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UERJ

CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

Fabio Lamothe Cardoso


ELETRO-ESTUDOS ENGENHARIA

JUL/2007

Correção do Fator de Potência


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CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

SUMÁRIO

1. CONCEITOS BÁSICOS................................................................................... 2
2. FORNECIMENTO DE ENERGIA REATIVA - REGULAMENTAÇÃO . 8
3. CAUSAS DO BAIXO FATOR DE POTÊNCIA .......................................... 12
4. LOCALIZAÇÃO DOS CAPACITORES ..................................................... 16
5. A CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ............................................. 19
6. TIPOS DOS CAPACITORES ........................................................................ 25
7. ESPECIFICAÇÃO DOS CAPACITORES DE BAIXA TENSÃO ............ 26
8. ESPECIFICAÇÃO DOS CAPACITORES DE ALTA TENSÃO .............. 28
9. REFERÊNCIAS............................................................................................... 32

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1. CONCEITOS BÁSICOS

1.1 ENERGIA REATIVA

A potência elétrica aparente total (kVA), gerada e transmitida às cargas através dos circuitos
elétricos, é composta pela soma vetorial da potência ativa (kW) e da potência reativa (kvar).

A potência ativa é transformada em trabalho útil (produção de movimento, calor, luz e etc...).

A potência reativa é uma componente da potência total que não pode ser transformada em
trabalho, mas que está sempre presente nos circuitos elétricos, associada à criação e manutenção de
campos eletromagnéticos em diversos componentes do sistema, tais como nos transformadores,
motores, condutores, reatores de lâmpadas de descarga e etc...

A energia reativa (kvarh) que transita pelos sistemas elétricos, desde as usinas geradoras até
as instalações consumidoras, exige o aumento da potência dos geradores e transformadores e reduz a
capacidade de condução de corrente dos sistemas de transmissão e de distribuição.

A energia reativa não é tarifada pelas concessionárias, uma vez que a utilização de energia é
avaliada apenas pela energia ativa (kWh) e demanda de potência ativa (kW), no entanto, se a energia
reativa consumida pela instalação consumidora não se mantiver dentro do limite de referência do
fator de potência estabelecidos nas “Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica”,
Portaria Nº 456 de 29/11/2000 editada pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, o
consumidor pagará valores adicionais denominados como “excedentes” de consumo reativo e de
demanda de potência reativa.

Convém registrar que segundo o decreto N° 81.621 de 03/05/78, que aprova o Quadro Geral
de Unidades de Medida, o nome e o símbolo da grandeza “potência reativa” é o var, ambos grafados
em letras minúsculas, sendo definida como: “potência reativa de um circuito percorrido por uma
corrente alternada senoidal com valor eficaz de 1 Ampère, sob uma tensão elétrica com valor eficaz
de 1 Volt, defasada de π/2 radianos em relação à corrente”.

1.2 FATOR DE POTÊNCIA (cos ϕ)

O “fator de potência”, também conhecido pela designação “cos ϕ”, é o número que expressa,
a cada instante, a relação entre a potência efetivamente utilizada (potência ativa em kW) e a
potência total requerida (potência aparente em kVA). A potência total requerida, por sua vez, é igual
à soma vetorial da potência ativa (kW) com a potência reativa (kvar):
)
) POTENCIA REALMENTE UTILIZADA (kW)
FATOR DE POTENCIA = ) =
POTENCIA TOTAL REQUERIDA (kVA)

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Estas três potências formam o triângulo de potências apresentado a seguir:

P = Potência Ativa
ϕ
Q = Potência Reativa

S
=
S = P 2 + Q 2 = Potência Aparente

O fator de potência pode ser expresso como sendo o cosseno do ângulo ϕ do triângulo de
potências.

O fator de potência pode ser também calculado a partir dos consumos de energia ativa (kWh)
e reativa (kvarh), através das expressões:

kWh
FP =
(kWh) 2 + (kvarh) 2

kvarh
FP = cos arctg
kWh

O fator de potência pode ser indutivo (atrasado) ou capacitivo (adiantado), variando de 0


(potência totalmente reativa, carga puramente indutiva ou capacitiva) a 1 (potência totalmente ativa,
carga puramente resistiva), conforme abaixo indicado:

fp capacitivo fp indutivo
1
0,92 0,92

0 0

Instalações consumidoras, em geral, possuem cargas predominantemente indutivas


(transformadores, motores, reatores de lâmpadas fluorescentes e etc...), podendo a potência reativa
solicitada pela carga ser fornecida totalmente pela concessionária ou gerada parcialmente por bancos
de capacitores em alta e/ou baixa tensão instalados no consumidor, conforme exemplificado na
figura 1.1.

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P
Q

~ CARGA=P+jQ

~ CARGA=P+jQ

Figura 1.1: suprimento de potência reativa a uma carga.

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1.3 DEMANDA, CONSUMO E MODALIDADES TARIFÁRIAS

A seguir recapitularemos alguns conceitos sobre consumo, demanda e etc...:


 demanda - carga média absorvida durante um intervalo de tempo especificado;
 demanda média - média de todas as demandas em um sistema, consumidor ou instalação, em um
determinado período de tempo, ou seja, quociente entre o consumo em kWh e o intervalo de
tempo considerado em horas;
 demanda máxima - maior de todas as demandas em um consumidor, observada durante um
determinado período de tempo (integralizada em intervalos de 15 minutos pelas concessionárias
para efeito de faturamento, identificada como demanda registrada ou medida);
 fator de carga - relação entre a demanda média de um período e a demanda máxima observada
neste mesmo intervalo de tempo;
 fator de demanda - relação entre a demanda máxima e a carga instalada;
 horário de ponta - corresponde ao intervalo de três horas consecutivas, compreendidas entre
17:00hs e 22:00hs de segunda a sexta feira, definidas por cada concessionária;
 horário de fora de ponta - corresponde às horas complementares às três horas relativas ao horário
de ponta, acrescido do total das horas dos sábados e domingos e feriados nacionais estabelecidos
na Portaria Nº 456/2000 da ANEEL;
 período seco - corresponde ao período abrangido pelas leituras dos meses de maio a novembro de
cada ano;
 período úmido - corresponde ao período abrangido pelas leituras dos meses de dezembro de um
ano a abril do ano seguinte;
 consumidor do grupo A - são todos aqueles atendidos em tensão igual ou superior a 2,3kV ou
ligados em baixa tensão em sistema de distribuição subterrâneo mas considerados, para efeito de
faturamento como de alta tensão;
 tarifa convencional (consumidores atendidos em tensão inferior a 69kV e com demanda inferior a
300kW):
• demanda de potência - um preço único; e
• consumo de energia ativa - um preço único.
 tarifa horo-sazonal azul (aplicação compulsória a consumidores atendidos em tensão superior a
69kV e a consumidores atendidos em tensão inferior a 69kV com demanda igual ou superior a
300kW e aplicação opcional a consumidores atendidos em tensão inferior a 69kV com demanda
entre 50kW e 300kW):
• demanda de potência - um preço para a ponta e um preço para fora de ponta; e
• consumo de energia ativa - um preço para ponta em período úmido, um preço para fora de
ponta em período úmido, um preço para ponta em período seco e um preço para fora de ponta
em período seco.
 tarifa horo-sazonal verde (aplicação opcional a consumidores atendidos em tensão inferior a
69kV com demanda a partir de 50kW):
• demanda de potência - um preço único; e
• consumo de energia ativa - um preço para ponta em período úmido, um preço para fora de
ponta em período úmido, um preço para ponta em período seco e um preço para fora de ponta
em período seco.

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 ultrapassagem de demanda contratada, aplicada caso os valores de demanda medidos superem os


valores contratados, sendo aplicada a tarifa de ultrapassagem (três vezes superior à tarifa
normal), sendo concedidas, no entanto, as seguintes tolerâncias:
• 5% para unidade consumidora atendida em tensão igual ou superior a 69kV (tarifa horo-
sazonal Azul);
• 10% para unidade consumidora atendida em tensão inferior a 69kV e que tenha tido, no mês
de faturamento, demanda contratada para o segmento fora de ponta (tarifa horo-sazonal Azul)
e demanda contratada (tarifa horo-sazonal Verde) superior a 100kW; e
• 20% para unidade consumidora atendida em tensão inferior a 69kV e que tenha tido, no mês
de faturamento, demanda contratada para o segmento fora de ponta (tarifa horo-sazonal Azul)
e demanda contratada (tarifa horo-sazonal Verde) de 50kW até 100kW.

