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SISTEMAS, INDICADORES E DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

Adagenor Lobato Ribeiro 1

Resumo: Explica a pertinência da teoria de sistemas na construção de indicadores de


desenvolvimento sustentável na Amazônia e a elaboração de Agendas 21 locais. A
metodologia defendida como adequada para a materialização do conceito de indicadores
na região é a quantitativa. Resultado esperado é a produção de um conjunto de
indicadores capazes de mensurar o atual estágio de desenvolvimento, caracterizando a
distância que o separa de sua sustentabilidade. Finalizando, são propostas
recomendações e direções.

Palavras-chave: teoria de sistemas; indicadores; sustentabilidade; desenvolvimento


sustentável; Agenda 21.

SYSTEMS, INDICATORS AND SUSTAINABLE


DEVELOPMENT
Abstract: The objective of this work is to explain the pertinence of the teroria of
systems in the construction of indicators of maintainable development in the Amazonian
and elaboration of Agendas 21 local. The protected methodology as appropriate for the
materialization of the concept of indicators in the region is the quantitative. Expected
results are the production of a group of indicators capable of measure the current
development, characterizing the distance from sustainability. Finally, recomendations
and directions are proposals.

Key words: Theory of systems; indicators; sustainability; sustainable development;


Agenda 21.

1 INTRODUÇÃO

No alvorecer do novo século, as preocupações com o meio ambiente crescem em


todo o planeta. A desintegração do ecossistema global é um atentado a todas as formas
de vida existentes na terra. A complexa organização da matéria, onde se incluem todas
as formas de vida, realiza no planeta um grande processo que forma a atmosfera, o
clima, o solo, a água, e outros aspectos ecológicos essenciais para a existência da vida.

1
Mestre em Ciência da Computação, Doutorando em Desenvolvimento Sócio-Ambiental, Professor Adj.
I da UFPA – Tv. do Chaco, 729 Apt. 1601 – 66085-080 Belém-PA, e-mail: adagenor@amazon.com.br,
http://www.geocities.com/adagenor
A sociedade humana ainda não conseguiu desenvolver uma coexistência sustentável
com o meio ambiente. A essência da relação sociedade e meio ambiente é um problema
muito complexo e, questões dessa envergadura, exige soluções mais abrangentes. Esse
cenário delineia grandes questões para a reflexão. A sociedade atual encontra-se em
pleno processo de globalização e integração sócio-econômica, o que significa uma
grande teia mundial formada a cada instante pela navegação do capital financeiro. O
meio ambiente como fonte natural de recursos, tende a sofrer grandes impactos em
decorrência da ação humana, movida pelo capital financeiro. O modelo de
desenvolvimento insustentável está sob embate. Desenvolvimento sustentável tem sido
reconhecido como a grande meta para a sociedade humana (BOSSEL, 1999), o que, na
verdade, é um novo paradigma 2 (KUHN, 1962) para o desenvolvimento.

2 INFORMAÇÃO E INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE


As relações capitalistas de produção precisam considerar que os recursos
naturais são finitos 3 . Nesse momento, cabe interrogar: como se pode estar certo disso?
Como afirmar que uma sociedade está no caminho do desenvolvimento sustentável?
Para isso, necessita-se de apropriados indicadores cuja elaboração é essencial para a
implementação de processos de desenvolvimento em bases sustentáveis; a informação
tem um papel altamente relevante nesse contexto. A necessidade de implantar modelos
de desenvolvimento sustentáveis na Amazônia, uma das últimas heranças da natureza
para a humanidade, objetivando que a região se desenvolva e cumpra sua missão no

2
Um paradigma significa um modelo. Foi o físico Thomas S. Khun que o adotou como um termo
científico em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas, publicado em 1962. Segundo KHUN
(1962), a palavra paradigma pretende sugerir que "certos exemplos da prática científica atual - tanto na
teoria quanto na aplicação - estão ligados a modelos conceptuais de mundo dos quais surgem certas
tradições de pesquisa". Por exemplo, a ciência já foi dominada pelo pensamento geocêntrico
(ptolomáico), posteriormente pelo sistema heliocêntrico de Copérnico que possibilitou um grande
progresso nas ciências, depois pela física newtoniana além de outros. Cada uma dessas fases do
pensamento científico condicionava a atitude científica e estabeleciam quais seriam os critérios de
pesquisa, freqüentemente ligados à maneira como se esperava que o mundo devesse funcionar. Ou, em
outras palavras, a ciência se constrói em cima de alguns fundamentos filosóficos bem definidos, mesmo
que não sejam muito conscientes (freqüentemente não são mesmo). Assim, o modelo induz a visão de
mundo. A imersão em um paradigma, especialmente no paradigma dominante, prepara o cientista para se
tornar membro de uma comunidade científica a que se sinta atraído. Esta comunidade, adotando o mesmo
modelo de ciência, induz seus afiliados à seguirem as mesmas regras básicas e padrões comuns de prática
científica. De igual modo, esta mesma comunidade se inscreve dentro de uma outra maior, a cultura, que
dá a atmosfera geral e as referências mais básicas para o florescimento de um determinado paradigma que
se torna dominante.
3
A base referida é, em termos humanos, o período em que se sustenta, se mantém uma função no seu
tempo social definido.
ecossistema global, traduz-se na necessidade de construir rumos adequados. Tratar a
questão ambiental é essencial nos novos modelos para desenvolvimento da sociedade
como um todo, mas para a implementação coerente de um processo de desenvolvimento
pautado em sustentabilidade 4 ., a informação que sintetize a relação da sociedade com o
meio ambiente é fundamental.
O debate sobre sustentabilidade necessita sair do plano teórico e se tornar
operacional. Para que isso seja exeqüível, necessita-se refletir acerca de mensuração
dessa sustentabilidade. Essa questão é tão densa e complexa quanto a própria discussão
de desenvolvimento sustentável seja no âmbito político ou científico.
A identificação da informação relevante, capaz de potencialmente esclarecer a
existência de quaisquer processos não-sustentáveis de desenvolvimento na relação entre
sociedade e meio ambiente, é algo somente possível para uma sociedade, se ela dispuser
de instrumentos científico-técnicos e políticos construídos com essa finalidade(FENZL,
1997).
Para que uma sociedade seja capaz de avaliar seu próprio progresso, sua
evolução e manutenção de seu metabolismo 5 ., necessita de um suporte de informação
que seja adequado para apoiar a decisão política acerca do desenvolvimento e
acompanhar o impacto das atividades no contexto sócio-ambiental. A transição para o
desenvolvimento sustentável requer esse entendimento. A necessidade de mensurar
sustentabilidade, levanta-se como condição sine qua non para a construção de soluções
sustentáveis em desenvolvimento.
De uma maneira geral, essa preocupação de avaliar o progresso em direção ao
desenvolvimento sustentável tem alimentado o crescente interesse internacional no
concernente às técnicas para mensuração de sustentabilidade, conforme consignado no
capítulo 40 da Agenda 21(Anexo A).
A informação ligando fatores socio-econômicos e ambientais, oferece uma
sólida base empírica para construir indicadores de sustentabilidade e dessa maneira,

