TÉCNICO
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
DESENHO TÉCNICO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) acadêmico(a), o livro de Desenho Técnico, que se encontra a sua disposição, foi
feito com foco na formação de profissionais responsáveis do Curso de Engenharia de
Produção.
Este livro aborda o conhecimento voltado para atividades vivenciadas por Engenheiros
de Produção no que tange ao projeto de processos.
Eu, professor Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro, tive a oportunidade de lidar direta-
mente com processos de Desenho Técnico quando trabalhei na área de projetos de
uma conceituada empresa agroindustrial, e o professor Daniel Mantovani trabalhou em
projetos para patente de processos e equipamentos, além de leitura e interpretação de
projetos de implantação de equipamentos na Indústria Biotecnológica. Nós pensamos
este material de forma a facilitar o seu entendimento da arte de desenhar e, com essa
intenção, dividimos o livro em cinco unidades:
Na unidade I, trataremos da diferença entre o desenho técnico e o desenho artístico;
falaremos sobre os materiais utilizados no desenho, sua forma de manuseio e manuten-
ção, além de lhe apresentar as técnicas e relações geométricas envolvidas nas figuras
desses projetos.
Na unidade II, nos aprofundaremos nos processos de representação de projetos, como
as projeções ortogonais e isométricas, além das formas especiais de representação de
peças em vistas auxiliares e cortes.
Na unidade III, como você já estará habilitado(a) a lidar com representações no plano,
abordaremos as representações no espaço e como representar processos de extrusão e
cortes em sólidos.
Na unidade IV, como já conhecemos todo o estado da arte de desenho manual, nós
abordaremos as técnicas computacionais em programa do tipo CAD (Computer Aided
Design) ou desenho assistido por computador, que trabalha com as mesmas técnicas
utilizadas pelos desenhistas em seus comandos para confecção de desenhos.
Na unidade V, encerramos o material tratando das normas que regem o processo de
construção de um projeto, normas essas propostas pela ABNT – Associação Brasileira
de Normas Técnicas, e que nortearão todos os desenhos realizados por você, futuro(a)
Engenheiro(a) de Produção, durante sua carreira.
Vale lembrar que o estudo desta matéria é extenso e não se restringe apenas aos conte-
údos abordados neste livro, cabe ao(à) aluno(a) buscar em fontes disponíveis. E o mais
importante é praticar, praticar e praticar, pois só assim você alcançará alto nível de de-
sempenho como desenhista e realizará projetos de alto padrão.
Bons estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
42 Símbolos e Convenções
45 Considerações Finais
UNIDADE II
53 Introdução
54 Projeções Ortogonais
62 Vistas Auxiliares
67 Perspectivas
73 Cortes e Seções
80 Escalas
84 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
93 Introdução
94 Cotagem
118 Montagens
UNIDADE IV
133 Introdução
UNIDADE V
173 Introdução
213 CONCLUSÃO
215 REFERENCIA
217 GABARITO
Professor Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Professor Dr. Daniel Mantovani
INTRODUÇÃO AO DESENHO
I
UNIDADE
TÉCNICO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Esclarecer ao aluno a diferença entre Desenho Artístico e Desenho
Técnico.
■■ Apresentar os materiais de Desenho Técnico e as técnicas para
manutenção e limpeza dos equipamentos.
■■ Compreender e utilizar de forma correta os equipamentos de
Desenho Técnico na confecção de projetos.
■■ Compreender as técnicas geométricas de obtenção de figuras em
croquis.
■■ Relacionar as técnicas geométricas com as possíveis situações que se
apresentarão no dia a dia do Engenheiro de Produção.
■■ Analisar os símbolos e convenções para projetos em desenho técnico.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A importância do desenho técnico
■■ Materiais de desenho técnico
■■ Geometria e técnicas de desenho
■■ Símbolos e convenções
15
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)! Vamos começar aqui a falar sobre Desenho Técnico. É impor-
tante que você saiba que esse conteúdo é imprescindível no dia a dia de qualquer
Engenheiro de Produção, na confecção de fluxogramas representativos dos pro-
cessos, leitura e interpretação de projetos de peças/máquinas ou até nos estudos
de viabilidade de novas linhas produtivas.
Nesta unidade, você verá que, desde o início do mundo moderno, houve
a necessidade de representação gráfica de construções e peças, também vere-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
esboço de sua máquina ou peça, mas também que ele desse detalhes falados
sobre sua construção e funcionamento. Mais do que isso, nem sempre era pos-
sível ao dono do projeto estar à disposição do construtor em todo tempo e lhe
passar todas as informações necessárias para a confecção do projeto.
Com o advento da Revolução Industrial, essa necessidade de definição de
regras para desenhos de projetos tornou-se ainda mais evidente, então, os enge-
nheiros e projetistas foram gradativamente criando normas e regras para a
confecção de desenhos que pudessem exprimir orientações e técnicas para cons-
trução e montagens de máquinas e edificações. A partir desse momento, passa-se
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Representação
de um objeto de
acordo com os
princípios da
geometria
descritiva.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 3: Planos de Projeção de Gaspar Monge
Fonte: SENAI (1997).
Esse método, que passou a ser conhecido como Método Mongeano, é usado
na Geometria Descritiva. E os princípios da Geometria Descritiva constituem
a base do desenho técnico.
Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está
intimamente ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta
importante, trazendo, muitas vezes, soluções gráficas que podem substituir
cálculos.
Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação
gráfica, o ensino de desenho técnico ainda é imprescindível na formação de
qualquer modalidade de engenharia e afins, pois, além do aspecto da lingua-
gem gráfica que permite que as ideias concebidas por alguém sejam executadas
por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geo-
métrico, o espírito de iniciativa e de organização.
Para desenvolver trabalhos na área de orçamento e especificação de materiais,
os profissionais da área de projetos devem saber ler um projeto para compreendê-
-lo em seus detalhes e, assim, quantificar com precisão os itens necessários para
a sua viabilização. Por exemplo, se estiver avaliando um fluxograma de produ-
ção, deverá ter condições de ler de forma acertada a posição dos equipamentos e
reconhecer o fluxo dos produtos dentro da área produtiva, além de corrigir pos-
síveis cruzamentos de fluxo de produtos existentes. Se for trabalhar na execução
de obras, deverá saber ler o projeto para poder realizá-lo de forma fidedigna,
conforme indicam as especificações.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Mesa ou Prancheta de Desenho;
■■ Papel (Padrão A);
■■ Lápis ou Lapiseira;
■■ Grafites (H, HB, B);
■■ Borracha Macia;
■■ Régua T ou Régua Paralela;
■■ Régua Graduada;
■■ Escalímetro;
■■ Esquadros de 30, 45 e 60˚;
■■ Compasso;
■■ Fita Crepe;
■■ Flanela e Álcool (Limpeza).
Nada mais é do que o lugar onde iremos colar nossa prancha de desenho, por
esse motivo, deve possuir superfície plana e limpa. Há no mercado alguns mode-
los de prancheta que possuem inclinação variável, outros possuem gavetas para
Outra técnica consiste em apoiar a régua T sobre a folha, fazendo com que
o limite superior do papel fique paralelo à borda superior da régua. Em seguida,
fixa-se o papel no canto superior esquerdo e nos demais cantos.
Ao colar a fita, o desenhista precisa esticar o papel na direção desejada de
forma que este fique o mais encostado possível na prancheta, pois isso evitará
que o papel fique frouxo, dificultando, assim, a utilização das réguas e esquadros
e, por consequência, o desenho de traçados.
O formato usado é o baseado na norma NBR 10068, denominado A0; tra-
ta-se de uma folha com 1 m². Todos os formatos seguintes são proporcionais: o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
formato A1 tem metade da área do formato A0, e assim sucessivamente. A Tabela
1 mostra o tamanho das pranchas de acordo com o padrão A0.
25 mm 10 mm (A0, A1 e A2)
7 mm (A4 e A3)
Margem esquerda
(Todos os formatos) Demais margens
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DOBRAGEM
Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de dobra-
gem. Essa forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta que possa
ser consultada com facilidade, sem necessidade de retirá-lo da pasta, e que a
legenda esteja visível com o desenho dobrado.
As ilustrações (Figura 6) abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro
dobra-se na horizontal (em “sanfona”), depois na vertical (para trás), terminando
a dobra com a parte da legenda na frente. A dobra no canto superior esquerdo
é para evitar de furar a folha na dobra traseira, possibilitando desdobrar o dese-
nho sem retirar do arquivo.
105
2 1
3
2 1
A2
A3 420 x 594 mm
297 x 420 mm
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
130 105 185 210 192 192
105
4 3 2 1
5
297
A1 6
594 x 841 mm
297
O lápis e a lapiseira possuem vários graus de dureza: uma grafite mais dura per-
mite pontas finas, mas traços muito claros; uma grafite mais macia cria traços
mais escuros, mas as pontas serão rombudas.
BORRACHA
As borrachas utilizadas em projetos de desenho devem ser macias para que não
rasguem as pranchas quando utilizadas. A forma para apagar traços é segurando
o papel com a mão esquerda e fazer movimentos com a borracha da esquerda
para a direita.
As borrachas mais indicadas são as sintéticas, naturais brancas ou as espe-
cíficas. Evite o uso de borrachas para tinta, que geralmente são mais abrasivas
para a superfície de desenho e, por consequência, podem levar a alguma rasura
no trabalho.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
paralela deve ser um pouco menor do que o da prancheta. Enquanto a régua
paralela é presa, a régua T é móvel.
RÉGUA GRADUADA
Tem a função de medir e auxiliar no desenho de linhas retas, portanto deve ser
de boa qualidade e não ter deformações ou rebarbas em seus vértices. É o prin-
cipal instrumento para marcação das medidas dos desenhos.
ESQUADROS
Comumente usados para traçar linhas em ângulos. Quase sempre são pares de
2 esquadros, um isósceles com 45˚ e outro esquadro escaleno 30˚/60˚. A com-
binação de ambos permite obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem
como traçar retas paralelas e perpendiculares, quando utilizados em união com
a Régua T ou Régua Paralela.
COMPASSO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 9: Exemplo de Compasso de pernas fixas e articuladas
Os compassos também podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser útil
para grandes circunferências. Alguns modelos possuem extensores para traçar
circunferências ainda maiores.
Existem ainda compassos específicos, como o de pontas secas (usado somente
para transportar medidas), compassos de mola (para pequenas circunferências),
compasso bomba (para circunferências minúsculas) e compasso de redução
(usado para converter escalas).
Para a utilização de compassos em papel sulfurize, recomenda-se colar um
pequeno pedaço de fita crepe no centro da circunferência que se deseja traçar,
com o intuito de evitar que a ponta seca do instrumento rasque a folha e inutilize o
projeto, ao final do traçado retira se a fita sem maiores danos a sua representação.
ESCALÍMETRO
Seu uso elimina o uso de cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo
de execução do projeto.
O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de arqui-
tetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a 1 m = 1
cm e pode ser usada como uma régua comum (1:1).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Muitas das formas geométricas utilizadas nos projetos de desenho técnico podem
ser obtidas por meio de relações geométricas entre retas, semirretas e curvas.
Essas relações facilitam a vida do projetista, que, se souber como utilizá-las, pode
economizar tempo na confecção de seu projeto e evitar cálculos desnecessários,
finalizando o projeto em menor tempo. Na sequência, veremos quais as princi-
pais relações geométricas utilizadas em desenho técnico.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Encontrar uma Linha que seja Equidistante aos Pontos A e B
Primeiramente, deve-se colocar a ponta seca do compasso no ponto A, e com
a abertura maior do que a metade da distância entre A e B, traçar uma circun-
ferência; na sequência, com a mesma abertura, traçar outra circunferência com
centro em O. Para finalizar, ligar os pontos em que as circunferências se cruzarem.
A
+
+B
Figura 11: Procedimento para traçar uma linha equidistante a dois pontos conhecidos
Fonte: Arruda (2004).
A
+
M
+B
Figura 12: Procedimento para dividir um segmento de reta em 2 partes iguais e encontrar a mediatriz (ponto médio)
Fonte: os autores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A
F
α
B G
α
E
C
Figura 13: Procedimento para dividir um ângulo em 2 partes iguais e encontrar a bissetriz
Fonte: os autores.
D G
H
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
X B C
E
Figura 14: Procedimento para dividir um ângulo reto em 3 partes
Fonte: SENAI (2005).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Essa técnica confirma o teorema geométrico que diz que, se temos duas retas, p
e q, ortogonais entre si, e q e r, ortogonais entre si, então p e r serão paralelas entre si.
E F
A B
C D
r
s
0 R
T
T‘
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Ligue os vértices encontrando os lados do hexágono e apague as linhas
desnecessárias.
