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Escola Secundária de Leal da Câmara

C u r s o E FA - N í v e l S e c u n d á r i o
2009/10

Área de Competência: Cultura, Língua e Comunicação


Núcleo Gerador: 3 – Saúde
DR 2: Contexto profissional. Tema: Riscos e Comportamentos saudáveis.

Competências: Intervir em contexto profissional, aprendendo e comunicando regras e meios de


segurança, e desenvolvendo uma cultura de prevenção.
Formando: ________________________________ Nº______ Turma:_____ Data:___/___/_____

Ficha de trabalho nº 02

Actividade: “O Stress no trabalho”


É comum considerar-se que as condições actuais de trabalho se modificaram, acompanhando a
evolução tecnológica e a globalização, num ritmo mais acelerado do que a capacidade de adaptação dos
indivíduos. Assim, os trabalhadores vivem hoje sob contínua tensão, não só no ambiente de trabalho,
como na vida em geral. Há uma ampla área da vida moderna onde se misturam os factores de stress
provenientes do emprego e da vida quotidiana. O indivíduo, para além das habituais responsabilidades
relativas ao seu posto de trabalho, da competitividade exigida pelas empresas e das necessidades de
aprendizagem contínua, tem ainda que lidar com os factores de stress normais da vida em sociedade, tais
como as tarefas domésticas diárias, o cuidado da família, o cumprimento de normas sociais, etc. A
procura de conciliação entre as exigências do emprego e da vida familiar é muitas vezes geradora de
stress – sobretudo nas mães trabalhadoras.
O tipo de desgaste ao qual as pessoas são submetidas nos ambientes e nas relações de trabalho é um dos
factores determinantes para o aparecimento de doenças, como é o caso de depressões, ansiedade
patológica, pânico, fobias, doenças psicossomáticas, etc. (…) Note-se que um factor agravante do stress
no trabalho é a limitação a que a sociedade submete as pessoas quanto às manifestações das suas
angústias, frustrações e emoções. Por causa das crenças e regras sociais vigentes, os indivíduos acabam
por ficar prisioneiros do „politicamente correcto‟, obrigados a assumir um comportamento emocional
incongruente com os seus reais sentimentos de agressão ou de medo.
No ambiente de trabalho, os estímulos geradores de stress são muitos. Podemos experimentar ansiedade
significativa (reacção de alarme) diante de desentendimentos com os colegas, devido à sobrecarga de
trabalho e à corrida contra o tempo, por insatisfação salarial e até com o tocar do telefone ou do
telemóvel. A falta de organização no ambiente ocupacional põe igualmente em risco a ordem e a
capacidade de rendimento do trabalhador. As condições propícias ao stress ocorrem sobretudo quando
não há clareza nas regras e tarefas que cada trabalhador deve desempenhar, quando faltam ferramentas de
trabalho adequadas à função desempenhada ou o local de trabalho é sombrio e/ou ruidoso.
Além disso, factores intra-psíquicos relacionados com o serviço também contribuem para a pessoa se
manter stressada, como é o caso da sensação de insegurança no emprego, de insuficiência de qualificação
profissional, pressão para comprovação de eficiência ou, até mesmo, a impressão continuada de estar a
cometer erros profissionais. Isso tudo sem contar com os factores internos que a pessoa traz consigo para
o emprego, tais como os seus conflitos, frustrações, as desavenças conjugais, etc.
O extremo oposto, ou seja, ter uma vida sem motivações, sem projectos, sem mudanças na ocupação ao
longo de muitos anos, sem perspectivas de crescimento profissional, assim como passar por períodos de
desocupação no emprego também podem provocar efeitos no organismo semelhantes ao Síndroma de
Burnout (falta de auto-estima, irritabilidade, nervosismo, insónia e crise de ansiedade, entre outros).
Assim, desde o subalterno até ao executivo, os trabalhadores podem apresentar alterações
psicossomáticas diversas diante de agentes psicossociais potenciadores de stress. Iremos analisar
detalhadamente alguns desses factores.