4
Sustentabilidade aqui significa: fazer existir cumprindo uma função no seu tempo próprio.
5
O termo metabolismo muito utilizado na química e fisiologia, apresenta-se aqui no contexto de uma
definição fornecida por R.U.Ayres e Simonis/1994: Industrial metabolism-theory and policy:
Metabolism-Restructuring for Sustainable Development, significando A coleção total integrada de
processos físicos que converte materiais brutos e energia, mais trabalho, dentro de produtos acabados e
desperdícios em uma condição (mais ou menos) de estado estável.
pode-se medir e avaliar com precisão processos de desenvolvimento. O próprio conceito
de sustentabilidade poderá ser aplicável considerando fundamentalmente o ser humano.
Assim, diante de um cenário de desenvolvimento, observável sob diferentes
aspectos, interroga-se: Qual é o modelo de informação adequado à construção de um
conjunto de indicadores de sustentabilidade para a Amazônia ?

3 ABORDAGEM DE SISTEMAS PARA CONSTRUÇÃO DE INDICADORES

Essencialmente, argumenta-se que a abordagem adequada para estabelecer um


modelo de informação, que seja significativo na construção de um conjunto de
indicadores de sustentabilidade sócio-ambiental para a Amazônia, realiza-se tendo como
linha de análise a teoria de sistemas(BOSSEL, 1996) e (FORRESTER, 1968). Isto
porque esse conceito oferece uma visão holística, integradora de relações, possibilitando
a reflexão acerca do problema em bases interdisciplinares.
O Relatório Brundtland define o conceito de desenvolvimento sustentável como:
um processo de mudança no qual a exploração, a direção de investimentos, a
orientação do desenvolvimento tecnológico e, mudança institucional estão todos em
harmonia e ambos aumentam o potencial corrente e futuro para reunir necessidades e
aspirações humanas. (WORLD COMISSION ON ENVIRONMENT AND
DEVELOPMENT, 1987, p.46)
A sustentabilidade na Amazônia é possível de ser medida. Mas, deve ser
definido um conjunto de indicadores específicos, derivado de um modelo de informação
que represente a realidade. A base para tal é teoria de sistemas, devido à natureza do
problema. Construir indicadores de sustentabilidade é ato complexo porque eles devem
refletir a relação da sociedade com o meio ambiente numa perspectiva ampla,
considerando os múltiplos fatores envolvidos no processo. Adotar uma postura não
sistêmica diante desse problema é ignorar a realidade dos fatos, pois os elementos
formadores estão multiligados uns com os outros, tendo mútua influência. Verifica-se,
por exemplo, que pobreza e miséria social são fatos relacionados com problemas
ambientais. Nessa questão de indicadores de sustentabilidade (HARDIN, 1997),
observa-se que a mudança no valor de um tem efeito nos demais, tomando-se por base
os padrões de interação entre eles. Desse modo, mudanças na economia produzem
alterações ecológicas. As relações que se verificam num sistema de indicadores de
sustentabilidade não são lineares, mas circulares, porque um bom conjunto deles
apresenta uma topologia de rede sistêmica e, nesse contexto, o que acontece num ponto
da malha reflete na totalidade.
Mudança estrutural e modernização ecológica representam alteração na
economia e no comportamento das pessoas. Ainda adotando a posição de que a teoria de
sistemas é um adequado suporte para a pesquisa de indicadores, deve-se lembrar que
nela, a unidade de observação é o sistema e seu contexto, ou seja todos os fenômenos
observados. A palavra de ordem nesse processo analítico encontra-se no
estabelecimento das fronteiras do sistema. Assim sendo, a construção de indicadores de
sustentabilidade para a Amazônia, tendo por base essa teoria, só é possível se for
considerada a existência de um bom modelo de informação capaz de reproduzir a
realidade estudada, com bom grau de precisão. Dessa forma, um sistema de indicadores
de sustentabilidade, organiza-se pelas relações entre os diversos tipos, em um específico
sistema.