A curva de carga, abaixo apresentada, é obtida quando se representa no eixo vertical os


valores de demanda, e no eixo horizontal intervalos de tempo do período ao qual se refere a curva
(diário, mensal, etc...). A área sob a curva de carga representa o consumo (demanda x tempo).

(kW) D

Pinst.

Dmáx

Dméd

(horas)
6 12 18 24

É interessante observar que o fator de carga mede o aproveitamento do sistema, equipamento,


etc. Assim, se um consumidor possui fator de carga de 98%, significa que suas instalações estão
sendo utilizadas praticamente em sua capacidade total, durante todo o tempo, operando com uma
demanda sempre próxima ao valor máximo.

O fator de demanda indica a influência da simultaneidade das cargas na determinação da


demanda máxima. Este fator é, portanto, essencialmente importante para se dimensionar os
componentes do sistema elétrico a partir da potência instalada.

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1.4 BENEFÍCIOS DA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

As principais vantagens da correção do fator de potência são caracterizadas a seguir:


 eliminação do pagamento pelo fornecimento de energia reativa excedente nas contas de energia
elétrica;
 redução de perdas, uma vez que as mesmas variam com o quadrado da corrente elétrica total;
 liberação da capacidade dos sistemas de geração própria (se houver), transformadores e da rede
de distribuição interna, permitindo a ligação de novas cargas sem custo adicional;
 menor manutenção em dispositivos de proteção e manobra gerando economia a longo prazo e
aumento da vida útil; e
 melhoria do nível de tensão nas cargas, em função da redução da queda de tensão nos
alimentadores obtida graças à redução do fluxo de corrente reativa.

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2. FORNECIMENTO DE ENERGIA REATIVA - REGULAMENTAÇÃO

2.1 PRINCÍPIOS DA REGULAMENTAÇÃO

A Portaria Nº 1.569 de 23/12/93 do DNAEE - Departamento Nacional de Águas e Energia


Elétrica (atualmente incorporada na Resolução Nº 456 da ANEEL) introduziu profundas alterações
na regulamentação sobre fator de potência nos fornecimentos aos consumidores.

O fator de potência de referência estabelecido como limite para cobrança de energia reativa
excedente, por parte da concessionária passou de 0,85 para 0,92, independente do sistema tarifário, a
partir dos faturamentos correspondentes às leituras efetuadas no mês de abril de 1994.

A energia reativa capacitiva passou, a critério da concessionária, a ser medida e faturada. Pela
legislação regulamentadora anterior (Portaria DNAEE nº 222), apenas a energia reativa indutiva era
passível de verificação e faturamento.

A energia reativa indutiva deve ser medida ao longo das 24 horas do dia. Se a concessionária
decidir medir também a energia reativa capacitiva, deverá fazê-lo de 00:00 a 06:00 horas ficando,
nesse caso, a medição da energia reativa indutiva limitada ao período de 06:00 a 24:00 horas.

Os novos critérios para faturamento regulamentam a cobrança de excedentes de energia


reativa, abandonando, assim, a figura tradicional do “ajuste por baixo fator de potência” que sempre
foi associado à idéia de multa. O excedente reativo indutivo ou capacitivo, que ocorre quando o
fator de potência indutivo ou capacitivo é inferior ao valor de referência de 0,92, é cobrado com
tarifa de energia ativa e de demanda ativa (R$/kWh e R$/kW) e introduz o conceito de energia ativa
reprimida ou seja, a cobrança pelo “espaço” ocupado com a circulação de excedente reativo no
sistema elétrico.

A revisão da regulamentação foi elaborada com base em alguns princípios que revisaram a
sistemática de avaliação da energia reativa circulante no sistema elétrico, conforme caracterizado a
seguir:
 a energia reativa indutiva sobrecarrega o sistema elétrico, principalmente nos períodos do dia em
que é mais solicitada (cargas média e pesada);
 a energia reativa capacitiva é prejudicial nos períodos de carga leve, provocando elevação da
tensão, e a conseqüente necessidade de instalação de equipamentos corretivos e a realização de
manobras no sistema;
 a necessidade de liberação de capacidade do sistema elétrico;
 a promoção do uso racional da energia elétrica;
 a criação de condições para que os custos de expansão do sistema elétrico sejam distribuídos de
forma mais justa;
 a legislação do fator de potência não visa aumento de receita da concessionária.

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O cálculo do fator de potência poderá ser feito de duas formas distintas:


 por avaliação mensal: através de valores de energia ativa e reativa medidos durante o ciclo de
faturamento - como era feito anteriormente - somando-se, em módulo, os valores das energias
reativas indutiva e capacitiva medidas nos períodos respectivos; e
 por avaliação horária: através de valores de energia ativa e reativa medidos de hora em hora,
seguindo-se os períodos anteriormente mencionados, para verificação de energia reativa indutiva
e capacitiva, que só pôde ser aplicada a partir do faturamento correspondente às leituras
efetuadas no mês de abril de 1996.

2.2 CÁLCULO DO EXCEDENTE DE REATIVOS

A legislação introduz nova terminologia, tanto no âmbito da medição quanto no do


faturamento:
 UFER - (Unidades FER) - montante de energia ativa reprimida, correspondente ao excedente de
consumo de energia reativa:
• FER - faturamento (R$) do excedente de consumo de energia reativa, ou seja, faturamento
(R$) do montante de energia reativa reprimida:
FER = UFER × R$ / kWh ; e
 UFDR - (Unidades FDR) - demanda de potência ativa reprimida correspondente ao excedente de
demanda de potência reativa:
• FDR - faturamento (R$) do excedente de demanda de potência reativa, ou seja, faturamento
(R$) da demanda de potência ativa reprimida:
FDR = UFDR × R$ / kW .

A demanda de potência ativa reprimida UFDR e o montante de energia ativa reprimida UFER
são calculados através de fórmulas definidas em portaria para a avaliação mensal e para a avaliação
horária.

No caso de aplicação de tarifas horo-sazonais, estes deverão ser diferenciados de acordo com
os respectivos postos horários.

2.2.1 Avaliação mensal

0,92
UFDR = DM × − DF , onde:
fm
 DM - demanda máxima ativa registrada no ciclo de faturamento, através de integralização de 15
minutos;
 DF - demanda faturável no ciclo de faturamento (maior valor da demanda, dentre a medida ou a
contratada); e
 fm - fator de potência médio mensal.

 0,92 
UFER = CA ×  − 1 , onde
 fm 
 CA - consumo ativo no ciclo de faturamento;

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Com base nos dados de kWh e de kvarh obtidos pelos equipamentos de medição, o sistema
de faturamento determina os valores de fm, UFDR e UFER e efetua ainda os faturamentos FDR e
FER.

2.2.2 Avaliação horária

UFDR = DMCR − DF , onde:


 DF: demanda faturável no ciclo de faturamento (maior valor da demanda, dentre a medida ou a
contratada); e
n  0,92 
 DMCR: maior valor de demanda ativa corrigida = max  DAi ×
i=1
 , sendo:
fi 
• DAi - demanda ativa registrada, integralização horária, e
• fi - fator de potência médio horário.

n   0,92   
UFER = ∑  CAi ×  − 1   , onde:
  
i=1  fi

 Cai - consumo ativo registrado de hora em hora.

O registrador digital determina a cada hora o valor de fi em função dos montantes de kWh e
de kvarh. Se esse valor for menor que o valor de referência (0,92) o registrador acumula o valor
correspondente de UFER, calculando ainda o valor de DMCR. No final do ciclo de faturamento o
registrador fornece um total acumulado de UFER e o valor máximo de DMCR. Com base nesses
valores, o sistema de faturamento calcula o valor de UFDR e os faturamentos FDR e FER.

