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UM ALERTA CONTRA A NEGLIGÊNCIA

Hebreus 2:1-4

INTRODUÇÃO

O escritor aos Hebreus tem um objetivo ao escrever sua carta. Lopes (2018) nos traz
um panorama dessa intenção.
Os crentes hebreus estavam enfrentando duras perseguições (10.34). Muitos perderam
seus bens, e outros, a própria vida. Houve muitos mártires que selaram sua fé com o
próprio sangue. Muitos foram queimados vivos ou jogados às feras. Outros, entretanto,
retrocederam. Preferiram negar sua fé a morrerem por sua fé. Houve aqueles que
renunciaram a Cristo para escapar da prisão ou da morte. A presente exortação tem
como propósito exortar os crentes perseguidos a se manterem firmes, em vez de
voltarem atrás. Muitos estavam de malas prontas para voltar para o judaísmo. A fé
cristã exigia deles um preço muito alto. Então, o escritor aos Hebreus encoraja-os,
mostrando a superioridade do cristianismo sobre o judaísmo1.

No primeiro capítulo da carta foi mostrado a imensa superioridade de Jesus Cristo.


Ele é superior aos profetas, sacerdotes e reis; além de ser superior aos anjos! Agora, no
segundo capítulo, o autor traz um alerta, sobre o evangelho e a verdade contida nele: “delas
jamais nos desviemos”. Há um aviso à Igreja sobre não negligenciar a fé: “como escaparemos
nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”.
A revelação do evangelho traz consigo imensa responsabilidade. O apóstolo Tiago
afirmou: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando”
(Tiago 4.17).

I – APEGAR-SE PARA NÃO SE DESVIAR

“Por esta razão”. Esta razão está contida no primeiro capítulo, onde se falou sobre a
superioridade de Cristo. Por Cristo ser superior às sombras do Antigo Testamento, por ele
ser superior aos anjos e por sua imensa dignidade, por tais razões é que surgem os conselhos
e alertas deste segundo capítulo. “A verdadeira preocupação da epístola agora está clara:
visto que o Salvador é mais do que um anjo – o Filho – é duplamente imperativo atentar, com
mais diligência, para as coisas que já temos ouvido” (EARLE, 2006)2.
A dignidade de Jesus Cristo é o fundamento para nos apegarmos a ele e não
desviarmos. O autor utiliza duas palavras importantes nesta sentença: “apegar” e “desviar”.
Ambas trazem, de certa forma, uma ilustração marítima, quando se atraca o barco e o deixa
ancorado ou quando o marinheiro, despercebido, perde a rota, e é levado pela correnteza.
Earle (2006) comenta: “Para que, em tempo algum, nos desviemos delas. A figura é de um
barqueiro descuidado e preguiçoso correndo o risco de passar despercebido pelo porto seguro
e ser levado pela correnteza”3.
Notemos que devemos nos apegar com mais firmeza. Ora, o evangelho é tal que está
numa categoria de superior relevância em relação ao Antigo Testamento. Não porque aquele
seja imperfeito, ou Deus não tenha agido nele. Mas, por conta da revelação
proporcionalmente maior, mais ampla e perfeita em Cristo, o Novo Testamento tem essa
primazia. Ademais, só uma comparação pontual. Se a lei entregue, por mediação de anjos,
tem seu prestígio e valor, quanto mais não deve ter o Evangelho que foi entregue pelo próprio

