1
7.1. APLICAÇÃO DO QFD ............................................................................................ 30
7.2. APLICAÇÃO DO 5 S .............................................................................................. 34
7.3. APLICAÇÃO DO FMEA.......................................................................................... 36
7.4. APLICACÃO DA APPCC ......................................................................................... 38
7.5. APLICAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ................................................................... 41
8. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 42
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................................ 43
2
1. INTRODUÇÃO
3
O interesse pela implementação da produção de frutos tem se dado pelo fato do açaí,
antes destinado totalmente ao consumo local, ter conquistado novos mercados e se tornado
em importante fonte de renda e de emprego. A venda de polpa congelada, para outros
Estados brasileiros, vem aumentando significativamente com taxas anuais superiores a 30%,
podendo chegar à cerca de 12 mil toneladas. As exportações de polpa ou na forma de mix,
para outros países, ultrapassam a mil toneladas por ano.
O incremento das exportações vem provocando a escassez do produto e a elevação
dos preços ao consumidor local, principalmente no período da entressafra, de janeiro a junho.
O reflexo imediato da valorização do produto resultou na expansão de açaizais manejados, em
áreas de várzeas, e estimulou a implantação de cultivos racionais em terra firme. Os dados
mais recentes estimam em mais de 15 mil hectares de áreas manejadas e financiadas no
Estado do Pará, gerando aproximadamente 2 mil empregos diretos. No agronegócio do açaí,
no Pará, é estimado o envolvimento de 25 mil pessoas.
Embora o açaizeiro ocorra naturalmente em grandes concentrações em toda a região
do estuário amazônico, a produção econômica de frutos é creditada, basicamente, às
microrregiões homogêneas de Cametá, Furos de Breves e Arari que, ao longo dos últimos 10
anos, contribuíram com mais de 90% da produção estadual. Em termos de oferta de frutos,
têm destacadas participações os Municípios de Cametá, Limoeiro do Ajuru, Abaetetuba,
Igarapé-Miri, Ponta de Pedras e Mocajuba, responsáveis por cerca de 80% da produção
paraense.
A produção anual de frutos se mantém por volta de 160 mil toneladas, mas é esperado
sensível aumento quando as áreas de cultivo e de manejo apresentarem níveis satisfatórios de
produtividade, estimados em 8 toneladas por hectare. Do total colhido, cerca de 20% é
consumido pelas famílias no local de produção. O valor anual da produção de frutos de
açaizeiro, no Estado do Pará, é de aproximadamente 66 milhões de reais.
4
2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO AÇAÍ
Matéria seca % 15
5
O óleo extraído do açaí é composto de ácidos graxos de boa qualidade, com 60% de
monoinsaturados e 13% de poliinsaturados. Com relação às proteínas, possui teor superior ao
do leite (3,50%) e do ovo (12,49%), enquanto o perfil em aminoácidos é semelhante ao do ovo.
O açaí possui elevado teor de antocianinas, contendo cerca de 1,02 /100 g de extrato
seco. As antocianinas são pigmentos naturais, pertencentes à família dos flavonóides, sendo
estes responsáveis pela cor do açaí. Além disto, possuem função antioxidante, que assegura
melhor circulação sanguínea e protegem o organismo contra o acúmulo de placas de depósito
de lipídeos, causadores da arteriosclerose.
O consumo diário de um litro de açaí do tipo médio, com 12,5% de matéria seca,
contém 65,8 g de lipídios, o que corresponde a 66% da ingestão diária requerida; 31,5 g de
fibras alimentares totais, o que equivale a 90% das recomendações diárias e 12,6 g de
proteínas, o que corresponde de 25% a 30% da quantidade nutricional diária necessária. O açaí
é rico em minerais, principalmente potássio e cálcio e, dentre as vitaminas, pode ser destacada
a vitamina E, um antioxidante natural que atua na eliminação dos radicais livres.
6
3. PROCESSAMENTO, EMBALAGEM E CONSERVAÇÃO
3.1.2. Seleção
7
processadores, variam conforme a procedência dos frutos e de seu grau de maturidade. A
água pode estar à temperatura ambiente ou na de 40 ºC a 60 ºC, não devendo exceder a este
valor. O tempo de amolecimento varia de 10 a 60 minutos e, quanto maior for o grau de
maturação, menor será o tempo de imersão dos frutos. Esses valores são empíricos, pois não
existem, até o momento, experiências comprovando, tecnicamente, qual a temperatura da
água e o tempo de imersão adequados para que o epicarpo e o mesocarpo amoleçam o
suficiente para favorecer o despolpamento, sem afetar as propriedades da matéria-prima;
A 3a lavagem é feita com água clorada (20 ppm a 50 ppm1 de cloro ativo), por cerca de
20 a 40 minutos. A solução de cloro para a lavagem não deve ser utilizada para várias
bateladas, pois o poder desinfetante da solução diminui em virtude da oxidação e da
evaporação do cloro;
Na 4a, o excesso de cloro é retirado por meio da lavagem por aspersão com água
potável.
