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310.3.

3 - Johann Valentin Andreae


(1586-1664)
Johann Valentin Andreae nasceu
em Herrenberg, em 17 de agosto de
1586, filho de Johann Andreae,
pastor luterano. Em 1605, quando
Valentian Andreae tinha 15 anos,
seu pai morre na flor da idade
emascendente carreira no clero
luterano. A mãe de Andreae,
mulher instruída, a fim de buscar
guarida para a família, se muda
para Tübingen, às margens do rio
Neckar, onde seu sogro, Jacob
Andreae, tambémchamado de "o
Lutero de Wurtterberg" era reitor
da Universidade. O velho Jacob era
afeito à alquimia, e desde cedo
colocou J. V. Andreae em contato
com esta tradição espiritual
antiquíssima. De 1601 a 1606, J. V.
Andreae fez seus estudos em
Teologia e Ciências Naturais,
destacando-se nos estudos de
optica, geometria, letras e teologia,
para receber precocemente (1604)
o título de mestre. Além disto,
envolveria-se com os maiores
alquimistas de seu tempo, entre
eles Cristopher Besold, fluente em
9 línguas, teólogobrilhante e
estudioso de cabala hebraica,
conhecia a fundo as obras de Pico
della Mirandola, Giordano Bruno,
Eckhart, Ruysbroek e do autor de
“Imitação de Cristo” (conhecido
como Thomas de Kempis).
Apesarde sua vasta cultura, Besold
considerava que nenhuma teoria ou
sistema de conhecimento exterior
poderialevar ao conhecimento
absoluto e duradouro: para ele, a
maior sabedoria era NADA saber.
Besold também considerava a
erudição um obstáculo para a
verdadeira devoção e que a mera
curiosidadeintelectual obstruía a
revelação de Deus no homem.
Dizia que a Reforma tinha falhado
em reformar o coração dos
homens: a “justificação pela fé” de
Lutero era insuficiente. Sem a
imitação de Cristo, isto é, a
alquimia real, não era
possívelreformar verdadeiramente
o mundo.
Em 1607 Johann Valentin Andreae
foi envolvido no lançamento de um
panfleto satírico que ridicularizava
Matthäus Enzlin, conselheiro
privado do príncipe. Por isso, seu
exame final não foi aceito.
Aconselhado por seus protetores,
partiu em viagem para afastar de si
as atenções.
Valentin Andreae se tornou por
algum tempo preceptor de jovens
nobres e viajou para a França,
Suíca, Áustria e Itália. Foi também
em 1607 que ele se tornou um
membro ativo do “Círculo de
Tübingen”, junto com Tobias Hess e
Christoph Besold. Os caminhos
desses três amigos só se separaram
em 1614, com a morte de Tobias
Hess.

Durante o período entre 1607 e


1616, os "manifestos rosacruzes"
foram elaborados e lançados:
 FAMA FRATERNITATIS:
1614 (com versões
clandestinas, desde 1610)
 CONFESSIO
FRATERNITATIS: 1615
 AS NÚPCIAS ALQUÍMICAS
DE CHRISTIAN
ROSENKREUZ: 1616.

