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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO


DISCIPLINA: ASPECTOS JURÍDICOS APLICADOS À ENGENHARIA

ADRIELLY FERREIRA GUIMARÃES

ATIVIDADE COMPLEMENTAR CONSTITUCIONAL

JUAZEIRO - BA
2019
1. FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO ESTADO

A constituição da República Federativa do Brasil tem como primeiro título “Dos princípios
fundamentais”, que aborda, dentre outros, os fundamentos e objetivos constitucionais. Ela é
regida por cinco fundamentos, que estão descritos do artigo primeiro: soberania, cidadania,
dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo
político. A soberania é a qualidade de Estado democrático de direito, ela no estado significa
a soberania do povo. Na seara internacional, há equivalência entre os Estados, ou seja,
todo Estado nacional é soberano, seja ele Brasil ou Portugal, por exemplo.

Para entender a cidadania é necessário diferenciar, antes, o conceito de povo e população.


A população compreende todos os que vivem em uma determinada nação. O povo, por sua
vez são os brasileiros natos e naturalizados. Assim, a cidadania compreende todos os
direitos e obrigações de natureza política, como, por exemplo, votar e ser votado.

O princípio da dignidade da pessoa humana passa, ao longo do tempo, por um processo de


evolução e é algo de difícil definição. Como visto, com seu poder simbólico, passou a figurar
em demandas das mais diversas, trazendo sentidos cada vez mais distintos e inimagináveis
para sua mensagem.Injúria e estupro são considerados crimes contra a dignidade, por
exemplo.

O princípio de valores sociais do trabalho e da livre iniciativa determina que, no Brasil, o


indivíduo tem a possibilidade de crescer, se desenvolver ou empreender por meio de seu
trabalho e livre iniciativa. Nesse sentido, a proteção à autonomia da vontade, é um dos
aspectos fundamentais da própria proteção à dignidade da pessoas humana, fundamento
citado anteriormente, valor que é, como se sabe, a matriz de todos os direitos fundamentais
reconhecidos na constituição.

E o quinto e último fundamento, o pluralismo político é a admissão de ideias contrapostas,


em todas as situações, ou seja, é a possível e garantida existência de várias opiniões e
ideias com o respeito por cada uma delas. O pluralismo político, como base do Estado
democrático de direito, aponta o reconhecimento de que a sociedade é formada por vários
grupos, portanto composta pela multiplicidade de vários centros de poder em diferentes
setores.

Já o artigo terceiro aborda quais são o objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil, que consagram metas previstas na maioria dos tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos, tendo como principal interesse o de estabelecer a concretização da
democracia econômica, social e cultural, além de efetivar o princípio da dignidade da
pessoa humana. Constituído por quatro incisos, o primeiro diz “ construir uma sociedade
livre, justa e solidária”, nele o Estado tem de propiciar todos os meios para que a
democracia seja exercida. Esse preceito foi estabelecido para os brasileiros no intuito de
proporcionar bem estar, qualidade de vida e harmonia social. O inciso dois, que fala sobre
garantir o desenvolvimento nacional, dá-se pelo aperfeiçoamento do ser humano, das
propriedades e das instituições. Que esse desenvolvimento seja estendido à política, a
economia, a vida social e a todas às áreas que contribuam para o aperfeiçoamento da
nação.
Erradicar a pobreza e a marginalidade e reduzir as desigualdades sociais e regionais é
terceiro objetivo da constituição. Pelo enunciado podemos entender que é objetivo da nossa
República tomar medidas de governo que possibilite uma igualdade de condições para
todos os cidadãos. Medidas essas que tragam melhorias para áreas como educação, saúde
e emprego, dando às classes mais pobres maiores possibilidades a esses direitos.

O último inciso do artigo diz que “promover o bem de todos sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, ou seja, que o nosso
país seja o país do respeito. Todo direito de todo dever tem de se estendido a qualquer
individuo, respeitando-se as normas da constituição e até onde for o direito do próximo.