8
3.2. Processamento tradicional ou semi-industrial
O açaí, após o tratamento térmico ou não, tem como embalagem primária o saco de
polietileno de baixa densidade, sendo normalmente empregados aqueles com capacidade para
100, 500 e 1.000 g.
O produto embalado é conduzido a um túnel de congelamento rápido, regulado a -40
ºC. Esse tipo de congelamento proporciona melhor qualidade ao açaí, pois diminui a
possibilidade de ocorrência de alterações químicas, bioquímicas e microbiológicas. Após o
congelamento, o açaí deve ser armazenado em câmara fria, com a temperatura entre -18 ºC e
-20 ºC.
9
enquanto as contaminações por coliformes fecais, salmonelas e outros microrganismos
patogênicos são devidos ao seu manuseio inadequado.
Além desses fatores externos, o processo de degradação do açaí decorre, também, de
ações enzimáticas, responsáveis por mudanças nas suas propriedades organolépticas e
nutricionais, com destaque para a peroxidase que, por ser a enzima mais termorresistente, a
sua inativação é utilizada como indicadora da eficiência nos tratamentos térmicos. A
degradação do açaí pode decorrer da ação da enzima polifenoloxidase.
A adoção de boas práticas agrícolas (BPA) e de fabricação (BPF) minimizam a
probabilidade de contaminação microbiológica dos frutos e do açaí durante o processamento,
contribuindo para a conservação do produto.
Em adição BPA e BPF, deve ser realizado um conjunto de etapas de procedimentos
visando à obtenção de produto seguro e de qualidade, tais como o branqueamento dos frutos,
a pasteurização, o congelamento ou a desidratação do açaí.
3.4.1. Branqueamento
10
3.4.2. Pasteurização
3.4.3. Congelamento
3.4.4. Desidratação
11
processa de maneira rápida e o produto resultante se apresenta na forma de pó. Nesse
processo, o tempo de secagem é curto (1 a 10 segundos).
É importante ressaltar que todos os métodos de conservação do açaí provocam
modificações no seu sabor original, além de encarecer o produto. Por isso, para a Região
Amazônica, seu consumo ainda se restringe à compra do produto processado na hora. No
entanto, em outras regiões do País e do exterior, onde o açaí é bastante apreciado, o seu
consumo só é viável se o mesmo passar por processo adequado de conservação.
12
4. MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO
13
A valorização do fruto do açaizeiro contribuiu, nos últimos anos, para consolidar o
manejo de açaizais nativos como a principal atividade do Programa de Apoio ao
Desenvolvimento do Extrativismo (PRODEX), criado em junho de 1996, componente do Fundo
Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). Os grandes interesses pela cultura e por
esses recursos, fizeram com que a área manejada e de cultivo passasse de 9.223 hectares, em
1996, para 18.816 hectares, em 2002, tanto para produção de frutos como para extração de
palmito, atendendo mais de 5 mil produtores, dos quais 92,1% são do Estado do Pará. O forte
crescimento do mercado de fruto de açaí tem sido o indutor dessa expansão.
A principal finalidade da utilização do açaizeiro ainda é para extração do açaí, embora
nos últimos anos tenha surgido um grande leque de alternativas para a cultura, em face do
interesse despertado, após estudos demonstrando excelentes oportunidades para o
aproveitamento integral dessa palmeira pelas indústrias alimentícias, de corantes naturais, de
cosméticos, de fármacos, de celulose e papel, entre outras (Melo et al. 1974; Melo et al. 1988;
Nazaré, 1998; Rogez, 2000).
A concentração de açaizeiro no estuário amazônico, com a área estimada em 1 milhão
de hectares, torna a espécie um componente da floresta nativa, formando maciços de açaizais
naturais. Em decorrência da facilidade de extração de seus frutos, a espécie permite à
indústria instalada na região o abastecimento seguro e fácil, com custo baixo da matéria-prima
e do transporte. Ao mesmo tempo, possibilita o aproveitamento permanente das áreas de
várzea e igapó, exploradas, anualmente, com o cultivo do arroz e cana-de-açúcar, evitando,
dessa maneira, o abandono dessas áreas e a sua transformação em capoeira desprovida de
espécies valorizadas, fato bastante comum na agricultura itinerante regional.