4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL & AMAZÔNIA

O desenvolvimento sustentável é um importante conceito de crescimento,


presente no debate político internacional em especial quando se trata de questões
referentes à qualidade ambiental e à distribuição global de uso de recursos (BRUYN,
1999). Por outro lado, Bossel (BOSSEL, 1999) afirma que para se reconhecer se uma
rota de desenvolvimento está na direção da sustentabilidade, necessita-se de apropriados
indicadores.
A Amazônia como uma das últimas reservas de recursos naturais do planeta
também é parte desse contexto. A informação sobre a Região, que possibilite verificar
se a região pauta-se por sustentabilidade em seu desenvolvimento, ainda precisa ser
construída. O problema de definir indicadores para avaliar o desenvolvimento
sustentável da Amazônia é em essência, tão complexo quanto a discussão da questão do
desenvolvimento da região ao longo de sua história. Isso porque, tais indicadores devem
sintetizar a informação acerca da dinâmica de complexos processos de natureza sócio-,
ambiental, econômico, político entre outros.
Para argumentar com mais pertinência a questão enunciada, precisa-se ainda
refletir algumas questões fundamentais relacionadas ao problema em apreço. Os
grandes problemas do desenvolvimento da região amazônica, estabelecidos na relação
entre a sociedade e meio ambiente, são observáveis sob diferentes aspectos. Por
exemplo no contexto ecológico a ocorrência de fenômenos como: diminuição de
evapotranspiração, perda da camada verde de solo, diminuição do poder de retenção da
água do solo, destruição de ecossistemas, e diminuição de absorção de CO_2 da
atmosfera. Produzem erosão do solo, desertificação, inundações, extinções de espécies
e aquecimento global. Essa profusão de problemas ambientais, aliada à falta de
investimentos em saúde e educação por exemplo, leva ao aumento da mortalidade
infantil e a precariedade da educação. Acrescenta-se ainda, uma política local quase sem
nenhum compromisso com a realidade humana e, ambiental que produz desemprego,
sem terras e migrações para áreas superpovoadas. Isso resulta em concentração da
pobreza em bolsões de miséria das grandes cidades na região. A sociedade como um
todo acaba por sofrer as conseqüências de um problema nascido de sua relação com o
meio ambiente.
Essa complexa lógica acaba por definir o trinômio: meio ambiente, população e
pobreza. O grande desafio de hoje em termos de desenvolvimento é: Como a sociedade
vai interagir de maneira mais sustentável com o meio ambiente ?

4.1 CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO

O conjunto de problemas tratado no domínio do desenvolvimento da sociedade


moderna abrange muitas partes e um número elevado de elementos. Noutras palavras
são problemas complexos. Desse modo, as dificuldades emanadas da relação sociedade
e meio ambiente, como já discutido aqui, sinalizam para um novo paradigma na ciência.
As questões levantadas na área de desenvolvimento não obtêm respostas satisfatórias
por disciplinas científicas isoladas.
Assim, o desenvolvimento sustentável é um novo problema para a ciência. A
linguagem subjacente ao entendimento dessa problemática aponta para a abordagem de
sistemas. Os grandes problemas que emergem da relação da sociedade com o meio
ambiente são densos, complexos e altamente interrelacionados e portanto, para serem
entendidos e compreendidos nas proximidades de sua totalidade, precisam ser
observados numa ótica mais ampla. Dessa maneira, pode-se dizer que são problemas de
natureza sistêmica.
O paradigma mecanicista que rege a academia e a sociedade, oferece a visão do
universo como um sistema mecânico. Neste, tudo é constituído por blocos de construção
elementares. A vida na sociedade é visualizada como uma luta competitiva pela
existência (CAPRA 1999). Acredita-se em progresso material ilimitado, obtido pelo
crescimento da economia e da tecnologia.
Tratar cientificamente o problema do desenvolvimento, na perspectiva da região
amazônica no segmento brasileiro, é lidar com um número muito grande elementos e,
reconhecer as relações entre eles. Por conseguinte, disciplinas científicas isoladas não
conseguem responder satisfatoriamente à questão. É preciso entender que o mundo não
é um conjunto de fragmentos. O planeta é um todo integrado, não uma coleção de partes
dissociadas, como o paradigma mecanicista pode levar a crer. A relação sociedade e
meio ambiente, a fim de ser entendida em termos reais, precisa ser vista como uma teia
de fenômenos que estão interconectados e são interdependentes.
A meta-linguagem que a ciência fornece atualmente, capaz de integrar diferentes
disciplinas científicas, envolvidas no estudo do conceito de desenvolvimento e,
principalmente desenvolvimento sustentável, é a teoria de sistemas. Isto representa um
patamar superior na ciência, uma abstração que seja capaz de simplificar o
entendimento científico de problemas, exatamente porque realiza a integração no
entendimento e na resolução dessas questões.
Do ponto vista sistêmico, as únicas soluções viáveis para o problema do
desenvolvimento são as soluções sustentáveis. A teoria de sistemas é defendida aqui
como o que fundamenta o conceito de desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva,
os sistemas sociais, ambientais, econômicos, políticos entre outros são sistemas não-
mecânicos ou melhor, abertos, que não estão em equilíbrio.
Pelo exposto, a Teoria de Sistemas é o paradigma adequado para o problema de
se construir um conjunto de indicadores de sustentabilidade para a Amazônia, o qual
certamente, apresenta relações não-lineares. Isto quer dizer os diferentes sistemas
amazônicos são possiveis de modelamento pela metáfora dos sistemas abertos. Noutras
palavras, para se avaliar a sustentabilidade de um processo de desenvolvimento
regional, diferentes categorias de indicadores devem sinalizar em conjunto para a
direção de padrões sustentáveis. A visualização disso na Amazônia, só pode ocorrer
pelo entendimento da dinâmica que liga os diferentes processos, sejam eles pólíticos,
econômicos, ecológicos e sociais, dentro do contexto de desenvolvimento da região. Se
todos esses processos estão ligados, mostrando o quadro de transformações na região,
então seus indicadores também refletem a dinâmica de um processo essencialmente
sistêmico. Dentro dessa vertente de pensamento, verifica-se que a definição grega de
sistema, “colocar junto” é completamente correta. O comportamento apresentado por
um sistema emerge das relações organizacionais entre seus elementos. Esse
comportamento não se encontra presente em nenhuma de suas partes individualmente.