2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

O título dois da Constituição Federal do Brasil fala do direitos e garantias fundamentais,


como o próprio nome já revela são direitos garantidos, hoje, a todos os seres humanos,
enquanto indivíduos de direito. Trata-se, assim, de garantias formalizadas ao longo do
tempo, inerentes aos indivíduos. E em razão disso, costumam andar atrelados às
concepções de direitos humanos.

O conceito de direitos fundamentais pode ser definido como direitos inerentes à pessoa
humana e essenciais à vida digna. Ainda, deve-se ressaltar que é dever do Estado
protegê-los. No entanto, eles também possuem características dos direitos fundamentais.
Eles são irrenunciáveis, ou seja, ninguém pode recusá-los, na medida em que são
inerentes, também são inalienáveis e invioláveis. Isto é, não podem ser vendidos, trocados,
disponibilizados ou violados, sob risco de punição do Estado. Além disso, são
imprescritíveis. Ou seja, não são atingidos pela ​prescrição e podem ser exigidos a qualquer
tempo. Do mesmo modo são universais, uma vez que aplicados indistintamente a todos os
indivíduos.

Não obstante, diz que são concorrentes, pois podem incidir em concomitância a outros
direitos fundamentais, e complementares, pois devem ser interpretados em consonância e
em conjunto ao sistema jurídico. Por fim, são limitados, na medida em que se dividem em
direitos relativos e direitos absolutos.
Enquanto os direitos fundamentais se referem aos direitos propriamente ditos constantes na
Constituição, as garantias fundamentais se referem a medidas previstas e visam a proteção
desses direitos. Assim, são exemplos de direitos fundamentais o direito à vida e à liberdade.
E são exemplos de garantias fundamentais o Habeas Corpus e o Habeas Data, além de
outros remédios jurídicos. da nacionalidade e direitos políticos.

O capítulo I, que aborda os direitos e deveres individuais e coletivos, apresenta uma série
de direitos e garantias que são fundamentais à vida humana digna. Contudo, o caput do
artigo apresenta 5 direitos que possuem ainda mais importância e são basilares para o
ordenamento jurídico. Desse modo, é a redação do artigo: ​todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes.

Sendo assim, são direitos fundamentais: direito à vida, direito à liberdade, direito à
igualdade, direito à igualdade e direito à propriedade.

O direito à vida engloba não apenas o direito de existir, mas de existir de modo digno, além
da integridade física e moral. Ou seja, é um direito amplo que garante ao cidadão uma vida
digna, respeitável e também saudável. Isto implica a vedação a práticas humilhantes e de
tortura, por exemplo. Nesse sentido, dispõe o inciso III do artigo 5º, CF: ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.Sendo também proibido a
penas de caráter perpétuo e de trabalhos forçados e cruéis. Sendo assim, ele não é visto
somente como o direito de estar e se manter vivo, ou como o direito de não ser morto. A
vida, além de ser vivida deve ser com saúde, dignidade, respeito. Porém, este não é um
direito absoluto. Todo direito fundamental é relativo. No caso do direito à vida, a exceção
está justamente no fato da própria Constituição Federal trazer possibilidade de pena de
morte em caso de guerra declarada. Outro fator importante é que não existe hierarquia
entre direitos fundamentais, logo, não se pode falar que o direito à vida é hierarquicamente
superior ou inferior a qualquer outro direito fundamental.

Entre os direitos e garantias fundamentais também é previsto o direito à liberdade. O


indivíduo, portanto, possui o direito de ir e vir, além da liberdade de crença e da ​liberdade
de expressão​, ou seja, consiste na escolha de uma das possibilidades da forma de pensar e
agir. Assim, dispõem os incisos I, VI, X e XV do artigo 5º da Constituição Federal,
respectivamente:​ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei; é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
a suas liturgias; é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença; é livre a locomoção no território
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens. Pode ser entendido como um direito inerente à
própria natureza humana, foi consagrado na constituição sobre suas diversas formas.

