O Jesus de Barro
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1ª Edição – Dezembro de 2009-11-06
Tema: Esoterismo, Religião, Ficção Palavras-chave: barro, cristianismo, igreja, jesus, religião.
Número de páginas: 164
Peso: 232 gramas
Edição: 1(2010)
Acabamento da capa: Papel Couché 300g/m², 4x0, laminação fosca.
Acabamento do miolo: Papel offset 75g/m², 1x1, cadernos fresados e colados (para livros com mais de 70
páginas) ou grampeados (para livros com menos de 70 páginas), A5 Preto e Branco.
Formato: Médio (140x210mm), brochura com orelhas.
Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde
2009.
2009
Impresso no Brasil
PRODUÇÃO EXECUTIVA
EDITORA
DISTRIBUIÇÃO
Livraria
AGRADECIMENTO
Ao pai, à mãe, pelo suporte, à Lili,
o maior tesouro a mim emprestado pela Lei da Vida,
e à companheira de Carma...
PERFIL DO AUTOR
Nome:
Mario Belo Neto
Aos 40 anos, o escritor maranhense publica seus livros no agBook,
no Clube de Autores e lança na 4ª Feira do Livro de São Luis. Com o a-
poio da companheira e da família e da esposa, o autor comemora a realiza-
ção de um sonho, aos 40 anos, no o mundo literário, mais especificamente
no segmento de livros sobre demanda, que dá a oportunidade de publicar
seus livros sem a necessidade do crivo das editoras tradicionais.
ENTREVISTA
Pergunta: Então Jesus Nunca Existiu?
Resposta: Poderíamos fazer uma extensa lista de embustes e versões cria-
das ou manipuladas por interesses pragmáticos daqueles que detêm o po-
der, e não desejam largá-lo tão cedo por nada neste mundo:
Papai Noel nunca existiu, foi apenas uma ótima estratégia de marketing da
Coca-Cola, em sociedade com a Walmart, a maior rede de hipermercados
do s EUA, para vender mais durante as festas de Natal;
O natal, supostamente do menino Jesus, jamais foi comemorado no dia 25
de dezembro, este era o dia de nascimento do deus nórdico venerado pelos
romanos. Um ser de elevada estirpe, da linhagem dos reis judeus chamado
Jmmanuel, na verdade nasceu em 6 de janeiro. Onde, curiosamente, até
hoje se comemora o dia de reis! Interessante, não?;
John F Kennedy nunca foi morto com apenas um tiro dado por um tal de
Lee Oswald, funcionário de um depósito de livros escolares. O coitado foi
apanhado levianamente, torturado para que confessasse um crime que ele
não cometeu e depois friamente assassinado por um agente da CIA disfar-
çado de repórter. JFK levou três tiros, disparados de três direções diferen-
tes, feitos por três exímios atiradores de elite, também agentes treinados
pela CIA;
O WTC ou as Torres Gêmeas jamais foram derrubadas por Osama Bin
Laden. Este homem foi treinado e armado pela CIA para lutar contra a an-
tiga União Soviética, nos tempos da Guerra Fria. Após se decepcionar com
o abandono do seu povo, atirado sem piedade num Afeganistão decadente
e dominado pela fome e pela miséria, por parte dos EUA, Osama se vol-
tou contra a América e jurou vingança Àquele país. Os EUA acabavam de
encontrar um ótimo bode expiatório para a maior de todas as conspirações
já impetradas pela CIA: a queima de arquivos do FBI. Adivinha onde esta-
vam guardados estes arquivos? No escritório central, localizado na Torre 7
do WTC. Belo plano!;
O Brasil nunca foi “descoberto” por Pedro Álvares Cabaral, um mestre
dos mares com tamanha experiência em circunavegações marítimas jamais
cometeria um equívoco absurdamente oposto ao seu rumo original, as ín-
dias, para sem querer bater na América do Sul! Estranho não? Pois antes
disso acontecer, Ruan Pizon já havia passeado por estas bandas de cá.
E antes dele os espanhóis já conheciam tudo de cima abaixo, desde Co-
lombo. E mais atrás no tempo Piris Reis detinha um mapa que mostrava,
não só a América do Sul inteirinha, como também a Antártida, sem a sua
tradicional capa de gelo! Além disso, ninguém descobre uma terra que já
está povoada, por nativos. Isso me faz lembrar o caso da Terra Prometida
por Javé aos hebreus: quando chegaram lá já havia gente morando há sécu-
los!;
Sem falar no famoso “grito de independência”que jamais aconteceu. O
próprio D. Pedro de Orleans e Bragança admitiu, em cartas ao rei, que es-
tava se dirigindo ao interior do estado de São Paulo apenas para debelar e
apaziguar algumas “rebeliões e revoltas”, como ele mesmo descreveu...
Poderíamos ficar dias aqui apenas enumerando uma quantidade sem fim
de embustes que, inacreditavelmente, se tornaram verdades históricas. Os
pesquisadores que se dedicaram ao estudo das origens do cristianismo,
desde o Século II de nossa atual era, sempre colocaram em dúvida a exis-
tência de um indivíduo chamado Jesus, nas cercanias de Jerusalém. Muitos
até mesmo entre os cristãos procuram provas históricas e materiais para
fundamentar sua crença, quer sejam artefatos ou relíquias perdidas.
Infelizmente ou “felizmente”, para alguns, tais provas concretas jamais fo-
ram encontradas, porquanto, a história cientificamente elaborada denotou
que a existência de Jesus é real apenas nos escritos e testemunhas daqueles
que tiveram interesse religioso e material em prová-la. Desse modo, a exis-
tência, a vida e a obra de Jesus carecem de provas indiscutíveis para a His-
tória oficial. Nem mesmo os Evangelhos constituem documento irrefutá-
vel, pois os próprios foram usurpados, distorcidos, alterados e categorica-
mente recheados de equívocos em sua inúmeras traduções sem parcimônia
alguma por levar em consideração o bem da verdade.
As bibliotecas e museus guardam escritos e documentos de autores que te-
riam sido contemporâneos de Jesus, os quais curiosamente não fazem
qualquer referência ao mesmo. Por outro lado, a ciência histórica tem-se
recusado a dar crédito aos documentos oferecidos pela Igreja, com inten-
ção de provar-lhe a existência física, devido ao grande número de falsifica-
ções, deturpações e adulterações, é óbvio. Ocorre que tais documentos, o-
riginariamente, não mencionavam sequer o nome de Jesus, todavia, foram
falsificados, rasurados e adulterados visando suprir a ausência de documen-
tação verdadeira. Em contra partida, muito do que foi escrito na tentativa
de comprovar a inexistência de Jesus foi, pragmática e defensivamente,
destruído pela Igreja. Assim é que, por falta de documentos verdadeiros e
indiscutíveis, a existência de Jesus tem sido posta em dúvida desde os pri-
meiros séculos desta era, apesar de a Igreja ter tentado destruir a tudo e a
todos os que tiveram a coragem e ousadia para contestar os seus pontos de
vista e os seus dogmas. Por tudo isso é que o Papa Pio XII, em 955, falan-
do para um Congresso Internacional de História em Roma, disse:
“Para os cristãos, o problema da existência de Iesus Christus concerne à fé, e não à his-
tória.”
Emílio Bossi, em seu livro intitulado “Jesus Christus Nunca Existiu”,
compara Jesus Christus a Sócrates, que igualmente nada deixou escrito. No
entanto, faz um esforço enorme para mostrar que Sócrates só ensinou o
que é natural e racional – por causa dos ataques da Igreja, já naquela época,
o filósofo preferiu cuidar da própria segurança física –, ao passo que Jesus
ter-se-ia apenas preocupado com o sobrenatural. De acordo com a Histó-
ria, Sócrates teve como discípulos pessoas comuns, da plebe, mas em sua
grande maioria todos eram os eruditos que o seguiam, de existência com-
provada, cujos escritos, produção cultural e filosófica passaram à sua bio-
grafia como Platão, Xenófanes, Euclides, Esquino, Fédon.
Entretanto, Jesus teria por discípulos homens simples e de poucas posses,
semi-analfabetos e alguns deles analfabetos, tal como eram considerados
os homens da palestina antiga, excetuando-se apenas dois, Judas Iscariotes
e Mateus, casos excepcionais no grupo dos doze escolhidos, os quais ape-
nas teriam supostamente repetido os velhos conceitos e preconceitos tal-
múdicos. Porque essa visão “humilde” e “simplória” foi exaustivamente
propagada por mais de dois mil anos? Quando se sabe, através dos escritos
apócrifos que estes homens foram exatamente o oposto? Porque em tudo
que há de errado, funesto, cruel, hediondo, torturante, diabólico na história
dessa humanidade existe um dedinho de um grupo religioso infiltrado nas
maiores instituições religiosas do mundo?
Também é notório, além disso, que, desde o século II, os judeus ortodoxos
e muitos homens cultos começaram a contestar a veracidade de existência
de tal ser, sob qualquer aspecto, humano ou divino. Estavam, assim, os
homens divididos em duas posições: a dos que, afirmando a realidade de
sua existência, divindade e propósitos de salvação, infligiam perseguição e
matança impiedosa aos partidários da posição contrária, ou seja, àqueles
cultos e audaciosos que tiveram a coragem de contestá-los.
Pergunta: Então qual foi o motivo para a verdadeira face do líder dos
cristãos não ter se mantido até os dias de hoje?