1
LOPES, Hernandes Dias. Hebreus: a superioridade de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2018. p. 24.
2
EARLE, Ralph et al. Comentário Bíblico Beacon – Hebreus a Apocalipse. Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
3
Idem.
filho de Deus?! Assim como Jesus é superior aos anjos, da mesma forma o evangelho é
superior à lei e devemos a ele “maior” firmeza!
Outro detalhe que não podemos ouvidar diz respeito à natureza do evangelho. É dito
que devemos nos apegar com mais firmeza às verdades ouvidas. A Palavra não deixa dúvidas
em afirmar que o evangelho é a verdade. O convite não é para se apegar a qualquer coisa, ou
em elementos incertos. Mas, ao evangelho, que é a verdade. A religião de Cristo não é uma
invenção espúria, mas a manifestação da verdade. Não estamos como que numa seita, numa
reunião pagã ou coisa do tipo. Estamos, como disse o apóstolo João, no verdadeiro. (1 João
5.20).
Às vezes, por causa da ênfase na doutrina da “perseverança dos santos”, onde cremos
que os eleitos de Deus não se perderão, podemos achar estranho tal advertência. Se,
porventura a salvação está garantida, por que tais advertências? Esse é um ponto importante
que precisa ser trabalhado e esclarecido.
Algumas pessoas costumam compreender erroneamente essa doutrina. O fato de
termos, nos planos eternos de Deus, a certeza final da salvação, não implica em leniência
quanto aos meios de santificação e progresso do cristão.
A perseverança não é algo automático de tal forma que podemos “cruzar os braços e
esperar”! Não é esta a ideia bíblica. John Piper (2014) nos ilustra a questão da seguinte
maneira.
(...) os santos têm de perseverar e perseverarão na fé e na obediência que
procede da fé. A eleição é incondicional, mas a glorificação não o é. (...)
Não agimos com um tipo de indiferença arrogante para com o chamado
à perseverança apenas porque uma pessoa professou a fé em Cristo,
como se pudéssemos, baseados em nossa perspectiva, ter certeza de que
agora ela está além do alcance do Maligno. (...) Esta é a razão por que
cremos na eterna segurança – ou seja, a segurança eterna dos eleitos. A
implicação é que Deus operará de tal modo em nós, que todos aqueles
que ele escolheu para a salvação eterna serão capacitados por ele a
perseverarem na fé até o fim, e cumprirão, pelo poder do Espírito Santo,
os requisitos quanto a um novo tipo de vida. (...) Deus nunca tencionou
que lutássemos sozinhos a luta da fé. Devemos lutar uns pelos outros.
Uma das afirmações mais admiráveis de Paulo sobre a perseverança dos
eleitos é 2 Timóteo 2.10: “Tudo suporto por causa dos eleitos, para que
também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna
glória”. Para muitos, isto é impressionante. Já não é certo que os eleitos
obterão a salvação na glória final? Sim, é. Aquele que Deus justificou, a
esses ele glorificou. No entanto, a pergunta trai uma suposição que este
último ponto tenta remover – a suposição de que certos resultados
implicam que não há necessidade de nos esforçarmos em direção a eles.
Isto é um engano. A salvação é certa para os eleitos de Deus. Ela não
falhará. Todavia, um dos meios que Deus ordenou para confirmarmos a
salvação é a parceria humana que nos fortalece na luta da fé. Paulo viu
seu ministério da Palavra como essencial à perseverança dos eleitos.4

Condizente com a citação anterior, podemos dizer que as ações de “apegar-se” e não
“desviar-se” estão neste contexto de ação em que o cristão está ativamente em progresso de
santificação e age, pelos diversos meios determinados pelo Senhor, rumo ao alvo.
Precisamos compreender que graça não é oposta a ação, mas sim ao mérito. Não há
nada de errado em nós agirmos no progresso de nossa santificação, uma vez que o mérito,
ou seja, o valor final sempre estará em Deus, pois reconhecemos que somos parte dos meios
por ele designados para se chegar ao fim colimado!

4
PIPER, John. Cinco pontos: em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. São José dos Campos/SP: FIEL, 2014.
p. 79-80, 87, 94-95.
APLICAÇÕES

Apegar-se e não se desviar. A questão de apegar-se a Deus e não se desviar é


importante. Quantas pessoas conhecemos que estavam na igreja outrora e, de repente, se
“desviaram”?! Quantos jovens frequentavam a igreja e eram até mesmo ativos, mas com o
tempo, caíram no mundo e os vemos agora em situações que, diante do evangelho, são
vergonhosas? A questão é que não devemos subestimar a influência das pequenas ondas.
Elas podem bater em nosso barco tentado levá-lo para longe. Estejamos vigiando e orando
contra as tentações. É preciso confessar ao Senhor os pequenos deslizes, suplicar o perdão
pelos “pequenos” pecados para que eles não se tornem volumosos e grandes. O fracasso
começa com o pouco, realmente. Já diziam que ninguém tropeça numa montanha, mas sim
numa pedra.

