CURSO DE PSICOLOGIA
CASCAVEL/PR
NOVEMBRO/09
1
Este estudo fez parte do Programa de Iniciação Científica da Universidade Paranaense P
IC, sendo financiado pela referida
instituição
Camila Campos Clavisso
Edirlene Dias
Francielle Mayumi Sakamoto Claro
Graziela Picini
Janaina Mazutti dos Santos
Julia Schiessl
Juliana Albertina Klein
Jussara Teresinha Henn
Sarah Adaias de Souza Marçal
Viviane Moreti
INTRODUÇÃO..........................................................................
...........................................4
5 METODOLOGIA...................................................................
............................................33
REFERÊNCIAS BLIBLIOGRÁFICAS.........................................................
..........................38
INTRODUÇÃO
As relações sócio-emocionais entre homens e mulheres se delineiam conforme o
contexto histórico-cultural no qual estão inseridos. Nos últimos anos tem-se percebido
novas formas de relações amorosas, conjugalidade e sexualidade, as quais são
construídas, mantidas e rompidas permeadas por subjetividades que nascem e se
transformam juntamente com as modificações de nossa sociedade.
Papéis sociais antes bem delimitados e desempenhados por homens e mulheres se
descaracterizam como próprio de algum dos gêneros e modificam as noções identitárias do
que é ser homem ou ser mulher.
Identidades em transição por vezes são apontadas como um dos motivos que
modificam objetivos, funções e durabilidade das relações conjugais e amorosas, desta
forma, a família atual também se reestrutura. Temas como carreira,
maternidade/paternidade, união/separação são recorrentes em discussões nos diferentes
espaços sociais que vão desde o mundo acadêmico, passam pelas queixas de consultório
e estendem-se aos bares da vida.
É a partir desta perspectiva que o presente estudo pretende investigar perspectiva
s
comuns e possíveis divergências que culminam na difícil relação entre individualidade e
conjugalidade na perspectiva de homens e mulheres. Em pesquisas de iniciação científic
a
anteriores investigaram-se a temática identidade feminina e masculina na sociedade
atual,
seus resultados apontam que, ao passo que a mulher ampliou seus papéis e identific
a este
fato como conquistas e possíveis perdas, para os homens ainda há uma identidade em
transição que é trazida no discurso remanescente de provedor e pai no sentido de
estabelecimento da ordem bem como na percepção das mudanças na expressão de
sentimentos e no partilhar das responsabilidades no âmbito privado.
Diante de tais perspectivas e discussões, para tornar viável a proposta deste estudo
seus objetivos foram delineados. Assim, por objetivo geral, buscou-se Investigar
a
perspectiva das relações amorosas, sexualidade e conjugalidade entre homens e
mulheres; já os objetivos específicos buscaram estudar historicamente as relações de
conjugalidade entre os gêneros; conhecer as prioridades atuais atribuídas por homens
e
mulheres frente à questão do relacionamento amoroso; compreender as novas
perspectivas de conjugalidade, carreira profissional e filhos de homens e mulher
es;
comparar as expectativas de homens e mulheres frente a relações amorosas, sexualidad
e
e conjugalidade a partir das variáveis sócio-econômicas.
Visto que de forma recorrente a Psicologia e seus profissionais têm sido convidado
s
a discutir e posicionar-se sobre a crise das relações contemporâneas e seus efeitos para
a família e sociedade como todo, faz-se importante conhecer os sujeitos envolvidos
nesta
transição de forma a poder ampliar o contato empírico e teórico frente a esta temática.
Pesquisas na área têm sido desenvolvidas e, como em ciências sociais e humanas as
verdades são construídas continuamente, este estudo certamente trará contribuições para
uma leitura, compreensão e intervenção pautados numa realidade em transição.
Ao final deste estudo, houve uma melhor compreensão deste cenário social que traz
desafios aos atores que nele se apresentam, seja porque as relações atuais já não são
mais asseguradas pelos laços de dependência e sim pela autonomia e satisfação de seus
envolvidos, seja porque, em transição, enquanto sujeitos sociais, ainda estamos em b
usca
de novas formas de relação que não nos aprisionem, mas também que não nos deixe em
desamparo.
1 HOMEM E MULHER HISTORICIDADE E TRANSFORMAÇÕES
É sabido que homens e mulheres se constroem através de processos dinâmicos e
dialéticos com o meio cultural em que estão envolvidos e, ao mesmo tempo em que
produzem seu cotidiano, são também constituídos por este. No meio deste emaranhado de
conceitos, hábitos, verdades e mentiras é que os relacionamentos humanos vão se
formando e se transformando, podendo ser entendidos através do estudo de modelos
culturalmente atribuídos acerca do que é ser homem e mulher, e de como costuma ser u
m
relacionamento afetivo entre estes pares (BOURDIEU, 1999).
