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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE LETRAS – INGLÊS/PORTUGUÊS

NICOLE KOZOWISKI
RENATA MORALES DIAZ

DADAÍSMO

TRABALHO ACADÊMICO DE FUNDAMENTOS DA LITERATURA

CURITIBA
2010
Do início do século XX até a Primeira Guerra Mundial, a Europa vivia a
chamada Belle Époque: época de grande euforia pelo progresso, pela velocidade, pelas
comodidades trazidas pela Era da Máquina (invenções proporcionadas pelo avanço da
ciência e da técnica - o automóvel, o cinematógrafo, as máquinas voadoras, entre outras
- emergiram um progresso material espantoso).
Essa euforia, entretanto, foi interrompida pela eclosão das duas guerras
mundiais, provocando sentimentos completamente opostos ao encantamento pela vida
característico da Belle Époque.
Em termos artísticos, as vanguardas européias foram movimentos que
procuraram expressar as contradições desencadeadas por tantas mudanças, tantos
ganhos e simultaneamente tantas derrotas vividas na Era da Máquina. Se, por um lado,
cultuava-se a velocidade, o progresso, por outro, assimilava-se dolorosamente a
ausência de valores humanos, destacados, principalmente, pelas guerras.
Entre as estéticas de vanguarda que provocaram uma revolução única no
cenário artístico europeu e mundial, fundando a Modernidade, destaca-se o Dadaísmo.
Esse movimento de vanguarda, profundamente influenciado pelas tragédias da
Primeira Guerra, surgiu ao mesmo tempo em grandes cidades como Berlim, Colônia,
Mônaco, Viena, Nova Iorque, Paris, Barcelona e Moscou. O epicentro dessa estética foi,
entretanto, sem dúvida, Zurique, “a única cidade européia onde se podia viver
tranqüilo em 1916” (GILBERTO MENDONÇA TELES, 1972, p.100), lar do Cabaré
Voltaire – espécie de teatro de variedades.
Durante memoráveis noitadas nesse “teatro”, um conjunto de artistas (Hugo
Ball, Richard Huelsembeck, Franz Arp, Marcel Janco, Francis Picabia e Tristan Tzara)
criava e desenvolvia todas as formas possíveis de contestação às atrocidades decorrentes
da Guerra.
Essa contestação estabeleceu o Dadaísmo, considerado o mais radical
movimento intelectual, levando em consideração sua chocante ruptura com o passado.
“Dadá é o dilúvio após o que tudo recomeça” (André Gide). Tzara insistia em dizer que
Dadá não era uma escola literária ou artística, mas sim uma maneira de viver.
“além de um niilismo que tudo envolve, da arte à política, paralelamente a
vontade de ser o movimento mais subversivo da história da arte, das letras e
do costumes, existe a necessidade de encontrar um espaço próprio no seio da
vanguarda da época.”(RENATO DE FUSCO, 1929, p.??)

Improvisação, desordem, substituição de palavras por ruídos e gritos


inarticulados, basicamente uma oposição a qualquer tipo de equilíbrio, era o que o
dadaísmo pregava, como vemos no poema de Ludwig Kassak, “Die Schalacht” (Depois
da Batalha):
“Berr... bum, bumbum, bum...
Ssi... bum, papapa bum, bumm
Zzau... Dum, Bum, bumbumbum
Prä, prä, prä... râ, ah-äh, aa...
Haho!... “

Uma das principais características dos dadaístas, de acordo com Mendonça


Teles, era sua preocupação de se definir, denominar perante a sociedade. “Dadaísta-
homem infantil, quixotesco, ocupado com as togas das palavras e com as figuras
gramaticais” (Hugo Ball). A escolha do nome “Dadá” diz muito sobre a personalidade
de seus compositores:
“Hugo Ball anota em seu diário que ‘Dadá significa em romeno sim, sim
(certamente), em francês cavalinho. Para os alemães é um sinal de
ingenuidade, uma associação de idéia com um carrinho para crianças’. Para
Tzara, Dadá significa nada, nada, ou seja, dada não significa nada. (...) Outra
versão (...) ainda oferecido por Tzara: ‘Encontrei o nome casualmente ao
meter uma espátula num tomo fechado do Petit Larousse e lendo logo, ao
abrir-se, a primeira linha que me saltou à vista: Dadá’.” (GILBERTO
MENDONÇA TELES, 1972, p.101, 102)

