A estiagem de 117 dias facilitou a propagação das chamas. Outro problema é baixa
umidade relativa do ar nos últimos meses - o índice tem ficado abaixo de 20%. A
situação de emergência vale por 60 dias.
- Nosso temor de que o tempo seco e o vento ampliariam o fogo está se confirmando. A
intenção inicial era acabar com o fogo até o meio-dia desta segunda mas o atraso de
duas aeronaves prejudicou a estratégia. O trabalho agora não é mais preventivo, é
corretivo - explicou.
Um brigadista do Instituto Chico Mendes teve pernas, braços e rosto queimados durante
o trabalho de combate às chamas neste domingo.
Medido pelo deficit de leitos, o número de internações por poluição no Distrito Federal
subiu. Segundo Paulo Feitosa, da Secretaria da Saúde, no ano passado eram 10%; neste
ano o deficit é de 17%. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
mostram que o Distrito Federal teve à 0h de ontem 30 microgramas de material
particulado fino por metro cúbico de ar. De acordo com o Inpe, em São Paulo, nos
períodos críticos de poluição, são registrados de 50 a 100 microgramas.
O fogo assume, então, papel de fator chave para explicar a atual proporção entre
as diferentes formações vegetais no bioma. Porém, dizer simplesmente que o fogo
é um componente natural no Cerrado acaba por encobrir o principal responsável
pela sua ocorrência na atualidade: o próprio homem, e deliberadamente na maior
parte dos casos. - O fogo é natural do Cerrado VÍRGULA - A ocupação humana na
região alterou drasticamente o regime natural das queimadas (época do ano e
freqüência) trazendo conseqüências para estrutura da vegetação e sua composição
florística. Não estamos falando aqui somente da ocupação pelos sertanejos
contemporâneos. A literatura é abundante em evidências de que o homem toca
fogo no Cerrado há pelo menos 10.000 anos.
Se parece razoável supor que raios são o principal agente causador de queimadas
naturais, devemos considerar que sua maior incidência está concentrada durante a
estação das chuvas, quando o teor de umidade na superfície do solo e na vegetação
está bem mais elevado. Freqüência, intensidade e extensão das queimadas eram
bem menores quando o fogo no Cerrado ocorria apenas (ou predominantemente)
devido a causas naturais.
Vivendo no Cerrado há pouco mais de três anos e, por mais de dois anos
convivendo diariamente com a população rural na região da Chapada dos
Veadeiros, me convenci de que a tese da “combustão espontânea” na época seca
não passa de lenda (salvo raras e eventuais exceções). Atualmente, a principal
causa do fogo no cerrado não é descuido de fumante porcalhão que joga bituca de
cigarro ou fósforos pela janela do carro, mas predominantemente agricultural. As
queimadas têm sido a técnica mais empregada como forma de “manejar” lavouras
ou pastagens naturais (formações mais abertas) e plantadas. É a maneira preferida
de “limpar” o pasto ou a área que será cultivada no início das chuvas. Como a
queimada é realizada normalmente no período da seca e muitas vezes não são
adotadas as medidas prévias de controle, sua intensidade e extensão tende a ser
aumentada. Há casos em que a frente do fogo avançou sem trégua por mais de
100 km ao longo da Serra do Paranã, borda leste da Chapada dos Veadeiros
durante duas semanas.
Já ocorreram mais de 1000 incêndios florestais só em 2008. E o mais triste é que esse
número é considerado normal para o Distrito Federal.
As queimadas continuam sendo a forma mais prática e barata de limpar uma área, fato
que ocasiona sua utilização em larga escala. Porém o descuido das pessoas durante a
queima de lixo traz um prejuízo enorme para a fauna e a flora e conseqüentemente para
a qualidade de vida do brasiliense. Além de animais e vegetais, o fogo pode destruir
cercas, linhas de transmissão de energia elétrica ou telefonia, construções e até ceifar
vidas humanas.
3- Evitar queimar grandes áreas de uma só vez, pois as distâncias dificultam o controle
do fogo.
8- Nunca deixe árvores altas, sem serem cortadas, no meio da área a ser queimada. Elas
demorarão a queimar, permitindo que o vento jogue fagulhas à distância, provocando
incêndios em áreas vizinhas, sobretudo, se forem pastagens.
9- Permaneça na área da queimada, após o fogo, pelo menos, por duas horas, a fim de
verificar se não haverá pequenos focos de incêndio, na vizinhança, provocados pelos
ventos.
10-Tenha sempre disponível, para ser utilizado, em caso de ter de controlar o fogo, o
seguinte material: a) enxada; b) abafador; c) foice; d) bomba costal; e) baldes com água.