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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

VICTOR CEZAR RODRIGUES DA SILVA COSTA


MARIA ANTONIA MOCOCHINSKI
LARISSA MATIOSKI BRASIL
FABRIZIO

A ORDEM DO DISCURSO NA PRIMEIRA FASE DA ERA VARGAS


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CURITIBA
2010
VICTOR CEZAR RODRIGUES DA SILVA COSTA
MARIA ANTONIA MOCOCHINSKI
LARISSA MATIOSKI BRASIL
FABRIZIO

A ORDEM DO DISCURSO NA PRIMEIRA FASE DA ERA VARGAS

Trabalho apresentado como requisito parcial à


aprovação na disciplina de Metodologia Científica,
segundo semestre de 2010, do curso de Letras
Português-Inglês.
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CURITIBA
2010
TEMA

A ordem do discurso na primeira fase da Era Vargas.

JUSITIFICATIVA

Em nenhuma sociedade humana o discurso é livre. Em todas as sociedades


essas produções são controladas e selecionadas por determinados procedimentos
que nos permitem identificar seus poderes e perigos. Um exemplo prático para
ilustrar tal idéia sob a luz dos conceitos foucaultianos é o caso dos governos
autoritários ao redor do mundo. Não apenas o caso do nazismo e o stalinismo, mas
como no caso do Brasil nos anos 30, com Getúlio Vargas.
Através do discurso, Vargas cativou e persuadiu as massas e nesse percurso,
gerou modificações que afetam a sociedade brasileira até os dias de hoje, como no
caso das leis trabalhistas com a CLT. A importância da análise desse discurso se dá
pela maior e melhor compreensão sobre alguns aspectos da sociedade em que
vivemos e como determinados procedimentos podem modificá-la.

REVISÃO DA LITERATURA

1. A ORDEM DO DISCURSO E VARGAS

Alguns dos conceitos que serão utilizados durante toda a produção deste
trabalho, surgem da obra guia “A ordem do discurso” de Michel Foucault.
Alguns procedimentos são utilizados como forma de excluir determinados
discursos, tanto de forma externa (quando um discurso é barrado pelo pelos valores
daqueles externos ao texto), quanto por forma interna (onde o discurso é barrado
pela forma em que se usaram as palavras). Há também, aqueles que servem para
fazê-los funcionar, que os dão credibilidade e garantias. Mas aonde se encaixa
Vargas nessa teoria? Para responder isso claramente, deve-se analisar o que Michel
Foucault entendia por “vontade de verdade”. Esse conceito utilizado pelo autor está
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associado com a idéia de que ao construirmos discursos sobre algo, sempre o


fazemos em detrimento de outros. Essa seria uma técnica/ estratégia para excluir
possíveis verdades. A vontade de verdade seria saber até onde um indivíduo quer
conhecer sobre algo, mesmo que nunca se possa alcançar o verdadeiro sentido com
que o discurso foi proferido. A questão que fica é: até onde esse indivíduo quer
conhecer? Certamente até o ponto em que ele consegue anular outros discursos
para validar o seu.
Segundo Foucault,

Enfim, creio que essa vontade de verdade assim apoiada sobre um suporte
e uma distribuição institucional tende a exercer sobre os outros discursos –
estou sempre falando de nossa sociedade – uma espécie de pressão e
como que um poder de coerção. (Foucault, 1996, p.18)

Destacando-se a parte em que fala sobre coerção e poder, podemos então


associar a tese dos discursos com aquilo que Vargas utilizou para de certa forma
validar seu governo. Seus discursos foram utilizados de maneira a persuadir as
massas para que elas sim lhe desse a validade que necessitava. “Não temos mais
problemas regionais; Todos são nacionais, e interessam ao Brasil inteiro!” (Vargas,
1942, p. 184). Assim, fez com que a população realmente adquirisse uma imagem
de “nação” que a tanto estava perdida. Sempre quando possível voltava a reafirmar
essa idéia de um país formado pelo todo, e não apenas pela soma de partes. Uma
unidade. “Reajustar o organismo político às necessidades econômicas do país”
(Vargas, 1941, p.57).
Foi atraves de cada discurso proferido que foi contruindo essa intimidade com
o povo. Era chamado pelos seus simpatizantes de "o pai dos pobres", frase bíblica
(livro de Jó-29:16) e título criado pelo seu Departamento de Imprensa e Propaganda,
o DIP, enfatizando o fato de Getúlio ter criado muitas das leis sociais e trabalhistas
brasileiras, como a carteira de trabalho, ou carteira profissional, e a consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), todos até hoje em vigor. Talvez, essa tenha sido as
maiores contribuições e as que deixaram consequências enormes para a sociedade
atual. Assim, por mais das milhares de acusações que recebeu pela violência
utilizada em seu período de administração do governo, ele já havia cativado tanto as
massas com tudo aquilo que apresentou para ela – e vale lembrar que essa é uma
das táticas para a validação de discursos segundo Foucault- que Tancredo mesmo
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descreve essa influência que tinha Getúlio sobre os demais, e como ele utilizava
isso para seu governo.
Segundo Valentina Lima,