Em 1612, Andreae retomou seus


estudos acadêmicos em Tübingen e
faz seu exame final em 1614. Após
o exame final, tornou-se diácono
em Vaihingen. No mesmo ano,
casou-se com Agnes Elisabeth
Grüninger, filha do famoso teólogo
luterano Jushua Grüninger (Besold
seria padrinho de seus três filhos).
Em 1617, Johann Valentin Andreae
torna-se membro fundador da
"Fruchtbringende Gesselschaft"
(Sociedade Frutificadora), criada
pelo príncipe Ludwuig de Anhalt, ao
lado de outros nobres, inspirada
nos preceitos da "Orden der
indissolubilisten" ("Ordem dos
Inseparáveis"), talvez a mais antiga
ordem iniciática da Europa, fundada
em 1577. Documentos que
atravessaram os séculos,
guardados pela loja maçônica "Zu
Freudschaft" ("Em Irmandade") de
Berlim, revelam que a
"Fruchtbringende Gesselschaft" era
baseada em preceitos alquímicos e
que propunha uma
completareforma espiritual do
mundo, temas também presentes
nos manifestos publicados entre
1614 e 1616. Johan Valentin
Andreae, muito provavelmente
pertenceu também à "Ordem
dosInseparáveis", cujos
manuscritos inspirariam a "Gold-
und-Rosencreutz" ("Rosa Cruz de
Ouro") do século XVIII. Inspirado
por seus ideais, sonhando com a
reforma do mundo pela verdadeira
luz, teria criado o nome fictício de
Christian Rosenkreuz,
provavelmente basendo-se na
figura de seu professor, Cristoph
Besold, como personagem
simbólico, e teria sido o autor dos
manifestosrosacruzes publicados de
1614 a 1616.
Em 1618, fundou a Sociedade
Cristã, cujos 26 membros incluíam
Christoph Besold e Johann Arndt.
Apesar de já falecido, Andreae
incluiu o nome de Tobias Hess entre
seus membros também.
Além de ter sido o mais provável
autor dos manifestos rosacruzes
(questão ainda polêmica),
publicaria uma série de outros
trabalhos: Theodosius (1610, sobre
educação, agora perdido),
Cosmoxenus (1612),
Collectaneorum mathematicorum
(1614), Turbo (1616), Theca
(1616), Menippus (1617), Invitatio
(1617), Mitologia Cristã (1618),
Christianopolis (1619), Turris
Babel(1619), Theophilus (1623),
uma autobiografia (1642), e muitos
outros.
Em 1634, durante a Guerra dos 30
anos, Calw foi saqueada e
incendiada e Andreae fuggiu com
sua família. Seguiu-se fome e
praga. Durante a viagem, um de
seus filhos morreu. Ele
tambémperdeu sua livraria, sua
coleção de arte (pinturas originais
de Durer, Cranach e Holbein) e
quase todos os seus manuscritos.
Entre 1634 e 1638, ele procurou
reconstruir Calw.
Em 1639, foi escolhido pregador e
conselheiro da corte em Stuttgart.
Em 1641, recebeu um doutorado
em teologia em Tübingen.
Durante seus últimos anos,
reorganizou as igrejas luteranas em
Wurttemberg.
Em 1650, ele foi para a Escola
Luterana em Bebenhausen, na
vizinhança de Tübingen, como
superintendente geral e abade.
Após quatro anos, foi nomeado
abade titular de Adelberg e foi
morarem Stuttgart, onde morreu
alguns meses depois.
310.3.4 - Francis Bacon
Francis Bacon, também referido
como Bacon de Verulâmio (Londres,
22 de Janeiro de 1561 — Londres, 9
de abril de 1626) foi um político,
filósofo e ensaísta inglês, barão de
Verulam (ou Verulamo ou ainda
Verulâmio), visconde de Saint
Alban. É considerado como o
fundador da ciência moderna.
Desde cedo, sua educação
orientou-o para a vida política, na
qual exerceu posições elevadas. Em
1584 foi eleito para a câmara dos
comuns.
Sucessivamente, durante o reinado
de Jaime I, desempenhou as
funções de procurador-geral
(1607), fiscal-geral (1613), guarda
do selo (1617) e grande chanceler
(1618). Neste mesmo ano, foi
nomeado barão de Verulam e em
1621, barão de Saint Alban.
Também em 1621, Bacon foi
acusado de corrupção. Condenado
ao pagamento de pesada multa, foi
também proibido de exercer cargos
públicos.
Como filósofo, destacou-se com
uma obra onde a ciência era
exaltada como benéfica para o
homem.
Em suas investigações, ocupou-se
especialmente da metodologia
científica e do empirismo, sendo
muitas vezes chamado de
"fundador da ciência moderna". Sua
principal obra filosófica é o Novum
Organum.
Francis Bacon foi um dos mais
conhecidos e influentes rosacruzes
e também um alquimista, tendo
ocupado o posto mais elevado da
Ordem Rosacruz, o de Imperator.
Estudiosos apontam como sendo o
real autor dos famosos manifestos
rosacruzes, Fama Fraternitatis
(1614), Confessio Fraternitatis
(1615) e Núpcias Alquímicas de
Christian Rozenkreuz (1616).

Filosofia
O pensamento filosófico de Bacon
representa a tentativa de realizar
aquilo que ele mesmo chamou de
Instauratio magna (Grande
restauração).