Neste âmbito, faz-se necessário entender o que é gênero, para que se possa tentar
compreender como o objeto de estudo deste trabalho permeia a consciência de homens
e
mulheres. De acordo com o Dicionário de Direitos Humanos
da ESMPU2, gênero é uma categoria relacional do feminino e do masculino. Considera a
s
diferenças biológicas entre os sexos, reconhece a desigualdade, mas não admite como
justificativa para a violência, para a exclusão e para a desigualdade de oportunidad
es no
trabalho, na educação e na política. É portanto, um modo de pensar que viabiliza a
mudança nas relações sociais e, por conseqüência, nas relações de poder. É um
instrumento para entender as relações sociais e, particularmente, as relações sociais en
tre
mulheres e homens. Assim, as relações de gênero podem ser estudadas a partir da
identidade feminina e masculina. Gênero significa relações entre homens e mulheres.
Strey (1998) frisa a diferença entre Sexo e Gênero, enquanto sexo diz respeito às
características fisiológicas relativas à procriação e à reprodução biológica as diferenças
Gênero são socialmente construídas, já que o sexo biológico não determina o
desenvolvimento do individuo com relação aos comportamentos, interesses, estilos de
vida, responsabilidades nem papeis a serem desempenhados, também não determina
características de personalidade, pois isso tudo é determinado pela socialização, portan
to
as diferenças de gênero são socialmente construídas. A construção cultural do gênero é
evidente quando se verifica que ser homem ou ser mulher nem sempre supõe o mesmo
em diferentes sociedades ou em diferentes épocas.
2
http://www.esmpu.gov.br/dicionario/tiki-index.php
Dex e Kite (1987) salientam que ainda existem muitas crenças sobre diferenças de
gênero que persistem tanto no senso comum, como no campo cientifico, o que leva à
manutenção de estereótipos no senso comum e distorções no estudo cientifico .
No século XIX, foi fortalecida e disseminada a idéia de uma dicotomia entre os
gêneros. Para Strey (1998), as pesquisas transculturais apontam que os homens são
vistos como sendo mais ativos, com mais necessidade de realização, de domínio, de
autonomia, e agressividade. Enquanto as mulheres seriam vistas como mais fracas,
mais
preocupadas com suas necessidades afiliativas e de afeto.
Ainda dentro desta perspectiva, homem lembraria cérebro, inteligência, razão lúcida,
capacidade de decisão, enquanto que mulheres lembrariam coração, sensibilidade,
sentimentos. A organização da família era mantida por leis estabelecidas pelo Estado e
apoiadas pela Igreja. A relação de submissão e dominância estava na base da sociedade
patriarcal (DEL PRIORE, 1997).
Alambert (1983) destaca que estas diferenças nas relações entre homens e
mulheres, ao longo dos séculos, mantêm caráter excludente. São assimiladas de forma
bipolar, designando à mulher a condição de inferior, conceito este que tem sido
reproduzido pela maioria dos formadores de opinião e dos que ocupam as esferas de
poder na sociedade.
A exclusão social da mulher na opinião de Dupas (1999) é secular e diferenciada.
Compreender a condição bipolarizada do sexo possibilita classificar os indicadores d
a
exclusão social fundamentada na diferença. Sabe-se que a exclusão não é algo apenas do
universo feminino ou das relações de gênero, mas atinge os diferentes segmentos da
sociedade. Entende-se também, que a exclusão não é provocada unicamente pelo setor
econômico, apesar de este ser um dos principais pilares de sustentação desse fenômeno.
A exclusão é gerada, portanto, nos meandros do econômico, do político e do social, tendo
desdobramentos influenciando o desenrolar cultural, da educação, do trabalho, das
políticas sociais, e de vários outros setores.
É perceptível uma busca histórica na transformação das relações de gênero, em
especial pelas mulheres na busca de seu espaço público e conquista de autonomias e
emancipação. A entrada da mulher no mercado de trabalho inicia esse processo de
mudança. De acordo com Foucault (1983), a saída do espaço privado acontece pela via da
filantropia que é usada pela mulher da classe dominante como reação para sair do
isolamento do lar, havendo ainda, em números menores a sua iniciação no mercado de
trabalho no qual recebia uma remuneração por seus serviços, devido a uma necessidade
do capital de ampliar o seu consumo, ocorrendo de maneira desigual, pois não assum
e o
papel de trabalhadora igualmente aos trabalhadores homens, mas, como um ser marc
ado
e vitimizado pelas relações de desigualdade nas relações desumanas tanto na esfera do
trabalho público quanto privado.