O açaizeiro é uma espécie vegetal com grande potencial de aproveitamento por
pequenos produtores e populações ribeirinhas, desde que seja explorado de forma racional.
O fruto e o açaí possuem um mercado regional muito forte, por ser importante na
alimentação diária das populações locais, pelos seus altos valores nutricionais e de unânime
preferência popular por seu singular paladar. Em Belém é estimada a existência de mais de 3
mil pontos de venda de açaí, comercializando diariamente 120 mil litros, atendendo,
basicamente, as populações de baixa renda.
No Estado do Pará, onde o açaí faz parte de sua cultura, o consumo vem aumentando
no decorrer dos anos, como conseqüência do processo de congelamento utilizado pelo
consumidor, que faz com que o produto seja consumido durante todo o ano. A imigração rural
é outro fator relevante para a ampliação do consumo urbano, tendo em vista que pessoas
oriundas do interior acostumadas a tomar açaí regularmente, mantêm esse hábito quando
imigram para as grandes cidades do Estado.
14
Um dos grandes problemas do comércio do açaí é a sua característica de alta
perecibilidade, mesmo sob refrigeração. Nas indústrias de sorvetes da região é comum
submeter o açaí concentrado à temperatura de -400C, preservando grande parte de suas
propriedades.
A demanda pelo açaí fora da região também está em alta, com o produto tendo boas
possibilidades de mercado, principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Goiás e na
Região Nordeste. No Rio de Janeiro, o açaí é oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da "cultura da saúde" e entre os freqüentadores de academias. É também
vendido diretamente ao consumidor, onde a demanda pelo produto, antes considerado
exótico, é crescente e começa a ganhar popularidade entre os nativos e turistas. É estimado
que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500 toneladas/mês, em São Paulo 150 toneladas/mês
e outros Estados somam 200 toneladas/mês. Nesses locais, em alguns pontos de venda, o que
se consome é o açaí fino que, misturado com outros produtos, perde o gosto, o odor e até o
valor calórico da fruta. Além da mistura com outros produtos, é freqüente o aumento da
dosagem de água, adequando de acordo com o preço oferecido. Este aspecto realça a
importância de se estabelecer critérios mais rígidos quanto ao teor de água em mistura com o
açaí comercializado, sob risco de infringir danos à saúde dos consumidores e a perda de
mercados no futuro.
Em 2000, foi iniciada a exportação de polpa congelada de açaí para os Estados Unidos
e para a Itália. Esse mercado externo vem crescendo 20% ao ano nos últimos 3 anos, com a
comercialização do açaí concentrado em latas e com a popularização da mistura com diversas
outras frutas feitas em academias de ginástica. Futuramente, poderá haver problemas com o
registro da marca "açaí", registrado em março de 2001, tanto na União Européia como nos
Estados Unidos da América do Norte, que motivará pendengas judiciais e entraves à
comercialização.
Como todo produto extrativo, é difícil quantificar o volume ofertado de açaí. A oferta
brasileira está concentrada na Amazônia, especialmente no Estado do Pará - seu principal
produtor, com 92% da oferta - vindo em seguida o Maranhão, Amapá, Acre e Rondônia. A
abertura de novos mercados tem contribuído para o aumento do déficit de matéria-prima,
principalmente na época da entressafra.
No Pará, as microrregiões Furos de Breves, Arari, Belém, Salgado, Cametá e Guamá,
respondem por 97% da produção estadual, ou 119 mil toneladas. Em 2002, a microrregião
Cametá contribuiu com 77 mil toneladas. Por se tratar de um produto, cujo crescimento do
mercado concorreu para o aumento dos níveis de preços, há necessidade de políticas públicas
que ampliem a oferta para atender os consumidores locais.
15
Quanto aos preços do fruto na região, há variações importantes em função,
principalmente, da oferta local, da distância do mercado consumidor e do tamanho desse
mercado. A formação do preço se dá no momento da chegada do intermediário no local de
comercialização. O preço de "abertura", o primeiro preço do dia, é sempre o último praticado
no dia anterior. Com a chegada de barcos carregados de frutos esse preço começa a cair, dado
o aumento da oferta. No Município de Igarapé-Miri, no Pará, em 2004, uma rasa de 28 kg
custava R$ 12,00, mas poderia chegar a R$ 45,00 ou até R$ 60,00, na entressafra. O produtor
tem um maior ou menor retorno financeiro de acordo com a distância entre a sua propriedade
e o mercado consumidor, em face do custo de transporte do produto até esse mercado.