O direito à igualdade, por sua vez, trata da vedação à discriminação. Todavia, pode se
referir a uma igualdade formal ou a uma igualdade material. E isto terá diferentes
implicações para o ordenamento. No tocante à igualdade formal, ou seja, ao acesso
indistinto dos indivíduos a direitos e obrigações, estabelece o inciso um do artigo quinto:
homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

De igual modo, dispõe os inciso XLI e XLII do artigo quinto, CF: a lei punirá qualquer
discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; a prática do racismo
constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Já no que se refere à igualdade material, esta se refere à necessidade de tratamento
diferenciado na medida das desigualdades. Por essa razão, por exemplo, quando o Direito
visa a regulação de relações entre desiguais, deverá observar as desigualdades com vistas
à equiparação de oportunidades.

A constituição procura aproximar os dois tipos de igualdade, na medida em que não se


limita ao simples enunciado das leis. Sendo assim, a igualdade é fundamental para a
democracia, dando a todos a equiparação no que diz respeito ao gozo e fruição de direitos.

Entre os direitos e garantias fundamentais, o direito à segurança diz respeito ao poder de


punição do Estado, visando a proteção dos indivíduos. Mas também diz respeito à proteção
dos indivíduos em face do poder de punição do Estado. Desse modo, prevê, por exemplo,
que ninguém poderá ser punido por fato que não seja previsto em lei. Dessa maneira, por
exemplo, o artigo quinto prevê: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal. Logo, a segurança é um direito fundamental dos cidadãos que deve
ser assegurado pelo Estado, sendo que, para sua efetiva proteção, faz-se necessário que
haja uma colaboração dos próprios particulares já que é um direito fundamental,
predominantemente difuso, que os cidadão e a sociedade possuem de sentirem-se
protegidos, interna e externamente, em decorrência das políticas públicas de segurança
pública praticada pelo Estado e da prestação adequada, eficiente e eficaz do serviço público
de segurança pública.

O direito à propriedade, por fim, também está entre os direitos e garantias fundamentais do
caput ​do artigo 5º, CF. Além da previsão da propriedade como um direito de todos, a
Constituição prevê que a propriedade deverá atender ao ​princípio da função social​. Assim,
dispõem os incisos XXII e XXIII do artigo 5º da Constituição Federal respectivamente: ​é
garantido o direito de propriedade; a propriedade atenderá a sua função social; ​não
obstante, são previstas medidas de proteção à propriedade, inclusive em âmbitos judiciais.
É o caso, por exemplo, das chamadas ​ações possessórias​.

Os remédios constitucionais também fazem parte dos direitos individuais e coletivos. São
espécies de garantias constitucionais que visam proteger determinados direitos e até outras
garantias fundamentais. São eles: habeas corpus, habeas data, ação popular, mandado de
segurança e mandado de injunção O primeiro deles, o habeas corpus, é o remédio que visa
proteger a liberdade de locomoção, diz o texto da CF que: conceder-se-á habeas-corpus
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. É possível ainda que o HC na
hipótese de ameaça indireta, reflexa, potencial a liberdade de locomoção.

O habeas data tem como objetivo proteger a liberdade de informação do indivíduo. è cabível
em três hipóteses, são elas: para conhecer a informação, para retificar a informação e para
anotação (inserir informação) nos registros do interessado, de contestação ou explicação
sobre uma informação que embora verdadeira possa ser justificada e que esteja sob
pendência judicial ou administrativa. Um exemplo é quando um contribuinte que queira
obter informações fiscais suas que estejam constantes de registros e bancos do órgão fiscal
de arrecadação tributária tiver negada essas informações.

A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada como espécie de exercício direto
dos direitos políticos, é dizer, o seu exercício é um instrumento de democracia participativa.
Por isso que só poderá ser utilizada por cidadãos, ou seja, aqueles indivíduos que
detenham o exercício dos direitos políticos. Assim, pessoas jurídicas, o Ministério Público e
estrangeiros não podem interpor ação popular. Já o réu da ação popular pode ser qualquer
´pessoa física ou jurídica, direito público ou privado; autoridades, funcionários,
administradores e beneficiários diretos que tenham cometido algum ato lesivo ao
patrimônio: público, histórico ou cultural; a moralidade administrativa ou ao meio ambiente.

