Os libertinos existem há muito tempo dentro da Igreja Cristã. Não vamos confundi-los com
aqueles que procuram a liberdade da escravidão do pecado, da carne, do mundo e da lei,
que é a liberdade cristã propriamente dita, encontrada em Cristo. Nesse sentido, todo crente
verdadeiro é livre, ao mesmo tempo em que é escravo de Deus e servo dos seus
semelhantes. Paulo fala disso em Romanos 6.
Nós os encontramos em todos os períodos da Igreja. Quem não lembra de Balaão, o falso
profeta que ensinou os filhos de Israel a se prostituir com as cananitas e a praticar a religião
delas, como se fosse algo aceitável a Deus? (Num 31.16).
1. Os libertinos estão introduzidos nas igrejas e comunidades cristãs, mesmo não sendo
verdadeiros crentes em Cristo Jesus, dissimulando suas crenças e práticas até se sentirem
seguros para manifestar abertamente o que são. Eles estão presentes nos cultos e
festividades como “rochas submersas” (Jd 12), que representam um perigo para a
navegação.
2. São pessoas ímpias – isto é, sem piedade pessoal, sem temor a Deus e sem verdadeiro
relacionamento com o Senhor Jesus Cristo – que se apresentam travestidas de cristãos,
usando a linguagem cristã e engajadas em práticas cristãs. São arrogantes e aduladores
dos outros por interesses (Jd 16). São “sensuais” e “promovem divisões” no corpo de Cristo
com suas ideias heréticas (Jd 19).
3. A doutrina libertina é que a graça de Cristo faz com que tudo seja lícito ao cristão,
inclusive a prática da imoralidade – que naturalmente não é chamada por esse nome, mas
por eufemismos e outros nomes, como sexo livre, amor, etc. Essa doutrina transforma essa
graça em libertinagem – é daí que vem o nome “libertinos”.
4. Em última análise, a doutrina dos libertinos nega a Jesus Cristo, que sofreu na cruz para
livrar seu povo não somente da culpa do pecado, mas do poder do pecado em suas vidas,
conduzindo-os à santidade e pureza. Os libertinos vivem sem nenhum recato (Jd 12).
5. A fonte de autoridade para essa doutrina não é a Escritura, que em todo lugar condena a
imoralidade, a concupiscência, a prostituição e o adultério, mas suas experiências pessoais.
Judas chama os libertinos de “sonhadores alucinados que contaminam a carne” (Jd 8). O
“cristianismo” dos libertinos não é oriundo da revelação de Deus nas Escrituras, mas é fruto
da sua mente carnal, “instinto natural, como brutos sem razão” (Jd 10).
Libertinos costumam construir uma imagem de Jesus como uma pessoa inclusivista, que
amou a todos sem distinção, jamais condenou ninguém nem se pronunciou contra o pecado
de ninguém. Todavia, o Jesus libertino é diferente do Jesus da Bíblia, que o Cristianismo
histórico vem anunciando faz dois mil anos.
Se Jesus foi o que os libertinos dizem, ele foi um fracasso, pois seus discípulos mais
chegados se tornaram o oposto do que ele queria: Pedro passou a ensinar que a vida nas
paixões carnais era pecaminosa (1Pedro 1:13-19), João passou a dizer que a paixão pelas
coisas do mundo e da carne não procedem de Deus (1João 2.15-17), Tiago condenou o
mundanismo (Tiago 4), o autor de Hebreus disse que temos que lutar até o sangue contra o
pecado que nos rodeia (Hebreus 12.1-4) e Paulo declarou que os sodomitas e efeminados
não entrarão no Reino de Deus (1Coríntios 6:9-11). Eles certamente não aprenderam essas
coisas com o Jesus libertino.