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CORAÇÃO

Sistema Cardiovascular

Apesar de toda a sua potência, o coração, em forma de cone, é


relativamente pequeno, aproximadamente do tamanho do punho fechado,
cerca de 12 cm de comprimento, 9 cm de largura em sua parte mais ampla
e 6 cm de espessura. Sua massa é, em média, de 250g, nas mulheres
adultas, e 300g, nos homens adultos.

O coração fica apoiado sobre o


diafragma, perto da linha média da
cavidade torácica, no mediastino, a
massa de tecido que se estende do
esterno à coluna vertebral; e entre os
revestimentos (pleuras) dos pulmões.
Cerca de 2/3 de massa cardíaca ficam
a esquerda da linha média do corpo. A
posição do coração, no mediastino, é
mais facilmente apreciada pelo exame
de suas extremidades, superfícies e
limites.

A extremidade pontuda do coração é o


ápice, dirigida para frente, para baixo e
para a esquerda. A porção mais larga
do coração, oposta ao ápice, é a base,
dirigida para trás, para cima e para a
direita.
Limites do Coração: A superfície anterior
fica logo abaixo do esterno e das costelas.
A superfície inferior é a parte do coração
que, em sua maior parte repousa sobre o
diafragma, correspondendo a região entre o
ápice e aborda direita. A borda direita está
voltada para o pulmão direito e se estende
da superfície inferior à base; a borda
esquerda, também chamada borda
pulmonar, fica voltada para o pulmão
esquerdo, estendendo-se da base ao ápice.
Como limite superior encontra-se os
grandes vasos do coração e posteriormente
a traquéia, o esôfago e a artéria aorta
descendente.

Limites do Coração

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Camadas da Parede Cardíaca:

Pericárdio: a membrana que


reveste e protege o coração. Ele
restringe o coração à sua posição
no mediastino, embora permita
suficiente liberdade de
movimentação para contrações
vigorosas e rápidas. O pericárdio
consiste em duas partes principais:
pericárdio fibroso e pericárdio
seroso.
O pericárdio fibroso superficial é
um tecido conjuntivo irregular,
denso, resistente e inelástico.
Assemelha-se a um saco, que
repousa sobre o diafragma e se
prende a ele.

O pericárdio seroso, mais profundo,


é uma membrana mais fina e mais
delicada que forma uma dupla
camada, circundando o coração. A
camada parietal, mais externa, do
pericárdio seroso está fundida ao
pericárdio fibroso. A camada
visceral, mais interna, do pericárdio
seroso, também chamada
epicárdio, adere fortemente à
superfície do coração.

Saco Pericárdio
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Epicárdio: a camada externa do coração é uma delgada lâmina de


tecido seroso. O epicárdio é contínuo, a partir da base do coração,
com o revestimento interno do pericárdio, denominado camada
visceral do pericárdio seroso.

Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração. É


composto de músculo estriado cardíaco. É esse tipo de músculo que
permite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue,
ou o force para o interior dos vasos sangüíneos.

Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina


camada de tecido composto por epitélio pavimentoso simples sobre
uma camada de tecido conjuntivo. A superfície lisa e brilhante
permite que o sangue corra facilmente sobre ela. O endocárdio
também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos
vasos sangüíneos que entram e saem do coração.
Clique aqui para ver a ilustração das Túnicas Cardíacas

Configuração Externa: o coração apresenta três faces e quatro


margens:

FACES
Face Anterior (Esternocostal) - Formada principalmente pelo
ventrículo direito.

Face Diafragmática (Inferior) - Formada principalmente pelo


ventrículo esquerdo e parcialmente pelo ventrículo direito; ela está
relacionada principalmente com o tendão central do diafragma.

Face Pulmonar (Esquerda) - Formada principalmente pelo ventrículo


esquerdo; ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.

MARGENS
Margem Direita - Formada pelo átrio direito e estendendo-se entre
as veias cavas superior e inferior.

Margem Inferior - Formada principalmente pelo ventrículo direito e,


ligeiramente, pelo ventrículo esquerdo.
Margem Esquerda - Formada principalmente pelo ventrículo
esquerdo e, ligeiramente, pela aurícula esquerda.

Margem Superior - Formada pelos átrios e pelas aurículas direita e


esquerda em uma vista anterior; a parte ascendente da aorta e o
tronco pulmonar emergem da margem superior, e a veia cava
superior entra no seu lado direito. Posterior à aorta e ao tronco
pulmonar e anterior à veia cava superior, a margem superior forma
o limite inferior do seio transverso do pericárdio.

Externamente os óstios atrioventriculares


correspondem ao sulco coronário, que é
ocupado por artérias e veias coronárias,
este sulco circunda o coração e é
interrompido anteriormente pelas artérias
aorta e pelo tronco pulmonar.

O septo interventricular na face anterior


corresponde ao sulco interventricular
anterior e na face diafragmática ao sulco
interventricular posterior.

O sulco interventricular termina


inferiormente a alguns centímetros do à
direita do ápice do coração, em
correspondência a incisura do ápice do
coração.
O sulco interventricular anterior é ocupado pelos vasos interventriculares
anteriores.

O sulco interventricular posterior parte do sulco coronário e desce em


direção à incisura do ápice do coração.

Este sulco é ocupado pelos vasos interventriculares posteriores.


Configuração
Interna:

O coração possui
quatro câmaras: dois
átrios e dois
ventrículos. Os átrios
(as câmaras
superiores) recebem
sangue; os ventrículos
(câmaras inferiores)
bombeiam o sangue
para fora do coração.

Na face anterior de
cada átrio existe uma
estrutura enrugada,
em forma de saco,
chamada aurícula
(semelhante a orelha
do cão).

O átrio direito é
separado do esquerdo
por uma fina divisória
chamada septo
interatrial; o
ventrículo direito é
separado do esquerdo
pelo septo
interventricular.

Configuração Cardíaca Interna


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

ÁTRIO DIREITO

O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em


dióxido de carbono (venoso) de três veias: veia cava superior, veia cava
inferior e seio coronário.

A veia cava superior, recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo,


já a inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo (abdômen e
membros inferiores) e o seio coronário recebe o sangue que nutriu o
miocárdio e leva o sangue ao átrio direito.

Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa, a parede anterior é


rugosa, devido a presença de cristas musculares, chamados músculos
pectinados.

O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma


válvula chamada tricúspide (formada por três folhetos - válvulas ou
cúspides).

Na parede medial do átrio direito, que é constituída pelo septo interatrial,


encontramos uma depressão que é a fossa oval.

Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal


denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do
sangue ao penetrar no átrio.

Os orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de óstios das


veias cavas.

O orifício de desembocadura do seio coronário é chamado de óstio do seio


coronário e encontramos também uma lâmina que impede que o sangue
retorne do átrio para o seio coronário que é denominada de válvula do seio
coronário.

ÁTRIO ESQUERDO

O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes posteriores e


anteriores lisas, que recebe o sangue já oxigenado; por meio de quatro
veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo
esquerdo, através da valva bicúspide (mitral), que tem apenas duas
cúspides.

O átrio esquerdo também apresenta uma expansão piramidal chamada


aurícula esquerda.

VENTRÍCULO DIREITO

O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração.


O seu interior apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares
cardíacas chamadas trabéculas carnosas.

No óstio atrioventricular direito existe um aparelho denominado valva


tricúspide que serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para
o átrio direito. Essa valva é constituída por três lâminas membranáceas,
esbranquiçadas e irregularmente triangulares, de base implantada nas
bordas do óstio e o ápice dirigido para baixo e preso ás paredes do
ventrículo por intermédio de filamentos.

Cada lâmina é denominada cúspide. Temos uma cúspide anterior, outra


posterior e outra septal.

O ápice das
cúspides é
preso por
filamentos
denominados
cordas
tendíneas, as
quais se
inserem em
pequenas
colunas
cárneas
chamadas de
músculos
papilares.

A valva do
tronco
pulmonar
também é
constituída
por pequenas
lâminas,
porém estas
estão
dispostas em
concha,
denominadas
válvulas
semilunares
(anterior,
esquerda e
direita).

No centro da borda livre de cada uma das válvulas encontramos pequenos


nódulos denominados nódulos das válvulas semilunares (pulmonares).

VENTRÍCULO ESQUERDO

O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio atrioventricular


esquerdo, encontramos a valva atrioventricular esquerda, constituída
apenas por duas laminas denominadas cúspides (anterior e posterior).
Essas valvas são denominadas bicúspides. Como o ventrículo direito,
também tem trabéculas carnosas e cordas tendíneas, que fixam as
cúspides da valva bicúspide aos músculos papilares.

O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através do


óstio atrioventricular esquerdo onde localiza-se a valva bicúspide (mitral).
Do ventrículo esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo, a aorta
ascendente, passando pela valva aórtica - constituída por três válvulas
semilunares: direita, esquerda e posterior. Daí, parte do sangue flui para as
artérias coronárias, que se ramificam a partir da aorta ascendente, levando
sangue para a parede cardíaca; o restante do sangue passa para o arco da
aorta e para a aorta descendente (aorta torácica e aorta abdominal).
Ramos do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o
corpo.

O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A


principal função do ventrículo esquerdo é bombear sangue para a circulação
sistêmica (corpo). A parede ventricular esquerda é mais espessa que a do
ventrículo direito. Essa diferença se deve à maior força necessária para
bombear sangue para a circulação sistêmica.
Grandes Vasos Cardíacos

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Ciclo Cardíaco

Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento


cardíaco. No ciclo cardíaco normal os dois átrios se contraem, enquanto os
dois ventrículos relaxam e vice versa. O termo sístole designa a fase de
contração; a fase de relaxamento é designada como diástole.

Quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente (sístole


atrial), forçando o sangue para os ventrículos. Um vez preenchidos, os dois
ventrículos contraem-se (sístole ventricular) e forçam o sangue para fora
do coração.

Valvas na Diástole Ventricular Dinamismo das Valvas Valvas na Sístole Ventricular


Para que o coração seja eficiente na
sua ação de bombeamento, é
necessário mais que a contração
rítmica de suas fibras musculares. A
direção do fluxo sangüíneo deve ser
orientada e controlada, o que é obtido
por quatro valvas já citadas
anteriormente: duas localizadas entre
o átrio e o ventrículo -
atrioventriculares (valva tricúspide e
bicúspide); e duas localizadas entre os
ventrículos e as grandes artérias que
transportam sangue para fora do
coração - semilunares (valva pulmonar
e aórtica).

Complemento: As valvas e válvulas


são para impedir este comportamento
anormal do sangue, para impedir que
ocorra o refluxo elas fecham após a
passagem do sangue.

Sístole é a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que


impulsiona sangue para os ventrículos. Assim as valvas atrioventriculares
estão abertas à passagem de sangue e a pulmonar e a aórtica estão
fechadas. Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas
e as semilunares abertas a passagem de sangue.

Sístole Ventrícular - Ação das Valvas Átrio-ventriculares

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco, é quando os ventrículos se
enchem de sangue, neste momento as valvas atrioventriculares estão
abertas e as semilunares estão fechadas.

Diástole Ventrícular - Ação das Valvas Átrio-ventriculares

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Em conclusão disso podemos dizer que o ciclo cardíaco compreende:


1- Sístole atrial
2- Sístole ventricular
3- Diástole ventricular
Vascularização: a irrigação do coração é assegurada pelas artérias
coronárias e pelo seio coronário.

As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm
este nome porque ambas percorrem o sulco coronário e são as duas
originadas da artéria aortas.

Está artéria, logo depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário
percorrendo-o da direita para a esquerda, até ir se anastomosar com o
ramo circunflexo, que é o ramo terminal da artéria coronária esquerda que
faz continuação desta circundado o sulco coronário.

A artéria coronária direita: da origem a duas artérias que vão irrigar a


margem direita e a parte posterior do coração, são ela artéria marginal
direita e artéria interventricular posterior.

A artéria coronária esquerda, de início, passa por um ramo por trás do


tronco pulmonar para atingir o sulco coronário, evidenciando-se nas
proximidades do ápice da aurícula esquerda.

Logo em seguida, emite um ramo interventricular anterior e um ramo


circunflexo que da origem a artéria marginal esquerda.

Na face diafragmática as duas artéria se anastomosam formando um ramo


circunflexo.

O sangue venoso é coletado por diversas veias que desembocam na veia


magna do coração, que inicia ao nível do ápice do coração, sobe o sulco
interventricular anterior e segue o sulco coronário da esquerda para a
direita passando pela face diafragmática, para ir desembocar no átrio
direito.

A porção terminal deste vaso, representada por seus últimos 3 cm forma


uma dilatação que recebe o nome de seio coronário.

O seio coronário recebe ainda a veia média do coração, que percorre de


baixo para cima o sulco interventricular posterior e a veia pequena do
coração que margeia a borda direita do coração.

Há ainda veias mínimas, muito pequenas, as quais desembocam


diretamente nas cavidades cardíacas.

Inervação:

A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca que provém


de nervos situados fora do coração e outra intrínseca que constitui um
sistema só encontrado no coração e que se localiza no seu interior.

A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é,


simpático e parassimpático.

Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo três


cervicais e quatro ou cinco torácicos.

As fibras parassimpáticas que vão ter ao coração seguem pelo nervo vago
(X par craniano), do qual derivam nervos cardíacos parassimpáticos, sendo
dois cervicais e um torácico.

Fisiologicamente o simpático acelera e o parassimpático retarda os


batimentos cardíacos.

A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a razão dos


batimentos contínuos do coração. É uma atividade elétrica, intrínseca e
rítmica, que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas
especializadas, chamadas células auto-rítmicas (marca passo cardíaco), por
serem auto-excitáveis.

A excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial (SA), situado na parede


atrial direita, inferior a abertura da veia cava superior. Propagando-se ao
longo das fibras musculares atriais, o potencial de ação atinge o nodo
atrioventricular (AV), situado no septo interatrial, anterior a abertura do
seio coronário. Do nodo AV, o potencial de ação chega ao feixe
atrioventricular (feixe de His), que é a única conexão elétrica entre os
átrios e os ventrículos. Após ser conduzido ao longo do feixe AV, o potencial
de ação entra nos ramos direito e esquerdo, que cruzam o septo
interventricular, em direção ao ápice cardíaco. Finalmente, as miofibras
condutoras (fibras de Purkinge), conduzem rapidamente o potencial de
ação, primeiro para o ápice do ventrículo e após para o restante do
miocárdio ventricular.
Sistema Elétrico do Coração
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
a­ A atividade elétrica do coração

Nódulo sinoatrial (SA) ou 
marcapasso ou nó sino­atrial: região 
especial do coração, que controla a 
freqüência cardíaca. Localiza­se perto  
da junção entre o átrio direito e a veia 
cava superior e é constituído por um 
aglomerado de células musculares 
especializadas. A freqüência rítmica 
dessa fibras musculares é de 
aproximadamente 72 contrações por 
minuto, enquanto o músculo atrial se 
contrai cerca de 60 vezes por minuto e 
o músculo ventricular, cerca de 20 
vezes por minuto. Devido ao fato do 
nódulo sinoatrial possuir uma 
freqüência rítmica mais rápida em 
relação às outras partes do coração, os 
impulsos originados do nódulo SA 
espalham­se para os átrios e 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma
ventrículos, estimulando essas áreas tão 
abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed.
Moderna, 1997. rapidamente, de modo que o ritmo do 
nódulo SA  torna­se o ritmo de todo o 
coração; por isso é chamado 
marcapasso.
Sistema De Purkinje ou fascículo átrio­ventricular: embora o impulso cardíaco 
possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração possui um 
sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo átrio­
ventricular, composto de fibras musculares cardíacas especializadas, ou fibras de Purkinje 
(Feixe de Hiss ou miócitos átrio­ventriculares), que transmitem os impulsos com uma 
velocidade aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal, cerca de 2 
m por segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no músculo cardíaco.

b­ Controle Nervoso do Coração 

Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa 
continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser 
muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso 
é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas 
parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes 
efeitos sobre o coração: (1) diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos; (2) 
diminuição da força de contração do músculo atrial; (3) diminuição na velocidade de 
condução dos impulsos através do nódulo AV (átrio­ventricular) , aumentando o período de 
retardo entre a contração atrial e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo sangüíneo através 
dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco.
Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo­se que a estimulação 
parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é 
reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do 
corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de 
repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.
A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o 
coração: (1) aumento da freqüência cardíaca, (2) aumento da força de contração, e (3) 
aumento do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da 
nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo­se que a 
estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes 
aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário 
quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor 
excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sangüíneo através do sistema 
circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o 
mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco 
quando necessário.
Os neurônios pós­ganglionares do sistema nervoso simpático secretam 
principalmente noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos.  A 
estimulação simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas 
adrenais ou supra­renais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento cardíaco 
acelerado), aumento da pressão arterial e da freqüência respiratória, aumento da secreção do 
suor, da glicose sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sangüíneos 
da pele.
O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós­ganglionares do sistema nervoso 
parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, geralmente 
com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação 
parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos), 
diminuição da pressão arterial e da freqüência respiratória, relaxamento muscular e outros 
efeitos antagônicos aos da adrenalina.
Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior  aumenta a pressão arterial e a 
freqüência cardíaca, enquanto que a estimulação da área pré­óptica, na porção anterior do 
hipotálamo, acarreta efeitos opostos, determinando notável diminuição da freqüência 
cardíaca e da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos centros de controle 
cardiovascular da porção inferior do tronco cerebral, e daí passam a ser transmitidos através 
do sistema nervoso autônomo.
 
Fatores que aumentam a freqüência Fatores que diminuem a freqüência
cardíaca cardíaca
Queda da pressão arterial Aumento da pressão arterial
inspiração expiração
excitação tristeza
raiva
dor
hipóxia (redução da disponibilidade de
oxigênio para as células do organismo)
exercício
adrenalina
febre

Eletrocardiograma (ECG)

O trabalho cardíaco produz sinais elétricos que 
passam para os tecidos vizinhos e chegam à pele. Assim, 
com a colocação de eletrodos no peito, podemos gravar 
as variações de ondas elétricas emitidas pelas contrações 
do coração. O registro dessas ondas pode ser feito numa 
tira de papel ou num monitor e é chamado de 
eletrocardiograma (ECG).
No coração normal, um ciclo completo é 
representado por ondas P, Q, R, S, T, com duração total 
menor do que 0,8 segundos.

Neste gráfico se distingue uma 
onda P que corresponde à contração das 
aurículas, e um consecutivo complexo 
QRS determinado pela contração dos 
ventrículos. Conclui o ciclo uma onda T. 
Muitas alterações cardíacas determinam 
uma modificação da onda 
eletrocardiográfica normal, de modo que o 
eletrocardiograma representa um precioso 
meio de diagnóstico.

Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma


abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo,
Ed. Moderna, 1997.

ECG normal
Imagem: 2° vestibular UnB/DF 2001

A figura II representa um ciclo cardíaco. Se o tempo estimado em cada quadrante é 
de  0,2 segundos (mostrado na figura I) e um ciclo compreende 5 quadrantes, em 60 
segundos (1 minuto), teremos a freqüência de 60 ciclos ou batimentos por minuto (0,2 
segundos x 5 = 1 segundo = 1 ciclo; em 60 segundos teremos 60 ciclos).

 Circulação pulmonar e circulação sistêmica

A circulação sangüínea humana 
pode ser dividida em dois grandes 
circuitos: um leva sangue aos pulmões, 
para oxigená­lo, e outro leva sangue 
oxigenado a todas as células do corpo. Por 
isso se diz que nossa circulação é dupla. 
O trajeto “coração (ventrículo direito) 
pulmões  coração (átrio esquerdo)” é 
denominado circulação pulmonar ou 
pequena circulação. O trajeto “coração 
(ventrículo esquerdo)  sistemas 
corporais  coração (átrio direito)” é 
denominado circulação sistêmica ou 
grande circulação. 
Circulação pulmonar:
Ventrículo direito  artéria 
pulmonar  pulmões  veias 
pulmonares  átrio esquerdo.
Circulação sistêmica:
Ventrículo esquerdo  artéria aorta 
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo  sistemas corporais  veias cavas 
Multimídia.
átrio direito. 

VASOS SANGÜÍNEOS
Os vasos sangüíneos são de três tipos básicos: artérias, veias e capilares.
a­ Artérias: são vasos de parede espessa que saem do coração levando sangue para 
os órgãos e tecidos do corpo. Compõem­se de três camadas: a mais interna, chamada 
endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a mediana, constituída por 
tecido muscular liso; a mais externa, formada por tecido conjuntivo, rico em fibras 
elásticas.
Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos e penetra nas artérias, elas se 
relaxam e se dilatam, o que diminui a pressão sangüínea, Caso as artérias não se relaxem o 
suficiente, a pressão do sangue em seu interior sobe, com risco de ruptura das paredes 
arteriais. Assim, a cada sístole ventricular é gerada uma onda de relaxamento que se 
propaga pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas. Durante a 
diástole ventricular, a pressão sangüínea diminui. Ocorre, então, contração das artérias, o 
que mantém o sangue circulando até a próxima sístole.
Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue 
contra a parede das artérias. Em um adulto com boa saúde, a 
pressão nas artérias durante a sístole ventricular – pressão 
sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg 
(milímetros de mercúrio). Durante a diástole, a pressão 
diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a pressão 
diastólica ou mínima. O ciclo de expansão e relaxamento 
arterial, conhecido como pulsação, pode ser percebido 
facilmente na artéria radial do pulso ou na artéria carótida do 
pescoço. A pulsação corresponde às variações de pressão 
sangüínea na artéria durante os batimentos cardíacos. As 
pressões arteriais máxima e mínima podem ser detectadas 
nas artérias do braço e medidas com um aparelho chamado 
esfigmomanômetro, representado abaixo e ao lado.
(a) A 
pressão na bolsa 
de ar maior que 
120 mmHg 
interrompe o 
fluxo sangüíneo 
para o braço. 
Com o 
estetoscópio, o 
examinador 
verifica que não 
há passagem de 
sangue pela 
artéria.
(b) A 
pressão na bolsa 
de ar entre 80 e 
120 mmHg 
permite o fluxo 
de sangue 
durante a sístole. 
O som da 
passagem de 
sangue é audível 
no estetoscópio. 
A pressão 
mostrada nesse 
momento é a 
pressão máxima 
ou sistólica.
(c) A pressão na bolsa de ar 
menor que 80 mmHg permite fluxo de 
sangue durante a diástole; os sons são 
audíveis no estetoscópio. Essa é a 
pressão mínima ou diastólica.

b­ Capilares sangüíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades 
das arteríolas às extremidades das vênulas. A parede dos capilares possui uma única camada 
de células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.
Quando o sangue passa pelos capilares, parte do líquido que o constitui atravessa a 
parede capilar e espalha­se entre as células próximas, nutrindo­as e oxigenando­as. As 
células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no líquido extravasado, 
denominado líquido tissular. A maior parte do líquido tissular é reabsorvida pelos próprios 
capilares e reincorporada ao sangue. Apenas 1% a 2% do líquido extravasado na porção 
arterial do capilar não retorna à parte venosa, sendo coletado por um sistema paralelo ao 
circulatório, o sistema linfático, quando passa a se chamar linfa e move­se lentamente 
pelos vasos linfáticos, dotados de válvulas.
 Na 
porção 
arterial do 
capilar, a 
pressão do 
sangue é 
maior que a 
pressão 
osmótica do 
plasma ð 
saída de água 
contendo 
substâncias 
dissolvidas.
 Na 
porção 
venosa do 
capilar, a 
pressão do 
sangue é 
reduzida, 
tornando­se 
menor que a 
pressão 
osmótica do 
plasma ð 
retorno de 
fluido para o 
interior do 
capilar.
c­ Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. 
A parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A diferença, 
porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que suas 
correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de maior calibre 
apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue e garante sua 
circulação em um único sentido.
Depois de passar pelas arteríolas e capilares, a pressão sangüínea diminui, atingindo 
valores muito baixos no interior das veias. O retorno do sangue ao coração deve­se, em 
grande parte, às contrações dos músculos esqueléticos, que comprimem as veias, fazendo 
com que o sangue desloque­se em seu interior. Devido às válvulas, o sangue só pode seguir 
rumo ao coração.

Imagens: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia.

ALGUNS DISTÚRBIOS CARDÍACOS


Sopro no coração 

É uma alteração no fluxo do sangue 
dentro do coração provocada por 
problemas em uma ou mais válvulas 
cardíacas ou por lesões nas paredes das 
câmaras. Na maioria das vezes, não 
existem seqüelas. No entanto, quando o 
sopro é muito forte, decorrente de lesões 
nas paredes das câmaras, ele certamente 
precisará ser tratado, pois um volume 
considerável de sangue sem oxigênio irá 
se misturar com o sangue que já foi 
oxigenado. 
Algumas pessoas já nascem com 
válvulas anormais. Outras vão apresentar 
esse tipo de alteração por causa de males 
Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf
como a febre reumática, a insuficiência 
cardíaca e o infarto, que podem modificar 
as válvulas.
Sintomas: Sopros são caracterizados por ruídos anormais, percebidos quando o 
médico ausculta o peito  e ouve um som semelhante ao de um fole. O problema pode ser 
diagnosticado de maneira mais precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo 
sangüíneo dentro do coração.
Tratamento: Como existem várias causas possíveis, o médico precisa ver o que está 
provocando o problema antes de iniciar o tratamento — que vai desde simples 
medicamentos até intervenções cirúrgicas para conserto ou substituição das válvulas, que 
poderão ser de material biológico ou fabricadas a partir de ligas metálicas.
Prevenção: Não há uma maneira de prevenir o sopro. Mas existem formas de evitar 
que ele se agrave. Para isso, é importante que você saiba se tem ou não o problema, 
realizando exames de check­up.

 Infarto do miocárdio

É a morte de uma área do músculo cardíaco, cujas células ficaram sem receber 
sangue com oxigênio e nutrientes.
A interrupção do fluxo de sangue para o 
coração pode acontecer de várias maneiras. A 
gordura vai se acumulando nas paredes das 
coronárias (artérias que irrigam o próprio 
coração). Com o tempo, formam­se placas,  
impedindo que o sangue flua livremente. Então, 
basta um espasmo — provocado pelo estresse — 
para que a passagem da circulação se feche. 
Também pode ocorrer da placa crescer tanto que 
obstrui o caminho sangüíneo completamente, ou 
seja, pode acontecer por entupimento ­ quando as 
placas de gordura entopem completamente a 
artéria, o sangue não passa. Dessa forma, as 
Imagem: células no trecho que deixou de ser banhado pela 
www.unifesp.br/dmed/cardio/ch/cardio.htm circulação acabam morrendo. A interrupção da 
passagem do sangue nas artérias coronárias 
também pode ocorrer devido contração de uma 
artéria parcialmente obstruída ou à formação de 
coágulos (trombose).
Sintomas: O principal sinal é a 
dor muito forte no peito, que pode se 
irradiar pelo braço esquerdo e pela 
região do estômago.
Prevenção: Evite o cigarro, o 
estresse, os alimentos ricos em 
colesterol e o sedentarismo, que são os 
principais fatores de risco. Também 
não deixe de controlar a pressão 
arterial.
Tratamento: Em primeiro lugar, 
deve­se correr contra o relógio, 
procurando um atendimento imediato 
— a área do músculo morta cresce feito 
uma bola de neve com o passar do 
tempo. Se ficar grande demais, o 
coração não terá a menor chance de se 
recuperar. Conforme a situação, os 
médicos podem optar pela angioplastia, 
em que um catéter é introduzido no 
braço e levado até a coronária entupida. 
Ali, ele infla para eliminar o obstáculo 
gorduroso. Outra saída é a cirurgia: os 
médicos constroem um desvio da área 
Imagem: infartada — a ponte — com um pedaço 
www.saludhoy.com/htm/homb/articulo/infarca1.html
da veia safena da perna ou da artéria 
radial ou das artérias mamárias.
 Revascularização do miocárdio: durante a cirurgia um vaso sangüíneo, que pode 
ser a veia safena (da perda), a artéria radial (do braço) e/ou as artérias mamárias (direita ou 
esquerda) são implantadas no coração, formando uma ponte para normalizar o fluxo 
sangüíneo. O número de pontes pode variar de 1 a 5, dependendo da necessidade do 
paciente.

Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf
Imagens: www.geocities.com/HotSprings/Villa/1298/heartmate.html

 Cateterismo (angioplastia por stent):

1- Para ver o local da 2- Identificada a área 3- Além de esmagar a placa de


obstrução, é inserido um obstruída, coloca-se um fio obstrução, o balão, quando
cateter (tubo com um visor) através do cateter. Há um cheio, monta o stent. A tela de
que identifica até onde o balão vazio nesse fio, que é aço, já montada, cola na
sangue ainda chega dentro da inflado no local de bloqueio, parede interna da artéria e
artéria. esmagando as placas que impede que esta se feche.
provocaram o entupimento.
Uma evolução: o stent (tela de
aço inoxidável) acompanha o
balão e consegue aumentar a
eficácia do procedimento.

4- O balão que acompanhou o 5- Depois de instalado o stent,


fio durante a angioplastia Não pode ser usada em:
o fio é retirado junto com o
esvazia e é retirado da artéria. tubo do catéter que lhe deu • pessoas com mais de 
Mas o stent permanece. No passagem. As chances de
momento em que o balão seca, sucesso da angioplastia com 80 anos; 
o sangue volta a circular stent chegam a 98%.
normalmente. • pacientes que sofrem 
de doenças 
hemorrágicas; 
• quem fez a cirurgia nos 
últimos 6 meses; 
• quem sofreu derrame 
cerebral nos últimos 
dois anos. 
 
Imagem e conteúdo da tabela: www.santalucia.com.br/hemodinamica/angioplastia.htm

Aterosclerose

Doença devida ao aparecimento, nas paredes das artérias, de depósitos contendo 
principalmente LDL colesterol (“mau colesterol”), mas também pequenas quantidades de 
fosfolipídios e gorduras neutras (placas de ateroma). Trabalhos recentes indicam que o LDL 
se acumula no interior das paredes dos vasos, onde seus componentes se oxidam e sofrem 
outras alterações. Os componentes alterados dão origem a uma resposta inflamatória que 
altera progressiva e perigosamente os vasos. Gradualmente desenvolve­se fibrose dos 
tecidos situados ao redor ou no interior dos depósitos gordurosos e, freqüentemente, a 
combinação do cálcio dos líquidos orgânicos com gordura forma compostos sólidos de 
cálcio que, eventualmente, se desenvolve em placas duras, semelhantes aos ossos. Dessa 
forma, no estágio inicial da aterosclerose aparecem apenas depósitos gordurosos nas paredes 
dos vasos, mas nos estágios terminais os vasos podem tornar­se extremamente fibróticos e 
contraídos, ou mesmo de consistência óssea dura, caracterizando uma condição chamada 
arteriosclerose ou endurecimento das artérias.
Imagem: www.unifesp.br/dmed/cardio/ch/cardio.htm

Descobertas recentes indicam que os efeitos protetores do HDL colesterol (“bom 
colesterol”) derivam não só da remoção do LDL colesterol dos vasos, mas também por 
interferirem na oxidação de LDL.
A aterosclerose muitas vezes cauda oclusão coronária aguda, provocando infarto do 
miocárdio ou "ataque cardíaco".
Prevenção:Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol (presente 
apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, fazer exercícios físicos.

Arritmia

Toda vez que o coração sai do 
ritmo certo, diz­se que há uma arritmia. 
Ela ocorre tanto em indivíduos 
saudáveis quanto em doentes. Várias 
doenças podem dispará­la, assim como 
fatores emocionais — o estresse, por 
exemplo, é capaz de alterar o ritmo 
cardíaco.
Os batimentos perdem o 
compasso de diversas maneiras. A 
bradicardia ocorre quando o coração 
passa a bater menos de 60 vezes por 
minuto — então, pode ficar lento a 
ponto de parar. Já na taquicardia 
chegam a acontecer mais de 100 
batimentos nesse mesmo período. 
A agitação costuma fazê­lo 
tremer, paralisado, em vez de contrair e 
relaxar normalmente. Às vezes surgem 
novos focos nervosos no músculo 
Imagem: Revista Saúde é Vital
cardíaco, cada um dando uma ordem 
para ele bater de um jeito. No caso, 
também pode surgir a parada cardíaca.
 Sintomas: Na taquicardia, o principal sintoma é a palpitação. Nas bradicardias 
ocorrem tonturas e até desmaios.
Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf

Tratamento: Em alguns casos, os médicos simplesmente receitam remédios. Em 
outros, porém, é necessário apelar para a operação. Hoje os cirurgiões conseguem implantar 
no coração um pequeno aparelho, o marca­passo, capaz de controlar os batimentos 
cardíacos.
Prevenção: Procure um médico ao sentir qualquer sintoma descrito acima. Além 
disso, tente diminuir o estresse no seu dia­a­dia.Reduzir o peso e a ingestão de gorduras 
saturadas e colesterol (presente apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, 
fazer exercícios físicos.

Arteriosclerose ou Arterioesclerose

Processo de espessamento e endurecimento da parede das artérias, tirando­lhes a 
elasticidade. Decorre de proliferação conjuntiva em substituição às fibras elásticas. Pode 
surgir como conseqüência da aterosclerose (estágios terminais) ou devido ao tabagismo. O 
cigarro, além da nicotina responsável pela dependência, tem cerca de 80 substâncias 
cancerígenas e outras radioativas, com perigos genéticos. Investigações epidemiológicas 
mostram que esse vício é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema 
pulmonar, 80% dos casos de câncer do pulmão e 25% dos casos de infarto do miocárdio. 
Além disso, segundo pesquisas, os fumantes têm risco entre 100% e 800% maior de contrair 
infecções respiratórias bacterianas e viróticas, câncer da boca, laringe, esôfago, pâncreas, 
rins, bexiga e colo do útero, como também doenças do sistema circulatório, como 
arteriosclerose, aneurisma da aorta e problemas vasculares cerebrais. A probabilidade de 
aparecimento desses distúrbios tem relação direta com o tempo do vício e sua intensidade. 
O cigarro contrai as artérias coronárias e, ao mesmo tempo, excita excessivamente o 
coração; também favorece a formação de placas de ateroma (aumento de radicais livres).
Prevenção:  Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol, parar de 
fumar, fazer exercícios físicos.

Hipertensão

O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracteriza­se por uma pressão 
sistólica superior a 14cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão diastólica 
superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os vasos 
sangüíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais (causando 
insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode também 
determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência.
Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão defende 
que a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores, alguns 
deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam, exercendo 
ação recíproca e sinérgica.  Veja na tabela a seguir o “peso” de cada um desses ingredientes:
Etnia ou raça:Por motivos também de ordem
Genética: fatores genéticos podem predispor à
genética talvez, a hipertensão incida mais e de
hipertensão.
forma mais severa sobre negros.
Sexo:Os homens têm mais propensão à
pressão alta do que as mulheres antes da Idade:A maioria dos estudos mostra que a
menopausa. Depois empatam ou pode haver hipertensão afeta 50% da população com
até ligeira predominância feminina. Os idade acima de 60 anos. Isso depende do
especialistas estão cada vez mais convencidos grupo étnico e do sexo. O mais comum nesses
de que a reposição hormonal de estrógenos casos é a elevação da pressão máxima, sem
após a menopausa pode prevenir a que ocorra o aumento da mínima, que é
hipertensão, como faz com outras doenças decorrente do enrijecimento das artérias.
cardiovasculares e com a osteoporose.
Como fatores genéticos, podemos citar:
• alta concentração de cálcio na membrana das células (defeito 
primário): aumenta a contração da musculatura lisa das artérias, fazendo­as se 
fecharem, o que diminui a passagem de sangue, resultando na hipertensão essencial 
ou primária (fator genético; 
• aumento da concentração de sódio nas paredes das artérias, fazendo­
as se fecharem cada vez mais (fator genético); 
Além dos fatores incontroláveis, descritos anteriormente, obesidade, excesso de sal, 
álcool, fumo, vida sedentária, estresse e taxas elevadas de colesterol (LDL) são fatores que 
favorecem a elevação da pressão arterial.
O uso de anticoncepcionais orais (pílulas anticoncepcionais) também é um fator que 
predispõe mais as mulheres à hipertensão.
O cigarro e níveis elevados de colesterol (LDL) também estão entre os elementos de 
risco: cerca de 70% do colesterol existente no homem é produzido pelo próprio organismo, 
no fígado. O restante provém da alimentação, dos produtos de origem animal. Por isso, o 
distúrbio pode ter origem externa, resultante principalmente de dietas erradas e vida 
sedentária, ou interna, de causa genética. A conseqüência direta é a aterosclerose, que 
dificulta ou, às vezes, impede o fluxo sangüíneo na região.
O uso abusivo de descongestionantes nasais e medicamento em spray para asma 
também aumentam as chances de hipertensão.
Pessoas diabéticas têm tendência a desenvolver hipertensão e outras doenças que 
atingem o coração.
Prevenção:

• dieta hipossódica (com pouco sal) e hipocalórica (sem 
excesso de calorias); 
• redução de peso; 
• prática de exercícios físicos aeróbicos (de baixa intensidade e 
longa duração) ou isotônicos (com grande movimentação 
dos membros). Sedentários devem procurar um cardiologista 
antes de iniciar qualquer tipo de exercício; 
• dieta balanceada rica em vegetais e frutas frescas e pobre em 
gorduras saturadas e colesterol; 
• medir periodicamente (a cada seis meses) a pressão arterial e 
tratar o diabetes (quando for o caso); 
• eliminar ou reduzir o fumo e, nos casos de mulheres 
hipertensas, eliminar o uso de contraceptivos orais (são uma 
bomba para o coração quando associados ao cigarro); 
• reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas; 
• consultar o médico regularmente 

Sangue
O sangue humano é constituído por um líquido amarelado, o plasma, e por células e 
pedaços de células, genericamente denominados elementos figurados.

a­ Plasma:

b­Elementos Figurados:

b­1­ Eritrócitos (glóbulos vermelhos ou 
hemácias): transporte de oxigênio dos pulmões 
para os tecidos, através da hemoglobina. São 
produzidas no interior dos ossos, a partir de 
células da medula óssea vermelha, como 
apresentado a seguir:
 Gênese ou produção de hemácias pela medula óssea: hemocitoblasto  eritroblasto 
basófilo  eritroblasto policromatófilo  normoblato  reticulócito  eritrócito.
Durante os estágios iniciais, as células dividem­se muitas vezes e mudam de cor, 
devido à progressiva formação de maiores e maiores quantidades de hemoglobina. No 
estágio de normoblasto, o núcleo se degenera e a célula transforma­se num reticulócito. É 
nesse estágio que geralmente a célula deixa a medula óssea. O reticulócito contém ainda 
pequenos filamentos de retículo endoplasmático e continua a produzir pequenas quantidades 
de hemoglobina. Contudo, o retículo degenera dentro de um ou dois dias e se transforma 
numa célula madura: o eritrócito, que circula pelo sangue durante aproximadamente 120 
dias, antes de ser destruído.
Destruição das hemácias pelo baço: Porção globina (grupo protéico – formado por 
aminoácidos): digerido e reaproveitado.
Porção heme (grupo prostético – formado por átomos de ferro): a hemoglobina 
liberada das células que se fragmentam é fagocitada e digerida quase imediatamente, 
liberando ferro na corrente sangüínea, para ser conduzido para a medula óssea (para a 
produção de novas células vermelhas) e para o fígado (produção do pigmento biliar 
bilirrubina).
A redução de glóbulos vermelhos no sangue (eritropenia) ou a queda na concentração 
de hemoglobina chama­se anemia, caracterizada por cansaço e deficiência respiratória. A 
anemia pode ter diversas causas:
 
