Anda di halaman 1dari 4

MAL DO PANAMÁ

Kátia Cristina Kupper

Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade


Vegetal. Av. Cons. Rodrigues Alves, 1252, CEP-04014-002, São Paulo – SP.
Fone: (11) – 5087-1742 / Fone/Fax: (11) 5087-1743. E-mail:
kupper@biologico.sp.gov.br

Introdução

Em termos mundiais, a banana é uma das frutas mais comercializadas


internacionalmente, apresentando, inclusive, uma produção anual em torno
de 56 milhões de toneladas, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial
com cerca de 550 mil hectares plantados (MALBURG, 2004).
Registros do Instituto de Economia Agrícola estimam que a região do Vale
do Ribeira contou, na safra 2003/2004, com 3.924 produtores de banana,
numa área aproximada de 41.924 hectares com 75 milhões de plantas, o
equivalente a 67% das áreas de cultivo de banana no Estado de São Paulo
(IEA, 2004).
Como toda cultura, a bananeira encontra-se sujeita aos efeitos negativos
provocados por agentes causadores de doença, dentre esses o fungo Fusarium
oxysporum f. sp. cubense, agente causal do mal do panamá. A doença foi
inicialmente observada em Piracicaba (São Paulo) em 1930 e, em apenas 3 a 4
anos, dizimou cerca de um milhão de pés de banana Maçã (CORDEIRO &
KIMATI, 2005). Posteriormente, grandes áreas de banana Maçã foram
dizimadas em outras regiões desse Estado e também em Minas Gerais, Goiás
e Espírito Santo, sendo que, neste último, mais de 20% das plantas pertencentes
ao grupo ‘Prata´ foram eliminadas (PLOETZ et al., 1990).

Sintomas da Doença

O patógeno se estabelece nos tecidos hospedeiros através do sistema


radicular, principalmente através das raízes secundárias, alcançando,
posteriormente, o xilema. Neste local, ocorre abundante esporulação, cujos
conídios são transportados pelo fluxo transpiratório (CORDEIRO & KIMATI,
2005).
Ao serem realizados cortes transversais ou longitudinais do pseudocaule
de plantas em estágios mais avançados da doença, podem ser observadas
pontuações pardo-avermelhadas, provavelmente, surgidas pela oxidação de
fenol. A descoloração vascular no pseudocaule concentra-se mais
perifericamente, mantendo-se o centro claro. Nas folhas, os sintomas se
manifestam através de um amarelecimento progressivo das folhas mais velhas
para as mais novas, começando pelos bordos do limbo em direção à nervura
principal. Progressivamente ao amarelecimento, ocorre murcha, com posterior

28
quebra do pecíolo junto ao pseudocaule, que dá à planta o aspecto típico de
um guarda-chuva fechado. Podem ser observados, ainda, sintomas como
estreitamento do limbo nas folhas mais novas, engrossamento das nervuras
secundárias da folha e, ocasionalmente, necrose do cartucho. A rachadura
do feixe de bainhas próximo ao solo, cujo tamanho varia com a área afetada
no rizoma, constitui-se em sintoma característico e, freqüentemente encontrado
nas plantas doentes. Essas rachaduras resultam do crescimento relativamente
normal dos feixes de bainhas externas, comparado ao crescimento estabilizado
dos feixes internos do pseudocaule (CORDEIRO & KIMATI, 2005).

Etiologia

São conhecidas quatro raças fisiológicas do patógeno, sendo que 1, 2 e 4


são importantes à bananeira. A raça 3 ocorre apenas em Heliconia sp. No
Brasil, de acordo com a estrutura dos grupos de compatibilidade vegetativa
dos isolados de F. oxysporum f. sp. cubense analisados, presume-se a
prevalência da raça 1 (GOES & MORETTO, 2001).
A forma mais simples de diferenciação das raças seria mediante o uso de
variedades indicadoras, onde a variedade Gros Michel é indicadora da raça
1, a Bluggoe, indicadora da raça 2 e as variedades do subgrupo Cavendishi
são indicadoras da raça 4 (CORDEIRO & KIMATI, 2005).
O principal meio de disseminação do fungo ocorre através de mudas
infectadas. Em nível local, essa pode também ocorrer através da água de
irrigação, de drenagem e de inundação, implementos agrícolas, homens e
animais. Deve-se incluir, também, a disseminação através do vento e pelo
contato de raízes com rizomas, pseudocaule e raízes infectadas, dada a intensa
produção de inóculo no rizoplano e em áreas circunvizinhas (CORDEIRO &
KIMATI, 2005).
Além dos clamidósporos, a sobrevivência do fungo pode ocorrer através
de restos de culturas e, possivelmente, através de heterocárions, dada a
existência simultânea de linhagens patogênicas e não patogênicas na rizosfera
das plantas. Nesses casos, o núcleo não patogênico presente em hifas dessas
linhagens voltaria a atuar na presença do hospedeiro suscetível.