A busca por um equilíbrio estável da sociedade capitalista, principalmente após a
Primeira e Segunda Guerra Mundial estabelece como exigência básica a reorganização do
papel das forças produtivas no ciclo de produção do capital, tanto na esfera da produção
como das relações sociais, a situação da mulher acaba por tomar visibilidade. Os
desempregos provocados pelo aumento das tecnologias de produção e mercado
conduzem cada vez mais a mulher a assumir o papel de trabalhadora e em muitos ca
sos
de chefe de família. Assim, o homem natural provedor da casa, cede lugar a mulher,
que
se torna responsável também por parte ou todo o rendimento econômico da casa. Todavia,
permanecem ganhando, em geral, menos do que o homem e sujeitam-se a horários e
tarefas em situação não satisfatória adequando-se à flexibilização do trabalho defendida
pelo projeto do capitalismo (DUQUE, 2000).
As mulheres, em seus novos papéis buscaram mudanças devido às suas
insatisfações pessoais. Mas, estas mudanças atravessam o universo particular feminino
e
recaem também sobre o universo masculino. Pois, o homem que participa nas atividad
es
domésticas e no cuidado dos filhos, é até certo ponto, resultado de um sistema que o t
ira
do seu local historicamente herdado, e que faz com que este homem se sinta infer
iorizado
ao ver a mulher como provedora do sustento do lar. Esta ação é desencadeada pela
posição da mulher na sociedade, pois ao entrar no mundo do trabalho esta se sente
valorizada, principalmente a partir dos princípios feministas. Todavia, os homens
ao se
colocarem em terreno doméstico não se sentem orgulhosos ou assim são percebidos pela
sociedade, se enquadrando mais como algo pejorativo do que benéfico para si, enqua
nto
homens e para a relação (ROCHA-COUTINHO, 2000).
As transformações que sublinham novas nuances nos relacionamentos desde a
sociedade tradicional aos dias atuais, surgiram de mudanças profundas, principalme
nte
nos âmbitos econômico, sociocultural, religioso e também no contexto psicológico. No
âmbito econômico, surgem os eletrodomésticos, os congelados, creches e outros,
modificando a dinâmica familiar e principalmente inserindo a mulher no mercado de
trabalho. O avanço da ciência possibilita à mulher, o domínio da sua própria sexualidade,
e
permite a ela prevenir-se contra uma possível gravidez, através do uso de
anticoncepcionais (ALBUQUERQUE, 1996).
Nesse contexto outro movimento de destaque é o Feminismo, na década de 60,
questionando as desigualdades e os papeis pré-estabelecidos pela sociedade
tradicionalista. E o casamento deixa de ser o único meio de buscar auto-realização
pessoal, sexual e profissional para esta mulher moderna. (ALBUQUERQUE, 1996).
Coutinho (2000) destaca que, apesar de importantes transformações no papel de
mulheres e homens em nossa sociedade tenham ocorrido nos últimos anos, é preciso não
superestimar a profundidade dessas mudanças (p. 67). Persistem ainda portando
inúmeras desigualdades entre os sexos. As mulheres adaptaram-se aos padrões
fornecidos pela sociedade antes da Revolução Feminista de 1960 e da sociedade
moderna. E sabe-se que os conceitos não mudam nem completa, nem rapidamente,
portanto, essa mulher carrega os papéis de antes e os papéis da atualidade. Ela deve
continuar sendo: mãe, mulher, cuidar da casa, do supermercado, do estudo e da educ
ação
dos filhos, mas, também, deve estudar e disputar o mercado de trabalho com os home
ns,
entre outros.
Outro grande influenciador das lentes com as quais se olha e analisa o mundo é o
tempo histórico em que se está inserido, sabendo que cada ser interpreta o mundo de
acordo com as experiências que soma em sua vida, transformando fatos em fenômenos
subjetivos. Todo ser humano ao se apropriar de uma gama de significados, constrói
sentidos singulares para os valores e crenças com os quais ira realizar suas escol
has e
julgamentos. E partindo destas concepções é que se pretende investigar a perspectiva d
as
relações amorosas, de gênero, sexualidade e conjugalidade entre homens e mulheres.
Pois este homem e esta mulher são sobretudo, agentes históricos e esta construção de
relacionamentos se dá através da dinâmica das relações sociais. Pois, os seres humanos
só se constroem em relação com os outros (SAFFIOTI ,1992).
Uma destas relações sociais é a instancia do casamento fator que coincide com a
formação de uma família. Para Leite (1994), os principais questionamentos sobre a famíli
a
e o casamento iniciaram-se também, após a Segunda Guerra Mundial. A mudança no
papel da mulher e a crescente mobilidade na cultura ocidental, associadas com os
dramáticos efeitos contraceptivos e da possibilidade de aborto, levaram a alterações
significativas na vida pública e privada. Nos dias de hoje, família e casamento poss
uem
diferentes significados em relação à antiguidade quando estes estavam relacionados com
a função reprodutora biológica e ideológica da sociedade.