 Anemias   carenciais
   :  surgem por deficiência de determinados nutrientes na dieta, 
como ferro, vitamina B12 e ácido fólico. A anemia provocada pela falta de ferro é chamada 
ferropriva; pela falta de vitamina B12 é a anemia perniciosa.
Anemias espoliativas: são resultado da perda de sangue causada por algumas 
doenças, como amebíase, amarelão, úlcera e gastrite.
Anemias hereditárias: são de base genética. Na 
talassemia ou “anemia do Mediterrâneo”, há desequilíbrio 
na produção de cadeias beta da hemoglobina, causando a 
produção deficiente de moléculas normais.
A anemia falciforme resulta da substituição de um 
único aminoácido na cadeia beta (ácido glutâmico por 
valina) da hemoglobina. Submetidas a baixas concentrações 
de oxigênio, as hemácias adquirem o aspecto de uma foice e 
são destruídas.
 Anemias aplásticas: são originadas de doenças que comprometem a medula óssea 
vermelha, acarretando diminuição na produção de glóbulos vermelhos e demais células do 
sangue. Ex: leucemia.
 O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma 
adaptação fisiológica do organismo a locais de altitude elevada, onde o ar é rarefeito. Como 
a saturação de oxigênio é menor que ao nível do mar e a saturação de hemoglobina 
permanece normal, determinando diminuição da oferta de oxigênio nos tecidos. Como 
adaptação fisiológica, ocorre secreção de eritropoetina pelos rins, estimulando a medula 
óssea a produzir mais hemoglobina e mais glóbulos vermelhos. O aumento da quantidade 
dessas células eleva a capacidade de captação de oxigênio pelo ar.
b­2­ Leucócitos (glóbulos brancos): são células especializadas na defesa do 
organismo, combatendo vírus, bactérias e outros agentes invasores que penetram no corpo
Denomina­se leucocitose o fenômeno em que o número de leucócitos sobe acima de 
10.000/mm³ de sangue e leucopenia quando desce abaixo de 2.000/mm³ de sangue. Na 
leucemia (câncer de leucócitos) encontramos mais de 100 mil leucócitos/mm³ de sangue. A 
leucocitose geralmente ocorre devido a uma infecção, enquanto a leucopenia predispõe o 
organismo a infecções.
 Os leucócitos também são produzidos na medula óssea e são apresentados na tabela 
a seguir:
Classificação dos leucócitos
Agranulócitos (não
Granulócitos (apresentam grânulos no
apresentam grânulos no
citoplasma)
citoplasma)

Monócit
Neutrófilo Eosinófilo Basófilo Linfócito
o

Grânulos
Núcleo muito
citoplasmáticos Núcleo em
Núcleo condensado,
Característica Núcleo muito grandes, forma de
geralmente ocupando
geral bilobulado chegando a rim ou
trilobulado. quase toda a
mascarar o ferradura
célula
núcleo
Função Fagocitar Fagocitar Liberar heparina Linfócitos T Fagocitar
elementos apenas (anticoagulante) auxiliares ou bactérias,
estranhos ao determinados e histamina células de vírus e
organismo elementos. Em (substância “memória fungos
doenças vasodilatadora imunológica”
alérgicas ou liberada em orientam os
provocadas por processos linfócitos B na
parasitas alérgicos) produção de
intestinais há anticorpos;
aumento do linfócitos T
número dessas supressores
células determinam o
momento de
parar a
produção dos
anticorpos;
linfócitos T
citotóxicos que
produzem
substâncias
que mudam a
permeabilidade
das células
invasoras
(bactérias) ou
de células
cancerosas,
provocando sua
morte.
Linfócitos B,
que formarão
os plasmócitos
do tecido
conjuntivo, são
os
responsáveis
pela produção
de anticorpos
específicos no
combate
imunológico
aos antígenos
invasores.
Nº aproximado
4.800 240 80 2.400 480
em cada mm3
 
Os monócitos do sangue podem atravessar por diapedese (movimento das células da 
defesa para fora dos vasos sangüíneos) os vasos sangüíneos e alojar­se em outros tecidos, 
dando   origem  a   diferentes   tipos  celulares,  que  têm   em   comum  a   grande   capacidade   de 
fagocitose: nos tecidos conjuntivos de propriedades gerais dão origem aos macrófagos; no 
fígado, às células de Kupffer; no tecido nervoso, às células micróglias.
 

Hemocitopoese 
(Hematopoese)   é   o 
processo   de   formação, 
maturação   e   liberação 
na   corrente   sanguínea 
das células do sangue. 
O   tecido   conjuntivo 
hemocitopoético,   ou 
tecido   reticular,   é 
produtor   das   duas 
linhagens   de   glóbulos: 
leucócitos   e   hemácias. 
Esse tecido aparece no 
baço,   no   timo   e   nos 
nódulos   linfáticos, 
recebendo   o   nome   de 
tecido   linfóide.   No 
interior   da   medula 
óssea   vermelha,   esse 
tecido   é   chamado 
mielóide, ocupando os 
espaços   entre   lâminas 
ósseas   que   formam   o 
osso esponjoso.
As   células   sanguíneas   formam­se   originalmente,   das   chamadas  células­tronco 
pluripotentes  da medula óssea vermelha que, em ativa proliferação, podem produzir as 
duas diferentes linhagens celulares, a linfóide e a mielóide. 
As células linfóides vão originar a linhagem dos linfócitos, enquanto as mielóides 
produzirão hemácias, os outros leucócitos e as plaquetas.

b­3­ Plaquetas ou trombócitos: são minúsculos discos redondos ou ovais, de cerca 
de 2 mm de diâmetro que participam do processo de coagulação sangüínea. Representam 
fragmentos de megacariócitos, que são células brancas extremamente grandes formadas na 
medula óssea. Os megacariócitos desintegram­se, formando plaquetas, enquanto ainda estão 
na   medula   óssea,   liberando   depois   as   plaquetas   no   sangue.   A   concentração   normal   de 
plaquetas no sangue situa­se em torno de 200.000 a 400.000 por mililitro de sangue.
Na  trombocitopenia  ocorre   redução   do   número   de   plaquetas   circulantes,   o   que 
predispõe o paciente a um grande número de minúsculos pontos hemorrágicos na pele e nos 
tecidos profundos, uma vez que o método de tamponamento plaquetário para interromper 
pequenas   hemorragias   vasculares   se   torna   deficiente.   Pessoas   com   trombocitopenia   têm 
também tendência a sangrar do mesmo modo que os hemofílicos. A trombocitopenia pode 
ser   determinada   geneticamente,   porém   a   maioria   dos   casos   é   resultante   de   intoxicação 
(toxinas, agrotóxicos) ou medicamentos.
Na trombocitose ocorre aumento do número de plaquetas circulantes, podendo levar 
à   formação   de   trombos   (coágulos),   predispondo   o   indivíduo   à   trombose,   que   é   a 
solidificação   do   sangue   dentro   do   coração   ou   dos   vasos.   Geralmente   é   determinada 
geneticamente.

Coagulação sangüínea

Mecanismos da Hemostasia (impedimento de perda sangüínea):

(1)  espasmo   vascular:  imediatamente   após   a   ruptura   ou   o 


corte de um vaso sangüíneo ocorre vasoconstrição (contração) do 
vaso sangüíneo lesado.
(2)  formação de tampão
   plaquetário
    :   acúmulo de plaquetas 
para formar um tampão plaquetário no vaso lesado (adesividade das 
plaquetas no local da lesão e aderência das plaquetas entre si).
(3)  coagulação   sangüínea:   substâncias   ativadoras   provenientes   tanto   da   parede 
vascular traumatizada quanto das plaquetas (entre elas, a enzima tromboplastina) dão início 
a uma complexa rede de reações químicas em cascata (ou em cadeia) que, na presença de 
íons   cálcio,   culmina   na   conversão   da   proteína   plasmática   protrombina   em   enzima   ativa 
trombina. A trombina, por sua vez, converte o fibrinogênio em fibrina, que forma uma rede 
de filamentos que retém plaquetas, células sangüíneas e plasma, formando o coágulo. 
A síntese de alguns fatores de coagulação (como protrombina) ocorre no fígado e é 
dependente   de   vitamina   K,   cuja   deficiência   pode   provocar   hemorragias.   De   forma 
semelhante, para a conversão de protrombina em trombina é necessária a presença de íons 
cálcio.   Conseqüentemente,   a   falta   de   vitamina   K   e/ou   de   cálcio   pode   comprometer   a 
coagulação sangüínea, resultando em tendência a hemorragias.
OBS.: os fatores de coagulação do sangue (mais de 12) são, em sua maioria, formas 
inativas de enzimas proteolíticas. Quando convertidas nas suas formas ativas, suas reações 
enzimáticas causam as sucessivas reações em cascata do processo de coagulação.
(4) regeneração: crescimento de tecidos fibrosos no coágulo sangüíneo para obturar o 
orifício do vaso
 
A hemofilia é uma doença hereditária que afeta a coagulação do sangue devido à não 
produção de algum fator de coagulação. Como a coagulação é uma reação em cascata, a 
falta de qualquer componente provoca interrupção do processo.

O COLESTEROL
O colesterol é um membro da família dos lipídios esteróides e, na sua forma pura, é 
um sólido cristalino, branco, insípido e inodoro. Apesar da má fama, o colesterol é um 
composto essencial para a vida, estando presente nos tecidos de todos os animais. Além de 
fazer parte da estrutura das membranas celulares, é também um reagente de partida para a 
biossíntese de vários hormônios (cortisol, aldosterona, testosterona, progesterona, estradiol), 
dos sais biliares e da vitamina D. 
É obtido por meio de síntese celular (colesterol endógeno ­70%) e da dieta (colesterol 
exógeno­ 30%). Exceto em pessoas com alterações genéticas do metabolismo do colesterol, 
o excesso dele no sangue resulta dos péssimos hábitos alimentares que possuímos (que são 
adquiridos desde a infância) e que nos levam a grande ingestão de colesterol e gorduras 
saturadas (geralmente de origem animal).
O colesterol endógeno é sintetizado pelo fígado, em um processo regulado por um 
sistema compensatório: quanto maior for a ingestão de colesterol vindo dos alimentos, 
menor é a quantidade sintetizada pelo fígado. 
Como é insolúvel em água e, conseqüentemente, no sangue, para ser transportado na 
corrente sanguínea liga­se a algumas proteínas e outros lipídeos através de ligações não­
covalentes em um complexo chamado lipoproteína. 
Existem vários tipos de lipoproteínas, e estas podem ser classificadas de diversas 
maneiras. O modo pelo qual os bioquímicos geralmente as classificam é baseado em sua 
densidade. Entre estas, estão as "Low­Density Lipoproteins", ou LDL, que transportam o 
colesterol do sítio de síntese ­ o fígado ­ até as células de vários outros tecidos. Uma outra 
classe de lipoproteínas, as "High Density Lipoproteins", ou HDL transportam o excesso de 
colesterol dos tecidos de volta para o fígado, onde é utilizado para a síntese dos sais biliares.
 
LIPOPROTEÍNAS
As lipoproteínas são 
classificadas em várias classes, 
de acordo com a natureza e 
quantidade de lipídeos e 
proteínas que as constituem. 
Dentre as classes de 
lipoproteínas destacam­se: 
•Quilomicrons
: grandes partículas que 
transportam as gorduras 
alimentares e o 
colesterol para os músculos e outros tecidos. 
• Very­Low Density Lipoproteins (VLDL) e Intermediate Density 
Lipoprotein (IDL): transportam triglicerídeos (TAG) e colesterol endógenos do 
fígado para os tecidos. A medida em que perdem triglicerídeos, podem coletar mais 
colesterol e tornarem­se LDL. 
• Low­Density Lipoproteins (LDL): transportam do fígado para os 
tecidos, cerca de 70% de todo o colesterol que circula no sangue. São pequenas e 
densas o suficiente para se ligarem às membranas do endotélio (revestimento interno 
dos vasos sangüíneos. Por esta razão, as LDL são as lipoproteínas responsáveis pela 
aterosclerose (ver O colesterol no sangue) – deposição de placas lipídicas (ateromas) 
nas paredes das artérias. Conseqüentemente, níveis elevados de LDL estão associados 
com os altos índices de doenças cardiovasculares. 
• High­Density Lipoproteins (HDL): é responsável pelo transporte 
reverso do colesterol ou seja, transporta o colesterol endógeno de volta para o fígado. 
O nível elevado de HDL está associado com baixos índices de doenças 
cardiovasculares. 
 
A maior parte do colesterol está ligada a lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e o 
restante, a proteínas de alta densidade (HDL). O colesterol ligado à LDL é o que se deposita 
nas paredes das artérias, quando em excesso. Por isso é denominado “mau colesterol”. Por 
outro lado, o HDL pode ser considerado o "bom colesterol", pois ele retira o LDL colesterol 
da parede das artérias e o transporta para ser metabolizado no fígado, "como se limpasse as 
artérias por dentro", desempenhando assim papel de proteção contra a aterosclerose.
 
VALORES PARA ADULTOS (mg/dL)
DESEJÁVEIS LIMÍTROFES AUMENTADOS
Colesterol total Abaixo de 200 200-240 Acima de 240
LDL*
Abaixo de 130 130-160 Acima de 160
colesterol
HDL colesterol
Acima de 40 35-40 Abaixo de 35

Triglicerídeos Abaixo de150 150-200 Acima de 200


* Se a pessoa já manifestou eventos como infarto, cirurgia de
revascularização, angioplastia ou fez coronariografia que o LDL
precisa ficar abaixo de 130. Se existem fatores de risco associados
como diabetes, hipertensão e fumo, deve ficar abaixo de 100.

 
As lipoproteínas transportam o colesterol no sangue. As LDL levam o colesterol do 
fígado e dos intestinos para diversos tecidos, onde ele é usado para reparar membranas ou 
produzir esteróides. As HDL  transportam o colesterol para o fígado, onde ele é eliminado 
ou reciclado.
 

O COLESTEROL NO SANGUE
1- O 2-
colesterol Nesta
forma um interação,
complexo a LDL
com os pode
lipídeos e acabar
proteínas, sendo
chamado oxidada
lipoproteína. por
A forma que radicais
realmente livres
apresenta presentes
malefício, na célula.
quando em
excesso, é a
LDL.