16
5. GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL
17
Lindsay (1996), afirmam, QFD é um processo de planejamento dirigido para o consumidor com
a finalidade de orientar a concepção, produção e marketing dos produtos.
A aplicação do QFD envolve a construção de um conjunto de matrizes montadas
através dos requisitos expostos pelos clientes e realiza-se um processo de desdobramento,
transformando-os em especificações técnicas dos produtos, o desdobramento mais conhecido
e utilizado é designado de “Casa de Qualidade” (Shen; Xie, 2000). Nesta matriz encontramos
nas linhas as necessidades dos consumidores (requisitos dos consumidores, denominados de
“quês”) e nas colunas as respostas a serem desenvolvidas (denominadas de “comos”) pela
equipe de trabalho interna da organização no sentido de satisfazer tais necessidades. É
importante frisar que a satisfação do consumidor é um processo que nunca tem fim, logo, as
necessidades e desejos percebidos hoje, amanhã poderão ser outros (Ginn; Zairi,2005).
Também se faz necessário medir a satisfação do consumidor antes e depois de implementar as
melhorias.
5.2. 5S
18
Os nossos sentidos e os nossos valores podem nos confundir. Quando isso ocorre,
deixamos de ver a bagunça, o desperdício, e todo tipo de comportamento que gera má
qualidade de vida. è preciso prestar mais atenção para perceber a realidade.
5.2.2. Os 5S são:
19
Significa "cada coisa no seu devido lugar". É definir locais apropriados e critérios para
estocar, guardar ou dispor TUDO de modo a facilitar o uso, manuseio, procura, localização e
guarda de qualquer item.
Em prática, na definição dos locais apropriados, adota-se como critério a facilidade
para estocagem, identificação, manuseio, reposição, retorno ao local de origem após uso,
consumo dos itens mais velhos primeiro.
20
É desenvolver hábito de observar e seguir normas, regras, procedimentos, atender
especificações, sejam escritas ou informais. Este hábito é resultado do exercício da força
mental, moral e física. Não se trata de uma obediência cega, submissa, “Atitude de Cordeiro".
É a demonstração de respeito a si próprio e aos outros.
Em prática, é seguir os procedimentos, regras e normas da empresa, bem como a
cultura, buscando contribuir sempre para melhoria do ambiente de trabalho com sugestões e
instruindo os colegas com boas práticas.
21
O FMEA, por ser um registro, pode evitar que problemas passados venham a ocorrer
novamente buscando a melhoria contínua, sendo um documento vivo, atualizado e representa
as últimas mudanças realizadas do produto.
O conhecimento dos modos de falha dos itens, em qualquer fase do ciclo de vida do
produto, permite tomar as providências aos técnicos, na fase do ciclo de vida que se está
analisando, para evitar a manifestação daquele modo de falha. Assim, portanto auxilia nos
aspectos da mantenabilidade e da confiabilidade. O material gerado pode também servir em
programas de capacitação, proporcionando um melhor entendimento dos componentes e do
sistema. Com isso, tem-se um maior conhecimento a respeito das falhas facilitando a escolha
do tipo de manutenção (corretiva, preventiva, preditiva), garantindo maior disponibilidade do
equipamento.
22
Para conseguir tais objetivos, é necessário identificar as etapas críticas, controlando-as
e monitorando-as. Etapas críticas são aquelas em que a falta de controle resulta em risco
inaceitável à saúde e/ou integridade do consumidor. As investigações a serem feitas têm o
propósito de identificar, através do exame de matérias-primas e de todas as etapas
pertinentes da cadeia de produção, incluindo até a utilização pelo cliente ou consumidor final,
a presença ou a possibilidade de ocorrência de perigos a saúde e integridade do consumidor,
tais como:
- Alimentos microbiologicamente sensíveis, propiciam ao desenvolvimento microbiano
ou à produção de toxinas;
- Organismos patogênicos ou substâncias tóxicas;
- Tratamento térmico insuficiente, ou seja, combinações de tempo e temperaturas
inadequadas;
- Procedimentos inadequados usados após tratamento térmico;
- Condições ambientais que permitem a transferência de microorganismos patogênicos
ou substâncias tóxicas para o alimento pelo ar, pela água ou outros vetores.