De uma perspectiva tradicional, o casamento era visto como a forma permitida
socialmente para perpetuar a família e garantir a manutenção da propriedade. Nele, a
religião tinha influência sobre a distribuição do poder dentro da família, legando ao home
m
(pai) o papel centralizador e caracterizando o regime patriarcal. A disposição dos p
apéis
entre homens e mulheres na família garantiria a reprodução de uma assimetria do trabal
ho
entre os sexos, cabendo ao homem prover o sustento econômico e á mulher, os serviços
domésticos e os cuidados com os filhos; as funções que cabem a cada gênero são tão
diferentes nesse modelo relacional que se pensa em termos de casamento dele e de
la
(LEITE, 1994).
Satir (1995) afirma que essa determinação de papéis entre homem e mulher sempre
foi muito severa e quaisquer variações eram sempre consideradas patológicas: o normal
e
esperado pela família e pela sociedade era que a mulher criasse os filhos e cuidas
se do
lar, ao passo que ao homem caberia o sustento material do lar do espaço público.
Com o advento da pílula, o direito da mulher de exercer atividade sexual
desvinculada da procriação foi evidenciado. Esse aspecto possibilitou, então, para a
mulher a separação entre sexo e casamento. As relações amorosas ficaram parcialmente
desvinculadas do casamento (SIQUEIRA, 1995).
Nestas condições, há de se afirmar que as mudanças ocorridas na relação entre os
gêneros influenciaram muito para um novo cenário, isto porque até a década de 50 e 60 o
papel da mulher era ser uma mãe dedicada e atenta a seus filhos. Para as mulheres
deste
período o casamento significava finalmente a conquista da independência, já que a mulh
er
passava do julgo do pai e do irmão mais velho para o do marido, no entanto assumia
o
papel de controle junto a casa e aos filhos (DEL PRIORE, 1997).
Fernandes (1994) considera que, na atualidade, os estudos têm mostrado que o
matrimônio passa a existir para proporcionar uma felicidade individualizada, sendo
legitimo
somente àquele que consagre a autonomia de cada um, no qual os direitos subjetivos
tendem a prevalecer sobre as obrigações inerentes ao par conjugal ou ao grupo famili
ar,
reformulando sua dinâmica.
Como conseqüências, constituíram-se distintas formas de conjugalidade a partir do
momento em que o matrimônio deixou de ser o meio social para a procriação e deu-se
autonomia à sexualidade, logo, o casamento não é mais necessário como condição para o
sexo. O trabalho feminino como já analisado anteriormente, também influenciou esse
panorama de forma marcante, desde que entrou em conflito com o estatuto sexual d
e
dominação masculina. A possibilidade das mulheres terem maior patrimônio educacional e
profissional permite uma maior liberdade quanto à possibilidade de fundar ou não uma
família.
Diante de tais mudanças e assumindo novas formas de conjugalidade o casamento
seria muito mais um modelo adulto de intimidade onde haveria uma relação peculiar na
qual os cônjuges tomaram a decisão de viver juntos e de se apoiar reciprocamente na
vida
do quê algo instituído e imposto socialmente (Whitaker, 1995).
Relvas (1996) considera que, o amor é a causa primeira do casamento desde que
deixou de ser feito através de combinações entre os pais ou famílias do casal, em funções
das razões políticas, étnicas ou religiosas.
Já na visão de Whitaker (1995), o motor do casamento seria a incompletude do
individuo. O casamento visa o preenchimento dessa lacuna e é tão importante que
geralmente é visto como a solução de problemas como a solidão. Todos desejam que
algo se resolva com o casamento.
Apesar de várias expectativas que são conservadas ao conservar um ideal
romântico de casamento Willi (1995) sustenta que, mesmo diante de todos os sentime
ntos
amorosos dos casais, nunca há uma satisfação completa com outro numa relação. O fator
determinante para a continuidade do casal seria a capacidade de negociar os esti
los de
vida e conciliar o mundo de cada cônjuge.
É fato que na atualidade mulheres são mais livres, podem decidir se querem ou não
ter filhos, casar ou não casar, investir ou não em uma carreira profissional, tomar
ou não
iniciativa nos relacionamentos amorosos. Elas tanto podem escolher repetir os ant
igos
comportamentos esperados das mulheres como optar por atitudes mais modernas
(ROCHA-COUTINHO, 2000).
Segundo Lins (1999), o principal conceito que não se modificou no decorrer dos
séculos é a crença de que o amor verdadeiro deve ser uma relação mútua. Porém,
segundo Souza (1994), existe diferenças entre a atualidade e os antepassados no qu
e se
refere ao sentimento de amor verdadeiro, pois a elevação deste à categoria de condição e
critério do sucesso do casamento é um acontecimento recente.
2 AMOR VERSUS PAIXÃO: SERÁ POSSÍVEL DISTINGUI-LOS?
Nossa condição humana requer que estejamos em constante integração seja com o
meio, seja com outras pessoas. Estabelecer contato com outras pessoas é inevitável. É
impossível não nos relacionarmos, bom como dificilmente encontraremos pessoas que
não tenham estabelecido vínculos ou se relacionado com outros durante sua vida, isto
porque a nossa condição de existência e continuidade perpassa pela condição de
integração social.
