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Sócrates (Atenas, 469/470 – 399 a.C.

) foi um filósofo ateniense, um dos mais importantes


ícones da tradição filosófica ocidental, e um dos fundadores da atual Filosofia Ocidental. As
fontes mais importantes de informações sobre Sócrates
são Platão, Xenofonte e Aristóteles (Alguns historiadores afirmam que só se poder falar de
Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua
própria autoria.). Os diálogos de Platão retratam Sócrates como mestre que se recusa a ter
discípulos, e um homem piedoso que foi executado por impiedade. Sócrates não valorizava os
prazeres dos sentidos, todavia se escalava o belo entre as maiores virtudes, junto ao bom e ao
justo. Dedicava-se ao parto das idéias (Maiêutica) dos cidadãos de Atenas, mas era indiferente
em relação a seus próprios filhos.

O julgamento e a execução de Sócrates são eventos centrais da obra de Platão (Apologia e


Críton). Sócrates admitiu que poderia ter evitado sua condenação (beber o veneno chamado
cicuta) se tivesse desistido da vida justa. Mesmo depois de sua condenação, ele poderia ter
evitado sua morte se tivesse escapado com a ajuda de amigos. A razão para sua cooperação
com a justiça da pólis e com seus próprios valores mostra uma valiosa faceta de sua filosofia,
em especial aquela que é descrita nos diálogos com Críton.

Vida
Detalhes sobre a vida de Sócrates derivam de três fontes contemporâneas: os diálogos
de Platão, as peças de Aristófanes e os diálogos de Xenofonte. Não há evidência de que
Sócrates o tenha mesmo publicado alguma obra. As obras de Aristófanes retratam Sócrates
como um personagem cômico e sua representação não devem ser levados ao pé da letra.

Sócrates casou-se com Xântipe, que era bem mais jovem que ele, e teve três filhos:
Lamprocles, Sophroniscus e Menexenus. Seu amigo Críton criticou-o por ter abandonado seus
filhos quando ele se recusou a tentar escapar antes de sua execução, mostrando que ele
(assim como seus outros discípulos), parece não ter entendido a mensagem que Sócrates
tenta passar sobre a morte (diálogo Fédon), antes de ser executado.

Não se sabe ao certo qual o trabalho de Sócrates, se é que ele teve outro além da Filosofia. De
acordo com algumas fontes, Sócrates aprendeu a profissão de oleiro com seu pai. Na obra
de Xenofonte, Sócrates aparece declarando que se dedicava àquilo que ele considerava a arte
ou ocupação mais importante: maiêutica, o parto das idéias. A maiêutica socrática funcionava a
partir de dois momentos essenciais: um primeiro em que Sócrates levava os seus interlocutores
a pôr em causa as suas próprias concepções e teorias acerca de algum assunto; e um
segundo momento em que conduzia os interlocutores a uma nova perspectiva acerca do tema
em abordagem. Daí que a maiêutica consistisse num autêntico parto de idéias, pois, mediante
o questionamento dos seus interlocutores, Sócrates levava-os a colocar em causa os seus
"preconceitos" acerca de determinado assunto, conduzindo-os a novas idéias acerca do tema
em discussão. Platão afirma que Sócrates não recebia pagamento por suas aulas. Sua pobreza
era prova de que não era um sofista.
Várias fontes, inclusive os diálogos de Platão, mencionam que Sócrates tinha servido ao
exército em várias batalhas. Na Apologia, Sócrates compara seu período no serviço militar a
seus problemas no tribunal, e diz que qualquer pessoa no júri que imagine que deveria se
retirar da filosofia, deveria também imaginar que os soldados devessem bater em retirada
quando era provável que pudessem morrer em uma batalha.

Algumas curiosidades: Sócrates costumava caminhar descalço e não tinha o hábito de tomar
banho. Em certas ocasiões, parava o que quer que estivesse fazendo, ficando imóvel por
horas, meditando sobre algum problema. Certa vez o fez descalço sobre a neve, segundo os
escritos de Platão, o que demonstra o caráter lendário da figura Socrática.

Sócrates apontando para o alto, sereno, no leito de morte,Jacques-Louis David, 1787: notam-se amigos de
Sócrates lamentando sua condenação e até mesmo o próprio carcereiro nem um pouco satisfeito com a
determinação.
[editar]Filosofia

[editar]Método socrático
Ver artigo principal: Método Socrático
[editar]Ideias filosóficas
As crenças de Sócrates, em comparação às de Platão, são difíceis de discernir. Há
poucas diferenças entre as duas ideias filosóficas. Consequentemente, diferenciar as
crenças filosóficas de Sócrates, Platão e Xenofonte é uma tarefa difícil e deve-se sempre
lembrar que o que é atribuído a Sócrates pode refletir o pensamento dos outros autores.

Se algo pode ser dito sobre as idéias de Sócrates, é que ele foi moralmente,
intelectualmente e filosoficamente diferente de seus contemporâneos atenienses. Quando
estava sendo julgado por heresia e por corromper a juventude, usou seu método
de elenchos para demonstrar as crenças errôneas de seus julgadores. Sócrates acredita
na imortalidade da alma e que teria recebido, em um certo momento de sua vida, uma
missão especial do deus Apolo Apologia, a defesa do logos apolíneo "conhece-te a ti
mesmo".