2.3 FATURAMENTO DO EXCEDENTE

O faturamento do excedente de reativo terá as seguintes componentes para os grupos e


sistemas tarifários existentes:
⇒ GRUPO A:
 Tarifa Convencional:
• uma componente FDR correspondente ao excedente de demanda de potência reativa, e
• uma componente FER correspondente ao excedente de consumo de energia reativa;
 Tarifa Horo-Sazonal Verde:
• uma componente FDR correspondente ao excedente de demanda de potência reativa, e
• duas componentes FERp e FERfp correspondentes ao excedente de consumo de energia
reativa nos segmentos de ponta e fora de ponta.
 Tarifa Horo-Sazonal Azul:
• duas componentes FDRp e FDRfp correspondentes ao excedente de demanda de potência
reativa nos segmentos de ponta e fora de ponta, e
• duas componentes FERp e FERfp correspondentes ao excedente de consumo de energia
reativa nos segmentos de ponta e fora de ponta;

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⇒ GRUPO B - uma componente FER correspondente ao excedente de consumo de reativo; e

Cabe registrar que a Portaria Nº 456, prevê que para as unidades consumidoras do Grupo B
(baixa tensão), o faturamento da energia reativa será feito segundo a expressão:

 0,92 
FER = CA ×  − 1 × TCA , onde
 fm 

 FER - faturamento de energia reativa;


 fm - fator de potência medido, durante um período mínimo de 7 (sete) dias consecutivos; e
 TCA - Tarifa de consumo ativo.

Nesta expressão o fator de potência da unidade consumidora será calculado com base em
dados verificados através de medição transitória, abrangendo um período mínimo de 7 (sete) dias
consecutivos. O faturamento de energia reativa excedente correspondente, ficará condicionado à
prévia notificação ao consumidor e será efetuado até que o mesmo comunique ao concessionário
ter corrigido o fator de potência de suas instalações.

Alternativamente a concessionária poderá implantar medição permanente em seus


consumidores do Grupo B.

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3. CAUSAS DO BAIXO FATOR DE POTÊNCIA


Antes de realizar investimentos para corrigir o fator de potência de uma instalação, deve-se
procurar identificar as causas da sua origem, uma vez que a solução das mesmas pode resultar na
correção, ao menos parcial, do fator de potência. A seguir, são apresentadas as principais causas que
dão origem a um baixo fator de potência.

3.1 NÍVEL DE TENSÃO ACIMA DO NOMINAL

O nível de tensão tem influência negativa sobre o fator de potência das instalações, pois como
se sabe a potência reativa (kvar) é, aproximadamente, proporcional ao quadrado da tensão. Assim,
no caso dos motores, que são responsáveis por mais de 50% do consumo de energia elétrica na
indústria, a potência ativa só depende da carga dele solicitada, e quanto maior for a tensão aplicada
nos seus terminais, maior será a quantidade de reativos absorvida e, consequentemente, menor o
fator de potência da instalação.

A tabela 3.1, apresenta a variação percentual do fator de potência em função da carga e da


tensão aplicada em motores.

Neste caso devem ser conduzidos estudos específicos para melhorar os níveis de tensão,
através da utilização de uma relação mais adequada de taps dos transformadores ou da tensão
nominal dos equipamentos.

Tensão Aplicada Carga nos Motores (Em relação à Nominal)


(% de Vnom do Motor)
50% 75% 100%
120% Decresce de 15% a Decresce de 10% a 30% Decresce de 5% a
40% 15%
115% Decresce de 8% a 20% Decresce de 6% a 15% Decresce de 4% a 9%
110% Decresce de 5% a 6% Decresce de 4% Decresce de 3%
100% - - -
90% Cresce de 4% a 5% Cresce de 2% a 3% Cresce de 1%

Tabela 3.1: influência da variação da tensão no fator de potência.

3.2 MOTORES OPERANDO EM VAZIO OU SUPERDIMENSIONADOS

Os motores elétricos de indução consomem praticamente a mesma quantidade de energia


reativa quando operando em vazio ou a plena carga. A potência reativa consumida pelos motores
classe B, são aproximadamente iguais às potências dos capacitores indicadas nas Tabelas 3.2 e 3.3.

Na prática observa-se que para motores operando com cargas abaixo de 50% de sua potência
nominal o fator de potência cai bruscamente. Nestes casos deve-se verificar a possibilidade, por
exemplo, de se substituir os motores por outros de menor potência, com torque de partida mais
elevado e mais eficiente.

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VELOCIDADE SÍNCRONA (rpm) / NÚMERO DE PÓLOS DO MOTOR


POTÊNCIA 3600 1800 1200 900 720 600
DO 2 4 6 8 10 12
MOTOR
(HP) kvar(1) %I (2) kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I
3 1,5 14 1,5 15 1,5 20 2 27 2,5 35 3,5 41
5 2 12 2 13 2 17 3 25 4 32 4,5 37
7,5 2,5 11 2,5 12 3 15 4 22 5,5 30 6 34
10 3 10 3 11 3,5 14 5 21 6,5 27 7,5 31
15 4 9 4 10 5 13 6,5 18 8 23 9,5 27
20 5 9 5 10 6,5 12 7,5 16 9 21 12 25
25 6 9 6 10 7,5 11 9 15 11 20 14 23
30 7 8 7 9 9 11 10 14 12 18 16 22
40 9 8 9 9 11 10 12 13 15 16 20 20
50 12 8 11 9 13 10 15 12 19 15 24 19
60 14 8 14 8 15 10 18 11 22 15 27 19
75 17 8 16 8 18 10 21 10 26 14 32,5 18
100 22 8 21 8 25 9 27 10 32,5 13 40 17
125 27 8 26 8 30 9 32,5 10 40 13 47,5 16
150 32,5 8 30 8 35 9 37,5 10 47,5 12 52,5 15
200 40 8 37,5 8 42,5 9 47,5 10 60 12 65 14
250 50 8 45 7 52,5 8 57,5 9 70 11 77,5 13
300 57,5 8 52,5 7 60 8 65 9 80 11 87,5 12
350 65 8 60 7 67,5 8 75 9 87,5 10 95 11
400 70 8 65 6 75 8 85 9 95 10 105 11
450 75 8 67,5 6 80 8 92,5 9 100 9 110 11
500 77,5 8 72,5 6 82,5 8 97,5 9 107,5 9 115 10

Tabela 3.2: capacitores para motores de baixa tensão.

(1)
Máxima potência capacitiva recomendada.
(2)
Redução percentual de corrente da linha, após a instalação dos capacitores recomendados.

13 Correção do Fator de Potência


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VELOCIDADE SÍNCRONA (rpm) / NÚMERO DE PÓLOS DO MOTOR


POTÊNCIA 3600 1800 1200 900 720 600
DO 2 4 6 8 10 12
MOTOR
(1) (2)
(HP) kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I kvar %I

100 20 7 25 10 25 11 25 11 30 12 45 17
125 30 7 30 9 30 10 30 10 30 11 45 15
150 30 7 30 8 30 8 30 9 30 11 60 15
200 30 7 30 6 45 8 60 9 60 10 75 14
250 45 7 45 5 60 8 60 9 75 10 90 14
300 45 7 45 5 75 8 75 9 75 9 90 12
350 45 6 45 5 75 8 75 9 75 9 90 11
400 60 5 60 5 60 6 90 9 90 9 90 10
450 75 5 60 5 75 6 90 8 90 8 90 8
500 75 5 75 5 90 6 120 8 120 8 120 8
600 75 5 90 5 90 5 120 7 120 8 135 8
700 90 5 90 5 90 5 135 7 150 8 150 8
800 90 5 120 5 120 5 150 7 150 8 150 8

Tabela 3.3: capacitores para motores de média tensão.


(1)
Máxima potência capacitiva recomendada.
(2)
Redução percentual de corrente da linha, após a instalação dos capacitores recomendados.

3.3 TRANSFORMADORES EM VAZIO OU COM PEQUENAS CARGAS

É comum nos momentos de baixa carga se encontrar transformadores operando em vazio ou


alimentando poucas cargas. Nestas condições, ou quando superdimensionados, poderão consumir
uma elevada quantidade de reativos.

O consumo de energia reativa por parte dos transformadores pode ser obtido através de
medidores (analisadores de energia) ou determinados por cálculos necessitando-se neste caso, obter
dos fabricantes os valores da potência reativa média de transformadores a vazio.

Na falta deste valor, pode-se obter através da Tabela 3.4, a potência reativa média a vazio de
transformadores até 1000kVA.

Desta maneira, a energia reativa absorvida por um transformador operando em vazio ou com
baixa carga pode ser obtida multiplicando-se o valor indicado na Tabela 3.4, da carga reativa, pelo
número de horas do período em que se configura esta operação em vazio.

Para se eliminar ou reduzir este efeito, deve-se verificar na prática, a possibilidade de se


desenergizar os transformadores, ou a utilização de um transformador específico (de menor
potência) para alimentação das cargas nos períodos de baixo consumo.