C E
A 1 B
D F
Figura 17: Procedimento para a construção de hexágono regular
Fonte: SENAI (2005).
TRAÇADOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a régua graduada no traço antes de fazer o traço vertical. Observe a Figura 19
para entender o procedimento.
Figura 19: Procedimento para obter linhas ortogonais com esquadro e régua (1ª parte)
Fonte: os autores.
Figura 20: Procedimento para obter linhas ortogonais com esquadro e régua (2ª parte)
Fonte: os autores.
90º
30º 45º
60º
15º
75º
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aqui, utiliza-se uma escala conhecida (por exemplo, a régua ou escalíme-
tro) para dividir uma reta em várias partes iguais.
■■ Trace uma segunda reta (BC), com qualquer comprimento, mas com um
vértice em comum com a reta a ser dividida (AB).
■■ Divida a reta BC com sua régua. No exemplo, vamos dividir em 5 partes,
faremos uma reta de 5 cm, marcando cada centímetro.
■■ Ligue os extremos A e C.
■■ Com os esquadros, faça retas paralelas à AC, transferindo os pontos da
reta BC para a reta AB.
A B
Triângulo Isósceles 3 60
Quadrado 4 90
Hexágono 6 60
Octógono 8 45
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dodecágono 12 30
Tabela 3: Polígonos Regulares e seus ângulos internos
Fonte: os autores.
SÍMBOLOS E CONVENÇÕES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
LINHAS
TIPO FUNÇÃO
Contínua larga – arestas e contornos visíveis
de peças, caracteres, indicação de corte ou
vista.
Contínua estreita – hachuras, cotas.
CORES
Desenhos técnicos, em geral, são representados em cor preta. Com as atuais faci-
lidades de impressão, tornou-se mais fácil usar cores nos desenhos, mas não se
deve exagerar.
Cada cor utilizada deve ser mencionada em legenda. Podem-se usar cores
para indicar peças diferentes ou para indicar o estado atual de uma peça (a reti-
rar, a construir, a demolir etc.).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CARACTERES
ABC D EFG H IJ
4 3 3 1 2 1
1 2 1 1 21 1 1 1 2 1
3
2
5 3
2
4 3 3
3
2 2 2
K LM N O PQ R S
2 3
1 1 1 2 1 2 1 2 1 2 1 3 1
1 2
3 3
3 3 4 2
3 4 2
2
T U V WX Y Z
2 1 2 4 1 2 1
2 1 2 1 1
1 2 3
3
3 3 2
0 1 2 4
1 2 2 1
2 2
1 1 1
3
4
3
2
4 1
6 7 8 9
1 1 1 2
2 2 1
2 2
3
3 4
Símbolos e Convenções
I
COTA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Não repetir cotas, salvo em casos especiais.
■■ Não usar qualquer linha do desenho como linha de cota.
■■ Evitar que uma linha de cota corte uma linha auxiliar.
■■ Não esperar de quem for ler o desenho que faça somas e subtrações: cotar
todas as medidas e as dimensões totais.
■■ Evitar cotar linhas ocultas.
■■ Evitar cotas dentro de hachuras.
■■ Para melhorar a interpretação da medida, usam-se os seguintes símbolos:
■■ Ø - Diâmetro
■■ R - Raio
■■ П - Quadrado
■■ Ø ESF - Diâmetro esférico
■■ R ESF - Raio esférico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
riais que necessitam de cuidados, pois precisam manter uma precisão desejada,
senão os desenhos produzidos por eles carregarão erros que se refletirão na exe-
cução dos projetos.
Na continuação da unidade, você viu que a precisão dos equipamentos foi
demandada, quando realizamos os procedimentos geométricos para a obtenção
das formas geométricas. Você aprendeu uma técnica que será útil na confecção
de ângulos retos em pranchas e carimbos. Foi interessante aprender nesse ponto
que nem sempre se faz necessária ao bom projetista a necessidade de régua gra-
duada, pois essas técnicas garantem, por igualdade matemática, que as divisões
serão exatas. Esses conhecimentos serão revisitados quando tratarmos de pro-
cedimentos de desenhos computacionais.
Para encerrar nossa unidade, tratamos de conhecer os símbolos e as conven-
ções utilizados em Desenho Técnico. Você aprendeu a forma correta e as técnicas
de caligrafia utilizadas no Desenho Técnico, bem como representar as linhas de
forma correta. Aprendemos como representar diâmetros, raios e seções quadra-
das, além de a forma correta de cotar valores. Esses assuntos serão revisitados na
próxima unidade, mas já foram implantados de forma consistente nesta unidade.
Com isso, podemos afirmar que agora, aluno(a), seu conhecimento na área
de Desenho sofreu um elevado acréscimo de técnicas e cuidados necessários à
boa execução dos projetos.
Considerações Finais
1. Em determinado projeto de uma planta industrial, um Engenheiro de Produção
observa que, durante a construção do projeto, o desenhista esqueceu de ligar
duas tubulações a alturas diferentes, conforme mostra a Figura:
Sabendo que ele tem em sua disposição apenas lápis, borracha, compasso e
esquadro, defina quais os passos para a construção da tubulação e curvas que
ligam os pontos A e B.
A faixa de Mobius é um tipo especial de superfície onde não há lado de dentro ou de fora,
ou seja, nela só há um lado e uma única borda, que é uma curva fechada. A tal faixa foi des-
coberta pelo astrônomo e matemático alemão August Ferdinand Moebius (1790-1868).
Na Matemática, a faixa de Moebius é um exemplo que chamamos de superfícies não orien-
táveis e seu estudo deu origem a um ramo da Matemática que chamamos de Topologia.
A Topologia estuda os espaços topológicos e é considerada uma extensão da geometria.
A faixa de Mobius inspirou o artista holandês Mauritus Cornelis Escher (1898-1972) em
vários trabalhos que ficaram mundialmente conhecidos. A figura acima, com as formi-
gas, é um dos seus trabalhos. Alguns artistas ainda se inspiram no faixa de Moebius.
Observe a poltrona abaixo desenhada pelo designer Roque Frizzo.
Material Complementar
Professor Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Professor Dr. Daniel Mantovani
II
TÉCNICAS DE
UNIDADE
REPRESENTAÇÕES
PLANARES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar, de forma concisa e clara, técnicas geométricas de
representações planares.
■■ Internalizar no aluno as técnicas e os cuidados para a construção de
figuras mediante instrumentos de desenho.
■■ Compreender as diferentes técnicas de representação de Cortes e
Vistas auxiliares, além de internalizar as técnicas de desenho dessas
representações.
■■ Apresentar a diferença entre a representação em diferentes escalas
e auxiliar na compreensão de formas para a alteração de escalas em
desenho.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Projeções ortogonais
■■ Vistas auxiliares
■■ Perspectivas
■■ Cortes e secções
■■ Escalas
53
INTRODUÇÃO
Introdução
II
PROJEÇÕES ORTOGONAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 25: Raios Projetantes na Projeção Ortogonal
Fonte: Ribeiro (2003).
Projeções Ortogonais
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 28: Raios Projetantes em dois planos para a representação de sólidos
Fonte: Ribeiro (2003).
4 1
6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aqui, vemos uma projeção em primeiro diedro, em que o lado da peça projetado
no plano vertical sempre será considerado como sendo a frente da peça. Logo, o
lado superior da peça sempre será representado abaixo da vista frontal, e o lado
esquerdo da peça aparecerá desenhado à direita da vista frontal.
Essa convecção para os raios projetantes é chamada de projeção em pri-
meiro diedro, ou NORMA EUROPEIA, que é a mesma utilizada pela ABNT. De
acordo com essa norma, o objeto se localiza entre o observador e o plano pro-
jetor, preferencialmente, os objetos no 1º diedro são representados pelas vistas
frontal, superior e lateral esquerda.
Existe ainda a projeção da peça de forma que o espaço projetivo não esteja
atrás da peça como no caso do primeiro diedro, mas sim em frente da peça. Esse
sistema é chamado de 3º diedro.
Projeções Ortogonais
II
4 1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5
Neste caso, o lado da peça projetado no plano vertical sempre será conside-
rado como sendo as costas da peça. Logo, o lado superior da peça sempre será
representado acima da vista frontal, e o lado esquerdo da peça aparecerá dese-
nhado à esquerda da vista frontal.
Essa convecção para os raios projetantes é chamada de projeção em terceiro
diedro, ou NORMA AMERICANA. De acordo com essa norma, o plano se loca-
liza entre o observador e o objeto projetado, preferencialmente, os objetos no 3º
diedro são representados pelas vistas frontal, superior e lateral esquerda.
Utilizaremos, em nosso curso, as representações em primeiro diedro, pois
são elas as apresentadas pelas normas da ABNT, mas, em muitas situações do
dia a dia, o projetista se depara com pranchas de equipamentos importados que
virão representados em terceiro diedro, daí a necessidade de conhecer as dife-
renças entre eles.
REBATIMENTO DE VISTAS
Agora, iremos ver quais as técnicas devemos utilizar para a construção de vis-
tas em uma peça, em projeção ortogonal, essas técnicas facilitarão muito a vida
profissional dos futuros engenheiros de produção e evitarão que erros de medida
entre as vistas ortogonais ocorram. Essas técnicas utilizam-se dos esquadros e
compasso e são chamadas de Rebatimentos de pontos, pois captam distâncias
posicionais em planos verticais e transferem os pontos para planos horizontais,
e reciprocamente.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Projeções Ortogonais
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vista superior abaixo. A vista superior nada mais é do que o espaço contido entre
as linhas oriundas da vista frontal e as linhas vindas das semicircunferências da
vista lateral. Observe a Figura 32, que exemplifica o procedimento.
Figura 32: Procedimento para rebatimento de vistas Superiores/Inferiores a partir das vistas Frontal e Lateral
Fonte: os autores.
Sendo assim, podemos compreender o motivo pelo qual as peças são normal-
mente representadas nessas três vistas: Frontal, Superior e Lateral, pois, com a
técnica de rebatimento do plano ortogonal, conseguimos construir facilmente
qualquer sólido geométrico.
Projeções Ortogonais
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Conferir cuidadosamente o desenho resultante.
VISTAS AUXILIARES
de eir em
an d o
za a
gr rda sã
ve men
Dimensão
reduzida
Di
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dimensão
reduzida
Observe nessa projeção, caro(a) aluno(a), que, apesar da peça estar represen-
tada corretamente nas vistas ortogonais, houve uma “distorção” das medidas
apresentadas nas vistas superior e lateral, daí a necessidade de projetar a vista
de forma inclinada, ou seja, em um plano que represente as medidas reais da
peça. Observe a Figura 34:
Vistas Auxiliares
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 34: Representação em vista inclinada de peça com rasgo
Fonte: Ribeiro (2003).
A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vista de A
Muitas das vezes, os objetos terão mais de um plano intermediário fora do diedro
de representação, então, para esses objetos, iremos representar essas faces com
duas vistas auxiliares. Como demonstrado na peça representada na Figura 36.
Vistas Auxiliares
II
Vista de B
B
Vista de A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 36: Representação de peça com Vistas Auxiliares Duplas
Fonte: os autores.
Pode ocorrer ainda que determinada peça possua um plano que deva ser repre-
sentado a partir de outro plano auxiliar, a técnica utilizada é a mesma para a
representação a partir dos planos ortogonais. Observe a Figura 37.
B
Vista de B
Vista de A
A
Figura 37: Representação de peça com Vista Auxiliar a partir de outra auxiliar (Auxiliar dupla)
Fonte: Ribeiro (2003).
PERSPECTIVAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Perspectivas
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 38: Exemplo de peça representada em isométrica de 30, 45 e 60˚
Fonte: os autores.
CURVAS EM PERSPECTIVA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b
a
Perspectivas
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: IBGE (s.d., online).
G F
D I B
H E
A
Figura 40: Representação de circunferência por método geométrico
Fonte: os autores.
Perspectivas
II
R
R O
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A
Figura 41: Representação de circunferência por método de Stevens
Fonte: Arruda (2004).
PERSPECTIVA CAVALEIRA
ÂNGULO 30 ˚ 45 ˚ 60 ˚
LARGURA 1:1 1:1 1:1
ALTURA 1:1 1:1 1:1
PROFUNDIDADE 1:2/3 1:1/2 1:1/3
partir dos vértices dessa, traçar linhas na inclinação da cavaleira desejada. Observe
a Figura 42 com o exemplo de uma peça em perspectiva cavaleira, aplicando-se
as proporções propostas.