Diante disso, somos, portanto, dependentes de outras pessoas para crescer,
aprender, nos realizar, nos conhecer, etc. Nossas relações são construídas de acordo com
A união estável, por sua vez, deriva-se do que anteriormente chamava-se vivência
em comum e/ou concubinato. Através do novo código civil houve a legalização desse tipo
de relacionamento, que há tempo muito já ocorria, proporcionando assim assistência e
inclusão social de quem vive este tipo de relacionamento (ENNES e SÁ, 2006).
Porém, concomitantemente, a união estável nos propõe algumas questões a serem
debatidas, como por exemplo, qual o limite que a difere de um namoro, as burocra
cias
envolvidas na delimitação dos direitos dos parceiros e até mesmo a partilha dos bens
(ENNES e SÁ, 2006).
3.5.2 POLIAMOR: COMPREENDENDO NOVAS FORMAS DE RELACIONAMENTOS
AMOROSOS
Segundo Carneiro (2007) o poliamor é considerado uma nova forma de
relacionamento, evidente há mais ou menos 20 anos, no qual o amor e afetividade são
os
pontos principais e o sexo assume papel secundário. Admite-se o envolvimento
amoroso/afetivo com vários parceiros, sem necessariamente envolver-se sexualmente.
É importante ressaltar que, de acordo com Danoso (2009) para se caracterizar uma
relação como poliamorosa os parceiros envolvidos devem saber da coexistência do(s)
outro(s). Dessa forma, essa modalidade de relacionamento é uma escolha e traz em s
i
desafios diferentes não é uma solução para um mau casamento ou outros problemas de
relacionamento (LINS, 2007)
Nestas relações é fundamental que haja a negociação e estabelecimento de normas
de funcionamento, para que seja possível uma convivência harmoniosa. Como exemplos
de assuntos a serem acordados entre as partes envolvidas estão: a fidelidade, a não
exclusividade, a amizade e a possibilidade ou não de envolvimento sexual (FÉRESCARNE
IRO,
2007)
Dessa forma, podem-se citar alguns princípios que motivam o poliamor: acreditam
que essa relação se embasa na realidade da natureza humana; que não há a necessidade
de corresponder a todas as necessidades do parceiro, apenas as que se relacionam
às
suas habilidades, às demais serão delegadas aos outros amantes ; compreendem o amor
como um recurso infinito e afirmam que da mesma forma que se pode amar mais de u
m
filho ou amigo, pode-se amar várias parceiros; dizem que o ciúme é aprendido, dessa
forma há possibilidades de superá-lo com êxito; e que crianças que nascem inseridas em
um contexto com várias referencias maternas e paternas tem menos probabilidade de
sentirem-se carentes, caso algum membro da família se distancie (DEREK e HALL, s/d
apud LINS, 2007)
3.5.3 RELACIONAMENTO VIRTUAL
Bauman (2003 apud GALINDO, 1998) assinala que nos indivíduos da sociedade
contemporânea as identidades estão em movimento, e esses se direcionam cada vez mais
para grupos de pertencimentos instáveis e de pouca duração. A elevação de salas de bate-
papo virtuais ilustra esse movimento, nelas esses sujeitos se permitem ser o que
desejam,
ou mesmo expressar-se como são de fato. Contudo, autores pontuam que esses grupos
virtuais estão longe de substituir os grupos presenciais e enfatizam que, frente às
novas
referências, há uma ambivalência entre manutenção da configuração fixa da identidade e a
desestabilização da mesma, o que pode gerar sofrimento psíquico (CARNEIRO, 2007)
Hall (1997 CIVILETTI E PEREIRA, 2002) descreve três concepções que permeiam a
identidade: 1) o sujeito cartesiano, também denominado sujeito do conhecimento ou
da
razão é proveniente de determinados movimentos como a Reforma, Renascença,
Protestantismo, Iluminismo e refere-se a um indivíduo unificado, individualista, c
om
características intrínsecas e cristalizadas; 2) o sujeito sociológico, ou moderno, que
é
decorrente da industrialização, urbanização e conseqüentemente, da necessidade de
aprimorar as interações sociais para acompanhar a complexidade de tal contexto, deix
ando
de ser o centro e passando a ser apenas parte da sociedade; e por fim, 3) o suje
ito pós-
moderno, que emerge de um ambiente tecnológico, e caracteriza-se pela efemeridade,
multiplicidade, como se editasse a identidade para adaptar-se ao meio.
Simmel (1993 apud GALINDO, 1998) assinala que, considerando a nova expressão
do sujeito contemporâneo, seus relacionamentos amorosos também se tornam
fragmentados, não singulares, e utilizam de mais de um objeto para sua satisfação,
podendo nunca satisfazer-se por apenas uma pessoa.
