JUAZEIRO - BA
2019
1. FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO
A constituição da República Federativa do Brasil tem como primeiro título “Dos princípios
fundamentais”, que aborda, dentre outros, os fundamentos e objetivos constitucionais. Ela é
regida por cinco fundamentos, que estão descritos do artigo primeiro: soberania, cidadania,
dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo
político. A soberania é a qualidade de Estado democrático de direito, ela no estado significa
a soberania do povo. Na seara internacional, há equivalência entre os Estados, ou seja,
todo Estado nacional é soberano, seja ele Brasil ou Portugal, por exemplo.
O último inciso do artigo diz que “promover o bem de todos sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, ou seja, que o nosso
país seja o país do respeito. Todo direito de todo dever tem de se estendido a qualquer
individuo, respeitando-se as normas da constituição e até onde for o direito do próximo.
O conceito de direitos fundamentais pode ser definido como direitos inerentes à pessoa
humana e essenciais à vida digna. Ainda, deve-se ressaltar que é dever do Estado
protegê-los. No entanto, eles também possuem características dos direitos fundamentais.
Eles são irrenunciáveis, ou seja, ninguém pode recusá-los, na medida em que são
inerentes, também são inalienáveis e invioláveis. Isto é, não podem ser vendidos, trocados,
disponibilizados ou violados, sob risco de punição do Estado. Além disso, são
imprescritíveis. Ou seja, não são atingidos pela prescrição e podem ser exigidos a qualquer
tempo. Do mesmo modo são universais, uma vez que aplicados indistintamente a todos os
indivíduos.
Não obstante, diz que são concorrentes, pois podem incidir em concomitância a outros
direitos fundamentais, e complementares, pois devem ser interpretados em consonância e
em conjunto ao sistema jurídico. Por fim, são limitados, na medida em que se dividem em
direitos relativos e direitos absolutos.
Enquanto os direitos fundamentais se referem aos direitos propriamente ditos constantes na
Constituição, as garantias fundamentais se referem a medidas previstas e visam a proteção
desses direitos. Assim, são exemplos de direitos fundamentais o direito à vida e à liberdade.
E são exemplos de garantias fundamentais o Habeas Corpus e o Habeas Data, além de
outros remédios jurídicos. da nacionalidade e direitos políticos.
O capítulo I, que aborda os direitos e deveres individuais e coletivos, apresenta uma série
de direitos e garantias que são fundamentais à vida humana digna. Contudo, o caput do
artigo apresenta 5 direitos que possuem ainda mais importância e são basilares para o
ordenamento jurídico. Desse modo, é a redação do artigo: todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes.
Sendo assim, são direitos fundamentais: direito à vida, direito à liberdade, direito à
igualdade, direito à igualdade e direito à propriedade.
O direito à vida engloba não apenas o direito de existir, mas de existir de modo digno, além
da integridade física e moral. Ou seja, é um direito amplo que garante ao cidadão uma vida
digna, respeitável e também saudável. Isto implica a vedação a práticas humilhantes e de
tortura, por exemplo. Nesse sentido, dispõe o inciso III do artigo 5º, CF: ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.Sendo também proibido a
penas de caráter perpétuo e de trabalhos forçados e cruéis. Sendo assim, ele não é visto
somente como o direito de estar e se manter vivo, ou como o direito de não ser morto. A
vida, além de ser vivida deve ser com saúde, dignidade, respeito. Porém, este não é um
direito absoluto. Todo direito fundamental é relativo. No caso do direito à vida, a exceção
está justamente no fato da própria Constituição Federal trazer possibilidade de pena de
morte em caso de guerra declarada. Outro fator importante é que não existe hierarquia
entre direitos fundamentais, logo, não se pode falar que o direito à vida é hierarquicamente
superior ou inferior a qualquer outro direito fundamental.
O direito à igualdade, por sua vez, trata da vedação à discriminação. Todavia, pode se
referir a uma igualdade formal ou a uma igualdade material. E isto terá diferentes
implicações para o ordenamento. No tocante à igualdade formal, ou seja, ao acesso
indistinto dos indivíduos a direitos e obrigações, estabelece o inciso um do artigo quinto:
homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
De igual modo, dispõe os inciso XLI e XLII do artigo quinto, CF: a lei punirá qualquer
discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; a prática do racismo
constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Já no que se refere à igualdade material, esta se refere à necessidade de tratamento
diferenciado na medida das desigualdades. Por essa razão, por exemplo, quando o Direito
visa a regulação de relações entre desiguais, deverá observar as desigualdades com vistas
à equiparação de oportunidades.
