (2004), os coprólitos podem influenciar solo, mineralogia, teor de matéria orgânica, textura,
direta e indiretamente o crescimento de plantas, estrutura, temperatura, umidade e valor de pH), da
devido à presença de quantidades significativas de vegetação (espécie e cobertura), da topografia (posi-
ácidos húmicos e hormônios reguladores do cres- ção fisiográfica, inclinação), do clima (precipitação,
cimento vegetal. Acredita-se também que os com- temperatura, umidade relativa do ar, vento), da in-
postos orgânicos estáveis presentes nos coprólitos teração com outros organismos edáficos, além das
possam causar supressividade sobre alguns fitopa- condições históricas que originaram o solo e o local
tógenos fúngicos e bacterianos, contribuindo para o (história humana e geológica).
controle de determinados microrganismos fitopato- Dados referentes à comunidade de minhocas pre-
gênicos. sente em um determinado local podem indicar a
Além de todos os benefícios descritos em relação à integridade do ecossistema e sua capacidade de re-
melhoria de propriedades físicas, químicas e bioló- sistir a perturbações, sendo úteis na determinação
gicas do solo, por apresentarem sensibilidade aos de áreas prioritárias para atividades de conservação
diferentes tipos de uso e manejo adotados em áreas (Brown e James, 2007). Assim, o levantamento e a
agrícolas, as minhocas tem sido utilizadas como in- identificação das espécies nativas e exóticas presen-
dicadores biológicos da qualidade do solo por mui- tes no solo são relevantes para o conhecimento da
tos pesquisadores (Ressetti, 2006; Velazquez et al., diversidade e para a compreensão das inter-relações
2007; Suthar, 2009; Lima e Brussaard, 2010). existentes nos ecossistemas.
Em suma, não há dúvidas de que a presença, a
Bioindicadores ambientais abundância e a diversidade de minhocas possam in-
dicar o impacto causado por atividades antrópicas
Os organismos presentes em uma determinada área em ecossistemas agrícolas e naturais. No entanto,
refletem as inter-relações entre as características do o uso das minhocas como indicadores ambientais
solo, do clima e da vegetação. Em solos agrícolas, o continua restrito na América Latina, principalmente
uso, o manejo, a cobertura vegetal e as característi- devido às limitações no conhecimento da biologia
cas físico-químicas e biológicas do solo podem alte- básica, da ecologia e taxonomia da maioria das es-
rar as populações de macro-invertebrados (Merlim pécies presentes em agroecossistemas latino-ameri-
et al., 2005). Além disso, o uso de insumos e a intro- canos (Brown e Domínguez, 2010).
dução de novas espécies vegetais também interfe-
rem na população de organismos edáficos (Fragoso Métodos de extração de minhocas do solo
et al., 1999).
As minhocas são consideradas excelentes indicado- A metodologia para extração de minhocas do solo
res da qualidade de agroecossistemas por respon- deve estar relacionada ao objetivo do estudo. Se-
derem a diferentes tipos de uso e manejo dos solos gundo Brown e James (2007), esta deve facilitar o
(Paoletti, 1999; Lavelle et al., 2006), estando relacio- trabalho de avaliação a ser realizado, no entanto,
nadas às condições ambientais como a fertilidade do sem comprometer a representatividade dos resulta-
solo e sendo susceptíveis à perturbação e contami- dos a serem obtidos.
nação do habitat (Brown e Domínguez, 2010). Diferentes métodos de coleta podem ser emprega-
Práticas de manejo que provocam revolvimento do dos para a avaliação da densidade populacional e
solo tendem a reduzir as populações de minhocas da biomassa de minhocas em ecossistemas, os quais
e, consequentemente, a atividade e os benefícios são agrupados em físicos, comportamentais e indi-
destes organismos no meio edáfico (Clapperton et retos. Os métodos físicos envolvem a remoção dire-
al., 1997; Brown e Domínguez, 2010). A redução do ta das minhocas do solo, o que pode ser feito atra-
número de minhocas na área agrícola pode ser oca- vés de triagem manual, lavagem e peneiramento de
sionada diretamente pela morte dos organismos, amostras de solo. Os comportamentais incluem o
devido a lesões provocadas pelos equipamentos uso de armadilhas instaladas na superfície do solo,