A realização desse plano


compreendia uma série de tratados
que, partindo do estado em que se
encontrava a ciência da época,
acabaria por apresentar um novo
método que deveria superar e
substituir o de Aristóteles.
Esses tratados deveriam apresentar
um modo específico de investigação
dos fatos, passando, a seguir, para
a investigação das leis e
retornavam para o mundo dos fatos
para nele promover as ações que se
revelassem possíveis. Bacon
desejava uma reforma completa do
conhecimento. A tarefa era,
obviamente, gigantesca e o filósofo
produziu apenas certo número de
tratados. Não obstante, a primeira
parte da Instauratio foi concluída.

A reforma do conhecimento é
justificada em uma crítica à filosofia
anterior (especialmente a
Escolástica), considerada estéril por
não apresentar nenhum resultado
prático para a vida do homem. O
conhecimento científico, para
Bacon, tem por finalidade servir o
homem e dar-lhe poder sobre a
natureza. A ciência antiga, de
origem aristotélica, também é
criticada. Demócrito, contudo, era
tido em alta conta por Bacon, que o
considerava mais importante que
Platão e Aristóteles.
A ciência deve restabelecer o
imperium hominis (império do
homem) sobre as coisas. A filosofia
verdadeira não é apenas a ciência
das coisas divinas e humanas. É
também algo prático. Saber é
poder. A mentalidade científica
somente será alcançada através do
expurgo de uma série de
preconceitos por Bacon chamados
ídolos. O conhecimento, o saber, é
apenas um meio vigoroso e seguro
de conquistar poder sobre a
natureza.

Classificação das ciências:


Preliminarmente, Bacon propõe a
classificação das ciências em três
grupos:
a poesia ou ciência da imaginação;
história ou ciência da memória;
filosofia ou ciência da razão.
A história é subdividida em natural
e civil e a filosofia é subdividida em
filosofia da natureza e em
antropologia.

Ídolos
No que se refere ao Novum
Organum, Bacon preocupou-se
inicialmente com a análise de falsas
noções (ídolos) que se revelam
responsáveis pelos erros cometidos
pela ciência ou pelos homens que
dizem fazer ciência. É um dos
aspectos mais fascinantes e de
interesse permanente na filosofia
de Bacon. Esses ídolos foram
classificados em quatro grupos:

1) Idola Tribus (ídolos da tribo).


Ocorrem por conta das deficiências
do próprio espírito humano e se
revelam pela facilidade com que
generalizamos com base nos casos
favoráveis, omitindo os
desfavoráveis. São assim
chamados porque são inerentes à
natureza humana, à própria tribo
ou raça humana. Astrologia,
alquimia e cabala são exemplos
dessas generalizações;

2) Idola Specus (ídolos da caverna).


Resultam da própria educação e da
pressão dos costumes. Há,
obviamente, uma alusão à alegoria
da caverna platônica;

3) Idola Fori (ídolos da vida


pública). Estes estão vinculados à
linguagem e decorrem do mau uso
que dela fazemos;

4) Idola Theatri (ídolos da


autoridade). Decorrem da irrestrita
subordinação à autoridade (por
exemplo, a de Aristóteles). Os
sistemas filosóficos careciam de
demonstração, eram pura invenção
como as peças de teatro.

O método
O objetivo do método baconiano é
constituir uma nova maneira de
estudar os fenômenos naturais.
Para Bacon, a descoberta de fatos
verdadeiros não depende do
raciocínio silogístico aristotélico
mas sim da observação e da
experimentação regulada pelo
raciocínio indutivo. O conhecimento
verdadeiro é resultado da
concordância e da variação dos
fenômenos que, se devidamente
observados, apresentam a causa
real dos fenômenos.