CORTES E SEÇÕES
Cortes e Seções
II
CORTE TOTAL
Quando a peça a ser desenhada possuir muitos detalhes internos, ocorrerá que
as projeções irão ficar muito “embaralhadas”, isto é, cheias de linhas contínuas
e tracejadas; esse tipo de representação de detalhes ocasiona um empecilho ao
entendimento do projeto. Por esse motivo, foi pensado em uma técnica que fosse
capaz de mostrar os detalhes internos de uma peça ou construção por meio de
vistas ortogonais nos planos já conhecidos, mas, com pontos de vistas ou pla-
nos cisalhantes diferentes, esse tipo de representação foi chamado de vista em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
corte. Observe a Figura 43.
Corte - AB
A B
Cortes e Seções
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MEIO CORTE
Em alguns casos, existem peças que precisam conjugar seus detalhes internos e
externos em uma única vista. Nós já sabemos que, para detalhes externos, utili-
zamos as vistas ortogonais e, para os internos, nos utilizamos das vistas laterais.
Com o intuito de unir ambas em uma mesma representação, os desenhistas cria-
ram a ideia do meio corte.
Esse tipo de corte consiste em um plano cisalhante que não tem apenas uma
direção, mas sim duas direções e ortogonais. Para um melhor entendimento,
funciona como se a linha de corte se estendesse até a metade da peça e, a partir
daí, tomasse uma direção ortogonal àquela que tinha anteriormente. Observe
a Figura 45.
Corte - AA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A
Figura 45: Exemplo de peça representada em meio corte
Fonte: Ribeiro (2003).
CORTE PARCIAL
Esse tipo de corte é similar ao meio corte, mas, ao invés de inserirmos planos
de corte ortogonais e paralelos, nós nos valemos de um único plano que atra-
vessa até determinada posição da peça. Dessa posição para frente, inserimos uma
linha de ruptura, ou seja, demarcamos o corte apenas na região com o detalhe
desejado. Observe:
Cortes e Seções
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 46: Exemplo de peça representada em corte parcial
Fonte: Ribeiro (2003).
Segundo Ribeiro (2003), nos cortes parciais, o plano secante atinge a peça somente
até onde se deseja detalhar, e o limite do corte é definido por uma linha de rup-
tura. A linha de ruptura é uma linha irregular, contínua e de espessura fina.
SEÇÕES
Corte - AA
A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A Seção - AA
Assim como no corte, as linhas representativas são definidas por letras e tra-
tam-se de linhas traço e ponto grossos. Mas, diferentemente do corte Total ou
Parcial, para a seção, interessa apenas o plano de intersecção da peça com o plano
secante. Observe que o Corte possui em si a representação da seção, que nada
mais é do que a área hachurada, mas que, ao observá-la no conjunto do projeto,
essa se confunde com as linhas, dificultando seu entendimento. Já no desenho
representativo da seção, temos uma ideia bem mais clara da real dimensão do
eixo. Assim como nos cortes, podemos representar as linhas de corte tantas vezes
quanto forem necessárias para representar as diferentes seções de uma peça.
Cortes e Seções
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 48: Exemplo de peça representada em corte Total e seção
Fonte: Ribeiro (2003).
Essa técnica apresenta como a peça varia de forma por todo o seu comprimento
e é chamada de Seções sucessivas. Veja como o desenho ficou muito intuitivo,
não houve a necessidade nem das representações das linhas com letras.
ESCALAS
Conforme já foi abordado em nosso curso, desde muito cedo houve a necessidade
de representar de forma concisa os objetos que nos rodeiam, mas já nos primei-
ros projetos os desenhistas esbarraram em um “pequeno” detalhe: o tamanho.
Para resolver essa situação, foi pensado em realizar o desenho em escala.
Escalas
II
Além dos possíveis valores de escala definidos por meio das transformações de
unidades, existem algumas escalas que são convencionadas e definidas para o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
desenho técnico, essas escalas são as mesmas que se encontram em seu escalí-
metro e seguem a ordem da Tabela 7
Para o cálculo das medidas a serem representadas nessas escalas, devemos uti-
lizar a regra de três simples, conforme será demonstrado no exemplo a seguir:
Representar uma parede de 3 metros na escala de 1/50 em uma prancha
com 297 mm x 211 mm.
Primeiramente, devemos colocar tanto a medida do objeto quanto a medida
da página na mesma unidade, logo (papel = 29,7 cm x 21,1 cm e parede = 300
cm), agora, utilizamos uma regra de três para o fator de escala desejado:
1 cm no desenho ------------- 50 cm da peça
X cm no desenho ---------- 300 cm da peça
X = 6 cm no desenho
Então cada 6 cm no desenho corresponde à 3 m de parede.
Escalas
II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
representar o funcionamento de um objeto ou mesmo a disposição de alguns
objetos dentro de uma linha produtiva.
Aprendemos, nesta unidade, que, partindo de um desenho em vista frontal, é
possível obter as vistas consecutivas, como laterais e superior. Vimos as técnicas
que nos auxiliarão, tanto no desenho em prancha como no desenho computa-
cional, a construir projetos de forma ágil. Você aprendeu ainda as técnicas de
representação de vistas auxiliares. Quando detalhes encontram-se dentro das
peças, esses deverão ser representados por meio de planos secantes, que corta-
rão as peças em determinadas posições, resultando em cortes. O procedimento
para desenhar as vistas auxiliares e o corte segue as mesmas técnicas dos planos
ortogonais, apenas mudando o plano de referência.
Finalizamos a unidade II com as formas de representação de sólidos em pran-
chas, as perspectivas isométrica e cavaleira. Também vimos que um objeto, ao
ser desenhado, deve seguir uma relação de ampliação ou redução, chamada de
escala, e que essa auxilia na representação de objetos muito maiores ou muito
menores que a peça.
Agora, aluno(a), você já é capaz de desenvolver projetos em prancha e sabe
como representar todo tipo de sólido em formas planas, como o papel de projeto.
As técnicas apresentadas nesta unidade serão muito importantes nas unidades
seguintes, nas quais trataremos de representações das medidas e de mais técni-
cas utilizadas em figuras tridimensionais.
1.00
0.25
0.75
1.00 0.50
ISOMÉTRICA 30º
medidas em cm
2. Partindo do desenho em Projeção Ortogonal, obtenha as perspectivas isométri-
ca 30˚ e cavaleira 45˚. As medidas estão em metros, e as isométricas deverão ser
construídas na escala 1:10.
1.20
VISTA SUPERIOR
3. Você recebeu o projeto de uma peça para uma máquina de sua linha de produ-
ção, mas, nesse projeto, o desenhista esqueceu de cotar (inserir os valores das
medidas), apenas escreveu que se tratava de projeto na escala de 10:1 em mm.
Ao medir o comprimento da peça no desenho, você verificou que este tinha 25
cm, calcule então qual será a medida real do comprimento da peça.
87
A amplitude dos conceitos de Desenho Técnico não se restringe apenas às áreas das
ciências exatas como as Engenharias e Matemática, mas também abrange as áreas
das Ciências Biológicas. Uma prova irrefutável disso são os planos de seção sagital,
coronal e transversal, utilizados nas divisões de peças anatômicas.
Assim como nas peças mecânicas com detalhes internos, os indivíduos possuem diferen-
tes disposições para órgãos internos, dependendo da espécie. Então, para facilitar o estu-
do dessa disposição e qual o seu papel dentro do corpo do ser vivo, os anatomistas propu-
seram a criação de três planos de seção, a saber: o plano de seção sagital, que nada mais é
que qualquer plano longitudinal que divide o corpo em partes direito e esquerdo, ou seja,
divide o indivíduo com dois membros, uma perna e um braço, para cada lado; o plano
coronal, que consiste em um plano longitudinal que divide o corpo em partes anterior e
posterior, uma divisão entre a parte frontal e posterior do indivíduo; por fim, o plano trans-
versal, que é qualquer plano transverso que passa através do corpo, em ângulo reto aos
outros dois planos, dividindo o corpo em porções superior e inferior. Observe a Figura 50.
Plano sagital
Plano coronal
Plano transversal
Planos do Corpo
No Youtube, segue um canal que aborda os conceitos propostos em nosso curso até o momento,
são aulas para o ensino técnico profissionalizante, patrocinadas pelo sistema FIESP, interessante
para fixar os conteúdos desta unidade e da anterior. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=39i8pRiDjp8&list=PLM7ykhJLa3vX6e-q7uvPAnhEjXusYw5QC>. Acesso em: 12 nov. 2015.
Material Complementar
Professor Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Professor Dr. Daniel Mantovani
COTAGEM E PROCESSO DE
III
UNIDADE
OBTENÇÃO DE SÓLIDOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Internalizar no aluno as formas corretas e convencionais de
representação das medidas das peças planas e tridimensionais.
■■ Abordar, de forma simples, quais os tipos de figuras tridimensionais
possíveis e como essas podem ser obtidas a partir de planos.
■■ Acrescentar ao conhecimento do aluno o conceito de que um sólido
é formado pela soma de outros entes geométricos de menores
dimensões, como linhas e planos.
■■ Desenvolver a técnica de soma, intersecção ou subtração de planos
para a obtenção de sólidos e ampliar essa técnica para figuras
tridimensionais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Cotagem
■■ Tipos de sólidos
■■ Perfis e Features
■■ Montagens
93
INTRODUÇÃO
Introdução
III
COTAGEM
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sentações das medidas das peças. Observe a Figura 51.
Figura 51: Projeto cotado, com indicações das linhas de chamada e de Cota
Fonte: Ribeiro (2003).
As cotas possuem, na sua grande maioria, dois tipos distintos de linhas, a saber,
uma linha de chamada ou auxiliar, que sempre será ortogonal à medida que se
deseja cotar e possuir a menor espessura possível no desenho. Ela deve chegar
o mais próximo possível da peça, mas deve evitar de encostar no desenho, isso
porque podem ocorrer erros de leituras ou confusão entre quais são as linhas do
desenho e quais são as linhas auxiliares, e as linhas de cota. Tanto as linhas auxi-
liares (linhas de chamada) como as linhas de cota são linhas contínuas e finas.
Os marcadores mais utilizados nos projetos de modo geral são os que possuem
flechas cheias ou vazadas. Os modelos à direta são mais comuns em projetos
arquitetônicos.
O valor da medida da peça deve vir centralizado na cota. Quando isso não for
possível, deverá vir alinhado à direita ou à esquerda da linha de cota. Podemos
ainda inserir o valor em uma caixa de texto para facilitar a leitura, mas esse é
um elemento opcional. O valor que deve vir marcado na cota é o tamanho da
medida real, ou seja, mesmo que o desenho esteja em escala de ampliação ou
redução, o valor corresponderá à medida real do objeto.
As cotas deverão ser distribuídas de tal forma a facilitar o entendimento e
a compreensão do projeto. Devem representar todas as dimensões necessárias
e devem seguir algumas regras para melhor organização do desenho (as regras
serão vistas na sequência de nosso estudo).
■■ Evitar cotar desnecessariamente: cotar em apenas uma das vistas ortogo-
nais, já que a repetição trará mais linhas ao desenho, dificultando assim
o seu entendimento.
Cotagem
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 53: Exemplo de Cotagem interna de desenhos
Fonte: Ribeiro (2003).
■■ As cotas de menor valor devem ficar por dentro das cotas de maior valor
e, sempre que possível, as cotas devem ser colocadas alinhadas (Figura 54).
■■ Na cotagem de raios, o limite da cota é definido por somente uma seta, que
pode estar situada por dentro ou por fora da linha de contorno da curva.
O mesmo vale para diâmetros, mas, dessa vez, com duas setas, internas
ou externas à curva. Vale lembrar que, para o raio, o valor da medida deve
vir precedido da letra R e, para o diâmetro, o símbolo convencionado Φ,
se a vista escolhida para a cota não representar a circunferência. A Figura
55 traz, além do exemplo de cotagem de raio, os exemplos de tolerância
dimensional e as medidas em unidades diferentes.
Figura 55: Projeto com exemplo de cotagem de raios, tolerância dimensional e unidades de medida diferentes
Fonte: Ribeiro (2003).
Cotagem
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TIPOS DE COTAGEM
Cotagem em Série
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Cotagem em Paralelo
A cotagem em paralelo, ou por elemento de referência, tem como ponto inicial
de suas cotas o mesmo ponto de referência. Inicia-se o procedimento cotando
as menores distâncias, ou as distâncias mais próximas do ponto de referência, e
deve-se incluir as outras cotas sobre as menores até que toda a peça na direção esco-
lhida tenha sido cotada, finalizando sempre com a cota da medida total da peça.
Cotagem
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 57: Exemplo de cota em série e em paralelo
Fonte: Ribeiro (2003).
Cotagem
III
TIPOS DE SÓLIDOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 59: Formação de um paralelepípedo a partir de planos infinitos
Fonte: SENAI (2005).