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POTÊNCIA DO CARGA REATIVA MÉDIA EM


TRANSFORMADOR VAZIO DO TRANSFORMADOR
(kVA) (kvar)
10 1,0
15 1,5
30 2,0
45 3,0
75 4,0
112,5 5,0
150 6,0
225 7,5
300 8,0
500 12,0
750 17,0
1.000 19,5

Tabela 3.4: solicitação de reativos de transformadores em vazio.

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4. LOCALIZAÇÃO DOS CAPACITORES


Em princípio os capacitores podem ser instalados de acordo com as alternativas de localização
caracterizadas na Figura 4.1 e descritas a seguir:
 no lado de alta tensão dos transformadores (tipo centralizado);
 nos barramentos secundários dos transformadores (tipo centralizado);
 nos barramentos secundários onde exista um agrupamento de cargas indutivas (tipo distribuído);
 junto às grandes cargas indutivas (tipo individual).

Os motores síncronos, por sua vez, só se mostram em condições de competir economicamente


com os capacitores nas tensões elevadas, mas a exemplo destes devem também ser instalados nas
barras de carga cujo fator de potência deva ser melhorado.

Sempre que possível os capacitores devem ser instalados o mais próximo possível das cargas,
para que os benefícios devido a sua instalação se reflitam em toda a rede elétrica.

AT
A

BT

M M M M
C D

A) na alta-tensão
B) na baixa-tensão
C) em grupos de motores
D) em motores individuais
E) em ramais de baixa-tensão

Quando os valores reais da corrente de magnetização não forem disponíveis, as Tabelas 3.2 e
3.3, fornecem os valores de potência dos capacitores a serem instalados nos terminais dos motores
de indução, tipo gaiola da classe B, de torque e corrente de partida normais.

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Para que se possa redimensionar o relé térmico do motor, as Tabelas 3.2 e 3.3 fornecem,
ainda, os valores percentuais de redução da corrente de carga dos referidos motores.

Os valores da potência dos capacitores e da redução de corrente, indicados nestas tabelas,


quando multiplicados respectivamente por 1,1 e 1,05, se aplicam também aos motores de rotor
bobinado.

4.1 CAPACITORES NO SECUNDÁRIO DOS TRANSFORMADORES

Neste tipo de ligação, os capacitores são instalados no barramento secundário, através de


dispositivos de manobra e proteção, que permitam desligá-los quando a instalação estiver operando
com baixa carga.

Este tipo de instalação, pela utilização do fator de demanda, permite ao consumidor obter uma
apreciável redução dos custos em relação a correção feita individualmente junto as cargas.

Também neste caso, há que se verificar a ocorrência de sobretensão e torques transitórios,


principalmente nos casos de existência de cargas de grande inércia e religamentos rápidos.

Nestes casos deve-se estudar a necessidade também de se instalar bancos automáticos para
evitar que ao se desligar um bloco grande de cargas, a carga restante permaneça conectada a um
grande banco de capacitores.

Deve-se considerar, na especificação do montante do banco de capacitores a ser instalado no


barramento secundário de um transformador, a elevação de tensão no ponto, que pode ser estimada a
partir da potência total do banco e a potência e impedância nominal do transformador segundo a
expressão:

∆V % =
k var cap
× Z trafo (%)
kVA trafo

Por exemplo, um banco de capacitores de 200kvar instalado no secundário de um


transformador de 1000kVA, de impedância 7%, acarretaria uma elevação da tensão de 1,4%
(1,014pu de Vn).

Convém ainda registrar, que a potência gerada pelo capacitor varia diretamente com o
quadrado da tensão no ponto, conforme a expressão:
= ×
2
kVAr
gerado kVAr
cap V
onde;

 kVAr = potência nominal do capacitor; e


cap

 V = tensão aplicada ao capacitor em pu.


Considerando o exemplo anterior e supondo que a tensão no ponto, após a instalação do
capacitor, se situe em 1,014 pu, a potência reativa gerada pelo capacitor será de 205,6kVAr.

4.2 CAPACITORES NOS BARRAMENTOS SECUNDÁRIOS (CCMS)

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A instalação de capacitores em CCMs, é uma solução intermediária em relação as duas


primeiras, e dela se tira partido, quando houver grandes concentrações de cargas pequenas que
inviabilizem a correção do tipo individual.

Neste método se usufrui da diversidade das cargas, para reduzir a potência do banco de
capacitores e aliviar o circuito alimentador do CCM.

Os mesmos cuidados mencionados nos itens anteriores devem ser observados para se evitar
problemas transitórios e sobretensões quando do desligamento das cargas.

4.3 INSTALAÇÃO DE CAPACITORES NO LADO DE ALTA TENSÃO

Esta solução deverá ser objeto de análise técnica e econômica, devido ao custo dos
equipamentos de manobra e proteção, muito embora em certos casos este custo possa ser
compensado pela economia obtida nos preços dos capacitores que em alta tensão são mais baratos.

Registre-se, ainda, que os bancos de capacitores instalados em alta tensão devem,


preferencialmente, ser chaveados o mínimo possível, em virtude das sobretensões e sobrecorrentes
transitórias decorrentes destes chaveamentos.

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5. A CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

5.1 GENERALIDADES

Não existe uma regra geral para se corrigir o fator de potência de uma instalação. Cada caso
exige uma análise criteriosa da utilização da demanda e energia reativas e das condições
operacionais.

Assim a abordagem feita neste capítulo através de recomendações e considerações diversas


tem por objetivo orientar os técnicos e engenheiros sobre algumas das práticas usuais empregadas,
nos cálculos de correção do fator de potência.

Para ilustrar como se corrige o fator de potência, num caso simples, vamos considerar uma
instalação de 80kW, que tenha um fator de potência médio igual a 80% e se queira corrigi-lo para
90%. Pede-se a determinação da potência reativa a ser ligada a esta instalação para se obter o
resultado desejado.

Solução:

Para uma melhor visualização vamos utilizar o método de resolução que utiliza o triângulo de
potências:

ϕ2
ϕ1

Com um cosϕ1 = 0,80 tem-se;

kW = 80
80
kVA = = 100
0,8
kvar = (100) 2 - (80) 2 = 60

Com um cosϕ2 = 0,90 tem-se;


kW = 80
80
kVA = = 88,9
0,9
kvar = (88,9) 2 - (80) 2 = 38,7

Assim:
kvar necessarios = 60 - 38,7 = 21,3

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Na prática, métodos mais simples, utilizando tabelas que determinam multiplicadores,


permitem a determinação dos kvar necessários a partir do valor em kW pela aplicação da fórmula:

&
kvar(necessarios) = kW . (tgϕ 1- tgϕ 2)

Onde os valores de tgϕ1 - tgϕ2 são tabelados conforme tabela 6.2.

Para ilustrar o uso da tabela 5.1, o exercício acima seria resolvido da seguinte maneira:

Da tabela 5.1, obtém-se o valor 0,266 para o multiplicador, que devemos aplicar sobre a
potência ativa (kW) da instalação, para obter a correção de 0,80 para 0,90.

kvar necessário = 0,266 x 80 = 21,3

Os valores de tgϕ1 e de tgϕ2 podem ser obtidos também através da tabela 6.2 que ilustra as
tangentes trigonométricas para vários valores de fator de potência, contendo até algarismos dos
milésimos do fator de potência, que permitem maior precisão na determinação dos kvar necessários.

