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UFRGS | FABICO | TEORIAS DA IMAGEM | 10.

02 | BRUNA ANTUNES | TURMA B

Leituras Orientadas I

1. O que é uma imagem e qual a sua relação com a representação?

A raiz da palavra imagem vem do latim "imago" e significa a representação visual de um objeto.
Em se tratando de uma representação visual, é aberta uma gama extensa de possibilidades
relacionadas a como associaremos o que estamos vendo com o objeto representado. A
identificação dessa relação, que nem sempre é óbvia ou direta, acontece dependendo de
nossas experiências anteriores, de como fomos ensinados a identificar formas e associar a
conteúdos. Dentro dessa subjetividade, entre o que é representado e sua representação, é que
moram as opiniões dos autores que serão citados posteriormente.

Segundo JOLY (1996), a imagem nem sempre remete ao visível, e o entendimento dessa
imagem depende de quem a produz e de quem a reconhece; portanto, a imagem seria um
respectivo do objeto original, observando algumas leis particulares que são captadas e
representadas por alguém e (nem sempre) captadas por outro alguém.
A autora também considera que o termo imago do latim também significa máscara mortuária
- usada nos funerais na antiguidade Romana, o que nos leva a considerar o vinculo que a
imagem pode ter com a religião. A imagem sendo um instrumento que comunica, se assemelha
e até confunde com o que está representando, e desse modo, muitos conflitos religiosos
foram gerados ao longo dos séculos pela confusão gerada pela adoração da imagem e não da
divindade representada.
Então chegamos na comparação inevitável entre imagem mental e esquema mental: na
imagem mental, a partir da descrição de algo, vemos mentalmente esse algo, ou o que
imaginamos dele; já no esquema mental, alguns traços visuais básicos são suficientes para
reconhecermos um objeto em uma imagem. Basicamente trata-se do modelo perceptivo que
temos dele. No texto também é abordado o uso do termo imagem para definir a imagem de
algo ou alguém, ou seja, atributos que identificam um objeto, uma pessoa, uma profissão,
dando a eles características socioculturais.
E ela vai mais longe discutindo o termo imagem como imagem de mídia: chamamos de
imagem o que nos remete a televisão e publicidade, o que é uma forma errônea de associar
conceitos muito mais amplos e que atrapalham o entendimento do conceito de imagem. Como
no trecho:
Confundir imagem contemporânea e imagem da mídia, imagem da mídia e televisão
e publicidade, é não apenas negar a diversidade de imagens contemporâneas como
também ativar uma amnésia e uma cegueira, tão prejudiciais quanto inúteis para a
compreensão da imagem. (JOLY, 1996, p.16)
A melhor compreensão das imagens - especificamente ou a mensagem que passam - só é
possível dentro de um contexto e a autora deixa claro:
Embora certamente não exaustivo, o vertiginoso apanhado das diferentes utilizações
do termo "imagem" lembra-nos o deus Proteu: parece que a imagem pode ser tudo e
seu contrário - visual e imaterial, fabricada e "natural", real e virtual, móvel e imóvel,
sagrada e profana, antiga e contemporânea, vinculada à vida e à morte, analógica,
comparativa, convencional, expressiva, comunicativa, construtora e destrutiva, benéfica
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e ameaçadora. (JOLY, 1996, p.27)

Já nas palavras de NEIVA JR. (1994), a imagem é uma síntese de elementos em uma
composição e uma imagem é produzida segundo sua restrição temporal, ou seja, ela tem
uma história. Segundo ele, a imagem dispensa a semelhança ou familiaridade, devido
as convenções: graças a elas mesmo coisas que não existem materialmente podem ser
representadas, como por exemplo as imagens de unicórnios e dragões. Obviamente se faz
necessário o conhecimento prévio da referência utilizada para a produção da imagem, de forma
que se a premissa não existe na mente de quem vê, sua idéia é rejeitada. Ou seja, no havendo
reconhecimento das referências, as imagens não farão sentido; segundo ele:
Para que haja imagem é preciso mais do que cores, formas e volumes; é preciso
consciência. A imagem é o que resulta de um julgamento; reconhecê-la já é um modo
de julgá-la. (NEIVA JR., 1994, p.26)
Similaridade visual não garante que o expectador faça a correta associação da imagem com
a realidade. Se faz necessário um acordo comum entre o artista e seu público para que haja
entendimento de sua obra. Mesmo existindo esse esquema de representação pode-se concluir
que não existe um limitante para a representatividade das imagens, o que a diferencia dos atos
linguísticos, que sempre encontrarão como limitação um número finito de elementos usáveis.
Por sua natureza presencial, nada é impossível no universo das imagens. Mesmo quando não
existe correspondente real do que está sendo representado.