Para isso, no entanto, deve-se


descrever de modo pormenorizado
os fatos observados para, em
seguida, confrontá-los com três
tábuas que disciplinarão o método
indutivo:
a tábua da presença (responsável
pelo registro de presenças das
formas que se investigam), a tábua
de ausência (responsável pelo
controle de situações nas quais as
formas pesquisadas se revelam
ausentes)
e a tábua da comparação
(responsável pelo registro das
variações que as referidas formas
manifestam). Com isso, seria
possível eliminar causas que não se
relacionam com o efeito ou com o
fenômeno analisado e, pelo registro
da presença e variações seria
possível chegar à verdadeira causa
de um fenômeno. Estas tábuas não
apenas dão suporte ao método
indutivo mas fazem uma distinção
entre a experiência vaga (noções
recolhidas ao acaso) e a experiência
escriturada (observação metódica e
passível de verificações empíricas).
Mesmo que a indução fosse
conhecida dos antigos, é com Bacon
que ela ganha amplitude e eficácia.

O método, no entanto, possui pelo


menos duas falhas importantes. Em
primeiro lugar, Bacon não dá muito
valor à hipótese.
De acordo com seu método, a
simples disposição ordenada dos
dados nas três tábuas acabaria por
levar à hipótese correta.
Isso, contudo, raramente ocorre.
Em segundo lugar, Bacon não
imaginou a importância da dedução
matemática para o avanço das
ciências. A origem para isso, talvez,
foi o fato de ter estudado em
Cambridge, reduto platônico que
costumava ligar a matemática ao
uso que dela fizera Platão.

Obras jurídicas
Figuram entre seus principais
trabalhos jurídicos os seguintes
títulos: The Elements of the
common lawes of England
(Elementos das leis comuns da
Inglaterra), Cases of treason
(Casos de traição), The Learned
reading of Sir Francis Bacon upon
the statute os uses (Douta leitura
do código de costumes por Sir
Francis Bacon).

Obras literárias
Sua obra literária fundamental são
os Essays (Ensaios), publicados em
1597, 1612 e 1625 e cujo tema é
familiar e prático. Alguns de seus
ditos tornaram-se proverbiais e os
Essays tornaram-se tão famosos
quanto os de Montaigne. Outros
opúsculos, no âmbito literário:
Colours of good and evil
(Estandartes do bem e do mal), De
sapientia veterum (Da sabedoria
dos antigos). No âmbito histórico
destaca-se History of Henry VII
(História de Henrique VII) .

Obras filosóficas
As obras filosóficas mais
importantes de Bacon são
Instauratio magna (Grande
restauração) e Novum organum.
Nesta última, Bacon apresenta e
descreve seu método para as
ciências. Este novo método deverá
substituir o Organon aristotélico.
Seus escritos no âmbito filosófico
podem ser agrupados do seguinte
modo:
1) Escritos que faziam parte da
Instauratio magna e que foram ou
superados ou postos de lado, como:
De interpretatione naturae (Da
interpretação da natureza),
Inquisitio de motu (Pesquisas sobre
o movimento), Historia naturalis
(História natural), onde tenta
aplicar seu método pela primeira
vez;
2) Escritos relacionados com a
Instauratio magna, mas não
incluídos em seu plano original. O
escrito mais importante é New
Atlantis (Nova Atlântida), onde
Bacon apresenta uma concepção do
Estado ideal regulado por idéias de
caráter científico. Além deste,
destacam-se Cogitationes de
natura rerum (Reflexões sobre a
natureza das coisas) e De fluxu et
refluxu (Das marés);

3) Instauratio magna, onde Bacon


procura desenvolver o seu
pensamento filosófico-científico e
que consta de seis partes: (a)
Partitiones scientiarum
(Classificação das ciências),
sistematização
do conjunto do saber humano, de
acordo com as faculdades que o
produzem; (b) Novum organum
sive Indicia de interpretatione
naturae (Novo método ou
Manifestações sobre a
interpretação da natureza),
exposição do método indutivo,
trabalho esse que
reformula e repete o Novum
organum; (c) Phaenomena universi
sive Historia naturalis et
experimentalis ad condendam
philosophiam (Fenômenos do
universo ou História natural e
experimental para a
fundamentação da filosofia), versa
sobre a coleta de dados empíricos;
(d) Scala intellectus, sive Filum
labyrinthi (Escala do entendimento
ou O Fio do labirinto), contém
exemplos de investigação
conduzida de acordo com o novo
método; (e) Prodromi sive
Antecipationes philosophiae
secundae (Introdução ou
Antecipações à filosofia segunda),
onde faz considerações à margem
do novo método, visando mostrar o
avanço por ele permitido; (f)
Philosophia secunda, sive Scientia
activa (Filosofia segunda ou Ciência
ativa), seria o resultado final,
oragnizado em um sistema de
axiomas.
1558 — Morte de Maria I, que é
sucedida por Elizabeth I.
1561 — Nasce Francis Bacon.
1564 — Nasce Galileu Galilei
1576 — Bacon viaja para França.
1582 — Giordano Bruno publica As
sombras das idéias.
1588 — Derrota da Invencível
Armada.
1596 — Nasce Descartes.
1600 — Giordano Bruno é
condenado e executado.
1618 — Bacon é Lorde Chanceler e
barão de Verulam.
1623 — Nasce Blaise Pascal.
1626 — Morte de Bacon.