Sócrates também duvidava da idéia sofista de que a arete (virtude) podia ser ensinada.
Acreditava que a excelência moral é uma questão de inspiração e não de parentesco,
pois pais moralmente perfeitos não tinham filhos semelhantes a eles. Isso talvez tenha
sido a causa de não ter se importado muito com o futuro de seus próprios filhos. Sócrates
freqüentemente diz que suas idéias não são próprias, mas de seus mestres, entre
eles Pródico e Anaxágoras de Clazômenas .

[editar]Amor

No Simpósio, de Platão, Sócrates revela que foi a sacerdotisa Diotima de Mantinea que o
iniciou nos conhecimentos e na genealogia do amor. As idéias de Diotima estão na
origem do conceito socrático-platônico do amor.

[editar]Conhecimento

Sócrates sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância (Só sei
que nada sei.). Ele acreditava que os atos errados eram consequências da própria
ignorância. Nunca proclamou ser sábio. A intenção de Sócrates era levar as pessoas a se
sentirem ignorantes de tanto perguntar, problematização sobre conceitos que as pessoas
tinham dogmas, verdades. De tanto questionar, principalmente os sábios, começou a
arrebanhar inimigos.

[editar]Virtude

Sócrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no
próprio desenvolvimento ao invés de buscar a riqueza material. Convidava outros a se
concentrarem na amizade e em um sentido de comunidade, pois acreditava que esse era
o melhor modo de se crescer como uma população. Suas ações são provas disso: ao fim
de sua vida, aceitou sua sentença de morte quando todos acreditavam que fugiria
de Atenas, pois acreditava que não podia fugir de sua comunidade. Acreditava que os
seres humanos possuíam certas virtudes, tanto filosóficas quanto intelectuais. Dizia que a
virtude era a mais importante de todas as coisas.

[editar]Política

Diz-se que Sócrates acreditava que as idéias pertenciam a um mundo que somente os
sábios conseguiam entender, fazendo com que o filósofo se tornasse o perfeito
governante para um Estado. Se opunha à democracia aristocrática que era praticada em
Atenas durante sua época,essa mesma ídéia surge nas Leis de Platão, seu discípulo.
Sócrates acreditava que ao se relacionar com os membros de um parlamento a propria
pessoa estaria-se fazendo de hipocrita.

Ruptura e Legado
Sócrates provocou uma ruptura sem precedentes na história da Filosofia grega, por isso
ela passou a considerar os filósofos entre pré-socráticos e pós-socráticos. Os sofistas,
grupo de filósofos (título negado por Platão) originários de várias cidades, viajavam
pelas pólis, onde discursavam em público e ensinavam suas artes, como a retórica, em
troca de pagamento. Sócrates se assemelhava exteriormente a eles, exceto no
pensamento. Platão afirma que Sócrates não recebia pagamento por suas aulas. Sua
pobreza era prova de que não era um sofista. Para os sofistas tudo deveria ser avaliado
segundo os interesses do homem e da forma como este vê a realidade social
(subjetividade), segundo a máxima de Protágoras: "O homem é a medida de todas as
coisas, das coisas que são, enquanto são das coisas que não são, enquanto não são.".
Isso significa que, segundo essa corrente de pensamento, as regras morais, as posições
políticas e os relacionamentos sociais deveriam ser guiados conforme a conveniência
individual. Para este fim qualquer pessoa poderia se valer de um discurso convincente,
mesmo que falso ou sem conteúdo. Os sofistas usavam, de fato, complicados jogos de
palavras, no discurso para demonstrar a verdade daquilo que se pretendia alcançar, este
tipo de argumento ganhou o nome de sofisma. Em resumo, a sofística destruía os
fundamentos de todo conhecimento, já que tudo seria relativo (relativismo) e
os valores seriam subjetivos, assim como impedia o estabelecimento de um conjunto de
normas de comportamento que garantissem os mesmos direitos para todos os cidadãos
da pólis. Tanto quanto os sofistas, Sócrates abandonou a preocupação em explicar e se
concentrou no problema do homem. No entanto, contrariamente aos sofistas, Sócrates
travou uma polêmica profunda com estes, pois procurava um fundamento último para as
interrogações humanas ( O que é o bem? O que é a virtude? O que é a justiça?),
enquanto os sofistas situavam as suas reflexões a partir dos dados empíricos, o sensório
imediato, sem se preocupar com a investigação de uma essência da virtude, da justiça do
bem etc., a partir da qual a própria realidade empírica pudesse ser avaliada.

Platão (Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 a.C.) foi


um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de
diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira
instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu
mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os
alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se
que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que,
provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte
atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual
de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e
a teoria do conhecimento.

A sofisticação de Platão como escritor é especialmente evidente em


seus diálogos socráticos; trinta e cinco diálogos e treze cartas são
creditados tradicionalmente a ele, embora os estudiosos modernos tenham
colocado em dúvida a autenticidade de pelo menos algumas destas
obras. Estas obras também foram publicadas em diversas épocas, e das
mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz
respeito à nomenclatura e referenciação dos textos.

