Uma das considerações mais importantes que devemos fazer quando se usa o
computador no ensino de matemática, consiste em saber aspectos sobre o modo
como o computador desenvolve algumas operações. Desde já aviso que não
pretendo neste tópico fazer uma abordagem sobre a História da Computação, e o
seu desenvolvimento na sociedade do século XX, mas sim, pretendo apresentar
aspectos que podem contribuir ao entendimento da sua lógica. No entanto
compreender sua lógica consiste em entender o que é a lógica formal,
especificamente a lógica proposicional.
a) O QUE É A LÓGICA ?
Resposta 4 - "A Lógica é uma ferramenta que pode ser utilizada no trabalho
matemático."
Em suma, as respostas podem ser muitas, uns com uma visão mais utilitarista
dela, outros com uma visão menos utilitária, no entanto, não se pode negar que a
lógica não é um privilégio de intelectuais e cientistas afortunados, mas faz parte do
pensamento humano, e nós usamos continuamente suas operações para
solucionar certos problemas.
b) UM POUCO DE HISTÓRIA
c) LÓGICA PROPOSICIONAL
01. 1 - Proposição Simples: São aquelas que não contém outra proposição como
parte integrante de si mesmas. Tais proposições serão indicadas por letras
minúsculas.
Exemplos:
a: 10 > 6
b: João é bom.
01.2 - Proposição Composta: São aquelas formada por duas ou mais proposições
relacionadas por meio de operadores lógicos (conectivos). Tais proposições são
representados por letras maiúsculas.
Exemplos:
Temos que:
Observação: Uma proposição composta pode ser formada por outras proposições
compostas.
Como vimos acima não é tão simples dizer se uma proposição é verdadeira, pois
existem concepções divergentes sobre o que pode ou não ser uma verdade.
Como vimos ao lidar com proposições compostas temos que considerar:
A - Aspectos sintático-semantícos
i) a estrutura conectiva;
ii) a estrutura quantificacional.
B - Aspectos teóricos
i) concepção absoluta categórica intemporal de verdade;
ii) concepção relativa categórica temporal de verdade.
Ambos aspectos trabalham simultaneamente ao se raciocinar, mas dependendo
do "jogo" podemos adotar um ou outro aspecto como critério para resolver
problemas práticos. Mas em proposições simples as coisas não são tão fáceis
também pois tais podem ser:
01 - Proposições simples absolutas categóricas intemporais: São aquelas que
independem do contexto e do tempo para que sejam verdadeiras. Exemplo:
1.x = x (independe de contexto)
02 - Proposições simples relativas intemporais: São aquelas que podem ser
verdadeiras em um contexto e falsas em outro contexto independente do tempo .
Exemplo:
Considere que o símbolo represente operação de grupo. Temos agora a
seguinte proposição para todo x e todo y:
xy = yx
Um exemplo de argumento:
Quando estudamos o Caso 4, apresentado acima, vimos que a proposição
composta D é composta por duas proposições simples c (O homem é um
mamífero) e d (O homem foi até a Lua). Também vimos que só o fato de tais
proposição serem apresentadas o nosso raciocínio é induzido à uma conclusão,
pois temos que o homem é um mamífero, e este mamífero foi de fato até a Lua.
Portanto considerando c e d como premissas do argumento, temos que a
proposição composta D, neste caso, é a própria conclusão do argumento. Mas
nem sempre isso ocorre, em muitos casos é necessário enunciar a conclusão, por
exemplo, no Caso 2 A proposição B é composta pela proposição simples a (João
é homem) e pela proposição simples c (O homem é um mamífero), Mas é
necessário enunciar a conclusão, mesmo que evidente aos nossos olhos, como
uma proposição nova x (João é um Mamífero) para que o argumento seja
concluido.
Exemplo:
Se V(k)=V, então V(~k)=F
Se V(p)=F, então V(~k)=V
A Tabela-vedade da negação é:
k ~k
V F
F V
Exemplo:
Dados a e b temos que
a: Marte é um Planeta.
b: A Lua é um satélite natural.