No Brasil a adoção de APPCC/HACCP começou a ser regulamentada em 1993. O
Ministério da Agricultura e do Abastecimento regulamentou sua exigência para pescados,
enquanto o Ministério da Saúde editou a portaria em 1428 que estabelece GMP e
APPCC/HACCP como base para a fiscalização sanitária. Em 1998 o Ministério da Agricultura e
Abastecimento publicou as portarias 40 e 46 estendendo sua obrigatoriedade para bebidas,
vinagres; produtos; cárneos, lácteos, avícolas e apícolas, editando o manual de procedimento
para implantação do sistema APPCC/HACCP às indústrias de produtos de origem animal.
5.4.1. Objetivo
23
5.4.2. Definições
24
internas; não atendimento aos requisitos de boas práticas de fabricação, 5S, controle de
pragas e aos requisitos desta norma.
Verificação: Métodos ou testes utilizados para verificação do sistema de APPCC, com a
finalidade de garantir que os controles estão sendo cumpridos adequadamente e sendo eficaz
no combate aos perigos relacionados com o produto. Quando ocorrer modificações no
processo, produto, embalagem, o sistema de APPCC deve ser reavaliado e adequado.
Validação: Procedimentos utilizados para determinar a conformidade do produto ou
processo garantido assim que os controles realizados em cada PCC forem eficazes na
eliminação ou redução de um perigo específico;
Medida Preventiva: Qualquer ação, atividade ou equipamento, que pode ser usada
como medida preventiva em determinadas etapas do processo para eliminar ou reduzir um
perigo que possa causar contaminação no processo ou no produto final. Exemplos: dispositivos
de segurança (Imã, Detector de Metais, Filtros, Peneiras, etc.); limpeza (5S); práticas de higiene
(Boas Práticas de Fabricação) e programa de controle de pragas.
Ação Corretiva: Procedimento ou ação a ser tomada quando se verificar que uma
variável encontra-se fora dos limites críticos estabelecidos e quando as situações definidas
como não conformidade forem identificadas.
Árvore decisória para identificação lógica do PCC: seqüência lógica de questões que
auxilia na identificação de um PCC no processo de recebimento de matéria-prima e insumos e
nas etapas de fabricação.
Garantia da Qualidade: todas as ações planejadas e sistemáticas necessária para
prover a confiabilidade adequada, de que um produto atenda aos padrões de qualidade
específicas aos requisitos estabelecidos no sistema de APPCC e no sistema de gestão ISO
9001:2000.
Ponto de Observação: são considerados como ponto de observação os perigos
identificados em etapas de processos, que não representam efetivamente um PCC e que
podem ser eliminados ou reduzidos pelos pré-requisitos (BPF, BPL, 5S, PCPI).
25
PCC, estabelecer ações corretivas para quando o PCC não estiver sob controle, estabelecer
procedimentos de verificação e estabelecer documentação, procedimentos e registros
apropriados.
26
como água e energia - e de custos indiretos - representados por sanções e indenizações
relacionadas a danos ao meio ambiente ou à saúde de funcionários e da população de
comunidades que tenham proximidade geográfica com as unidades de produção da empresa.
Um exemplo prático de políticas para a inserção da gestão ambiental em empresas tem sido a
criação de leis que obrigam a prática da responsabilidade pós-consumo.
À medida que a sociedade vai se conscientizando da necessidade de se preservar o
meio ambiente, a opinião pública começa a pressionar o meio empresarial a buscar meios de
desenvolver suas atividades econômicas de maneira mais racional. O próprio mercado
consumidor passa a selecionar os produtos que consome em função da responsabilidade social
das empresas que os produzem. Desta forma, surgiram várias certificações, tais como as da
família ISO14000, que atestam que uma determinada empresa executa suas atividades com
base nos preceitos da gestão ambiental.
27
6. A EMPRESA – AÇAÍ MIX
6.1. Histórico
A empresa Açaí Mix nasceu a partir de uma idéia que o proprietário, Aloísio Marques
de Oliveira Júnior teve de aproveitar o crescimento do consumo do açaí no Brasil e a falta de
oferta desse produto em algumas regiões.
Natural de Pouso Alegre, Minas Gerais, Aloísio Júnior, 27 anos, iniciou sua trajetória se
ingressando em um curso de gastronomia em Florianópolis, o qual foi finalizado em Maringá.
Ele deu continuidade na sua formação acadêmica em Valência, Espanha, onde fez mestrado
em Gestão de Alimentos e Bebidas, pós-graduação em Direção de Hotéis e Restaurantes e por
último, pós-graduação em Cozinha e Confeitaria,
Retornando ao Brasil, administrou alguns restaurantes e devido a questões familiares
se juntou ao seu irmão na administração de uma distribuidora de açaí. Diante desse novo
negócio e por sugestão de um amigo, viu a oportunidade de expandir para a região de Viçosa,
abrindo sua primeira loja em junho de 2009.
