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Director do Dept. de Física
de Instrumentação e Partículas. A forte ligação
Nuno Lopes
Presidente do NEDF/AAC
!
EDF
ON
SAL ,
NA TENS
AD
Há uma enorme diferença no ritmo das aulas Narro agora uma experiência que ilustra na
no ensino superior face ao ensino secundário perfeição os “riscos” de não se cumprirem os
a que nos vamos adaptando gradualmente. Eu términos do código de praxe. Estava a entrar
escolhi física porque me fascina a demanda na rua Padre António Viera, junto ao elevador,
incansável do ser humano para desvendar os quando eu e uns colegas que me ladeavam avis-
segredos do Universo. O trabalho é intensivo támos uma trupe. Consequentemente, vejo to-
mas é fundamental como preparação para a dos a fugir enquanto eu, inebriado pelo espírito
jornada profissional que se aproxima. De fac- académico, recolho-me num gesto de coragem
to, por mais esforço e sacrifício a que nos su- e grito: “Eu sou caloiro!” Devo admitir que os
jeitemos, quando gostamos realmente do que membros da trupe me pareceram simpáticos,
fazemos, tudo pode ser ultrapassado. Citan- embora não me recorde do conteúdo da con-
do o excelso Fernando Pessoa “Tudo vale a versa enquanto sentia o meu cabelo ser dilace-
pena. Se a alma não é pequena”. rado e queimado naquela colher de pau. Qual-
quer ego que pudesse possuir, desvaneceu-se
A praxe é um assunto algo controverso por- totalmente perante o meu reflexo. De qualquer
que tem o objectivo de aproximar os alunos forma, não foi nada que não se resolvesse com
que acabam de aceder ao ensino superior à recurso a um cabeleireiro profissional.
nova vida académica, mas são recorrente-
mente reportados alguns abusos. Eu parti O primeiro ano da universidade é especial e
para a praxe de forma receptiva e, devo dizer, está repleto de experiências que nos marcam
que nunca fui vítima de algum tipo de proble- intensamente e dão o seu contributo na edifica-
ma. Aliás, considero mesmo que esta teve um ção da nossa personalidade. Torná-lo aprazível
papel preponderante na minha inclusão neste e profícuo só depende de nós, por isso, ponham
novo meio. Desta forma, penso que está nas a mão na consciência e, sobretudo, sejam vocês
mãos do caloiro saber comportar-se, aceitar próprios!
ou negar as condições que lhe são impostas de
acordo com os princípios em que fundamente Emanuel Barata
a sua personalidade. O momento alto da pra-
xe, na minha opinião, aconteceu no botânico, Aluno de Física
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Mondego, para aí serem baptizados.
E
frequentavam a Universidade de Coimbra. Fui ste verão realizou-se mais uma Escola de
bem acolhido e juntamente com os restantes Verão Física@UC, direccionada a alunos
participantes tive uma semana espectacular. do ensino secundário. Os alunos participaram
em diversas actividades, desde a descida do
Durante as manhãs, assistíamos todos a pales- rio Mondego em canoa, observação nocturna,
tras sobre temas recentes de investigação em conheceram alguns pontos fulcrais da Univer-
física, tais como os dados distribuídos por re- sidade de Coimbra e não menos importante,
sultados de experiências no LHC, as estrelas de participaram muito intensivamente dentro do
neutrões e a sua composição. Nas tardes desen- nosso Departamento.
volvíamos um projecto que apresentámos no
último dia, sendo eu premiado por fazer parte Durante toda a semana, por iniciativa própria,
do grupo que apresentou um dos melhores pro- auxiliei os alunos dentro do Departamento ten-
jectos. do mesmo assistido com eles às palestras que
foram dadas e além disso participei com eles
num dos projectos que decorriam. Na minha
opinião, foram os projectos que mais incentiva-
ram os alunos e que os tornaram cada vez mais
próximos, de tal forma que os alunos criaram
no Facebook o grupo Física UVC 2010. Claro
que a semana não se resumiu apenas a isto; os
alunos ainda tiveram várias oportunidades de
se lançarem à descoberta da vida nocturna de
Coimbra que, claro está, adoraram.