A título de exemplo pode-se determinar os kvar necessários para corrigir o fator de potência
de uma carga de 100kW, de 0,836 para 0,932, a partir da tabela 5.2:

&
kvar(necessarios) = kW . (tgϕ 1- tgϕ 2)
tgϕ1 = tangente correspondente ao fator de potência 0,836 = 0,656
tgϕ2 = tangente correspondente ao fator de potência 0,932 = 0,389
kvar = 100 x (0,656 - 0,389) = 100 x 0,267 = 26,7kvar

20 Correção do Fator de Potência


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FATOR DE POTÊNCIA CORRIGIDO ( COS ϕ2 )


fator de
potência
original
(cos ϕ1) 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00

0,50 1,112 1,139 1,165 1,192 1,220 1,248 1,276 1,306 1,337 1,369 1,403 1,440 1,481 1,529 1,589 1,732

0,51 1,067 1,094 1,120 1,147 1,175 1,203 1,231 1,261 1,292 1,324 1,358 1,395 1,436 1,484 1,544 1,687
0,52 1,023 1,050 1,076 1,103 1,131 1,159 1,187 1,217 1,248 1,280 1,314 1,351 1,392 1,440 1,500 1,643
0,53 0,980 1,007 1,033 1,060 1,088 1,116 1,144 1,174 1,205 1,237 1,271 1,308 1,349 1,397 1,457 1,600
0,54 0,939 0,966 0,992 1,019 1,047 1,075 1,103 1,133 1,164 1,196 1,230 1,267 1,308 1,359 1,416 1,559
0,55 0,899 0,926 0,952 0,079 1,007 1,035 1,063 1,093 1,124 1,156 1,190 1,227 1,268 1,316 1,376 1,519

0,56 0,860 0,887 0,913 0,940 0,968 0,996 1,024 1,054 1,085 1,117 1,151 1,188 1,229 1,277 1,337 1,480
0,57 0,822 0,849 0,875 0,902 930 0,958 0,986 1,016 1,047 1,079 1,113 1,150 1,191 1,239 1,299 1,442
0,58 0,785 0,812 0,838 0,865 0,893 0,921 0,949 0,979 1,010 1,042 1,076 1,113 1,154 1,202 1,262 1,405
0,59 0,749 0,776 0,802 0,829 0,857 0,885 0,913 0,943 0,974 1,006 1,040 1,077 1,118 1,166 1,226 1,369
0,60 0,713 0,740 0,766 0,793 0,821 0,849 0,877 0,907 0,938 0,970 1,004 1,041 1,082 1,130 1,190 1,333

0,61 0,679 0,706 0,732 0,759 0,787 0,815 0,843 0,873 0,904 0,936 0,970 1,007 1,048 1,096 1,156 1,299
0,62 0,646 0,673 0,699 0,726 0,754 0,782 0,810 0,840 0,871 0,903 0,937 0,974 1,015 1,063 1,123 1,266
0,63 0,613 0,640 0,666 0,693 0,721 0,749 0,777 0,807 0,838 0,870 0,904 0,941 0,982 1,030 1,090 1,233
0,64 0,581 0,608 0,634 0,661 0,689 0,717 0,745 0,775 0,806 0,838 0,872 0,909 0,950 0,998 1,058 1,201
065 0,49 0,576 0,602 0,629 0,657 0,685 0,713 0,743 0,774 0,806 0,840 0,877 0,918 0,966 1,026 1,169

0,66 0,518 0,545 0,571 0,598 0,626 0,654 0,682 0,712 0,743 0,775 0,809 0,846 0,887 0,935 0,995 1,138
0,67 0,488 0,515 0,541 0,568 0,596 0624, 0,652 0,682 0,713 0,745 0,779 0,816 0,857 0,905 0,965 1,108
0,68 0,458 0,485 0,511 0,538 0,566 0,594 0,622 0,652 0,683 0,715 0,749 0,786 0,827 0,875 0,935 1,078
0,69 0,429 0,456 0,482 0,509 0,537 0,565 0,593 0,623 0,654 0,686 0,720 0,757 0,798 0,846 0,906 1,049
0,70 0,400 0,427 0,453 0,480 0,508 0,536 0,564 0,594 0,625 0,657 0,691 0,728 0,769 0,817 0,877 1,020

0,71 0,372 0,399 0,425 0,452 0,480 0,508 0,536 0,566 0,597 0,629 0,663 0,700 0,741 0,789 0,849 0,992
0,72 0,344 0,371 0,397 0,424 0,542 0,480 0,508 0,538 0,569 0,601 0,635 0,672 0,713 0,761 0,821 0,964
0,73 0,316 0,343 0,369 0,396 0,424 0,452 0,480 0,510 0,541 0,573 0,607 0,644 0,685 0,733 0,793 0,936
0,74 0,289 0,316 0,342 0,369 0,397 0,425 0,453 0,483 0,514 0,546 0,580 0,617 0,658 0,706 0,766 0,909
0,75 0,262 0,289 0,315 0,342 0,370 0,398 0,426 0,456 0,487 0,519 0,553 0,590 0,631 0,679 0,739 0,882

0,76 0,235 0,262 0,288 0,315 0,343 0,371 0,399 0,429 0,460 0,492 0,526 0,563 0,604 0,652 0,712 0,855
0,77 0,209 0,236 0,262 0,289 0,317 0,345 0,373 0,403 0,434 0,466 0,500 0,537 0,578 0,626 0,680 0,829
0,78 0,182 0,209 0,235 0,262 0,290 0,318 0,346 0,376 0,407 0,439 0,473 0,510 0,551 0,599 0,659 0,802
0,79 0,156 0,183 0,209 0,236 0,264 0,292 0,320 0,350 0,381 0,413 0,447 0,484 0,525 0,573 0,633 0,776
0,80 0,130 0,157 0,183 0,210 0,238 0,266 0,294 0,324 0,355 0,387 0,421 0,458 0,499 0,547 0,609 0,750

0,81 0,104 0,131 0,157 0,184 0,212 0,240 0,268 0,298 0,329 0,361 0,395 0,432 0,473 0,521 0,581 0,724
0,82 0,078 0,105 0,131 0,158 0,186 0,214 0,242 0,272 0,303 0,335 0,369 0,406 0,447 0,495 0,555 0,698
0,83 0,052 0,079 0,105 0,132 0,160 0,188 0,216 0,246 0,277 0,309 0,343 0,380 0,421 0,469 0,529 0,672
0,84 0,026 0,053 0,079 0,106 0,134 0,162 0,190 0,220 0,251 0,283 0,317 0,354 0,395 0,443 0,503 0,646
0,85 0,000 0,027 0,053 0,080 0,108 0,136 0,164 0,194 0,225 0,257 0,291 0,328 0,369 0,417 0,477 0,620

0,86 0,000 0,026 0,053 0,081 0,109 0,137 0,167 0,198 0,230 0,264 0,301 0,342 0,390 0,450 0,593
0,87 0,000 0,027 0,055 0,083 0,111 0,141 0,172 0,204 0,238 0,275 0,316 0,364 0,424 0,567
0,88 0,000 0,028 0,056 0,084 0,114 0,145 0,177 0,211 0,248 0,289 0,337 0,397 0,540
0,89 0,000 0,028 0,056 0,086 0,117 0,149 0,183 0,220 0,261 0,309 0,369 0,512
0,90 0,000 0,028 0,058 0,089 0,121 0,155 0,192 0,233 0,281 0,341 0,484

0,91 0,000 0,030 0,061 0,093 0,127 0,164 0,205 0,253 0,313 0,456
0,92 0,000 0,031 0,063 0,097 0,134 0,175 0,223 0,283 0,426
0,93 0,000 0,032 0,066 0,103 0,144 0,192 0,252 0,395
0,94 0,000 0,034 0,071 0,112 0,160 0,220 0,363
0,95 0,000 0,037 0,079 0,126 0,186 0,329

0,96 0,000 0,041 0,089 0,149 0,292


0,97 0,000 0,048 0,108 0,251
0,98 0,000 0,060 0,203
0,99 0,000 0,143
1,00 0,000

Tabela 5.1: multiplicadores para determinação dos kvar necessários para a


correção do fator de potência

21 Correção do Fator de Potência


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FATOR
TANGENTES TRIGONOMÉTRICAS
DE ALGARISMOS DOS MILÉSIMOS NO FATOR DE POTÊNCIA
POTÊNCIA 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
1,00 - - - - - - - - - -
0,99 0,143 0,135 0,127 0,119 0,110 0,100 0,090 0,078 0,063 0,045
0,98 0,203 0,198 0,192 0,187 0,181 0,175 0,169 0,163 0,156 0,150
0,97 0,251 0,246 0,242 0,237 0,233 0,228 0,223 0,218 0,213 0,208
0,96 0,292 0,288 0,284 0,280 0,276 0,272 0,268 0,264 0,259 0,255

0,95 0,329 0,325 0,322 0,318 0,314 0,310 0,307 0,303 0,299 0,296
0,94 0,363 0,360 0,356 0,353 0,350 0,346 0,343 0,339 0,339 0,332
0,93 0,395 0,392 0,389 0,386 0,383 0,379 0,376 0,373 0,370 0,366
0,92 0,426 0,423 0,420 0,417 0,414 0,411 0,408 0,405 0,402 0,398
0,91 0,456 0,453 0,450 0,447 0,444 0,441 0,438 0,435 0,432 0,429

