Por outro lado, com base na teoria clássica, se os elétrons giram ao redor do
núcleo e ao fazê-lo emitem energia, a freqüência de revolução dos elétrons
deve mudar continuamente. Isto implica na emissão de um espectro continuo
por parte dos átomos. Esta conclusão também vai de encontro aos resultados
experimentais.
Espectros luminosos
O procedimento geral seguido para estudar a estrutura atômica provoca
modificações no próprio átomo devido às trocas de energia absorvida ou
emitida por ele e isso permitiu um melhor estudo do conjunto dessas
radiações, caracterizadas por suas freqüências ou comprimentos de onda.
Este conjunto de radiações constitui seu espectro. Para observá-los utilizam-
se os espectroscópios, os espectrógrafos etc.
Quando os átomos de uma substância são excitados, por exemplo, fazendo
passar uma descarga elétrica através de um gás como o hidrogênio, a
radiação emitida tem um “espectro” que consta somente de certos
comprimentos de onda que se observam como raias finas com a ajuda de um
espectroscópio. Estas raias são dessa substancia, constituindo assim seu
espectro de emissão.
Se, por outro lado, se faz passar luz branca (que contem todos os
comprimentos de onda visíveis) através de um gás, observa-se que faltam
certos comprimentos de onda que correspondem às radiações absorvidas
pelos átomos da substancia (gás). Tal fenômeno constitui o espectro de
absorção.
Niels Bohr
Bohr supunha:
1. Que o elétron no átomo de hidrogênio somente
podia mover-se em determinadas órbitas,
correspondentes a certas energias de ligação, E1,
E2, E3, ... En a que chamou de estados
estacionários, nos quais, ainda que o elétron se
movesse, não emitia radiação.
Essas órbitas ou estados estacionários eram tais
que o momento angular do elétron* era um
múltiplo inteiro de h/2. O elétron em seu “estado
normal” encontra-se na órbita mais próxima do
núcleo.
* De acordo com a mecânica clássica (e para o
caso considerado por Bohr, ou seja, órbitas
circulares) a medida do momento angular (L)
seria igual a: L = m.v.r
Eo - Ef = h ... (9)
Se Ef > Eo, o átomo absorverá um fóton; se, pelo contrario, Eo > Ef , emitirá
um fóton de freqüência proporcional, em ambos os casos,à diferença de
energia.
Cálculos
O átomo de hidrogênio está constituído, de acordo com Bohr, por um núcleo
carregado positivamente (próton, de carga +e) e movendo-se ao seu redor,
em uma órbita circular, um elétron (carga -e). O elétron move-se, então, pela
ação da resultante centrípeta devida à atração eletrostática do núcleo.
Sendo, por outro lado, a energia total do elétron: E = Ecin. + Epot. , com Ecin. =
(1/2)m.v2 e, usando a (10) :
n=1 n=2
k=1
k=1
k=2
O efeito Compton
Não podemos encerrar esta primeira etapa da física no século XX, sem fazer
ao menos uma breve menção ao efeito Compton.
Arthur Compton ao estudar o espalhamento de raios X, utilizando como meio
espalhador um bloco de carbono, observou que as freqüências dos raios X
espalhados diminuíam em certos ângulos.