Controle

A busca de variedades resistentes é hoje uma das principais linhas de


ação visando o controle do mal do panamá. De acordo com ALVES (1985), é
possível a utilização de novos esquemas de melhoramento genético da
bananeira, visando à obtenção de híbridos tetraplóides, não só com relação à
resistência à doença, mas também com boas características agronômicas,
principalmente com nível de nanismo desejável.
Atualmente, entre os grupos de variedades resistentes podem ser
destacados: (1) grupo AAA- Nanica, Nanicão, Grande-Naine e Yangambi,
sendo as três primeiras suscetíveis à raça 4 do patógeno; (2) grupo AAB –

29
cultivares Terra, Terrinha, D’Angola e Mysore; (3) grupo AAAB-destaca-se a
cultivar Ouro-da-Mata, conhecida como Prata Maçã (CORDEIRO & KIMATI,
2005).
O uso de solos supressivos constitui-se em alternativa adicional para o
controle do mal do panamá. Entretanto, esses normalmente tornam-se
conhecidos apenas após o histórico de sucesso da cultura em determinada
área, o que torna a sua aplicabilidade prática muito limitada.
De acordo com SCHNEIDER (1982) e LOUVET et al. (1981) (citados por
BECKMAN, 1987), o efeito supressivo dos solos tem sido correlacionado com
o nível de pH próximo à neutralidade, o moderados a elevados níveis de
argila e matéria orgânica e, particularmente, a alta diversidade da flora
microbiana do solo. Segundo STOVER (1962), além da textura do solo há,
também, a influência da drenagem e da mineralogia do solo na incidência da
doença.
Nas Ilhas Canárias, ALVAREZ et al. (1981) concluíram que, nos horizontes
médios e profundos de solos ácidos, o pH e o teor de cálcio (Ca) trocável eram
significativamente superiores onde não havia ocorrência de mal de panamá.
Além disso, nas áreas de plantas sadias, o teor de magnésio (Mg) trocável
apresentava-se superior àquele das áreas de plantas doentes. Em relação ao
Zinco (Zn) assimilável, segundo os autores, aparentemente houve relação
entre esse e a incidência da doença, uma vez que em áreas de plantas sadias
o nível do mesmo mostrava-se invariavelmente mais elevado. GUTIERREZ
JEREZ et al. (1983) verificaram, também, nas condições das Ilhas Canárias,
que em áreas sem a ocorrência da doença o teor médio de Zn encontrava-se
entre 3,87 e 7,78, e nas áreas de ocorrência do mal do panamá, esses variaram
de 2,07 a 3,87. Em Tenerife, BORGES PEREZ et al. (1991) verificaram que a
adubação com zinco, durante três anos consecutivos, redundou em redução
significativa no surgimento do mal do panamá em bananeiras ‘Dwarf
Cavendish´.
No Estado de Santa Catarina, MALBURG et al. (1984) admitiram a hipótese
da relação entre o estado nutricional das plantas e a incidência da doença.
Nesse estudo, verificou-se alta incidência do mal do panamá em bananais
dos cultivares Enxerto (Prata Anã-AAB) e Branca (AAB) implantados em
áreas de solo com baixos níveis de pH, Ca, Mg e Zn.
Embora a supressão da doença possa estar relacionada à melhoria do
nível de resistência da planta, a influência dos componentes químicos do
solo não deve ser subestimada. Portanto, dada a melhoria no desenvolvimento
das plantas resultante da elevação do pH do solo, o uso da calagem faz-se
também necessário. Igualmente, o uso de solos férteis e com teores mais
elevados de matéria orgânica e de boas condições de drenagem também
contribuem para a minimização da doença.
Adicionalmente, para minimização dos riscos da doença, outras medidas
de controle devem ser implementadas, incluindo a utilização de mudas sadias,
o controle de nematóides e da broca do rizoma, uma vez que esses podem
contribuir para o incremento do mal do panamá. ABDEL-HADI et al. (1987),