Percebe-se como estes autores utilizavam de certa ironia ao abordar suas


questões artísticas. A partir de suas percepções da humanidade providas da Guerra, os
dadaístas tratavam da vida com uma filosofia niilista e irracionalista. “Ser dada é ser
antidadá”, “a arte não é séria, eu lhes asseguro”, “a verdadeira arte é a antiarte” e “nós
escarramos na humanidade” foram alguns dos slogans do Dadaísmo.
A arte Dadá não era algo definido, era uma mistura de elementos de outros
movimentos, os participantes do movimento não diziam que seus feitos eram obras de
arte, diziam que eles criavam objetos.
A Guerra havia desvendado (na visão dos dadaístas) a barbárie que se esconde
por detrás da civilização, fato que os afetou de uma maneira que o sistema não fazia
mais sentido e, portanto, deveria ser negado. “O que restava ao artista era produzir
uma antiarte, uma antiliteratura” (GILBERTO MENDONÇA TELES, 1972, p.103).
O movimento Dadá era reducionista, Duchamp escreveu “A minha obsessão
era reduzir, reduzir, reduzir, mas ao mesmo tempo o meu objetivo era voltar-me para o
interior, mais que para o exterior”. Esse reducionismo Dadaísta tinha o intuito de
remover todas as “censuras” racionais para demonstrar os sentimentos sobre a Primeira
Guerra Mundial.
O movimento seguia a regra do acaso para deixar os objetos os mais diferentes
possíveis, outra regra era contrapor a casualidade. O que fica evidente com o
surgimento do ready-made: escolher um objeto qualquer e torná-lo inútil, portanto,
artístico. “Ele a escolheu: pegou uma coisa banal do cotidiano e, criando para essa
coisa uma idéia nova, colocou-a de tal modo que o seu significado utilitário sumiu, sob
outro nome e outro ponto de vista.” (Marcel Duchamp)
Para melhor compreender o que foi o Dadaísmo, tomamos de exemplo um
“poema” dadaísta, de Tristan Tzara:
“Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha ao jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e
meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa,
ainda que incompreendido do público.”

A arte Dadá foi basicamente materializada em panfletos. Distanciada,


entretanto, do público por sua difícil compreensão, sendo, portanto, restrita àqueles que
a originaram.
Suas características indiferentes ao padrão tradicional de arte fizeram do
Dadaísmo uma vanguarda limitada, sem grandes previsões e continuidades para o
futuro. Não podemos dizer, entretanto, que foi um movimento isolado à sua época de
existência, porque influenciou outras vanguardas e, de acordo com Gilberto Mendonça,
“nossa Semana de Arte Moderna foi simplesmente copiada da idéia de um ‘Congrès de
l’Esprit Moderne’”.

Fotografia 1 - colagem de Hannah Höch, 1919

Fotografia 2 - Marcel Duchamp Fotografia 3 - Ready Made


REFERÊNCIAS

BIBLIOTECA SALVAT DE GRANDES TEMAS. Movimentos literários de


vanguarda. Rio de Janeiro, Salvat Editora do Brasil, 1979

CARLO ARGAN, Giulio. Arte moderna.

FUSCO, Renato de. História da arte contemporânea.

McFARLANE, James e BRADBURY, Malcom. Modernismo: guia geral. São Paulo,


Companhia das Letras, 1989

MENDONÇA TELES, Gilberto. Vanguardas européias e modernismo brasileiro.


Rio de Janeiro, Editora Vozes Ltda., 1972

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