Demonstração:
Suponha que v1 , , v k sejam linearmente dependentes. Logo, existem a 1, , a k não todos nulos
tais que a1 v1 + + a k v k = 0 . Então a1 v1 + + a k v k + 0 v k 1 +... + 0 v n = 0 , o que prova que
v1 , , v n são linearmente dependentes.
Corolário. Se v1 , , v n são linearmente independentes, então k desses vetores também o são
(k n).
TEO REMA Um vetor v é linearmente dependente se, e somente se, é nulo.
T E O R E M A Para que dois vetores sejam linearmente dependentes é necessário e suficiente que
eles sejam paralelos.
Demonstração:
(N) Suponha que u e v sejam linearmente dependentes. Então existem escalares a e b não ambos
nulos tais que a + b v = 0 .
Suponha que a 0. Então u = – (b/a )v e portanto u e v têm a mesma direção. (Se b = 0, então u = 0
e portanto u é paralelo a v).
(S) Suponhamos que u e v sejam paralelos. Se u 0 e v 0 , então os versores têm mesma direção
e mesmo módulo (igual a 1). Assim, u/|u| = v/|v| e portanto |v|u + |u|v = 0 , o que prova que u e v
são dependentes.
EXER C ÍCIO
Verdadeiro ou Falso?
(1) Se ( u , v ) é LD, então ( u , v , w ) é LD
(2) Se ( u , v , w ) é LI, então ( u , v ) é LI
(3) Se ( u , v , w ) é LD, então ( u , v ) é LD
(4) Se ( u , v , w ) é LI, então ( u , v , w ) é LI
(5) Se ( u , v , w ) é LI, então ( u , v ) é LD
(6) Se ( u , v , w ) é LD, então ( u , v ) tanto pode ser LD quanto LI
(7) Se ( u , v ) é LD, então ( u + v , u – v ) é LD
D E F I N I Ç Ã O : Uma base no espaço é uma terna ( e1 , e2 , e3 ) formada por três vetores linearmente
independentes.
Base no plano: 2 vetores linearmente independentes
Base na reta: 1 vetor
A seguir, serão vistos os resultados para os vetores no espaço, mas esses resultados são válidos para
o plano e a reta.
[2]
Se os vetores e1 , e2 , e3 formam uma base no espaço, então todo vetor v é expresso de maneira
única como combinação linear de e1 , e2 , e3 , isto é, existe uma única terna de escalares (a 1, a 2, a3)
tais que,
3
v = a 1 e1 + a2 e2 + a3 e3 = ai ei ,
i 1
no qual, a1, a 2, a 3 são as coordenadas (ou componentes) de v , em relação à base ( e1 , e2 , e3 ).
Reciprocamente, dada uma terna (a 1, a 2, a 3) de números reais, existe um único vetor cujas
coordenadas são a1, a2, a3.
3
Fixada uma base ( e1 , e2 , e3 ) e v = ai ei , representa-se o vetor v por meio da terna (a1, a2, a3) ou
i 1
a1
v = (a1, a2, a3) ou v = a2 .
a
3
TEO REMA Se u = (a1, a2, a3) e v = (b1, b2, b3), então (i) u + v = (a1 + b1, a2 + b2, a 3 + b3)
(ii) u = ( a 1, a2, a3)
Exemp lo
Considere u = (–1, 2, 0)E e v = (3, –3, 4)E . Expresse a terna w = –3 u + 2 v na base E.
Solução
w = –3 u + 2 v = –3(–1, 2, 0)E + 2(3, –3, 4)E = (3, 6, 0)E + (6, –6, 8)E = (9, –12, 8)E .
T E O R E M A Dois vetores, u = (a1, a2, a 3) e v = (b1, b2, b3), são linearmente dependentes (L.D.)
se, e somente se, a1, a2, a3 e b1, b2, b3 são proporcionais, ou seja, se
a1 a2 a a3 a a
= 2 = 3 1 ==0.
b1 b2 b2 b3 b3 b1
a a2
Nota: Veja que, para v 0, dizer que o determinante 1 = 0 é equivalente a a 1b2 – a 2b1 = 0
b1 b2
a1 a
a1b 2 = a2b1 = 2 . Sendo assim, para que u e v sejam linearmente dependentes (L.D.),
b1 b2
a a a
basta verificar que 1 = 2 = 3 . Se um dos bi's é nulo, então ai deve ser nulo também.
b1 b2 b3
COROLÁRIO Os vetores u = (a1, a2, a3) e v = (b1, b2, b3), são linearmente independentes (L.I.) se, e
somente se, um dos determinantes abaixo
a1 a2 a a3 a a
, 2 , 3 1 ,
b1 b2 b2 b3 b3 b1
é diferente de zero.
[3]
Exemp lo
Verifique se u = (3,10,11) e v = (4,7,–1) são linearmente independentes.
Solução:
3 10
Como então 3,10,11 e 4,7,–1 não são proporcionais. Logo, u e v são L.I.
4 7
EXER C ÍCIO
Verifique se u = (1,7,1) e v = (1/2, 3/2, –1/2) são linearmente independentes.
T E O R E M A Três vetores, u = (a1, a2, a 3), v = (b1, b2, b 3) e w = (c1, c2, c3), são linearmente
dependentes (L.D.) se, e somente se,
a1 a2 a3
= b1 b2 b3 = 0
c1 c2 c3
COROLÁRIO Para que u , v e w sejam linearmente independentes (L.I.) é necessário e suficiente
que 0.
Exemp lo
Sabendo que E = ( e1 , e2 , e3 ) é base e que f1 = 2 e1 – e2 , f 2 = e1 – e2 + 2 e3 , f 3 = e1 + 2 e3 ; mostre que
F = ( f1 , f 2 , f 3 ) é base.
Solução:
Veja que f1 = (2, –1, 0)E,
f 2 = (1, –1, 2)E,
f 3 = (1, 0, 2)E.
2 1 0
Como 1 1 2 = – 4 0, implica em f1 , f 2 , f 3 linearmente independentes. Consequentemente,
1 0 2
F = ( f1 , f 2 , f 3 ) é base.
MUDANÇA DE BASE
Considere duas bases, E = ( e1 , e2 , e3 ) e F = ( f1 , f 2 , f 3 ).
Considere os vetores f i combinações lineares dos vetores ei , isto é,
f1 = a 11 e1 + a21 e2 + a31 e3
3
f 2 = a 12 e1 + a22 e2 + a32 e3 => fi = a ji e j para i = 1, 2, 3
i 1
f 3 = a 13 e1 + a23 e2 + a33 e3
Resumindo,
x1 a11 a12 a13 y1
a
x2 = 21 a22 a23 y2
x a31 a32 a33 y
3 3
matriz de mudança
Base E Base F
E→F
T E O R E M A A matriz de coordenadas de um vetor v em relação à base E é igual ao produto da
matriz de mudança de base E para base F pela matriz das coordenadas de v em relação à F.
T E O R E M A Considere três bases E = ( e1 , e2 , e3 ), F = ( f1 , f 2 , f 3 ) e G = ( g1 , g 2 , g 3 ). A matriz de
mudança de base E para base G é igual ao produto mudança de base E para base F, pela matriz
de mudança de base F para base G.
Exemp lo
Calcule as coordenadas de v = (1, 1, 1)E na base F.