Resposta: O imenso poder do Vaticano tornaria a libertação do homem da
tutela religiosa bem mais difícil e extremamente lenta. O liberalismo que
surgiu nos últimos séculos contribuiu para que homens cultos e desejosos
de esclarecer a verdade tentassem, com bastante êxito, mostrar a mistifica-
ção que tem sido a base de todas as religiões, inclusive do próprio cristia-
nismo. Surgiram também alguns escritos elucidativos que, por sorte, havi-
am escapado à caça e à queima em praça pública. Fatos e descobertas desta
natureza só contribuíram decisivamente para que o mundo de hoje tenha
uma concepção científica e prática de tudo que o rodeia, bem como de si
próprio, de sua vida, direitos e obrigações. A sociedade atualmente pode
estabelecer os seus padrões de vida e moral, e os seus membros podem
observá-los e respeitá-los por si mesmos, pelo respeito ao próximo e não
pelo temor que lhes incute a religião. Contudo, é lamentavelmente certo
que muitos ainda se conservam subjugados pelo espírito de religiosidade,
presos a tabus caducos e inaceitáveis, no atual estágio evolucionário desta
raça. Ironicamente, em apenas um ponto a História parece aceitar a figura
de Jesus como uma entidade ideal, usada para fazer cumprir as escrituras,
visando dar sequência ao judaísmo em face da diáspora, destruição do
templo e de Jerusalém. Teria sido um arranjo feito em defesa do judaísmo
que então morria, fazendo surgir, assim, uma nova crença.
Ultimamente, têm-se evidenciado uma profusão de adulterações e falsifica-
ções documentárias praticadas pela Igreja, com o intuito de provar a exis-
tência real, histórica e científica de Jesus. Modernos métodos como, por
exemplo, o método comparativo de Hegel, a grafo técnica e muitos outros,
denunciaram a má fé dos que implantaram o cristianismo sobre falsas ba-
ses com uma doutrina tomada por empréstimos de outros mais vivos e in-
teligentes do que eles, assim como denunciaram os meios fraudulentos de
que se valeram para provar a existência do mito reformulado.
É de se supor que, após a fuga da Ásia Central, com o tempo os judeus fo-
ram abandonando o velho espírito semita, para irem-se adaptando às cren-
ças religiosas dos diversos povos que já viviam na Ásia Menor.
Após passarem por um longo período de cativeiro no Egito, e, posterior-
mente, por duas vezes na Babilônia, não é nada estranho, porém, muito
natural, que tenham introduzido no seu judaísmo primitivo as bases das
crenças dos povos com os quais conviveram. Sendo um dos povos mais
atrasados de então, e na qualidade de cativos, por onde passaram, salvo ex-
ceções, sua convivência e ligações seriam sempre com a gente inculta, pri-
mária e simples. Assim é que, em vez de aprenderem ciências como astro-
nomia, matemática, sua impressionante legislação, aprenderam as supersti-
ções do homem inculto, degenerado e vulgar. Quando cativos na Babilô-
nia, os sacerdotes judeus que constituíram a nata, o escol do seu meio soci-
al, nas horas vagas, iam copiando o folclore e tudo o que achassem de mais
interessante em matéria de costumes e crenças religiosas. Do que resultaria
mais tarde compendiarem tudo em um só livro, o qual recebeu o nome de
Talmud, “o livro do saber”, do “conhecimento”, da “aprendizagem”. Por
uma série de circunstâncias, o judeu foi deixando, aos poucos, a atividade
de pastor, agricultor e mesmo de artífice, passando a dedicar-se apenas ao
comércio. A atividade comercial do judeu teve início quando levados cati-
vos para a Babilônia, por Nabuckdonasser, intensificou-se no decorrer do
tempo e ainda mais com a perseguição que lhe moveria o próprio cristia-
nismo, a partir do século IV. Daí em diante, a preocupação principal do
povo judeu foi extinguir de seu meio o analfabetismo, visando com isso o
êxito de seus negócios. Deve-se a este fato, ter sido o judeu o primeiro po-
vo no meio do qual não haveria nenhum analfabeto.
Destarte, chegando em Roma e em Alexandria, encontrariam ali apenas a
prática de uma religião de tradição oral, portanto, terreno propício para a
introdução de novas superstições religiosas. Dessa conjuntura é que nasceu
o messianismo, o máximo de mistificação religiosa de que se mostrou ca-
paz a mente humana. O judeu da diáspora havia conseguido alcançar o seu
objetivo. Com sua grande habilidade, em pouco tempo o messianismo caiu
no gosto popular, penetrando na casa do escravo e de seu senhor, invadin-
do inclusive os palácios imperiais. O nome Crestus, mais tarde traduzido
para o grego Christus, já era o Messias dos essênios bem antes da promul-
gação da religião cristã, pelo qual os judeus aparentemente optaram para
criar o que viria a ser o maior movimento religioso do planeta, daria ori-
gem ao nome de Christus, cristão e cristianismo.
Os essênios haviam se estabelecido numa instituição comunal, em que os
bens pessoais eram repartidos igualmente para todos e as necessidades de
cada um tornavam-se responsabilidade de todos. Tal ideal de vida conquis-
taria, como realmente aconteceu, ao escravo, a plebe, enfim, toda a gente
humilde. Daí, a expansão do cristianismo, o qual assumiu as proporções
atualmente conhecidas. Não tendo ficado restrita à classe inculta e pobre,
como seria de se imaginar, começou a ganhar adeptos entre os aristocratas
e bem-nascidos. Chegou a hora desse tenebroso conto de fadas de menti-
ras acabar.
Pergunta: De todo o exposto até aqui, depreende-se que o messia-
nismo foi uma religião criada pelos judeus, antes de tudo como meio
de sobrevivência e enriquecimento?
Resposta: Tudo foi feito e organizado de modo a que o homem se tornasse
um instrumento dócil e fácil de manejar, pelas mãos hábeis daqueles aos
quais aproveita a religião como fonte de rendimentos.
Métodos considerados ultra modernos como, por exemplo, o uso dos isó-
topos radioativos e radio carbônicos, apontaram e denunciaram, através de
cálculos, inúmeras falsificações grosseiras, atribuídas ao despudor e à falta
de escrúpulos daqueles que implantaram uma doutrina religiosa, forjando
escritos e documentos na vã tentativa de provar o que lhe era proveitoso.
Por meios escusos tais como os citados, a Igreja também acabou se tor-
nando a potência financeira em que hoje se constitui.
Finalmente, desde o momento em que surge a religião, com ela vem o sa-
cerdote que é uma constante em todos os cultos, ainda que recebam no-
mes diversos (bispos, padres, arcebispos etc...). A figura adulterada do sa-
cerdote encarregado do culto divino tem tido sempre a preocupação pri-
mordial de atemorizar o espírito dos povos, apresentando-lhes um Deus,
sobretudo, vingativo, que a uns premia com o paraíso e a outros castiga
com o inferno de fogo eterno, conforme sejam boas ou más suas ações.
Não só no cristianismo, mas é de senso comum em todas as religiões, cria-
das pela humanidade, encontrarmos sempre o sacerdote afirmando ter o
homem uma alma imortal, a qual responderá após a morte do corpo, dian-
te de Deus, pelas ações praticadas em sua derradeira existência.
Como se não bastasse o paraíso, de quase todas as instituições dogmáticas,
o purgatório e o inferno dos católicos, há ainda que considerar a admissão
do pecado original, segundo o qual todos os homens ao nascer, trazem-no
consigo. Ao deixarmos a discussão estagnada apenas no plano físico, salvo
em raras exceções, a grande maioria dos humanos jamais lembra se foi
consultado a respeito de seu desejo (melhor dizendo, necessidade) ou não
de nascer. Sendo assim, a maioria se vale dessa premissa para não se atribu-
ir culpa de qualquer natureza a quem não teve a oportunidade de manifes-
tar vontade própria. Os contestadores esbravejam: “condenar pretensos
inocentes por antecipação, seria a mais absurda das injustiças.
Alguns acreditam que até o próprio Pai-Absoluto-Criador e o próprio C-
hristus revoltar-se-iam por certo ante tão injusta legislação!”
Pergunta: Será que, em verdade, não seriam os contestadores os re-
voltados?
Resposta: A esta eu deixo como resposta a opinião do próprio leitor.
Pergunta: Afinal, quem realmente existiu e quem nunca existiu?
Resposta? O Fogo, Jmmanuel ou Emanuel existe. Jesus nunca existiu.
Pergunta: Então são duas pessoas?
Resposta: Tudo vem da Luz, tudo é energia, força, potência, poder que cri-
a, gera, põe tudo em movimento, e renova incessantemente, na forma de
“destruição”. Quanto aos personagens, as criaturas humanas, na verdade,
todos são personas, entidades biológicas, orgânicas, baseadas em Carbono.
Nem mesmo o nome do notório ser messiânico é este. Os inúmeros erros
de tradução acabaram levando o verdadeiro nome daquele que encarnou
no mundo ao total esquecimento. O nome era Jmmanuel, falado Emma-
nuel, em hebraico arcaico. Após várias transliterações foi passando por vá-
rias línguas e idiomas, dialetos e pronúncias, das mais variadas possíveis. A
forma grega foi inventada pelo general romano Saulo de Tarso, Ieshua
Cristus (O Ungido), Joshua (o I se translitera e J, ao passar para a forma
latinizada), uma corruptela desviou para Josué, mais adiante para Jeshus,
até chegar finalmente aos dias atuais como Jesus.
Pergunta: Por quê um número tão pequeno de pessoas que assu-
mem a responsabilidade por seus erros e acertos?
Resposta: Por causa da grandiosidade e aparentemente a quase impossibili-
dade da tarefa. A responsabilidade cabe a cada criatura individualmente.
Pode até parecer simples, assumir a responsabilidade de sua própria salva-
ção interna, mas nunca foi dito que seria fácil – a porta é estreita e tem es-
pinhos. O caminho mais fácil, esperar na vida de um salvador e acreditar
em sua promessa de salvação externa, “o caminho largo, florido e de tijo-
los de ouro” é mais atraente.
Pergunta: Então a raça humana está definitivamente condenada?
Resposta: Condenada por sua própria ilusão. Ela é seu próprio algoz, car-
rasco e condenado. O leitor irá ler é especialmente direcionada a todos a-
queles que já erigiram ou estejam construindo templos, erguidos para as
mentiras, para a enganação, e para escravizar mentes e almas humanas.