310.3.7 - Robert Fludd


(1574 - 1637)

Roberto Fludd nasceu em Milgate


(Kent), Inglaterra, no ano de 1574,
sendo seu pai um nobre daquele
país. Foi médico, filósofo e escritor
– um verdadeiro polígrafo. Viajou
pela França, Alemanha, e Espanha,
indo depois estabelecer-se em
Londres, onde iniciou a sua carreira
médica.

Nesta capital européia praticou a


medicina com êxito, e diz-se que
combinava a cura espiritual com o
tratamento puramente médico. Nos
países mencionados, com a
convivência de homens de ciência,
aperfeiçoou os seus conhecimentos
de Filosofia, Medicina, História
Natural, Alquimia e Teosofia, que
tinha adquirido em Oxford,
tornando-se um dos homens mais
eruditos do seu tempo.

Adversário dos "peripatéticos" (os


que seguem a filosofia de
Aristóteles), e em geral de toda a
filosofia pagã, introduziu na
Inglaterra a filosofia natural e a
teosofia de Paracelso e de Cornélio
Agripa. Tal como Paracelso,
esforçou-se por formar um sistema
de filosofia fundado na identidade
da verdade espiritual e física.

Nos seus escritos notam-se as


antigas doutrinas rosacrucianas que
se consubstanciam nisto: o
Universo e todas as coisas
procedem de Deus – o princípio e o
fim de todas as coisas, que a Ele
retornarão.

O acto de criação é a reparação do


princípio activo (luz), do principio
passivo (obscuridade) no seio da
unidade divina (Deus).

Para ele, como para qualquer


rosacruciano, a unidade de toda a
vida é um facto indiscutível. A sua
explicação do acto da Criação
recorda-nos o princípio do
evangelho de S. João, no qual este
fala do papel que a Luz (Espírito) e
as trevas (matéria) desempenham
na Criação do Universo. Fludd diz
que o universo consiste em três
mundos: o arquetípico (Deus), o
macrocosmo (o mundo) e o
microcosmo (o homem). Este é o
mundo em miniatura. Todas as
partes de ambos se correspondem
simpaticamente, actuando uma
sobre a outra.
Com tais opiniões, dá-nos a
entender que também para ele era
certa a verdade do axioma
hermético: "Como em cima é em
baixo, e como em baixo é em cima".

Diz ainda que é possível para o


homem (e também para o mineral
e para a planta) sofrer a
transformação e obter
imortalidade. Ora, isto não é mais
que a expressão, por outras
palavras, do princípio da evolução.
O sistema de Fludd pode ser
descrito como um panteísmo
materialista apresentado em
fórmulas místicas. Isto quer dizer
unicamente que, para ele, o
Universo material não é mais do
que Espírito (Deus) cristalizado,
sendo uma coisa vivente e o corpo
de Deus, tal como o aprendemos na
nossa Filosofia Rosacruz.

Alegoricamente interpretado, o
sistema de Fludd contém o
significado real do Cristianismo,
conforme o revelado ao homem
primitivo pelo próprio Deus,
transmitido a Moisés e aos
patriarcas por tradição, e revelado
pela segunda vez por Cristo.