5 O USO DE INDICADORES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA 21 NA


AMAZÔNIA

O desenvolvimento da Amazônia no novo milênio depende da construção de


Agendas 21 locais. Uma das estratégias de elaboração recomendada pela ONU é a
implementação de sistemas de indicadores de sustentabilidade. Tal método se processa
da seguinte forma (RIBEIRO, 2000): 1) Dados de fontes oficiais ou especificamente
coletados em campo são organizados em categorias próprias; 2) Constroem-se conjuntos
de indicadores de sustentabilidade; 3) Da análise da situação local exibida pelos
indicadores discute-se com a sociedade o modelo de desenvolvimento adequado ao
contexto da sustentabilidade; 4) Elabora-se dessa forma, a Agenda 21 local que passa a
ser um compromisso social, um plano global de desenvolvimento para a coletividade
independentemente de cor ideológica ou política.
O sistema de indicadores de sustentabilidade que orienta todo o processo, deve
ser absolutamente transparente, de fácil entendimento, capaz de gerar comunicação na
sociedade e fornecer informações adequadas para a tomada de decisão. Isto quer dizer, o
sistema de indicadores fornecer elementos para discussão de Agendas 21 locais,
trazendo informações fundamentais para o aprofundamento do conceito de
desenvolvimento sustentável na região. Os indicadores devem representar tendências e
elementos essenciais à reflexão do processo de desenvolvimento. Nessa perspectiva
serão apresentadas as informações dos indicadores agrupados por temas específicos
dentro de suas dimensões equivalentes tais como: saúde, educação, questão da terra,
administração municipal, tendências demográficas, infância, comunicação e informação
na região entre outros. O anexo B apresenta um conjunto de indicadores proposto pela
Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que tem a função de monitorar a
implementação de Agendas 21 em todo o mundo.

Na Amazônia, o grande domínio para a construção de sistemas de indicadores de


sustentabilidade deve considerar que os Municípios em geral desconhecem suas
realidades, sejam estas administrativas, econômicas, ecológicas, educacionais,
comerciais, de saúde, saneamento, sociais e políticas. Nessa linha, acaba-se por concluir
que o conhecimento da realidade regional, via dados de informações para o
desenvolvimento é muito pequeno. Hoje, qualquer agencia internacional de
desenvolvimento procura estabelecer relações de cooperação ou financiamento desde
que as recomendações da Agenda 21 estejam presentes e respeitadas pelo interessado.

7 CONCLUSÃO

O objetivo deste artigo foi explicar a pertinência da teoria de sistemas na


construção de indicadores de desenvolvimento sustentável na Amazônia e a elaboração
de Agendas 21 locais. A conclusão é que a resolução desse problema traz em seu bojo a
necessidade de adotar o paradigma científico de sistemas. O conceito de
sustentabilidade é recente, encontra-se em construção. A Região tem sido muito
discutida em termos gerais no mundo inteiro mas, seus modelos de desenvolvimento
ainda não foram suficientemente estudados pelos seus cientistas. A própria idéia de um
desenvolvimento sustentável ainda precisa ser absorvida por dirigentes e planejadores.
A construção de sistemas de indicadores necessita de dados de fontes seguras e
confiáveis. Sistemas de informações locais ainda são frágeis, e a maioria dos Estados
que compõem a Amazônia brasileira não conseguiu organizá-los.
A implementação de Agendas 21 locais é vital para o desenvolvimento nesse
novo milênio. Isso implica mudanças de paradigma, capacitação local para construção
de sistemas de indicadores de sustentabilidade e, principalmente, o envolvimento da
sociedade local na discussão de seu futuro.
Referências

BOSSEL, Hartmut. 20/20 Vision – Explorations of sustainable futures (Draft.


Version 2.0) – Center for Environment Systems Research, Alemanha, 1996.

BOSSEL, Hartmut. Indicators for sustainable development: theory, method,


applications – a report to the Balaton Group. Technical Report, Internacional Institute
for Sustainable Development, Canada, 1999.

BRUYN, S.; DRUNDEN, M. Sustentability and indicators in Amazonia: conceptual


framework for use in Amazonia. Technical Report, International Institute for
Environmental Studies –VRIJE, Amsterdan, Holanda 1999.

CAPRA, Fritjof. A teia da vida – uma nova compreensão científica dos sistemas
vivos. Editora cultrix Amana – Key, Brasil, 1996.

FENZL, Norbert. Estudo de parâmetros capazes de dimensionar a sustentabilidade de


um processo de desenvolvimento. In Pespectiva do desenvolvimento sustentável:
uma contribuição para a Amazônia 21, cap. 1, p. 1-31., Belém: Universidade Federal
do Pará/Núcleo de Altos Estudos Amazônicos/UNAMAZ 1997.

FORRESTER, J.W. Principles of systems . Wright-Allen Press. Estados Unidos, 1968.

HARDIN, Peter.; BARG, S. Measuring sustainable development: Review of current


practice. Ocasional paper number 17, páginas 1-12. Internacional Institute for
Sustainable Development, Canada, 1997.

KUHN, Thomas. The structure of scientific revolutions . University of Chicago Press.


Estados Unidos 1962.

RIBEIRO, Adagenor. Indicadores de sustentabilidade para a Amazônia. 136 f. Tese


(Doutorado em Desenvolvimento Sócio-Ambiental) – Programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, Núcleo de Altos
Estudos Amazônicos (NAEA), Universidade Federal do Pará, Belém. Não concluída
ANEXO A - INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÕES

INTRODUÇÃO

No desenvolvimento sustentável, cada pessoa é usuário e provedor de informação,


considerada em sentido amplo, o que inclui dados, informações e experiências e
conhecimentos adequadamente apresentados. A necessidade de informação surge
em todos os níveis, desde o de tomada de decisões superiores, nos planos nacional e
internacional, ao comunitário e individual. As duas áreas de programas seguintes
necessitam ser implementadas para assegurar que as decisões se baseiem cada vez
mais em informação consistente:

(a) Redução das diferenças em matéria de dados;


(b) Melhoria da disponibilidade da informação.

