Publicado em 11/30/2002
Março/2001
Uma grande parte de nossos irmãos, de nossos companheiros de igrejas, estão absolutamente
convictos de que estão em posse do fruto do Espírito, e que tem rejeitado as obras da carne.
Mas é uma convicção falsa, ilusória, porque na verdade estão em posse das obras da carne e
tem rejeitado o fruto do Espírito. Estão na incômoda situação descrita em Mateus 6:23.
Por que estão nessa situação? Porque desconhecem o significado das palavras que estão no
texto bíblico, ou estão fechando seus olhos para a verdade, para viverem uma fábula, uma
ilusão, uma utopia, um sonho, do qual serão tirados quando vier o dia da angústia já
mencionado.
O problema maior e mais complicado é que nossos desejos são pérfidos, perversos, são
decaídos e pecaminosos, contrários à essência e ao desejo de Deus... E nossos pensamentos
são egoístas, são egocêntricos, individualistas, mesquinhos, destrutivos. Em suma: somos
pecadores, e vendidos sob a escravidão do pecado (Rom.7 e 8)
Não sei ao certo qual seria o conceito mais aproximado de personalidade, mas acredito que
seja a essência de uma pessoa, o conjunto de seus valores, suas emoções, suas dores e suas
aspirações. Personalidade é o conjunto de certo e errado, de bom e de ruim, de bonito e feio,
de louvável e reprovável que cada um ser humano tem dentro de si.
O que ocorre, e isto precisa ficar claro, é que tais valores são... "incorretos". Estão todos
impregnados com essa alguma coisa nojenta aos olhos de Deus chamada 'pecado'.
Então, quando o ser humano peca, quando faz alguma coisa que seja errada ou condenável
pela bíblia, nada estará fazendo contrária à sua natureza. Gritar, xingar, amaldiçoar, mentir,
aproveitar-se da situação, roubar, e coisas tais, são inerentes à condição humana. O natural é
cometer pecado, e ter as obras da carne presentes em nossa vida. O sobrenatural é vencer a
carne. É por isso que a Bíblia diz em Mateus 11:12 que desde os dias de João Batista até hoje
o reino dos Céus e tomado à força e os violentos se apoderam dele. E os violentos que andam
em espírito, não se curvam ao desejo da carne (Gal. 5:16)
Se não lutarmos contra a nossa natureza vil e perversa, seremos dominados por ela, e as
obras da carne se farão presentes em nossa vida. Quando as obras da carne se fazem
presentes em nossa vida, significa que nosso espírito carnal está dominando nosso ser. Então,
o Espírito de Deus se entristece, deixando-nos um vazio, e uma angústia em nossas almas e
em nossos corações.
Nas continuações da presente estaremos explicando o que é exatamente cada obra da carne
listada em Gálatas 5, e é necessário que você, caso queira continuar, saiba que a carne
(espírito carnal, decaído) deve ser extirpada, ou vai tirá-lo da igreja mais cedo ou mais tarde...
Takayoshi Katagiri
Julho/2000
O primeiro fruto (ou primeira parte do fruto) é a prostituição. E o sentido que comumente se
atribui a palavra é como sinônimo de fornicação, isto é, a prática sexual pré-matrimonial. Isto é
prostituição, sim. Mas prostituição não é somente isto.
As palavras podem ter seus sentidos alterados de acordo com o contexto em que estão
inseridas. Assim, essa palavra pode adquirir outros sentidos, de acordo com o sentido que o
Autor quiser lhe emprestar.
No mundo, a palavra prostituição pode ser relativo a uma troca imoral, pessoas que dão coisas
para receber outras coisas, prática esta que ofende a moral e ética. Mulheres e homens que
alugam seus corpos por dinheiro, bens, necessidades. Isto é uma forma de prostituição (Ex.23,
II Reis 17:17) que gostaria que ficasse claro para todos quantos se dizem cristão e se ufanam
como sendo "filhos de Deus".
Nós freqüentemente somos forçados a escolher entre o que é reto aos olhos de Deus, aquilo
que Deus quer e exige de nós, é aquilo que é melhor (pelo menos aparentemente) aos nossos
olhos. Como ocorreu em Números 25. Para possuirem as mulheres moabitas, os hebreus
adoraram os deuses estranhos, e se inclinaram diante de ídolos feitos por mãos humanas.
Nesse sentido, Adão e Eva se prostituíram quando a desobedeceram a Deus para poder
saborear o fruto da árvore da vida.
Abraão prostituiu-se quando mentiu para não correr o risco de ser morto por causa de sua linda
mulher (Gen.12 e 20). Isaque repetiu o mesmo erro (Gen.26). Jacó mentiu para obter a benção
de seu pai( Gen.27).
Ocorre a prostituição quando as pessoas da igreja se vendem para obter o que desejam ou
almejam. Negam a sua fé em Cristo, jogam para fora a honestidade e a pureza de suas mãos
por dinheiro, por prazer, pela fama, pela diversão.
E isto, infelizmente, é comum e rotineiro em nossas igrejas: pessoas que vendem a própria fé,
a própria paz, a comunhão com o Espirito de Deus por dinheiro, por prazer e por uma qualquer
outra mórbida forma de satisfação...
Simão Pedro prostituiu-se para não ser capturado e morto com Jesus, mas depois de revestido
com o poder do Espirito Santo, recusou-se a prostituir por dinheiro (Atos:8). Isto é o que quero
transmitir para ti, e preciso que fique claro: toda vez que alguém que se diz cristão, deliberada
e espontaneamente faz qualquer coisa contrária à palavra de Deus, para ganhar algo ou não
perder algo que tem, está se prostituindo.
Jesus tem que valer mais do que tudo em nossas vidas, e por ele temos que renunciar a tudo.
Enquanto houver alguma coisa no mundo, neste mundo, que valha tanto ou tão mais do que
Jesus, estamos sujeitos a nos prostituir para tê-lo ou não perde-lo.