INTERSEÇÕES
Interseções ou seções de sólidos são linhas ou planos que fazem parte simulta-
neamente da figura sólida e de um plano de seção da figura. O Processo consiste
em, partindo de um plano matriz, imaginarmos planos ou linhas que o cortam
em determinadas posições, retirando essas seções dos sólidos em questão.
Tipos de Sólidos
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 61: Retas secantes a um paralelepípedo
Fonte: os autores.
Observe que as linhas, assim como nas vistas em perspectiva, podem ser dese-
nhadas em qualquer face do sólido. Quando o encontro dessas linhas secantes
resulta em um sólido, divide-se o paralelepípedo em duas partes, uma que faz
parte da peça a qual se deseja construir e outra que deve ser descartada, daí, então,
apagamos o sólido que não é de interesse e obtemos o sólido que desejamos.
A grande maioria das máquinas de corte, como tornos CNC (Computer Nu-
meric Control), utiliza-se do método de corte por linhas e planos secantes.
Para a obtenção de peças, um bloco ou paralelepípedo é colocado na má-
quina e essa, programada de acordo com a posição do bloco, daí então ela
faz as seções conforme a sua programação.
Fonte: os autores.
Da mesma forma que um sólido pode ser intersectado por linhas retas e resul-
tar em faces planas, esse sólido pode ser intersectado por linhas curvas e resultar
em superfícies curvas, como na Figura 62; o procedimento é o mesmo das retas
secantes.
Tipos de Sólidos
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 63: Formação de troncos a partir de seções de cortes de planos
Fonte: os autores.
SÓLIDOS DE REVOLUÇÕES
Tipos de Sólidos
III
ROTAÇÕES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 65: Formação de sólidos por rotação de linhas paralelas/ortogonais ao plano de revolução
Fonte: os autores.
Caro(a) projetista, até o momento nós tratamos do método geral para a obten-
ção de figuras sólidas a partir de planos, agora, veremos além dos processos de
interseção e subtração, o processo de união de sólidos.
O método geral utilizado para planos faz com que uma superfície intercepte
um sólido em determinado ponto e retire a parte que não é de interesse para o
desenhista, essas interseções geram nada mais do que linhas que definem um
novo plano na peça, essas linhas são chamadas de arestas.
No caso de sólidos, devemos pensá-los individualmente, isto é, observar as suas
representações em vistas ortogonais e encontrar, por meio de análise, os pontos
em que ocorre o cruzamento de suas superfícies. Feito isso, basta representar esses
pontos na vista ortogonal da peça, da mesma forma que o processo dos planos.
A forma de obter essas arestas não é exclusivamente a partir de interseções.
Observe que uma peça de seis ou mais faces pode ser montada face a face, basta
conhecer quais arestas são comuns a essas faces.
Tipos de Sólidos
III
Alguns sólidos são obtidos apenas pela união ou subtração de outros sóli-
dos. Colocaremos alguns exemplos para seu entendimento.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sentações em uma única, por meio de uma linha que essas terão em comum,
normalmente o eixo de simetria.
Então, escolhemos qual o tipo de procedimento será feito e com qual sólido,
por exemplo, será a união dos dois sólidos, a subtração do cilindro ou do cone.
Com o procedimento em vista, apagamos as arestas na vista concatenada ou
representamos as arestas faltantes; na sequência, corrigimos a isométrica para
a obtenção do resultado final. As figuras 67 e 68 representam o procedimento;
caso queira, o desenhista pode iniciar da parte em que concatena as vistas, mas
é preciso cuidado para não se esquecer de representar nenhuma aresta da união
ou subtração desses sólidos.
A figura 69 representa a união dos dois sólidos.
Tipos de Sólidos
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 70: União e Subtração de Cilindros
Fonte: os autores.
PERFIS E FEATURES
PERFIS
Caro(a) projetista, agora que vimos algumas das técnicas de obtenção de sólidos
a partir de planos e sólidos, vamos mostrar, neste tópico, que os sólidos podem
ser obtidos não apenas de vistas frontais de objetos simples, como os Perfis, ou
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O Procedimento de alongar uma vista, ou perfil, de uma peça que se repete por
um comprimento definido é chamado de EXTRUSÃO. Para representar a extrusão
de um perfil, você deve escolher a forma mais adequada de representá-lo; nor-
malmente os perfis são representados em isométricas do tipo cavaleira 30 ou 45˚.
Esse tipo de representação é chamado também de geração de sólido por var-
redura translacional. Ela consiste em partir de uma seção plana e alongá-la em
uma direção ortogonal ao plano, até determinado ponto definido pelo desenhista.
Perfis e Features
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
metálicos, que, devido à necessidade de resistência mecânica, devem evitar ao
máximo os processos de soldagem.
Observe alguns exemplos de perfis de extrusão (Figura 72).
FEATURES
Os sólidos geométricos são formas pela soma de planos e linhas que são dispos-
tas em um plano cartesiano de três coordenadas, x, y e z; esses entes geométricos
podem ser trabalhados separadamente. Como o cubo do exemplo (Figura 73):
Perfis e Features
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tações em features.
Perfis e Features
III
Logo, concluímos que podemos obter apenas a superfície a partir de uma linha;
essa superfície também é chamada de casca (em inglês shell ) e constitui uma
forma de obtenção de sólidos, por exemplo, se representarmos uma circunfe-
rência na parte superior e outra na parte inferior, teremos o mesmo tronco de
cone que aquele obtido se tivéssemos construído um cone invertido e subtraído
um paralelepípedo na parte inferior.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MONTAGENS
PERSPECTIVA EXPLODIDA
Figura 77: Perspectiva explodida de Bomba centrífuga monoestágio rosqueada série RD – 3500 RPM
Fonte: Catálogo RUDC-Bombas (online).
Montagens
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESENHO DE CONJUNTO
O desenho em conjunto tem por objetivo mostrar como o equipamento ficará após
a montagem, possibilitando, assim, ao mecânico ou responsável pela montagem
observar quais os tamanhos e distâncias deverão ser obedecidos no processo de
instalação do equipamento. Nesse tipo de desenho, assim como na vista explo-
dida, não devem aparecer dimensões, exceto aquelas necessárias à montagem
da máquina. Assim como na vista explodida, as peças deverão estar na posição
de seu funcionamento dentro da máquina, mostrando claramente seus encaixes
com as peças vizinhas conforme figura 78.
O desenho de conjunto deve apresentar tantas vistas e cortes quantos forem
necessários, e suas peças devem ser numeradas, como as da vista explodida.
Para sistemas de maior complexidade, o desenhista pode representar um
conjunto A1 que será acoplado no conjunto A2, e assim sucessivamente. Esses
conjuntos intermediários devem conter as peças de menor dimensão e ir for-
mando outros de maiores dimensões. Todas as peças devem ser numeradas,
mesmo as ocultas, e, quando houver peças nessa condição, o projetista utili-
zará as técnicas de corte de peças para representá-las e numerá-las. No desenho
de conjunto, devem-se representar todas as peças que compõem a máquina, as
padronizadas (parafusos, rolamentos, contrapinos, etc) e as não padronizadas
(engrenagens, suportes, eixos, manivelas, fusos, etc.) (VALE, 2006).
O desenho de conjunto apresentará legenda com o nome da máquina e a
lista de peças, constando nesta todas as peças do conjunto desenhado.
Montagens
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
necessárias a fim de que se possa efetuar essa(s) modificação(ões).
■■ O número da peça no desenho de detalhes deve ser o mesmo que consta
no desenho de conjunto e deve vir no interior de uma circunferência pró-
ximo ao desenho da peça.
■■ Cada peça representada no desenho de detalhes pode ser desenhada em
folha individual ou todas as peças em uma única folha, e cada peça pode
ser representada em uma escala específica.
■■ O desenho de detalhes apresentará legenda com o nome da máquina que
consta no desenho de conjunto e lista de peças. Na lista de peças, constará
apenas a denominação e as especificações das peças desenhadas na folha.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parabéns, caro(a) aluno(a)! Agora é capaz de lidar com todas as formas geométri-
cas, sejam elas sólidos tridimensionais, básicos ou complexos, ou representações
planas desses objetos. Com relação a essas, vimos, nesta unidade, que os pro-
cedimentos para cotar elementos em figuras planas ou sólidas são os mesmos e
que esses são regidos por alguns cuidados, como desenhar as cotas com linhas
mais finas que as da representação, representar os valores referentes aos seg-
mentos em linha com setas ao final e não cruzar essas linhas com as linhas do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
1. Um estagiário do seu escritório trouxe para sua aprovação uma prancha com
alguns erros de cota, observe o projeto e pontue os erros presentes nele.
Rodrigo Siqueira
Grupo Fractarte
18 de abril de 2005
“Nuvens não são esferas, montanhas não são cones, continentes não são círculos, o som do
latido não é contínuo e nem o raio viaja em linha reta.”
(Benoît Mandelbrot)
A ciência dos fractais apresenta estruturas geo-
métricas de grande complexidade e beleza in-
finita, ligadas às formas da natureza, ao desen-
volvimento da vida e à própria compreensão do
universo. São imagens de objetos abstratos que
possuem o caráter de onipresença por terem as
características do todo infinitamente multipli-
cadas dentro de cada parte, escapando, assim,
da compreensão em sua totalidade pela mente
humana.
Essa geometria, nada convencional, tem raízes
remontando ao século XIX e algumas indica-
ções neste sentido vêm de muito antes na Gré-
cia Homérica, Índia, China, entre outros. Porém,
somente há poucos anos vem se consolidando
com o desenvolvimento dos computadores e o
auxílio de novas teorias nas áreas da física, bio-
logia, astronomia e matemática. O termo “frac-
tal” foi criado em 1975 pelo pesquisador Benoît
Imagem gerada utilizando fractais através
da infinita repetição de padrões similares. Mandelbrot, o “pai dos fractais”.
Cada pequena parte é similar ao todo.
A noção que serve de fio condutor foi introduzida por Benoît Mandelbrot através do
neologismo “Fractal”, que surgiu do adjetivo latino fractus, que significa “irregular” ou
“quebrado”. Uma definição simples de fractal é a seguinte: “Fractais são objetos gera-
dos pela repetição de um mesmo processo recursivo, apresentando auto-semelhança e
complexidade infinita.”
Os fractais podem apresentar uma infinidade de formas
diferentes, não existindo uma aparência consensual.
Contudo, existem duas características muito frequentes
nesta geometria:
• Complexidade Infinita: é uma propriedade dos frac-
tais que significa que nunca conseguiremos represen-
tá-los completamente, pois a quantidade de detalhes
é infinita. Sempre existirão reentrâncias e saliências
cada vez menores.
• Autossimilaridade: um fractal costuma apresentar
cópias aproximadas de si mesmo em seu interior. Um
pequeno pedaço é similar ao todo. Vista em diferentes
escalas, a imagem de um fractal parece similar.
A imagem “A Curva de Koch” é um exemplo geométrico
da construção de um fractal. Um mesmo procedimento é
aplicado diversas vezes sobre um objeto simples, gerando
uma imagem complexa. Cada pedaço da linha foi dividido
em 4 pedaços menores idênticos ao pedaço original, cada
um sendo 3 vezes menor que o tamanho original. Assim,
usando um novo conceito de dimensão, os matemáticos
calcularam a dimensão fractal deste objeto como sendo:
129
Uma nova geometria e um novo conceito de dimensão precisaram ser criados para explicar a geometria das
formas intrincadas.
A Geometria Fractal pode ser utilizada para descrever diversos fenômenos na natureza,
onde não podem ser utilizadas as geometrias tradicionais. Nuvens, montanhas, turbu-
lências, árvores, crescimento de populações, vasos sanguíneos e outras formas irregula-
res podem ser estudadas e descritas utilizando as propriedades dos fractais.
Fonte: Siqueira (2005, online).
MATERIAL COMPLEMENTAR
IV
INTRODUÇÃO AOS
PROGRAMAS DE
UNIDADE
DESENHO ASSISTIDO POR
COMPUTADOR
Objetivos de Aprendizagem
■■ Apresentar ao aluno dois programas de desenho assistido, o
AutoCAD e o SketchUp, e em quais projetos eles podem ser utilizados
para a representação de objetos.
■■ Internalizar no aluno o conhecimento dos comandos para a
construção e a edição de figuras planas dos dois programas a serem
tratados nessa unidade.
■■ Internalizar no aluno o conhecimento dos comandos para a
construção e a edição de sólidos geométricos dos dois programas a
serem tratados nesta unidade.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Programas e aplicações
■■ Comandos para representações de objetos em 2D
■■ Comandos para representações de objetos em 3D
133
INTRODUÇÃO
Introdução
IV
PROGRAMAS E APLICAÇÕES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mente extintos, eles foram para a elaboração de projetos como os editores de
textos foram para a datilografia.