Ele se esforçou para se projetar na história como um ditador singular,


porque foi um ditador progressista, um ditador humanitário. Em que pese
uma ou outra acusação de violência, o povo não aceita o Getúlio como um
ditador violento. (Lima, 1986, p.83)

A importância que Getúlio representou, e ainda representa, para a população


brasileira é lembrada através do seu legado que ainda perpetua até os dias atuais. A
CLT com o salário-mínimo, limitação da jornada de trabalho, férias remuneradas,
etc, ainda são leis que estão em vigor como garantia para parte da população. A
maneira como utilizou seu discurso para dar “o primeiro passo no caminho da
eternidade e saio da vida para entrar na História” (Vargas, 1954, s/p) foi uma das
mais geniais que pode-se considerar. Além de interpretar, ele viveu e respirou tudo
aquilo que passou para o povo. Ele conseguir fornecer credibilidade a aqueles que
realmente precisavam e hoje ele está sendo lembrado na história como o maior
brasileiro de todos os tempos.

2. DIREITOS TRABALHISTAS EM VARGAS

Getúlio Vargas, utilizando-se de sua política populista, ganhou a confiança


das classes menos favorecidas da sociedade brasileira. Analisando todo o contexto
de seu discurso, apontamos algumas políticas empregadas pelo líder para ganhar a
referida confiança. Neste ponto analisa-se principalmente os direitos coletivos,
especialmente o do trabalho.
Sobre a 2ª geração de direitos (os de caráter coletivo, típicos do Estado Social
de Direito), analisa Amauri Mascaro Nascimento (2006, p.79), que a CLT –
Consolidação das Leis do Trabalho – foi uma tentativa do governo Vargas de reunir
todos os textos legais em um só diploma para dinamizar o atendimento das classes
trabalhadoras. Através da análise de seu discurso, nota-se todo o contexto
ideológico em oferecer aos cidadãos um conjunto tão grande de leis para suas
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proteções. A classe trabalhadora se sentiu protegida e bem quista pelo poder central
na medida em que este ofereceu tão honrosa legislação.
Na visão de Francisco Iglesias (1989, p.273), foi esta condição de apoio das
classes populares no primeiro momento de seu governo (1930-1937) que
possibilitou a aceitação popular quando do golpe para a instauração do Estado Novo
(1937).
Nota-se que Getúlio é visto até hoje como pai dos pobres por ter conseguido,
de maneira velada e conseguindo trazer isto para seu favor, adquirir a confiança das
classes trabalhadoras e fazer com ela o apoiasse, concretizando no imaginário
popular, principalmente através do departamento de imprensa e propaganda, DIP –
responsável pela divulgação e criação do mito ao redor da imagem de Vargas, a
figura de grande salvador dos menos visados pelo poder central.

3. VARGAS E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Após a denúncia feita pelo governo de Vargas, sobre a suposta existência de


um plano comunista (Plano Cohen), não houve resistência ao golpe de estado
aplicado por Getúlio Vargas para instaurar a ditadura no Brasil no ano de 1937, que
foi chamado de Estado Novo.
Getúlio tomou algumas medidas para se assegurar e se fortalecer no poder.
Foi criada a “Guarda negra”, a guarda pessoal de Getúlio Vargas. Censurou meios
de comunicação, e também promoveu o Estado Novo nos meios de comunicação.
Tirou o poder político relevante dos militares e disciplinou e profissionalizou as
forças armadas. Também determinou o fechamento do Congresso nacional e a
extinção dos partidos políticos. Outorgou uma nova constituição que lhe concedia
total poder sobre o poder executivo.
A constituição de 1937, apelidada de Polaca (para demonstrar a influência da
constituição autoritária da Polônia), nunca entrou em vigor, pois Getúlio governara
por meio de “decreto-lei”.
O Estado Novo promovia grandes manifestações patrióticas, cívicas e
nacionalistas e eram incentivados, pelo Departamento de Imprensa e Propaganda,
os apelos patrióticos na imprensa e nos livros didáticos.
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Segundo José Bento,

“Durante o Estado Novo foram presos tanto militantes da ANL (comunistas


marxistas, durante a intentona comunista) quanto membros da AIB
(nacionalistas, durante a "levante integralista" de 1938), assim como
intelectuais vinculados a uma destas duas agremiações políticas
como Graciliano Ramos, o Barão de Itararé e muitos outros intelectuais,
seja por comunismo ou por simpatias pelo Fascismo, ou quem defendia a
prospecção de petróleo no Brasil, como Monteiro Lobato, preso em 1941.”
(Renato, 1956, p.246)