Todos esses “belos templos” existentes e todas essas horríveis Catedrais,
que são chamadas por muitos de “casa de Deus” e que se encontram espa-
lhadas pelos quatro cantos do planeta, são na realidade e em Verdade, cada
uma delas, templos e Catedrais construídas com sangue humano inocente.
Assim como a gigantesca muralha da China, todas as suas colunas e cada
um dos tijolos de suas paredes foram construídos com ossos humanos, o
cimento utilizado na construção destas foi feito com carne humana esma-
gada, a água que foi utilizada para misturar e fixar tudo isso foi o próprio
sangue humano, de pobres e infelizes inocentes, e tudo isso construído
“em nome da cruz e de deus”.
Pergunta: Como o Sr. Se considera? Um místico, um cientista, um
investigador ou um revolucionário?
Resposta: Eu busco me tornar todos aos mesmo tempo: místico-cientista-
investigador-revolucionário. Pois quem se questiona a respeito de si mes-
mo e do Universo está mais perto da Verdade.
Pergunta: Qual seria seu grau de instrução? Se não se importa em
responder.
Resposta: De maneira alguma. Fui até o quarto período do curso de Co-
municação Social, da UFMA.
Pergunta: Por quê não concluiu o curso?
Reposta: Não tive paciência para ir até o fim. (risos)
SINOPSE
Após receber a indicação de um misterioso contato na internet, auto intitu-
lado “O Cético”, um repórter investigativo viaja até o Peru para se encon-
trar com um estranho eremita que possui um documento revelador, capaz
de por abaixo os pilares da maior instituição religiosa, venerada há mais de
2.000 anos: o cristianismo. Do que seriam capazes os grupos que formam
um sistema infiltrado em instituições religiosas, educacionais, governamen-
tais e de mídia para acobertar a Verdade? De tudo. Até mesmo de comete-
rem assassinatos. Apenas para forjar um embuste com o intuito de enco-
brir a verdadeira história da criação dos deuses e do cristianismo.
“Fomos enganados! Sinto muito, mas jesus nunca existiu.”
“Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à
luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” - Isaías 7:14.
Impactante. Provocativo. Escandaloso. Vergonhoso. Comprometedor. E Assustadora-
mente o maior de todos os embustes.
“...e conhecereis a Verdade e ela vos libertará...” ...entretanto, a Verdade foi dita, mas
foi acobertada.
“O segredo da Verdadeira Realidade está bem na sua frente, só a criatura humana não
consegue ver, porque ele não está vendo. Na verdade ele não quer ver. Ele sabe que preci-
sa ver mais ainda não sente vontade. Escolhe não ver a verdade, prefere a ilusão, prefere
ser enganado.”
“Dê para um homem qualquer um peixe e ele o comerá e se saciará durante um dia in-
teiro. Mas dê ao homem uma religião e ele irá morrer de fome de tanto rezar pedindo por
um peixe.” La Sagesse
“Existe uma chave para a liberdade: Se queres ser um cordeiro, seja feito a tua vontade.
Não reclames, entretanto, quando fores servido em nosso grande Sabbath!” Um “bom e
velho” dito pagão, do século XX!
“A Lei pode perdoar o tempo da ignorância, mas uma vez que se é conhecedor da Ver-
dade, então é preciso agir de acordo com a revelação que o alcançou.”
“O Conhecimento é teu guia. A Luz, o teu farol. E a Coragem para buscá-los é o teu
mentor.”
“Respondeu Jmmanuel: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste
mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora
o meu reino não é daqui. (João 18 : 36)
“É um ato de virtude enganar e mentir, quando, por tais meios, os interesses da igreja
possam ser promovidos.” Bispo Eusébio (260-339).
“Quão bem sabemos o quanto lucrativa esta superstição da fábula de Cristo tem sido
para nós.” Papa Leão X (1513-1521).
Não há nenhuma premissa de concordância do leitor com relação às opiniões do autor
dispostas aqui neste livro. Porém, o que se propõe é a formação da opinião própria e a
decisão por si mesmo.
DEDICADO
Aos que buscam a Verdade. Ela os libertou...
PROLOGO
L ima, Peru. 2008.
Cheguei ao Hotel Central, da cidade de Lima, no Peru às 20:00. Fui di-
reto para o quarto tomar um banho quente e tentar descansar um pouco
da viagem. Logo cedo pela manhã devo ir ao encontro do guia que me le-
vará ao vilarejo onde mora o tal do Juaquin Valbuena, que o Cético havia
me indicado procurar. Mas antes, o banho. Troquei de roupa e sentei no
sofá, liguei a TV para ver o canal de notícias.
Na sala, no escuro, assistindo a TV, comecei a refletir sobre o que te-
nho feito. E não tenho feito muito há algum tempo. Na verdade eu passo
mais tempo fingindo que estou ocupado do que trabalhando. Mas na ver-
dade eu não estou fazendo nada. Vou passar uma existência inteira sem
nunca saber quem realmente sou. Até ver o mundo através dos olhos de
outra pessoa. Vieram à mente as lembranças de tempos alegres, bem mais
fáceis de lhe dar. A nostalgia que sempre aborda os depressivos me alcan-
çou de novo...
— Lembra da promessa? — perguntava a ela.
— Lembro, meu amado — respondia ela, sempre meiga.
— Não podes tirar a vida de ninguém, ela é muito valiosa e sagrada aos
olhos da Mãe, da Vida e do Absoluto. Salvo quando for para salvar outra
em perigo.
— Já sei: “sirva apenas a uma boa causa”.
— E jamais faça coisa alguma por ódio ou em benefício próprio. Mas,
sempre respeitando seu inimigo...
Volto de súbito ao tempo presente, aos dias difíceis, à realidade da vida
perene. O som da TV me chama a atenção...
Um padre católico nos Estados Unidos que estava sendo processado criminalmente por
ter abusado sexualmente de um garoto adolescente agora está sendo acusado de contratar
alguém para matá-lo. Sua fiança é de US$ 700.000,00. O reverendo John M. Fiala,
de 52 anos, estava preso antes pelas acusações de abuso sexual de menor, tinha pago
fiança e, solto, tentou negociar a morte do garoto, hoje com 18 anos. Ele ofereceu US$
5.000,00 a um agente disfarçado e acabou se ferrando.
O jovem havia encontrado o reverendo em 2007, disse Tom Rhodes, advogado do rapaz.
O padre teria começado a “prepará-lo”, comprando presentes, incluíndo um computador
e um carro. No começo de 2008, quando o garoto tinha 16, sob a desculpa de oferecer-
lhe aulas de catecismo particulares, Fiala “obteve acesso a ele e começou a abusá-lo se-
xualmente uma ou duas vezes por mês, inclusive em locais da igreja”, de acordo com o
advogado. Em uma ocasião, o estupro ocorreu sob a mira de uma arma de fogo. Fiala
supostamente ameaçou o jovem de morte se ele contasse a alguém sobre o relacionamento.
As ameaças eram constantes e enviadas ao celular da vítima por meio de SMS. Fiala
teria dito uma vez que também se mataria, fazendo com que ambos “fossem ao céu jun-
tos”. O jovem, depois de lutar contra o abuso, contou a um conselheiro escolar, que noti-
ficou as autoridades. Ele entrou com um processo em Abril contra Fiala, bem como con-
tra às Arquidioceses de Santo Antônio, no Texas, e Omaha, Nebraska, onde teriam
ocorrido os eventos. Também processou a ordem da qual Fiala fazia parte, a Sociedade
da Nossa Senhora da Mais Sagrada Trindade. As três entidades teriam acobertado o
reverendo, mas elas negam. Em Setembro, um júri do Condado de Edwards teria indi-
ciado Fiala em três acusações de estupro agravado de um menor e uma acusação de estu-
pro agravado por ameaça, de acordo com o Express News. Fiala teria sido preso em
Kansas por uma força tarefa de fugitivos e extraditado para o Texas, onde pagou fiança
no dia 27 de setembro. Enquanto ele ia se fodendo pelo sistema judiciário que estava
para indiciá-lo por mais duas acusações de estupro, o Express News teria recebido uma
ligação anônima de alguém dizendo que morava no mesmo prédio do reverendo e que ele
tava querendo matar um certo rapaz. Depois de entrar em contato com a polícia, o pró-
prio vizinho recebeu uma proposta do padre para matar o rapaz. Então a polícia fez o
padre entrar em contato com um agente disfarçado em um ambiente grampeado e ele foi
preso ao formalizar o pedido ao suposto mercenário. O garoto estava em uma casa segu-
ra desde a saída do padre da cadeia, devido a ameaças. Hoje, apesar de ainda estar as-
sustado, ele espera que Fiala fique atrás das grades.
Fonte: CNN
Garota morre espancada porque pais eram religiosos demais.