Embora não exista qualquer dúvida de que Platão lecionou na Academia


fundada por ele, a função pedagógica de seus diálogos - se é que alguma
existia - não é conhecida com certeza. Os diálogos, desde a época do
próprio Platão, eram usados como ferramenta de ensino nos tópicos mais
variados, como filosofia, lógica, retórica, matemática, entre outros.
Vida

Platão nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. (no ano da


88a olimpíada, no sétimo dia do mês Thargêliốn), cerca de um ano após a
morte do estadista Péricles e morreu em 347 a.C. (no primeiro ano da 108a
olimpíada). Seu pai, Aristão, tinha como ancestral o rei Codros e sua
mãe, Perictione, era descendente de um irmão de Sólon.

Inicialmente, Platão entusiasmou-se com a filosofia de Crátilo, um seguidor


de Heráclito. No entanto, por volta dos 20 anos, encontrou o filósofo
Sócrates e tornou-se seu discípulo até a morte deste. Pouco depois de 399
a.C., Platão esteve em Mégara com alguns outros discípulos de Sócrates,
hospedando-se na casa de Euclides. Em 388 a.C., quando já contava
quarenta anos, Platão viajou para a Magna Grécia com o intuito de conhecer
mais de perto comunidades pitagóricas. Nesta ocasião, veio a
conhecer Arquitas de Tarento. Ainda durante essa viagem, Dionísio
I convidou Platão para ir à Siracusa, na Sicília. Platão partiu para Siracusa
com a esperança de lá implantar seus ideais políticos. No entanto, acabou
se desentendendo com o tirano local e retornou para Atenas.

Em seu retorno, fundou a Academia. A instituição logo adquiriu prestígio e a


ela acorriam inúmeros jovens em busca de instrução e até mesmo homens
ilustres a fim de debater idéias. Em 367 a.C., Dionísio I morreu, e Platão
retornou a Siracusa a fim de mais uma vez tentar implementar suas idéias
políticas na corte de Dionísio II. No entanto, o desejo do filósofo foi
novamente frustrado. Em 361 a.C. voltou pela última vez à Siracusa com o
mesmo objetivo e pela terceira vez fracassa. De volta para Atenas em 360
a.C., Platão permaneceu na direção da Academia até sua morte, em 347
a.C.
Pensamento platônico
Platão, em detalhe da Escola de Atenas, de Rafael Sanzio (c. 1510). Stanza
della Segnatura. Palácio Apostólico, Vaticano.

Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em


contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A
primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as
coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e
são imagens das realidades inteligíveis.

Tal concepção de Platão também é conhecida por Teoria das


Ideias ou Teoria das Formas. Foi desenvolvida como hipótese no
diálogo Fédon e constitui uma maneira de garantir a possibilidade do
conhecimento e fornecer uma inteligibilidade relativa aos fenômenos.

Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida


reprodução do mundo das Idéias. Cada objeto concreto que existe participa,
junto com todos os outros objetos de sua categoria de uma Idéia perfeita.
Uma determinada caneta, por exemplo, terá determinados atributos (cor,
formato, tamanho etc.). Outra caneta terá outros atributos, sendo ela
também uma caneta, tanto quanto a outra. Aquilo que faz com que as duas
sejam canetas é, para Platão, a Idéia de Caneta, perfeita, que esgota todas
as possibilidades de ser caneta. A ontologia de Platão diz, então, que
algo é na medida em que participa da Idéia desse objeto. No caso da caneta
é irrelevante, mas o foco de Platão são coisas como o ser humano, o bem ou
a justiça, por exemplo.

O problema que Platão propõe-se a resolver é a tensão


entre Heráclito e Parmênides: para o primeiro, o ser é a mudança, tudo está
em constante movimento e é uma ilusão a estaticidade, ou a permanência
de qualquer coisa; para o segundo, o movimento é que é uma ilusão, pois
algo que é não pode deixar de ser e, algo que não é não pode passar a ser;
assim, não há mudança.
Por exemplo, o que faz com que determinada árvore seja ela mesma desde
o estágio de semente até morrer, e o que faz com que ela seja tão árvore
quanto outra de outra espécie, com características tão diferentes? Há aqui
uma mudança, tanto da árvore em relação a si mesma (com o passar do
tempo ela cresce) quanto da árvore em relação à outra. Para Heráclito, a
árvore está sempre mudando e nunca é a mesma, e para Parmênides, ela
nunca muda, é sempre a mesma e sua mudança é uma ilusão.

Platão resolve esse problema com sua Teoria das Idéias. O que há de
permanente em um objeto é a Idéia; mais precisamente, a participação
desse objeto na sua Idéia correspondente. E a mudança ocorre porque esse
objeto não é uma Idéia, mas uma incompleta representação da Idéia desse
objeto. No exemplo da árvore, o que faz com que ela seja ela mesma e seja
uma árvore (e não outra coisa), a despeito de sua diferença daquilo que era
quando mais jovem e de outras árvores de outras espécies (e mesmo das
árvores da mesma espécie) é a sua participação na Idéia de Árvore; e sua
mudança deve-se ao fato de ser uma pálida representação da Idéia de
Árvore.