Entre as suas obras figuram:


Utriusque Cosmi metaphisica atque
technica historica (Oppenheim,
1617); Tracttatus theologiae
philosophica (Oppenheim, 1617);
Clavis philosophiae et alchymiae
Fluddano (Francfort, 1633), obras
nas quais reuniu os dois princípios
dominadores da natureza, a
simpatia e a antipatia, com a força
magnética universal; De
Monochordum Mundi (Francfort,
1623), obra na qual compara o
Universo com um monocórdio
(instrumento musical duma só
corda).
É notável a sua interpretação do
fogo. Segundo Fludd o fogo
contém: 1º – uma chama visível
(corpo); 2º – um fogo astral
invisível; 3º – um "espírito".
Quando uma chama se extingue no
plano material, não faz mais do que
passar do mundo visível ao
invisível. Com esta interpretação
equipara-se aos Rosacruzes que
também foram chamados os
"filósofos do fogo".
O primeiro emblema da Irmandade
Rosacruz foi dado a conhecer em
1619, por Fludd, sob a forma de
uma cruz com uma rosa ao meio,
colocada sobre um pedestal com
três degraus.

Entre os seus escritos contam-se


mais os seguintes: Tractatus
apologeticus (Leyden, 1617), que é
a defesa detalhada e fogosa dos
Rosacruzes contra a maledicência e
a calúnia dos ignorantes e mal
intencionados; Apologia
compendiaria fraternitatem de
Rosea Cruce suspicionis et infamiae
maculis aspersam abluens (Leyden,
1617).

Como bom rosacruz, Fludd mostra


o equilíbrio entre o coração e a
mente, que a nossa filosofia ensina
ser absolutamente necessário para
o desenvolvimento perfeito do
homem e assim vemos que, apesar
de ser um místico, eram também
um homem de muitos e variados
recursos, e nunca desdenhou as
experiências científicas.

Fludd morreu em Londres, no dia 8


de Setembro de 1637.

Bibliografia:
A. E. Waite, History of the
Rosicrucians, 1887; J.B. Graven,
Robert Fludd the English
Rosicrucian, 1902; J. Hunt,
Religious Thought in England,
1871; Thomas De Quincey, The
Rosicrucian and Freemasonry,
1871.

310.3.8 - Saint-Martin
(1743 - 1803)
Louis Claude de Saint-Martin
(1743 - 1803), o "Filósofo
Desconhecido", pensador
profundo e grande iniciado, nasceu
a 18 de janeiro de 1743 em
Amboise, Tourraine, no centro da
França, no seio de uma família
nobre, mas pouco abastada e
desconhecida. Logo depois do
nascimento de Saint-Martin, sua
mãe faleceu, e ele foi criado pelo pai
e por uma madrasta, pessoa
amável e de bom coração, que o
iniciou na leitura de
Jacques Abbadie, ministro
protestante de Genebra. Com esse
autor, apreendeu a conhecer a si
mesmo, relegando a um plano
secundário a análise decepcionante
e estéril dos filósofos em voga na
época "É à obra de Abbadie, A Arte
de Conhecer a Si Mesmo, que devo
meu afastamento das coisas
mundanas; é a Burlamaqui que
devo minha inclinação pelas bases
naturais da razão; é a Martinez de
Pasqually que devo meu ingresso
nas verdades superiores; é a Jacob
Böehme que devo meus passos
mais importantes nos caminhos da
Verdade."

Saint-Martin amava a
humanidade e considerava-a
melhor do que parecia ser; e o
encanto da sociedade da época
levou nosso Filósofo a pensar que a
vivência nas rodas sociais poderia
levá-lo ao melhor conhecimento do
homem e conduzi-lo à intimidade
mais perfeita com os seus
princípios. Assim, agiu conforme
seu pensamento: freqüentou os
saraus musicais e toda sorte de
recreações da alta nobreza, desde
os passeios ao campo até as
conversas com amigos; os atos de
gentileza eram a manifestação de
sua própria alma.
A Escola de Pasqually, seu iniciador
nas práticas teúrgicas, era a Ordem
dos Elus Cohens do Universo
(Sacerdotes Eleitos), revigorada
mais tarde pela ação de Saint-
Martin e Jean Baptiste Willermoz,
sob a inspiração das obras de M.
Pasqually e de J. Böehme e a partir
de suas próprias pesquisas.

