Engrenagens Helicoidais
AUTOR: PROF. DR. AUTELIANO ANTUNES DOS SANTOS JUNIOR
DEPARTAMENTO DE PROJETO MECÂNICO FEM UNICAMP
Resumo
Essa apostila trata dos conceitos básicos para análise de engrenagens cilíndricas de dentes
inclinados, ou helicoidais, conforme abordados nas disciplinas Sistemas Mecânicos e
Elementos de Máquinas. Descreve geometria desse tipo de engrenagem, as solicitações as
quais os dentes estão sujeitos, a resistência dos dentes e os fatores que devem ser levados
em conta no projeto. Trata-se de um resumo, sendo necessária a consulta a textos
especializados para aprofundamento.
2
Figura 3. Vista Superior de uma Engrenagem Helicoidal mostrando as designações mais importantes
[1]
_
4
[2]
Figura 5. Esquema para a determinação das relações entre as Forças em Engrenagens Helicoidais
5
A força tangencial pode ser obtida a partir dos dados de entrada do problema.
Normalmente esses dados são a potência (ou torque) e a rotação da fonte de acionamento
(motor). Para calcular a força é necessário que se conheça o raio da engrenagem, que não está
disponível no início de um projeto. Uma estimativa inicial do raio pode ser obtida levando-se
em conta as recomendações de projeto descritas na apostila para engrenagens cilíndricas de
dentes retos, que relacionam a distância entre centros e a redução desejada com as dimensões.
Supondo o raio conhecido, pode-se obter a velocidade e, com a potência, calcular a força
tangencial conforme a equação:
A força axial Fa, gerada pela inclinação dos dentes e pelo contato no plano
inclinado, depende do ângulo de hélice conforme a equação 5. A relação mostrada nessa
equação pode ser vista no esquema de forças no centro da figura. Nesse esquema também
pode ser vista a força que causa flexão no pé do dente, cujo símbolo é Fb e cuja relação com
a força tangencial é mostrada na equação 7.
_
Da mesma forma que para engrenagens cilíndricas de dentes retos, as tensões relevantes
para o dimensionamento dos dentes são geradas pela força a ser transmitida. A figura 6 mostra
um modelo foto-elástico de um dente em pexiglass em contato com outro de um material
metálico. Por essa técnica é possível visualizar as linhas de deformação (ou tensão) geradas
pelos esforços. A diminuição do espaçamento dessas linhas significa uma maior concentração
de tensões. Observando a figura é possível identificar a raiz do dente e o ponto de contato entre
os dentes como os pontos de maior tensão, conforme já visto no estudo de engrenagens de
dentes retos.
6
Uma segunda diferença leva em consideração o fato de que o perfil dos dentes
no plano ortogonal não é exatamente evolvental. O fator J para engrenagens helicoidais
inclui essa diferença. Esse fator é obtido do gráfico da figura 7 para uma engrenagem
cuja conjugada tenha 75 dentes. Para engrenagens cuja conjugada tenha qualquer outro
número de dentes, a figura 8 mostra o fator de correção que deve ser utilizado. Os dados
de entrada na figura 7 são o número de dentes na engrenagem onde se quer conhecer a
tensão e o ângulo de hélice.Para a figura 8 é necessário utilizar também o número de
dentes da engrenagem conjugada.
7
No cálculo da tensão no contato também deve ser incluída a largura real b’, já
que o contato ocorre no plano normal, ao longo de toda a largura. Essa largura pode ser
calculada dividindo a largura do denteado b pelo cosseno do ângulo de hélice. Assim, a
equação para o cálculo da tensão fica:
4. Considerações Finais