Platão também elaborou uma teoria gnosiológica, ou seja, uma teoria que
explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do
conhecimento. Segundo ele, ao ver um objeto várias vezes, uma pessoa se
lembra, aos poucos, da Idéia daquele objeto que viu no mundo das Idéias.
Para explicar como se dá isso, Platão recorre a um mito (ou uma metáfora)
segundo a qual, antes de nascer, a alma de cada pessoa vivia em uma
estrela, onde se localizam as Idéias. Quando uma pessoa nasce, sua alma é
"jogada" para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que esqueça o que
viu na estrela. Mas, ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como
as diferentes árvores que se pode ver), a alma se recorda da Idéia daquele
objeto que foi visto na estrela. Tal recordação, em Platão, chama-
se anamnesis.
A reminiscência

Uma das condições para a indagação ou investigação acerca das Idéias é


que não estamos em estado de completa ignorância sobre elas. Do
contrário, não teríamos nem o desejo nem o poder de procurá-las. Em vista
disso, é uma condição necessária, para tal investigação, que tenhamos em
nossa alma alguma espécie de conhecimento ou lembrança de nosso
contato com as Idéias (contato esse ocorrido antes do nosso próprio
nascimento) e nos recordemos das Idéias ao vê-las reproduzidas
palidamente nas coisas.
Deste modo, toda a ciência platônica é uma reminiscência. A investigação
das Idéias supõe que as almas preexistiram em uma região divina onde
contemplavam as Idéias. Podemos tomar como exemplo o Mito da Parelha
Alada, localizado no diálogo Fedro, de Platão. Neste diálogo, Platão compara
a raça humana a carros alados. Tudo o que fazemos de bom, dá forças às
nossas asas. Tudo o que fazemos de errado, tira força das nossas asas. Ao
longo do tempo fizemos tantas coisas erradas que nossas asas perderam as
forças e, sem elas para nos sustentarmos, caímos no Mundo Sensível, onde
vivemos até hoje. A partir deste momento, fomos condenados a vermos
apenas as sombras do Mundo das Idéias.
Amor

No Simpósio, de Platão, Sócrates revela que foi a sacerdotisa Diotima de


Mantinea que o iniciou nos conhecimentos e na genealogia do amor. As
idéias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platônico do amor.
Conhecimento

Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física como


buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele
buscava a verdade essencial das coisas. Platão não poderia buscar a
essência do conhecimento nas coisas, pois estas são corruptíveis, ou seja,
variam, mudam, surgem e se vão. Como o filósofo busca a verdade plena,
deve buscá-la em algo estável, nas verdadeiras causas, pois logicamente a
verdade não pode variar e, se há uma verdade essencial para os homens,
esta verdade deve valer para todas as pessoas. Logo, a verdade deve ser
buscada em algo superior.

Como seu mestre Sócrates, Platão busca descobrir as verdades essenciais


das coisas. As coisas devem ter outro fundamento, além do físico, e a forma
de buscar estas realidades vem do conhecimento, não das coisas, mas do
além das coisas. Esta busca racional é contemplativa. Isto significa buscar a
verdade no interior do próprio homem, não meramente como sujeito
particular, mas como participante das verdades essenciais do ser.

O conhecimento era o conhecimento do próprio homem, mas sempre


ressaltando o homem não enquanto corpo, mas enquanto alma. O
conhecimento contido na alma era a essência daquilo que existia no mundo
sensível. Portanto, em Platão, também a técnica e o mundo sensível eram
secundários. A alma humana enquanto perfeita participa do mundo perfeito
das idéias, porém este formalismo só é reconhecível na experiência
sensível.

Também o conhecimento tinha fins morais, isto é, levar o homem à


bondade e à felicidade. Assim a forma de conhecimento era um
reconhecimento, que faria o homem dar-se conta das verdades que sempre
possuíra e que o levavam a discernir melhor dentre as aparências de
verdades e as verdades. A obtenção do autoconhecimento era um caminho
árduo e metódico.

Quanto ao mundo material, o homem poderia ter somente a doxa (opinião)


e téchne (técnica), que permitia a sua sobrevivência, ao passo que, no
mundo das idéias, o homem pode ter a épisthéme, o conhecimento
verdadeiro, o conhecimento filosófico.

Platão não defendia que todas as pessoas tivessem igual acesso à razão.
Apesar de todos terem a alma perfeita, nem todos chegavam à
contemplação absoluta do mundo das idéias.

Política

"Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e
autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades,
por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente."
(Platão, Carta Sétima, 326b).

Esta afirmação de Platão deve ser compreendida com base na teoria do


conhecimento, e lembrando que o conhecimento para Platão tem fins
morais.

Todo o projeto político platônico foi traçado a partir da convicção de que a


Cidade-Estado ideal deveria ser obrigatoriamente governada por alguém
dotado de uma rigorosa formação filosófica.