O mandado de segurança será cabível para proteger direito líquido e certo, que é aquele
em que os fatos alegados são comprováveis de plano, as provas devem ser
pré-constituídas, pois no MP, não existe dilação probatória, não existe fase de instrução
processual, que é o momento em que se produz provas, por exemplo, no mandado de
segurança não será possível ouvir testemunhas, nem produzir perícia no curso do processo.

Por fim, o mandado de injunção é uma garantia que visa assegurar o exercício de direitos e
liberdade constitucionais que ficam inviabilizados pela ausência de regulamentação. Dessa
forma, o objetivo do mandado de injunção é suprir a omissão legislativa que impede o
exercício de direitos fundamentais.

O capítulo II irá abordar sobre os direitos sociais que são garantidos aos cidadãos
brasileiros. Ele diz que são direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da constituição. Esses direitos
buscam a qualidade de vida dos indivíduos, buscando melhorar as condições de vida e de
trabalho para todos. São cedido à todos pelo Estado e dependem de sua atenção e
regulamentação. Com o auxílio de outras leis, alcançam diferentes áreas de amparo aos
indivíduos como direitos trabalhistas.

Estão prescritos no artigo sexto da Constituição Federal uma série de direitos sociais mais
ou menos abstratos, que precisam ser regulamentados por outras leis, mas que definem a
essência daquilo que a nação compromete-se a garantir.

No direito ao trabalho, artigo sétimo,se encaixam principalmente normas que amparam a


humanizam os trabalhos como o décimo terceiro, que é o valor pago no final do ano, no
mesmo valor quer a remuneração do trabalhador, FGTS, que é um depósito pela empresa
de oito por cento do salário bruto do trabalhador com objetivo de garantir uma reserva de
dinheiro em momentos em que o trabalhador se encontrar em dificuldade, como demissão,
diagnóstico de doenças, ou outras eventualidades. O seguro desemprego é uma
assistência, garantido pela constituição, dado ao trabalhador em caso de demissão sem
justa causa. O vale transporte que propicia a locomoção entre o emprego e a sua casa.
Aviso prévio em caso de quebra de contrato, a outra parte deve ser avisada com no mínimo
trinta dias de antecedência, adicional noturno, em que a remuneração deve ser vinte por
cento maior para pessoas que trabalham entre dez horas da noite de um dia às cinco horas
da manhã do próximo dia.

O lazer também é reconhecido como direito social, já que após as revoluções industriais o
ritmo de trabalho do homem passou a ser estabelecido pela necessidade de produção cada
vez maior e incansáveis horas de trabalho. Com a conquista de direitos trabalhistas essa
situação mudou e a jornada de trabalho foi reduzida. No entanto, os salários também e com
isso as pessoas começaram a buscar formas alternativas de complementar a renda
domiciliar, não utilizando o tempo livre para descanso ou lazer. Por isso hoje a Constituição
Federal assegura um dia remunerado destinado ao descanso e lazer que seja
preferencialmente aos domingos, não podendo ser vendido pelo empregado ao empregador
e férias remuneradas após um período de doze meses trabalhados, com direito de até trinta
dias de férias caso não tenha faltado sem justificativa mais de cinco dias no ano.

A Educação ocupa um lugar de destaque nos rol dos ​direitos humanos por ser essencial e
indispensável para o exercício da cidadania, assim como a Segurança que é uma das
garantias do exercício pleno dos outros direitos sociais.

A Saúde também é um ​direito humano e passou a ser um direito social de todo indivíduo,
seja qual for sua condição social ou econômica, ​crença religiosa ou política. Sua garantia
deve buscar sempre o equilíbrio entre ​influências ambientais​, modos de vida e vários outros
componentes para resguardar o bem-estar físico, mental e consequentemente social, já que
uma pessoa saudável é mais participativa na sociedade.

A proteção da maternidade sempre foi uma preocupação da ​Organização Internacional do


Trabalho​. A intenção desde o início foi garantir que as mulheres pudessem combinar seus
papéis de trabalhadoras e de mães e prevenir um tratamento desigual por parte do
empregador em razão desse papel. Hoje, de acordo com a lei, as mulheres têm direito à
assistência médica e sanitária, à salário maternidade e licença a maternidade durante
cento e vinte dias.