Publicado em 25 de novembro de 2010 por Alenônimo
A garota Larissa Rafaela Kondo de Lima, 14 anos, morreu depois de ser espancada
pelo pai, José Carlos de Lima, 42 anos. Ele disse o seguinte à polícia: “Eu apenas quis
corrigir a minha filha dentro das regras de nossa igreja e do respeito à família.” O que
aconteceu foi o seguinte: Larissa era uma garota de Cafelândia que, como todas as ou-
tras garotas dessa idade, gostava de namorar. Só que esses namoricos precisavam ser às
escondidas porque os feladumaputa dos pais não aceitavam que ela namorasse por conta
da crença religiosa. Até que nesta terça feira, dia 23 de novembro de 2010, os pais des-
cobriram e ela apanhou primeiro da mãe e logo em seguida do pai quando chegou do
trabalho. A garota levou chutes na barriga e na cabeça, além de apanhar de cinta. Al-
gumas horas depois, durante a madrugada, ela começou a passar muito mal e começou a
vomitar. Seus pais a levaram para a Santa Casa, onde piorou. Às pressas, ela foi leva-
da a um hospital de Bauru, já inconsciente. Às 6 da manhã ela estava morta por conta
de um edema pulmonar (acúmulo do líquido que geralmente fica nas células e que vaza
quando sofre algum trauma grave). A garota Larissa Rafaela Kondo de Lima, 15 a-
nos, morreu depois de ser espancada pelo pai, José Carlos de Lima, 42 anos. Ele disse o
seguinte à polícia: “Eu apenas quis corrigir a minha filha dentro das regras de nossa
igreja e do respeito à família.” O que aconteceu foi o seguinte: Larissa era uma garota de
Cafelândia que, como todas as outras garotas dessa idade, gostava de namorar. Só que
esses namoricos precisavam ser às escondidas porque os feladumaputa dos pais não acei-
tavam que ela namorasse por conta da crença religiosa. Até que nesta terça feira, dia 23
de novembro de 2010, os pais descobriram e ela apanhou primeiro da mãe e logo em se-
guida do pai quando chegou do trabalho. A garota levou chutes na barriga e na cabeça,
além de apanhar de cinta. Algumas horas depois, durante a madrugada, ela começou a
passar muito mal e começou a vomitar. Seus pais a levaram para a Santa Casa, onde
piorou. Às pressas, ela foi levada a um hospital de Bauru, já inconsciente. Às 6 da
manhã ela estava morta por conta de um edema pulmonar (acúmulo do líquido que ge-
ralmente fica nas células e que vaza quando sofre algum trauma grave). O pai foi preso
em flagrante por lesão corporal dolosa seguida de morte, mas foi solto às 8 da noite e não
pôde ir ao sepultamento da filha às 6 e meia da tarde. Em estado de choque, a mãe não
conseguiu ir ao cemitério. Ao delegado da cidade, Adilson Carlos Vincentini Batanero,
os pais começaram a se acusar. A mãe disse que a criança morreu em decorrência do
chue na cabeça, já o pai nega ter dado o chute. Por algum motivo, apesar da mãe ter
participado do espancamento, somente o pai será indiciado e terá que responder na justi-
ça pela morte da filha. Rola uma outra versão, provavelmente derivada do depoimento
do pai, de que a filha teria ingerido um vidro de xampu e que estaria vomitando no ba-
nheiro de madrugada. De acordo com essa hipótese, ela poderia ter tentado o suicídio.
Eu acredito que se fosse isso, os médicos que a atenderam em Bauru teriam percebido e
que não teria ocorrido o edema pulmonar. Pior, isso pode ser uma tentativa desesperada
de remover a culpa dos pais. Colegas da escola de Larissa dizem que ela se queixava
muito da rigidez de seu pai, consequência de seu fervor religioso. Uma colega disse: “Ela
não podia conversar com garotos. O pai não deixava.” Um ex-namorado contou que
queria falar com o pai de Larissa, mas ela pediu que desistisse. “Se você for, ele te mata
e me mata também” teria dito. Agora me diz. De que adiantou tanto fervor religioso e
tanta rigidez na criação da filha se no final acabaram matando-a? É isso que a Bíblia
ensina? “Espancai as crianças para que sejam crentes que borrem as calças de medo de
descumprir os mandamentos de Deus?” Não existem meias palavras aqui. A criança
morreu por causa de religião. Truculência que se vê em notícias do Irã, em pleno territó-
rio nacional e praticado por uma religião cristã. Enquanto isso, só nos resta lamentar a
morte de uma menina que queria ser médica e que morreu pela truculência religiosa só
porque queria viver sua vida. Uma pena que Inferno não existe, pra que pudessem rece-
ber esses dois ignorantes truculentos. A única coisa que falta saber é qual a igreja fun-
damentalista que eles frequentavam. Congregação Cristã? Assembléia de Deus? Se al-
guém souber, posta aí. Se alguém disser que religião não faz mal para as pessoas, aponte
para este artigo.
Quem diria que um texto do Bispo Edir Macedo poderia ser interessante? Leia e deci-
da. Algumas pessoas têm questionado minha posição quanto à descriminalização do
aborto. Um dos argumentos mais citados é quanto ao mandamento “não matarás”.
Mas, me parece que o engano está na compreensão da totalidade do significado do termo
“matar”. O dicionário Houaiss, entre as várias definições que apresenta para este verbo,
diz: “causar grande prejuízo ou dano a; arruinar.” E também: “causar sofrimento a;
mortificar, afligir; ferir.” Vemos, com isso, que matar não é somente tirar a vida de al-
guém, mas também praticar qualquer ato que impeça que alguém tenha vida com quali-
dade, dignidade, felicidade. Permitir que uma criança indesejada venha ao mundo em
uma família desestruturada, sem condições de lhe oferecer uma vida minimamente digna,
expondo-a à violência, maus tratos, perda da autoestima e tantas outras mazelas, não
significa dar um ser à luz, mas sim condená-lo à morte; uma morte social e psicológica,
que vai gerar a pior de todas as mortes: A ESPIRITUAL. As crianças que andam
pelas ruas, entregues à própria sorte, não nasceram; elas foram jogadas no mundo, como
fruto da inconsequência e irresponsabilidade de adultos despreparados, muitos deles que
apenas repetem a história de abandono e omissão da qual também foram vítimas. Estas
crianças, primeiro são odiadas por seus genitores e depois passam a ser odiadas pela soci-
edade. A mesma sociedade que levanta a bandeira do direito à vida é capaz de virar o
rosto em atitude de asco, e atravessar a rua para não passar perto de um menor indigen-
te estirado no chão, cheirando a fezes e urina. O nome disso é hipocrisia. Os que gostam
de apontar pecados, precisam ver que o erro não está em interromper uma gravidez inde-
sejada, mas está antes: na banalização do sexo, na desinformação, nos inúmeros fatores
que levam um casal a se relacionar e gerar um filho com o mesmo descompromisso com
que encaram a própria vida. Não estamos fazendo apologia do aborto; estamos dizendo
“não” à hipocrisia. As mulheres não deixam de abortar porque isso é um ato ilegal. A
decisão de interromper uma gravidez tem como motivo principal o fato de ela não ser de-
sejada, causada por fatores que vão desde uma noite de loucura até violência sexual. Se
esta decisão for tomada, ela será levada a cabo, independentemente de sua legalidade, em
clínicas clandestinas, que podem levar estas mulheres à morte, mutilação ou sequelas de
procedimentos mal realizados. A legalidade do aborto permite que estas mulheres pos-
sam ser atendidas clinicamente da maneira que procede, e não coloquem sua vida em ris-
co. Isso é direito à vida. A legalidade do aborto evita que crianças inocentes venham ao
mundo para sofrer e ter uma vida miserável. A legalidade do aborto evita a clandestini-
dade dos procedimentos cirúrgicos. Uma mulher que deseja interromper uma gravidez,
seja pelo motivo que for, não é uma criminosa, é um ser humano em aflição, que precisa
ser acolhido, amado, orientado e não condenado. É este o papel que a IURD tem reali-
zado como Igreja. A todas as pessoas que olham para estas mulheres com ódio e intole-
rância, achando que com isso estão agradando a Deus, fica esta Palavra: Qualquer que
odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna
permanecendo nele. I João 3:15.
Longe de qualquer um com o mínimo de bom senso concordar com tudo que o Macedão
diz, este texto vai direto ao ponto em relação aos debates sobre o aborto. Porque ele desce
mesmo a lenha nos “pró-vida”. É do Macedo, mas fazer o quê? Sempre é bom não es-
perar coisa boa vindo de quem vem.
CAPITULO 1
N a manhã seguinte, o guia me mostrou uma casa isolada no alto de
uma colina. Tipicamente peruana com traços bem marcantes da tradição
Inca. Porém, ainda me parecia uma simples casa de taipa e barro. A pessoa
que morasse ali deveria ser bem pobre. Muito pobre mesmo. Aproximei-
me da casa, entrei devagar pela pequena porta com um batente elevado,
procurando alguém que pudesse me receber. Bati com as mãos fracamente
e mais uma vez, só que dessa vez mais forte.
— Ô de casa! — chamei, mas ninguém apareceu.
Incrível como as pessoas daquela região deixam suas moradias aparen-
temente abandonadas e completamente abertas. Depois de esperar por al-
guns bons minutos, escutei o barulho de passos como se fossem sandálias
de couro no chão de terra batida. Apareceu um senhor de meia idade, ne-
gro, de grande estatura, mais ou menos 1,80. Provavelmente deveria ser o
senhor Valbuena. Só poderia ser...
— Quem é? — perguntou uma voz grave e potente.
— Senhor Valbuena? Olá. Meu nome é Sebastian Urich — respondi de
pronto. — Gostaria de falar com o senhor. Isto é, se for possível.
— Não conheço nenhum Sebastian! Se não for o rapaz do leite, vá em-
bora — retrucou o velho senhor.
— Eu sei, senhor, mas eu vim de muito longe, viajei quase 12 horas
sentado na segunda classe de um avião e preciso muito saber de uma coisa.
E me disseram que só o senhor pode me dar essa informação...
O silêncio foi sua resposta. Quando já começava a achar que ele havia
me ignorado por completo, ele voltou a falar.
— E quem lhe disse uma sandice dessas? – quis saber o velho.
— Um amigo em comum. Ele é mais conhecido como o cético...
Mais um pouco de silêncio.
— Entre. Estou aqui no quarto.
— Obrigando. Com licença, senhor... — entrei hesitante e devagar ob-
servando cada detalhe daquela pequena e rústica casa. Olhei em volta pro-
curando encontrar algo que pudesse me chamar a atenção, algo de diferen-
te, mas só olhei objetos típicos de um homem bastante religioso. Imagens,
quadros nas paredes de barro. Se é que se pode chamar aquilo de parede.
— Como disse que se chama mesmo? — perguntou o Sr. Valbuena.
— É Urich, senhor. Sebastian Urich. Prazer em conhecê-lo.
— Sente-se meu rapaz, não faça cerimônia.
— De quem é essa imagem? — perguntei, olhando um quadro pendu-
rado na parede e tentando ficar mais à vontade.