Exemplo:
Considerando os dados do exemplo anterior, temos a e ~b, logo V(a)=V e
V(~b)=F. Portanto ao se considerar a proposição composta B(a,~b)=a^~b temos
que V(B)=F.
a b a^b
V V V
V F F
F V F
F F F
a ~b a^b
V F F
V V V
F F F
F V F
Exemplo:
Dadas d, e como proposições simples, temos
d: 2 + 10 = 15
e: 1 + 100 = 101
Sabemos que V(d)=F e que V(e)=V, com a tabela-verdade de (d v e), se poderá
concluir se V(d v e) é verdadeiro ou falso.
d e (d v e)
F V V
F F F
V V V
V F V
Exemplo:
Dadas o, p proposições simples temos
o: 5>3
p: 70<1
Temos que V(o)=V e V(p)=F, logo com a tabela-verdade de (o & p) poderemos
concluir se V(o & p) é verdadeiro ou falso.
o p (o&p)
F V V
F F F
V V F
V F V
Logo V(o & p) é verdadeiro conforme é apresentado na linha 4 pois atende aos
requisitos da definição 9. É também interessante notar que V(~(o&p)) também é
verdadeiro.
Outro fato interessante na disjunção exclusiva, é que se as proposições o e p
fossem ambas verdadeiras, teríamos uma proposição composta falsa. Na
linguagem coloquial um exemplo que permite entender a disjunção exclusiva é a
proposição k:canto ou assovio, não se pode fazer isto ou aquilo, mas somente é
possível fazer isto. Outro exemplo:
m: Eu sou um poeta
n: Eu sou um cantor
Ao dizer (m v n) temos que:
(m v n): Eu sou poeta e/ou cantor.
Já ao dizer (m & n) temos:
(m & n): Ou eu sou poeta ou cantor.
Portanto há uma diferença significativa entre as disjunções inclusiva e exclusiva,
podemos dizer que a disjunção inclusiva é mais "aberta" que a exclusiva que é
mais "seletiva". No tópico sobre álgebra booleana o assunto será mais detalhado.
Exemplo:
Dadas as proposições x e y temos que
x: João é um homem calmo.
y: João é pouco paciente.
Também sabemos que há uma relação entre calma e paciência. Mas como não
conhecemos João, dele nada podemos afirmar não sabemos o valor lógico das
proposições V(x) e V(y).Mas caso queiramos analisar as possíveis reações de
João, vamos convencionar um parâmetro:
parâmetro 01: Para ser paciente é preciso ser calmo.
Após considerar o parâmetro 01, definimos a proposição (xày) e vamos ver qual
a tabela-verdade de (xày).
x y (xy)
F V V
F F V
V V V
V F F
Exemplo:
Dadas a e ~a proposições simples, temos:
a: Eu sou.
~a: Eu não sou.
X(a,~a)=(a v ~a): Eu sou ou não sou.
a ~a (a v ~a)
V F V
F V V
Exemplo:
Dadas a e ~a proposições simples, temos:
a: Eu sou.
~a: Eu não sou.
Y(a,~a)=(a ^ ~a): Eu sou e não sou.
a ~a (a ^ ~a)
V F F
F V F
V V V F F V
V F F V V F
F V V F F V
F F V V F V
PROVA 1
Temos como condicional a à b e sabemos pela tabela verdade que a à b ~(a
^ ~b).
Podemos também dizer que ~(a à b) (a ^ ~b), portanto se pode concluir:
HIPÓTESE TESE
Exemplo:
Dados: { x R e n N}
Conjectura: ( x n / x n ) = 1 x 0 = 1
Hipótese: ( x n / x n )= 1
Tese: x 0 = 1
Enunciado: Se ( x n / x n )= 1 então x 0 = 1
Exemplo:
Dados os números X, Y e Z.
Conjectura: X < Y e Y < Z X < Z
Hipótese:X < Y e Y < Z
Tese: X < Z
Enunciado: Se X < Y e Y < Z então X < Z
Exemplo:
Dados o conjunto K
Conjectura: K K =
Hipótese: K
Tese: K =
Enunciado: Se K então K =
Demonstração: Supondo que a tese é falsa, ou seja, K , logo K ou
K.
Como K , qualquer que seja K, só pode ocorrer K , o que torna falsa
a hipótese.
Portanto, o teorema é verdadeiro, pois ao falsear a hipótese a tese foi
falseada.
c71) INTERRUPTORES
c72) CIRCUITOS