casada, aposentada, RG nº 141.998 – SSP/RO, CPF nº 350.940.952-34 e JOSÉ FERREIRA COSTA, brasileiro casado, motorista, RG nº 227.880 – SSP/RO, CPF nº 143.084.522-87, ambos residentes e domiciliados na Rua Tancredo Neves nº 1893, Centro, Itapuã do Oeste-RO, por seu advogado ao final assinado, com escritório profissional no endereço constante do rodapé, onde recebe correspondências e documentos afins, vem perante Vossa Excelência, com o devido respeito e acato, apresentar:
CONTESTAÇÃO
Nos autos em epigrafe, AÇÃO DE ALIMENTOS,
ALIMENTOS que lhe movem VITOR CLEBER DA SILVA COSTA e GLAUBER DA SILVA COSTA, representados por sua Genitora RAIMUNDA JÉSSICA DA SILVA, fazendo-a nas medidas fáticas e jurídicas a seguir delineadas:
Não procedem as alegações expendidas na inicial,
eis que a verdade dos fatos é diversa ao alegado, o que se provará durante a instrução do feito.
Quanto à alegação de que os Requerentes estão a
mingua, não condiz com a realidade, eis que quando da morte de seu genitor, receberão seguro DPVAT, como também passaram a receber pensão por morte pelo INSS;
Ademais Excelência, conforme pode observar, que os
requeridos são pessoas idosas seu rendimento salarial provem do beneficio de auxilio doença a qual recebe a requerida do INSS correspondente a um piso salarial, e o requerido é autônomo, e seus sustento advém da força bruta, com muito suor capinando. Os requeridos não tem condições de contribuir com os alimentos de seus netos face as condições precárias dos seus rendimentos familiar.
Neste sentido temos:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS MOVIDA CONTRA AVÓS
PATERNOS. IMPOSSIBILIDADE FINANCEIRA DOS AVÓS. DESCABIMENTO. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA REJEITADA. Não tendo a autora/apelante juntado o rol de testemunhas oportunamente, conforme dispõe o art. 407 do CPC, não há falar em cerceamento de defesa.
A obrigação dos avós em pagar alimentos aos netos é excepcional e
pressupõe possibilidade e a total ausência de condições dos pais, o que não ocorre na hipótese, em que demonstrado que os avós/apelados não possuem condições de pagar alimentos à apelante sem prejuízo do sustento próprio. Os avós não estão obrigados a sacrificar seu próprio sustento para alimentar netos, principalmente, como no caso, em que demonstrado que a mãe da apelante possui condições de manter a apelante sem apelar aos avós paternos. Ou seja, a genitora da apelante exerce atividade laborativa e recebe do INSS pensão alimentícia pela morte do pai da apelante.
Preliminar rejeitada, e Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº
70018905588, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Raupp Ruschel, Julgado em 13/06/2007)
Desta forma, não se pode sacrificar o sustento de um
casal de idosos, quando a mãe dos requerente é uma mulher saudável com condições físicas de trabalhar para contribuir com o sustento familiar já que recebe pelo INSS a pensão supramencionada.
No presente caso temos que, caso haja a
necessidade de alimentos, o que se cogita apenas por amor ao debate, neste estaríamos diante de alimentos complementares, sendo aí, devidos pelos avós paternos e maternos, não podendo sacrificar somente os avós paternos, conforme já decidiu o Colendo Superior Tribunal de Justiça.
DOS AVÓS. Não é só e só porque o pai deixa de adimplir a obrigação alimentar devida aos seus filhos que sobre os avós (pais do alimentante originário) deve recair a responsabilidade pelo seu cumprimento integral, na mesma quantificação da pensão devida pelo pai. Os avós podem ser instados a pagar alimentos aos netos por obrigação própria, complementar e/ou sucessiva, mas não solidária. Na hipótese de alimentos complementares, tal como no caso, a obrigação de prestá-los se dilui entre todos os avós, paternos e maternos, associada à responsabilidade primária dos pais de alimentarem os seus filhos. Recurso especial parcialmente conhecido e parcialmente provido, para reduzir a pensão em 50% do que foi arbitrado pela Corte de origem. (REsp 366.837/RJ, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, Rel. p/ Acórdão Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 19/12/2002, DJ 22/09/2003 p. 331)
Diante dos exposto espera os requeridos, de Vossa
Excelência, que seja reconhecido a improcedência da ação, face a falta de condições de contribuir com os alimentos devido o estado de miserabilidade dos mesmos.
Destarte, diante das argumentações supra
delineadas, para garantia da dignidade da pessoa humana.