Pecado não é somente uma transgressão à lei de Deus, como muitos pensam e ensinam.
Pecado não é somente o que não provém de fé. Pecado é tudo o que fere, magoa e entristece
o coração e o Espírito de Deus.
Toda vez que você faz alguma coisa, qualquer coisa, de forma consciente e deliberada, que
venha a magoar, entristecer o coração de Deus para conseguir satisfazer uma necessidade,
um desejo, um capricho, uma "inclinação da carne" (concupiscência), você estará vendendo a
sua fé, sacrificando a sua comunhão e comunicação com Deus. A carne estará se
manifestando e dominando a sua vida, a sua alma, o seu espírito.
Takayoshi Katagiri
Julho/2000
As palavras não têm sentido nenhum se isoladamente colocadas. E nenhuma delas tem melhor
sentido se não houver que as leia, as interprete, as entenda.
Impureza é sujeira, é escória, é o que atrapalha, é o que está destoando do conjunto. Um feijão
no meio de muitos feijões não é impureza, mas um feijão no meio de um monte de arroz é
sujeira, é impureza, porque não se cozinha feijão com arroz.
Os seres humanos (inclusive, talvez, eu e você) tem sido transformados em objetos, em coisas,
em brinquedos sem alma, sem aspirações , sem desejos, com o único propósito de satisfazer
nossos desejos e caprichos e também desejos e caprichos alheios...
Homens com olhos cheios de impureza, olham apenas seios, nádegas e coxas das mulheres
que incentivam essa prática insinuando-se com roupas que mostram "porções generosas" de
seus corpos.
Se por um lado tem se tornado comum que homens vejam mulheres como brinquedos sexuais,
de outro mulheres tem se reduzido a tais objetos quando incentivam tais práticas.
Homens e mulheres são despidos, seviciados, abusados, usados, explorados com os olhos da
imaginação.
Quais as imagens que vem a tua mente quando estás deitado? Quais são os sonhos e os
desejos secretos e inconfessáveis que te assaltam na tua solidão enquanto esperas o teu
sono?
No secreto de teu coração, no esconderijo de tua mente, o que vês? Para o que olhas? Quais
os atos que aspiras praticar? São santos? São agradáveis a Deus? São louváveis? Podem ser
conhecidos e confidenciados?
É comum que se pense que se assim for é impossível ao ser humano manter-se puro. E
realmente é, daí porque a bíblia diz que a salvação é impossível aos homens (Mt.19).
Nossos olhos são a janela de nossa alma. Se nosso interior for limpo, tudo o mais será limpo.
Mas se nosso interior for impuro, tudo nos será impuro.
"Ainda que o pecado lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo da sua língua,
ainda que não o queira largar, antes o retenha na sua boca, contudo a sua comida se
transforma nas suas entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides." (Jó 20:12-14)
Takayoshi Katagiri
Julho/2000
Depois de toda a exposição acerca da impureza, não resta muito a se falar sobre a lascívia.
Enquanto que a impureza se opera no plano abstrato, na imaginação, na mente, no coração e
nos pensamentos, a lascívia é a prática de atos sexuais sem a pureza e a santidade colocadas
na Bíblia para a consecução do "serão os dois uma só carne" (Gênesis 2:24).
O relacionamento sexual, acredito, não tem sido muito bem compreendido pelos membros de
nossas igrejas. Em parte por causa de falta de preparo dos líderes das igrejas, que não tem
também um conhecimento suficiente para se sentirem seguros para ministrar sobre o assunto.
O relacionamento sexual não tem fins meramente reprodutivos, como querem alguns, e não
deve ser mera fonte de prazer como muitos o consideram.
O relacionamento sexual tem vários objetivos que foram instituídos pelo próprio Deus. Este é
um lado da moeda. O outro é a lascívia, a escravidão sexual, a degradação, o excesso, o mau-
uso da sexualidade. Isto é, se por um lado temos uma total condenação e repressão da
utilização de sexualidade humana, de outro, temos um excessivo e desregrado uso, que é
igualmente destrutivo e fonte de angústias e sofrimentos.
Num relacionamento sexual, os pares devem se preocupar mais com o prazer que podem
proporcionar do que o prazer que querem e podem obter. A lascívia faz com que a pessoa se
preocupe somente com o próprio prazer, e isto de uma forma excessiva, desregrada (sem
regras, sem limites e sem medir as conseqüências...). Pessoas há que se relacionam com
animais, com vários parceiros, com pessoas do mesmo sexo, usando objetos, assistindo filmes
e vendo revistas pornográficas. Tudo isto é lascívia.
A lascívia é uma água que não sacia, é uma água que dá mais sede, e cada vez que as
pessoas se entregam à lascívia, mais são envolvidas por ela, mais são tragadas, são viciadas,
controladas, dominadas, escravizadas. É uma escada que leva as pessoas cada vez mais para
baixo.
A pessoa que é dominada pela lascívia é aquela que está sempre "em busca de novas
emoções", porque o que tem logo perde o gosto e a graça... E nessa busca, deixa sua
humanidade para se tornar menos e pior do que os animais...
"Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo da sua língua, ainda
que não o queira largar, antes o retenha na sua boca, contudo a sua comida se transforma nas
suas entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides." (Jó 20:12-14)
Takayoshi Katagiri
Março/2001
Normalmente os cristãos lêem Jeremias 10 ou Salmos 115, e entendem que idolatria se reduz
e se resume ao ajoelhar-se perante imagens de pedra ou madeira, e lhe dirigir orações,
esperando comunicar-se com o que o ídolo representa.
O Senhor nosso Deus é soberano, é absoluto, é total, é completo. E assim Ele deve ser
adorado.