O programa mais conhecido é o AutoCAD da empresa Autodesk, que foi o
programa que tornou popular o uso de plataformas CAD e, por esse motivo, foi
amplamente difundido no meio. Sua funcionalidade para desenhos é extrema,
facilitando a vida dos projetistas. Praticamente todos os escritórios de projetos
ou empresas que trabalham com grandes equipamentos trabalham com essa
plataforma.
Sabemos que existem muitos softwares disponíveis no mercado e que seria
impossível abordar todos eles em uma unidade, mas, aqui, daremos uma intro-
dução aos comandos do AutoCAD, que é amplamente usado, e do SketchUp,
um software da Trimble.
Ele se popularizou no meio, pois, diferente do AutoCAD, que possui um
sistema de trabalho em 3D mais complexo, nesse software, o usuário é capaz
de criar modelos tridimensionais, aplicar texturas e montar apresentações sem
muito conhecimento de técnica ou comados.
Trataremos das aplicações desses dois programas de forma paralela.
Ao iniciar o programa, o usuário verá a seguinte tela com as guias descritas abaixo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Caso o usuário deseje mudar a cor da tela de preto para branco, ele deve seguir
o procedimento de Menu Tools → Options. Depois de clicar na guia Drafting,
clique no botão “Colors”, selecione ao lado “Uniform backgrounds” a cor desejada,
daí, então, confirme no botão “Aplly & Close”. A guia Options é reservada para
que o usuário defina suas configurações para o programa; normalmente traba-
lha-se com a tela escura nos programas CAD devido à exposição prolongada da
visão a uma tela clara, que cansará mais rapidamente o desenhista.
Área Gráfica – é o local onde visualizaremos e utilizaremos todos os coman-
dos de construção, visualização e modificação de um desenho. Essa área possui
dimensões infinitas.
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O AutoCAD trabalha com unidades adimensionais, seus desenhos podem
ser em milímetros, metros ou quilômetros, pois o AutoCAD não trabalha com
unidades no desenho e todos desenhos serão feitos em escala real.
Cursor de Tela – normalmente representado por uma cruz, com um qua-
drado no meio, que é a área de seleção. Dependendo do comando, ele pode
mudar de forma.
Ícones de Atalho, Tool Pallet e Menu de Barras – são os ícones referentes
aos comandos e aplicações existentes no programa, normalmente os comandos
à esquerda são os de criação de entes geométricos, pois são usados com muita
frequência e precisam estar com acesso facilitado. A Tool pallet é uma aplica-
ção criada para o usuário montar uma guia com os ícones mais utilizados em
seu trabalho.
Espaços de Modelação de Impressão – o AutoCAD é composto de dois
ambientes de desenho. São eles: o Model Space (espaço de modelação), onde cria-
mos nosso desenho sempre em escala real, e o Paper Space (espaço de impressão),
que é onde criamos o layout para a apresentação do desenho. Trabalharemos
inicialmente no espaço MODEL. No final da unidade, veremos como utilizar o
espaço de LAYOUT (impressão / plotagem).
Dynamic Input – é uma caixa onde o usuário pode ver, assim como na linha
de comando, os dados referentes às modificações feitas por ele, evitando assim
de estar sempre atento àquela região da tela.
Botões do Mouse
Botão de Seleção (Esquerdo): o botão para a seleção de objetos e figuras é
o botão esquerdo do mouse, basta, para isso, clicar sobre o objeto, ou, por meio
de janelas, se você clicar e formar uma janela de baixo para cima da direita para a
esquerda, você selecionará todos os objetos que cruzarem a janela ou estão den-
tro dela. Se a janela for criada de cima para baixo e da esquerda para a direita,
selecionará apenas os objetos inscritos nela.
Botão Scroll: botão “rolante”, nem sempre disponível em todos os mouses,
aciona os comandos de Zoom quando rolado e Pan quando clicado e mantido.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 80: Drafting Settings
Fonte: os autores.
F11 – Otrack On/Off – caso se deseje construir linhas com inclinações dife-
rentes de noventa graus, você tem à disposição a opção OTrack (Object Snap
Tracking), que nos ajuda a desenhar objetos em ângulos específicos ou em rela-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 81: Tela Inicial do SketchUp 8.0
Fonte: Carboni (2015).
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 83: Janela Model Info
Fonte: Carboni (2015).
Botões do Mouse
Botão de Seleção (Esquerdo): similarmente ao AutoCAD, o botão para a
seleção de objetos e figuras é o botão esquerdo do mouse. O processo de sele-
ção é o mesmo, pode ocorrer clicando nos objetos ou selecionando por meio de
janelas. O funcionamento das janelas também é o mesmo: da esquerda para a
direita seleciona apenas os objetos dentro da janela e da direita para a esquerda
todos que cruzam e estão dentro.
Botão Scroll: funciona como o zoom do programa, quando rolado, aumen-
tando e diminuindo o zoom; a única diferença para o CAD é que, quando clicado
e mantido, ele aciona o comando Orbit ao invés do Pan. Para acionar o Pan, o
usuário deve acionar e manter o botão SHIFT, enquanto mantém acionado o
scroll do mouse.
Botão de Cancelar Seleção (Direito): possui as mesmas funcionalidades do
AutoCAD, além de cancelar a seleção de objetos, quando clicado fora da seleção.
Esse botão também serve para abrir opções de edição caso for clicado dentro
da seleção. Ao finalizar um comando, quando clicamos nesse botão, equivale ao
botão ENTER do teclado.
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PRINCIPAIS COMANDOS DE CRIAÇÃO E EDIÇÃO DE OBJETOS 2D
(AUTOCAD)
UNDO e REDO – desfaz os últimos comandos acionados. O Undo pode ser ati-
vado pelo teclado por meio da tecla U, e, para ativar o REDO, basta escrever o
nome do comando na linha de comando e acinar a tecla ENTER.
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o número de lados e aciona-se o botão ENTER. Então, deve-se clicar na área
de trabalho para definir o centro do círculo em que o polígono será construído;
por fim, o usuário escolhe se o polígono será inscrito ou circunscrito no círculo,
feito isso, deve-se definir o raio do círculo e finalizar o comando com ENTER.
CIRCLE – comando usado para a criação de circunferências. É acionado
pelo menu Draw, pelo botão , ou digitando na linha de comando “C” seguido
de ENTER. Na sequência, define-se o centro do círculo e o raio, clicando em um
ponto ou digitando o valor. Podemos criar círculos por meio de várias manei-
ras. Além do centro e raio, pode-se definir pelo diâmetro, ou por 2 ou 3 pontos.
Todas as opções estão expostas durante a execução do desenho da circunferên-
cia na linha de comando.
ARC – comando usado para a criação de arcos. É acionado pelo menu Draw,
pelo botão ou digitando na linha de comando “ARC” seguido de ENTER.
Na sequência, definem-se três pontos por onde o arco irá passar, clicando com
o mouse nesses pontos, finalizando o comando.
ELIPSE – constrói elipses fechadas ou abertas (em forma de arco), pode ser
acionado pelo menu Draw ou pelo botão . Após acionado o comando, o usu-
ário define o centro, o primeiro valor do raio e o segundo valor do raio.
REGEN E REDRAW - acessível somente pelo teclado, pelo nome REGEN,
esse comando é autoexecutável. Ele regenera graficamente todo o desenho para
mostrar tudo o que tem que ser mostrado na área gráfica. Esse comando, depen-
dendo do tamanho do desenho, pode ser um pouco demorado, portanto use-o
somente quando realmente precisar. Com funções parecidas com o comando
Regen, Redraw somente redesenha a tela, fazendo com que sujeiras como os blips,
que são linhas que estão mal desenhadas na área gráfica, sumam. A grande dife-
rença é que Redraw leva um tempo bem menos drástico que o comando Regen,
podendo ser usado em um grande desenho sem qualquer problema. Ele é encon-
trado no Menu View com esse mesmo nome (FREDERICO,2009).
MOVE – comando representado pelo atalho , também pode ser acio-
nado pelo menu Modify ou pela linha de comando a partir da letra “M” seguida
de ENTER. Consiste no comando utilizado para mudar a posição de uma enti-
dade geométrica dentro de um desenho, para realizar o procedimento, aciona-se
o comando e o usuário observará que o cursor muda a configuração para uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
caixa de seleção, nesse momento, deve-se clicar no objeto que deseja movimen-
tar ou selecioná-lo por meio de Janelas. Para confirmar que não há mais objetos
a selecionar, aperta-se a tecla ENTER; na sequência, o desenhista clica sobre um
ponto, que será o ponto a partir de onde se moverá o objeto, pode estar dentro
ou fora dele, daí, então, movimenta-se o mouse para a nova posição e clica-se
no ponto desejado. Observe:
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da seguinte forma: após o usuário acionar o comando, o primeiro passo será
selecionar o objeto a ser alinhado, depois, ele irá solicitar o primeiro ponto, que
deve estar no objeto; na sequência, deve-se clicar no ponto com o qual o pri-
meiro deverá se alinhar, então, define-se o segundo ponto no objeto e o ponto
com o qual ele deve se alinhar. Para finalizar o processo, o desenhista decide se o
objeto se mantém com a mesma escala, escolhendo a opção NO, ou se se ajusta
à escala dos pontos de referência, escolhendo a opção YES.
STRETCH - comando representado pelo atalho , também pode ser
acionado pelo menu Modify ou pela linha de comando a partir de “STRETCH”
seguida de ENTER. Consiste no comando utilizado para alongar um objeto. Após
acionado, o usuário deve formar uma janela na região da figura que se pretende
alongar; após a seleção, deve-se acionar o ENTER. Na sequência, escolhemos
o ponto a partir de onde iremos alongar a figura e clicamos nele. Para finalizar,
clica-se no ponto para onde se deseja alongar a figura. Pode-se alongar por uma
distância definida, o procedimento é o mesmo, diferenciando-se apenas quanto
à definição do ponto final. Nesse procedimento, deve-se apenas movimentar o
mouse para mostrar ao AutoCAD a direção do alongamento, daí, então, digita-
-se o valor do comprimento e finaliza o comando com um ENTER.
SCALE - comando representado pelo atalho , também pode ser acio-
nado pelo menu Modify ou pela linha de comando a partir de “SC” seguida de
ENTER. O comando Scale aumenta ou diminui o valor numérico da escala de
uma ou mais unidades, podendo escalonar qualquer entidade. Para escalonar
uma ou mais entidades, selecionamos e clicamos num ponto de base, que é a par-
tir de onde o objeto tende a crescer ou diminuir, e clicamos na tela no tamanho
desejado ou, precisamente, digitamos uma escala. Aqui, vamos utilizar os conhe-
cimentos apresentados na unidade II sobre escalas. Se por acaso se tratar de escala
de ampliação, o valor deverá ser um número inteiro, por exemplo, na escala 2:1,
o valor digitado será 2. Caso estivermos construindo uma escala de redução,
devemos inserir um valor entre 0 e 1, por exemplo, digamos se tratar de uma
redução de 1:2, o valor a ser digitado deverá ser 0.5, ou seja, 1 dividido por 2.
TRIM - comando representado pelo atalho , também pode ser acionado
pelo menu Modify ou pela linha de comando a partir de “TR” seguida de ENTER.
A operação de trimar ou cortar uma entidade será muito utilizada em qualquer
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
desenho. Ela consiste em cortar partes de uma entidade a partir do ponto que
essa cruza com outro objeto. Após acionar o comando, o usuário deverá definir
quais os objetos serão cortados e quais objetos servirão de fronteira; terminada
a seleção, aciona-se o ENTER. Agora, o usuário deverá clicar nos segmentos que
deseja apagar na figura, feito isso, basta finalizar o comando com a tecla ENTER.
Programas e Aplicações
IV
EXTEND – comando similar ao TRIM, mas serve para alongar linhas até objetos
previamente definidos. Pode ser acionado pelo atalho , pelo menu Modify
ou pela linha de comando a partir de “EX” seguida de ENTER. Após acionar o
comando, o usuário deverá definir quais as linhas estendidas e quais servirão
de fronteira; terminada a seleção, aciona-se o ENTER. Agora, o usuário deverá
clicar nos segmentos que deseja alongar na figura, feito isso, basta finalizar o
comando com a tecla ENTER.
OFFSET - comando representado pelo atalho , também pode ser acio-
nado pelo menu Modify ou pela linha de comando a partir de “O” seguida de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ENTER. Este comando cria cópias paralelas de linhas, polilinhas, splines. Para
criá-las, selecionamos uma entidade, digitamos o valor de distância paralela e
clicamos para o lado da entidade selecionada onde desejamos criar a cópia. O
comando fica ativo até clicarmos ENTER. O comando é amplamente utilizado
nos projetos de planta baixa de edificações. É usado de forma conjunta com os
comandos LINE, TRIM e EXTEND.