O direito à previdência social visa valorizar a vida de pessoas que atingiram determinada
idade ou que, por algum motivo, tornaram-se incapazes de trabalhar ou de sustentar sua
família. Estão previstos em dois tipos: adições, com pagamento em dinheiro para
aposentadoria por problemas de saúde, por idade e por tempo de colaboração, nos auxílios
doenças, funeral, reclusão e maternidade, no seguro-desemprego e na renda por morte, e
os benefícios que não prestações continuadas como benefícios médicos, farmacêuticos,
odontológicos, hospitalares e sociais.

A assistência social, por sua vez, está ligada ao princípio da solidariedade e, ao mesmo
tempo, às garantias constantes em toda a ​Constituição Federal, fazendo com que mesmo
aqueles que não estão em condições de sustentar-se de forma plena tenham condições
dignas de viver em sociedade.
Vale ressaltar também que os direitos sociais, assim como todos os direitos fundamentais,
possuem aplicação imediata e podem ser implementados, no caso de omissão legislativa,
pelas técnicas de controle, quais sejam, mandado de injunção ou uma ação direta de
inconstitucionalidade por omissão.

O capítulo III fala sobre o direito de nacionalidade, que é o vínculo jurídico-político que liga
um indivíduo a certo e determinado Estado, fazendo este indivíduo componente do povo,
tendo por isso direitos e obrigações. Não devemos confundir os conceitos de povo,
população, nação e cidadania. Os dois primeiros conceitos já foram abordados neste texto
anteriormente. Nação é o conjunto de pessoas que se identificam pela mesma língua,
cultura, costumes e tradições e cidadania é mais restrita que a nacionalidade, refere-se aos
indivíduos que podem exercer direitos políticos. O direito a ter uma nacionalidade é
considerado como Direito Humano Fundamental previsto no Art. XV da Declaração
Universal de Direitos Humanos.

Existem duas espécies de nacionalidade: a nacionalidade primária ou originária e a


nacionalidade secundária, derivada ou adquirida. A primeira é imposta na data do
nascimento pelo Estado, de forma unilateral e involuntária (como regra) e que identifica o
indivíduo como sendo nacional nato de um Estado.

Os critérios utilizados são o de Ius solis ou critério da territorialidade, por esse critério, a
nacionalidade é definida pelo local de nascimento do indivíduo, independente da
nacionalidade dos pais. O segundo critério é o Ius sanguinis, por esse critério a
nacionalidade é definida pelo sangue, pela filiação, ascendência, não importando o local
onde a pessoa tenha nascido, é dizer, o indivíduo adquire a nacionalidade dos seus pais.
No Brasil, o critério adotado como regra é o ius solis, permitindo-se situações de aquisição
da nacionalidade pelo ius sanguinis.

A nacionalidade secundária é aquela adquirida por vontade própria, pelo processo de


naturalização e que identifica o indivíduo como sendo nacional naturalizado de um Estado.
A depender dos critérios de nacionalidade adotados pelos Estados, podem surgir os
chamados conflitos de nacionalidade, que podem ser positivos ou negativos. Conflito
positivo de nacionalidade ocorre quando o indivíduo possui mais de uma nacionalidade, e é
chamado de polipátrida e o conflito negativo ocorre quando o indivíduo não é nacional em
nenhum Estado, é o que pode ser chamado de apátrida.

A constituição diz que são brasileiros natos aqueles nascidos na República Federativa so
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que qualquer deles não esteja a serviço de
seus país. Se qualquer um deles estiver a serviço de seu país, essa criança será
considerada como estrangeira, ou seja não será brasileira nata. A segunda hipótese de ser
brasileiro nato é quando a pessoa nasce no estrangeiro de pai ou mãe brasileiros, desde
que um deles esteja a serviço do Brasil. Para aquisição da nacionalidade nessa hipótese
qualquer um dos pais deve ser brasileiro, e não necessariamente os dois, podendo ser
brasileiro nato ou naturalizado. A terceira hipótese é quando o filho nasce no estrangeiro,
filhos de pais ou mãe brasileiros, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente, nessa hipótese, qualquer um dos pais deve ser brasileiro e não
necessariamente dos dois, podendo ser nato ou naturalizado. Outra hipótese é quando um
filho de pai ou mãe brasileira que venha a residir no brasil e realize a opção pela
nacionalidade brasileira, após adquirirem a maioridade. Trata-se da hipótese de
nacionalidade potestativa, pois depende de manifestação da vontade do indivíduo, sendo,
portanto, uma exceção a característica da involuntariedade na nacionalidade originária.