3- Esta 4- Após
oxidação algum
aciona o tempo
mecanismo cria-se
de defesa, uma placa
desencadeand (ateroma)
o um processo no vaso
inflamatório sanguíneo;
com infiltração sobre esta
de leucócitos. placa,
Moléculas pode
inflamatórias ocorrer
acabam por uma lenta
promover a deposição
formação de de cálcio,
uma capa de numa
coágulos sobre tentativa
o núcleo de isolar a
lipídico. área
afetada.

5- Isto pode
interromper o
fluxo
sanguíneo
normal
(aterosclerose
) e vir a
provocar
inúmeras
doenças
cardíacas. De
fato, a
concentração
elevada de
LDL no
sangue é a
principal
causa de
cardiopatias.

O METABOLISMO DO COLESTEROL

Síntese do colesterol

Nos seres humanos, o colesterol pode ser sintetizado a partir do acetil­CoA. O fígado, 
seguido do intestino, são os principais locais da síntese do colesterol, podendo produzi­lo 
em grandes quantidades. Pode também ser produzido nos testículos, ovários e córtex 
adrenal.

Transporte de colesterol

O colesterol proveniente da dieta, chega ao fígado a partir de quilomícrons 
remanescentes e daí provoca a inibição da síntese da enzima  da HMG­CoA redutase, 
diminuindo com isto a síntese endógena.
Antes de deixar os hepatócitos (células do fígado), o colesterol incorpora­se nas 
lipoproteínas VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa). Estas, na corrente sanguínea, 
recebem  as apoproteínas  E e C2 das HDL (lipoproteína de alta densidade) e, ao passar 
pelos capilares dos tecidos periféricos, são transformadas em IDL (lipoproteína de 
densidade intermediária) e depois em LDL. Em indivíduos normais, aproximadamente 
metade das IDL retornam ao fígado, através dos receptores LDL, por endocitose (LDL e 
IDL contêm apoproteínas que se ligam especificamente aos receptores LDL – 
aproximadamente 1.500 receptores por célula), e os remanescentes IDL são convertidos em 
LDL.
Após ligação com LDL,  a região da membrana contendo o complexo receptor­
lipoproteína, invagina­se, migra através do citoplasma celular  e funde­se lisossomos. A 
LDL é degradada nestas organelas e os ésteres de colesterol hidrolisados pela enzima 
colesterol­esterase lisossômica. O colesterol liberado é ressintetizado a éster dentro da 
célula e pode inibir a produção da redutase dentro de poucas horas, diminuindo com isto, a 
síntese do colesterol intracelular.
 
Regulação da síntese do colesterol

a­ Inibição por “feed­back”: o colesterol proveniente da dieta inibe a síntese de 
colesterol no fígado, mas não no intestino, através da inibição da síntese da HMGCoA 
redutase.
b­ Ritmo circadiano: a síntese de colesterol atinge o pico 6 horas após ter escurecido 
e o mínimo aproximadamente 6 horas após a reexposição à luz. A atividade é regulada ao 
nível da enzima HMGCoA redutase.
c­ Regulação hormonal: insulina aumenta a atividade de HMGCoA redutase 
enquanto glucagon e cortisol inibem a atividade da enzima.

ATEROSCLEROSE E RECEPTORES DE LDL
Para algumas pessoas, exercícios e dieta não são suficientes para diminuir o nível de 
colesterol. Elas sofrem de uma doença genética denominada hipercolesterolemia familiar. 
Estudos indicam que existe um defeito na capacidade das LDL de se ligarem aos receptores, 
e não há inibição por “feed­back” da síntese de colesterol. Sabe­se que na forma grave da 
doença, os níveis sangüíneos de colesterol freqüentemente excedem 700mg/dL, o que 
provoca deposição excessiva de colesterol na parede das artérias. As manifestações clínicas 
incluem nível elevado de LDL (colesterol “ruim”) no plasma, depósitos nos tendões, pele 
(xantomas) e artérias, e, dependendo do caso, podem ocorrer na infância, o que é  
geralmente fatal. 
Esse é um dos vários motivos pelos quais a indústria farmacêutica investe milhões de 
dólares na pesquisa de fármacos capazes de reduzir o nível de colesterol. 
 

ALGUMAS ARMAS QUÍMICAS CONTRA COLESTEROL


Existem 4 tipos de drogas para o tratamento da hipercolesterolemia:
 Inibidores competitivos da HMG-CoA redutase: agem inibindo uma das etapas na
biossíntese do colesterol; também aumentam o número de sítios receptores de LDL no
fígado. Inibidores como a mevinolina (Iovastatina) podem reduzir em 50% os níveis de
colesterol.

  

Misturas de Fibras e Proteínas: conduzem ao aumento do catabolismo do colesterol


com o objetivo de repor a perda de sais biliares. O conseqüente decréscimo do nível sérico
de LDL induz à síntese de receptores LDL (exceto na hipercolesterolemia familiar).
Infelizmente, a queda do colesterol plasmático também induz a síntese da enzima HMG-
CoA redutase, a qual eleva a biossíntese do colesterol, resultando numa queda de apenas
15 a 20% do nível sérico do lipídeo
 Sequestradores de ácido biliar: administração de resinas que se ligam aos ácidos
biliares. Reduzem a reabsorção dos ácidos biliares e assim mais colesterol do fígado e das
LDL é desviado para produzir os ácidos biliares. Dessa maneira, diminuem a concentração
de colesterol em 15-20%, por promoverem a conversão de parte do colesterol plasmático
em ácidos biliares.
 Ácido Nicotínico: também conhecido com vitamina B3, esta droga é capaz de
diminuir a concentração de VLDL; o que acaba por reduzir a concentração de LDL e
aumentar a concentração de HDL..
O QUE FAZER NA DIETA: Substituição de ácidos graxos saturados por ácidos graxos
poliinsaturados (ex.: ácido linoleico): são mais rapidamente metabolizados no fígado,
diminuindo a concentração de colesterol plasmático
 
Portanto, concluímos que o uso combinado de medicamentos e dieta poderá resultar 
numa queda plasmática do colesterol de 50 a 60%, de um histórico familiar de 
hipercolesterolemia; alerta a necessidade de instituir o tratamento desde a infância do 
indivíduo como conduta preventiva indispensável.

CONTROLE DA ATIVIDADE DIGESTIVA


A presença de alimento na boca, a simples visão, pensamento ou o cheiro do 
alimento, estimulam a produção de saliva.
Enquanto o alimento ainda está na boca, o sistema nervoso, por meio do nervo vago, 
envia estímulos ao estômago, iniciando a liberação de suco gástrico. Quando o alimento 
chega ao estômago, este começa a secretar gastrina (1), hormônio produzido pela própria 
mucosa gástrica e que estimula a produção do suco gástrico. Aproximadamente 30% da 
produção do suco gástrico é mediada pelo sistema nervoso, enquanto os 70% restantes 
dependem do estímulo da gastrina.
Com a passagem do alimento para o duodeno, a mucosa duodenal secreta outro 
hormônio, a secretina (2), que estimula o pâncreas a produzir suco pancreático e liberar 
bicarbonato.
Ao mesmo tempo, a mucosa duodenal produz colecistocinina (ou CCK) (3), que é 
estimulada principalmente pela presença de gorduras no quimo e provoca a secreção do 
suco pancreático e contração da vesícula biliar (4), que lança a bile no duodeno.
Em resposta ainda ao quimo rico em gordura, o duodeno secreta enterogastrona (5), 
que inibe os movimentos de esvaziamento do estômago, a produção de gastrina e, 
indiretamente, de suco gástrico.
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo,
Ed. Moderna, 1997.

Local de
Hormônio Órgão-alvo Função
produção
Estimula a produção
Gastrina estômago estômago
de suco gástrico.
Estimula a liberação de
Secretina intestino delgado pâncreas
bicarbonato.
Estimula a liberação da
pâncreas e vesícula bile pela vesícula biliar
Colecistocinina intestino delgado
biliar e a liberação de
enzimas pancreáticas.
Inibe o peristaltismo
Enterogastrona intestino delgado estômago estomacal e a
produção de gastrina.

CONTROLE DA GORDURA CORPORAL


Quando o valor calórico dos alimentos ingeridos em um determinado tempo supera o 
total da energia consumida no mesmo período, os alimentos excedentes são convertidos em 
gorduras corporais. Essa conversão acontece mais facilmente quando ingerimos gorduras do 
que quando ingerimos proteínas ou carboidratos.
Enquanto houver glicose disponível, ela será usada, e o metabolismo das gorduras 
será interrompido. O estoque de glicose é representado pelo glicogênio, armazenado no 
fígado e nos músculos. Em um adulto em jejum, o estoque de glicogênio esgota­se dentro de 
12 a 24 horas. A seguir, são consumidas as reservas de gordura e, se necessário, as de 
proteína, posteriormente. As células podem usar até 50% de suas proteínas como fonte de 
energia, antes que ocorra morte celular.

NUTRIÇÃO E SAÚDE
A nutrição é fator essencial na manutenção da saúde. Os hábitos alimentares, ou seja, 
os tipos de alimentos escolhidos pelas pessoas para fazer parte de sua dieta usual, bem como 
o modo de preparar esses alimentos, variam muito de um povo para outro. Encontramos 
essa variedade até dentro de um mesmo país, que pode apresentar diferenças regionais 
quanto à alimentação
Apesar disso, é indispensável que os nutrientes essenciais sejam ingeridos 
diariamente em quantidades adequadas
Os nutrientes presentes nos alimentos podem ser enquadrados em três grupos, de 
acordo com suas funções: plásticos ou estruturais (1), energéticos (2) e reguladores (3).
Os nutrientes plásticos são representados principalmente pelas proteínas, que entram 
na construção de diversas partes da célula. Já os açúcares (carboidratos) e as gorduras 
(lipídios) são predominantemente nutrientes energéticos, uma vez que fornecem a maior 
parte da energia do corpo. Essa divisão, porém, não é rigorosa: nosso organismo pode 
queimar proteínas ingeridas em excesso para obter energia, caso a dieta seja pobre em 
açúcares e gorduras; por outro lado, os açúcares e as gorduras também tomam parte na 
formação de certas estruturas do corpo
Para manter o bom funcionamento de nosso organismo não basta apenas ingerir 
quantidades adequadas de nutrientes plásticos e energéticos. Para que nosso corpo trabalhe 
em harmonia, são necessários nutrientes reguladores, como as vitaminas, que controlam a 
queima de açúcares, a produção de proteínas, a formação dos ossos etc.
Já os sais minerais desempenham tanto funções reguladoras quanto funções 
plásticas.  
Nutrição e Equilíbrio do Corpo
Todos os sistemas de um organismo trabalham em conjunto no sentido de manter 
suas condições internas compatíveis com a vida (homeostase). Uma falha nesse controle 
pode determinar uma doença ou até mesmo a morte do organismo. Todos os processos 
vitais, por mais variados que possam ser, têm apenas uma única finalidade, que é a de 
manter constantes as condições de vida do ambiente interno do corpo. Essa capacidade de 
auto­regulação presente em todas as formas de vida foi denominada homeostase.

 SAIS MINERAIS

Quem tem uma dieta equilibrada entre carnes, vegetais, ovos e leite não precisa se 
preocupar com a falta desses ingredientes químicos. Alguns estão presentes em maior 
quantidade nos vegetais verdes, outros na carne, mas todos são comuns na maioria dos 
alimentos
Vários elementos químicos, como selênio, zinco e cobre são importantes para o bom 
funcionamento do organismo, apesar das quantidades diárias necessárias serem pequenas ­ 
inferiores a 20 mg por dia; por isso, são considerados micronutrientes (nutrientes 
necessários em pequenas quantidades, mas essenciais ao bom funcionamento do 
organismo). Outros elementos, como cálcio, fósforo, enxofre, potássio, sódio, cloro e 
magnésio, são necessários em quantidades relativamente altas, que ultrapassam os 100 mg 
por dia ­ são os macronutrientes
O homem necessita de cerca de 21 elementos químicos diferentes. Desses, a matéria 
viva se constitui principalmente de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Por isso, os 
quatro são chamados de elementos de constituição. O carbono forma a estrutura básica de 
todas as moléculas orgânicas
Os sais minerais podem ser encontrados sob forma não­solúvel, como constituintes 
estruturais de certas partes do corpo (ossos), ou sob a forma solúvel em água, sendo, nesse 
caso, dissociados em seus íons constituintes. É sob a forma de íons que exercem importante 
papel no metabolismo.
 1­ FLÚOR: combina­se com o fosfato de cálcio presente nos dentes, formando 
fluoropatita, muito mais resistente. Com isso os dentes ficam protegidos da ação corrosiva 
dos ácidos produzidos pela fermentação de bactérias da boca, evitando a cárie. É encontrado 
na água fluorada. A ingestão excessiva favorece o aparecimento de manchas nos dentes.
2­ POTÁSSIO: influencia a contração muscular e a atividade dos nervos, sendo o 
principal cátion (íon positivo) intracelular. Participa, juntamente com o sódio e o cloro, da 
manutenção do equilíbrio osmótico celular, ajudando a eliminar água em excesso do corpo e 
regulando o pH do sangue. Atua no metabolismo de carboidratos e proteínas.  É encontrado 
em carnes, leite e muitos tipos de frutas, verduras e legumes. Estudos demonstram que 
dietas ricas em potássio previnem a hipertensão e doenças cardiovasculares; sua deficiência 
ou excesso pode levar a problemas cardíacos.