Mas o ser humano é idólatra por sua natureza pecaminosa. Sente a incrível necessidade de
ver, de visualizar, de ter contato com algo mais que os olhos da fé podem mostrar.
O outro sentido da palavra idolatria, ignorado pela maioria dos cristãos, é o que se interpõe
entre o ser humano e Deus.
Deus é soberano, completo, total, absoluto. E qualquer motivo, qualquer elemento, qualquer
pessoa, qualquer coisa que valha mais ou tanto quanto Deus, é idolatria.
É por isso que a Bíblia chama de idolatria a avareza: quando as pessoas esquecem- se de
adorar e glorificar Deus, por causa do dinheiro...
Deus tem que valer mais do que tudo. Mais do que a tua casa, tua conta bancária, teu carro
(novo ou velho), tua chácara, teu emprego, teu próprio corpo, tua vida, teus sonhos, tuas
aspirações, teus projetos de vida. Deus deve valer mais do que tudo, se assim não for, há
idolatria em teu coração...
São ídolos tudo que se interpõe entre você e Deus. Deus tem que vir em primeiro, e antes de
tudo.
Percebe agora como temos milhares de idólatras dentro de nossas igrejas? Pessoas que
preferem magoar, ofender, ferir e entristecer o coração de Deus para não perderem tempo,
dinheiro, carros, o respeito ou a amizade de alguém, o prazer de ver uma novela ou um filme...
Pessoas que preferem magoar e ferir o coração de Deus a passarem por perdas e
humilhações... As suas casas, a sua honra, ou o amor-próprio valem mais do que Deus...
E milhares já abandonaram as igreja por causa do objeto de sua idolatria: dinheiro, posição
social, homens ou mulheres, família...
Deus que vir em primeiro lugar. Se assim não for, Deus não é o primeiro, não é absoluto em
tua vida, não é teu Senhor.
Oportuno colocar que há muitos que não tem consciência de que Deus não é o primeiro, o
Senhor. Acreditam que realmente Deus esteja à frente de suas vidas. Há alguma coisa que
vale mais do que Deus para ti? Se um dia você for colocado contra a parede, e tiver que
escolher entre Deus e outra coisa, e escolher esse outra coisa (talvez a própria vida - Mt.26:69-
75), esse será o objeto de tua idolatria.
Todos os dias cristãos do mundo todo trocam a fidelidade, e a comunhão com o espírito de
Deus por dinheiro, por prazer, pela satisfação de uma vingança. São os ídolos que estão
adorando sem o saber.
Agora você já sabe o que é idolatria. Você tem algum ídolo? Algo que valha mais do que Deus?
"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas." (Mt.6:33)
Takayoshi Katagiri
Março/2001
O ser humano é inseguro por natureza, é fraco e medroso. Mas também é ambicioso,
orgulhoso e vaidoso. Quer ser mais, e melhor do que tudo e todos. E por isso, o oculto, o
proibido, o ultrapassar os limites sempre esteve presente no curso da humanidade.
Por que vai em busca dessas coisas? Por causa da três coisas que o mundo cultua: o prazer, o
poder e a fama. Querem ser ricos, bonitos e famosos. Querem ser invejados, admirados, ser
comentário da sociedade. O desejo de ter poder, de ter todas as vontades satisfeitas, leva
muitas pessoas a desprezarem a própria vida, e a própria liberdade. Querem se sentir fortes,
intocáveis, invencíveis, invulneráveis, infalíveis, vencedores, olhar todos com soberba e
arrogância.
O sucesso é objeto perseguido pela maior parte dos seres humanos. Eles acham que o
sucesso é uma espécie de arco-íris, onde a felicidade estará escondida num pote de ouro.
Então, os desavisados, para conseguir o sucesso que almejam para suas vidas, recorrem à
feitiçaria. Não querem correr o risco de sofrer um fracasso. Não querem o risco de que alguma
coisa não vá dar certo. Não querem ser objeto dos comentários maldosos de outrem, e nem
querem ser vistos como fracassados. Não querem sentir a humilhação de um fracasso. Tem
medo de serem objeto de chacotas e deboches. E isto não somente em grandes projetos de
vida. Mas também, motivados pelo orgulho e pela arrogância, até mesmo em pequenas coisas.
Há nos seres humanos uma ponta de desejo de serem invejados, admirados, respeitados como
vencedores. Ser o objeto dos comentários e dos suspiros de outrem.
Ao lado dos rituais declaradamente satânicos, há, contudo, uma outra faceta mais "soft" de
feitiçaria, mais dissimulada, mais aceita e até incentivada: astrologia (horóscopo), a
necromancia e a consulta dos espíritos.
Dentro do que a Bíblia chama de feitiçaria, estão todas as práticas relacionadas ao contato com
os espíritos e de previsão do futuro.
Pessoas inescrupulosas, atrás de lucro fácil, enganam pessoas ingênuas falando-lhes aquilo
que querem ouvir. Os que são explorados e enganados, na verdade o são pelo próprio desejo
de ter as expectativas realizadas, de ter alguém que lhes diga: vai dar tudo certo, vai em frente.
Medo... o medo faz com que as pessoas ajam de forma irracional em certos casos. O medo do
futuro, o medo do fracasso, o medo da dor faz com que busquem na feitiçaria alguma certeza
de que o objeto de seus medos não as encontre mais à frente...
Medo... quando as pessoas são pressionadas, são colocadas em situações em que tem que
escolher, que decidir sobre o que fazer, como fazer, elas tem medo. Medo de errar, de passar
ou causar dor e sofrimento, de perder o que tem, ou de não conseguir o que querem. Então
elas recorrem ao ocultismo, à feitiçaria para ter certeza de conseguir o sucesso em suas
empreitadas.
Na vida do cristão não há sorte, não há azar. Existe a benção e a direção de Deus. Se temos
medo do futuro, é porque há alguma coisa que não está de acordo com a Bíblia. Ou não
estamos confiando em Deus, que pode cuidar de nós, ou estamos fazendo algo que a Bíblia
condena.