Já Mageste (1997 apud CIVILETTI E PEREIRA, 2002) menciona que o
relacionamento virtual torna-se negativo na medida em que mantêm a dificuldade de
algumas pessoas de interagir pessoalmente, de se expor em uma relação. Essa postura
está relacionada à necessidade de controle das emoções e impulsos exigidos na
contemporaneidade, que acarreta no isolamento e distanciamento do indivíduo e
sociedade
Corroborando com esta idéia, Vieira e Cohn (2008) afirmam que nas relações
virtuais não há a materialização desse afastamento, não é necessário o autocontrole e
negação da aproximação física, esta já está atrelada ao processo virtual, deixando assim
de ser responsabilidade do sujeito; tal meio de mediação passa a ser culpado pela
frustração proveniente dessa esquiva. Assim, como preconiza Elias (1993 apud VIEIRA
E
COHN, 2008) a sensação de isolamento é reduzida na esfera virtual.
Levando em consideração a ausência física há duas possibilidades de significação
da relação virtual: 1) permite o enaltecimento das idéias e conversas para sua continu
idade
do que a aparência, assim como a ausência da preocupação a cerca do controle dos
impulsos facilita uma maior exposição do sujeito, intimidade, e envolvimento, 2) ao
mesmo
tempo em que pode dificultar a comunicação, dado a limitação de expressões faciais,
timbre de voz, etc. (VIEIRA E COHN, 2008).
Faz-se importante ressaltar, no entanto, que com a mesma rapidez que as relações
amorosas e intimidade se estabelecem no Ciberespaço elas se desfazem. A virtualida
de
propiciaria então, apenas uma ilusão de intimidade. Outro ponto negativo seria a fug
a da
realidade real, a estimulação da fantasia, do sonho, no lugar da sinceridade (SILVA
2000
apud COLETA et. al. 2008).
Já Turkle (1997 apud CIVILETTI E PEREIRA, 2002) teoriza a respeito da
complementaridade do real e do virtual, e afirma que essa dialética propicia novas
vivências, como um laboratório de subjetividade. A internet nessa visão passa a ser
compreendida como uma ferramenta para identificações de grupos e pessoas.
Desse modo, as contradições e a incerteza características dos relacionamentos
virtuais refletem em sua pouca estabilidade e, simultaneamente, maior intensidad
e, já que
neles as emoções são mais enfatizadas. Assim, essas novas formas de relações devem
ser compreendidas dentro de um contexto, levando em consideração as características
pessoais e compartilhadas dos parceiros amorosos e sua possibilidade de transferên
cia
para uma relação presencial (GALINDO, 1998).
4 DIANTE DISSO, ONDE FICA A FAMÍLIA?
Nos dias atuais, ao nos propormos em falar e discutir questões inerentes a família
se faz necessário clarificar em que concepções toma-se partida para a discussão que se
segue.
Conceitualmente define-se o termo família por: conjunto de ascendentes,
descendentes, colaterais e afins de uma linhagem; pessoas do mesmo sangue, que v
ivem
ou não em comum; descendência, linhagem; o pai, a mãe e os filhos; sectários de um
sistema.
Champlin (2002) afirma que as instituições e a família está entre elas são
sistemas que padronizam e estabelecem comportamentos sociais pelos quais os
indivíduos satisfazem seus desejos e necessidades, buscando valores essenciais tai
s
como o bem estar e a sobrevivência do grupo em diferentes âmbitos da vida humana, de
uma forma cooperativa, regulada e previsível.
Já na visão da antropologia (MARCONI e PRESSOTO, 2001) a família pode ser
definida por um grupo de parentes e afins e seus descendentes que vivem juntos.
Diante da diversidade conceitual faz-se necessário compreender historicamente de
que forma a instituição família se formou ao longo dos anos chegando as variadas
concepções que hoje são vistas, bem como suas características e transformações.
De acordo com Linton (2000), a família evoluiu para um fenômeno social perdendo
sua característica antes determinada por um fenômeno biológico. Ou seja, muito embora
os fatores biológicos ainda influenciem nas características da mesma, é através de um
fenômeno social que se consegue enxergar mais facilmente os status e papéis que
realmente lhes são atribuídos.
Desta forma, o referido autor assegura que os membros de uma instituição têm
direitos e obrigações específicas em relação aos outros membros assim como uma série
de atitudes definidas por tal instituição.
Apesar de se encontrar toda forma de família em qualquer sociedade humana,
algumas delas atribuem maior importância ao sistema mais amplo de parentesco enqua
nto
outras reduzem tal importância (MARCONI PRESSOTO, 2001).
A família é a unidade social básica em todas as culturas, visto que até hoje
nenhuma sociedade foi descoberta sem um sistema familiar. Na sua constituição cultur
al
há pessoas unidas pelos laços de parentesco, pelo sangue ou por aliança. É uma
instituição universal e portanto, responsável por funções importantíssimas sem as quais
nenhuma sociedade sobreviveria.