COPY - comando representado pelo atalho , também pode ser acionado
pelo menu Modify ou pela linha de comando a partir de “CP” seguida de ENTER.
Ele copia qualquer entidade dentro do AutoCAD. Ao ser acionado, nos pede a
seleção de objetos. Ao selecionar, damos um ponto de origem e, posteriormente,
um ponto final da entidade em relação ao ponto inicial (FREDERICO, 2009).
MIRROR - comando representado pelo atalho , também pode ser acio-
nado pelo menu Modify ou pela linha de comando a partir de “MI” seguida de
ENTER. Ao acionarmos o comando, selecionamos as entidades que desejamos
copiar, clicamos em ENTER; na sequência, definimos uma linha a partir de onde
construiremos o espelhamento do desenho, a linha é definida a partir de dois
pontos. Feito isso, o programa pergunta se você deseja manter as entidades origi-
nais, caso deseje, aperte Y e ENTER, senão, aperte N e ENTER. Neste comando,
normalmente a linha usada é a linha de simetria da peça, assim como visto na
unidade II. Para detalhes, veja a Figura 87:
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do chanfro.
FILLET - é acionado pelo atalho e também pode ser acionado pelo menu
Modify ou pela linha de comando a partir de “FI” seguida de ENTER. Esse
comando cria cantos arredondados em linhas e polilinhas. Esse comando cria
cantos arredondados até mesmo em linhas paralelas. Existem alguns métodos
de criação de cantos arredondados:
■■ Polyline - constrói cantos arredondados em todos os cantos vivos de
polilinhas.
■■ Radius - ajusta o raio de arredondamentos do comando fillet.
está sendo adicionada ao projeto. Para tanto, ele possui um sistema que repre-
senta os eixos x, y e z em cores vermelho para x, verde para y e azul para z. Ao
desenharmos uma linha que seja paralela a esses eixos, ele mostra uma linha na
cor do eixo, então, um objeto no plano xy apresentará, no momento da execu-
ção, linhas vermelhas e verdes. Para auxiliar o usuário na construção de linhas
nas direções dos planos em que se deseja trabalhar, o programa fornece a opção
de acionar e manter a tecla SHIFT seguida de um direcional para cada plano,
logo, para desenhar linhas paralelas a x, o usuário deverá acionar “SHIFT + →”,
linhas paralelas a y deverá acionar “SHIFT + ←” e linhas paralelas a z deverá
acionar “SHIFT + ↑”.
Programas e Aplicações
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 POINT ARC : esse é o tipo de procedimento mais utilizado para a
construção de curvaturas, por isso possui como atalho no teclado a letra “A”. Esse
comando cria arcos de circunferência a partir da definição de 3 pontos, sendo
que os dois primeiros definem os pontos extremos do arco, e o terceiro define a
distância da corda até o arco.
3 POINT ARC : cria arcos de circunferência a partir da definição de 3
pontos, sendo que os três são parte da corda.
PIE : cria seções circulares com ângulos definidos, sendo que o primeiro
ponto define o centro da circunferência que forma a seção, o segundo define o
tamanho do raio e o terceiro define o ângulo de referência para a criação da seção.
2- Desenhos de Retângulos, Circunferências e Polígonos
RECTANG : cria retângulos a partir dos dois pontos extremos que defi-
nem a diagonal principal do retângulo. O atalho do teclado para acioná-lo é “R”.
Podemos construir retângulos de dimensão definida, basta, para isso, que, após a
definição do primeiro ponto, digitemos os comprimentos de seus lados separa-
dos por “;”, por exemplo, um retângulo de 10 por 45 deverá ser digitado “10;45”.
ROTATED RECTANG : cria retângulos rotacionados em relação aos
planos xy e yz ou xz. O primeiro ponto define o início do triângulo, a partir do
segundo, o usuário pode rotacionar a linha que criará em relação ao primeiro
plano de sua escolha. Definido o segundo ponto, o terceiro ponto definirá a incli-
nação deste retângulo em relação ao terceiro plano de referência.
POLIGON : cria polígonos regulares de 3 até 1024 lados. Ao acionar o
comando, primeiro definem-se quantos lados terá o polígono, aciona-se a tecla
cursor para uma espécie de borracha, que, ao clicar sobre o objeto, deleta-o do
projeto. Só pode ser usada em linhas e vértices, não apaga planos.
MOVE : frequentemente utilizado para movimentar os objetos, também
serve para alongar (STRETCH) ou copiar (COPY) entidades. Para movimen-
tar as entidades, basta selecionar o objeto e acionar o comando; na sequência,
clique em um ponto de referência do objeto e no ponto para onde você dese-
jar transportá-lo. Para alongar, selecione apenas as linhas da parte que se deseja
alongar e acione o comando movimentando as entidades para a posição dese-
jada, fazendo com que o objeto se alongue. Veja a Figura 88.
Podemos, ainda, copiar os objetos com esse mesmo comando, basta que, antes de
clicar para definir o ponto referencial, mantenhamos pressionada a tecla CTRL,
aí então, quando clicarmos para obter o ponto de referência, o programa fará
Programas e Aplicações
IV
uma cópia e essa cópia será levada até o ponto onde o usuário desejar.
OFFSET : comando muito útil na construção de paredes ou espessuras
de peças. Após acionado, clicamos em um plano definido. O comando assumirá
todas as linhas que definem o plano; a partir delas, o usuário movimentará o
mouse e o programa criará cópias igualmente espaçadas na direção que o usuá-
rio escolheu. Para finalizar o comando, o usuário define o valor do espaçamento
e aciona o ENTER ou clica com o mouse na distância que deseja.
ROTATE : rotaciona objetos a partir de um ponto referencial. Após
acionar o comando, o usuário clica sobre o objeto que deseja rotacionar; na
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sequência, movimenta o mouse para definir a partir de qual direção ele será
rotacionado; depois clica novamente e movimenta na direção da rotação dese-
jada. Para finalizar, basta clicar pela última vez ou digitar o valor do ângulo de
rotação desejado. Para rotacionar de um ponto referencial que não esteja den-
tro do objeto, deve-se, antes de acionar o comando, selecionar o objeto, depois,
acionar o comando e escolher o ponto referencial fora do objeto. O restante do
procedimento é o mesmo para a rotação referencial interna. Esse comando tam-
bém pode criar cópias com arranjo polar como o ARRAY do AutoCAD. Para tal,
basta que, antes de definir o ponto referencial externo, o usuário aperte a tecla
CTRL, isso irá gerar um sinal de + ao lado do cursor, daí, então, procede-se com
o comando anteriormente descrito, até o final, onde teremos dois objetos rota-
cionados a um determinado ângulo. Para obter os objetos seguintes, basta digitar
a letra “x” seguida do número de entidades desejadas, por exemplo, se eu quiser
mais 7 objetos no arranjo, devo digitar “x7” e apertar ENTER.
SCALE : este comando aumenta ou diminui as medidas de um objeto
de forma escalonada. O procedimento consiste em selecionar o objeto que deseja
escalonar, depois acionar o comando e clicar em uma ponta pertencente à dia-
gonal do objeto; ao movimentar o mouse, esse objeto irá aumentar ou diminuir;
o usuário pode digitar um fator de escala ou aumentar de acordo com a posição
do mouse. É importante que os pontos sejam os que definem a diagonal porque
senão a escala será refletida apenas na direção selecionada, ou o comprimento
ou a altura. Esse comando também permite espelhar objetos, para tal, o proce-
dimento que se realiza é o mesmo, mas o fator de escala que deve ser digitado
é de “-1”.
Programas e Aplicações
IV
O AutoCAD nos possibilita fazer desenhos em três dimensões, mas não podemos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nos esquecer de que os comandos vistos no AutoCAD 2D são, em sua maioria,
imprescindíveis para a execução desses desenhos, já que a maioria dos proje-
tos em 3 dimensões nada mais é do que uma evolução dos desenhos em duas
dimensões (JUNIOR, 2006).
Antes de iniciar os comandos do AutoCAD em 3D, devemos lembrar que
todos aqueles aprendidos para o processo de desenho em 2D continuam sendo
utilizáveis no sistema tridimensional. Para utilizar esses objetos construídos em
2D, devemos transformá-los em entidades únicas, isso é possível a partir do
comando polyline. Acionamos o comando e circulamos o desenho com esse
comando; na sequência, movimentamos o objeto construído e deletamos as linhas
do desenho. Para sairmos do modelo 2D e partirmos para as representações em
3D, clicamos em View →3D Views → SW Isometric; também podemos ir direto
na Guia de Workspace e mudar a opção de AutoCAD Classic para 3D Modeling.
Para inserirmos a Toolbar de desenhos em 3D, devemos clicar na área das bar-
ras de ferramenta com o botão direito do mouse e escolher a opção ACAD→
Modeling. Também é preciso inserir a Toolbar onde definiremos ao programa
em que plano desejamos desenhar. Para tal, devemos clicar na área das barras
de ferramenta com o botão direito do mouse e escolher a opção ACAD→ UCS II.
Criação de Objetos 3D
Os comandos para a criação de sólidos no AutoCAD são:
Box : é o comando utilizado para construir o paralelepípedo do qual ire-
mos extraindo outros sólidos, como o procedimento para a construção de vistas
em isométricas visto na unidade II. Nesse comando, definimos 3 pontos. Para
que o programa gere um paralelepípedo, esses pontos não podem ser coplanares.
Caso o usuário deseje construir uma Box definida, clica-se para definir o primeiro
ponto, depois, se define a base da Box com o @, por exemplo, um paralelepí-
pedo de 20 por 40 seria digitado “@ 20,40”. Depois, define-se a altura desejada.
Wedge : usado para construir sólidos em que uma das faces encontra-se
inclinada; funciona de forma similar ao Box, mas a diferença é que criará uma
entidade com uma rampa.
Pyramid : constrói pirâmides regulares. O comando consiste em definir
o centro da pirâmide, qual o tamanho da base e depois sua altura. Normalmente,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o CAD irá trazer pirâmide com 4 lados como padrão, mas, para mudar, basta
que antes da definição do centro o usuário digite “S” e ENTER, e depois defina
o número de lados e continue o comando.
Cone : comando similar ao de pirâmide, onde se define o centro e o raio
do Cone, para finalizar, escolhe sua altura.
Sphere : usado na construção de esferas, definindo o centro da esfera e
seu raio.
Torus : defina o centro e o raio do toro e depois defina o raio que irá
circundar o toro.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EXTRUDE, selecionamos a face e, no momento de definir a distância, escolhe-
mos a opção “P” de Patch, onde definimos um caminho que ele deve percorrer,
daí, então, apertamos ENTER e finalizamos o comando.
Press/Pull : o comando PRESSPULL permite, com uma operação sim-
ples de “pressionar” e “puxar”, criar objetos sólidos de forma mais rápida do que
utilizando os comandos de criação de sólidos, pois esse comando se aproveita
das entidades criadas pelos comandos de edição em 2D. Após acionado, o usuá-
rio deve clicar sobre a linha do projeto previamente criado, definir uma direção e
digitar uma distância para que o programa crie um sólido. O uso do polyline para
circular as linhas do projeto em 2D auxilia muito na utilização desse comando
no ambiente em 3D. Caso isso não seja feito, o usuário terá que selecionar linha
por linha para formar o sólido desejado.
Revolve : o comando REVOLVE cria peças sólidas pela revolução de um
perfil em torno de um eixo real ou imaginário. O objeto gerado é uma entidade
do tipo Solid, a qual possui propriedades físicas, tais como: massa, volume, cen-
tro de gravidade etc. Sendo um sólido, pode ser editado por meio de operações
booleanas (união, subtração etc.). Esse comando é acionado através do menu
Draw – Solids – Interference ou através da toolbar solids. Sua linha de comando
é: selecionar o objeto a ser revolucionado, selecionar os dois pontos que definem
o eixo de rotação e selecionar o ângulo de revolução, de 1 a 360 (JUNIOR, 2006).
Union / Subtract / Intersect :
Union: o comando UNION transforma dois ou mais objetos em uma única
peça. Esse comando é acionado através do menu Modify – Solids Editing –
Union. Para realizar essa edição, o comando deve ser acionado; na sequência,
Editing – Intersect. Para realizar essa edição, o comando deve ser acionado; na
sequência, selecionam-se os dois objetos e aciona-se a tecla ENTER. Veja abaixo
exemplos dos sólidos resultantes desses comandos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
existentes, para tanto, basta realizar o mesmo procedimento descrito acima, mas
aqui há a diferença de que se pode também subtrair algum volume desse sólido.