30
através da inoculação de raízes de banana com F. oxysporum f. sp. cubense e
Radopholus similis, observaram a produção de lesões após uma semana. A
porcentagem de raízes apodrecidas foi de 36,5% com o nematóide sozinho,
47,8% com os dois organismos e 4% com o fungo isoladamente.

Referências Bibliográficas
ABDEL-HADI, M.A., FADEL, F., GHORAB, A.I. Root-Rot of Banana and its control
in Egypt. In: Conference of the Agricultural Development Research. 1, 1987,
Cairo. Proceedings. v. 3, p. 1-12.
ALVAREZ, C.E., GARCÍA, V., ROBLES, J., DÍAZ, A. Influence des catacterístiques
du sol sur l´incidence de la maladie de Panamá. Fruits. Paris, v. 36, n. 2, p. 71-
81, 1981.
ALVES, E.J. A Variabilidade Genética e o Melhoramento da Banana e de outras
Plantas Cultivadas. Revista Brasileira de Fruticultura. Cruz das Almas, v. 7, n.
único, p. 7-29, 1985.
BECKMAN, C.H. The nature of wilt diseases of plants. St. Paul: APS Press, 1987.
175p.
BORGES PEREZ, A., FERNÁNDEZ FALCÓN, M., BRAVO RODRIGUES, J.J., PÉREZ
FRANCÉS, J.F., LÓPEZ-CARREÑO, I. Enhanced resistance of banana plants
(Dwarf Cavendish) to Fusarium oxysporum f. sp. cubense by controlled Zn
nutrition under field conditions. Banana Newsletter. v. 14, p. 24-26, 1991.
CORDEIRO, z.j.m., MATOS, A.P., kIMATI, H. Doenças da bananeira (Musa spp.) In:
KIMATI, H., AMORIN, L., REZENDE, J.A.M., BERGAMIN FILHO, A.,
CAMARGO, L.E.A. (Eds.). Manual de Fitopatologia. Doenças das plantas
cultivadas. 4 ed. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 2005. v. 2., p. 99-117.
GOES, A. de, MORETTO, K.C.K. Mal-do-Panamá. In: RUGGIEIRO, C. Bananicultura.
FUNEP, Jaboticabal, p. 419-435, 2001.
GUTIERREZ JEREZ, F., TRUJILLO JACINTO DEL CASTILLO, I., BORGES PEREZ, A.
Estudio sobre el mal de Panamá en las Islas Canarias. I. Características físicas y
químicas de los uelos y su relación con la aparición de la enfermedad. Fruits,
Paris, v. 38, n. 10, p. 677-682, 1983.
IEA - INFORMAÇÕES ESTATÍSTICAS DA AGRICULTURA - Série Técnica Apta, v.
15, n. 1, p. 11. 2004. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/ianu-est.php
> Acesso em 17 abr.2005.
MALBURG, J.L. Avanço Fatal. Cultivar HF, Outubro/novembro: 20-22. 2004.
MALBURG, J.L., LICHTEMBERG, L.A., ANJOS, J.T. dos, UBERTI, A.A.A.
Levantamento do estado nutricional de bananais catarinenses. In: Congresso
Brasileiro de Fruticultura. 7, 1984, Florianópolis. Anais. Sociedade Brasileira
de Fruticultura, 1984. v. 1, p. 256-275.
PLOETZ, R.C., HERBERT, J., KABONJI, S., HERNANDEZ, J.H., PEGG, K.G.,
VENTURA, J.A., MAYATO, L.S. Importance of Fusarium wilt in different
banana-growing regions. In: PLOETZ, R.C. (Ed.). Fusarium wilt of Banana, St.
Paul: The American Phytopathological Society, 1990. p.9-26.
STOVER, R.H. Fusarial wilt (Panama disease) of bananas and other Musa species.
Kew: Commonwealth Mycological Institute, 1962. 117p.

31

Anda mungkin juga menyukai