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a) Sobrecarga
A sobrecarga de agentes causadores de stress pode ser considerada um factor importante para a eclosão
do stress patológico no trabalho. A sobrecarga destes estímulos é um estado no qual as exigências do
ambiente excedem a nossa capacidade de adaptação. Os quatro factores principais que contribuem para a
acumulação de agentes stressantes no trabalho são: 1. A falta de tempo; 2. A responsabilidade excessiva;
3. A falta de apoio; 4. As expectativas excessivas de nós mesmos e daqueles que nos cercam.
b) Falta de Estímulos
A falta de estímulos também pode resultar em stress crónico e, portanto, em doença. O risco de ataques
cardíacos, por exemplo, é significativamente maior nos dois primeiros anos após a reforma. Nesses casos,
a condição associada ao stress costuma ser o tédio, a sensação de nulidade e/ou a solidão.
Às vezes, no final do dia, sentimos o nosso corpo exausto mas, apesar disso, experimentamos uma
agradável sensação de bem-estar. Em geral, uma actividade pode tornar-se muito gratificante quando
possui um significado especial ou quando desperta grande interesse em nós. Contudo, as actividades
medíocres, destituídas de significação, altamente repetitivas ou desinteressantes, podem ser extremamente
stressantes. Tais situações desmotivantes ou a sensação de falta de significado para as coisas que fazemos
costumam também causar stress em crianças e idosos.
c) Ruído
O ruído excessivo pode causar stress pela estimulação do Sistema Nervoso Simpático, provocando
irritabilidade e diminuindo o poder de concentração. Este factor stressante pode produzir alterações em
funções fisiológicas essenciais, como é o caso do sistema cardiovascular. O ruído também pode
influenciar o sistema hormonal e, dessa forma, pode ter efeitos prolongados sobre o organismo,
considerando que as alterações hormonais são sempre de efeito mais longo. Experiências com pilotos de
aviões demonstraram que, ao ficarem expostos aos ruídos de alta intensidade das turbinas, a sua produção
de testosterona reduziu para metade.
d) Alterações do Sono
As alterações no ciclo do sono devido a horários de trabalho variáveis, a viagens constantes ou ainda a
alterações no ritmo das actividades lúdicas e sociais, facilitadas pelo uso da luz eléctrica e atracções
nocturnas, podem causar insónia e, consequentemente, aumento do stress.
Os operários que fazem turnos ou têm trabalho nocturno, geralmente possuem um sono de má
qualidade no período diurno. Isso decorre dos conflitos sociais (coisas que fazemos de dia e coisas que
fazemos de noite) e do excesso de ruído diurno. Essa má qualidade do sono acabará por provocar
aumento da sonolência no período de trabalho (seja nocturno ou diurno), muitas vezes responsável por
acidentes, desinteresse, ansiedade, irritabilidade, perda da eficiência e stress. Por exemplo, como forma de
atenuar os efeitos do jet leg, isto é, as alterações resultantes da diferença de fusos horários das viagens
internacionais, recomenda-se não tomar decisões importantes ou não competir antes da readaptação
fisiológica.
e) Falta de Perspectivas
A esperança, a alegria e o optimismo, são sentimentos que aliviam e minimizam a ansiedade e a
frustração do quotidiano.
Na falta de perspectivas de promoção ou na presença de um cenário de incerteza quanto ao futuro, o
trabalhador ficará totalmente à mercê da ansiedade, sem esperança de recompensas agradáveis. Há
ambientes de trabalho onde o futuro se mostra continuamente sombrio, o emprego é precário e, se o medo
motiva para a acção durante um breve período de tempo (veja a fisiologia do stress), rapidamente
sobrevém o estado de esgotamento com efeitos perniciosos.
f) Ergonomia
O conforto do indivíduo no seu local de trabalho deve ser sempre considerado, pois o stress apresenta-se
como uma alteração global do organismo (e não apenas emocional). Assim, deve ser proporcionado ao
trabalhador um conforto térmico e acústico, momentos de pausa e outros elementos associados ao
desempenho profissional. Ambientes hostis, em termos de temperatura, humidade do ar e o contacto com