II – NÃO NEGLIGENCIEMOS O EVANGELHO, POIS ELE É MAIS FIRME DO QUE A LEI

A “palavra falada por meio de anjos”. Essa expressão diz respeito à entrega da Lei. É
comentado no Novo Testamento que ela foi entregue pela ação de anjos e se tornou firme.
Quer dizer que ela se tornou estável, forte, certa. Mas, como se pode ver a firmeza e seriedade
dessa lei? O autor mostra, com um exemplo negativo, que toda transgressão e desobediência
recebeu justo castigo. Ou seja, a palavra não era como a de um pai sem autoridade, que fala,
adverte, admoesta e nada acontece diante do escárnio. Pelo contrário, é mostrado a firmeza
da palavra justamente mediante o fato da rebeldia e desobediência. Nestes casos, ocorreu o
justo castigo.
(...) aqueles que negligenciaram a mensagem da lei, entregue a Moisés, por meio de
anjos, no Sinai, sofreram terríveis castigos. Toda aquela geração, exceto Josué e Calebe,
caiu morta no deserto depois de perambular por quarenta anos. A terra se abriu para
engolir os rebeldes, Deus enviou serpentes abrasadoras, e eles não entraram na terra
prometida5.

Agora, se a lei se tornou firme dessa maneira, quem dirá o evangelho, trazido por
Cristo? A palavra mediada por anjos foi tão eficaz e justa, como será aquela trazida
diretamente pelo próprio filho de Deus? “Desprezar a lei mediada pelos anjos era uma coisa
grave, mas desprezar (por negligência) a salvação mediada pelo Filho, que foi entregue aos
homens por meio de acontecimentos e evidências comprovados, era muito mais grave
ainda”6. “Muito mais severo será o castigo daqueles que negligenciarem a tão grande salvação
trazida por Cristo”7. Portanto, o ministério do evangelho traz consigo, de modo muito mais
digno, muito maior, a mesma exigência de respeito e reverência. O autor, mostrando até
espanto, comenta: “como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”
Ele pergunta sobre um escape! Como escaparemos? De fato, é impossível. Se o
ministério da lei alcançou justiça e trouxe castigo ao transgressor e ao desobediente, quanto
mais justiça não trará o evangelho? Não haverá escape para aqueles que fugirem do
evangelho. Para aqueles que o negligenciarem.
É preciso enfatizar que o autor aponta essa ameaça não apenas no caso mais grave de
desvio, mas num estágio anterior, ou seja, a negligência. O fato de negligenciar já coloca o
sujeito diante do contexto de juízo. “Não é só uma questão de rejeitar o evangelho, mas até
mesmo o negligenciá-lo merece o mais severo castigo [divino], em razão da grandeza da graça
que é nele oferecida”8.
Lopes comenta que: “Algumas pessoas acabam apostatando. E por quê? Por causa da
negligência! Elas ouvem, conhecem e até professam por um tempo as verdades do evangelho,
mas, por negligência, deixam de dar atenção, viram as costas e acabam rejeitando o que um
dia professaram”9.

5
LOPES, Hernandes Dias. Hebreus: a superioridade de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2018. p. 24.
6
EARLE, Ralph et al. Comentário Bíblico Beacon – Hebreus a Apocalipse. Vol. 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 30.
7
LOPES, Hernandes Dias. Hebreus: a superioridade de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2018. p. 24.
8
CALVIN, Jean. Hebreus. São José dos Campos, SP: Fiel, 2018. p. 51.
9
Idem. p. 29.
É preciso desfazer aquela opinião equivocada que diz ser o Antigo Testamento, a lei,
um ministério de ira, enquanto o evangelho é a expressão da graça de Deus. Na verdade,
tanto a lei quanto o evangelho expressam os atributos de Deus sem tal contradição. Tanto a
lei quanto o evangelho mostram a graça, como também o juízo de Deus. Esse texto é
testemunha disso. O evangelho está sendo comparado com a lei com um adendo: ele é
superior e mais “rígido”. Se a lei previa castigos por desobediência, não é diferente com o
evangelho, pois aos negligentes igualmente está previsto punição. Se a lei foi firme, o autor
noetestamentário se espanta e exclama: “como escaparemos”!, isso no contexto do evangelho.
Assim, não façamos uma dicotomia errada entre o Antigo e Novo Testamentos, entre lei e
evangelho, entre Cristo e Moisés. O Deus de amor sempre esteve no Antigo Testamento,
assim como o Deus de ira igualmente está presente no Novo Testamento e vice-versa.