Tua vida está de acordo com a Bíblia diz? Tua vida está nas mãos de Deus? Então, não temas,
porque o Senhor é contigo. Nesta questão, não adianta mentir. Daí porque o Salmista pergunta
para Deus se há alguma coisa contra Deus em sua vida (Salmos 139). Em caso contrário... a
feitiçaria não vai poder te livrar das funestas conseqüências de teus atos, porque quem semeia
ventos, colhe tempestades (Oseias 8:7).
Takayoshi Katagiri
Julho/2000
O ser humano é extremamente melindroso, e se ofende, e se sente ameaçado por pouca coisa,
às vezes por quase nada. Algumas vezes por nada...
Por que estou falando sobre isto? Porque "inimizade" é um conceito ativo, não um conceito
passivo. Isto é, no mais das vezes, não são as pessoas que se declaram nossas não-amigas.
Lógico que há situações em que não tem como deixarmos de reconhecer inimigas porque elas
assim se declaram e praticam atos de inimizades. Mas, no mais das vezes, nós é que
"sentimos" que as pessoas são ou se tornaram nossas inimigas.
Há que se diferenciar quem são efetivamente, nossos inimigos, e quem são aqueles que
consideramos, elegemos, como nossos inimigos.
Inimizade é obra da carne. Você tem sido amigo(a) de teus irmãos? As pessoas da igreja são
tuas amigas? As pessoas da igreja tem a ti como amigo(a)?
Existem três sentimentos que podemos sentir em relação às pessoas que estão nas igrejas:
amor, ódio e indiferença. De longe, é possível concluir que o sentimento mais comum e a
indiferença.
Tanto faz como tanto fez se as pessoas estão na igreja ou não. Indiferença é uma forma da
inimizade de que fala a Bíblia...
Temos que amar, e sermos amigos das pessoas que estão na igreja. Não importa se elas se
importam conosco ou não, se nos amam ou não. Nós temos que amá-las, e ajudá-las, e nos
importarmos com ela. O que foge disto não é amor.
Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma,
e de todo o teu entendimento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo. (Mt.22:37-39)
AS OBRAS DA CARNE (continuação)
Publicado em 12/13/2002
Afinal, o que é contenda? É uma coisa muito comum na igreja, entre seus membros, que não
sabem que é uma obra da carne (ou não dão importância), e que somente ocorre com quem
está na carne, e, portanto, fora do domínio do Espirito...
Levados pelo calor das emoções, são capazes de acusar irmãos de estarem sob a ação de
demônios, cometendo heresia, de levar qualquer bobagem sem importância ao concilio
(presbitério, reunião de obreiros, diretoria, ou coisa semelhante) da igreja, e de exigir a cabeça
do ofensor.
Gente que se sente rebaixada, humilhada, ofendida, que NÃO SUPORTA o tratamento (muitas
vezes injusto, outras vezes, não) que lhe foi dispensado por um ou por outro irmão ou líder da
igreja onde está congregando, e decide sair dessa igreja, e FUNDAR uma outra. Com os
mesmos princípios, os mesmos valores, a mesma doutrina... talvez o mesmo estatuto. Só o
nome é diferente. E o líder também. O fundador da nova "igrejinha", antes era parte de uma
liderança. Agora é O LÍDER, o pastor-presidente, ou cargo que o valha. Enfim, o cara que
manda, que assina o cheque; o cara que decide.
Os motivos que elegem para a sua atitude são os mais diversos e variados. Mas todos eles
passam pelo orgulho, pela soberba, pela arrogância. Pela incapacidade de reconhecer ou
aceitar que foi cometido um erro, e, assim, proceder o perdão.
No fundo, as contendas são fruto da falta de amor. Amor por Deus, amor pelas almas, amor
pela obra, amor pelos irmãos, que fazem com que não suportem mais presença dos desafetos,
não são capazes de perdoar erros e pecados.
Entende por que a Bíblia diz em muitas partes que o amor encobre os pecados (Pv 10:12, I Pe.
4:8)?
Quando somos envolvidos, tomados, agarrados, enchidos e dominados pelo Espirito de Deus,
a carne não tem mais poder sobre nós. Quando os esvaziamos do Poder, da Graça e da
comunhão com Espírito de Deus, então a carne opera, e frutifica em nossos corações, em
nossa vida, as obras da carne, objeto desta série.
Não permita que as obras da carne tomem conta de ti. Viva em espírito.
Uma certa vez li uma tira de jornal (da seção de quadrinhos), onde havia uma mulher se
lamentando:
- Ohh... por que ele me deixou? Por quê? Por quê? Por quê? Eu não o largava pra nada.
Nunca o deixava sozinho. Eu ia comprar pão com ele, ia com ele ao trabalho, ia com ele ao
banheiro. Até na esquina de casa eu ia com ele. Nunca o deixava sozinho, nem por um instante
sequer. Por que ele me deixou? Por quê? Por quê? Por quê?...
Uma mulher que não deixava seu marido respirar... tratava-o como um incapaz, ou como jóia
preciosa que precisava ser guardada pelo ser medo de ser roubada...
Tem gente que pensa que ciúme é tempero de casamento, e que por isso mesmo, não é em si,
mesmo, perigoso ou prejudicial...
Aliás, há uma passagem na Bíblia Sagrada que revela que Deus trata de seus filhos com
ciúmes (Tiago 4:5). Bom, então o ciúme não deve ser uma coisa ruim, não é mesmo? Depende
da origem do ciúme.
Em minha análise pessoal (e posso estar errado), concluí que o ciúme pode ter origens
diversas. Principalmente a insegurança, o sentimento de posse e o sentimento de propriedade.
Os ciúmes por insegurança são mais observados nas mulheres. Tem medo de perder o marido.