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de equipamentos que produzem pulsos elétricos ou Para realização de amostragem precisa e segura
de soluções irritantes. Os métodos indiretos envol- das espécies de minhocas que habitam determina-
vem a contagem de estruturas físicas criadas pelas do ambiente, recomenda-se a combinação de dois
minhocas na superfície do solo, como excrementos métodos de amostragem. Primeiramente, pode ser
e galerias (Brown e James, 2007). realizada a coleta de um monolito de solo (25 x 25
As particularidades de cada método resultam em x 25 cm) com posterior triagem manual das espé-
vantagens e desvantagens quanto à sua aplicação. cies presentes. Em seguida, pode ser aplicada uma
Os métodos mais frequentemente utilizados são solução irritante à base de formaldeído sobre a área
a coleta manual, por ser o mais preciso e possibi- escavada, possibilitando a coleta de espécies anéci-
litar tanto a coleta de casulos como de indivíduos cas, que habitam profundidades superiores a 25 cm
latentes, e o uso de soluções irritantes, por ser mais (Römbke, 2007).
rápido e prático (Ressetti, 2004). A extração de mi- Cabe ressaltar ainda que, independentemente do
nhocas por soluções químicas envolve a adição de método utilizado para avaliação da comunidade
solução irritante em uma área pré-definida do solo, de minhocas, é importante considerar alguns pa-
com posterior coleta das minhocas que emergem à râmetros, tais como: tamanho e número de amos-
superfície em um determinado período de tempo tras, características do local, tempo de amostragem
(Zaborski, 2003). Dentre os extratores químicos ir- e condições ambientais. O número e o tamanho das
ritantes que podem ser utilizados estão soluções à amostras devem ser suficientemente grandes para
base de formaldeído, alil isotiocianato, detergente, garantir uma avaliação segura e precisa da popu-
permanganato de potássio, vinagre e pó de mostar- lação de minhocas do local avaliado. A distância
da (Brown e James, 2007). entre as amostras deve ser respeitada para evitar
A instalação de armadilhas para amostragem de mi- interferências. A distribuição das amostras na área
nhocas é um método pouco preciso, pois possibilita deve considerar as características físicas e biológi-
apenas a captura de espécies ativas que vivem na cas do ambiente, tais como: tamanho da parcela, di-
superfície do solo (Brown e James, 2007). O uso de ferenças de vegetação e tipo de solo. Além disso, é
equipamentos que produzem campo elétrico a par- fundamental considerar o tempo disponível para a
tir da introdução de eletrodos no solo é uma alter- realização da amostragem, bem como os materiais
nativa válida para capturar minhocas. No entanto, necessários, a disponibilidade de recursos e de mão-
sua eficiência é dependente das condições de umi- -de-obra (Brown e James, 2007).
dade do solo, além do equipamento ser caro, exigir Ao comparar o uso de dois métodos comportamen-
manutenção e cuidados por parte do operador para tais (formol 0,5% e eletricidade) e da coleta manual
evitar acidentes (Römbke, 2007). para extração de minhocas em diferentes ecossis-
Devido à baixa eficiência, o uso de métodos indire- temas (fragmento de mata secundária, margem de
tos para avaliar a população de minhocas é pouco um pântano, área agrícola de cultivo anual e pasta-
recomendado, embora seja válido para estudos so- gem), Azevedo et al. (2010) observaram que alguns
bre os efeitos da atividade de minhocas nas proprie- fatores ambientais e comportamentais das espécies
dades e processos edáficos (Brown e James, 2007). presentes influenciaram a eficiência dos diferentes
As principais vantagens e desvantagens das meto- métodos utilizados: a) composição específica da co-
dologias baseadas na coleta manual, no uso de so- munidade de minhocas; b) diferenças na reação de
luções irritantes e de campo elétrico encontram-se indivíduos adultos e juvenis; c) tipo de cobertura
descritas na Figura 2. vegetal estabelecida no local; d) condições edáficas,
Um dos extratores químicos de minhocas mais uti- especialmente o teor de umidade; e) hábito/catego-
lizados é a solução de formaldeído (0,5%), conside- ria ecológica das espécies de minhocas presentes no
rada padrão (ISO 23611-1:2002). No entanto, por ser local. Neste sentido, para que a avaliação da comu-
fitotóxico e carcinogênico, representando riscos ao nidade de minhocas presente em uma determina-
ambiente e ao pesquisador, a legislação pode vir a da área seja realizada corretamente, Azevedo et al.
impedir o uso do formaldeído como extrator (Sch- (2010) sugerem que a escolha dos métodos de coleta
midt et al., 2001). Neste sentido, devido às inúmeras deve ser realizada com base nas condições de cada
vantagens do método químico de extração de mi- local a ser amostrado.
nhocas, é fundamental que novas soluções irritantes
atóxicas sejam testadas, visando facilitar a avaliação Caracterização e identificação de espécies
da diversidade destes organismos nos ecossistemas
sem oferecer riscos ao ambiente e à saúde dos pes- A caracterização e identificação das espécies de mi-
quisadores. nhocas usualmente é realizada com base nos carac-

Steffen et al., Importância ecológica e ambiental das minhocas 143


Figura 2 – Vantagens e desvantagens de alguns métodos de extração de minhocas do solo.