Em fins de 1768, Saint-Martin foi


iniciado nos três primeiros graus
simbólicos da referida Ordem pela
espada de Balzac, avô de Honoré de
Balzac, o famoso romancista
francês das primeiras décadas do
século XIX. Com efeito, em carta de
12 de agosto de 1771, dirigida a seu
colega Willermoz, de Lyon,
confirmou ter sido iniciado por
Balzac e que recebera de uma só
vez os três graus simbólicos. "Não
é comum darem-se os três graus
simbólicos ao mesmo tempo;
deixam-se, ao contrário",
prosseguiu Saint-Martin na
referida carta, "grandes intervalos
de tempo entre um grau e outro,
segundo o progresso de cada um."

Assim, Saint-Martin submeteu-se


em seguida ao método iniciático de
Pasqually, de quem se tornou
secretário particular e discípulo
zeloso. Mas não deixou, logo
depois, de criticar seu primeiro
Mestre, por não concordar com tudo
o que era feito em tal sistema.
Considerava supérfluas todas as
manifestações físicas exteriores e
todos os detalhes do cerimonial
Cohen: "São necessárias todas
essas coisas para orar a Deus?",
perguntou Saint-Martin a seu
mestre Martinez. "É preciso que nos
contentemos com o que temos",
respondeu o Grão-Mestre.
Na época em que conheceu
Pasqually, tinha pouco mais de
vinte e cinco anos e acabava de
debutar no Ocultismo, de sorte que
nem todas verdades da Iniciação
pode receber de seu primeiro
mestre, com o qual permaneceu
cinco anos. Soube reconhecer mais
tarde sua grandeza (porque é bom
que se afirme que Martinez de
Pasqually foi um adepto de grande
iluminação).

Saint-Martin nunca concordou


com a iniciação realizada fora do
silêncio e da realidade invisível, que
chamava de centro ou via interior.
Para ele, o interior deve ser o
termômetro, a verdadeira pedra de
toque do que passa fora...; e o
estudo da Natureza exterior só teria
sentido se conduzisse à senda
interior, ativa. Esse estudo poderia,
pois, ser útil na medida em que
conduzisse à Verdade, mas a
Iniciação, explicava ele a
Kircheberger, deve agir no ser
central...
Talvez por esse motivo Saint-
Martin tenha iniciado uma série de
viagens, verdadeiros apostolados,
para realizar propaganda das idéias
espiritualistas, recolher dados e
informações iniciáticas e entrar em
contato com discípulos e homens de
ciência. Em todos esses contatos
sempre conquistava novas
amizades e discípulos para
continuarem sua obra. Saint-
Martin tinha uma conversa muito
agradável, uma vez que seu verbo
não fazia senão expressar sua paz
interior, seus conhecimentos e a
nobreza de sua alma.Saint-
Martin, entretanto, nunca ficou
muito ligado ao rigor das
instituições iniciáticas, mas, em
razão da problemática da época,
em pleno desenvolvimento da
Revolução Francesa, procurou, para
a salvaguarda das suas próprias
doutrinas e das tradições de que
então já era depositário, unir-se a
grupos ou formar grupos cujos
membros desejassem,
sinceramente, dedicar-se ao culto
da Verdade e à prática das Virtudes.
Estudava, paralelamente, as
doutrinas de Pasqually e de
Swedenborg, as primeiras
mostrando-lhe a ciência do Espírito
e as segundas a ciência da Alma.

Saint-Martin considerava as obras


de Jacob Böehme de uma
profundidade e de um valor
inestimáveis e não se achava digno
nem de desatar as sandálias de
Jacob Böehme; entendia que seria
necessário que o homem se tivesse
tornado pedra ou demônio para não
tirar proveito de tais obras.
Foi assim que passou a estudar o
alemão, com quase 50 anos de
idade, para melhor penetrar no
sentido oculto e no pensamento do
autor. Procurou traduzir para o
francês as principais obras do
Mestre....
A partir de então, sempre que se
referia a Jacob Böehme dizia que o
Iluminado teutônico foi a maior luz
que veio a este mundo depois
daquele que era a própria Luz, isto
é, o Cristo.
Acredita-se que a chave da
iniciação está no desejo do homem
de purificar-se, de evoluir e de
atingir a iluminação. Essa evolução
é necessária para remediar a
degradação a que o homem se
submeteu após a Queda Original.
Antes, o homem podia obrar em
conformidade com a Vontade do
Pai, sendo dessa maneira poderoso,
mas após ter se revestido de um
envoltório material, suas
capacidades espirituais atrofiaram-
se e a Vontade e a pureza de
outrora aniquilaram-se. Foi na
cidade de Estrasburgo que Saint-
Martin deu a um discípulo a chave
de O Homem de desejo, que, por
extensão, serve para a própria
Iniciação:

