SUSTENTÁVEL
1 INTRODUÇÃO
1
Mestre em Ciência da Computação, Doutorando em Desenvolvimento Sócio-Ambiental, Professor Adj.
I da UFPA – Tv. do Chaco, 729 Apt. 1601 – 66085-080 Belém-PA, e-mail: adagenor@amazon.com.br,
http://www.geocities.com/adagenor
A sociedade humana ainda não conseguiu desenvolver uma coexistência sustentável
com o meio ambiente. A essência da relação sociedade e meio ambiente é um problema
muito complexo e, questões dessa envergadura, exige soluções mais abrangentes. Esse
cenário delineia grandes questões para a reflexão. A sociedade atual encontra-se em
pleno processo de globalização e integração sócio-econômica, o que significa uma
grande teia mundial formada a cada instante pela navegação do capital financeiro. O
meio ambiente como fonte natural de recursos, tende a sofrer grandes impactos em
decorrência da ação humana, movida pelo capital financeiro. O modelo de
desenvolvimento insustentável está sob embate. Desenvolvimento sustentável tem sido
reconhecido como a grande meta para a sociedade humana (BOSSEL, 1999), o que, na
verdade, é um novo paradigma 2 (KUHN, 1962) para o desenvolvimento.
2
Um paradigma significa um modelo. Foi o físico Thomas S. Khun que o adotou como um termo
científico em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas, publicado em 1962. Segundo KHUN
(1962), a palavra paradigma pretende sugerir que "certos exemplos da prática científica atual - tanto na
teoria quanto na aplicação - estão ligados a modelos conceptuais de mundo dos quais surgem certas
tradições de pesquisa". Por exemplo, a ciência já foi dominada pelo pensamento geocêntrico
(ptolomáico), posteriormente pelo sistema heliocêntrico de Copérnico que possibilitou um grande
progresso nas ciências, depois pela física newtoniana além de outros. Cada uma dessas fases do
pensamento científico condicionava a atitude científica e estabeleciam quais seriam os critérios de
pesquisa, freqüentemente ligados à maneira como se esperava que o mundo devesse funcionar. Ou, em
outras palavras, a ciência se constrói em cima de alguns fundamentos filosóficos bem definidos, mesmo
que não sejam muito conscientes (freqüentemente não são mesmo). Assim, o modelo induz a visão de
mundo. A imersão em um paradigma, especialmente no paradigma dominante, prepara o cientista para se
tornar membro de uma comunidade científica a que se sinta atraído. Esta comunidade, adotando o mesmo
modelo de ciência, induz seus afiliados à seguirem as mesmas regras básicas e padrões comuns de prática
científica. De igual modo, esta mesma comunidade se inscreve dentro de uma outra maior, a cultura, que
dá a atmosfera geral e as referências mais básicas para o florescimento de um determinado paradigma que
se torna dominante.
3
A base referida é, em termos humanos, o período em que se sustenta, se mantém uma função no seu
tempo social definido.
ecossistema global, traduz-se na necessidade de construir rumos adequados. Tratar a
questão ambiental é essencial nos novos modelos para desenvolvimento da sociedade
como um todo, mas para a implementação coerente de um processo de desenvolvimento
pautado em sustentabilidade 4 ., a informação que sintetize a relação da sociedade com o
meio ambiente é fundamental.
O debate sobre sustentabilidade necessita sair do plano teórico e se tornar
operacional. Para que isso seja exeqüível, necessita-se refletir acerca de mensuração
dessa sustentabilidade. Essa questão é tão densa e complexa quanto a própria discussão
de desenvolvimento sustentável seja no âmbito político ou científico.
A identificação da informação relevante, capaz de potencialmente esclarecer a
existência de quaisquer processos não-sustentáveis de desenvolvimento na relação entre
sociedade e meio ambiente, é algo somente possível para uma sociedade, se ela dispuser
de instrumentos científico-técnicos e políticos construídos com essa finalidade(FENZL,
1997).
Para que uma sociedade seja capaz de avaliar seu próprio progresso, sua
evolução e manutenção de seu metabolismo 5 ., necessita de um suporte de informação
que seja adequado para apoiar a decisão política acerca do desenvolvimento e
acompanhar o impacto das atividades no contexto sócio-ambiental. A transição para o
desenvolvimento sustentável requer esse entendimento. A necessidade de mensurar
sustentabilidade, levanta-se como condição sine qua non para a construção de soluções
sustentáveis em desenvolvimento.
De uma maneira geral, essa preocupação de avaliar o progresso em direção ao
desenvolvimento sustentável tem alimentado o crescente interesse internacional no
concernente às técnicas para mensuração de sustentabilidade, conforme consignado no
capítulo 40 da Agenda 21(Anexo A).
A informação ligando fatores socio-econômicos e ambientais, oferece uma
sólida base empírica para construir indicadores de sustentabilidade e dessa maneira,
4
Sustentabilidade aqui significa: fazer existir cumprindo uma função no seu tempo próprio.
5
O termo metabolismo muito utilizado na química e fisiologia, apresenta-se aqui no contexto de uma
definição fornecida por R.U.Ayres e Simonis/1994: Industrial metabolism-theory and policy:
Metabolism-Restructuring for Sustainable Development, significando A coleção total integrada de
processos físicos que converte materiais brutos e energia, mais trabalho, dentro de produtos acabados e
desperdícios em uma condição (mais ou menos) de estado estável.
pode-se medir e avaliar com precisão processos de desenvolvimento. O próprio conceito
de sustentabilidade poderá ser aplicável considerando fundamentalmente o ser humano.
Assim, diante de um cenário de desenvolvimento, observável sob diferentes
aspectos, interroga-se: Qual é o modelo de informação adequado à construção de um
conjunto de indicadores de sustentabilidade para a Amazônia ?
7 CONCLUSÃO
CAPRA, Fritjof. A teia da vida – uma nova compreensão científica dos sistemas
vivos. Editora cultrix Amana – Key, Brasil, 1996.
INTRODUÇÃO
ÁREAS DE PROGRAMAS
Atividades
Meios de implementação
Já existe uma riqueza de dados e informações que pode ser utilizada para o
gerenciamento do desenvolvimento sustentável. Encontrar a informação adequada
no momento preciso e na escala pertinente de agregação é uma tarefa difícil.
Objetivos
Atividades
Meios de implementação
SOCIAL
Combate a pobreza
• Taxa de desemprego
• Índice prncipal de contagem da pobreza
• Índice do “gap” da pobreza
• Índice esquadrado do “gap” da pobreza
• Índice de GINI de desigualdade de renda
• Salário médio feminino em relação ao masculino
ECONÔMICA
AMBIENTAL
Combate ao desflorestamento
Proteção da atmosfera
INSTITUCIONAL