— É uma imagem antiga de uma prostituta que virou santa, ou melhor,
foi santificada pela Igreja do Vaticano, através da Paróquia da Natividade
— pude perceber uma leve melancolia e um traço de tristeza na sua voz
embargada.
— E qual o nome dessa santa? — quis saber curioso.
— O povo a chama de Santa Maria de La Rosa. — respondeu Juaquin,
carregando no sotaque porto-riquenho.
— Mas o que ela fez para ser santificada? Pensei ter escutado o senhor
dizer que ela era uma prostituta!
— Minha avó costumava contar essa história pra minha mãe, que, por
sua vez, me contava toda noite, na hora de dormir. Dizem os antigos que
ela salvou um menino chamado Jesus num ataque à fazenda onde eles tra-
balhavam e moravam.
— Só isso?
— Não. Depois de muito tempo, órfã de pai e mãe, ela acabou caindo
em desgraça e virou mulher da vida. A pobre infeliz morreu muito jovem.
Logo após sua morte trágica, começaram a acontecer os milagres e curas...
— E quem é esse Jesus? — perguntei, curioso.
— Ah, esse... — Juaquin fez uma longa pausa enquanto passava a pon-
ta dos dedos na imagem. — Para muitos ele foi uma bela inspiração, mas
para a história ele nunca existiu...
CAPITULO 2
M iranda do Norte, 06 de janeiro de 1930.
— Nasceu! Nasceu! É um menino! — gritou a D. Bastiana, correndo
pelo corredor do grande casarão da fazenda no ímpeto de informar o nas-
cimento do primogênito de José, seu empregado mais antigo e fiel.
— Como vamos chamá-lo? — perguntou José à sua esposa deitada
numa velha cama de casal.
— Jesus... Seu nome vai ser Jesus de Barros dos Santos!
— O nome do seu avô? Ara, mulher! Não tinha outro nome melhor
pra colocar no meu primeiro filho.
— Nosso filho, José. Nosso, viu?
— Tá certo, tá certo. Nosso filho.
Então assim veio ao mundo um pequeno menino pobre, filho de pais
lavradores, que moravam numa pacata cidade do interior do país. Classifi-
cados no perfil social como baixa renda. Talvez uma pequena generosidade
do recenseador, com pena em ter de classificar aquela família como “abai-
xo da linha de pobreza”. Igual a todas as famílias de zona rural, seus pais
não eram diferentes dos seus avós e antepassados. Católicos fervorosos, a
família de Jesus sempre frequentava a missa na capelinha todo domingo,
dia santo, novena, natal, fim de ano e quaresma. Ah sem esquecer a sexta-
feira santa da paixão, nas comemorações da Páscoa. O pequeno filho único
do casal, desde muito cedo, já havia sido consagrado e ofertado à igrejinha
da Paróquia da Natividade. Sua cerimônia de primeira comunhão e crisma
foi marcada para quando ele completasse nove anos de idade. A vida sim-
ples e modesta seguia seus passos lentos e pesados carregando nas costas o
peso da pobreza, da miséria e da responsabilidade precoce na lida do roça-
do. A infância do pobre, humilde e tímido menino Jesus transcorria entre
uma brincadeira de criança e o fardo do trabalho cansativo e exigente de
uma vida vazia de sonhos, porém repleta de necessidades. Agora ele deve-
ria provar que, além de existir, ele era alguém e, acima de tudo, um ser ex-
traordinário, excepcional.
Paróquia da Natividade, oito anos depois...
— Vamos crianças, todo mundo para dentro, a aula já vai começar!
— Professora, o Jesus foi lá pra casa grande! — contou a fofoqueira da
Lurdinha. Esse pequeno defeito vinha de berço.
— Meu Deus do céu! O que esse menino foi fazer lá?
Ele sempre foge da aula de catecismo!
CAPITULO 3
Jesus cresceu numa família pobre, mas ele tinha um avô muito rico
que lhe ensinava quase tudo da vida. O menino, sempre que podia, saia da
escola e ia direto para casa do avô aprender mais sobre os mistérios do
mundo. Seu tio o ensinava com todo gosto.
— E como ele nasceu? E em que dia? — perguntou Jesus ao seu avô.
— Ele veio a este mundo no mesmo dia em que você nasceu, Jesus —
respondeu seu avô.
— Sério, vô? Que legal! — bradou o menino todo feliz por ter alguma
coisa em comum com uma figura tão importante — Mas, espera um pou-
co aí! E o natal? Não é no dia 25 de dezembro?
— Bota o Natal na conta do Papa, meu jovem curioso. — O que você
anda aprendendo na escola, meu rapaz? — seu avô sempre perguntava.
— O Papa diz que Jesus era um pobrezinho, nascido de um carpinteiro
e de uma virgem, no meio de uma manjedoura (cocheira), no dia 25 de de-
zembro do ano um e, neste mesmo dia, três reis magos estavam perambu-
lando pelo deserto quando avistaram uma estrela de Belém, que os guiou
até o estábulo...
— Eu sei: e chegando lá, entregaram a ele incenso, ouro e mirra — in-
terrompeu seu avô e continuou a explicação recebida na escola. Em segui-
da, por causa da perseguição do rei Herodes, José, Maria e Jesus fogem pa-
ra o Egito. A vida de Jesus a partir de então até seus trinta anos desapare-
ceu, sem nenhuma explicação plausível...
— O que o meu avô tem a dizer sobre isso?
— Como já lhe mostrei, a imagem do Jesus, O Christus que a Igreja ca-
tólica e evangélicas vendem, para seus fiéis, nada mais é do que uma colcha
de retalhos de mitos solares, deuses antigos e religião pagani ou pagã, cos-
turados pelo Imperador Constantino I e seus asseclas no século IV para
manterem-se no poder; visto que os cristãos estavam se tornando muito
numerosos e iriam, com o tempo, sobrepujar os adoradores dos deuses do
panteão greco-romano.
— O que é pagani, vô?
— “Pagani” que dizer “das pessoas que vivem no campo”, de onde
vem o termo “pagan” ou “pagão”.
— Mas, se existiam “cristãos”, certamente existiu também uma pessoa
histórica denominada “o Christus”, no qual se baseavam seus ensinamen-
tos. Mas afinal de contas, vô, quem foi o verdadeiro Jesus histórico?
— Christus, ou Christus (em grego), significa fogo e também “messi-
as”, termo que foi usado para traduzir a palavra Mashiash, que por sua vez
significa “o ungido” ou “o ungido por Jeová”. No antigo testamento, a pa-
lavra Ungido é usada exclusivamente para designar os Reis Judeus, e isto é
extremamente importante para se entender o Christus histórico. Além dis-
so, a palavra Christus havia sido utilizada nas Escolas de Mistérios para de-
signar Avatares ou seres de fogo, muito anteriores a Jesus.
— Ôxe, mas ele não nasceu mesmo no Natal, em 25 de dezembro? —
insistiu o garoto.
— Hum, hum. Iaohushua ou Yeshua Ben Yoseph nasceu no dia 6 de
janeiro de 7 a.C., essênio, filho de um dos mais importantes Mestres de sua
comunidade e de uma das mais sagradas sacerdotisas das Religiões Antigas.
Local de nascimento: uma caverna em Qumram, considerada o Templo
mais sagrado dos Essênios. Através da Astrologia, os Grão-Mestres (Reis e
Magos) das Escolas de Mistério mais importantes do Antigo Oriente sabi-
am onde e quando o Avatar iria nascer. Eles trouxeram presentes ritualísti-
cos e celebraram o Ritual do Nascimento da Criança da Luz. Em seguida,
Yeshua, ou melhor, Iaohushua, foi enviado para o Egito para estudar com
os melhores professores das Antigas Tradições e fazer todas as iniciações
nas Pirâmides até estar preparado para sua missão: ser o legítimo Rei dos
Judeus, os quais estavam sob o domínio dos Romanos.
— Uau, vô! A sua versão é bem diferente da do Papa! Você pode expli-
car cada uma das partes desta história? Assim podemos brincar de “o que é
mais provável”!
— Com todo prazer, meu caro neto.
— Jesus era rico ou pobre?
— Usando a própria Bíblia como referência, de acordo com Mateus
1:1-16, temos: Livro da genealogia de Jesus... oops! Iaohushua, O Christus,
filho de Davi, filho de Abraão (1:1). De Abraão nasceu Isaque; de Isaque
nasceu Jacó; de Jacó nasceram Judá e seus irmãos; (1:2), de Judá nasceram
Tamar, Farés e Zará; de Farés nasceu Esrom; de Esrom nasceu Arão; (1:3)
de Arão nasceu Aminadabe; de Aminadabe nasceu Nasom; de Nasom nas-
ceu Salmom; (1:4) de Salmom nasceu Raabe e Booz; de Booz nasceu Rute
e Obede; de Obede nasceu Jessé; (1:5) e de Jessé nasceu o rei Davi. De
Davi nasceu Salomão, cuja mãe fora mulher de Urias; (1:6) de Salomão
nasceu Roboão; de Roboão nasceu Abias; de Abias nasceu Asafe; (1:7) de
Asafe nasceu Josafá; de Josafá nasceu Jorão; de Jorão nasceu Ozias; (1:8)
de Ozias nasceu Joatão; de Joatão nasceu Acaz; de Acaz nasceu Ezequias;
(1:9) de Ezequias nasceu Manassés; de Manassés nasceu Amom; de Amom
nasceu Josias; (1:10) de Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo
da deportação para Babilônia. (1:11) Depois da deportação para Babilônia
nasceram Jeconias e Salatiel; de Salatiel nasceu Zorobabel; (1:12) de Zoro-
babel nasceu Abiúde; de Abiúde nasceu Eliaquim; de Eliaquim nasceu A-
zor; (1:13) de Azor nasceu Sadoque; de Sadoque nasceu Aquim; de Aquim
nasceu Eliúde; (1:14) de Eliúde nasceu Eleazar; de Eleazar nasceu Matã; de
Matã nasceu Jacó; (1:15) e de Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual
nasceu Iaohushua, que se chama Christus (1:16).