0,90 0,484 0,482 0,479 0,476 0,473 0,470 0,467 0,464 0,461 0,459
0,89 0,512 0,510 0,507 0,504 0,501 0,498 0,495 0,493 0,490 0,487
0,88 0,440 0,537 0,534 0,532 0,529 0,526 0,523 0,521 0,518 0,515
0,87 0,567 0,564 0,561 0,559 0,556 0,553 0,551 0,548 0,545 0,543
0,86 0,593 0,591 0,588 0,585 0,583 0,580 0,577 0,575 0,572 0,569

0,85 0,620 0,617 0,615 0,612 0,609 0,607 0,604 0,601 0,599 0,596
0,84 0,646 0,643 0,641 0,638 0,636 0,633 0,630 0,628 0,625 0,622
0,83 0,672 0,669 0,667 0,664 0,662 0,659 0,656 0,654 0,651 0,649
0,82 0,698 0,695 0,693 0,690 0,688 0,685 0,682 0,680 0,677 0,675
0,81 0,724 0,721 0,719 0,716 0,714 0,711 0,708 0,706 0,703 0,701
,
0,80 0,750 0,747 0,745 0,742 0,740 0,737 0,734 0,732 0,729 0,727
0,79 0,776 0,774 0,771 0,768 0,766 0,763 0,760 0,758 0,755 0,753
0,78 0,802 0,800 0,797 0,794 0,792 0,789 0,787 0,784 0,781 0,779
0,77 0,829 0,826 0,823 0,821 0,818 0,815 0,813 0,810 0,808 0,805
0,76 0,855 0,853 0,850 0,847 0,845 0,842 0,839 0,837 0,834 0,831

0,75 0,882 0,879 0,877 0,874 0,871 0,869 0,866 0,863 0,861 0,858
0,74 0,909 0,906 0,904 0,901 0,898 0,895 0,893 0,890 0,887 0,885
0,73 0,936 0,934 0,931 0,928 0,925 0,923 0,920 0,917 0,914 0,912
0,72 0,964 0,961 0,958 0,956 0,953 0,950 0,947 0,945 0,942 0,939
0,71 0,992 0,989 0,986 0,983 0,981 0,978 0,975 0,972 0,970 0,967

0,70 1,020 1,017 1,015 1,012 1,009 1,006 1,003 1,000 0,997 0,995
0,69 1,049 1,046 1,043 1,040 1,037 1,035 1,032 1,029 1,026 1,023
0,68 1,078 1,075 1,072 1,069 1,067 1,064 1,061 1,058 1,055 1,052
0,67 1,108 1,105 1,102 1,099 1,096 1,093 1,090 1,087 1,084 1,081
0,66 1,138 1,135 1,132 1,129 1,126 1,123 1,120 1,117 1,114 1,111

0,65 1,169 1,166 1,163 1,160 1,157 1,154 1,151 1,148 1,144 1,141
0,64 1,201 1,197 1,194 1,191 1,188 1,185 1,182 1,179 1,175 1,172
0,63 1,233 1,230 1,226 1,223 1,220 1,217 1,213 1,210 1,207 1,204
0,62 1,266 1,262 1,259 1,256 1,252 1,249 1,246 1,243 1,239 1,236
0,61 1,299 1,296 1,292 1,289 1,286 1,282 1,279 1,275 1,272 1,269

Tabela 5.2: tangentes trigonométricas

correspondentes aos vários valores de fator de potência

22 Correção do Fator de Potência


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FATOR
TANGENTES TRIGONOMÉTRICAS
DE ALGARISMOS DOS MILÉSIMOS NO FATOR DE POTÊNCIA
POTÊNCIA 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0,60 1,333 1,330 1,326 1,323 1,320 1,316 1,313 1,309 1,306 1,302
0,59 1,369 1,365 1,361 1,358 1,254 1,351 1,347 1,344 1,340 1,337
0,58 1,405 1,401 1,397 1,394 1,390 1,386 1,383 1,379 1,376 1,372
0,57 1,442 1,438 1,434 1,430 1,427 1,423 1,419 1,416 1,412 1,408
0,56 1,480 1,476 1,472 1,468 1,464 1,460 1,457 1,453 1,449 1,445

0,55 1,519 1,515 1,511 1,507 1,503 1,499 1,495 1,491 1,487 1,483
0,54 1,559 1,555 1,551 1,547 1,542 1,538 1,534 1,530 1,526 1,523
0,53 1,600 1,596 1,592 1,588 1,583 1,579 1,575 1,571 1,567 1,563
0,52 1,643 1,638 1,634 1,630 1,626 1,621 1,617 1,613 1,608 1,604
0,51 1,687 1,682 1,677 1,673 1,669 1,665 1,660 1,656 1,651 1,647

0,50 1,732 1,727 1,723 1,718 1,714 1,709 1,705 1,700 1,696 1,691
0,49 1,779 1,774 1,770 1,765 1,760 1,755 1,751 1,746 1,741 1,737
0,48 1,828 1,823 1,818 1,813 1,808 1,803 1,798 1,794 1,789 1,784
0,47 1,878 1,873 1,868 1,863 1,858 1,853 1,848 1,843 1,838 1,833
0,46 1,930 1,925 1,920 1,914 1,909 1,904 1,899 1,894 1,888 1,883

0,45 1,985 1,979 1,974 1,968 1,963 1,957 1,952 1,946 1,941 1,936
0,44 2,041 2,035 2,030 2,024 2,018 2,012 2,007 2,001 1,996 1,990
0,43 2,100 2,094 2,088 2,082 2,076 2,070 2,064 2,058 2,052 2,047
0,42 2,161 2,155 2,148 2,142 2,136 2,130 2,124 2,118 2,112 2,106
0,41 2,225 2,218 2,212 2,205 2,199 2,192 2,186 2,180 2,173 2,167

0,40 2,291 2,185 2,278 2,271 2,264 2,258 2,251 2,244 2,238 2,231
0,39 2,361 2,354 2,347 2,340 2,333 2,326 2,319 2,312 2,305 2,298
0,38 2,434 2,427 2,419 2,412 2,405 2,397 2,390 2,383 2,375 2,368
0,37 2,511 2,503 2,495 2,488 2,480 2,472 2,464 2,457 2,449 2,442
0,36 2,592 2,583 2,575 2,567 2,559 2,551 2,543 2,535 2,527 2,519

0,35 2,676 2,668 2,659 2,651 2,642 2,633 2,625 2,617 2,608 2,600
0,34 2,766 2,757 2,748 2,739 2,730 2,721 2,712 2,703 2,694 2,685
0,33 2,861 2,851 2,841 2,832 2,822 2,813 2,803 2,794 2,784 2,775
0,32 2,961 2,950 2,940 2,930 2,920 2,910 2,900 2,890 2,880 2,870
0,31 3,067 3,056 3,045 3,034 3,024 3,013 3,002 2,992 2,981 2,971

0,30 3,180 3,168 3,157 3,145 3,134 3,122 3,111 3,100 3,089 3,078
0,29 3,300 3,288 3,275 3,263 3,251 3,239 3,227 3,215 3,203 3,191
0,28 3,429 3,415 3,402 3,398 3,376 3,363 3,351 3,338 3,325 3,313
0,27 3,566 3,552 3,538 3,524 3,510 3,496 3,483 3,469 3,455 3,442
0,26 3,714 3,699 3,683 3,668 3,653 3,639 3,624 3,610 3,595 3,580

0,25 3,873 3,857 3,840 3,824 3,808 3,792 3,776 3,761 3,745 3,729
0,24 4,045 4,027 4,009 3,992 3,975 3,957 3,940 3,923 3,906 3,890
0,23 4,231 4,212 4,193 4,174 4,155 4,136 4,118 4,099 4,081 4,063
0,22 4,434 4,413 4,392 4,372 4,351 4,330 4,310 4,291 4,270 4,251
0,21 4,656 4,632 4,610 4,587 4,565 4,542 4,520 4,499 4,477 4,456
0,20 4,899 4,873 4,848 4,824 4,799 4,775 4,750 4,726 4,703 4,679

Tabela 5.2: tangentes trigonométricas

correspondentes aos vários valores de fator de potência (cont.)