Platão acreditava que existiam três espécies de virtudes baseadas na alma,


que corresponderiam aos estamentos da pólis:

 A primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a cabeça do


Estado, ou seja, o governante, pois possui caráter de ouro e utiliza a
razão.

 A segunda espécie de virtude é a coragem, deveria ser o peito do


Estado, isto é, os soldados ou guardiães da pólis, pois sua alma de prata
é imbuída de vontade. E, por fim,

 A terceira virtude, a temperança, que deveria ser o baixo-ventre do


Estado, ou os trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se pelo
desejo das coisas sensíveis.

O homem e a alma
O homem para Platão era dividido em corpo e alma. O corpo era a matéria e
a alma era o imaterial e o divino que o homem possuía. Enquanto o corpo
está em constante mudança de aparência, a alma não muda nunca. Desde
quando nascemos, temos a alma perfeita, porém não sabemos. As verdades
essenciais estão inscritas na alma eternamente, porém, ao nascermos, nós
as esquecemos, pois a alma é aprisionada no corpo.

Para Platão a alma é divida em três partes:

 1. Racional: cabeça; esta tem que controlar as outras duas partes.


Sua virtude é a sabedoria ou prudência (phrónesis).

 2. Irascível: tórax; parte da impetuosidade, dos sentimentos. Sua


virtude é a coragem (andreía).

 3. Concupiscente: baixo ventre; apetite, desejo, mesmo carnal


(sexual), ligado à libido. Sua virtude é a moderação ou temperança
(sophrosýne).

Platão acreditava que a alma depois da morte reencarnava em outro corpo,


mas a alma que se ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era
privilegiada com a morte do corpo. A ela era concedido o privilégio de
passar o resto dos seus tempos em companhia dos deuses.

Por meio da relação de sua alma com a Alma do Mundo, o homem tem
acesso ao mundo das Idéias e aspira ao conhecimento e às idéias do Bem e
da Justiça. A partir da contemplação do mundo das Idéias, o Demiurgo, tal
como Platão descreveu no Timeu, organizou o mundo sensível. Não se trata
de uma criação ex nihilo, isto é, do nada, como no caso do Deus judaico-
cristão, pois o Demiurgo não criou a matéria (Timeu, 53b) nem é a fonte da
racionalidade das Idéias por ele contempladas. A ação do homem se
restringe ao mundo material; no mundo das Idéias o homem não pode
transformar nada. Pois o que é perfeito, não pode ser mais perfeito.

Aristóteles
Aristóteles

Nascimento 384 a.C.


Estagira, Calcídica

Morte 322 a.C.


Atenas

Nacionalidade Grego

Ocupação Filósofo e professor


Escola/tradição Escola peripatética, aristotelismo

Principais Física, metafísica, poesia, teatro,música, retórica, política, governo, ética,biologia, zoologia
interesses

Idéias notáveis Doutrina do meio-termo, razão, lógica

Influências Parmênides, Sócrates, Platão, Heráclito,Demócrito

Influenciados Virtualmente toda a filosofia ocidental,Alexandre, o


Grande, Avicena, Averróes,Maimônides, Alberto Magno, São Tomás de Aquino, Duns
Scotus, Ptolomeu,Copérnico, Galileu Galilei, e a maior parte da filosofia islâmica, filosofia
judaica e filosofia cristã, e a ciência em geral.

Aristóteles (Predefinição:Lang - el, transl. Aristotélēs; Estagira, 384 a.C. – 322 a.C.) foi
um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem
diversos assuntos, como a física, a metafísica, apoesia, o teatro, a música, a lógica, a retórica,
o governo, a ética, a biologia e azoologia.

Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como uma das figuras
mais importantes, e um dos fundadores, da filosofia ocidental. Seu ponto de vista sobre as ciências
físicas influenciaram profundamente o cenário intelectual medieval, e esteve presente até mesmo
oRenascimento - embora eventualmente tenha vindo a ser substituída pela física newtoniana. Nas
ciências biológicas, a precisão de algumas de suas observações foi confirmada apenas no século
XIX. Suas obras contêm o primeiro estudo formal conhecido da lógica, que foi incorporado
posteriormente à lógica formal. Na metafísica, o aristotelismo teve uma influência profunda
nopensamento filosófico e teológico nas tradições judaico-islâmicas durante a Idade Média, e
continua a influenciar a teologia cristã, especialmente a ortodoxa oriental, e a
tradição escolástica da Igreja Católica. Seu estudo da ética, embora sempre tenha continuado a ser
influente, conquistou um interesse renovado com o advento moderno da ética da virtude. Todos os
aspectos da filosofia de Aristóteles continuam a ser objeto de um ativo estudo acadêmico nos dias
de hoje. Embora tenha escrito diversos tratados e diálogos num estilo elegante (Cícero descreveu
seu estilo literário como "um rio de ouro"),[1] acredita-se que a maior parte de sua obra tenha sido
perdida, e apenas um terço de seus trabalhos tenham sobrevivido.[2]

Apesar do alcance abrangente que as obras de Aristóteles gozaram tradicionalmente, os


acadêmicos modernos questionam a autenticidade de uma parte considerável do corpus aristotélico.
[3]

Foi chamado por Augusto Comte de "o príncipe eterno dos verdadeiros filósofos",[4] por Platão de "O
Leitor" (pela avidez com que lia e por se ter cercado dos livros dos poetas, filósofos e homens
da ciência contemporâneos e anteriores) e, pelos pensadores árabes, de o "preceptor da
inteligência humana". Também era conhecido como O Estagirita, por sua terra natal, Estagira.