O direito à propriedade, por fim, também está entre os direitos e garantias fundamentais do
caput do artigo 5º, CF. Além da previsão da propriedade como um direito de todos, a
Constituição prevê que a propriedade deverá atender ao princípio da função social. Assim,
dispõem os incisos XXII e XXIII do artigo 5º da Constituição Federal respectivamente: é
garantido o direito de propriedade; a propriedade atenderá a sua função social; não
obstante, são previstas medidas de proteção à propriedade, inclusive em âmbitos judiciais.
É o caso, por exemplo, das chamadas ações possessórias.
Os remédios constitucionais também fazem parte dos direitos individuais e coletivos. São
espécies de garantias constitucionais que visam proteger determinados direitos e até outras
garantias fundamentais. São eles: habeas corpus, habeas data, ação popular, mandado de
segurança e mandado de injunção O primeiro deles, o habeas corpus, é o remédio que visa
proteger a liberdade de locomoção, diz o texto da CF que: conceder-se-á habeas-corpus
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. É possível ainda que o HC na
hipótese de ameaça indireta, reflexa, potencial a liberdade de locomoção.
O habeas data tem como objetivo proteger a liberdade de informação do indivíduo. è cabível
em três hipóteses, são elas: para conhecer a informação, para retificar a informação e para
anotação (inserir informação) nos registros do interessado, de contestação ou explicação
sobre uma informação que embora verdadeira possa ser justificada e que esteja sob
pendência judicial ou administrativa. Um exemplo é quando um contribuinte que queira
obter informações fiscais suas que estejam constantes de registros e bancos do órgão fiscal
de arrecadação tributária tiver negada essas informações.
A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada como espécie de exercício direto
dos direitos políticos, é dizer, o seu exercício é um instrumento de democracia participativa.
Por isso que só poderá ser utilizada por cidadãos, ou seja, aqueles indivíduos que
detenham o exercício dos direitos políticos. Assim, pessoas jurídicas, o Ministério Público e
estrangeiros não podem interpor ação popular. Já o réu da ação popular pode ser qualquer
´pessoa física ou jurídica, direito público ou privado; autoridades, funcionários,
administradores e beneficiários diretos que tenham cometido algum ato lesivo ao
patrimônio: público, histórico ou cultural; a moralidade administrativa ou ao meio ambiente.
O mandado de segurança será cabível para proteger direito líquido e certo, que é aquele
em que os fatos alegados são comprováveis de plano, as provas devem ser
pré-constituídas, pois no MP, não existe dilação probatória, não existe fase de instrução
processual, que é o momento em que se produz provas, por exemplo, no mandado de
segurança não será possível ouvir testemunhas, nem produzir perícia no curso do processo.
Por fim, o mandado de injunção é uma garantia que visa assegurar o exercício de direitos e
liberdade constitucionais que ficam inviabilizados pela ausência de regulamentação. Dessa
forma, o objetivo do mandado de injunção é suprir a omissão legislativa que impede o
exercício de direitos fundamentais.
O capítulo II irá abordar sobre os direitos sociais que são garantidos aos cidadãos
brasileiros. Ele diz que são direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da constituição. Esses direitos
buscam a qualidade de vida dos indivíduos, buscando melhorar as condições de vida e de
trabalho para todos. São cedido à todos pelo Estado e dependem de sua atenção e
regulamentação. Com o auxílio de outras leis, alcançam diferentes áreas de amparo aos
indivíduos como direitos trabalhistas.
Estão prescritos no artigo sexto da Constituição Federal uma série de direitos sociais mais
ou menos abstratos, que precisam ser regulamentados por outras leis, mas que definem a
essência daquilo que a nação compromete-se a garantir.
O lazer também é reconhecido como direito social, já que após as revoluções industriais o
ritmo de trabalho do homem passou a ser estabelecido pela necessidade de produção cada
vez maior e incansáveis horas de trabalho. Com a conquista de direitos trabalhistas essa
situação mudou e a jornada de trabalho foi reduzida. No entanto, os salários também e com
isso as pessoas começaram a buscar formas alternativas de complementar a renda
domiciliar, não utilizando o tempo livre para descanso ou lazer. Por isso hoje a Constituição
Federal assegura um dia remunerado destinado ao descanso e lazer que seja
preferencialmente aos domingos, não podendo ser vendido pelo empregado ao empregador
e férias remuneradas após um período de doze meses trabalhados, com direito de até trinta
dias de férias caso não tenha faltado sem justificativa mais de cinco dias no ano.