ÁREAS DE PROGRAMAS

A. Redução das diferenças em matéria de dados

Base para a ação

Embora haja uma quantidade considerável de dados, como se assinala em diversos


capítulos do Agenda 21, é preciso reunir mais e diferentes tipos de dados, nos
planos local, provincial, nacional e internacional, que indiquem os estados e
tendências das variáveis sócio-econômicas, de poluição, de recursos naturais e do
ecossistema do planeta. Vêm aumentando a diferença em termos de disponibilidade,
qualidade, coerência, padronização e acessibilidade dos dados entre o mundo
desenvolvido e o em desenvolvimento, prejudicando seriamente a capacidade dos
países de tomar decisões informadas no que concerne a meio ambiente e
desenvolvimento.
Há uma falta generalizada de capacidade, em particular nos países em
desenvolvimento, e em muitas áreas no plano internacional para a coleta e avaliação
de dados, sua transformação em informação útil e sua divulgação. Além disso, é
preciso melhorar a coordenação entre as atividades de informação e os dados
ambientais, demográficos, sociais e de desenvolvimento.

Os indicadores comumente utilizados, como o produto nacional bruto (PNB) e as


medições dos fluxos individuais de poluição ou de recursos, não dão indicações
adequadas de sustentabilidade. Os métodos de avaliação das interações entre
diferentes parâmetros setoriais ambientais, demográficos, sociais e de
desenvolvimento não estão suficientemente desenvolvidos ou aplicados. É preciso
desenvolver indicadores do desenvolvimento sustentável que sirvam de base sólida
para a tomada de decisões em todos os níveis e que contribuam para uma
sustentabilidade auto-regulada dos sistemas integrados de meio ambiente e
desenvolvimento.
Objetivos

Os seguintes objetivos são importantes:

1. Conseguir uma coleta e avaliação de dados mais pertinente e eficaz em


relação aos custos por meio de melhor identificação dos usuários, tanto no
setor público quanto no privado, e de suas necessidades de informação nos
planos local, nacional, regional e internacional;
2. Fortalecer a capacidade local, provincial, nacional e internacional de coleta e
utilização de informação miltissetorial nos processos de tomada de decisões
e reforçar as capacidades de coleta e análise de dados e informações para a
tomada de decisões, em particular nos países em desenvolvimento;
3. Desenvolver ou fortalecer os meios locais, provinciais, nacionais e
internacionais de garantir que a planificação do desenvolvimento sustentável
em todos os setores se baseie em informação fidedigna, oportuna e
utilizável;
4. Tornar a informação pertinente acessível na forma e no momento em que for
requerido para facilitar o seu uso.

Atividades

(a) Desenvolvimento de indicadores do desenvolvimento sustentável

Os países no plano nacional e as organizações governamentais e não-


governamentais no plano internacional devem desenvolver o conceito de
indicadores do desenvolvimento sustentável a fim de identificar esses indicadores.
Com o objetivo de promover o uso cada vez maior de alguns desses indicadores nas
contas satélites e eventualmente nas contas nacionais, é preciso que o Escritório de
Estatística do Secretariado das Nações Unidas procure desenvolver indicadores,
aproveitando a experiência crescente a esse respeito.

(b) Promoção do uso global de indicadores do desenvolvimento sustentável

Os órgãos e as organizações pertinentes do sistema das Nações Unidas, em


cooperação com outras organizações internacionais governamentais,
intergovernamentais e não-governamentais, devem utilizar um conjunto apropriado
de indicadores do desenvolvimento sustentável e indicadores relacionados com
áreas que se encontram fora da jurisdição nacional, como o alto mar, a atmosfera
superior e o espaço exterior. Os órgãos e as organizações do sistema das Nações
Unidas, em coordenação com outras organizações internacionais pertinentes,
poderiam prover recomendações para o desenvolvimento harmônico de indicadores
nos planos nacional, regional e global e para a incorporação de um conjunto
apropriado desses indicadores a relatórios e bancos de dados comuns de acesso
amplo, para utilização no plano internacional, sujeitas a considerações de soberania
nacional.
(c) Aperfeiçoamento da coleta e utilização de dados

Os países e, quando solicitadas, as organizações internacionais devem realizar


inventários de dados ambientais, de recursos e de desenvolvimento, baseados em
prioridades nacionais/globais, para o gerenciamento do desenvolvimento
sustentável. Devem determinar as deficiências e organizar atividades para saná-las.
Dentro dos órgãos e organizações do sistema das Nações Unidas e das organizações
internacionais pertinentes, é preciso reforçar as atividades de coleta de dados, entre
elas as de Observação da Terra e Observação Meteorológica Mundial,
especialmente nas áreas de ar urbano, água doce, recursos terrestres (inclusive
florestas e terras de pastagem), desertificação, outros habitats, degradação dos solos,
biodiversidade, alto mar e atmosfera superior. Os países e as organizações
internacionais devem utilizar novas técnicas de coleta de dados, inclusive
sensoreamento remoto, baseado em satélites. Além do fortalecimento das atividades
existentes de coleta de dados relativos ao desenvolvimento, é preciso dar atenção
especial a áreas tais como fatores demográficos, urbanização, pobreza, saúde e
direitos de acesso aos recursos, assim como aos grupos especiais, incluindo
mulheres, populações indígenas, jovens, crianças e os deficientes, e suas relações
com questões ambientais.

(d) Aperfeiçoamento dos métodos de avaliação e análise de dados

As organizações internacionais pertinentes devem desenvolver recomendações


práticas para a coleta e avaliação coordenada e harmonizada de dados nos planos
nacional e internacional. Os centros nacionais e internacionais de dados e
informações devem estabelecer sistemas contínuos e acurados de coleta de dados e
utilizar os sistemas de informação geográfica, sistemas de especialistas, modelos e
uma variedade de outras técnicas para a avaliação e análise de dados. Esses passos
serão especialmente pertinentes, pois será preciso processar uma grande quantidade
de dados obtidos por meio de fontes de satélites no futuro. Os países desenvolvidos
e as organizações internacionais, assim como o setor privado, devem cooperar, em
particular com os países em desenvolvimento, quando solicitado, para facilitar sua
aquisição dessas tecnologias e conhecimento técnico-científico.