A aquisição da nacionalidade brasileira secundária que identifica o indivíduo como sendo


brasileiro naturalizado se dá por meio do processo de naturalização, que depende de
manifestação de vontade do interessado e de concordância do Estado. A CF estabeleceu
duas hipóteses de naturalização. A primeira para aquelas pessoas originárias de países de
língua portuguesa com dois critérios: residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
De acordo com a jurisprudência do STF, saídas esporádicas do país não interrompem o
prazo de residência. A segunda hipótese diz que é possível ainda a aquisição da
nacionalidade será permitida a estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Além da possibilidade de naturalização ordinária, os portugueses, ou seja, aqueles


originários de Portugal, poderão ter os mesmos direitos de brasileiros, salvos os direitos
específico de brasileiros natos. É o que dispõe na CF: Aos portugueses com residência
permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previsto na Constituição.

A CF diz ainda que a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo em casos previstos na lei. Um exemplo de tratamento diferente entre
natos e naturalizados está previsto no parágrafo terceiro do artigo doze, em que lista quais
são os cargos privativos de brasileiros natos, são eles: presidente e vice-presidente da
República, presidente da câmara dos deputados, presidente do senado federal, ministro do
STF, carreira diplomática, oficial das forças armadas e ministro de estado de defesa.

Há também os casos em que será declarada a perda da nacionalidade brasileira,


estabelecidos em rol taxativo. São duas as hipóteses de perda: a perda-mudança e a
perda-punição. A perda mudança ocorre quando o brasileiro, seja nato ou naturalizado,
adquire outra nacionalidade de forma voluntária, entretanto há dua exceções. Não perde a
nacionalidade brasileira aquele que tiver o reconhecimento de nacionalidade originária pela
lei brasileira, ou seja, quando a lei estrangeira reconhece também para o brasileiro a
nacionalidade originária daquele país. Também não perde a nacionalidade caso a
naturalização tenha ocorrido como uma imposição do Estado estrangeiro ao brasileiro lá
residente, como condição para permanência em seu território ou para exercício de direitos
civis. Na perda-punição o brasileiro naturalizado poderá ter cancelada a sua naturalização
por meio de sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.

O capítulo IV, dos Direitos Políticos, inicia falando da soberania popular, que será exercida
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, através de
plebiscito, referendo e iniciativa popular. Sobre o alistamento eleitoral e o voto, a CF diz que
são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, de
qualquer idade, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos, lembrando que não podem se alistar como eleitores os estrangeiros e ,
durante o período de serviço militar obrigatório, os conscritos.

Para a elegibilidade do Brasil, existem condições previstas em lei que precisam ser
seguidas para que o indivíduo possa concorrer e exercer um cargo político. São elas: a
nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alistamento eleitoral, o
domicílio eleitoral na circunscrição, a filiação partidária e a idade mínima de trinta e cinco
anos para presidente e vice, de trinta anos para governador e vice, vinte e um anos para
deputados federal e estadual, prefeito, vice e juiz de paz, e dezoito anos para vereador. Os
inalistáveis, aqueles que são possuem a idade pré-estabelecida para cada e cargo e não
preenche as condições exigidas, e os analfabetos são inelegíveis.

Os militares também podem exercer cargos políticos, desde que atendam a determinadas
condições que são estabelecidas em leis. Dentre elas, se contar menos de dez anos de
serviço, deverá afastar-se da atividade e se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.