O cônjuge é tratado como uma âncora ou bóia, sem a qual morreria afogada. E que por isso
mesmo, se agarra com unhas e dentes com insano medo de perdê-la.
Medo de ser abandonada, desprezada, trocada por outra... Medo da humilhação de não ter um
homem só seu... Então, esse medo faz a mulher agir de forma que causa constrangimentos,
sofrimentos, dores... e a ruptura do relacionamento. Algo como se segurasse uma coisa com
tanta força em suas mãos que ela escapasse através dos dedos...
Os ciúmes por sentimento de posse são mais observados nos homens. A sua arrogância os
fazem tratar o cônjuge como uma propriedade qualquer cujo egoísmo não deixa ser vista ou
tocada por outrem. Um animal valioso, ou uma obra de arte de grande valor que podem ser
danificados (é meu e ninguém tasca!).
A enorme diferença entre os ciúmes de Deus e os ciúmes humanos, é que Deus nos dá a
liberdade de errarmos. Não nos tranca num quarto, não nos espanca, não grita, nem xinga, não
exige satisfação de todos os nossos atos, e não nos impede de andarmos sozinhos pelas ruas,
ou de sair pela noite para ver a cidade, e tomar um refrigerante no bar da esquina.
As pessoas que a quem amamos (ou pelo menos pensamos que amamos) não nos pertencem.
Muito pelo contrário. Nós é que pertencemos às pessoas que amamos.
Quando amamos realmente alguém somos capazes de deixar que ela seja feliz, mesmo... que
seja ao lado de outro alguém.
Volto a repetir, as obras da carne se manifestam em nós quando o Espírito de Deus deixa de
agir em nós e de comandar nossos atos.
Os ciúmes de Deus são pelo sentimento de PROPRIEDADE e não pelo medo ou sentimento
de posse. Deus não tem medo de nos perder, e nos trata como um animal ganhador de vários
prêmios. E nem nós o podemos.
A coisa mais fácil do mundo é se deixar dominar pela carne. Para tanto, não se precisa fazer
nada. A carne é como a erva má. Não precisa ser plantada, nasce em qualquer lugar, não
carece de cuidados, e toma conta de tudo.
Em relação à ira, penso ser importante delimitarmos o que é a ira, para depois saber como lidar
com ela. Mas antes de colocarmos o que é a ira, penso que é igualmente importante colocar
quais são as situações em que ela aparece.
Normalmente ficamos com raiva quando: a) somos flagrados no erro (tipo ser multado no
trânsito, ou chegar atrasado e não poder fazer um exame); b) o time para o qual torcemos
perde a final do campeonato; c) um filho ou subordinado nos desobedece; d) não conseguimos
ser aprovados num exame (que não seja de fezes...); e) somos tratados com aspereza,
estupidez ou grosseria; f) somos afrontados, injuriados, injustiçados, humilhados; g) ocorrem
dezenas de outras situações que não nos é possível colocar agora.
Todas essas situações despertam em nós um sentimento de raiva, em maior ou menor grau.
Isto é, a raiva é sempre uma REAÇÃO diante de uma situação adversa, e pode ser em maior
ou menor grau. Mais ou menos como uma reação alérgica. Vão desde simples coceira até um
choque anafilático. Mas nem por isso deixam de ser malévolos ou malignos.
No livro COMO VENCER A DEPRESSÃO, Tim La Haye informa que a raiva é um dos estágios
ou etapas iniciais da depressão.
Sendo emoção, não temos controle sobre o seu surgimento. Mas podemos controlar sua
EXPANSÃO. Um exemplo: estamos no trânsito, uma motorista comete uma infração, uma
barbeiragem, e nos causa um susto. Surge a raiva. Podemos deixar que ela tome conta de nós,
e xingarmos o motorista e a mãe dele... ou podemos nos controlar, agradecer pelo ocorrido e
pedir a misericórdia e a benção de Deus sobre ele.
Repito: quando a raiva surge em nós, diante das situações em que nós nos encontramos,
podemos nos deixar dominar por ela, ou podemos dominá-la e deixarmo-nos ser dominados
pela paz de Deus.
Um detalhe: é possível não explodirmos no momento, mas guardar a raiva, como se
segurássemos uma válvula de panela de pressão. Hipótese em que a conseqüências são muito
mais graves de desastrosas.
Imagine a raiva como se fosse o veneno de um animal peçonhento. Um animal que muda de
acordo com a situação, podendo ser desde uma abelha, uma vespa, até uma cobra cascavel,
passando por escorpiões e aranhas. As situações adversas fazem com que o veneno nos seja
inoculado. A afronta, a frustração, são a picada destes animais. Podemos reagir no momento,
gritando, xingando, matando, destruindo, ou podemos guardar o veneno dentro da gente,
fazendo com que nossos órgãos internos apodreçam com o passar do tempo... ou podemos
agradecer a Deus por todas as coisas, boas ou más, e permitir que o Espirito de Deus nos
encha com a sua paz
Antes de explanarmos sobre o título em epígrafe, penso se importante abrir um parágrafo sobre
um grande problema em relação à leitura da Bíblia: a tradução.
Em algumas versões pesquisadas, a seqüência é discórdia, facções e heresias. Por que temos
tantas versões e tantas diferenças entre umas e outras? Porque cada qual traz em si os
valores, e os sentimentos de quem traduziu o texto. Se a versão utilizada foi traduzida por
quem tinha más intenções, o texto saiu todo deturpado, como realmente encontramos algumas
versões...
Neste caso concreto, e para a finalidade que pretendo atingir, melhor utilizar a seqüência
discórdias, dissensões e facções ou partidos (e não heresias).
Heresias são ofensas a princípios religiosos. Hereges são aqueles que vão contra valores
religiosos. Voltaremos ao tema.
O Apóstolo trata das discórdias, dissensões e facções como a evolução de uma doença.