Por esse motivo, o Push/Pull é um dos, se não o principal, comandos de edição
no SketchUp e é muito utilizado nos modelos que serão construídos.
Follow me: esse comando é similar ao comando EXTRUDE (PATCH) do
AutoCAD; assim como no comando do CAD, esse comando cria um sólido a
partir de um caminho definido pelo usuário. Para acionar o comando, primeiro
o usuário deve selecionar as linhas que definirão a direção do plano (veja indi-
cação 1 na Figura 92), depois disso, ir na barra de menu em Tools – Follow me,
então clicar no perfil desejado e acionar ENTER.
Observando a Figura 92, vemos que foi retirado um elemento do sólido, mas
esse comando pode tanto subtrair quanto adicionar elementos ao seu desenho,
tudo dependerá da trajetória que será definida por você, desenhista.
Guia de Edição Solid Tools : nesta guia, o SketchUp
compreende todos os comandos de edição de sólidos, aqui, poderemos unir,
subtrair e interceptar sólidos das mais variadas formas. Trataremos, então, dos
principais botões da guia.
Para utilizar esses comandos, precisamos transformar nossas unidades em
grupos para que o programa entenda que a soma daqueles planos resultou em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um grupo com aquele formato. Para criar grupos, deve-se construir um sólido
por meio dos comandos já apresentados, depois selecionar todas as entidades
que fazem parte desse sólido. Então, é preciso clicar com o botão direito sobre o
sólido e escolher a opção Make Group. Esse comando gerará uma caixa azul sobre
a seleção que representa que ele agora é entendido com uma única entidade. Isso
possibilitará que possamos utilizar os comandos de guia de edição de sólidos.
Outer Shell : combina todos os objetos interceptados e cria uma casca
externa com um novo objeto formado. Para tanto, basta selecionar os objetos e
depois o botão Outer Shell.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Subtract : combina os dois objetos de forma que retira o primeiro objeto
selecionado do segundo objeto. Para realizar o programa, deve-se selecionar o
primeiro objeto, ou seja, o que deseja que seja subtraído do outro. Para realizar
o comando, basta selecionar o primeiro objeto, depois clicar no botão Subtract,
aí, então, clicar sobre o sólido do qual será subtraído o primeiro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
IV
Você pode notar que todos os traçados construídos com pranchas, régua
e esquadro podem ser traduzidos por esses programas como linhas, rotações e
revoluções de objetos. Por exemplo, enquanto usamos um procedimento de movi-
mentação de esquadros para desenhar uma parede na prancha, no AutoCAD,
basta um comando de Offset em uma linha, ou, quando utilizávamos um pro-
cedimento de concordância de circunferência com duas retas para desenhar um
canto arredondado, basta usar o comando Fillet no AutoCAD.
Aprendemos os principais comandos para a criação de linhas e curvas, bem
como a utilização dos desenhos bidimensionais para a construção de desenhos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tridimensionais, no AutoCAD por meio da utilização do Press/Pull e no SketchUp
por meio do comando Push/Pull. Foi possível observar a importância do entendi-
mento dos conceitos apresentados nas unidades II e III, pois eles deram subsídio
para o entendimento das formas de criação de sólidos nesses programas. Ao final
da unidade, aprendemos os comandos de Union, Intersect e Subtract que nada
mais são do que a tradução dos conceitos de União, Intersecção e Subtração de
sólidos vistos na unidade anterior.
Agora que sabemos quais os principais comandos de criação e edição, nos
falta conhecer algumas funcionalidades extras, como as formas de utilizar arqui-
vos de AutoCAD no SketchUp, ou como importar modelos prontos na Internet
para o SketchUp, e os Layout de Impressão dos dois programas, mas isso é assunto
para a próxima unidade.
2. Construa a mesma peça acima de duas formas diferentes, mas, desta vez, utili-
zando os comandos do SketchUp.
3. Qual procedimento você utilizaria para realizar os seguintes detalhes de pro-
jetos? Responda primeiro como se estivesse utilizando o AutoCAD e, depois,
como se estivesse utilizando o SketchUp.
a. Distribuir máquinas de costura, igualmente espaçadas, em uma planta de
um barracão de uma confecção.
b. Fazer os furos em pontos previamente demarcados em uma base de uma
bomba centrífuga.
c. Construir uma rampa de acesso para uma área de carregamento com uma
inclinação definida de 30˚.
d. Projetar uma escada de acesso com degraus de 20 x 30 cm.
A HISTÓRIA DOS PROGRAMAS CAD
O uso de softwares para ajudar a desenvolver projetos de engenharia não é novidade.
Afinal, já no começo da década de 50 começaram a surgir protótipos e máquinas para
auxiliar no desenvolvimento de projetos relacionados a redes elétricas.
Na década de 60, as ferramentas CAD começaram a ser utilizadas na criação de aero-
naves, automóveis e componentes eletrônicos. Um dos programas CAD que foi base
para os outros foi o UNISURF, desenvolvido pelo engenheiro francês Pierre Bézier, da
fabricante de carros Renault.
O Sketchpad surgiu na mesma época, por meio de vários estudos no MIT, Instituto de
Tecnologia de Massachusetts, pelo programador Ivan Sutherland. Este software foi um
grande avanço para os CADs, pois, com ele, o usuário podia desenhar no monitor atra-
vés de uma caneta.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/7/7b/Sketchpad-Apple.jpg
Foi na década de 70 que começaram a surgir aplicações 3D em CADs, porém, ainda mui-
to rudimentares, se assemelhando a desenhos manuais de objetos 3D e, na década de
80, surgiram os desenhos sólidos nos CADs.
No ano de 1977, surgiu a empresa francesa Dassault Systèmes desenvolvedora do CATIA
(1977) e, posteriormente, do SolidWorks (1995), liderado pelo engenheiro de aeronaves
Francis Bernard. Em 1982, surgiu então a empresa Autodesk, que iniciou com a produ-
ção do Software AutoCAD em 2D (e, posteriormente, o Inventor em 1999).
Foi também na década de 80 que surgiram os primeiros computadores pessoais, desen-
volvidos pela IBM. Com esse avanço, várias empresas começaram a tomar proveito para
criar softwares CAD para PCs. Para alavancar as vendas, a Dassault e a IBM fecharam um
acordo de vendas mútuas de produtos, o que foi muito rentável para as duas empresas.
169
Em 1984, o primeiro Macintosh 128 (da Apple) foi distribuído e, no ano seguinte, a em-
presa Diehl Graphsoft foi fundada e já começou a vender o MiniCAD, que se tornou
rapidamente o CAD mais vendido para sistemas Mac.
Um grande avanço nos Softwares CAD foi o lançamento do Pro/Engineer da Parame-
tric Technology em 1987-1988, atualmente conhecido como PTC Creo, que trouxe um
grande aproveitamento de construção de sólidos paramétricos, baseados em recursos
(features) e modelagem associativa de sólidos.
Ao final da década de 90, com o avanço da Internet, começaram a surgir os primeiros sof-
twares CAD que funcionavam online, possibilitando a visualização de projetos através
dos navegadores. A empresa líder nessa nova tecnologia foi a Dassault Systèmes, que
aproveitou os conhecimentos obtidos pela integração de programas CAD na rede da
Boeing durante a produção do Boeing 777. Para a Autodesk, apenas em 2000 foi lançada
a primeira versão do AutoCAD para a internet.
A Dassault, também no final da década de 90, começou a comprar várias empresas de-
senvolvedoras de softwaresCAD, como o SolidWorks (fundada em 1993) e Deneb Robo-
tics (fundada em 1985). E, em 1999, a Autodesk lança mais um Software CAD, o Inventor,
para acirrar a competição com as outras empresas.
Antes dos anos 2000, várias empresas que não tiveram tanto sucesso nesse mercado
começaram a desaparecer. Hoje em dia, tanto a Dassault Systèmes quanto a Autodesk
são líderes no desenvolvimento de softwares CAD, entre outros ramos, sendo que, para a
maioria dos softwares desenvolvidos, são criadas novas versões anualmente, com várias
adições muito interessantes para o desenvolvimento de projetos 3D.
Fonte: Dietrich (2014, online).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para quem deseja se aprofundar em conhecimentos sobre os programas CAD, sugerimos acessar
o canal CADGURU, que trata dos assuntos que foram abordados nesta unidade, com exemplos em
AutoCAD e SketchUp resolvidos. Além desses softwares, o canal apresenta outros que podem ser
de interesse dos alunos. Para conhecer, acesse o link disponível em: <https://www.youtube.com/
channel/UCc8yV8Mz680AtFMZ6o1kg5A>. Acesso em: 13 nov. 2015.
Professor Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Professor Dr. Daniel Mantovani
V
CONFIGURAÇÃO DE
UNIDADE
IMPRESSÃO EM SISTEMAS CAD
E INTRODUÇÃO ÀS NORMAS
TÉCNICAS DE DESENHO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer os comandos e aplicações disponíveis no AutoCAD e
SketchUp para configurações de Layout e Impressão.
■■ Conhecer as normas técnicas e as convenções definidas para os
projetos de desenho no Brasil.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Configurações de Layout e Impressão
■■ Normas de desenho técnico
■■ Normas Básicas da ABNT voltadas para o Desenho Técnico
173
INTRODUÇÃO
Caro(a) colega de profissão, estamos finalizando, com esta unidade, nossa jor-
nada pelo universo do Desenho Técnico, para tanto, precisamos concluir as ideias
e os conceitos apresentados na unidade anterior, na qual vimos os comandos de
edição e criação de dois softwares de desenho técnico, no entanto, as partes de
Layout e Impressão ficaram para serem abordadas nesta unidade.
Além dos conceitos de Layout e Impressão, trataremos aqui de alguns coman-
dos que concatenam os arquivos do AutoCAD com o SketchUp e das formas que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sobrepondo sobre uma mesma região, os chamados Layers.
Segundo Frederico (2009), um layer é uma camada de desenho definida
previamente, facilitando o gerenciamento e o manuseio do desenho. Veremos,
então, como criar, utilizar e modificar um layer para melhor entendermos do
que se trata.
Assim como as cotas, os layers devem ser previamente configurados, para
tanto, o usuário do programa deve acessar o Menu Format – Layer. Ao clicar
sobre ele, surgirá a seguinte janela, conforme figura 96.
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
175
Nessa Janela, temos alguns botões que são importantes de serem tratados, a saber:
Create New Layer : essa opção permite ao usuário criar um novo Layer,
para tanto, basta clicar sobre o botão. O AutoCAD tem como padrão nomear os
layers criados por Layer 1, Layer 2, e assim sucessivamente. Para mudar o nome
de um Layer, deve-se dar um duplo clicar sobre o nome do Layer e renomeá-lo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Delete Layer : exclui o Layer criado. Basta clicar sobre o layer que deseja
excluir e depois clicar no botão, feito isso, basta clicar em Apply no final da Janela.
Set Current Layer : serve para selecionar o layer com o qual se deseja
trabalhar; basta clicar duas vezes sobre o layer, ou clicar uma vez e, em seguida,
clicar no botão acima mencionado.
Abaixo desses Botões, nós temos algumas opções que podem ser definidas
para diferenciar as linhas de cada layer e, consequentemente, sua finalidade, isso
facilitará a visualização e o entendimento do projeto, as opções são:
■■ On : quando um layer está no formato on, ou seja, com o ícone da
lâmpada acesa, esta fica visível ao ser impressa. Isso não acontece quando
desligamos a layer. Além de invisível, ela também pode ser modificada
(regenerada). Para desligá-la, clica-se na lâmpada.
■■ Freeze (in All Viewport) : quando um layer está no formato Freeze
(congelada), ela não é mostrada na área gráfica, nem pode ser modifi-
cada em qualquer Viewports; os viewports serão vistos na sequência de
nossa unidade e são eles que mostrarão o que sairá impresso na planta a
ser desenhada.
■■ Lock : bloqueia um layer, deixando suas propriedades (cor, posição
etc.) imutáveis enquanto bloqueada, mas permitindo a edição de seus
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 97: Janela Select Linetype
Fonte: os autores.
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
177
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 99: Janela Plot-Model
Fonte: os autores.
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
179
com a escala definida, por exemplo, se o seu projeto está sendo desenhar
em milímetros, basta desenhar um retângulo com o tamanho da folha da
impressão e inseri-lo dentro desse retângulo. Caso a prancha não com-
porte o projeto, o projetista deve ampliar a escala da prancha, ou seja, por
consequência, reduzir a escala do projeto, por exemplo, digamos que este-
jamos representando uma peça de 350 mm de comprimento e queremos
inseri-la em um retângulo no tamanho A4 paisagem (297 x 210). Como
não é possível inserir a representação da peça na prancha A4, ampliamos a
escala do retângulo dobrando seu tamanho. Logo, a peça dentro de retân-
gulo, após a impressão, sofrerá uma redução de seu tamanho à metade.