Com o começo da Segunda guerra mundial em setembro de 1939, Getúlio


Vargas, suspeito de simpatizar com o fascismo, manteve um posicionamento neutro
em relação à entrada do Brasil na guerra.
Porém, ainda em 1942, navios mercantes brasileiros foram atacados por
submarinos alemães pondo um fim a neutralidade brasileira em relação à guerra. No
dia 31 de agosto de 1942, o Brasil declarou estado de guerra à Alemanha e à Itália.
A participação do Brasil limitou-se de início ao fornecimento de matérias-
primas estratégicas e ao auxílio no policiamento do Atlântico Sul.
Somente dois anos depois em 1944, cerca de 25 mil soldados brasileiros
foram mandados para a batalha. No entanto, o triunfo das forças democráticas do
mundo contra a barbárie fascista pôs o Estado Novo em posição extremamente
incômoda.

“É claro que as repercussões da Segunda Guerra, por si sós, não explicam


a transformação política no Brasil. Na verdade, elas se entrelaçaram à crise
política interna, formando uma complexa rede de contradições que resultou
na criação de conjunturas favoráveis ao desmantelamento do Estado Novo.”
(Estado Novo, 2006)

Com o fim da guerra, e a crise interna, o Estado Novo foi perdendo as forças.
Por conta da UDN (União democrática nacional), que suspeitava das ações de
Getúlio, foi obrigado a abandonar o poder e dar lugar para a redemocratização do
Brasil.
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PROBLEMA

Qual a importância que possuiu o discurso para a persuasão e manipulação


das massas na primeira fase da Era Vargas?

OBJETIVOS

Analisar através de teorias sobre o discurso, principalmente com base na de


Michel Foucault em seu livro “A ordem do Discurso”, como são realizadas suas
produções e quais os efeitos refletidos na sociedade, principalmente focados na
primeira fase da Era Vargas. Buscamos também compreender melhor a estrutura da
sociedade em que vivemos, por esta estar embasada em frutos do governo populista
de Vargas, como a nossa até hoje vigente CLT.

METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS

Este trabalho se desenvolverá a partir da realização de uma pesquisa do tipo


bibliográfica, a qual se constituirá em um levantamento de toda bibliografia já
publicada, manifestadas de diversas formas. Segundo Marina de Andrade Marconi
(2001),

[...] sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo


aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir
ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação
de suas informações.

Iniciaremos escolhendo a bibliografia que será utilizada, e após isso fazer-se-


á a localização de todo material para começarmos a leitura, análise e interpretação
de todas as fontes que forem sendo estudadas, para que através de uma análise
crítica do material que nos for disposto, possamos então elaborar uma análise
escrita abrangendo tudo o que foi estudado. Durante a leitura e análise será
necessário fazer anotações sobre as questões mais marcantes, para que elas
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ganhem destaque, o que facilitará, além da análise dos próximos texto, a hora de
redigir o relatório de toda a leitura.
Identificaremos a teoria de Michel Foucault proposta em seu livro “A ordem do
Discurso”, e com a análise dos textos tentaremos identificar os aspectos que podem
ser aplicado ao longo do estudo sobre a primeira fase da Era Vargas, para o melhor
compreendimento dos regimes de governo autoritários com caráter essencialmente
populistas, como se encaixa a questão do discurso nesse contexto e quais os
resultados produzidos.

CRONOGRAMA

ATIVIDADES/ 2011
MESES
Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Determinar X
objetivos

Elaborar X X
Plano de
trabalho
Identificar X X X
fontes
Localizar e X X X
obter o
Material

Ler o Material X X X X X

Fazer os X X X
Apontamentos

Redigir X X X X
relatório
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REFERÊNCIAS

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1996.

IGLÉSIAS, Francisco. História Geral e do Brasil. São Paulo: Ática,1989, p. 273.

LIMA, Valentina da Rocha. Tancredo fala de Getúlio. Editora LP&M, 1986.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho


científico. 5. ed. ver. ampl. São Paulo: Atlas, 2001. p. 43 – 44.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo:


Saraiva, 2006, p. 79.

O Estado Novo, 2006. Disponível em: < http://www.culturabrasil.pro.br/estadonovo.

htm > Acesso em: 08 nov. 2010.

RENATO, José Bento. O escândalo do petróleo. 1. ed. São Paulo: Companhia


Editora Nacional, 1956.

VARGAS, Getúlio. As diretrizes da Nova Política do Brasil. José Olímpio Editora,


1942.

VARGAS, Getúlio. A nova política do Brasil. 10.vol. José Olympio Editora, 1941.

VARGAS, Getúlio, A nova política do Brasil. 8.vol. José Olympio Editora, 1940.

VARGAS, Getúlio. Carta de testamento. 24 de agosto de 1954.

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