Doença esta que está se alastrando rápida e descontroladamente nas igrejas de Cristo.
Trabalhar com gente é a pior coisa que existe. Pessoas são melindrosas, são suscetíveis, são
sensíveis e volúveis... magoam-se e sentem-se feridas e ofendidas por pouca coisa. Às vezes
por nada.
A igreja é uma ORGANIZAÇÃO. É um conjunto. A Bíblia fala em "corpo" (I Cor.12). Esse corpo
deve ser COMANDADO, DIRIGIDO, GERENCIADO, ADMINISTRADO por uma PARTE. E
deve trabalhar em HARMONIA. Em resumo: o corpo deve ter um comandante, cujas decisões
devem ser aceitas, acatadas, obedecidas pelo CONJUNTO.
É aqui que a coisa pega... um corpo vivo tem suas partes COLADAS, GRUDADAS, são parte
integrante de um TODO INDIVISÍVEL, mas os membros da igreja, não. Nasceram em
separado, e, de acordo com o amadurecimento espiritual, de acordo com a santificação, é que
eles vão se tornando (ao longo do tempo) um só. E enquanto isto não ocorre, essas partes
(cada membro individual) são ainda pedaços destacáveis... isto é, ainda "saem" de seus
lugares como se fossem uma roda de carro com os parafusos frouxos... Entende o que quero
dizer?
A falta de perdão, a falta de amor, a falta de humildade, então, faz com que um grupo decida
sair da igreja, ir para outra (menos mau), ou sair de vez da Igreja... ou (o mais grave e objeto
da presente mensagem) fundar um novo grupo religioso, que se diz cristão, ou evangélico...
requerendo para si as bênçãos de Deus, e alardeando que a sua criação decorreu de uma
expressa e direta vontade de Deus, que foi Deus quem dirigiu tudo...
Aqui entra o sentido da palavra heresia: é contrário ao Espirito, à intenção de Deus e aos
princípios Bíblicos que pessoas magoadas, insatisfeitas, ou que sentem injustiçadas fundem
igrejas para massagear o próprio ego, e fazer justiça com as próprias mãos.
Toda a humanidade sofre de uma doença congênita e hereditária chamada "pecado". Ela
nasce com o ser humano, e está entranhada no mais profundo de seu ser. As manifestações
do pecado são múltiplas e multiformes. A inveja é apenas uma delas.
Ocorre que a maioria das pessoas tem uma idéia meio "oblonga-arredondada" sobre uma
grande parte dos termos e conceitos usados correntemente. É o caso da inveja, do amor, do
ciúme, do romantismo e milhares de outros. "Todomundo" fala sobre isto, mas quando pedimos
para que sejam definidos, conceituados, quase ninguém consegue, porque quase ninguém
sabe. E quem se arrisca a fazer uma colocação sobre o termo, começa dizendo "pra mim".
O que é a inveja? Inveja é uma emoção, como quase todos as obras da carne. Uma emoção
que é um misto de vários fatores: vaidade, cobiça, frustração (incapacidade) e ódio (ou raiva).
Vaidade porque o invejoso é uma pessoa que quer sempre ser o melhor em tudo, o centro da
atenções, o objeto dos comentários e dos suspiros alheios; quer ser... invejado pelos demais.
Nessa ânsia de ser admirado e invejado, o invejoso está sempre querendo mostrar o que tem
(mesmo que não tenha), o que é (mesmo que não seja), e o que pode (mesmo que não possa).
Cobiça porque nessa ânsia de ser invejado, o invejoso quer sempre o que está além de suas
posses e de suas capacidades.
Frustração porque o invejoso sofre por não ser ou ter o que acha que deveria ser ou ter.
E assim, surge a raiva em seu coração, e assim, a necessidade descarregar essa ira, essa
raiva, essa frustração em forma de uma vontade de ferir, de magoar, de destruir, de fazer
sofrer...
A inveja sempre tem duas vítimas: o próprio invejoso, e a pessoa de quem o invejoso sente
inveja.
O invejoso é sempre uma vítima de seu sentimento maligno, porque o faz sofrer. Remói a sua
incapacidade, se martiriza e é infeliz por que não se contenta com o que é e nem com o que
tem.
E a inveja sempre tem outra vítima: a pessoa de quem o invejoso sente inveja. O invejoso
sempre ELEGE alguém que tenha algo que o faça ser amado, querido e desejado. Algo que o
torne popular. Uma popularidade que o invejoso quer ter a qualquer custo: uma mulher bonita
ou um marido bonito, sucesso, um carro, uma voz sedosa, um bom emprego, bons filhos, uma
roupa bonita...
Na história dos reis de Judá e de Israel sempre esteve presente a inveja. Leia os livros de
Samuel, Reis e Crônicas e descubra o quanto a inveja fez matar e destruir.
Mesmo que não o perceba, ou admita, o invejoso culpa a pessoa invejada pelo seu insucesso,
pela sua dor e sua frustração. E aí vem a raiva, o ódio, o desejo de magoar, ferir, fazer sofrer e
destruir o "culpado" pelo fracasso desse invejoso em sua ânsia de ser o centro das atenções, o
vencedor, o aclamado pelas multidões...
Todas estas manifestações e colocações que aqui faço nunca aparecem em suas exatas
proporções. Isto é, não é porque tudo o que coloco não aparece é que a inveja deixa de existir.
Mas as colocações que agora faço podem aparecem em maior ou menor grau.
O invejoso sente uma mórbida satisfação em ver o sofrimento e a dor do invejado. Isso se
chama "perversidade".
Se você sofre desta doença, reconheça-a, confesse-a e busque a cura. Evite sofrer.
A questão da bebida já levou muita gente boa para a execração e para o ostracismo.
Há uma confusão muito grande entre os cristãos em muitos assuntos, cada um interpretando a
Palavra de Deus de acordo com as suas convicções, seus valores e seus sentimentos. Às
vezes de acordo com os seus desejos e aspirações nem sempre muito louváveis...