(e) Estabelecimento de uma estrutura ampla de informação

Os Governos devem considerar a possibilidade de introduzir as mudanças


institucionais necessárias no plano nacional para alcançar a integração da
informação sobre meio ambiente e desenvolvimento. No plano internacional, será
preciso fortalecer as atividades de avaliação ambiental e coordená-las com os
esforços para avaliar as tendências do desenvolvimento.

(f) Fortalecimento da capacidade de difundir informação tradicional

Os países devem, com a cooperação de organizações internacionais, estabelecer


mecanismos de apoio para oferecer às comunidades locais e aos usuários de
recursos a informação e os conhecimentos técnico-científicos de que necessitam
para gerenciar seu meio ambiente e recursos de forma sustentável, aplicando os
conhecimentos e as abordagens tradicionais e indígenas, quando apropriado. Isso é
particularmente relevante para as populações rurais e urbanas e grupos indígenas, de
mulheres e de jovens.

Meios de implementação

(a) Financiamento e estimativa de custos

O Secretariado da Conferência estimou o custo total anual médio (1993-2000) de


implementação das atividades deste programa em cerca de $1.9 bilhões de dólares, a
serem providos pela comunidade internacional em termos concessionais ou de
doações. Estas são estimativas apenas indicativas e aproximadas, não revisadas
pelos Governos. Os custos reais e os termos financeiros, inclusive os não
concessionais, dependerão, inter alia, das estratégias e programas específicos que os
Governos decidam adotar para a implementação.

(b) Meios institucionais

Nos planos nacional e internacional, é deficiente a capacidade institucional para


integrar meio ambiente e desenvolvimento e desenvolver indicadores pertinentes.
Devem ser fortalecidos consideravelmente os programas e as instituições existentes,
tais como o Sistema Global de Monitoramento do Meio Ambiente (SCMMA) e o
Banco de Dados de Informações sobre Recursos Globais (GRID), dentro do
PNUMA, e diferentes entidades dentro do sistema geral de Observação da Terra
(Earthwatch). O Observação da Terra tem sido elemento essencial para dados
relacionados com meio ambiente. Embora haja programas relacionados com dados
sobre desenvolvimento em diversas agências, a coordenação entre eles é
insuficiente. As atividades relacionadas com os dados sobre desenvolvimento das
agências e instituições do sistema das Nações Unidas devem ser coordenadas de
maneira mais eficaz, talvez por meio de um mecanismo equivalente e complementar
de “Observação do Desenvolvimento”, com o qual o Earthwatch deve ser
coordenado mediante um escritório apropriado nas Nações Unidas para assegurar a
plena integração de preocupações com meio ambiente e desenvolvimento.

(c ) Meios científicos e tecnológicos

Em relação à transferência de tecnologia, com a rápida evolução das tecnologias de


coleta de dados e informação, é necessário desenvolver diretrizes e mecanismos
para a transferência rápida e contínua dessas tecnologias, em particular aos países
em desenvolvimento, em conformidade com o capítulo 34 (Transferência de
Tecnologia Ambientalmente Saudável, Cooperação e Fortalecimento Institucional),
e para o treinamento de pessoal em sua utilização.
(c) Desenvolvimento dos recursos humanos

Será necessária a cooperação internacional para o treinamento em todas as áreas e


em todos os níveis, especialmente nos países em desenvolvimento. Esse treinamento
terá de incluir o treinamento técnico dos envolvidos em coleta, avaliação e
transformação de dados, bem como a assistência aos responsáveis por decisões em
relação a como utilizar essa informação.

(d) Fortalecimento institucional

Todos os países, em particular os países em desenvolvimento, com o apoio da


cooperação internacional, devem fortalecer sua capacidade de coletar, armazenar,
organizar, avaliar e utilizar dados nos processos de tomada de decisões de maneira
mais efetiva.

B. Aperfeiçoamento da disponibilidade da informação

Base para a ação

Já existe uma riqueza de dados e informações que pode ser utilizada para o
gerenciamento do desenvolvimento sustentável. Encontrar a informação adequada
no momento preciso e na escala pertinente de agregação é uma tarefa difícil.

Em muitos países, a informação não é gerenciada adequadamente devido à falta de


recursos financeiros e pessoal treinado, desconhecimento de seu valor e de sua
disponibilidade e a outros problemas imediatos ou prementes, especialmente nos
países em desenvolvimento. Mesmo em lugares em que a informação está
disponível, ela pode não ser de fácil acesso devido à falta de tecnologia para um
acesso eficaz ou aos custos associados, sobretudo no caso da informação que se
encontra fora do país e que está disponível comercialmente.

Objetivos

Devem-se fortalecer os mecanismos nacionais e internacionais de processamento e


intercâmbio de informação e de assistência técnica conexa, a fim de assegurar uma
disponibilidade efetiva e eqüitativa da informação gerada nos planos local,
provincial, nacional e internacional, sujeito à soberania nacional e aos diretos de
propriedade intelectual relevantes.

Devem-se fortalecer as capacidades nacionais, assim como as dos Governos,


organizações não-governamentais e do setor privado, de manejo da informação e da
comunicação, especialmente nos países em desenvolvimento.
Deve-se assegurar a plena participação, em especial dos países em
desenvolvimento, em qualquer esquema internacional são os órgãos e as
organizações do sistema das Nações Unidas para a coleta, análise e utilização de
dados e informações.

Atividades

(a) Produção de informação utilizável na tomada de decisões

Os países e as organizações internacionais devem rever e fortalecer os sistemas e


serviços de informação em setores relacionados com o desenvolvimento sustentável
nos planos local, provincial, nacional e internacional. Deve-se dar ênfase especial à
transformação da informação existente em formas mais úteis para a tomada de
decisões e em orientá-la para diferentes grupos de usuários. Devem-se estabelecer
ou fortalecer mecanismos para converter as avaliações científicas e sócio-
econômicas em informação adequada para o planejamento e a informação pública.
Devem-se utilizar formatos eletrônicos e não-eletrônicos.