[editar]Vida

Aristóteles era natural de Estagira, na Trácia,[5] sendo filho de Nicômaco, amigo e médico pessoal do
rei macedônio Amintas III, pai de Filipe II.[6] É provável que o interesse de Aristóteles
por biologia e fisiologia decorra da atividade médica exercida pelo pai e pelo tio, e que remontava há
dez gerações.

Segundo a compilação bizantina Suda, Nicômaco era descendente de Nicômaco, filho de Macaão,
filho de Esculápio.[7]

Com cerca de 16 ou 17 anos partiu para Atenas, maior centro intelectual e artístico da Grécia. Como
muitos outros jovens da época, foi para lá prosseguir os estudos. Duas grandes instituições
disputavam a preferência dos jovens: a escola de Isócrates, que visava preparar o aluno para a vida
política, e Platão e sua Academia, com preferência à ciência (episteme) como fundamento da
realidade. Apesar do aviso de que, quem não conhecesse Geometria ali não deveria entrar,
Aristóteles decidiu-se pela academia platônica e nela permaneceu vinte anos, até347 a.C., ano que
morreu Platão.

Com a morte do grande mestre e com a escolha do sobrinho de Platão, Espeusipo, para a chefia da
academia, Aristóteles partiu para Assoscom alguns ex-alunos. Dois fatos parecem se relacionar com
esse episódio: Espeusipo representava uma tendência que desagradava Aristóteles, isto é, a
matematização da filosofia; e Aristóteles ter-se sentido preterido (ou rejeitado), já que se julgava o
mais apto para assumir a direção da Academia, no entanto não assumira devido ao fato de que não
era grego, era imigrante da Macedônia.

Em Assos, Aristóteles fundou um pequeno círculo filosófico com a ajuda de Hérmias, tirano local e
eventual ouvinte de Platão. Lá ficou por três anos e casou-se com Pítias, sobrinha de Hérmias.
Assassinado Hérmias, Aristóteles partiu para Mitilene, na ilha de Lesbos, onde realizou a maior
parte das famosas investigações biológicas. No ano de 343 a.C. chamado por Filipe II, tornou-se
preceptor de Alexandre, função que exerceu até 336 a.C., quando Alexandre subiu ao trono.

Neste mesmo ano, de volta a Atenas, fundou o Lykeion, origem da palavra Liceu cujos alunos
ficaram conhecidos como peripatéticos (os que passeiam), nome decorrente do hábito de Aristóteles
de ensinar ao ar livre, muitas vezes sob as árvores que cercavam o Liceu. Ao contrário da Academia
de Platão, o Liceu privilegiava as ciências naturais. Alexandre mesmo enviava ao mestre
exemplares da fauna e floradas regiões conquistadas. O trabalho cobria os campos do
conhecimento clássico de então, filosofia, metafísica, lógica, ética, política,retórica, poesia,
biologia, zoologia, medicina e estabeleceu as bases de tais disciplinas quanto a metodologia
científica.

Aristóteles dirigiu a escola até 324 a.C., pouco depois da morte de Alexandre. Os sentimentos
antimacedônicos dos atenienses voltaram-se contra ele que, sentindo-se ameaçado, deixou Atenas
afirmando não permitir que a cidade cometesse um segundo crime contra a filosofia (alusão ao
julgamento de Sócrates). Deixou a escola aos cuidados do principal discípulo, Teofrasto (372
a.C. - 288 a.C.) e retirou-se paraCálcis, na Eubéia. Nessa época, Aristóteles já era casado
com Hérpiles, uma vez que Pítias havia falecido pouco tempo depois do assassinato de Hérmias,
seu protetor. Com Hérpiles, teve uma filha e o filho Nicômaco. Morreu a 322 a.C.

[editar]O pensamento aristotélico


A tradição representa um elemento vital para a compreensão da filosofia aristotélica. Em certo
sentido, Aristóteles via o próprio pensamento como o ponto culminante do processo desencadeado
por Tales de Mileto. A filosofia pretendia não apenas rever como também corrigir as falhas e
imperfeições das filosofias anteriores. Ao mesmo tempo, trilhou novos caminhos para fundamentar
as críticas, revisões e novas proposições.

Aluno de Platão, Aristóteles discorda de uma parte fundamental da filosofia. Platão concebia dois
mundos existentes: aquele que é apreendido por nossos sentidos, o mundo concreto -, em
constante mutação; e outro mundo - abstrato -, o das ideias, acessível somente pelo intelecto,
imutável e independente do tempo e do espaço material. Aristóteles, ao contrário, defende a
existência de um único mundo: este em que vivemos. O que está além de nossa experiência
sensível não pode ser nada para nós.

