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Ação de impugnação de registro de candidatura e sua causa de pedir.


Abuso do poder econômico?
http://jus.uol.com.br/revista/texto/17568
Publicado em 10/2010
Vando da Silva Marques

A Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) se trata de medida judicial eleitoral de natureza contenciosa que visa impedir o
def erimento do registro da candidatura de determinada pessoa à disputa eleitoral, seja em razão da f alta das condições de elegibilidade, seja por incidência
de alguma das causas de inelegibilidade, previstos no art. 14, § 3º e seguintes da CF e art. 1º da Lei Complementar 64/90, ou ainda, em virtude de
inobservância de f ormalidade legal pertinente ao registro de candidatur (como v.g., a juntada dos documentos que trata o art. 11, § 1º da Lei das Eleições).

No tocante às causas de inelegibilidade, f rise-se que podem ocorrer causas de inelegibilidade originária (desvinculada da idéia de imposição de
sanção por ato ilícito, como no caso de parentesco com o chef e do executivo), bem como a chamada inelegibilidade cominada ou sanção (cuja ocorrência é
consequência de imposição de sanção, como nos casos de condenação criminal e improbidade administrativa).

Surge, a partir dessa concepção, discussões doutrinárias e jurisprudências quanto à extensão da causa de pedir da Ação de Impugnação de Registro
de Candidatura - AIRC, com intuito de admitir-se que a f undamentação jurídica da lide f osse embasada em f atos que possam ensejar o reconhecimento de
causa de inelegibilidade por conseqüência da imposição de sanção, admitindo-se, assim, a alegação de abuso do poder nos autos da AIRC.

Para apuramos se tal alegação pode ou não ser inserida nos autos da AIRC, deve-se analisar, a uma: se o abuso de poder econômico ou político já
f oi apurado em ação eleitoral, sendo, como consequência de sua prática, decretada a inelegibilidade do agente; a duas: se ainda não houve ação eleitoral
para apurá-la, nem decretação de inelegibilidade do agente.

No tocante à primeira hipótese, doutrina e jurisprudência são uníssonas em af irmar a possibilidade de f igurar como causa de pedir da AIRC as
transgressões decorrentes de abuso de poder econômico ou político. Aqui, os f atos já f oram apurados em ação anterior, com pedido julgado procedente,
em sentença def initiva, impondo-se a sanção de inelegibilidade.

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Já no segundo caso, em que pese o renomado jurista Adriano Soares da Costa [01] admitir que abuso de poder ensejador de inelegibilidade ocorrido
antes do pedido de registro de candidatura possa ser inserido na causa de pedir da AIRC, comportando, desta f eita, a dilação probatória para discutir a
causa de inelegibilidade, justif icando seu pensamento ante a utilização do rito ordinário, com ampla def esa ao interessado, entendo, data maxima venia, que
não assiste razão ao ref erido doutrinador.

Isto porque o mecanismo apropriado para discussão de abuso de poder econômico, ocorrido antes do pedido de registro até a diplomação do eleito,
se trata da AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral, em razão de a complexidade da comprovação do abuso do poder econômico inviabilizar que tais
f atos e f undamentos jurídicos sejam lançados no período de registro de candidatura, que possui prazos exíguos e peremptórios. Do contrário, ultrapassado
o prazo de 05 (cinco) dias de impugnação do registro dos candidatos, tal matéria seria atingida pela preclusão em total prejuízo ao exercício de cidadania e
lisura do pleito.

A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral inclusive já consolidou tal entendimento:

O processo de registro não é adequado para apuração da causa de inelegibilidade consubstanciada em abuso do poder econômico, haja vista
a existência de procedimento específico, conforme se depreende do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90 (...)" (TSE – Ac. N.º 92 de 04/09/1998 –
JURISTSE 7: 96).

Por derradeiro, f risa-se que caso a AIJE não seja julgada antes do pleito, ainda estará f ranqueada a possibilidade de discutir o abuso do poder
econômico ou político por meio de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME, o que demonstra, mais uma vez, que a matéria não deve ser discutida
em Ação de Impugnação de Mandato Eletivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 3ª Edição, 2008. Belo Horizonte: Ed. Del Rey.

RAMAYANA, Marcos, Direito Eleitoral, 8ª Edição, 2008. Niterói-Rj: Editora Impetus.

SOARES DA COSTA, Adriano . Instituições de Direito Eleitoral , 6ª edição revista, atualizada e ampliada, 2006. Belo Horizonte: Ed. Del Rey, 2006.

ST OCO, Rui. ST OCO, Leandro de Oliveira. Legislação Eleitoral Interpretada. Doutrina e Jurisprudência. 2ª Edição, 2006. São Paulo: RT.

Notas
0 1 Instituições de Direito Eleitoral, p. 423, 6ª edição revista, atualizada e ampliada. Belo Horizonte: Ed. Del Rey, 2006.

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Sobre o aut or
Vando da Silva Marques
Promotor de Justiça do Estado do Piauí. Especialista em Direito Eleitoral.
Foi advogado de 2000 a 2008 em Santos-SP

Como cit ar est e t ext o: NBR 6023:2002 ABNT


MARQUES, Vando da Silva. Ação de impugnação de regist ro de candidat ura e sua causa de pedir. Abuso do poder econômico?. Jus Navigandi, Teresina,
ano 15, n. 2653, 6 out. 2010. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/17568>. Acesso em: 23 nov. 2010.

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