A Educação ocupa um lugar de destaque nos rol dos direitos humanos por ser essencial e
indispensável para o exercício da cidadania, assim como a Segurança que é uma das
garantias do exercício pleno dos outros direitos sociais.
A Saúde também é um direito humano e passou a ser um direito social de todo indivíduo,
seja qual for sua condição social ou econômica, crença religiosa ou política. Sua garantia
deve buscar sempre o equilíbrio entre influências ambientais, modos de vida e vários outros
componentes para resguardar o bem-estar físico, mental e consequentemente social, já que
uma pessoa saudável é mais participativa na sociedade.
O direito à previdência social visa valorizar a vida de pessoas que atingiram determinada
idade ou que, por algum motivo, tornaram-se incapazes de trabalhar ou de sustentar sua
família. Estão previstos em dois tipos: adições, com pagamento em dinheiro para
aposentadoria por problemas de saúde, por idade e por tempo de colaboração, nos auxílios
doenças, funeral, reclusão e maternidade, no seguro-desemprego e na renda por morte, e
os benefícios que não prestações continuadas como benefícios médicos, farmacêuticos,
odontológicos, hospitalares e sociais.
A assistência social, por sua vez, está ligada ao princípio da solidariedade e, ao mesmo
tempo, às garantias constantes em toda a Constituição Federal, fazendo com que mesmo
aqueles que não estão em condições de sustentar-se de forma plena tenham condições
dignas de viver em sociedade.
Vale ressaltar também que os direitos sociais, assim como todos os direitos fundamentais,
possuem aplicação imediata e podem ser implementados, no caso de omissão legislativa,
pelas técnicas de controle, quais sejam, mandado de injunção ou uma ação direta de
inconstitucionalidade por omissão.
O capítulo III fala sobre o direito de nacionalidade, que é o vínculo jurídico-político que liga
um indivíduo a certo e determinado Estado, fazendo este indivíduo componente do povo,
tendo por isso direitos e obrigações. Não devemos confundir os conceitos de povo,
população, nação e cidadania. Os dois primeiros conceitos já foram abordados neste texto
anteriormente. Nação é o conjunto de pessoas que se identificam pela mesma língua,
cultura, costumes e tradições e cidadania é mais restrita que a nacionalidade, refere-se aos
indivíduos que podem exercer direitos políticos. O direito a ter uma nacionalidade é
considerado como Direito Humano Fundamental previsto no Art. XV da Declaração
Universal de Direitos Humanos.
Os critérios utilizados são o de Ius solis ou critério da territorialidade, por esse critério, a
nacionalidade é definida pelo local de nascimento do indivíduo, independente da
nacionalidade dos pais. O segundo critério é o Ius sanguinis, por esse critério a
nacionalidade é definida pelo sangue, pela filiação, ascendência, não importando o local
onde a pessoa tenha nascido, é dizer, o indivíduo adquire a nacionalidade dos seus pais.
No Brasil, o critério adotado como regra é o ius solis, permitindo-se situações de aquisição
da nacionalidade pelo ius sanguinis.
A constituição diz que são brasileiros natos aqueles nascidos na República Federativa so
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que qualquer deles não esteja a serviço de
seus país. Se qualquer um deles estiver a serviço de seu país, essa criança será
considerada como estrangeira, ou seja não será brasileira nata. A segunda hipótese de ser
brasileiro nato é quando a pessoa nasce no estrangeiro de pai ou mãe brasileiros, desde
que um deles esteja a serviço do Brasil. Para aquisição da nacionalidade nessa hipótese
qualquer um dos pais deve ser brasileiro, e não necessariamente os dois, podendo ser
brasileiro nato ou naturalizado. A terceira hipótese é quando o filho nasce no estrangeiro,
filhos de pais ou mãe brasileiros, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente, nessa hipótese, qualquer um dos pais deve ser brasileiro e não
necessariamente dos dois, podendo ser nato ou naturalizado. Outra hipótese é quando um
filho de pai ou mãe brasileira que venha a residir no brasil e realize a opção pela
nacionalidade brasileira, após adquirirem a maioridade. Trata-se da hipótese de
nacionalidade potestativa, pois depende de manifestação da vontade do indivíduo, sendo,
portanto, uma exceção a característica da involuntariedade na nacionalidade originária.