[editar]Lógica

Para Aristóteles, a Lógica é um instrumento, uma introdução para as ciências e para o


conhecimento e baseia-se no silogismo, o raciocínio formalmente estruturado que supõe certas
premissas colocadas previamente para que haja uma conclusão necessária. O silogismo édedutivo,
parte do universal para o particular; a indução, ao contrário, parte do particular para o universal.
Dessa forma, se forem verdadeiras as premissas, a conclusão, logicamente, também será.

[editar]Física

A concepção aristotélica de Física parte do movimento, elucidando-o nas análises dos conceitos de
crescimento, alteração e mudança. A teoria do ato e potência, com implicações metafísicas, é o
fundamento do sistema. Ato e potência relacionam-se com o movimento enquanto que a matéria se
forma com a ausência de movimento.

Para Aristóteles, os objetos caíam para se localizarem corretamente de acordo com a natureza:
o éter, acima de tudo; logo abaixo, o fogo; depois o ar; depois a água e, por último, a terra.

[editar]Psicologia

A Psicologia é a teoria da alma e baseia-se nos conceitos de alma (psykhé) e intelecto (noûs). A
alma é a forma primordial de um corpo que possui vida em potência, sendo a essência do corpo. O
intelecto, por sua vez, não se restringe a uma relação específica com o corpo; sua atividade vai
além dele.

O organismo, uma vez desenvolvido, recebe a forma que lhe possibilitará perfeição maior, fazendo
passar suas potências a ato. Essa forma é alma. Ela faz com que vegetem, cresçam e se
reproduzam os animais e plantas e também faz com que os animais sintam.

No homem, a alma, além de suas características vegetativas e sensitivas, há também a


característica da inteligência, que é capaz de apreender as essências de modo independente da
condição orgânica.

Ele acreditava que a mulher era um ser incompleto, um meio homem. Seria passiva, ao passo que o
homem seria ativo.
[editar]Biologia

A biologia é a ciência da vida e situa-se no âmbito da física (como a própria psicologia), pois está
centrada na relação entre ato e potência. Aristóteles foi o verdadeiro fundador da zoologia - levando-
se em conta o sentido etimológico da palavra. A ele se deve a primeira divisão do reino animal.

Aristóteles é o pai da teoria da abiogênese, que durou até séculos mais recentes, segundo a qual
um ser nascia de um germe da vida, sem que um outro ser precisasse gerá-lo (exceto os humanos):
um exemplo é o das aves que vivem à beira das lagoas, cujo germe da vida estaria nas plantas
próximas.

Ainda no campo da biologia, Aristóteles foi quem iniciou os estudos científicos documentados sobre
peixes sendo o precursor da ictiologia(a ciência que estuda os peixes), catalogou mais de cem
espécies de peixes marinhos e descreveu seu comportamento. É considerado como elemento
histórico da evolução da piscicultura e da aquariofilia.[8]

[editar]Metafísica

O termo "Metafísica" não é aristotélico; o que hoje chamamos de metafísica era chamado por
Aristóteles de filosofia primeira. Esta é aciência que se ocupa com realidades que estão além das
realidades físicas que possuem fácil e imediata apreensão sensorial.

O conceito de metafísica em Aristóteles é extremamente complexo e não há uma definição única.


O filósofo deu quatro definições para metafísica:

1. a ciência que indaga e reflete acerca dos princípios e primeiras causas;


2. a ciência que indaga o ente enquanto aquilo que o constitui, enquanto o ser do
ente;
3. a ciência que investiga as substâncias;

4. a ciência que investiga a substância supra-sensível, ou seja, que excede o que é


percebido através da materialidade e da experiência sensível.

Os conceitos de ato e potência, matéria e forma, substância e acidente possuem especial


importância na metafísica aristotélica.

[editar]As quatro causas

Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de algo:

 A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, a argila, por exemplo);

 A causa formal (a coisa em si, como um vaso de argila);

 A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa surge, como as mãos
de quem trabalha a argila);

 A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se portar arranjos para enfeitar um
ambiente).
A teoria aristotélica sobre as causas estende-se sobre toda a Natureza, que é como um artista que
age no interior das coisas.

[editar]Essência e acidente

Aristóteles distingue, também, a essência e os acidentes em alguma coisa.

A essência é algo sem o qual aquilo não pode ser o que é; é o que dá identidade a um ser, e sem a
qual aquele ser não pode ser reconhecido como sendo ele mesmo (por exemplo: um livro sem
nenhum tipo de história ou informações estruturadas, no caso de um livro técnico, não pode ser
considerado um livro, pois o fato de ter uma história ou informações é o que permite-o ser
identificado como "livro" e não como "caderno" ou meramente "maço de papel").

O acidente é algo que pode ser inerente ou não ao ser, mas que, mesmo assim, não descaracteriza-
se o ser por sua falta (o tamanho de uma flor, por exemplo, é um acidente, pois uma flor grande não
deixará de ser flor por ser grande; a sua cor, também, pois, por mais que uma flor tenha que ter,
necessariamente, alguma cor, ainda assim tal característica não faz de uma flor o que ela é).