3­ SÓDIO: principal cátion (íon positivo) do líquido extracelular. Importante no 
balanço de líquidos do corpo (atua na retenção de líquidos corporais); essencial para a 
condução do impulso nervoso. É encontrado no sal de cozinha, em alimentos marinhos, os 
de origem animal e industrializados. O consumo excessivo predispõe à hipertensão e 
sobrecarrega os rins.
4­ COBRE: Atua na integridade cardiovascular e na saúde do SNC, 
funcionando em equilíbrio com o zinco e a vitamina C na formação da 
elastina, uma proteína da pele. Componente de muitas enzimas, dentre 
elas, enzimas respiratórias e enzimas que participam da síntese da 
hemoglobina. Encontrado no fígado, ovos, peixe, mariscos, chocolate, 
trigo integral e feijão. Se o consumo de vitamina C ou ferro for muito alto, 
há interferência no metabolismo do cobre.
5­ MANGANÊS: necessário para a ativação de diversas enzimas; importante no 
mecanismo de amadurecimento celular; ajuda o selênio a eliminar os radicais livres. 
Encontrado em cereais integrais, gema de ovo e vegetais verdes.
6­ CÁLCIO: é o mineral mais abundante no corpo humano, sendo 
componente importante dos ossos e dos dentes. É essencial para a 
coagulação do sangue e necessário ao funcionamento normal de nervos e 
músculos, inclusive o cardíaco, bem como ao funcionamento normal da 
membrana plasmática (permeabilidade seletiva). 
Previne a osteoporose (degeneração óssea que ocorre principalmente em mulheres na 
idade pré e pós­menopausa, devido à redução drástica do estrógeno, hormônio sexual 
feminino responsável, entre outras funções, pela fixação de cálcio nos ossos), coágulos e 
ajuda a reduzir a pressão arterial. Participa da estrutura protéica dos ácidos nucléicos 
(histonas).  É encontrado em vegetais verdes (pouca quantidade), leite e derivados, ostra, 
sardinha, soja. Os sinais de deficiência incluem cãibras, nervosismo, palpitações e unhas 
quebradiças. 
7­ SELÊNIO: faz parte das enzimas destruidoras de radicais livres (glutadiona 
peroxidase, uma enzima antioxidante), moléculas instáveis liberadas durante a produção de 
energia, que estão prontas para se ligarem a quaisquer moléculas que encontram pela frente, 
para roubar elétrons. Os radicais são acusados de causar o envelhecimento e várias doenças, 
como problemas no coração e câncer. Está associado ao metabolismo de gorduras e 
vitamina E. Encontrado na cebola, na castanha­do­pará, na carne, no peixe e frutos do mar 
em geral, em grãos, no leite e na água.
8­ MOLIBDÊNIO: ajuda na eliminação de radicais livres e na conversão das 
gorduras ingeridas em outros outras  facilmente metabolizáveis pelo organismo. 
Indispensável para que o organismo processe o nitrogênio, sendo essencial para o 
funcionamento normal das células. É encontrado em folhas verdes, legumes e cereais.
9­ FERRO: componente da hemoglobina (proteína encontrada nas hemácias, 
responsável pelo transporte de oxigênio), mioglobina e enzimas respiratórias; fundamental 
para a respiração celular. Associado a proteínas e zinco, é essencial durante a fase de 
crescimento e na gravidez.  A vitamina C pode aumentar a absorção de ferro em até 30%.  
Encontrado no fígado, coração, ostras, feijão, carnes, gema de ovo, legumes e vegetais 
verdes. Quantidades excessivas de zinco ou ingestão conjunta com cálcio interferem na 
absorção de ferro. Ferro em excesso aumenta a produção de radicais livres e está associado 
a doenças cardíacas. Sua deficiência provoca anemia, hemorragia intestinal e fluxo 
menstrual excessivo.
10­ ZINCO: componente de muitas enzimas, atua em várias funções metabólicas 
vitais, como digestão,  síntese de proteínas e de ácidos nucléicos, estando relacionado à 
multiplicação celular; mantém os níveis sanguíneos de vitamina A; auxilia na cicatrização 
de ferimentos; faz parte da molécula de muitas enzimas antioxidantes. Encontrado em 
carne, ovos, peixe, crustáceos, leite e legumes, farelo de trigo.
11­ IODO: componente dos hormônios da glândula tireóide, que estimulam o 
metabolismo do corpo e controlam o fluxo de energia; ajuda no metabolismo de gorduras. 
Encontrado em frutos do mar, sal de cozinha iodado e laticínios. Sua carência pode 
acarretar bócio (papo formado pelo crescimento da glândula tireóide), falta de memória, 
dificuldade de aprender a ler, cansaço diário e retardamento físico e mental (em crianças).
12­ FÓSFORO: indispensável para a formação do ATP, sendo essencial para o 
armazenamento e transferência de energia nas células, componente importante dos ácidos 
nucléicos, sendo indispensável à multiplicação celular. Componente dos ossos e dos dentes. 
Desempenha papel importante no metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas. 
Mantém a integridade do sistema nervoso central e dos rins. Auxilia o corpo na utilização 
de vitaminas. Encontrado em leite e derivados, carne, peixe, ovos, nozes e cereais. Tanto o 
excesso quanto a deficiência interferem na absorção de cálcio e no metabolismo.
13­ COBALTO: componente da vitamina B12, essencial para a produção das 
hemácias. Sua falta leva à anemia perniciosa. Encontrado em carnes e laticínios.
14­ ENXOFRE: componente de muitas proteínas, essencial para a atividade 
metabólica normal; importante na conversão de alguns metais pesados tóxicos em 
compostos solúveis em água, ajudando na sua eliminação. Encontrado em carnes e legumes.
15­ MAGNÉSIO: É vital para a estrutura dos ossos. Componente de muitas 
coenzimas, sendo essencial para a síntese de ATP; necessário para o funcionamento normal 
de nervos e músculos. Ativa diversas enzimas que atuam no processo digestivo. Juntamente 
com o cálcio, atua na permeabilidade das membranas. Participa, nas plantas, da molécula de 
clorofila, indispensável para o processo de fotossíntese. Atua como protetor do músculo 
cardíaco. Encontrado em cereais integrais, amêndoa, castanha de caju, milho, ervilha, soja, 
vegetais verdes e alimentos marinhos.
16­ CROMO: seu papel não é totalmente conhecido, mas sabe­se que ele participa, 
junto com a insulina na metabolização de açúcares dentro do organismo, mantendo os níveis 
ideais de açúcar no sangue. Reduz os níveis de colesterol.  Encontrado em carne, queijos e 
laticínios, cereais integrais, batata, fígado, levedo de cerveja, frutas e legumes verdes.
17­ CLORO: principal ânion (íon negativo) do líquido extracelular. Importante no 
balanço de líquidos do corpo e na manutenção do pH. Encontrado no sal de cozinha e 
muitos tipos de alimentos
Descobriu­se, recentemente, que o germânio tem ação antioxidante em tubos de 
ensaio. É encontrado na babosa, confrei, alho, ginseng, cogumelo shitake e cebola.

VITAMINAS

 A descoberta das vitaminas e seu papel no metabolismo foi um dos grandes feitos 
científicos do século XX. Vitaminas são substâncias orgânicas essenciais, que têm de ser 
obtidas do alimento, uma vez que o organismo não consegue fabricá­las. Atuam como 
coenzimas em diversas reações enzimáticas, sendo fundamentais ao bom funcionamento do 
organismo. Na ausência de uma determinada vitamina, não se forma a holoenzima 
correspondente, o que altera o metabolismo das células.
O ritmo da vida moderna é um notório ladrão de nutrientes. Em primeiro lugar, 
porque quase ninguém tem tempo para fazer uma refeição adequada. Em segundo, porque o 
estressante corre­corre se traduz no corpo como uma descarga de hormônios que atrapalham 
a ação das vitaminas; sem contar outros hábitos que prejudicam essas substâncias. Um 
comprimido de aspirina faz com que a vitamina C de um suco de laranja tenha um prazo 
três vezes menor para agir, antes de ser eliminada pela urina. Os componentes das pílulas 
anticoncepcionais acabam com boa parte das moléculas de vitamina B disponíveis no 
sangue.

O alcoolismo é a maior causa de deficiência vitamínica no país, pois o álcool 
interfere na sua absorção e as vitaminas B estocadas no corpo são usadas para degradar a 
bebida no fígado.
A molécula de vitamina C termina aniquilada pela nicotina do cigarro, quando as 
duas se esbarram na corrente sanguínea. De 1/3 a 100% de toda a vitamina ingerida pode 
terminar inutilizada desse jeito.
A falta de vitamina C é uma das explicações para a incidência de aterosclerose ­ as 
placas de gordura nas artérias, comuns nos fumantes. Dentro dos vasos sanguíneos, a 
vitamina C, a E e uma família de moléculas protetoras chamadas fenóis (presentes nas uvas 
vermelhas), formam uma barreira para impedir a reação dos radicais livres com o colesterol 
que, depois da reação, se depositam com facilidade nas paredes das artérias, criando placas 
que crescem até o sangue não conseguir passar.

Os atletas também não se encontram fora de risco: ao suar a camisa, o esportista está 
perdendo muitas moléculas de vitamina B12. Na verdade, ele perde todas as do complexo B 
e a C, que se dissolvem na água do suor. 
As refeições do nosso dia­a­dia já são desvitaminadas: na 
preparação dos alimentos são perdidas muitas vitaminas: algumas 
vitaminas dissolvem­se rapidamente na água, usada na preparação de 
ensopados e vegetais cozidos, como as vitaminas do complexo B e 
vitamina C. 
As vitaminas A, D, E e K, como são lipossolúveis, dissolvem­se facilmente no óleo 
usado na preparação dos alimentos. Além disso, a alta temperatura usada no preparo das 
refeições estraga as moléculas de muitas vitaminas.
Existe uma larga faixa de pessoas com a chamada deficiência marginal: elas têm 
vitamina a menos, mas não chegaram a ponto de apresentarem sintomas específicos de 
doença. Sentem coisas diversas como cansaço, falta de apetite e irritação constantes, 
sintomas que geralmente são rotulados como estresse. Outras manifestam os sintomas da 
avitaminose, apresentados no quadro a seguir.
AVITAMINOSE PRINCIPAIS
VITAMINA USO NO CORPO
(DEFICIÊNCIA) FONTES
Componente de pigmentos cegueira noturna,
vegetais amarelos
visuais, importante na xeroftalmia (olhos
A (cenoura, abóbora,
manutenção e integridade dos secos);
batata doce, milho),
(retinol) epitélios; combate os radicais espessamento da
pêssego, nectarina,
livres; evita a “cegueira córnea, lesões de
ovo, leite e derivados.
noturna”. pele.
Auxilia na oxidação dos
carboidratos (coenzima da
respiração celular); estimula o
perda de apetite, cereais integrais,
apetite, mantém o tônus
B1 fadiga muscular, feijão, fígado, carnes,
muscular e o bom
nervosismo, ovos, fermento de
(tiamina) funcionamento do sistema
beribéri (deficiência padaria, vegetais
nervoso, previne o beribéri
cardíaca, neurite) folhosos.
(enfraquecimento dos
músculos que pode levar a
uma total paralisia).
Auxilia a oxidação dos
alimentos (componente do vegetais folhosos
lesões de epitélios:
FAD e de outras coenzimas do (couve, repolho,
B2 ruptura da mucosa
metabolismo energético). espinafre etc), carnes
da boca, dos lábios,
(riboflavina) Essencial à respiração celular; magras, ovos,
da língua e das
mantém a tonalidade saudável fermento de padaria,
bochechas.
da pele. Atua na coordenação fígado, leite.
motora.
inércia e falta de
Mantém o tônus nervoso e energia,
muscular e o bom nervosismo
B3 fermento de padaria,
funcionamento do aparelho extremo, distúrbios
carnes magras, ovos
(niacina ou ácido digestivo. Componente do digestivos, pelagra
fígado, leite, cereais
nicotínico) NAD e do NADP, importantes (diarréia crônica,
integrais, legumes.
na respiração celular e dermatite e
fotossíntese, respectivamente. alterações
neurológicas).
fermento de padaria,
doenças de pele,
Auxilia a oxidação dos cereais integrais,
B6 distúrbios nervosos,
alimentos, mantém a pele fígado, carnes
inércia e extrema
(piridoxina) saudável; coenzima do magras, leite, peixe,
apatia, cálculos
metabolismo dos aminoácidos. cereais integrais e
renais.
verduras.
Importante na fabricação dos
glóbulos vermelhos do sangue anemia perniciosa,
B12 e no bom funcionamento das hemácias
fígado, peixe, carne,
células do corpo (coenzima do malformadas,
(cianocobalamina) ovos.
metabolismo dos ácidos alterações
nucléicos; importante na neurológicas.
divisão celular).
Coenzima do metabolismo dos
folhas verdes, cerais
Ácido fólico (*) ácidos nucléicos e dos anemia, diarréia
integrais, fígado.
aminoácidos.
fadiga, distúrbios do
Componente da coenzima A,
sono, amplamente
Ácido pantotênico sendo importante na
incoordenação distribuído na dieta.
respiração celular.
motora.
fadiga, depressão,
Coenzima do metabolismo dos verduras, legumes e
Biotina náusea, dermatite,
aminoácidos. carnes.
dor muscular.
Mantém a integridade dos
vasos sanguíneos e a saúde
inércia e fadiga em
dos dentes. Importante na
adultos, insônia e
cicatrização de feridas e
nervosismo em frutas cítricas (limão,
queimaduras, na absorção de
C (*) crianças, lima, laranja), tomate,
ferro e no combate aos
sangramento das couve, repolho e
(ácido ascórbico) radicais livres. Previne
gengivas, dores nas outros vegetais
infecções e o escorbuto
juntas, dentes folhosos, pimentão.
(hemorragias espontâneas
alterados,
nas mucosas, redução na
escorbuto
ossificação e deficiência nos
processos de cicatrização)
Atua no metabolismo do cálcio
e do fósforo; mantém os ossos problemas nos
e os dentes em bom estado; dentes, ossos óleo de fígado de
D (**) previne o raquitismo fracos, contribui bacalhau, fígado,
(calciferol) (alterações e deformidades do para os sintomas ovos, leite e
esqueleto) em crianças e a de artrite, derivados, cereais.
osteomalácia (amolecimento raquitismo
dos ossos) nos adultos.
Promove a fertilidade, previne
o aborto; atua no sistema
óleo de germe de
nervoso involuntário, no
E trigo, carnes magras,
sistema muscular e nos esterilidade em
laticínios, alface, óleo
(tocoferol) músculos involuntários; homens, aborto
de amendoim, peixes,
previne danos à membrana
folhas verdes.
celular; ajuda a combater os
radicais livres.
Atua na coagulação do hemorragias vegetais verdes,
K sangue (produção de fatores graves, tomates, castanha,
(naftoquinona) de coagulação pelo fígado), sangramentos sementes
previne hemorragias internos oleaginosas.
(*) As vitaminas assinaladas não resistem ao cozimento; são termolábeis.
(**) A vitamina D não é encontrada pronta na maioria dos alimentos; estes contêm,  
em geral, um precursor que se transforma na vitamina, quando exposto aos raios  
ultravioleta da luz sol.   

