1 – INTRODUÇÃO:
1
constitucionais, o princípio da proporcionalidade, do interesse público e da
continuidade dos serviços devem ser sopesados.
Como foi dito, o teor do inciso XIII em estudo deve constar como cláusula
essencial nos contratos administrativos.
O edital como instrumento convocatório da licitação, fixa as condições de
participação, vinculando não só os proponentes às suas cláusulas, mas à própria
Administração, nos termos do art. 41 de Lei n.º 8.666/93.
Destarte, a obrigação do mantimento das mesmas condições de habilitação e
qualificação do contratado esta restrita as exigências previamente contidas no edital,
conforme lição do mestre Hely Loopes Meirelles1 abaixo transcrita:
Por sua vez, a documentação exigida nos processos licitatórios para efeito de
habilitação não podem ir além das previstas no art. 27 e ss. da Lei n.º 8.666/93, das
constantes do inciso XIII da Lei n.º 10.520/02 e parágrafos 1º e 2º do art. 25, do
Decreto n.º 5.450/2005.
De fato, reveste-se de ilegalidade a exigência de qualquer documento não
previsto na legislação pertinente, conforme entendimento da lavra de Alexandre
Cairo2, com respaldo na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (REsp n.º
316.755).
Portanto, se não é permitido que a Administração Pública exija qualquer
documento não previsto em lei, ilegal será sua manutenção durante a execução do
contrato.
3 – DA FISCALIZAÇÃO:
1
LOPES MEIRELLES, Helly. Licitação e Contrato Administrativo. 14ª ed.,
São Paulo: Malheiros, 2006, p. 130.
2
CAIRO, Alexandre. Pregão Presencial e Eletrônico. 1ª ed., Belo
Horizonte: Fórum, 2007, p. 291.
2
Em face desta Instrução Normativa, que determinou em seu subitem 8.8 a
obrigatoriedade da consulta da situação da habilitação do contratado antes de cada
pagamento, fixou-se periodicidade mínima para este feito.
Importante salientar que a falta de regularidade do contratado, quando da
consulta prévia a cada pagamento, não é fato impeditivo para sobrestar este, como de
forma equivocada e arbitrária vem agindo alguns órgãos da Administração Pública.
Como é cediço, em face do princípio da legalidade que norteia toda atividade
da Administração Pública, ao agente público só é permitido fazer o que expressamente
é autorizado por lei.
Assim, diante da falta de previsão legal, mesmo constatando que a
documentação do contratado esteja vencida, ou até mesmo se se encontrar suspenso
ou inativo do SICAF ou de qualquer outro sistema de registro cadastral instituído para
os fins do art. 34 da Lei n.º 8.666/93, o pagamento pelos serviços já executados ou de
bens já entregues – para o caso de fornecimento de bens – deve ser efetivado, sob
pena de se caracterizar enriquecimento ilícito por parte da administração conforme
entendimento da Procuradoria da Fazenda Nacional constante do Parecer n.º 201/00.
3
ALEXANDRINO & PAULO, Marcelo & Vicente. Direito Administrativo. 5ª
ed., Rio de Janeiro: Impetus, 2004, p. 121.
4
MUKAI, Toshio. Licitações e Contratos Públicos. 6ª Ed., São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 185.
3
5. DA POSSIBILIDADE DE REGULARIZAÇÃO E MANUTENÇÃO CONTRATUAL:
5
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos
Administrativos. 11ª Ed., São Paulo: Dialética, 2005, p. 495.
4
contratante do que sua manutenção provisória, principalmente quando se trata de
fornecimento de bens ou serviços essenciais ou de prestação continuada.
A conhecida dispensa de licitação utilizada corriqueiramente nestes casos e
prevista no art. 24, inciso XI e a assunção do objeto do contrato constante do art. 80,
inciso I, ambos da Lei n.º 8.666/93, só devem ser utilizadas quando a manutenção
contratual se revelar insustentável e a rescisão se operar imediatamente após o devido
processo legal.
6 – CONCLUSÃO:
BIBLIOGRAFIA:
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo. 5ª ed., Rio de Janeiro: Impetus, 2004.
CAIRO, Alexandre. Pregão Presencial e Eletrônico. 1ª ed., Belo Horizonte: Fórum, 2007.
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 11ª Ed., São Paulo:
Dialética, 2005.
LOPES MEIRELLES, Helly. Licitação e Contrato Administrativo. 14ª ed., São Paulo: Malheiros, 2006.
MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Licitações e Contratos. 10ª ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2005.
MUKAI, Toshio. Licitações e Contratos Públicos. 6ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2004.