144 Revista de Ciências Agrárias, 2013, 36(2): 137-147


teres externos e internos dos exemplares coletados, edáficos. Pesquisas já demonstraram a participação
a qual é denominada caracterização morfológica. destes organismos em diversos processos do solo,
Os estudos anátomo-taxonômicos são realizados contribuíndo para a sustentabilidade de ecossiste-
em exemplares previamente fixados em formol (4 a mas naturais e agrícolas. Existem diferentes méto-
10%) ou em etanol (100%), os quais são mergulha- dos de avaliação da comunidade de minhocas exis-
dos em água, em cubas para dissecação, onde são tente nos agroecossistemas. A opção pelo método
presos com alfinetes entomológicos (Righi, 1990). mais apropriado depende, principalmente, do obje-
As observações gerais são realizadas com auxílio tivo da avaliação, de características do ambiente a
de microscópio estereoscópio (lupa) e as mais de- ser amostrado e das espécies existentes no local. O
talhadas necessitam de um microscópio óptico. Os uso de minhocas como bioindicadores de ambientes
trabalhos taxonômicos exigem o conhecimento dos impactados é aceite pela maioria dos pesquisado-
caracteres externos (cor, forma, comprimento, diâ- res. No entanto, ainda há muito a ser descoberto em
metro, segmentos, forma do prostômio e do clitelo, relação à forma como interferem nas características
sulcos intersegmentares, forma e localização das do solo e como são influenciadas pelo mesmo; ao(s)
cerdas, tipos de poros, marcas genitais, traves pu- tipo(s) de relação existente entre diferentes espé-
bertais, sulcos seminais, papilas e zona caudal) e cies que compõe uma comunidade de minhocas em
internos (septos, moela, esôfago, glândulas calcífe- ecossistemas naturais e alterados; e de que forma
ras, intestino, cecos intestinais, tiflosole, nefrídios, ocorre a co-existência entre espécies nativas e exóti-
sistema circulatório, testículos, funis seminais, sacos cas em um mesmo habitat.
testiculares, vesículas seminais, canais deferentes,
próstatas, câmaras copulatórias, ovários, ovisacos,
funis ovulares, espermatecas e glândulas das mar- Referências bibliográficas
cas pubertais) (Righi, 1990).
Como se pode perceber, a taxonomia de minhocas Araujo, M.A.R. (2007) - Unidades de Conservação no
é trabalhosa e baseia-se em toda a sua anatomia, Brasil: da república à gestão de classe mundial. Belo
sendo que a descrição de uma espécie constitui-se Horizonte, SEGRAC, 272 p.
em pequena monografia anatômica, como assinalou Azevedo, P.T.M.; Brown, G.G.; Baretta, D.; Pasini,
Pickford (1947citado por Righi 1990). Devido à difi- A. e Nunes, D.H. (2010) - Populações de minho-
culdade e à grande demanda de tempo para identi- cas amostradas por diferentes métodos de coleta
ficar os exemplares, aliada ao reduzido número de (elétrico, químico e manual) em ecossistemas da
pesquisadores e taxonomistas de oligoquetas ativos região de Londrina, Paraná, Brasil. Acta Zoológica
no mundo inteiro, novas ferramentas surgiram com Mexicana, 26 Número especial 2: 79-93.
o intuito de facilitar a identificação das espécies de Barois, I.; Lavelle P.; Brossard, M.; Tondoh, J.; An-
minhocas, como é o caso das técnicas moleculares. geles, M.M. de los; Rossi, J.P.; Senapati, B.K.; An-
As avaliações moleculares surgiram como ferramen- geles, A.; Fragoso, C.; Jimenez, J.J.; Decaëns, T.;
ta auxiliar nos estudos de taxonomia de oligoquetas, Lattaud, C.; Kanyonyo, J.; Blanchart, E.; Chapuis,
facilitando e acelerando o processo de identificação L.; Brown, G. e Moreno, A. (1999) - Ecology of
das espécies. A filogenética molecular é uma das mais species with large environmental tolerance and/
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al., 2010). Neste sentido, cada vez mais tem-se observa- Beare, M.H.; Coleman, D.C.; Crossley, D.A.; Hen-
do o uso de ferramentas moleculares em estudos sobre drix, P.F. e Odum, E.P. (1995) - A hierarchical
diversidade de minhocas, visando aproximar a carac- approach to evaluating the significance of soil
terização morfológica da caracterização molecular e, biodiversity to biogeochemical cycling. Plant and
assim, produzir conhecimentos sólidos e consistentes Soil, 170, 1: 5-22.
sobre a população de minhocas presente nos mais di- Blanchart, E.; Albrecht, A.; Alegre, J.; Duboisset, A.;
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