— Muita gente, né vô?
— É verdade. Eu diria que é uma árvore bem frondosa. De acordo
com o Evangelho apócrifo de Thiago (Tiago 1:1), temos: Segundo narra a
memória das doze tribos de Israel, havia um homem muito rico, de nome
Joaquim, pai de Maria, que fazia suas oferendas em quantidade dobrada,
dizendo:
“O que sobra, ofereça-o para todo o povoado e o devido na expiação
de meus pecados será para o Senhor, a fim de ganhar-lhe as boas graças.”
— Ou seja: Iaohushua (Yeshua) era descendente direto do Rei Davi e
do Rei Salomão, aquele que construiu o Templo Sagrado, que detinha a
Arca da Aliança, que dominou os 72 espíritos da Goécia e que dispunha
das Minas do Rei Salomão, por parte de pai e tinha como avô por parte de
mãe um homem que “fazia suas oferendas em quantidade dobrada” e era
dono de inúmeros rebanhos. Duas famílias extremamente ricas e podero-
sas.
— O que é mais provável? Jesus era um pobrezinho que nasceu em um
estábulo, ou tinha um avô descendente direto do Rei Salomão e o outro
avô era uma das pessoas mais ricas de Belém, ambos conectados com as
maiores ordens detentoras dos conhecimentos ocultos de sua época?
— Eu aposto na segunda opção. E qual a profissão de José?
— José era Mestre Arquiteto. Conforme eu havia explicado nas colunas
anteriores, todo Templo Solar estava estruturado ao redor dos ensinamen-
tos trazidos por Moisés do Egito, como a geometria sagrada, engenharia,
arquitetura, matemática, astrologia, magia ritualística e medicina. Todo o
simbolismo dos graus das Escolas de Mistérios antigas girava em torno da
construção do Templo de Salomão, do Tabernáculo e da Arca da Aliança.
Sendo assim, os títulos iniciáticos começavam em “Aprendiz”, “Compa-
nheiro” e “Mestre” e evoluíam pelos graus simbólicos relacionados a estas
artes; e assim o são até os dias de hoje. Desta maneira, temos os Esculto-
res, os Telhadores, os Pedreiros (Maçons), os Ourives, os Guardas do
Templo, os bibliotecários... Isto é a mesma coisa que dizer “o tio Del
Debbio é um pedreiro livre” e alguém na rua achar que eu sou um peão de
obras! Dentro dos Templos Solares, o grau mais alto dentro da hierarquia
simbólica é o de “Mestre Carpinteiro”, ou ainda “Carpinteiro da Arca da
Aliança”, pois é ele quem trabalha a acácia para construir a Arca da Alian-
ça.
— Que legal! — o pequeno Jesus se maravilhava com as palavras su-
blimes do seu avô.
— O que é mais provável? José trabalhava fazendo banquinhos de ma-
deira para ganhar a vida, ou ele era uma das pessoas com maior conheci-
mento místico de seu tempo, pertencente ao último grau de iniciação den-
tro dos Essênios, com o título simbólico de “Mestre Carpinteiro”?
— Continuo apostando na segunda opção. Ah, e Maria, era mesmo
Virgem?
— Tanto quanto a sua mãe, meu nobre rapazinho. Na Bíblia original,
Maria é descrita em hebraico como “Almâ”, que significa “aquela que já
tem idade para ter filhos, mas que ainda não teve nenhum”. Quando as
primeiras traduções para o grego foram feitas, usaram a palavra “Parthe-
nos”, que significa Virgem, ou “quem não teve relações sexuais ainda”; daí
o nome Parthenon grego para o Templo dedicado à Athenas, a deusa guer-
reira que nunca teve relações sexuais. Ao invés de “Neanis”, que significa
Donzela. Além disto, Maria não era uma mulher qualquer. Para carregar
um Avatar em seu ventre, Maria teria de ser iniciada e com todos os cha-
kras desenvolvidos até o ponto máximo que uma mulher humana poderia,
para ser capaz de conceber um espírito de tamanha pureza. Existem textos
rosacruzes que descrevem a infância de Maria no Egito como uma Virgem
Vestal e sua preparação posterior para o casamento com Yoseph, que tam-
bém detinha todas as iniciações na Tumba do Faraó... ooops... Câmara dos
Reis ou das Iniciações.
— Um dia eu ainda vou visitar o Egito só pra ver as pirâmides... —
suspirou o menino Jesus.
— Quer saber de um segredo? — perguntou seu avô.
— Claro! — respondeu o menino, aproximando-se do seu avô.
— Você vai. — disse ele. — Mas não hoje. O que é mais provável? Ia-
ohushua, Jesus, nasceu de uma mulher que não teve relações sexuais, ou
Maria era uma Grande Sacerdotisa das Antigas Tradições, cuja pureza da
alma e preparação mental e espiritual lhe permitiram carregar um Avatar
em seu ventre?
— A segunda. E ele nasceu em uma Manjedoura?
— Nos primeiros textos cristãos, Iaohushua é descrito como tendo
nascido em uma gruta. A primeira pessoa a usar o termo Manjedoura foi
São Francisco de Assis, em 1224, quando montou o primeiro presépio, ba-
seado nos textos selecionados pelo Concílio de Nicéia. A palavra original
para designar o local onde Iaohushua nasceu é “Kephra”, que significa
“Caverna” ou “Templo”. A caverna é considerada o templo mais sagrado
de todos, porque não foi construído pelas mãos do homem, mas esculpido
na Terra diretamente pelas mãos da Deusa-Mãe-Natureza. A Caverna era
(e ainda é) usada em inúmeras iniciações. Inclusive, Hermes Trismegistro
nasceu em uma caverna, Zeus foi escondido em uma caverna, por sua Mãe
Reia, Hades reinava em uma caverna, a caverna também aparece no Mito
da Caverna de Platão, no mito de Orfeu e Eurídice ela também está lá, O
Rei Arthur adormeceu em uma caverna, etc, etc, etc... Para os Celtas, Es-
sênios, Gregos e Bretões, a caverna era o único templo no qual um Avatar
poderia nascer, pois nada construído pelas mãos dos homens poderia ser
tão puro. E, além disso, não era qualquer caverna. Era o complexo de
Qumram, as mais sagradas cavernas dos Essênios, conhecidas como o cen-
tro de estudos e congregações mais importantes daquela região.
— Eu vi isso na escola semana passada!
— O que é mais provável? Jesus nasceu no meio das vaquinhas, cavalos
e cabritos, ou o Avatar nasceu no templo mais sagrado dos Essênios, cer-
cado pelos melhores magos e terapeutas de sua época?
— Sendo a segunda opção a verdadeira, então ele não nasceu no dia 25
de Dezembro, certo?
— Definitivamente não. Entenda uma coisa de uma vez por todas, meu
pequeno e curioso neto: este era o dia do Solstício de Inverno, que foi ado-
tado pela Igreja Católica para usurpar a data de comemoração do Dies Na-
talis Solis Invicti, a grande festa em honra ao deus Mithra – tanto é verda-
de que até hoje o próprio Papa usa o símbolo das duas chaves e a coroa,
símbolo inconfundivelmente mithraico. Existem controvérsias em relação
à data que Iaohushua nasceu, mas as duas principais correntes são: 6 de Ja-
neiro – esta data foi adotada como o “Dia de Reis”, e até hoje é comemo-
rada na Europa – e 20 de Maio, já nesta data se comemorava o nascimento
de Iaohushua nas primitivas Igrejas Cristãs até o ano 366, quando o natal
passou a ser “oficialmente” comemorado no dia 25 de dezembro. Contu-
do, a despeito das controvérsias, o ano estimado de seu nascimento é 7
a.C.
— Ah, então, é por isso que todo mundo ainda comemora o Dia de
Reis em janeiro...
— O que é mais provável? Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, ou a
Igreja Católica usurpou esta data para associar ao nascimento de um Jesus-
Apolo fictício que agradasse aos romanos, aproveitando as festividades do
Natalis Solis Invicti?
— Nem precisa dizer qual a opção correta, né vô? E quem eram os três
reis Magos? O que eram os presentes?
— Ah, agora chegam os excelsos na história. Eles eram nada mais nada
menos que Grãos Mestres das Escolas de Mistério do Oriente. A tradição
ocultista os nomeia Hormizdah, ou Melchior, rei da Pérsia, Yazdegerd, ou
Balthazar, rei de Sabáh e Perozadh, ou Gathaspa ou Gaspar, rei do país
dos Árabes. Os presentes que eles traziam é uma alegoria ao Ritual da Cri-
ança da Luz, realizado desde o Antigo Egito até os celtas, composto de
magos que representam os quatro elementos. Eles sabiam da data do nas-
cimento do Avatar porque eram Astrólogos e possuíam toda uma rede de
mensageiros e magos dentro das Ordens Ocultas. Desta maneira, quando o
filho de um rei nascia, nos parece lógico que os reis e grão-mestres das
principais ordens fossem lhe prestar homenagem. Desta forma: Hormiz-
dah-Melchior trouxe Ouro, que representa o elemento TERRA; Yazde-
gerd-Balthazar trouxe Mirra, que representa o elemento ÁGUA e Peroza-
dh-Gaspar trouxe Incenso, que representa o elemento AR no círculo.
— Tudo bem, vô, eu entendi quase tudo. Mas são apenas 3 reis... Para
fazer o círculo paganis precisamos de 4 reis-magos... onde está o quarto rei
mago, o quarto elemento?
— Ora, criança... Você está esquecendo o óbvio. José, pai de Iaohushua
pertencia à linhagem de Salomão e, portanto, também era um Rei-Mago,
ele representava o FOGO — explicou o avô à Jesus. — O que é mais pro-
vável? Três reis sábios perambulando pelo deserto no meio da neve e car-
regando presentes valiosíssimos são guiados por uma estrela até uma co-
cheira e dão estes presentes pra um bebê que estava por lá, ou os três Reis
Magos vieram prestar homenagens ao filho de um Rei-Mago que nasceu
predestinado a ser o Avatar da Era de Peixes e o futuro rei dos Judeus?