(b) Estabelecimento de padrões e métodos para o manejo de informação

Os Governos devem considerar apoiar as organizações governamentais assim como


não-governamentais em seus esforços para desenvolver mecanismos para o
intercâmbio eficiente e harmônico de informação nos planos local, provincial,
nacional e internacional, compreendendo revisão e estabelecimento de dados,
formatos de acesso e difusão e interrelações de comunicação.

(c) Desenvolvimento de documentação sobre informação

Os órgãos e as organizações do sistema das Nações Unidas assim como outras


organizações governamentais e não-governamentais devem documentar e
compartilhar informações sobre as fontes da informação disponível em suas
respectivas organizações. Os programas existentes, tais como o do Comitê
Consultivo para a Coordenação dos Sistemas de Informação (CCCSI) e o Sistema
Internacional de Informação Ambiental (INFOTERRA), devem ser revistos e
fortalecidos se necessário. Devem-se incentivar os mecanismos de formação de
redes e de coordenação, entre a ampla gama de outros atores, incluindo arranjos
com organizações não-governamentais para o intercâmbio de informação e
atividades de doadores para intercâmbio de informação sobre projetos de
desenvolvimento sustentável. Deve-se incentivar o setor privado a fortalecer os
mecanismos de intercâmbio de experiências e de informação sobre desenvolvimento
sustentável.

(d) Estabelecimento e fortalecimento da capacidade de formação de redes


eletrônicas

Os países e as organizações internacionais, entre eles os órgãos e organizações do


sistema das Nações Unidas e as organizações não-governamentais, devem explorar
várias iniciativas de estabelecimento de ligações eletrônicas para apoiar o
intercâmbio de informação, proporcionar acesso aos bancos de dados e outras fontes
de informação, facilitar a comunicação para satisfazer objetivos mais amplos, como
a implementação da Agenda 21, facilitar as negociações intergovernamentais,
supervisionar convenções e esforços de desenvolvimento sustentável, transmitir
alertas ambientais e transferir dados técnicos. Essas organizações devem também
facilitar a interconexão entre diversas redes eletrônicas e a utilização de padrões
adequados e protocolos de comunicação para o intercâmbio transparente de
comunicações eletrônicas. Quando necessário, deve-se desenvolver tecnologia nova
e incentivar sua utilização para permitir a participação daqueles que na atualidade
não têm acesso à infra-estrutura e aos métodos existentes. Além disso, devem-se
estabelecer mecanismos para realizar a necessária transferência de informação para
e desde os sistemas não-eletrônicos, para assegurar o envolvimento daqueles que de
outra maneira ficariam excluídos.

(e) Utilização das fontes de informação comercial

Os países e as organizações internacionais devem considerar empreender


levantamentos das informações sobre desenvolvimento sustentável disponíveis no
setor privado e dos arranjos atuais de difusão para determinar as lacunas disponíveis
e a maneira de preenchê-las por meio de atividades comerciais ou quase comerciais,
particularmente atividades que envolvam países em desenvolvimento ou que sejam
realizadas neles, quando exeqüível. Sempre que existam impedimentos econômicos
ou de outro tipo que dificultem a oferta de informação e o acesso a ela,
particularmente nos países em desenvolvimento, deve-se considerar a criação de
esquemas inovadores para subsidiar o acesso a essa informação ou para eliminar os
impedimentos não econômicos.

Meios de implementação

(a) Financiamento e estimativa de custos

O Secretariado da Conferência estimou o custo total anual médio (1993-2000) de


implementação das atividades deste programa em cerca de $165 milhões de dólares,
a serem providos pela comunidade internacional em termos concessionais ou de
doações. Estas são estimativas apenas indicativas e aproximadas, não revisadas
pelos Governos. Os custos reais e os termos financeiros, inclusive os não
concessionais, dependerão, inter alia, das estratégias e programas específicos que os
Governos decidam adotar para a implementação.

(b) Meios institucionais

As implicações institucionais deste programa se referem principalmente ao


fortalecimento das instituições já existentes, bem como a intensificação da
cooperação com organismos não-governamentais, e devem ser consistentes com as
decisões abrangentes sobre instituições adotadas pela Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

(c) Fortalecimento institucional

Os países desenvolvidos e as organizações internacionais pertinentes devem


cooperar, em particular com os países em desenvolvimento, para ampliar sua
capacidade de receber, armazenar e recuperar, contribuir, difundir e usar informação
pertinente sobre meio ambiente e desenvolvimento e prover ao público acesso
apropriado a essa informação, oferecendo tecnologia e treinamento para estabelecer
serviços locais de informação e apoiando arranjos de cooperação e parceria entre
países e nos planos regional e sub-regional.

(d) Meios científicos e tecnológicos

Os países desenvolvidos e as organizações internacionais pertinentes devem apoiar


a pesquisa e o desenvolvimento de equipamentos, programas de computador e
outros aspectos da tecnologia de informação, em particular nos países em
desenvolvimento, adequados a suas operações, necessidades nacionais e contextos
ambientais.
ANEXO B - PROPOSIÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
DA CSD/ONU

SOCIAL

Combate a pobreza

• Taxa de desemprego
• Índice prncipal de contagem da pobreza
• Índice do “gap” da pobreza
• Índice esquadrado do “gap” da pobreza
• Índice de GINI de desigualdade de renda
• Salário médio feminino em relação ao masculino

Dinâmica demográfica e sustentabilidade

• Taxa de crescimento populacional


• Taxa líquida de migração
• Taxa total de fertilidade
• Densidade demográfica

Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento

• Taxa de mudança da idade escolar da população


• Taxa de matrícula na escola primária da população
• Taxa de matrícula líquida na escola primária
• Taxa de matrícula na escola secundária da população
• Taxa de alfabetização de adultos
• Crianças que alcançaram o 5º grau da escola primária
• Expectativa de vida escolar
• Diferença entre escola masculina e feminina
• Mulher para cada 1000 homens na força de trabalho