[editar]Potência, ato e movimento

Todas as coisas são em potência e ato. Uma coisa em potência é uma coisa que tende a ser outra,
como uma semente (uma árvore em potência). Uma coisa em ato é algo que já está realizado, como
uma árvore (uma semente em ato). É interessante notar que todas as coisas, mesmo em ato,
também são em potência (pois uma árvore - uma semente em ato - também é uma folha de papel
ou uma mesa em potência). A única coisa totalmente em ato é o Ato Puro, que Aristóteles identifica
com o Bem. Esse Ato não é nada em potência, nem é a realização de potência alguma. Ele é
sempre igual a si mesmo, e não é um antecedente de coisa alguma. Desse conceito Tomás de
Aquinoderivou sua noção de Deus em que Deus seria "Ato Puro".

Um ser em potência só pode tornar-se um ser em ato mediante algum movimento. O movimento vai
sempre da potência ao ato, da privação à posse. É por isso que o movimento pode ser definido
como ato de um ser em potência enquanto está em potência.

O ato é portanto, a realização da potência, e essa realização pode ocorrer através da ação (gerada
pela potência ativa) e perfeição (gerada pela potência passiva).

[editar]Ética

No sistema aristotélico, a ética é a ciência das condutas, menos exata na medida em que se ocupa
com assuntos passíveis de modificação. Ela não se ocupa com aquilo que no homem é essencial e
imutável, mas daquilo que pode ser obtido por ações repetidas, disposições adquiridas ou de
hábitos que constituem as virtudes e os vícios. Seu objetivo último é garantir ou possibilitar a
conquista dafelicidade.

Partindo das disposições naturais do homem (disposições particulares a cada um e que constituem
o caráter), a moral mostra como essas disposições devem ser modificadas para que se ajustem
à razão. Estas disposições costumam estar afastadas do meio-termo, estado que Aristóteles
considera o ideal. Assim, algumas pessoas são muito tímidas, outras muito audaciosas. A virtude é
o meio-termo e o vício se dá ou na falta ou no excesso. Por exemplo: coragem é uma virtude e seus
contrários são a temeridade (excesso de coragem) e a covardia (ausência de coragem).

As virtudes se realizam sempre no âmbito humano e não têm mais sentido quando as relações
humanas desaparecem, como, por exemplo, em relação a Deus. Totalmente diferente é a virtude
especulativa ou intelectual, que pertence apenas a alguns (geralmente os filósofos) que, fora da vida
moral, buscam o conhecimento pelo conhecimento. É assim que a contemplação aproxima
o homem de Deus.

Política

Alexandre e Aristóteles.

Na filosofia aristotélica a política é um desdobramento natural da ética. Ambas, na verdade,


compõem a unidade do que Aristóteles chamava de filosofia prática.

Se a ética está preocupada com a felicidade individual do homem, a política se preocupa com a
felicidade coletiva da pólis. Desse modo, é tarefa da política investigar e descobrir quais são as
formas de governo e as instituições capazes de assegurar a felicidade coletiva. Trata-se, portanto,
de investigar a constituição do estado.

Acredita-se que as reflexões aristotélicas sobre a política originam-se da época em que ele era
preceptor de Alexandre, o Grande.

Direito

Para Aristóteles, assim como a política, o direito também é um desdobramento da ética. O direito
para Aristóteles é uma ciência dialética, por ser fruto de teses ou hipóteses, não necessariamente
verdadeiras, validadas principalmente pela aprovação da maioria.

Retórica
Aristóteles considerava importante o conhecimento da retórica, já que ela se constituiu em uma
técnica (por habilitar a estruturação e exposição de argumentos) e por relacionar-se com a vida
pública. O fundamento da retórica é o entimema (silogismo truncado, incompleto), um silogismo no
qual se subentende uma premissa ou uma conclusão. O discurso retórico opera em três campos ou
gêneros: gênero deliberativo, gênero judicial e gênero epidítico (ostentoso/demonstrativo).

Poética
A poética é imitação (mimesis) e abrange a poesia épica, a lírica e a dramática:
(tragédia e comédia). A imitação visa a recriação e a recriação visa aquilo que pode ser. Desse
modo, a poética tem por fim o possível. O homem apresenta-se de diferentes modos em cada
gênero poético: a poesia épica apresenta o homem como maior do que realmente é, idealizando-o;
a tragédia apresenta o homem exaltando suas virtudes e a comédia apresenta o homem
ressaltando seus vícios ou defeito.

Astronomia
O cosmos aristotélico é apresentado como uma esfera gigantesca, porém finita, à qual se prendiam
as estrelas, e dentro da qual se verificava uma rigorosa subordinação de outras esferas, que
pertenciam aos planetas então conhecidos e que giravam em torno da Terra, que se manteria
imóvel no centro do sistema (sistema geocêntrico).

Os corpos celestes não seriam formados por nenhum dos chamados quatro elementos
transformáveis (terra, água, ar, fogo), mas por um elemento não transformável designado "quinta
essência". Os movimentos circulares dos objetos celestes seriam, além de naturais, eternos.

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