A CF diz ainda que a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo em casos previstos na lei. Um exemplo de tratamento diferente entre
natos e naturalizados está previsto no parágrafo terceiro do artigo doze, em que lista quais
são os cargos privativos de brasileiros natos, são eles: presidente e vice-presidente da
República, presidente da câmara dos deputados, presidente do senado federal, ministro do
STF, carreira diplomática, oficial das forças armadas e ministro de estado de defesa.
O capítulo IV, dos Direitos Políticos, inicia falando da soberania popular, que será exercida
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, através de
plebiscito, referendo e iniciativa popular. Sobre o alistamento eleitoral e o voto, a CF diz que
são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, de
qualquer idade, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos, lembrando que não podem se alistar como eleitores os estrangeiros e ,
durante o período de serviço militar obrigatório, os conscritos.
Para a elegibilidade do Brasil, existem condições previstas em lei que precisam ser
seguidas para que o indivíduo possa concorrer e exercer um cargo político. São elas: a
nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alistamento eleitoral, o
domicílio eleitoral na circunscrição, a filiação partidária e a idade mínima de trinta e cinco
anos para presidente e vice, de trinta anos para governador e vice, vinte e um anos para
deputados federal e estadual, prefeito, vice e juiz de paz, e dezoito anos para vereador. Os
inalistáveis, aqueles que são possuem a idade pré-estabelecida para cada e cargo e não
preenche as condições exigidas, e os analfabetos são inelegíveis.
Os militares também podem exercer cargos políticos, desde que atendam a determinadas
condições que são estabelecidas em leis. Dentre elas, se contar menos de dez anos de
serviço, deverá afastar-se da atividade e se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.
A CF veda expressamente a cassação dos direitos políticos, contudo permite a sua privação
e restrição de duas formas: permanente, com a perda, ou temporária, com a suspensão dos
direitos políticos. Esta restrição priva o cidadão do direito de votar e de ser votado. O artigo
décimo quinto da constituição apresenta um rol taxativo dessas possíveis restrições, no
entanto, não diz quais são as hipóteses de perda e quais são as hipóteses de suspensão,
por isso, nesse ponto a doutrina é bastante divergente. Sendo que os casos de perda ou
suspensão irão ocorrer quando houve cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado; incapacidade civil absoluta; condenação criminal transitada em
julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a todos impostas ou
prestação alternativa e improbidade administrativa.
O artigo décimo sexto diz ainda que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorre até um ano da data de sua
vigência. É o princípio da anualidade da Lei eleitoral, que é considerado cláusula pétrea,
constituindo uma garantia individual do cidadão-eleitor. Esse dispositivo estabelece
períodos diferentes para a vigência e a produção de efeitos da lei que altera o processo
eleitoral.
Está disposto no parágrafo segundo do artigo décimo sétimo que os partidos políticos, após
adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
Tribunal Superior Eleitoral. Quando a constituição determina que os partidos devem adquirir
sua personalidade jurídica na forma da lei civil, praticamente afirma que devem ser
considerados como pessoa jurídica de direito privado, apesar de ser exigido seu registro no
TSE.
As regras constitucionais de autonomia dos partidos políticos recebeu nova redação pela
EC 97/2017. A CF assegura aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, além de
estabelecer normas de disciplinas e fidelidade partidária. A ementa proibiu a celebração de
coligações para as eleições proporcionais. A regra da vedação das coligações nas eleições
proporcionais só terá aplicação nas eleições de 2020. Esse dispositivo ainda determina que
não é mais exigida a regra da verticalização. Isto é, não é preciso haver vinculação das
candidaturas nos diversos níveis federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
A emenda citada anteriormente estabeleceu novas regras para que os partidos tenham
acesso gratuito à rádio e à televisão (direito de antena), de acordo com a nova redação do
parágrafo terceiro, só terá direito de antena e acesso a recursos do fundo o partido político
que alternadamente: obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados no mínimo,
três por cento dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de dois por cento dos votos válidos em cada uma delas ou
tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação. Essa regra, que cria uma nova cláusula de barreira ( ou
desempenho), no entanto, só vai passar a valer nas eleições de 2030, até lá funcionará com
a regra de transição.
Sabe-se que aquele candidato eleito no sistema proporcional que se desfiliar, sem justa
causa perde o mandato, ressalvadas as hipóteses legais de justa causa. A ementa 97/2017
trouxe uma hipótese de justa causa para a desfiliação partidária. Diz que o candidato que
for eleito por um partido que não preencher os requisitos para obter recursos do fundo
partidário e do tempo de rádio e TV, poderá mudar de partido, sem perder o mandato por
infidelidade partidária.