Proteção e promoção das condições de saúde humana

• Condições sanitárias básicas


• Acesso a água de beber de qualidade
• Expectativa de vida e de nascimentos
• Crianças com pesos inadequados ao nascer
• Taxa de mortalidade infantil
• Taxa de mortalidade materna
• Estado nutricional de crianças
• Imunização de crianças contra doenças infecciosas
• Prevalência de contraceptivos
• Monitoração de alimentos enriquecidos quimicamente
• Despesa com a saúde
• Despesa da saúde como percentual do PIB

Promoção do desenvolvimento sustentável dos assentamentos humanos

• Taxa de crescimento da população urbana


• Consumo de combustível por veículo de transporte
• Perdas humanas e econômicas devido a desastres naturais
• Percentual da população em áreas urbanas
• Área e população de assentamentos urbanos formais e informais
• Área de chão por pessoa
• Preço da casa em relação à renda familiar
• Despesa per capIta com infra-estrutura

ECONÔMICA

Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos


países em desenvolvimento e políticas correlatas

• PIB per capita


• Investimentos líquidos compartilhados no PIB local
• Soma de importações e exportações como percentual do PIB local
• PIB local líquido ajustado ambientalmente
• Compartilhamento dos bens manufaturados no total da mercadoria exportada

Mudança dos padrões de consumo

• Consumo anual de energia


• Compartilhamento da indústria intensiva de recursos naturais em valores
adicionais na manufatura
• Prova de reservas minerais
• Prova de reservas de energia de óleo fóssio
• Tempo de vida das reservas de energia
• Intensidade de uso de material
• Compartilhamento de valores adicionais de manufatura do PIB local
• Compartilhamento de consumo de recursos energéticos renováveis

Recursos e mecanismos de financiamento

• Transferências de recursos líquidos do PIB


• Total dado a assistência do desenvolvimento oficial ou recebido como
porcentagem do PIB
• Débito do PIB local
• Débito de serviço de exportação
• Despesas com proteção ambiental como percentual do PIB local
• Total de novos ou adicionais fundos para o desenvolvimento sustentável

Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e


fortalecimento institucional

• Bons capitais importados


• Investimentos diretos do estrangeiro
• Compartilhamento ambiental de bons capitais importados
• Parte de importações de bens importantes ambientalmente sadios
• Concessão de cooperação técnica

AMBIENTAL

Combate ao desflorestamento

• Intensidade de corte de madeira


• Mudança em área de floresta
• Área florestal de gerenciamento controlado
• Área de floresta protegida como percentual do total
• Área florestal

Conservação da diversidade biológica


• Espécies ameaçadas como percentual do total de espécies nativas
• Área protegida como percentual da área total

Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia

• Despesa em pesquisa e desenvolvimento para biotecnologia


• Existência de regulação ou diretrizes nacionais de biosegurança

Proteção da atmosfera

• Emissão de gases do efeito estufa


• Emissão de óxido de enxofre
• Emissão de óxido de nitrogênio
• Consumo de substâncias que destroem a camada de ozônio
• Concentração de poluentes ambientais em áreas urbanas
• Despesas com redução da poluição do ar

Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas


com esgotos

• Geração de resíduos sólidos industriais e domésticos


• Lixo doméstico per capita
• Despesas com gerenciamento do lixo
• Reciclagem de lixo
• Desperdício total

Manejo ecológicamente saudável das substâncias químicas

• Produtos químicos agudamente nocivos


• Número de produtos químicos proibidos ou severamente restringidos

Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos

• Geração de desperdícios perigosos


• Importação e exportação de desperdícios perigosos

Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos

• Geração de lixo radioativo


Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos

• Retiradas anuais de água e terra da superfície


• Consumo doméstico de água per capita
• Reservas de lençol de água
• Concentração de colifromes fecais em água doce
• Demanda de oxigênio bioquímico em corpos de água
• Perda de água na cobertura de tratamento
• Densidade da rede hidrológica

Proteção dos oceanos e de todas as classes de mar e áreas costeiras

• Crescimento da população em áreas costeiras


• Descarga de óleos dentro de águas costeiras
• Liberação de nitrogênio e fósforo para águas costeiras
• Produção de peixes máxima sustentada
• Índice de algas

Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos da


terra

• Mudança de uso da terra


• Mudança em condições da terra
• Gerenciamento descentralizado de recursos naturais no nível local

Gerenciamento de ecossistemas frágeis: combatendo a desertificação e a seca

• População que vive abaixo da linha de pobreza em área de seca


• Índice nacional mensal de chuvas
• Índice de vegetação derivado de satélite
• Terra afetada por desertificação

Gerenciamento de ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável de


montanhas

• Mudança de população em áreas de montanhas


• Uso sustentável de recursos naturais em áreas de montanhas
• Bem estar de populações de montanhas

Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável


• Uso de pesticidas agrícolas
• Uso de fertilizantes
• Percentual de terra arável irrigada
• Uso de energia na agricultura
• Terra arável per capita
• Área afetada por salinização registrada na água
• Educação agrícola

INSTITUCIONAL

Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisão

• Estratégias de desenvolvimento sustentável


• Programa para integrar contabilidade ambiental e econômica
• Mandato de avaliação de impacto ambiental
• Conselho para desenvolvimento sustentável

Ciência para o desenvolvimento sustentável

• Cientistas e engenheiros por milhões de habitantes


• Cientistas e engenheiros engajados em pesquisa e desenvolvimento por milhões
de habitantes
• Despesas em pesquisa e desenvolvimento como percentual do PIB

Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais

• Retificação de concordância global


• Implementação de concordância global ratificada

Informação para a tomada de decisão

• Linhas telefônicas por 1000 habitantes


• Acesso a informação
• Programas governamentais para estatística ambiental nacional
Fortalecimento dos papéis dos grupos principais

• Representação do grupo maior em conselhos nacionais para desenvolvimento


sustentável
• Representação de minorias étnicas e povos indígenas em conselhos nacionais
para desenvolvimento sustentável
• Contribuição das ONG’s para o desenvolvimento sustentável

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