Entre suas principais funções pode-se destacar a reprodução biológica de geração
para geração visando a perpetuação controlada da espécie dentro de uma sociedade;
manutenção das crianças com funções como treinamento (isto é, educação informal e
formal), ou socialização; e provisão de controles sexuais, de forma, muitas vezes, a e
vitar a
promiscuidade (CHAMPLIN, 2002).
Marconi e Pressoto (2001) discorre que há funções básicas encontradas em todos
os agrupamentos humanos estas se caracterizam pela função sexual, reprodução da
espécie, função econômica e educacional.
Em consonância a esta idéia, Linton (2000) afirma que toda sociedade atribui
funções a suas unidades familiais e que em quase todos os casos a principal destas
funções está relacionada ao aspecto biológico do grupo primitivo, ou seja, de reprodução
da espécie. Há também o fator de cuidado e criação dos filhos e ainda outras funções
determinadas por cada cultura.
Entretanto, Champlin (2002) diz que estas funções não são exclusivas da família,
havendo, por exemplo, concepções de filhos fora dela, a educação dispensada às crianças
serem mediadas por outras instituições, assim como a criação destas e a provisão de
controles sexuais, podendo ser desempenhados por outros agentes modeladores.
Todavia, é fato que a família assume maior importância no âmbito social e por isso,
estas funções são mais bem desempenhadas por ela, atribuindo assim à família o
instrumento básico pelo qual todas as atividades operam, sejam elas políticas, relig
iosas
ou econômicas.
Há de se destacar ainda que as estruturas familiares variam conforme a sociedade
em questão e por esse motivo torna-se de fundamental importância caracterizá-las em
seus principais aspectos.
Se nos é permitido julgar pelos primatas subumanos, as primeiras famílias
humanas provavelmente correspondiam aos núcleos das famílias atuais de
tipo conjugal. Não se reconhecia o parentesco consangüíneo entre
indivíduos adultos. O reconhecimento deste parentesco e seu uso como
base para atribuição de status sociais devem ter sido o primeiro passo na
evolução das famílias tais quais as conhecemos. Seria portanto justificável
considerar as sociedades que organizam suas famílias sobre uma base
consangüínea como representando, a este respeito, um ponto mais
elevado de evolução que as que se apegam à base conjugal (LINTON,
2000 p. 160).
Assim, tal autor assegura que as famílias organizadas por uma base conjugal se
constituem dos cônjuges e seus filhos circundados por seus parentes. Enquanto as
famílias de base consangüínea constituem-se da família como um núcleo de parentes
consangüíneos, cercadas por seus cônjuges.
Já para Champlin (2002) a mais comum das famílias é a nuclear que tem como
característica ser composta por marido, mulher e pelo menos uma criança. Nessa class
e,
há sociedades que aceitam a chamada poligamia, que se define pelo casamento de um
homem com duas ou mais mulheres. Há também outra forma de poligamia, definida por
poliandria e caracterizada pelo casamento de uma mulher com dois ou mais homens.
Percebe-se que o amor atualmente tem sido vivido de diferentes maneiras por home
ns
e mulheres. Ainda observa-se o afirmar de que o amor é coisa de mulher uma característ
ica
fortemente feminina, portanto parece ter havido a feminização do amor e os comportam
entos
amorosos masculinos passaram a ser avaliados a partir de critérios femininos inclu
indo no
masculino a paixão sexual, ou seja, aspectos práticos que se constitui de proteção e cui
dados,
garantia de sobrevivência material e ajuda mútua, já a feminina se refere a compartilh
ar
sentimentos, à dependência emocional mútua, ao cuidado expresso pelo diálogo.
Há evidências, portanto que nas últimas décadas as diferenças vêm se estreitando: os
homens estão começando a expressar seus sentimentos, e por outro lado, a feminização do
amor como emoção, cuidado e intimidade, obscurece a competência para suas formas mais
ativas e instrumentais, pois a medida que mulheres entram do domínio público, reivin
dicando
igualdade de oportunidade e remuneração, e que homens começaram a aspirar a relações de
intimidade, pode-se abrir um caminho para a democratização, emergindo várias possibili
dades
de Masculino e Feminino , em relações idealmente flexíveis e plurais.
O amor nessa busca de igualdade de gêneros é fundamental para ligar as pessoas,
para ativar o respeito e a divisão de afazeres, mas talvez seja frágil para suportar
tantas
aspirações, principalmente senão houver o diálogo, o respeito ao tempo de cada um no faz
er
histórico. Amar e se apaixonar são duas necessidades humanas que nem sempre se integ
ram
no mesmo relacionamento. A paixão possui uma conotação mais subversiva, no sentido de
que tira o indivíduo de suas obrigações cotidianas, arrebatando-o. Entretanto, leva à
confrontação com a necessidade de separar-se do outro, reconhecendo-o como diferente
. A
desidealização pode levar ao término da relação ou à sua transformação em amor. A
discriminação do outro possibilita a afirmação de si como alguém que não depende do ser
amado para sobreviver, mas que estabelece com ele uma relação que acolhe as
necessidades de ser separado e de estar acompanhado e acolhido no processo de
desenvolvimento.