OBESIDADE
  A obesidade é o maior problema de saúde da atualidade e atinge indivíduos de todas 
as classes sociais, tem etiologia hereditária e constitui um  estado de má nutrição em 
decorrência de um distúrbio no balanceamento dos nutrientes, induzindo entre outros fatores 
pelo excesso alimentar. O peso excessivo causa problemas psicológicos, frustrações, 
infelicidade, além de uma gama enorme de doenças lesivas. O aumento da obesidade tem 
relação com: o sedentarismo, a disponibilidade atual de alimentos, erros alimentares e pelo 
próprio ritmo desenfreado da vida atual.  
A obesidade relaciona­se com dois fatores 
preponderantes: a genética e a nutrição irregular. A genética 
evidencia que existe uma tendência familiar muito forte para a 
obesidade, pois filhos de pais obesos tem 80 a 90% de 
probabilidade de serem obesos.
A nutrição tem importância no aspecto de que uma 
criança superalimentada será provavelmente um adulto obeso. 
O excesso de alimentação nos primeiros anos de vida, aumenta 
o número de células adiposas, um processo irreversível, que é a 
causa principal de obesidade para toda a vida. Hoje, 
consumimos quase 20% a mais de gorduras saturadas e açúcares industrializados. Para 
emagrecer, deve­se pensar sempre, em primeiro lugar, no 
compromisso de querer assumir o desafio, pois manter­se 
magro, após o sucesso, será mais fácil.

Por que estamos tão gordos

 Num tempo em que as formas esguias e os 
músculos esculpidos constituem um avassalador padrão 
de beleza, o excesso de peso e a obesidade 
transformaram­se na grande epidemia do planeta. Nos 
Estados Unidos, nada menos de 97 milhões de pessoas 
(35% da população) estão acima do peso normal. E, destas, 39 milhões (14% da população) 
pertencem à categoria dos obesos. O problema de forma alguma se restringe aos países 
ricos.
Com todas as suas carências, o Brasil vai pelo 
mesmo caminho: 40% da população (mais de 65 
milhões de pessoas) está com excesso de peso e 10% 
dos adultos (cerca de 10 milhões) são obesos. A 
tendência é mais acentuada entre as mulheres (12% a 
13%) do que entre os homens (7% a 8%). E, por incrível 
que pareça, cresce mais rapidamente nos segmentos de 
menor poder econômico.
O inimigo, desta vez, consiste num modelo de 
comportamento que pode ser resumido em três palavras: sedentarismo, comilança e stress. 
Estamos vivendo a era da globalização de um modo de vida baseado na inatividade corporal 
frente às telas da TV e do computador, no consumo de alimentos industrializados, cada vez 
mais gordurosos e açucarados, e num altíssimo grau de tensão psicológica.

A "mcdonaldização"

 Em ritmo acelerado e escala planetária, as culinárias tradicionais vão sendo 
atropeladas pelo fast­food. E bilhões de seres humanos estão migrando dos carboidratos 
para as gorduras. 
As conseqüências dessa alimentação engordurada podem não ser inocentes. Artérias 
entupidas e diabetes são apenas algumas das possíveis conseqüências do excesso de peso. 
Mas, independentemente das conseqüências, existe 
hoje uma unanimidade entre os médicos para se 
considerar a própria obesidade como uma doença. E 
o que é pior: uma doença crônica e incurável. Como 
a gordura precisa ser estocada no organismo, todo 
obeso tem um aumento do número de células 
adiposas (obesidade hiperplástica) ou um aumento 
do peso das células adiposas (obesidade 
hipertrófica) ou uma combinação das duas coisas. 
Esse é um dos fatores que faz com que, uma 
vez adquirida, a obesidade se torne crônica. O indivíduo pode até emagrecer, mas vai ter 
que se cuidar pelo resto da vida para não engordar de novo. É por isso também que, a longo 
prazo, os regimes restritivos não resolvem. Com eles, a pessoa emagrece rapidamente. Mas 
não consegue suportar, por muito tempo, as restrições impostas pelo regime. E volta a 
engordar. É o chamado "efeito sanfona", o massacrante vai­e­vem do ponteiro da balança. 

 O primeiro passo: levantar da poltrona e mexer o corpo

  O sedentarismo é a causa mais importante do excesso de peso e da obesidade. Por 
esse simples motivo, a atividade física tem que ser o primeiro item de qualquer programa 
realista de tratamento da doença. A pessoa 
sedentária deve começar reeducando­se em suas 
atividades cotidianas. Se ela mora em 
apartamento, por exemplo, pode utilizar as 
escadas, em vez do elevador. Mesmo isso, 
porém, deve ser feito gradativamente. A pessoa 
que mora no sétimo andar pode subir apenas um 
lance de escada no primeiro dia e o restante de 
elevador. E ir aumentando o esforço, dia após 
dia, até conseguir galgar todos os andares. 
A partir daí, abre­se espaço para uma 
atividade física sistemática. Mas é preciso que 
seja uma atividade aeróbica (caminhada, esteira, 
corrida, bicicleta, hidroginástica, natação, remo, dança, ginástica aeróbica de baixo impacto 
etc.), com elevação da freqüência cardíaca a até 75% de sua capacidade máxima.
Nessas condições, a primeira coisa que o organismo faz é lançar mão da glicose, 
armazenada nos músculos sob a forma de glicogênio. Depois de aproximadamente 30 
minutos, quando o glicogênio se esgota, o organismo começa a queimar gordura como fonte 
de energia.
As dietas restritivas devem ser evitadas. Até porque, exatamente pelo fato de serem 
desbalanceadas, o organismo se defende espontaneamente delas, fazendo com que, após um 
período de restrição, a pessoa coma muito mais. O que o indivíduo precisa, isto sim, é 
buscar uma mudança no estilo de vida, pois os fatores comportamentais desempenham, de 
longe, o papel mais importante no emagrecimento.
Segure a compulsão

• Faça um diário alimentar e anote tudo o que você come. 
• Obedeça rigorosamente ao horário das refeições, comendo com intervalos de 4 a 5 
horas. 
• Jamais pule refeições. 
• Quando, fora dos horários, surgir a vontade de comer, busque uma alternativa 
(caminhada, exercícios físicos etc.) que reduza a ansiedade. 
• Antes de cada refeição, planeje o que você vai comer e prepare cuidadosamente a mesa 
e o prato. 
• Preste a máxima atenção ao ato de comer. Não coma enquanto lê ou assiste televisão. 
• Mastigue bem e descanse o garfo entre cada bocada. Isso ajuda a controlar a ansiedade. 
Mas é eficiente também porque existem dois mecanismos que promovem a saciedade. 
Um, de natureza mecânica, atua rapidamente, com o preenchimento do estômago. O 
outro, mais lento, depende da troca de neurotransmissores no cérebro. Comendo 
devagar, a pessoa dá tempo para que esse segundo mecanismo funcione. 
• Jamais faça compras em supermercados de estômago vazio, para não encher o carrinho 
com guloseimas. 
• Não estoque comidas tentadoras (doces, sorvetes, salgadinhos) em casa. Tenha sempre à 
mão opções saudáveis. 
• Não vá a festas de estômago vazio. Se, chegando lá, você não resistir à tentação de 
comer alguma coisa, escolha aquilo de que mais gosta e dispense o resto. 

Da acupuntura à cirurgia de estômago


Além da fórmula "atividade física + reeducação alimentar + psicoterapia”,
há uma vasta gama de tratamentos auxiliares, que vão desde a
acupuntura até a cirurgia. A acupuntura entra em cena porque o acúmulo
de gorduras ocorre em determinadas partes do corpo onde existe uma
queda do metabolismo muscular.
A cirurgia - que não se confunde com a mera lipoaspiração e destina-se
a reduzir o volume do estômago - pode ser uma alternativa nos casos de
obesidade mórbida, quando o excesso de gordura coloca em sério risco a
saúde da pessoa.
O estômago é inervado pelo nervo vago, que o conecta ao hipotálamo. Quando a pessoa
fica com o estômago dilatado de tanto comer e o hipotálamo ainda produz uma sensação
de fome, mesmo estando perfeitamente alimentada, a pessoa continua comendo, até que
o estômago se encha mais. O resultado é uma dilatação ainda maior. Em tais casos, esse
órgão, que foi drasticamente alterado pelo hábito alimentar, talvez precise ser
cirurgicamente refeito. Com o estômago diminuído, o indivíduo passa a se satisfazer com
menos comida
, Distúrbios alimentares
Os distúrbios alimentares são responsáveis pelos maiores índices de mortalidade 
entre todos os tipos de transtornos mentais, ocasionando a morte em mais de 10% dos 
pacientes.
A grande maioria ­ mais de 90% ­ daqueles que sofrem de transtornos alimentares 
são mulheres adolescentes e jovens. Uma das razões pelas quais mulheres dessa faixa etária 
são mais vulneráveis a esses transtornos é a tendência de fazerem regimes rigorosos para 
obterem a silhueta "ideal". 
Falaremos de cada um deles agora. Leia com atenção e, ao se identificar com algum 
deles, procure um especialista.

Anorexia nervosa
É muito bom redescobrir as formas do corpo à medida que o ponteiro da balança 
começa a descer, mas tem gente que, mesmo sem nunca ter sido gorda, alimenta um desejo 
obsessivo de ficar magérrima! 

O problema é que essas pessoas não ficam só na vontade de 
emagrecer. Elas desenvolvem um tipo de rejeição à comida que as faz 
perder o controle. Isso é a anorexia nervosa, uma disfunção que pode 
aparecer sozinha ou em parceria com a bulimia (compulsão pela 
comida, seguida de culpa que faz a pessoa utilizar métodos de 
expulsão do que comeu, de seu corpo). 
A rejeição à comida (anorexia, com incidência de 1%) é classificada como um 
transtorno alimentar e suas vítimas são quase sempre (95% dos casos) mulheres jovens, de 
15 a 20 anos, excessivamente preocupadas com a aparência e mais sensíveis às influências 
dos padrões de beleza em vigor para firmar sua personalidade. A doença também ataca 
mulheres na faixa dos 30 e raramente as acima dos 40. Porém não quer dizer que a 
adolescente que adora estar na moda esteja sujeita a manifestar o problema.
Um dos primeiros sintomas é a perda da 
noção que a pessoa tem da sua imagem corporal, 
mesmo magra ela se vê gorda, acredita que precisa 
emagrecer ainda mais, e que o melhor jeito é parar 
de comer. Normalmente essas mulheres não 
acreditam que este medo de engordar possa ser 
sinal de alguma disfunção. A prática mostra que 
uma das partes mais difíceis do atendimento para 
tratar a anorexia nervosa é convencer a pessoa de 
que ela está doente. 
Normalmente, essas pessoas só são levadas 
à tratamento quando a anorexia já está em nível 
elevado, ou seja, quando os sinais já são 
perceptíveis, quando o emagrecimento já é 
exagerado, aí é que os parentes (pois a pessoa não 
se vê tão magra) ou amigos próximos percebem 
que já ultrapassou o limite do normal. 
  
A família sempre deve insistir no tratamento mesmo que a doente queira parar. O 
atendimento especializado é a única saída para controlar o problema antes que o corpo exija 
atendimento médico por causa de uma emergência. 
Sem tratamentos, a anorexia nervosa: 
• Desgasta emocionalmente. 
• Debilita os órgãos. 
• Provoca distúrbios associados à desnutrição. 
• Lesa o aparelho digestivo quando há vômitos constantes. 
• Provoca arritmias cardíacas. 
Nas adolescentes, os principais sinais da anorexia são o enfraquecimento, a perda de 
peso visível e a ausência de menstruação. 

Tratamento

• Reidratar o organismo, recomeçando a alimentação à base de soros e líquidos (o 
estômago reduzido por não comer a tempos não suporta alimentos sólidos). 
• Introduzir gradualmente alimentos pastosos até chegar aos sólidos. 
• A pessoa também vai precisar reaprender a conviver com os outros durante as refeições, 
entrar em supermercados, fazer compras, ir a festas, participar dos almoços com a 
família, enfim, voltar a lidar com o lado social da comida. 
Quanto à imposição, ela só é feita em casos que já estão muito graves, com perigo de 
morte (arritmia cardíaca, vômitos espontâneos). Para os demais casos ela deixou de ser 
recomendada porque tira o paciente da vida social, o que dificulta ainda mais a sua 
readaptação. 
A psicoterapia é muito importante para a eficácia do tratamento. Através dela a 
pessoa vai alterar os hábitos adquiridos e voltou a comer. 
É recomendado também que a família do paciente participe de sessões de terapia 
familiar em grupo para auxiliar a paciente em seu ambiente. 