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agentes agressivos à saúde fazem parte da exigência física a que alguns trabalhadores estão submetidos.
Daí a enorme importância da assessoria técnica da Medicina do Trabalho para prevenir estados de
esgotamento.
g) Mudanças Constantes
Este assunto merece considerações mais amplas. As necessidades de mudança podem ser comparadas a
um ciclo vicioso: o presente exige mudanças, mas essas mudanças acabam por trazer novos problemas.
Esses problemas despertam novas soluções, as quais passam a exigir novas mudanças, e assim por diante.
 Mudanças determinadas pela empresa
Estas mudanças podem ser determinadas por uma nova chefia ou devido a uma nova orientação geral da
empresa, seja por causa de fusão ou aquisição desta. Normalmente, esse tipo de mudança gera
inicialmente muita insegurança.
Já estudámos que o stress é uma reacção necessária à adaptação e, portanto, face à mudança o stress
acontece naturalmente. Contudo, para que este não se torne patológico, o trabalhador deverá ter em mente
que, mesmo que o departamento esteja a ser "desmontado" ou algum colega estimado esteja a perder a
sua posição, continuará a ser o mesmo profissional que é, os seus conhecimentos continuarão intactos e a
empresa poderá utilizá-los até de forma melhor na nova situação. Assim, o mais importante é não deixar
que considerações emocionais (mágoa, orgulho, inveja, rancor, etc.) dominem o lado racional.
 Mudanças devidas às novas tecnologias
As tecnologias estão em contínua evolução e são substituídas por sistemas mais modernos, pelo que os
trabalhadores são emocionalmente solicitados para se adaptarem. Nesse caso, o stress será variável, de
acordo com as Disposições Pessoais e com o tipo dessa nova tecnologia a ser implementada. Pela
disposição pessoal sofrerão mais as pessoas com instabilidade afectiva, com traços marcantes de
ansiedade ou já previamente stressadas. Em relação às próprias mudanças, sofrerão mais as pessoas
confrontadas com novas tecnologias estrutural e funcionalmente muito diferentes das anteriores.
Em Inglaterra, há anos atrás, foi feita uma pesquisa entre trabalhadores de uma refinaria de petróleo e
de uma central telefónica, ambos submetidos a mudanças tecnológicas radicais. Na refinaria, apesar das
mudanças para a automação terem sido profundas, como o sistema de tratamento do petróleo é sempre o
mesmo, a incidência de stress foi mínima entre os funcionários, inclusive entre os mais antigos. Na
telefónica, a situação foi muito diferente. O novo sistema não tinha nenhuma analogia com o anterior e os
funcionários mais antigos tiveram que ser transferidos ou demitidos.
 Mudanças devidas ao mercado
As constantes exigências do mercado são levadas a sério pelas empresas e, frequentemente, determinam
mudanças de procedimentos no trabalho. Os ansiosos tendem mais para o stress devido, principalmente, à
ansiedade antecipatória, ou seja, a ansiedade que aparece muito antes de quaisquer resultados das
mudanças. Embora o bom senso recomende que as pessoas devam estar continuamente atentas aos
resultados dessas mudanças, sofrer antecipadamente não resolve problemas, não facilita a adaptação e
pode determinar atitudes precipitadas danosas.
 Mudanças auto-impostas
São as exigências que fazemos a nós mesmos. Em psiquiatria, o mais sadio é que estejamos sempre
inconformados e sempre adaptados. Isso significa que, através do inconformismo estamos sempre a fazer
com que o amanhã seja melhor que o dia de hoje; e que é indispensável que a pessoa se mantenha
adaptada às circunstâncias actuais, mesmo que sejam circunstâncias adversas.
O próprio inconformismo humano exige uma reciclagem constante, ou seja, exige mudanças
continuadas e necessidades de adaptação a essas mudanças. Encarar a mudança sob uma perspectiva de
crescimento e adequação pode ajudar à nossa adaptação, enquanto considerá-la uma tarefa tediosa, inútil
e humilhante, favorece o descontentamento, a ansiedade e, consequentemente, o stress.
(Adaptado de: Ballone G.J.; Moura E.C ., “Estresse e Trabalho” in PsiqWeb, www.psiqweb.med.br)

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Tarefa nº 1
1. a) Aponte a razão pela qual muitos indivíduos vivem actualmente sob contínua tensão.
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1. b) A vertente do “politicamente correcto” é uma agravante do stress. Justifique.
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1.c) Indique e explique os principais agentes psicossociais geradores de stress no trabalho.
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1.d) Explique em que aspectos as mudanças são factores geradores de stress.
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