— E a fuga para o Egito?
— Nesta altura do campeonato, você já deve ter percebido que não foi
exatamente assim uma... “fuga”, mas sim uma viagem necessária para a Es-
cola dos Mistérios, onde o Avatar seria iniciado nas mais sagradas tradi-
ções, pelos maiores magos, mestres e professores do planeta, para no futu-
ro dar continuidade à linhagem de Salomão e assumir o trono de Davi, li-
bertando os judeus do domínio dos invasores romanos.
— Sem querer interromper, mas já interrompendo, só uma pergunti-
nha: e a matança daqueles pobres bebês inocentes?
— A estória de Herodes mandar matar as crianças não existe em ne-
nhum documento histórico.
— Não?
— Não mesmo. Provavelmente foi uma estória inventada pelo Concílio
de Nicéia para acobertar o verdadeiro propósito da família de Iaohushua
ter ido ao Egito. Já que eles iriam negar o real motivo da viagem. Era pre-
ciso uma desculpa bem esfarrapada para acobertar a verdade.
— Por que isso tá cheirando a conspiração?
— Porque é uma conspiração, e das boas! Até hoje a mentira é contada
e aceita.
— Agora sim, tudo começa a fazer sentido.
— Existem diversos textos rosacruzes que narram as iniciações de Iao-
hushua nas Pirâmides, da mesma forma que seu pai e João, O Batista, seu
primo, e Lázaro, irmão de Maria de Magdala, sua futura esposa. Lembra-se
que eu falei sobre esta iniciação por mergulho nas águas, representando as
informações que foram protegidas do Dilúvio?
— Lembro...
— Pois é... Os novos cristãos passaram a conhecer esta iniciação como
“batismo”. Agora, voltando ao nosso jogo, o que é mais provável? Uma
fuga para o Egito porque algum imperador alucinado mandou matar todas
as crianças de um reino, ou o Avatar foi levado para o Egito, e posterior-
mente para a Europa, África e Ásia, para fazer todas as Iniciações que os
Antigos Faraós fizeram e estudar com os maiores sábios de seu tempo, pa-
ra ter o conhecimento necessário ao futuro Rei dos Judeus.
— Mas, vô... Pra que a Igreja inventar tantas mentiras?
— Simples. Isso que se convencionou chamar de “conspiração” é algo
necessário para manter o poder nas mãos de poucos. Constantino I era o
Imperador romano e Iaohushua era o grande libertador judeu. Iaohushua
era exatamente o oposto daquilo que o Imperador precisava. Em segundo
lugar, o concorrente direto de Iaohushua era Mithra, que era filho do Sol,
todo poderoso, deus realizador de milagres, enquanto Iaohushua era ape-
nas um homem, como Buda. A Igreja precisava de alguma “coisa” que pu-
desse competir de igual para igual com um deus. E buscou características
de Apolo, Dionísio, Adonis e Khrisna para “embelezar” aquele judeu revo-
lucionário e torná-lo mais palatável ao senado romano.
— E como fizera isso, vô? Simplesmente inventaram tudo?
— Mas claro que esta versão fantasiosa do nascimento de Christus não
apareceu do nada. Precisamos entender que do Concílio de Nicéia até os
dias de hoje tivemos 1700 anos de mão de ferro, inquisição e fogueiras pa-
ra matar e destruir todos os que sabiam da verdade. Era preciso apagar
qualquer vestígio da real história do Christus na Terra. Lembrem-se que a
razão pela qual as Ordens Secretas são chamadas de “secretas” é que, se
elas fossem expostas, seus membros seriam mortos, para garantir que to-
das estas coisas permanecessem enterradas.
— Mas vô, ninguém nunca vai acreditar nessa história! Por mais real
que seja.
— É como eu sempre digo: não precisam acreditar em nada do que eu
sei... Só examine bem os dois lados, o meu e o do Papa, e decida por você
mesmo qual deles faz mais sentido e tem mais lógica, de acordo com seu
grau de consciência. Feliz Die Natali Solis Invicti para você, meu neto!!!!
***
CAPITULO 4
L ima, Peru. 2008
— Então Jesus Nunca Existiu? — perguntei à Juaquin.
— Pode até ter existido, mas a história nega. Eu li sobre isso em algum
lugar, só não me lembro bem onde foi... Ah! Aqui está! Leia, por favor.
Minha vista há muito já está cansada. Peguei o documento impresso em
papel comum, meio amarelado pelo tempo, e comecei a ler em voz alta.
Os pesquisadores que se dedicaram ao estudo das origens do cristia-
nismo, desde o Século II de nossa atual era, sempre colocaram em dúvida a
existência de um indivíduo chamado Jesus, nas cercanias de Jerusalém.
Muitos até mesmo entre os cristãos procuram provas históricas e materiais
para fundamentar sua crença, quer sejam artefatos ou relíquias perdidas.
Infelizmente, para eles e sua fé, tais provas concretas jamais foram encon-
tradas, porquanto, a história cientificamente elaborada denotou que a exis-
tência de Jesus é real apenas nos escritos e testemunhas daqueles que tive-
ram interesse religioso e material em prová-la. Desse modo, a existência, a
vida e a obra de Jesus carecem de provas indiscutíveis. Nem mesmo os
Evangelhos constituem documento irrefutável, pois os próprios foram, ir-
responsavelmente, usurpados, distorcidos, alterados e erroneamente tradu-
zidos sem parcimônia alguma por levar em consideração o bem da verda-
de.
As bibliotecas e museus guardam escritos e documentos de autores que
teriam sido contemporâneos de Jesus, os quais curiosamente não fazem
qualquer referência ao mesmo. Por outro lado, a ciência histórica tem re-
cusado a dar crédito aos documentos oferecidos pela Igreja, com intenção
de provar-lhe a existência física, devido ao grande número de falsificações,
deturpações e adulterações, é óbvio. Ocorre que tais documentos, origina-
riamente, não mencionavam sequer o nome de Jesus, todavia, foram falsi-
ficados, rasurados e adulterados visando suprir a ausência de documenta-
ção verdadeira.
Contudo, muito do que foi escrito para provar a inexistência de Jesus
foi, pragmática e defensivamente, destruído pela Igreja. Assim é que, por
falta de documentos verdadeiros e indiscutíveis, a existência de Jesus tem
sido posta em dúvida desde os primeiros séculos desta era, apesar de a I-
greja ter tentado destruir a tudo e a todos os que tiveram a coragem e ou-
sadia para contestar os seus pontos de vista e os seus dogmas. Por tudo is-
so é que o Papa Pio XII, em 955, falando para um Congresso Internacio-
nal de História em Roma, disse:
“Para os cristãos, o problema da existência de Jesus concerne à fé, e
não à história.”
— Concorda com ele? — perguntou Juaquin.
— Plenamente — respondi de pronto.
Emílio Bossi, em seu livro intitulado “Jesus Nunca Existiu”, compara
Jesus a Sócrates, que igualmente nada deixou escrito. No entanto, faz tudo
para provar que Sócrates só ensinou o que é natural e racional - por causa
dos ataques da Igreja, já naquela época, o filósofo preferiu cuidar da pró-
pria segurança física -, ao passo que Jesus ter-se-ia apenas preocupado com
o sobrenatural. De acordo com a História, Sócrates teve como discípulos
pessoas comuns, da plebe, mas em sua grande maioria todos eram os eru-
ditos que o seguiam, de existência comprovada, cujos escritos, produção
cultural e filosófica passaram aos anais, à sua biografia como Platão, Xenó-
fanes, Euclides, Esquino, Fédon. Em contrapartida, Jesus teria por discípu-
los homens simples e de poucas posses, semi-analfabetos e alguns deles
analfabetos, tal como eram supostamente considerados os homens da pa-
lestina antiga, excetuando-se apenas dois, Judas Iscariotes e Mateus, casos
excepcionais no grupo dos doze escolhidos, os quais apenas teriam supos-
tamente repetido os velhos conceitos e preconceitos talmúdicos. Também
é notório, além disso, que, desde o século II, os judeus ortodoxos e muitos
homens cultos começaram a contestar a veracidade de existência de tal ser,
sob qualquer aspecto, humano ou divino. Estavam, assim, os homens divi-
didos em duas posições: a dos que, afirmando a realidade de sua existência,
divindade e propósitos de salvação, infligiam perseguição e matança impi-
edosa aos partidários da posição contrária, ou seja, àqueles considerados
cultos e audaciosos que tiveram a coragem de contestá-los. O imenso po-
der do Vaticano tornaria a libertação do homem da tutela religiosa bem
mais difícil e extremamente lenta. O liberalismo que surgiu nos últimos sé-
culos contribuiu para que homens cultos e desejosos de esclarecer a verda-
de tentassem, com bastante êxito, mostrar a mistificação que tem sido a
base de todas as religiões, inclusive do cristianismo. Surgiram também al-
guns escritos elucidativos que, por sorte, haviam escapado à caça e à quei-
ma em praça pública. Fatos e descobertas desta natureza só contribuíram
decisivamente para que o mundo de hoje tenha uma concepção científica e
prática de tudo que o rodeia, bem como de si próprio, de sua vida, direitos
e obrigações. A sociedade atualmente pode estabelecer os seus padrões de
vida e moral, e os seus membros podem observá-los e respeitá-los por si
mesmos, pelo respeito ao próximo e não pelo temor que lhes incute a reli-
gião. Apesar disso, é lamentavelmente certo que muitos ainda se conser-
vam subjugados pelo espírito de religiosidade, presos a tabus caducos e i-
naceitáveis. Historicamente falando, a figura de Jesus foi uma entidade ide-
al, usada para fazer cumprir as escrituras, visando dar sequência ao judaís-
mo em face da diáspora, destruição do templo e de Jerusalém.
— Teria sido um arranjo feito em defesa do judaísmo que então morria,
fazendo surgir, assim, uma nova crença? — perguntei à Juaquin.