Já GOMBRICH (1999) usa uma analogia entre um cavalo e um cavalo de pau: seria o cavalo
de pau uma imagem de um cavalo real? Com certeza não pela sua aparência. O cavalo de
pau seria um substituto do cavalo real considerando o fator função: tudo que fosse cavalgável
serviria de cavalo. O fato do ato de cavalgar ser importante torna-se um fator decisivo para
que o cavalo de pau seja visto como correspondente de um cavalo: É mais fácil identificarmos
uma forma em uma imagem quando precisamos dela. "Quanto maior for o desejo de cavalgar,
menor pode ser o número de traços necessários para compor o cavalo" (GOMBRICH, 1999,
p.8).

2. Uma imagem é imitação? Como isso se relaciona com o conceito de


iconoclasmo?

Considerando como meios de reprodução de imagens o cinema e a fotografia, a imitação se


tornou essencial ao expectador. Mas independente desses meios, o conceito de imagem é
muito mais profundo e questionável: "A imitação certamente não é o traço primeiro da imagem.
Nesta não há contradição; apenas a presença de formas visuais unificadas pela atenção de
quem a contempla." (NEIVA JR., 1994, p.16)

Segundo GOMBRICH (1999), a arte é muito mais produto de exercício criativo do que de
imitação. É difícil abandonar o hábito de tentar "ler" todas as imagens que nos são mostradas,
por referência a alguma realidade já conhecida anteriormente: "É claro que toda imagem
será de algum modo sintomática de seu criador, mas pensá-la como uma fotografia de
uma realidade preexistente é compreender mal todo o processo de feitura de imagens."
(GOMBRICH, 1999, p. 4). Uma imagem seria então um registro daquela experiência visual e
sensorial momentânea e não uma imitação.
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"De tempos em tempos, retorna na história da cultura humana o surto do iconoclasmo [...],
manifesto sob a forma de horror as imagens, denúncia de sua ação danosa sobre os homens e
destruição pública de todas as suas manifestações materiais." (MACHADO, 2001, p.6). O autor
explicita que o iconoclasmo acontece quando imagens são destruídas em algum momento
histórico e isso decorre do fato de as imagens serem confundidas pelos fiéis e idolatradas
como se fossem a própria santidade representada. Intelectuais humanistas baseiam sua crítica
a imagem afirmando que a palavra é o único meio realmente veridico de transmitir a palavra de
Deus. Ou seja, o iconoclasmo é uma crítica a admiração da aparência das coisas, e que tem
por maior objetivo retomar a fé dos fiéis aos originais.
Em se tratando de representatividade, segundo MACHADO (2001) é inegável a importância
que as imagens tem para a propagação do conhecimento. Considerando apenas o universo
científico, pode-se perceber a enorme contribuição da imagem para o desenvolvimento de
representações por meio gráfico e metafórico, o que não pode ser ignorado considerando
as limitações que a linguagem formal escrita trouxe durante tanto tempo. Depois do quarto
iconoclasmo, a destruição das imagens foi fortemente criticada, já que toda imagem trata-se de
uma modalidade de escrita.

Referências Bibliográficas:

○ JOLY, Martine. O que é uma imagem? In: JOLY, Martine. Introdução à análise da
Imagem. Campinas, SP: Papirus, 1996, pp.13-28.
○ NEIVA JR., Eduardo. Caracterização da Imagem. A Imitação. In: NEIVA JR., Eduardo. A
Imagem. São Paulo, Ática, 1994, pp.5-30.
○ MACHADO, Arlindo. O quarto iconoclasmo. In: MACHADO, Arlindo. O quarto
iconoclasmo e outros ensaios hereges. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001, pp.6-33.
○ GOMBRICH, E. Meditações sobre um cavalinho de pau ou as raízes da forma artística.
In: Meditações sobre um cavalinho de pau e outros ensaios sobre teoria da arte. São
Paulo: Edusp, 1999, pp.1-11.

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