De olho no alto potencial do mercado, abriu a segunda loja em Ubá em dezembro do
mesmo ano. Ainda pensando na expansão da empresa e agora com um sócio, em fevereiro de
2010, abre a terceira loja da rede na cidade de Viçosa. E em maio deste ano, abre a quarta loja
em Cataguases.
O investimento mais recente foi a abertura de um quiosque em Ipatinga, no Shopping
do Vale da Aço em novembro de 2010, mas agora com um novo formato de loja e com um
novo nome, que passa a ser a marca carro-chefe da empresa, Açai Beat.
Atrás desse nome, houve um grande pesquisa por um fornecedor da matéria-prima e
pela receita perfeita, chegando em um produto que virou sinônimo de saúde e qualidade.
Atualmente a marca Açaí Beat encontra-se em processo de expansão de novas lojas e
em fase de reformulação da fábrica e depósito em Viçosa, que atende todas as lojas e está em
seu limite de produção.
28
A polpa é armazenada em câmara fria a uma temperatura máxima de -18oC, ponto
limite de controle de qualidade e garantia da procedência do produto.
O passo seguinte é o processamento da barra de açaí congelada, com xarope de
guaraná em uma batedeira própria para essa finalidade. Essa batedeira tritura, mistura e afina
o açaí dando o ponto de cremosidade.
Após o processamento, o creme é armazenado em baldes e retorna a câmara fria e fica
armazenado até que seja distribuído para as lojas da rede.
Quando as lojas fazem a requisição, os baldes com o creme são transportados em um
carro de carga convencional para os estabelecimentos e lá são novamente armazenados em
baixa temperatura, mas agora em freezers.
O último procedimento é levar o creme a um liquidificador convencional e o processar
com uma quantidade mínima de água e xarope de guaraná. Essa etapa da a cremosidade final
e deixa o produto pronto para ser servido.
A empresa também oferece em seu cardápio diversos opcionais, como leite
condensado, granola, chocolates e frutas, que podem acompanhar o creme, sendo montados
no momento da venda.
6.3. Organograma
Presidente
Estagiária
Gerente
Geral
LOJA 1 LOJA 2
29
7. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE QUALIDADE
30
31
Com os resultados obtidos podemos observar a destacável participação da etapa de
processamento como responsável pela qualidade do produto entregue ao consumidor, talvez
um resultado até esperado, mas quando se fala de concorrência, aqui entra o diferencial de
qualquer empresa de Açaí. Ao atender as expectativas do consumidor e surpreende-lo com um
produto exatamente como o paladar dele queria, faz com que o melhor produto seja um
referencial de qualidade. No que foi analisado, 2 dos 3 itens de maior importância estão na
etapa de processamento, a Mistura com o Xarope de Guaraná, com 329,85 e 18,5% e o
Recongelamento do creme, 283 e 15,9%, em pontos absolutos e na comparação relativa
respectivamente, além dessas duas etapas, é destacável a Batida com Água e Xarope (324 e
18,2%) já no ponto de comercialização, como 2° ponto mais importante para o controle da
qualidade exigida pelos clientes.
Há também notável consideração na fase final que é a comercialização do produto que
tem forte relação com 5 das 9 exigências dos clientes. É fundamental um controle forte sobre
essa fase final para se manter a qualidade e o gosto do cliente, fazendo-o assim, fiel ao
produto e a empresa. A Batida com Xarope e Água pode influenciar 4 exigências, então deve
ser feita com bastante rigor e atenção, de forma sempre padrão, essa etapa é fundamental.
É importante também uma atenção especial às etapas de
congelamento/descongelamento, onde quanto mais vezes realizar essas ações, mais
prejudicado ficará o produto e fugirá das suas características originais. O ideal seria a
elaboração de um fornecimento Just in Time do creme de açaí, de forma que não seja
necessário congelar e descongelar para servir, porém essa alternativa ainda não se faz
necessária já que é para lugares e até mesmo lojas com um volume grande de venda e espaço,
aí sim recomenda-se misturar a polpa com o xarope no próprio local antes da venda.
Esse resultado nos leva a entender que o grande diferencial oferecido pela empresa
virá nestas três etapas, o que não surpreende ao entender o reconhecimento da qualidade do
produto vendido já que essas etapas são bem monitoradas pela empresa.