"Beber é pecado?" é a dúvida que assola milhares de cristãos no mundo todo. Os que são a
favor do enquadramento da bebida no rol dos pecados tem vários versículos que servem como
fundamento. Por outro lado, os defensores da bebida alegam que Jesus transformou água em
vinho, e que o problema estaria no excesso (tudo me é lícito, mas nem todas me convêm - I
Cor.6:12).
Para a infelicidade do primeiro grupo, meu entendimento é que realmente o problema não está
na bebida em si, como também o problema não está nas facas ou no dinheiro. O problema está
em seu mau-uso.
Todas as afirmações dos cristãos sobre Deus têm que estar, obrigatoriamente, pautadas,
fundamentadas, embasadas na Bíblia. E não há um só versículo na Bíblia que diga que seu
consumo é contrário aos desígnios ou à intenção de Deus, que diga que "beber é pecado".
Assim os que são contrários ao consumo do álcool se apegam a versículos circunstanciais, que
colocam os malefícios do uso do álcool.
"Ótimo! Então eu posso beber, não é"? Pode ser a tua conclusão. Com a qual eu não
concordo.
O álcool tem algumas propriedades especiais. Causam alguns efeitos nos animais. O primeiro
deles é o relaxamento. O álcool é uma substância vasodilatadora. Faz com que as veias e
artérias fiquem mais grossas, deixando passar sangue com mais facilidade. Por isso que nos
dias frios, diz-se que o "álcool esquenta". E tem também o efeito desinibidor. As pessoas que
consomem álcool ficam mais corajosas, menos tímidas. Conseguem expressar e ser de um
jeito que não seriam sem o álcool. Esses são alguns aspectos. Entro os outros, torna as
pessoas inconvenientes, inoportunas, soberbas, arrogantes e, principalmente, inconseqüentes,
não se importando com as desastrosas conseqüências de seus atos.
Outro aspecto que não pode ser desprezado é que o álcool vicia. Torna as pessoas
dependentes, escravas de seu uso.
"Mas se beber socialmente, ou por esporte, tais problemas não existem", pode ser outra
conclusão, fadada ao fracasso.
Os aspectos maléficos do álcool são maiores do que os benéficos. O uso do álcool deve ser
uma exceção, e não a regra. Algumas pessoas são mais suscetíveis, mais sensíveis ao uso do
álcool do que outras.
Quando a Bíblia coloca as bebedeiras entre as obras da carne, o faz tendo em vista as
situações em que o álcool torna as pessoas inconvenientes, inoportunas, soberbas, arrogantes
ou inconseqüentes. Pior: quando escraviza.
Várias pessoas usam o álcool como escapismo, como forma de fugir da realidade, dos
problemas, das pressões da vida.
Como o álcool tem a propriedade de tornar as pessoas mais leves, mais soltas, dando a
sensação de euforia, tornando-as mais corajosas (acredito que "inconseqüentes" seria mais
cabível) e desinibidas, o "beber socialmente" pode evoluir para o vício, conduzir para a
escravidão ao longo dos anos. Pessoas que bebem somente nos finais-de-semana podem ser
tentados a beber também pela noite, e assim beber todas as noites, e beber nos almoços, e
assim conduzir à dependência.
O "de vez em quando" pode ter a freqüência diminuída, até que se torne diário.
Para os cristãos, a pergunta que deve ser feita é: "por que beber?". Vai ajudar em alguma
coisa? Vai ser produtivo? Vai demonstrar a glória de Deus? Vai ajudar a disseminar o amor e a
gloria de Deus? Em outras palavras: o uso do álcool deve ser sempre uma exceção, e não
regra.
Há muito pouco ou quase nada a se falar nas orgias como obras da carne. Isto é, não são
necessárias muitas explicações para se entender os motivos e as razões pelos quais a Bíblia
coloca a orgia como obra da carne.
Como estamos numa série de mensagens sobre as obras da carne, não podemos deixar de
tecer alguns comentários sobre o assunto, uma vez que constante no texto bíblico estudado.
A prática do relacionamento sexual do ser humano é uma benção, e uma obrigação. Através do
relacionamento sexual há a realização do "uma-só-carne" que Deus determinou. E através
dessa realização, temos o cumprimento da obrigação: enchei toda a terra.
Contudo, na maior parte dos animais, o relacionamento sexual não é algo prazeroso. No mais
das vezes, é doloroso ou, no mínimo, destituído de prazer. Os animais se relacionam porque
há um "programa pré-determinado" (instinto) pelo próprio Deus, que eles têm reproduzido
desde que foram criados.
Porque no ser humano é diferente? Porque Deus quis que quando ele olhasse para seus filhos,
tivesse prazer em vê-los. E não dor.
A Bíblia diz que todas as coisas que foram criadas por Deus são boas. Então o relacionamento
sexual, inato à condição animal, também tem que ser uma coisa boa. Nesta linha de raciocínio,
não pode estar certa a corrente de pensamento que imagina e ensina que o relacionamento
sexual é uma coisa má, perversa, suja, imoral.
O perigo está em não se encontrar, não se conhecer o fiel da balança. A linha divisória entre o
santo e o profano, o belo e o pervertido, o desejável e o condenável por Deus na Bíblia.
Infelizmente, essa linha divisória não é tão visível (ou tão conhecido) como Deus esperava que
fosse. Então, de um lado temos gente que diz que o relacionamento sexual deve ser
estritamente para a perpetuação da espécie (reprodução). Uma coisa mecânica, fria, e
dolorosa. De outro, temos gente que pensa que Deus quer o coração. O corpo, não. Aí dá
vazão à devassidão e à sensualidade, praticando as orgias que a Bíblia condena.