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5.2 ESTUDO DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA:

O estudo de correção do fator de potência, visa o dimensionamento de capacitores,


compreendendo a definição de sua potência e tensão nominais, a sua localização física e a sua
característica de atuação (modo fixo ou automático) e deve ser elaborado a partir da disponibilidade
das seguintes informações principais:
 medições de demanda e fator de potência nos pontos de interesse (por exemplo: secundário do
transformador abaixador da instalação consumidora) em intervalos de 1 hora, em conformidade
com os critérios estabelecidos pela regulamentação da ANEEL, durante um período
representativo da operação do sistema, contemplando a variação da carga em seus níveis máximo
e mínimo;
 medições de corrente e tensão nos capacitores existentes, para verificação se os mesmos operam
em suas condições nominais;
 análise das contas de energia por um período mínimo de 12 meses (consumo e demanda ativa e
reativa, fator de potência, fator de carga, tarifas de ultrapassagem da demanda contratada;
adequação do tipo de tarifação adotado: convencional ou horo-sazonal azul ou verde);
 diagrama unifilar do sistema elétrico;
 levantamento das características operativas do sistema, turnos de trabalho, previsão de inclusão
ou exclusão de cargas significativas, planos de expansão e etc...;
 levantamento no local, da disponibilidade de espaço físico para instalação dos capacitores;
 plantas de arranjo físico da subestação principal e subestações de distribuição internas, caso
existentes;
 identificação das cargas de maior porte (regime de operação, características elétricas e
localização);
 identificação de medidas corretivas a serem adotadas para a melhoria do fator de potência, que
não dependam da instalação de bancos de capacitores (por exemplo: substituição de motores
super ou subdimensionados, substituição de reatores de lâmpadas de descarga por reatores de alto
fator de potência, desligamento de transformadores operando em vazio, remanejamento da
operação de determinadas cargas para outros períodos do dia e etc...).

Levantadas as informações, inicia-se o estudo com a análise das causas, para em seguida se
proceder a um diagnóstico que as identifique e indique as melhores soluções.

É bom lembrar, que a correção do fator de potência, pode ser feita, até certo ponto,
corrigindo-se as causas, o que levará à utilização de equipamentos de correção com menor potência.

Posteriormente, deverão ser feitas avaliações, sobre a melhor localização dos equipamentos de
correção, levando-se em conta, os aspectos econômicos.

Finalmente, os resultados dos cálculos são analisados em conjunto, para que através de uma
avaliação econômica das alternativas levantadas, se façam as recomendações finais.

Antes de encerrar este capítulo, é oportuno observar que para as instalações de grande porte, o
Estudo de Fluxo de Carga, que faz uso de programa computacional específico, pode se apresentar
como ferramenta auxiliar poderosa na pesquisa das causas e na análise das medidas a serem
recomendadas para a correção do fator de potência.

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6. TIPOS DOS CAPACITORES


Os capacitores de baixa tensão, existentes atualmente na mercado, são classificados em três
grupos:
 capacitores a seco, com tecnologia PPM (Polipropileno Metalizado), sem óleo biodegradável;
 capacitores imersos, com tecnologia PPM (Polipropileno Metalizado), imersos em óleo
biodegradável; e
 capacitores impregnados, com tecnologia NÃO PPM (Polipropileno + folhas de alumínio),
impregnados em óleo biodegradável.

Com relação à durabilidade frente à exposição a sobretensões e a presença de harmônicos, os


capacitores impregnados são significativamente mais resistentes, que os imersos em óleo, que por sua
vez apresentam desempenho superior aos capacitores a seco.

Convém registrar que as diferenças técnicas entre os diversos tipos de capacitores não se
resumem, apenas à questão de impregnação ou não do óleo, devendo-se principalmente à composição
dos materiais para a formação da parte ativa do capacitor (placas e dielétrico), que determinarão a real
durabilidade dos capacitores, em condições adversas de operação.

Cabe mencionar que os compostos de policlorobifenil (PCB’s), comercialmente conhecidos


como óleos ascaréis, tiveram a sua produção e comercialização proibidos em todo o território nacional
pela Portaria Interministerial n° 19 (Ministérios do Interior, Indústria e Comércio e Minas e Energia)
de 29/01/1981, devido a suas características tóxicas para pessoas e o meio ambiente.

Desta forma os capacitores (ou transformadores de potência) ainda em operação, devem ser
recolhidos e incinerados segundo procedimentos específicos. Estes procedimentos envolvem o
recolhimento do óleo ascarel em tambores e o retalhamento dos capacitores que posteriormente são
incinerados em fornos a uma temperatura de 1.000°C, sendo os gases tóxicos resultantes da
combustão tratados e filtrados antes de serem liberados para a atmosfera.

A NBR 8371 - Ascarel para Transformadores e Capacitores - Características e Riscos


(junho/97), contém os procedimentos a serem adotados, contemplando os aspectos de manuseio,
acondicionamento, operação e manutenção de equipamentos, transporte, eliminação e destinação final
do óleo e do equipamento.

As unidades capacitivas de alta tensão são monofásicas e constituídas por armadura de


alumínio e filme de polipropileno impregnados com óleo biodegradável, sendo formadas pela
associação série/paralelo de células capacitores.

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7. ESPECIFICAÇÃO DOS CAPACITORES DE BAIXA TENSÃO

7.1 NORMA

A norma adotada para capacitores de baixa tensão (até 1000V) é a IEC 831-1 Shunt power
capacitors of the self-healing type for ac systems having a rated voltage up to and including 1000V
(1996).

7.2 TENSÃO

A tabela 7.1, extraída da NBR 5282/88, apresenta os valores de tensão máxima de longa
duração (regime permanente), suportadas pelos capacitores de tensão nominal acima de 1.000V.

TIPO TENSÃO DURAÇÃO


(valor eficaz) MÁXIMA
Freqüência 1,00 Vn contínua
nominal
Freqüência 1,10 Vn 8 horas por período de
nominal 24hs
Freqüência 1,15 Vn 30 minutos por período
nominal de 24hs
Freqüência 1,20 Vn 5 minutos
nominal

Freqüência 1,30 Vn 1 minuto


nominal

Freqüência nominal
mais Valor tal que a corrente não exceda a 1,3 In
harmônicos

Tabela 7.1: tensões de longa duração


Notas
a) As sobretensões indicadas na tabela 18.1 foram assumidas considerando que valores
superiores a 1,15 Vn não ocorrem mais que 200 vezes durante a vida do capacitor.

7.3 CORRENTE

Com relação à corrente máxima permissível a norma IEC 831-1, registra que as unidades
capacitivas devem ser capazes de suportar continuamente uma corrente de valor eficaz igual a 1,3 In,
excluindo os transitórios.

Em função do valor real da capacitância, que pode ser no máximo igual a 1,15 vezes a
capacitância nominal, a máxima corrente permissível pode alcançar 1,5 In.

Estes fatores de sobrecorrente visam levar em conta os efeitos combinados de harmônicos, de


sobretensões e da tolerância da capacitância.

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7.4 TOLERÂNCIA DA CAPACITÂNCIA

Com relação a capacitância são aceitas as seguintes tolerâncias em relação a capacitância


nominal:
 -5% a +15% para unidades capacitivas e bancos de capacitores de até 100kvar;
 0 a +10% para unidades capacitivas e bancos de capacitores superiores a 100kvar.

7.5 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

Os dispositivos de proteção e manobra (disjuntores, fusíveis, contatoras) e os cabos de


alimentação dos capacitores devem ser dimensionados para suportar continuamente, pelo menos, 1,5
vezes In.

7.6 RESISTOR DE DESCARGA

Os capacitores de baixa tensão, possuem resistores de descargas próprios, que reduzem a


tensão residual a 75V, em até 3 minutos, após o desligamento dos mesmos.

O fato de existir um dispositivo de descarga, não elimina a necessidade de se curto-circuitar


os terminais entre si e a terra, antes de qualquer manutenção.

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8. ESPECIFICAÇÃO DOS CAPACITORES DE ALTA TENSÃO

8.1 NORMAS

As normas da ABNT, a serem utilizadas para a especificação, instalação e operação de


capacitores em tensões superiores a 1000V, são relacionadas a seguir:
 NBR 5060 - Guia para Instalação e Operação de Capacitores de Potência (julho/77).
 NBR 5282 - Capacitores de Potência em Derivação para Sistema de Tensão Nominal acima de
1000V (maio/88).

8.2 TENSÃO

A tabela 7.1, extraída da NBR 5282/88, apresenta os valores de tensão máxima de longa
duração (regime permanente), suportadas pelos capacitores de tensão nominal acima de 1.000V.