Mas se a qualidade do produto for o principal foco de problemas, sugere-se atenção
especial para esses 3 pontos chaves, se for necessário, realizar benchmarking com empresas
similares como complemento do QFD para conhecer novos procedimentos e receitas pode
melhorar e até mesmo inovar junto aos clientes.
Mediante a análise, recomenda-se a empresa a sempre melhorar e planejar métodos e
formas de garantir essa qualidade e sempre procurar-se adequar ao gosto do cliente e inovar
quando a reclamação for a qualidade do produto.
Do ponto de vista das exigências dos clientes, como o “Sem pedras de gelo” é
influenciado basicamente na Divisão em Potes, no Recongelamento e na Batida com Xarope e
32
Água, essa característica acontece principalmente quando há excesso de água junto do creme,
e ao congelar cristaliza, mesmo se isso ocorrer pode ser diminuído no ultimo processo que é a
Batida com Xarope e Água, onde o colaborador analisa a consistência e a presença de cristais
de gelo junto. Da mesma forma, tem a exigência de não ser tão aguada, que segue o mesmo
princípio e tem como maior influência a existência de excesso de água no produto, que, se for
constatada é mais difícil de retirar e ocorrerá com mais freqüência se o creme estiver mais
derretido que o comum, portanto a falta de atenção quanto a temperatura do creme, seja
antes de batido ou depois pode gerar insatisfação do cliente.
Para manter a cor original de roxo avermelhado, diversas etapas podem influenciar de
forma considerável. Mas muitas vezes, os olhos do cliente não estão apurados para determinar
alterações menores, somente alterações mais abruptas nas cores. De acordo com a EMBRAPA,
o processo que mais pode alterar as cores do açaí é o congelamento/descongelamento,
portanto, quanto mais o fizer, mas alterado da cor original estará o açaí, ainda assim o xarope
de guaraná possui cor forte e avermelhada e pode ajudar a repor a cor perdida do açaí com o
congelamento/descongelamento.
A empresa estudada pratica ações corretas onde se aplica o diferencial do seu
produto. Onde há maior influência no desejo dos clientes a empresa trabalha com algum tipo
de controle de qualidade para não fugir daquilo que seus clientes já estão acostumados a
consumir. Pode-se dizer que o reconhecimento que o Açaí Mix tem hoje se dá pela qualidade
do produto oferecido ao cliente, e essa qualidade foi obtida estabelecendo critérios e
controles nas exatas áreas que foi-se entendido como cruciais no estudo. Porém para
continuar se adaptando às preferências dos clientes, o mapa já está traçado.
33
7.2. APLICAÇÃO DO 5 S
34
preocupação quanto a esse aspecto cria um ambiente mais agradável para os colaboradores,
quanto para os clientes.
Para finalizar esta etapa, fechamos com o último senso, o da ordem mantida, que é
muito importante neste trabalho. A aplicação dessa ferramenta e a preocupação quanto à
continuação e manutenção das alterações realizadas no ambiente da empresa, tanto no
depósito, quanto nas lojas.
35
7.3. APLICAÇÃO DO FMEA
Com a aplicação do FMEA foi apurado que os processos que mais apresentam risco
são, em ordem de maior risco, o Reprocessamento, a Finalização do produto e as
Armazenagens, tanto no depósito quanto na loja. Isso foi constatado através dos riscos de
contaminação e alterações do produto oferecido, esses riscos são de contato do produto com
agentes contaminadores, com possíveis alterações de temperatura que poderiam
comprometer a integridade de todo o produto, a falta de padronização de certas etapas e
alguns outros.
Para o Reprocessamento, o maior risco apresentado foi o da falta de padronização,
que pode levar a um produto ser diferente do outro em dias diferentes e o fato de ser
imperceptíveis possíveis alterações no cheiro e na doçura, se há algum tipo de alteração
química, contaminação, agente infeccioso, etc. A solução apresentada para isso seria a
padronização da mistura, contendo a quantidade dos ingredientes, a velocidade de rotação do
liquidificador e o tempo de batida. Atualmente o controle é feito pelas colaboradoras que ao
verem o ponto de cremosidade, julgam estar em ponto de consumo.
Na Finalização do produto o risco apresentado está também na falta de padronização
que pode fazer que dois pedidos iguais resultem em dois produtos finais diferentes e em
possíveis contatos com agentes infecciosos como a saliva das colaboradoras que ao deixarem
de usar máscara e conversarem entre si freqüentemente durante o dia deixam o risco de
transmitir algum agente infeccioso. Recomenda-se aqui a padronização da quantidade de
adicionais e o uso de máscaras descartáveis.