As desigualdades de gênero começam a ser revistas: homens e mulheres
desenvolvem a autonomia e o cuidado das relações, ambos ocupam os domínios público e
privado, as mulheres deixam de ser divididas em puras e impuras por assumir uma
sexualidade livre e completa. O novo Masculino compartilha desse Feminino, que s
e atualiza
e se apropria de vivências e espaços que lhes eram vetados. Questiona-se a feminização d
o
amor, ocorrida a partir do século XVIII, quando anteriormente esse sentimento era
prerrogativa das relações masculinas; a masculinização do sexo, ativo, conquistador,
dominador, também é posta em cheque. Homens e mulheres podem ter
experiências amorosas e sexuais dentro de um raio amplo de escolhas possíveis.
É necessário considerarmos os conflitos resultantes dessas novas possibilidades,
já que há mudanças na vivência pessoal e também no âmbito social. O amor é um sentimento
e uma narrativa social, tendo sido reinventado inúmeras vezes no decorrer da históri
a: assim
como pode perpetuar as desigualdades de gênero, pode também ser transformador, ou ag
ir
como uma força que permeia sentimentos, uma força que regenera em relação a significados
mais compactados do amor, aonde a mulher deixa de só idealizar, de agir apenas pel
os
sentimentos, e homem também deixa de envolver-se só pelo sexo, pelo domínio, mas
buscando relações concretas em seus anseios estabelecendo respeito e comprometimento
numa relação que permeia afetividade, o amor que se estabelece com estruturas firmes
, o
respeito as diferenças estabelecendo-se num enlace de compromisso entre os pares.
No entanto quando se refere a sexualidade e o prazer conquistados pela mulher
desarticularam valores e concepções do universo sexual masculino. Para Giddens (1991
), o
homem necessita aprender a narrar sua história emocional para conseguir negociar a
sua vida
pessoal, e ambos, homens e mulheres, poderão juntos construir o amor confluente, q
ue
presume a igualdade do envolvimento emocional, a realização do fazer erótico recíproco e
para que se instaure uma relação familiar igual e mais democratizada.
A questão da igualdade na situação famíliar vista sob o ângulo da intimidade,
analisada por Quinteiro (1993), constatou que no nível das representações, homens e
mulheres revelaram que a construção de uma união afetivo-sexual prazerosa e permanente
decorre do exercício do diálogo, da liberdade de manifestação afetiva e do respeito entr
e os
atores sociais. Aquela construção, pressupõe, portanto igualdade a ser partilhada
paritariamente por homens e mulheres.
É desde a infância, no âmbito familiar que as novas masculinidades e feminilidades
vão se construindo. Na situação familiar,quando a criança observa que o entendimento é
buscado por seus pais, não vê mais o pai mandando e a mãe, submissamente, obedecendo,
mas dois centros do poder que, apesar de diferentes, atuam com igual dignidade.
O menino
alia-se ao pai, mas não mais se identifica com um opressor, não tem mais medo mortal
de
expressar seu afeto para com os outros. As crianças crescerão com maior equilíbrio e t
erão
racionalidades e emoções mais integradas. Quando adultos, vão privilegiar a construção de
uma sociedade democrática e pluralista, onde é possível o consenso, as partilhas e as
solidariedades. Tenderão a rejeitar autoritarismos e opressões. Nestas dimensões as da
violência do autoritarismo e da negação da diferença (Muraro, 1992). Portanto, nas família
s
onde se verifica uma maior democratização entre cônjuges e destes com os filhos, obser
va-se
em geral, que há um valor dado a igualdade entre gêneros e continuada transformação na
direção mais simétrica da relação de gênero independentemente da região, pois as diferenças
de espaços estão cada vez mais tênues nessa questão (Costa, 1992 e Almeida, 1996).
È na constituição família, o contexto onde se pode analisar as experiências de homens
e mulheres voltadas para a construção da igualdade , digamos, qualitativa ou talvez par
itária,
pois contempla as diferenças de gênero. Por experiência, designo a interação entre o
pensamento e a ação. Isto é, entre teoria e o agir na direção das metas a serem alcançadas.
No entanto, a hipótese central desta discussão, é que as experiências de homens e de
mulheres na situação familiar, voltadas para uma nova igualdade deverá permear o ser bem
como sua diversidade e respeito, aonde o amor será o tema central, pois não há
possibilidades de um completar-se só na realização profissional, pessoal sem pensar no
campo afetivo, a relação com o outro voltados a uma nova representação social de direito
s.
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