A CF veda expressamente a cassação dos direitos políticos, contudo permite a sua privação
e restrição de duas formas: permanente, com a perda, ou temporária, com a suspensão dos
direitos políticos. Esta restrição priva o cidadão do direito de votar e de ser votado. O artigo
décimo quinto da constituição apresenta um rol taxativo dessas possíveis restrições, no
entanto, não diz quais são as hipóteses de perda e quais são as hipóteses de suspensão,
por isso, nesse ponto a doutrina é bastante divergente. Sendo que os casos de perda ou
suspensão irão ocorrer quando houve cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado; incapacidade civil absoluta; condenação criminal transitada em
julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a todos impostas ou
prestação alternativa e improbidade administrativa.

O artigo décimo sexto diz ainda que a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorre até um ano da data de sua
vigência. É o princípio da anualidade da Lei eleitoral, que é considerado cláusula pétrea,
constituindo uma garantia individual do cidadão-eleitor. Esse dispositivo estabelece
períodos diferentes para a vigência e a produção de efeitos da lei que altera o processo
eleitoral.

Os partidos políticos podem ser conceituados como associações de pessoas com


ideologias e interesses comuns que se propõem a organizar, coordenar e instrumentalizar a
vontade popular com o fim de assumir o poder e realizar seu plano de governo, ou ainda
exercer influência sobre a orientação política do país por meio de uma organização estável.
Em outras palavras, os partidos políticos são organizações de pessoas que se reúnem em
torno de um mesmo programa político com a finalidade de assumir e manter o poder, ou no
mínimo influenciar a gestão da coisa pública por meio de oposição​.

Tema do capítulo V, é uma livre associação de pessoas, que possuem interesses em


comum e objetivam o exercício do poder político, por meio do voto. Eles possuem natureza
jurídica de direito privado.

Está disposto no parágrafo segundo do artigo décimo sétimo que os partidos políticos, após
adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
Tribunal Superior Eleitoral. Quando a constituição determina que os partidos devem adquirir
sua personalidade jurídica na forma da lei civil, praticamente afirma que devem ser
considerados como pessoa jurídica de direito privado, apesar de ser exigido seu registro no
TSE.

A CF assegura também a liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção de partidos


políticos, contudo essa liberdade não é absoluta devendo os partidos resguardar: soberania
nacional, regime democrático, pluripartidarismo e direitos fundamentais da pessoa humana.
Além disso, os partidos devem observar os seguintes preceitos que funcionam como
verdadeiras limitações aos partidos políticos: caráter nacional, proibição de recebimento de
recursos financeiros de entidades ou governo estrangeiro ou de subordinação a estes,
prestação de contas à Justiça Eleitoral e funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Sendo que é vedada a utilização pelos partidos políticos de organização para militar. Seriam
exemplos de organização paramilitar as milícias do Rio de Janeiro ou uma facção
criminosa.

As regras constitucionais de autonomia dos partidos políticos recebeu nova redação pela
EC 97/2017. A CF assegura aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, além de
estabelecer normas de disciplinas e fidelidade partidária. A ementa proibiu a celebração de
coligações para as eleições proporcionais. A regra da vedação das coligações nas eleições
proporcionais só terá aplicação nas eleições de 2020. Esse dispositivo ainda determina que
não é mais exigida a regra da verticalização. Isto é, não é preciso haver vinculação das
candidaturas nos diversos níveis federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

A emenda citada anteriormente estabeleceu novas regras para que os partidos tenham
acesso gratuito à rádio e à televisão (direito de antena), de acordo com a nova redação do
parágrafo terceiro, só terá direito de antena e acesso a recursos do fundo o partido político
que alternadamente: obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados no mínimo,
três por cento dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de dois por cento dos votos válidos em cada uma delas ou
tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação. Essa regra, que cria uma nova cláusula de barreira ( ou
desempenho), no entanto, só vai passar a valer nas eleições de 2030, até lá funcionará com
a regra de transição.

Sabe-se que aquele candidato eleito no sistema proporcional que se desfiliar, sem justa
causa perde o mandato, ressalvadas as hipóteses legais de justa causa. A ementa 97/2017
trouxe uma hipótese de justa causa para a desfiliação partidária. Diz que o candidato que
for eleito por um partido que não preencher os requisitos para obter recursos do fundo
partidário e do tempo de rádio e TV, poderá mudar de partido, sem perder o mandato por
infidelidade partidária.

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