Isto é, antes de Adão ter comido a


maçã, o homem podia realizar sua
obra sem esforço; depois, a obra
não se concretiza a não ser com a
ajuda do fogo puro, emanado de
um ardente suspiro, advindo do
grande esforço individual. Assim, a
chave do Homem de Desejo deve
nascer do desejo do homem.
Seu livro O Homem de Desejo,
publicado pela primeira vez em
1790, são litânias no estilo do
salmista, nas quais a alma humana
evolui para o seu primeiro estágio,
num caminho que o Espírito pode
ajudá-la a percorrer.

Compreende-se, assim, que o


ensinamento deixado por Saint-
Martin, e que veio de Martinez de
Pasqually e de Jacob Böehme, era
muito profundo e de natureza
divina. Constitui-se uma Escola de
Homens de Desejo, ávidos por
adquirirem conhecimentos, uma
elite do pensamento, embaçada em
um sistema filosófico iniciático,
tendo como objetivo o
desenvolvimento moral e espiritual
do homem. Não é uma Escola de
especulação abstrata, mas um
centro onde os membros procuram
conhecer a doutrina e a experiência
dos mestres e onde procuram vivê-
la na vida diária, para atingir a
perfeição interior, através de um
processo de autotransformação...
Hoje, a obra de Louis Claude de
Saint-Martin continua através dos
Grupos de Iniciados que seguem
sua doutrina. A Conquista da
Iluminação é o objetivo último de
todos os Homens de Desejo, que
encontram nas obras do Mestre e
no seu exemplo, como Homem e
como Iniciado, o respaldo
necessário para prosseguir na
senda sem desânimo.
Que cada um possa transformar-se
em um Novo Homem, renascido
pela Luz, que resplandece na alma
de todos, e que engendrará, no
futuro, o Homem-Espírito, o novo
Sol que acalentará os corações de
todos com seu procedimento e com
sua serenidade.

OBRAS DE LOUIS CLAUDE DE


SAINT-MARTIN
1-) Des Erreurs et de la Vérité, ou
les Hommes Rappelés au Principe
Universel de la Science. Edimbourg,
1775, 2 vol.
2-) Suite des Erreurs et de la Vérité.
A Salomonopolis, Androphile, 1784.
3-) Tableau Naturel des Rapports
qui Existent entre Dieu, l'Homme et
l'Univers. Édimbourg. 1782.
4-) L'Homme de Désir. Lyon, 1790.
5-) Ecce Homo. Paris, Cercle Social,
1792.
6-) Le Nouvel Homme. Paris, Cercle
Social, 1792.
7-) Letre à un Ami, ou
Considérations Philosophiques et
Religieuses sur la Révolution
Française. Paris, Louvet, Palais,
Égalité, 1796.
8-) Éclair sur l'Association
Humaine. Paris, Marais, 1797.
9-) Le Crocodille ou la Guerre du
Bien et du Mal, Arrivée sous le
Règne de Louis XV. Paris, Cercle
Social, 1798.
10-) Réflexiones d'un Observateur
sur la Question Proposée por
l'Institut: "Quelles sont les
Institutions les plus Propres à
Fonder la Morale d'un Peuple?.
Paris, 1798.
11-) De l'Influence des Signes sur
la Pensée (inserido incialmente no
Crocodile). Paris, 1799.
12-) L'Esprit des Choses ou Coup
d'Deil Philosophique sur la Nature
des Étres et sur l'Objet de leur
Existence. Paris, 1800, 2 vol.
13-) Le Ministère de l'Homme-
Esprit. Paris, 1802.
14-) Oeuvres Posthumes de Saint-
Martin. Tours, 1807, 2vol.
15-) Traité des Nombres. S/1, M.
Léon, 1844.
16-) Correspondence de Saint-
Martin avec Kircheberger, Baron de
Liebisdorf, des annèes 1792 a
1799, S. n. t.

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