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700 anos de existência dedicados ao ensino e à mica o facto de apesar de haver uma constante
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tro, caía que nem ginjas nos nossos estômagos
João Nogueira
Pedro Silva
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ser elaborado um relatório e de ser feita uma Aluno de Eng. Biomédica
apresentação final.
Os domínios de investigação do LIP têm crescido por forma a englobar a Física Experimental de Altas
Energias eAstropartículas, Instrumentação de Detecção de Radiação,Aquisição de Dados e Processa-
mento de Dados, ComputaçãoAvançada e aplicações em outros campos, em particular a Física Médica.
O LIP é “um laboratório associado” avaliado como “Excelente” em três avaliações sucessivas
pelos painéis internacionais.
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nos adaptarmos e fazer qualquer coisa lá… tros completamente aterrorizados e aí sim pude
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Aluna de Eng. Biomédica
de São Tomé há mais de um mês e ainda não
O Gabinete das Saídas Profissionais (GSP) tem como principal papel auxiliar o recém-licenciado
a ingressar no mercado de trabalho. Para tal promove não só o recrutamento através de sessões
com diversas empresas regionais e internacionais, mas também possibilita um enriquecimento pro-
fissional dos sócios da Associação Académica de Coimbra através de palestras, workshops e cursos.
O GSP possui ainda bastantes parcerias com bastantes entidades de modo a oferecer oportunidades
únicas aos seus associados. Convidamos assim todos os estudantes a conhecer estas parcerias e a
visitar o GSP para esclarecer quaisquer dúvidas existentes.
Sérgio Pinto
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Aluno de Eng. Biomédica
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Professor do Dep. Física
Agora trabalho.
aqueles papelinhos dos sinais de trânsito quan-
do reparei no seguinte anúncio:
“Alugam-se quartos a estudantes, preferencial-
mente madeirenses.”
Na verdade estou a estagiar, é tipo um traba-
lho só que em vez de receber pago propinas. Olha o esquisito!
De qualquer maneira a minha vida de estudante Depois venham-me falar de crise, quer alugar
tradicional acabou, para mal dos meus pecados. um quarto e ainda se arma em picuinhas. A úni-
Crises existenciais à parte, agora que tenho um ca desculpa que vejo é que queria alguém que
horário laboral decidi procurar casa. Uma coisa entendesse o seu dialecto. E depois, que raio é
calminha e confortável, que me permita dor- “preferencialmente”? É como um vegetariano
mir sossegado evitando aquelas noites típicas “preferir” uma saladinha, mas se vier um bife
de um estudante que acorda ao lado de 30 cer- ele “mama-o” na mesma.
vejas, um sinal de trânsito, e um texugo meio
morto. Analisando isto mais ao pormenor, quão capri-
Tudo isto para vos revelar a minha teoria: To- chosa pode uma pessoa ser?
dos os senhorios em Coimbra são loucos. É um “Alugam-se quartos a estudantes, preferencial-
pré-requisito. Quem nunca entrou numa casa mente a Vietcongs leprosos que gostem de pas-
daquelas cheias de bibelots, crucifixos e ima- seios na praia e de cangurus. E botas. Da tropa.
gens de santos por todo o lado!? Aparentemen- Verdes. Com aquele camuflado, mas sem ser
te estes crentes apesar de viverem a vida pelas aquele branco e cinzento, porque esse é para
regras do cristianismo acham que Deus não se a neve e eu não gosto de neve. Agora que me
importa que eles aluguem um quarto por uma lembro, preferencialmente o estudante deve
exorbitância que tem a insignificante peculia- não gostar de neve. Quem gosta de neve não
ridade de em vez de mesinha de cabeceira ter pode ser boa pessoa. Boas pessoas são os ma-
uma sanita. Se virmos bem até é útil. Com o deirenses!”.
tampo fechado cumpre as funções perfeitamen-
te, e quando o abrimos, surpresa! Abre-se toda
uma nova panóplia funcional. Alexandre Sousa
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Sala B13, 3004-516 Coimbra