■■ Plot Offset: posicionamento X e Y da área a ser impressa em relação à
folha. O botão CENTER THE PLOT centraliza o desenho na folha.
■■ Drawing Orientation: posicionamento do desenho em relação à folha.
Pode ser em formato de retrato (portrait) ou paisagem (landscape). Plot
upside-down imprime de ponta-cabeça.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ao clicar na Guia Layout, o usuário acessa uma nova área onde deverá definir algu-
mas características da prancha, para isso, basta clicar com o botão direito sobre
a Guia Layout e escolher a opção Page Setup Manager, onde surgirá a seguinte
Janela (Figura 101).
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
181
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para imprimir o projeto, após a organização das vistas na prancha, o pro-
cedimento é o mesmo que o de impressão direta do Model, a diferença é que,
nesse caso, a opção da Guia What to plot mudará automaticamente para Layout,
ao invés de Window. A vantagem da impressão no Espaço de Paper é que pode-
mos desenhar livremente no espaço Model sem a necessidade de ajustar escala,
já que, ao conjugarmos os espaços, definimos as escalas que deverão se apresen-
tar, facilitando, assim, a vida do projetista.
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
183
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
se abrirá uma nova janela onde o usuário poderá definir a nova cor do layer .
Quando deletamos um layer e existe nele algum objeto, o programa nos
retornará a seguinte janela:
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
185
Podemos criar quantas Scenes forem necessárias inserir, elas servirão para o pro-
cesso de impressão e também para a criação de vídeos no formato avi.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
também podem ser definidos, para isso, o usuário precisa ir ao menu Window
– Model Info – Animation e ligar a caixa Enable Scene transitions para que a ani-
mação funcione. Logo abaixo, deve regular a duração da transição entre as Scenes.
O campo Scene Delay é usado para definir quantos segundos o SketchUp fica
mostrando uma Scene sem movimento.
Terminada a construção da animação, podemos visualizá-la em View
– Animation – Play, e a animação começará em seguida; para dar pausa ou inter-
romper uma animação, clique nos botões correspondentes, na Janela Animation,
que se abre imediatamente após o início da animação.
Caso a animação não esteja conforme deseja o usuário, ele pode modificá-
-la nas mesmas guias de Scenes que ficam expostas na barra de ferramentas; se
por acaso a animação já estiver de acordo, então, ele deve exportá-la para o for-
mato “*.avi”.
Para exportar a animação, deve-se inicialmente ir ao menu File – Export –
Animation, escolher o formato “avi” para abrir a animação em um programa de
reprodução de vídeos e clique em Export para finalizar o processo (CARBONI,
2015).
O programa irá fazer a transformação para o formato desejado, isso pode
levar alguns minutos e variará de acordo com o tamanho da animação e com a
velocidade de processamento do computador.
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
187
define-se o tamanho da prancha a ser utilizada no campo Papel (A0, A4, Letter...);
em seguida, define-se a Orientação, se a impressão será feita no formato Retrato
ou Paisagem. Finaliza-se o comando com um clique em OK (figura 106).
uma imagem da folha com o que deve ser impresso. Se for aprovada, clicar em
Print. O SketchUp abre novamente a janela de impressão, caso seja necessário
modificar algum dado. Clicar em OK para iniciar a impressão. A qualidade da
impressão também pode ser definida na Guia de Print Quality, onde normal-
mente fica marcada a opção de Draft por ser a mais econômica (figura 107).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para imprimir um desenho sem ponto de fuga, com escala definida, o aluno deve
ir ao menu Camera – Parallel Projection. Perceba que agora a projeção usada é
ortogonal. Se desejar alguma vista específica, use o menu Camera – Standard
Views. Ajustar o zoom para encaixar na janela de desenho o que se deseja impri-
mir; a partir daí, deve-se repetir o procedimento de impressão anteriormente
descrito, mas com o detalhe de desmarcar as caixas Fit to Page e Use model
extents. Para ajustar a escala, usaremos os campos in the printout e in SketchUp.
No campo in the printout, colocar o tamanho determinado na escala em que
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
189
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NORMAS DE DESENHO TÉCNICO
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
191
Normas da ABNT
A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os
procedimentos para a execução de desenhos técnicos aparecem em normas
gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as for-
mas de representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL
DE DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE
DESENHOS TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS
(Antiga NB 13), bem como em normas específicas que tratam dos assuntos sepa-
radamente, conforme os exemplos seguintes:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESENHO TÉCNICO
■■ NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS
■■ NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO
■■ NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO
■■ NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS
TÉCNICOS
■■ NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES
■■ NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES
ROSCADAS EM DESENHO TÉCNICO
Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de
atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-
-se citar: a NBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a
NBR 7191, que normaliza a execução de desenhos para obras de concreto sim-
ples ou armado; a NBR 11534, que normaliza a representação de engrenagens
em desenho técnico.
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vin-
culadas à execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico
(RIBEIRO, 2003).
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
193
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(Comissão Pan-americana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul
de Normalização).
O conjunto de normas brasileiras que regem o desenho técnico abrange
questões referentes à representação de desenho, tais como: formatos de papel,
representação de desenho, linhas e suas espessuras, escala, caligrafia técnica,
cotas, legendas, dobramento. Para cada um desses temas, há uma NBR especí-
fica que fixa as regras referentes a cada assunto (ROSSI, 2006).
c) ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1), quando a dimensão do objeto
representado no papel é menor que sua dimensão real, Ex.: 1:2, 1:5, 1:10.
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
195
A escala deve ser indicada na legenda da folha de desenho. Quando for necessá-
rio o uso de mais de uma escala na folha de desenho, além da escala geral, essas
escalas devem estar indicadas junto à identificação do detalhe ou vista a que se
referem; na legenda, deve constar a escala geral.
A escolha da escala é feita em função da complexidade e da finalidade do
objeto a ser representado, devendo permitir uma interpretação fácil e clara da
informação representada. A escala e o tamanho do objeto ou elemento em ques-
tão são parâmetros para a escolha do formato da folha de desenho (ROSSI, 2006).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 108: Características dos Caracteres e Proporções dos Símbolos Gráficos
Fonte: Rossi (2006).
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
197
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 109: Exemplos Representativos das linhas de Cota
Fonte: Rossi (2006).
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
199
espaço para desenho, espaço para texto e espaço para legenda, e respectivos con-
teúdos, nas falhas de desenhos técnicos.
A folha para o desenho deve conter:
a) espaço para desenho;
b) espaço para texto;
c) espaço para legenda.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
-- O espaço para texto deve conter as seguintes informações:
a) Explanação: informações necessárias à leitura de desenho, tais como: sím-
bolos especiais, designação, abreviaturas e tipos de dimensões.
b) Instrução: informações necessárias à execução do desenho. Quando são
feitas várias instruções, essas são feitas próximas a cada desenho e as ins-
truções gerais são feitas no espaço para texto, tais como: lista de material,
estado de superfície, local de montagem e número de peças.
c) Referência: informações referentes a outros desenhos e/ou outros docu-
mentos.
d) Tábua de revisão: usada para registrar a correção alteração e/ou acrés-
cimo feito no desenho depois dele ter sido aprovado pela primeira vez.
A tábua de revisão tem dimensões ≥ 100 mm com linhas de até 5 mm
de altura, e contém as seguintes informações: designação da revisão (ou
letra que determina a sequência da revisão), referência da malha (NBR
10068), informação do assunto da revisão, assinatura do responsável pela
revisão e data da revisão.
LEGENDA
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
201
a) designação da firma;
b) projetista, desenhista ou outro, responsável pelo conteúdo do desenho;
c) local, data e assinatura;
d) nome e localização do projeto;
e) conteúdo do desenho;
f) escala (conforme NBR 8196/1999);
g) número do desenho e da revisão: colocado no canto direito do padrão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de desenho;
h) designação da revisão;
i) indicação do método de projeção (conforme NBR 10067/1995);
j) unidade utilizada no desenho conforme a NBR 10126/1987.
As regras de ESCRITA TÉCNICA são fixadas pela NBR 8402/1994, porém a
NBR 6492/1994 apresenta no anexo os tipos de letras e números para o dese-
nho de arquitetura.
A escrita deve ser sempre com letras em caixa alta (maiúsculas) e não incli-
nadas. Os números também devem ser grafados sem inclinação. Dimensão
entrelinhas não deve ser inferior a 2 mm.
As alturas das letras e números devem ser definidas em função da escala do
desenho, sendo adotadas as alturas de:
-- 2 mm – régua 80 CL – pena 0,2 mm.
-- 2,5 mm – régua 100 CL – pena 0,3 mm.
-- 3,5 mm – régua 140 CL- pena 0,4 mm.
-- 4,5 mm – régua 175 CL – pena 0,8 mm.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COTAS
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
203
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A marcação do corte deve ser feita de forma clara e com traçado forte para evi-
tar dúvidas sobre sua localização figura 115. A linha de corte termina com traço
do tipo traço e ponto grosso e com a indicação do corte (ROSSI, 2006).
Utilizar para portas P01, P02 etc. e para janelas J01, J02 etc. As portas comuns
têm a representação de 2,10 m de altura por 0,8 ou 0,9 m de comprimento, salvo
exceções das portas de correr. Enquanto as esquadrias podem assumir valores
diferenciados de acordo com sua aplicação.
Abaixo, seguem algumas figuras representando outros objetos definidos
pela norma:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 113: Indicação para Inclinação de Telhados e Pisos
Fonte: Rossi (2006).
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
205
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) colega, chegamos ao final de mais uma unidade e, aqui, nós finaliza-
mos os principais comandos para dois programas de desenho CAD e também
vimos quais os principais pontos que regem as normas de padronização e nor-
malização dos desenhos técnicos no Brasil.
Nós estudamos nesta unidade como funciona o processo de Layout e
Impressão, tanto para o AutoCAD quanto para o SketchUp. Você aprendeu
que, em ambos, existem formas de tornar o desenho mais autoexplicativo e mais
limpo. Viu que a forma utilizada por eles para organizar as pranchas de desenho
é a forma que antigamente era usada pelos desenhistas à mão livre, a sobreposi-
ção de camadas, que, no caso dos atuais programas, funciona por meio da criação
Considerações Finais
V
de Layers. Nós observamos que esses layers são imprescindíveis quando trata-
mos de projetos de média a alta complexidade.
Também aprendemos que o AutoCAD possui uma maior versatilidade para
projetos bidimensionais, enquanto que o SketchUp possui mais recursos quando
se trata de projetos tridimensionais. Aprendemos que esses programas se comu-
nicam entre si por meio de comandos que transformam seus arquivos para a
utilização em outros programas. Também vimos que é possível no SketchUp
obter animações que sejam amigáveis a leigos em Desenho Técnico, valorizando,
e muito, nossos projetos e apresentações deles.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ao tratarmos sobre as Normas, aprendemos que o principal órgão que coor-
dena essas atividades aqui no Brasil é a ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas). Vimos que existem padrões para praticamente todo tipo de represen-
tação que for feita em desenho técnico e que eles servem como organizadores
do nosso trabalho.
Ao final desta unidade, encerramos nossa disciplina e podemos afirmar que
você, futuro(a) engenheiro(a), já tem as ferramentas necessárias para entender,
ler, interpretar, construir e executar projetos de desenho técnico, sem muita difi-
culdade. Nós nos sentimos orgulhosos por poder fazer parte nessa sua conquista!
Desejamos-lhe sucesso na caminhada!
CONFIGURAÇÃODEIMPRESSÃOEMSISTEMASCADEINTRODUÇÃOÀSNORMASTÉCNICASDEDESENHO
207
Atualmente, a tecnologia pode não parecer tão atrativa como parece, mas, assim como
eram os smartphones no início, essas impressoras prometem revolucionar o mundo do
consumo conforme o conhecemos.
Fonte: adaptado de Karasinski (2013, online) e Philipe (2013, online).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para quem deseja se aprofundar mais nos conhecimentos das principais NBR´s que regem o
Desenho Técnico, o IFRN – Instituto Federal de Educação, Ciência Tecnologia do Rio Grande
do Norte disponibiliza para consulta algumas das NBR´s estudadas nesta unidade. O endereço
eletrônico é o que encontra-se na sequência.
Disponível em: <http://docente.ifrn.edu.br/albertojunior/disciplinas>. Acesso em: 16 nov. 2015.
Material Complementar
213
CONCLUSÃO
UNIDADE 1
1)
2)
UNIDADE 5
2) Ordem: 3 – 5 – 2 – 1 – 4