Por fim, a armazenagem que assume seu risco quando o colaborador coloca o creme
em vasilhame de polietileno, esse vasilhame pode conter algum tipo de sujeira, visível ou não,
além de restos de sabão, cheiro, etc. Há também o risco mecânico de algum freezer quebrar e
quando se perceber a quebra ser tarde demais e o creme de açaí estar derretido e não servir
mais pro consumo, caso haja descongelamento, para re-congelar o açaí, as perdas na
qualidade serão muito grande. Diante desses riscos, é sugerido que os vasilhames de
polietileno sejam esterilizados antes de serem utilizados e a verificação constante dos freezers
e/ou a instalação de geradores e dispositivos de alerta.
Em conclusão, seguindo as recomendações apresentadas é possível reduzir os riscos
presentes nos processos analisados.
36
37
7.4. APLICACÃO DA APPCC
38
Perigo: Alterações químicas, bioquímicas e microbiológicas. A sua alta perecibilidade pode
estar associada, principalmente, à elevada carga microbiana presente no fruto, causada por
condições inadequadas de colheita, acondicionamento, transporte e processamento. Os
bolores e as leveduras estão presentes, naturalmente, na superfície dos frutos de açaizeiro,
enquanto as contaminações por coliformes fecais, salmonelas e outros microrganismos
patogênicos são devidos ao seu manuseio inadequado.
Limite crítico dos PCCs: O açaí deve ser armazenado em câmara fria, com a temperatura entre
-18 ºC e -20 ºC.
Perigo: Alteração da cor do produto, devido as antocianinas, que são pigmentos naturais
responsáveis pela coloração roxa-avermelhada do açaí.
Limite crítico dos PCCs: O açaí deve ser armazenado em câmara fria, com a temperatura entre
-18 ºC e -20 ºC.
A aplicação desse método foi de grande necessidade para o estabelecimento dos níveis
críticos de controle, já que os funcionários não tinham conhecimento e percepção da
importância dos procedimentos para garantir a procedência e consequentemente melhoria da
qualidade oculta do produto, possível conquista de mercado e redução de custos de falhas
internas e externas.
39
A APPCC requer também uma mudança cultural e uma nova postura de todos os
funcionários dos mais diversos níveis hierárquicos da organização perante os perigos de
contaminação presentes na produção do açaí. Contudo, os ganhos compensam os esforços de
mudança nas instalações e práticas de trabalho e de gestão da empresa analisada.
40
7.5. APLICAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL
A empresa Açaí Mix e a atividade que ela executa deve ser analisada com grande
cuidado, já que em algumas etapas da produção e comercialização ocorre a utilização de
embalagens plásticas descartáveis, gerando um grande volume de lixo que não está tendo o
destino adequado.
Entre os processos que merecem atenção está o processamento do produto, etapa na
qual os ingredientes são misturados na batedeira. Deste procedimento, sobra um volume alto
de vazilhames do xarope de guaraná. E outro momento que deve ser analisado é a
comercialização, pois o produto é vendido ao consumidor em copos plásticos descartáveis, são
utilizadas colheres descartáveis e guardanapos.
Atualmente não está ocorrendo nenhuma destinação apropriada do lixo gerado
porém, a cidade de Viçosa possui a Associação Beneficente de Auxílio a Estudantes e
Funcionários da UFV (ASBEN), que atualmente gere o Programa Reciclar, o qual tem como
objetivo praticar a coleta seletiva e dar destinação correta ao lixo, geralmente vendendo as
usinas recicladoras. Aproveitando isso, a empresa Açaí Mix foi orientada a procurar a Asben
para que a associação recolha na empresa as embalagens plásticas geradas pela atividade.
Assim, a empresa passa a ter uma conduta correta quanto a sua responsabilidade
sobre o lixo produzido e compromisso com o meio ambiente.
41
8. CONCLUSÃO
42
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO
CEZARI, Donizeti L.; NASCIMENTO, Eliel R. Manual de análise de perigos e pontos críticos de
controle. Campinas, PROFIQUA/SBCTA, 1995.
TINOCO, A. C. Açaí amazônico: novas perspectivas de negócio. Belém, PA: Embrapa Amazônia
Oriental, 2005. Trabalho apresentado no Workshop Regional do Açaizeiro: pesquisa,
produção e comercialização, Belém, PA, 2005.
WURLITZER, Nédio Jair. Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas. Senai – Rio de Janeiro,
1998.
43