TIPO TENSÃO DURAÇÃO


(valor eficaz) MÁXIMA
Freqüência 1,00 Vn contínua
nominal
Freqüência 1,10 Vn 12 horas por período de
nominal 24hs
Freqüência 1,15 Vn 30 minutos por período
nominal de 24hs
Freqüência 1,20 Vn 5 minutos
nominal

Freqüência 1,30 Vn 1 minuto


nominal

Freqüência nominal
mais Valor tal que a corrente não exceda a 1,31 In
harmônicos

Tabela 7.1: tensões de longa duração


Notas:
b) Para valores de tensão compreendidos entre 1,00 e 1,10 Vn, a duração da sobretensão
devida, por exemplo, à queima de unidades, deve ser limitada ao tempo necessário para a
reposição das condições normais de funcionamento, conforme nota b).
c) A amplitude da sobretensão que pode ser tolerada sem significativa deterioração do
capacitor depende da sua duração, do número total de sobretensões e da temperatura do
capacitor.
d) As sobretensões indicadas na tabela 18.1 foram assumidas considerando que valores
superiores a 1,15 Vn não ocorrem mais que 200 vezes durante a vida do capacitor.
e) Os capacitores projetados, conforme a NBR 5282, podem operar até 12hs por período de
24 hs com até 110% da tensão nominal, desde que a tensão de crista, incluindo todos os
harmônicos não exceda 1,2 2 vezes Vn, e a potência máxima não exceda a 144% da
potência nominal.

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8.3 CORRENTE

Com relação à corrente máxima permissível a NBR 5282/88, registra que as unidades
capacitivas devem ser capazes de suportar continuamente uma corrente de valor eficaz igual a 1,31
In, excluindo os transitórios.

Em função do valor real da capacitância, que pode ser no máximo igual a 1,10 vezes a
capacitância nominal, a máxima corrente permissível pode alcançar 1,44 In

8.4 RESISTOR DE DESCARGA

No caso geral, os capacitores de alta tensão, devem ser especificados com resistores de
descargas próprios, que garantam reduzir a tensão residual a 50V, em até 5 minutos, após o
desligamento dos mesmos.

O fato de existir um dispositivo de descarga, não elimina a necessidade de se curto-circuitar


os terminais entre si e a terra, antes de qualquer manutenção

8.5 TOLERÂNCIA DA CAPACITÂNCIA

Com relação a capacitância são aceitas as seguintes tolerâncias em relação a capacitância


nominal:
 -5% a + 10% para unidades capacitivas e bancos de capacitores de até 3,0Mvar;
 0 a + 10% para bancos de capacitores de 3,0Mvar a 30,0Mvar; e
 0 a + 5% para bancos de capacitores superiores a 30,0Mvar.

8.6 APLICAÇÃO DE REATORES DE AMORTECIMENTO

Quando um banco de capacitores é energizado, no instante do chaveamento a baixa


impedância do banco faz com que apareça uma corrente de ligamento, também conhecida como
corrente de “inrush”, que possui magnitude e freqüência elevadas. O valor da corrente e da
freqüência, dependem do valor total da capacitância e da indutância do circuito, assim como do
valor da tensão aplicada.

Esta situação torna-se ainda mais crítica quando um banco de capacitores é energizado, com
outros bancos de capacitores já operando em paralelo, esta situação é conhecida como energização
“back-to-back”.

O projeto do capacitor e o arranjo do banco de capacitores devem leva em consideração os


altos valores da corrente de ligamento, bem como a sua freqüência. Assim, a instalação de reatores
de amortecimento (ou reatores limitadores de corrente de ïnrush”), irá proteger a chave ou o
disjuntor a ser utilizado para o chaveamento. Existem disjuntores e chaves interruptoras que
possuem resistores de pré-inserção que servem para limitar a corrente de ligamento, dispensando,
desta forma, a utilização de reatores. A indutância dos reatores necessária será então uma resultante
da limitação da chave ou do disjuntor.

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Os valores máximos de corrente de ligamento e sua freqüência, considerando a energização de


um único banco de capacitores (sem outros bancos de capacitores em paralelo), podem ser
determinados a partir das expressões:

E  XC 
I max = 1 + 
XC − XL  XL 

XC
f max = 60 ×
XL

onde,
E = tensão fase-terra do sistema em kV;
XC = reatância capacitiva do banco por fase em Ω;
XL = reatância indutiva do sistema, vista do ponto de instalação do banco, por fase em Ω;
Imax = valor máximo da corrente de ligamento em kA; e
fmax = valor máximo da freqüência da corrente de ligamento em Hz.

Os valores de Xc e Xl são calculados a partir das expressões:

( kV )
2

X C
=
M var

(kV )
2

X L
=
MVAcc

onde,
kV = tensão fase-fase do sistema;
Mvar = potência trifásica do banco de capacitores; e
MVAcc = potência de curto-circuito do sistema.

O valor da corrente de ligamento se situa, usualmente, em cerca de 15 vezes a corrente


nominal do banco de capacitores.

Quando um banco de capacitores em paralelo com um ou mais bancos de capacitores é


energizado, uma corrente de ligamento adicional fluirá devido à descarga dos capacitores
energizados sobre o banco de capacitores que está sendo energizado. Neste caso, o valor da corrente
e freqüência dependem basicamente da indutância existente entre os bancos de capacitores.

Os valores máximos de corrente de ligamento e freqüência associada podem ser calculados


pelas fórmulas:
C
I max = 2 E
Lo
1
f max =
2π C × Lo
onde,
E = tensão fase-terra do sistema em kV;

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C = capacitância equivalente do circuito em µF;


Lo = indutância entre os bancos de capacitores em µH;
Imax = valor máximo da corrente de ligamento em kA;
fmax = valor máximo da freqüência da corrente de ligamento em Hz.

A figura 7.1 ilustra a situação descrita:


Lo

C=
CC 1 2

C +C
1 2

C1 C2

Figura 7.1 - chaveamento de bancos de capacitores em paralelo

A indutância Lo possui valor baixo, dependendo basicamente da distância entre dois bancos
de capacitores adjacentes. A tabela 7.2 apresenta alguns valores típicos de indutância, que podem
ser utilizados na falta de informações mais precisas.

ITEM INDUTÂNCIA

Cabo monofásico 1,08µH/m


Cabo trifásico 0,24µH/m
Chave a óleo (15kV x 200A) 0,8µH
Chave a óleo (15kV x 400A) trifásica 1,2µH
Bancos de capacitores 1,0µH/banco
Disjuntor consultar fabricante
Chave a vácuo desprezível

Tabela 7.2 - valores aproximados de indutância

Os valores máximos de corrente de ligamento se situam em uma faixa de 20 até 250 vezes a
corrente nominal. Esse valor deve ser sempre verificado para que se assegure que a chave ou
disjuntor sejam capazes de suportá-lo.

A forma de se assegurar um valor menor de corrente de ligamento, consistiria na aplicação de


reatores limitadores de corrente em série com os bancos de capacitores.

A determinação da corrente e frequência de ligamento associadas à energização de bancos de


capacitores pode ser feita, com maior precisão através da utilização de programa computacional
específico para análise de transitórios como o ATP - Alternative Transients Program, que permite
uma modelagem detalhada dos elementos do sistema, inclusive de elementos não lineares como
característica V x I de pára-raios e de transformadores operando em saturação, e a simulação de
diversas situações de chaveamento, facilitando a especificação de reatores limitadores, disjuntores,
pára-raios e etc.

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9. REFERÊNCIAS

 IEEE Std. 141/93 - IEEE Recommended Practice for Electric Power Distribution for Industrial
Plants;
 IEC 831-1 Shunt power capacitors of the self-healing type for ac systems having a rated voltage up
to and including 1000V (1996);
 NBR 5060 - Guia para Instalação e Operação de Capacitores de Potência;
 NBR 5282 - Capacitores de Potência em Derivação para Sistema de Tensão Nominal acima de
1000V;
 NBR 8371 - Ascarel para Transformadores e Capacitores - Características e Riscos (junho/97
 Manual INDUCON - Capacitores de Potência;
 Regulamentação sobre Fator de Potência - Legislação e Tecnologia para Correção, Palestra
Técnica da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do CREA/RJ, Eng° Roberto Cunha de
Carvalho; e
 Correção do Fator de Potência e Interferência Harmônica, Palestra Técnica da Câmara
Especializada de Engenharia Elétrica do CREA/RJ, Eng° Roberto Cunha de Carvalho e Fabio
Lamothe Cardoso, Agosto/2000.

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