— É bem provável que sim. — sua resposta pareceu mais uma suposi-
ção do que uma elucidação para mim. — Continue lendo.
Ultimamente, têm-se evidenciado uma profusão das adulterações e fal-
sificações documentárias praticadas pela Igreja, com o intuito de provar a
existência real, histórica e científica de Jesus. Modernos métodos como,
por exemplo, o método comparativo de Hegel, a grafo técnica e muitos
outros, denunciaram a má fé dos que implantaram o cristianismo sobre fal-
sas bases com uma doutrina tomada por empréstimos de outros mais vivos
e inteligentes do que eles, assim como denunciaram os meios fraudulentos
de que se valeram para provar a existência do mito reformulado. É de se
supor que, após a fuga da Ásia Central, com o tempo os judeus foram a-
bandonando o velho espírito semita, para irem-se adaptando às crenças re-
ligiosas dos diversos povos que já viviam na Ásia Menor. Após terem pas-
sado um longo período de cativeiro no Egito, e, posteriormente, por duas
vezes na Babilônia, não é nada estranho - porém, muito natural - que te-
nham introduzido no seu judaísmo primitivo as bases das crenças dos po-
vos com os quais conviveram. Principalmente os sumérios. Sendo um dos
povos mais atrasados de então, e na qualidade de cativos, por onde passa-
ram, salvo exceções, sua convivência e ligações seriam sempre com a gente
inculta, primária e simples. Assim é que, em vez de aprenderem ciências
como astronomia, matemática, sua impressionante legislação, escolheram
aprender as superstições criadas pelo homem inculto, degenerado e vulgar.
Quando cativos na Babilônia, os sacerdotes judeus que constituíram a nata,
o escol do seu meio social, nas horas vagas, iam copiando o folclore e tudo
o que achassem de mais interessante em matéria de costumes e crenças re-
ligiosas. Do que resultaria mais tarde compendiarem tudo em um só livro,
o qual recebeu o nome de Talmud, “o livro do saber”, do “conhecimento”,
da “aprendizagem”. Por uma série de circunstâncias, o judeu foi deixando,
aos poucos, a atividade de pastor, agricultor e mesmo de artífice, passando
a dedicar-se apenas ao comércio. A atividade comercial do judeu teve iní-
cio quando levados cativos para a Babilônia, por Nabucodonosor, intensi-
ficou-se no decorrer do tempo e ainda mais com a perseguição que lhe
moveria o próprio cristianismo, a partir do século IV. Daí em diante, a
preocupação principal do povo judeu foi extinguir de seu meio o analfabe-
tismo, visando com isso o êxito de seus negócios. Deve-se a este fato, ter
sido o judeu o primeiro povo no meio do qual não haveria nenhum anal-
fabeto. Destarte, chegando em Roma e em Alexandria, encontrariam ali
apenas a prática de uma religião de tradição oral, portanto, terreno propí-
cio para a introdução de novas superstições religiosas. Dessa conjuntura é
que nasceu o messianismo, o máximo de mistificação religiosa de que se
mostrou capaz a mente humana. O judeu da diáspora havia conseguido al-
cançar o seu objetivo. Com sua grande habilidade, em pouco tempo o
messianismo caiu no gosto popular, penetrando na casa do escravo e de
seu senhor, invadindo inclusive os palácios imperiais. Um bom exemplo
dessa propagação está no nome atribuído ao messias. Crestus, mais tarde
traduzido para o grego Christus, o Messias dos essênios, pelo qual os ju-
deus aparentemente optaram para criar o que viria a ser o maior movimen-
to religioso do planeta, daria origem ao nome de Christus, cristão e cristia-
nismo. Os essênios haviam se estabelecido numa instituição comunal, em
que os bens pessoais eram repartidos igualmente para todos e as necessi-
dades de cada um tornavam-se responsabilidade de todos. Tal ideal de vida
conquistaria, como realmente aconteceu, ao escravo, a plebe, enfim, toda a
gente humilde. Daí, a expansão do cristianismo, o qual assumiu as propor-
ções atualmente conhecidas. Não tendo ficado restrita à classe inculta e
pobre, como seria de se imaginar, começou a ganhar adeptos entre os aris-
tocratas e bem nascidos.
— Então o que está querendo me dizer é que o messianismo foi uma
religião criada pelos judeus, proposital e deliberadamente, antes de tudo,
como meio de sobrevivência e enriquecimento?
— Aparentemente sim, e pior ainda, tudo foi feito e organizado de mo-
do a que o homem se tornasse um instrumento dócil e fácil de manejar,
pelas mãos hábeis daqueles aos quais aproveita a religião como fonte de
rendimentos.
Métodos considerados ultra modernos como, por exemplo, o uso dos
isótopos radioativos e radio carbono, apontaram e denunciaram, através de
cálculos, inúmeras falsificações grosseiras, atribuídas ao despudor e à falta
de escrúpulos daqueles que implantaram uma doutrina religiosa, forjando
escritos e documentos na vã tentativa de provar o que lhe era proveitoso.
Por meios escusos tais como os citados, a Igreja também acabou se tor-
nando a potência financeira em que hoje se constitui. Finalmente, desde o
momento em que surge a religião, com ela vem o sacerdote que é uma
constante em todos os cultos, ainda que recebam nomes diversos (bispos,
padres, arcebispos etc...). A figura adulterada do sacerdote encarregado do
culto divino tem tido sempre a preocupação primordial de atemorizar a
mente dos povos, apresentando-lhes um Deus, sobretudo, vingativo, que a
uns premia com o paraíso e a outros castiga com o inferno de fogo eterno,
conforme sejam boas ou más suas ações. Não só no cristianismo, mas é de
senso comum em todas as religiões, criadas pela humanidade, encontrar-
mos sempre o sacerdote afirmando ter o homem uma alma imortal, a qual
responderá após a morte do corpo, diante de Deus, pelas ações praticadas
em sua derradeira existência. Como se não bastasse o paraíso, de quase to-
das as instituições dogmáticas, o purgatório e o inferno dos católicos, há
ainda que considerar a admissão do pecado original, segundo o qual todos
os homens ao nascer, trazem-no consigo. Ao deixar a discussão estagnada
apenas no plano físico, salvo em raras exceções, a grande maioria dos hu-
manos jamais lembra se foi consultado a respeito de seu desejo (melhor
dizendo, necessidade) ou não de nascer. Sendo assim, a maioria se vale
dessa premissa para não se atribuir culpa de qualquer natureza a quem não
teve a oportunidade de manifestar vontade própria. Os contestadores es-
bravejam: “condenar pretensos inocentes por antecipação, seria a mais ab-
surda das injustiças. O próprio Criador e o próprio Christus revoltar-se-
iam por certo ante tão injusta legislação!”
— Será que, em verdade, não seriam os contestadores os revoltados?
— Quem sabe?
— Você acredita em Deus, meu jovem? perguntou Juaquin, olhando
bem fundo em meus olhos.
— Eu não sei... Quero apenas conhecer a verdade... Só a verdade... Po-
de me contar algo sobre a verdade?
— As pessoas evitam enxergar e aceitar a verdade, meu amor... — ago-
ra ele desviou o olhar para uma gaveta na velha cômoda. — Sabe por quê?
— Não.
— Elas não querem conhecer a verdade por ela ser implacável. Além
disso, a verdade dói. Quando a verdade aparecer ninguém vai gostar... e
você também não.
— Eu não sei mais em quem ou no que acreditar...
— Será que tudo que ensinam nas escolas é a mais pura verdade histó-
rica dos fatos? E as Igrejas, hã? Elas mostraram o caminho da libertação?
Seus pais estão livres dos problemas? Seus avós estão livres da velhice, da
doença e do sofrimento? Seus tataravôs foram libertados da sina da morte?
— O que mais poderia ser pior do que a ilusão em que eu vivo? Nada
pode ser pior do que isso. Essa vida medíocre, sem perspectivas, sem dire-
ção ou propósito. Tudo que eu consegui até hoje foi dor e sofrimento.
— Você acreditou na ilusão por muito tempo... Muito bem, se é a Ver-
dade que você quer... Você a terá. Afinal de contas, quem procura, cedo ou
tarde acaba encontrando. Tome, leia e faça bom proveito disso.
— O que é?
— É um livro que encontrei sem querer na estante outro dia.
— Quem é esse autor... La Sagesse? — perguntei segurando o livreto
na mão e abrindo-o imediatamente.
— Não conheço. Aparentemente ninguém sabe nada sobre ele.
— Já pesquisou em algum lugar?
— Passei três dias procurando alguma coisa sobre como encontrá-lo,
até na internet...
— Aqui tem internet, nesse fim de mundo? — indaguei surpreso.
— E mil vezes mais rápido que a usada na cidade.
— Qual a razão para tanto desejo de saber quem escreveu?
— Para dar os parabéns pela coragem. Esse cara pode não ser um
grande escritor, mas que tem muita coragem, ah isso ele tem!
— Posso ficar com ele?
— Claro, a internet tem milhões de cópias mesmo. Talvez ele não se
importe em “doar” mais uma. Tudo que se publica no mundo virtual é de
domínio público e fica lá pra sempre. A menos que proteja seu material.
— Uma a mais outra a menos não vai fazer diferença...
Desde que eu me entendo por gente, por volta dos anos 70, ouvi falar
muito sobre a mais intrigante figura divinamente humana e mortal que a-
cabou virando lendária, um verdadeiro mito. Quase sempre só falam bem
de Jesus, é óbvio, ele é considerado pela grande maioria de nós o Mestre e
Salvador da humanidade. Meu primeiro contato com algo que parecia
desmistificar essa condição pré-estabelecida há mais de 2000 anos foi
quando li este documento que um porto-riquenho, me entregou, não o co-
nhecia até então, mas todo mundo o chama de Juaquin Valbuena. O livro
começa dizendo algo muito intrigante e perturbador, logo no prefácio.
Continua...
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