Por que a orgia é obra da carne? O que é orgia? O que a Bíblia chama de orgia? Dentro do
conceito de orgia, na linha de raciocínio do texto estudado, estão a impureza e a lascívia já
estudadas. Contudo, além destes elementos, a orgia compreende também a quebra da
proposta da "uma-só-carne" de Gênesis.
Toda vez que um ser humano se envolve num relacionamento sexual onde não é possível,
factível, os pares sexuais serem "uma-só-carne", estamos diante de uma orgia. Assim, são
orgias os relacionamentos sexuais de pessoas de mesmo sexo, e de pessoas com animais ou
mais de um parceiro.
A Bíblia diz que quando nós nos unimos com uma prostituta, nos tornamos uma só carne com
ela (I Coríntios 6:15-16). Nada impede que uma prostituta se converta e seja santificada no
nome santo do Senhor Jesus. Contudo será impossível a realização do "uma-só-carne" com
vários(as) parceiros(as), ou com animais.
Gente que se envolve com orgias é gente que foi envolvida por um espírito diabólico de lascívia
e devassidão. São pessoas que se rebaixam a um nível inferior ao de animais irracionais,
porque estes são guiados pelos instintos com os quais nasceram. E quem se deixa dominar
pelos espíritos diabólicos vai contra a natureza que Deus implantou no animal "ser humano",
sendo guiado pelos desejos, pela busca do prazer em todas as suas formas, e em todos os
graus, de todas as maneiras.
São pessoas enganadas, ludibriadas, trapaceadas pelo diabo, que oferece a proposta de
felicidade como sendo o prazer e a diversão. Levam ao extremo a enganosa e destrutiva
máxima de que "a felicidade não existe, o que existem são momentos felizes".
Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo da sua língua, ainda
que não o queira largar, antes o retenha na sua boca, contudo a sua comida se transforma nas
suas entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides. (Jó 20:12-14)
No elenco das obras das carnes, há uma porteira aberta para se classificar vários atos ou
atitudes como tais: coisas semelhantes a estas, sobre os quais desde já vos digo: quem as
pratica não herdará o reino dos céus (Gal.5:19).
Já tive a oportunidade de dizer, e volto a repetir, que o cristianismo não é uma roupa que se
veste em determinadas ocasiões. O comportamento do Cristão deve ser linear, e de acordo
com os princípios bíblicos, com os ensinamentos de Jesus, e orientação do Espírito de Deus.
O cristão é uma pessoa que tem uma guerra dentro de sua alma, de seu espírito. Duas
naturezas guerreiam entre si: de um lado, o espírito carnal e vendido sob a escravidão do
pecado, que não aceita afrontas, que "não leva desaforo para casa", que é preguiçoso, altivo,
se aborrece facilmente, é grosso, deseducado, estúpido, estourado, vive a gritar com todo
mundo, insatisfeito com tudo, reclamando de tudo, culpando o emprego, a casa onde mora, o
bairro onde mora, os parentes, a família pela própria infelicidade. De outro lado, o Espírito de
Deus, manso, pacífico, solícito, generoso, preocupado com a felicidade daqueles que vivem ao
seu redor, capaz de se sacrificar pelos que ama.
O mundo das pessoas felizes é diferente do mundo das pessoas infelizes. Que é feliz tem um
semblante leve, seus olhos são brilhantes, seu rosto tem um brilho diferente, e um sorriso
aparece em seus lábios por qualquer coisa; às vezes, pelo simples fato de estarmos ao seu
lado. Quem é infeliz tem um semblante pesado, seus olhos são soturnos, seu rosto é
carregado, e um sorriso é uma raridade em seus lábios. Entende o que quero dizer?
Não adianta as pessoas alardearem aos quatro ventos, "tocando trombeta diante de si",
fazendo propaganda e dando testemunho de sua felicidade, se seus atos, seu semblante, seus
olhos traem as suas palavras.
As igrejas estão cheias de pessoas que são infelizes, mas insistem em alardear uma falsa,
ilusória e fantasiosa felicidade. Pessoas preguiçosas, deprimidas, reféns de seu gênio
explosivo, ciumentas, e que aborrecem por muito pouco, às vezes por nada. Estão sempre
reclamando de tudo, mas insistem em dizer: "graças a Deus que no céu encontraremos
descanso". Convenhamos, outra ilusão.
O que chamamos de carne é nossa natureza decaída, perversa, vendida sob a escravidão do
pecado, e que vai contra tudo o que é santo e agradável a Deus. Quando uma pessoa briga,
grita, xinga, manda todo mundo "pra ponte que caiu", tem prazer e se diverte com a aflição
alheia (principalmente dos desafetos) nada mais está fazendo do que ser natural. Estas coisas
são naturais ao ser humano.
Entende o que quero dizer? Estamos estudando as obras da carne. Então temos que entender
o que é a carne. Reconhecê-la, para então saber como lidar com ela. Se nem sequer
reconhecemos uma obra da carne, dificilmente saberemos como combatê-la.
A lista de Gálatas 5:18-19 não é taxativa, não é fechada. Qualquer coisa que fira, que magoe o
Espírito de Deus é obra da carne. Por exemplo: grosseria e indelicadeza são obras da carne,
porque magoam. Hipersensibilidade (magoar-se por qualquer coisa, às vezes por nada)
também é, porque demonstra um espírito fraco e medroso.
Quando estamos em dúvida, não devemos perguntar "é pecado?". Isto demonstra que
queremos fazer, mas temos medo de alguma conseqüência futura. O desejo de fazer está em
nós, mas nos contemos pelo medo que possa acarretar.
Depois de ler todas as explicações (superficiais, reconheça-se - espero que tenha lido todas)
sobre as obras da carne, é necessário perguntar: ela estão presentes em tua vida? Deus pode
olhar para ti do alto e dizer: "este(a) é o(a) meu(minha) filho(a) amado(a), em quem tenho muito
prazer"?