APLICAÇÕES

Causa dos problemas espirituais. Uma das principais causas de problemas espirituais
é a negligência de nossa parte. Negligenciamos a Palavra de Deus, a oração, o culto com o
povo de Deus (ver Hb 10.25) e outras oportunidades de crescimento espiritual e, como
resultado, começamos a nos desviar. (WIERSBE, p. 364)10. Temos negligenciado a oração? O
culto? A meditação na Palavra de Deus? Caso isso tenha acontecido conosco, peçamos o
perdão do Senhor sobre nossas vidas neste momento e força para vencer as dificuldades e
prestar sempre adoração devida ao seu nome. Lembremos do aviso: “como escaparemos se
negligenciarmos tão grande salvação?!”
Será que o povo está negligenciando o cristianismo hoje? A resposta é um sonoro SIM!
O liberalismo teológico devastou e está devastando igrejas no mundo inteiro. O sincretismo
religioso está adentrando os arraiais evangélicos e introduzindo práticas estranhas à fé
cristã. O secularismo se aninha nas igrejas. O materialismo consumista domina os corações.
A judaização da igreja está arrastando muitos crentes aos rudimentos da fé. A teologia da
prosperidade está seduzindo muitos a se apegarem mais à terra que ao céu. A negligência
abre portas para muitas e perigosas novidades espirituais. Muitos ainda hoje estão
retrocedendo! (LOPES, 2018, p. 29)11.

III – NÃO NEGLIGENCIEMOS O EVANGELHO, POIS ELE FOI CONFIRMADO PELO


TESTEMUNHO DE DEUS

Se, por um lado, não devemos negligenciar o evangelho por conta da superioridade do
mesmo, que foi trazido pela dignidade do filho de Deus, por outro, encontramos o Senhor
sendo o primeiro anunciante do mesmo, seguido pelas testemunhas oculares e testificado
por Deus por meio de sinais, prodígios, milagres e manifestações do Espírito Santo. Ou seja,
não devemos negligenciar ainda mais porque ele foi manifestado com tanta clareza que se
torna um ultraje não corresponder a tal ação de Deus.
Foi anunciado inicialmente pelo Senhor. Como dito antes, ao contrário da lei, o
evangelho não foi promulgado por anjos, mas sim pelo filho. O Senhor é quem o anunciou.
É quem o estabeleceu. Posteriormente, aqueles que foram testemunhas oculares
continuaram a obra. De modo que o autor diz que foi confirmado a ele e a outras.
Notemos que a palavra “confirmado” faz referência a uma transmissão segura, fiel. Foi
estabelecido pelas testemunhas oculares. O autor, desta forma, se coloca como um que
precisou de tal testemunho. Assim, excluem-se do rol de possíveis escritores dessa carta
figuras como o apóstolo Paulo e outros apóstolos que fizeram parte da geração que teve o
testemunho visível de Jesus Cristo.
Interessante a ação direta de Deus no progresso do evangelho. Ele agia
disponibilizando sinais, prodígios e milagres. Além de uma ação mais evidente dos dons do
Espírito Santo. Um dos motivos de tais manifestações sobrenaturais é justamente testificar

10
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento. volume II. Santo André/SP: Geográfica editora, 2006.
11
LOPES, Hernandes Dias. Hebreus: a superioridade de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2018.
o evangelho. Neste contexto é evidente a função dos milagres e dons do Espírito Santo na
confirmação da palavra anunciada pelo Senhor.
Sinais diz respeito a uma ação que remete a um sentido maior, um significado mais
amplo. Os milagres tem o objetivo de levar a mente e o coração do homem a olhar para Deus,
a crer. Prodígios faz referência a uma ação sobrenatural. O evento deveria ser claramente
visto como de outra categoria diversa das operações naturais e ordinárias. O prodígio tinha
que chamar a atenção e fazer pasmar! No fim, o milagre tinha o objetivo de mostrar que o
poder era de Deus e ação em sinais e prodígios tinha a referência em Deus. Segundo Calvino
(2018):
Primeiro, são chamados sinais, porque incitam a mente humana a atentar para algo
mais elevado do que aparentam. Em seguida, são chamados prodígios, porque incluem
o que é novo e inusitado. Finalmente, são chamados milagres, porque neles o Senhor
exibe uma marca especial e extraordinária de seu poder12.

As distribuições dos dons do Espírito igualmente corroboravam o evangelho.


Possivelmente os sinais, prodígios e milagres eram exercidos no contexto dos dons
espirituais.

12
CALVIN, Jean. Hebreus. São José dos Campos, SP: Fiel, 2018. p. 53.

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