Sintomas

• Preocupação excessiva com a alimentação. A pessoa passa a maior parte do tempo 
pensando no medo de engordar. 
• Sensação intensa de culpa e uma ansiedade desproporcional por eventualmente ter saído 
um pouco da dieta. 
• As pessoas dizem que você está muito magra, suas roupas estão cada vez mais largas, 
mas você não se acha magra e ainda quer perder peso. 
• Menstruação irregular, ou não existente. 

Obs: se você se identificou com um desses tipos, consulte um médico psiquiatra ou


endocrinologista.
As estatísticas revelam que 90% dos pré­adolescentes com problemas de bulimia e 
anorexia são filhos de pais obesos ou excessivamente preocupados em emagrecer. 

Bulimia nervosa

Pessoas com bulimia nervosa 
ingerem grandes quantidades de 
alimentos e depois eliminam o excesso 
de calorias através de jejuns 
prolongados, vômitos auto­induzidos, 
laxantes, diuréticos ou na prática 
exagerada e obsessiva de exercícios 
físicos. 
Devido ao "comer compulsivo 
seguido de eliminação" em segredo, e ao 
fato de manterem seu peso normal ou 
com pouca variação deste, essas pessoas 
conseguem muitas vezes esconder seu 
problema das outras pessoas por anos.  
Assim como a anorexia, a bulimia 
caracteristicamente se inicia na 
adolescência. A doença ocorre mais 
freqüentemente em mulheres, mas 
também atinge os homens.  
 
Indivíduos com bulimia nervosa, mesmo aqueles com peso normal, podem prejudicar 
gravemente seu organismo com o hábito freqüente de comerem compulsivamente e se 
"desintoxicarem" em seguida. 

Sintomas comuns da bulimia

• Interrupção da menstruação. 
• Interesse exagerado por alimentos e desenvolvimento de estranhos rituais alimentares.  
• Comer em segredo.  
• Obsessão por exercício físico.  
• Depressão.  
• Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.  
• Vômitos ou uso de drogas para indução de vômito, evacuação ou diurese.  
• Alimentação excessiva sem nítido ganho de peso.  
• Longos períodos de tempo no banheiro para induzir o vômito.  
• Abuso de drogas e álcool. 
Personalidade: pessoas que desenvolvem bulimia quase sempre consomem enormes 
quantidades de alimentos, geralmente sem valor nutritivo, para diminuir o estresse e aliviar 
a ansiedade. Entretanto, com a extravagância alimentar, surgem a culpa e depressão. 
Pessoas com profissões ou atividades que valorizam a magreza, como modelos, 
bailarinos e atletas, são mais suscetíveis ao problema.

Tratamento

Quanto mais cedo for diagnosticado o problema, melhor. Quanto mais tempo persistir 
o comportamento alimentar anormal, mais difícil será superar o distúrbio e seus efeitos no 
organismo. 
O apoio e incentivo da família e dos amigos podem desempenhar importante papel no 
êxito do tratamento. O ideal de tratamento é que a equipe envolva uma variedade de 
especialistas: um clínico, um nutricionista, um psiquiatra e um terapeuta individual, de 
grupo ou familiar. 

Comer­compulsivo

É um dos transtornos alimentares que se assemelha à bulimia, pois 
caracteriza­se por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de 
alimentos e, no entanto, difere da bulimia, pois as pessoas afetadas não 
produzem a eliminação forçada dos alimentos ingeridos (tomar laxantes 
e/ou provocar vômitos).
Pessoas com esse transtorno sentem que perdem o 
controle quando comem. Ingerem grandes quantidades de 
alimentos e não param enquanto não se sentem 
"empanturradas". 
Geralmente apresentam dificuldades em emagrecer ou 
manter o peso. Quase todas as pessoas com esse transtorno são 
obesas e apresentam história de variação de peso. São propensas 
a vários problemas médicos graves associados à obesidade, 
como o aumento do colesterol, hipertensão arterial e diabetes.
 
É um transtorno mais freqüente em mulheres. 

Sintomas

• Comer em segredo. 
• Depressão.  
• Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.  
• Abuso de drogas e álcool. 

Tratamento
O êxito é maior quando diagnosticados precocemente. Precisa de um plano de 
tratamento abrangente, em geral, um clínico, nutricionista ou um terapeuta, para lhe dar 
apoio emocional constante, enquanto o paciente começa a entender a doença de uma forma 
de terapia que ensine os pacientes a modificar pensamentos e comportamentos anormais, 
que em geral, são mais produtivas.

Na calada da noite
A ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, característica da bulimia e do comer 
compulsivo foi batizada, em inglês, com o nome de binge eating (orgia alimentar). Elas 
geralmente ocorrem na calada da noite, longe do olhar de censura de outras pessoas, e são 
acompanhadas por uma sensação subjetiva de perda de controle, seguida de culpa.
Assim como ocorre na compulsão pelo álcool, pelas drogas, pelo sexo, ou em outras 
formas de dependência, as causas profundas do comer compulsivo continuam a ser um 
mistério para os estudiosos.
Indivíduos obesos têm maior risco de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer 
(estômago/intestino)

GRUPOS DE AJUDA
 Vigilantes do Peso - Empresa voltada para a reeducação alimentar e comportamental.
Funciona na base de reuniões semanais, nas quais as pessoas recebem orientação
nutricional e compartilham suas experiências. Os freqüentadores pagam uma taxa para
se inscrever e uma taxa menor por reunião. Tel. 0800-550559.
 Comedores Compulsivos Anônimos - Grupo de auto-ajuda inspirado no modelo dos
Alcoólicos Anônimos. Os membros seguem um programa de recuperação de 12
passos e se reúnem semanalmente para compartilhar experiências. O grupo não
cobras taxas e enfatiza a dimensão espiritual da cura. Tel. (11) 215-9640
PARA LER
 Pontos para o Gordo, de Alfredo Halpern, Ed. Record.
 Obesidade Não Tem Cura, mas Tem Tratamento, de Adriano Segal, Ed. Lemos.
 Sede de Plenitude, de Christina Grof, Ed. Rocco.
 História da Alimentação, de Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari
(organizadores), Ed.Estação Liberdade.

FUTEBOL

O PAPEL DO SNC NA FORMAÇÃO DE CRAQUES 
No futebol moderno só entra em campo o profissional  
treinado, alimentado, moldado, conscientizado para superar os 
limites de velocidade, agilidade, fôlego e potência do chute. 
Foi­se o tempo que o esporte era conhecido apenas pela garra e 
talento dos atletas naturalmente bem dotados.
Hoje, jogadores com visão de jogo e que dominam a 
bola devem ter essas qualidades somadas à habilidade de 
correr atrás do adversário como “felino” e de evitar ser 
derrubado por um “safanão”. E por isso é necessário que se 
desenvolva fisicamente um jogador técnico, para que ele não 
seja anulado por um atleta não­técnico que tenha preparo 
físico.
No processo de formação do jogador técnico, vários sistemas corporais estão 
envolvidos. Analisaremos, aqui, o envolvimento do sistema nervoso central (SNC) nesse 
processo de formação.  
O nível mais alto, representado pelas áreas de associação do neocórtex e pelos 
gânglios basais do encéfalo (núcleo caudado, Putamen, núcleo Pálido), está envolvido com 
a estratégia: a finalidade e a estratégia do movimento que melhor atinge a meta. O nível 
Intermediário, representado pelo córtex motor e pelo cerebelo, está relacionado com a 
tática: as seqüências de contrações musculares, arranjadas no espaço e no tempo, 
necessárias para ativar, de forma suave e acurada, a meta estratégica. O nível mais baixo, 
representado pelo tronco encefálico e pela medula espinhal, guarda relação com a 
execução: ativação do neurônio motor e de conjuntos de interneurônios (neurônios de 
associação) que geram o movimento direcionado à meta e faz qualquer ajuste postural que 
seja necessário.
Para avaliar as diversas contribuições dos três níveis hierárquicos ao movimento, 
considere as ações de um atacante­cobrador de pênalti parado em frente ao gol, pronto para 
lançar a bola. Com base na visão, audição, sensação exata acerca de onde o corpo está no 
espaço, estratégias devem ser delineadas para mover o corpo do estado atual para um outro, 
no qual o lançamento é realizado e o efeito desejado obtido. Várias opções – um lançamento 
curvo, um lançamento rápido, um lançamento articulado, entre outros – estão disponíveis, e 
essas alternativas são filtradas através dos gânglios basais e de volta ao córtex até que a 
decisão seja tomada baseada, em grande parte, na experiência. As áreas motoras do córtex e 
do cerebelo tomam, então, a decisão tática (jogar a bola ao gol) e enviam instruções para o 
tronco encefálico e para a medula espinhal. A ativação de neurônios no tronco e na medula 
levam, então, à execução do movimento. A ativação, em tempo apropriado, de neurônios 
motores (motoneurônios) na região lombar, gera um movimento coordenado da coxa, perna 
e pés, enquanto ajustamentos posturais na região cervical e torácica evitam que o jogador 
caia durante o lance.
Enquanto isso, neurônios motores do tronco encefálico do goleiro são ativados para 
manter seus olhos fixos na posição do atacante, enquanto seu corpo e sua cabeça se movem.

Hierarquia do controle motor
Nível Função Estruturas
Áreas de associação do
Alto Estratégia
neocórtex, gânglios da base
Médio Tática Córtex motor, cerebelo
Baixo Execução Tronco encefálico, medula
 
De acordo com as leis da física, o movimento de uma bola arremessada no espaço é 
balístico, isto é, uma trajetória que não pode ser alterada. O movimento do jogador quando 
lança a bola também pode ser descrito como balístico, pois uma vez iniciado não pode ser 
alterado.
Informações sensoriais antes do movimento ser iniciado são essenciais para 
determinar a posição inicial dos membros inferiores e do tronco e para antecipar qualquer 
mudança na resistência durante o arremesso da bola. E informação sensorial durante o 
movimento também é importante – não necessariamente para o movimento que está sendo 
executado, mas para melhorar movimentos similares subseqüentes.
No nível mais alto, a informação sensorial gera uma imagem mental do corpo e sua 
relação com o ambiente. No nível intermediário, as decisões táticas são baseadas nas 
memórias das informações sensoriais de movimentos passados. No nível mais baixo, a 
retroalimentação sensorial é utilizada para manter a postura, a extensão muscular e a tensão 
antes e após cada movimento voluntário.
À medida que as hierarquias sensoriais atingem um pico, também começam a 
convergir. Em áreas especiais, como o hipocampo, os neurônios começam a disparar, em 
resposta a combinações de ruídos, visões, cheiros e outras sensações. Mas o hipocampo não 
espera que todas as informações cheguem de uma só vez para decidir responder. Vai 
soltando mensagens a cada pedaço de informação ou sensação. O disparo do hipocampo faz 
prestar atenção a outras imagens, Ele reflete o fato de que certos detalhes existem, 
espalhados pelo resto do circuito sensorial.
Em conseqüência, dispara novamente.
Resumindo, a informação inicial leva à formação de uma resposta cerebral, que é 
usada para dirigir a atenção e coletar mais informações, que novamente são enviadas ao 
cérebro. Esse processo permite que o hipocampo seja um órgão de memória, já que toda 
conexão sináptica é moldada por experiência. O hipocampo está posicionado para reter 
memórias específicas, capturar determinada imagem ou estado sensorial e, então, usar essa 
informação horas ou mesmo anos depois para reconstruir um momento.
Os mais alto níveis do cérebro são as cerca de 12 áreas de processamento que formam 
os lobos frontais. Tais áreas processam o que é significativo e merece análise mais profunda 
(e não rotineiro).
Quando um pedaço da atividade visual, que tem a forma de uma bola, por exemplo, 
atinge essa parte do cérebro, uma experiência nítida pode começar a se manifestar.
Agindo em comum acordo com os centros da excitação e emoção do cérebro inferior, 
com os quais têm conexões íntimas, os lobos pré­frontais entram em estado de alerta. Presta 
atenção tem o efeito de definir a experiência sensorial. O córtex sensorial começa 
respondendo ao panorama maior – a bola – e depois a outras imagens. A atenção retorna a 
tudo para criar contraste. Aumenta o “volume” dos neurônios que representam a bola e 
empurra detalhes irrelevantes, como a presença do juiz ou colegas de time para a periferia 
da percepção.
Essa é uma das vantagens de o cérebro funcionar mais como rede orgânica de 
conexões do que como dispositivo de entrada e saída. As áreas de “saída” podem voltar para 
trás a fim de alterar as próprias entradas. Qualquer entrada começa com uma sugestão: “Ei, 
posso ser importante!” Muitas são analisadas, e eventualmente pode haver uma resposta do 
tipo: “Sim, você era o pedaço que interessava”. As vias do cérebro desenvolvem uma 
solução.
Quando se fixa a atenção em certo detalhe ocorre um enorme fluxo de pensamentos, 
emoções e associações. A totalidade do cérebro é preparada para responder ao evento focal 
com todos os recursos disponíveis. Portanto, perceber a visão da bola traz à superfície 
associações mentais armazenadas. Mesmo no momento em que o jogador reconhece a bola, 
pensamentos relevantes começam a efervescer dentro dele. Existe adversário na vizinhança? 
Devo levar a bola até o gol ou dar passe? Os centros de excitação irão tomar decisões sobre 
preparar o corpo para a ação. As áreas motoras, atrás das regiões pré­frontais na lâmina do 
córtex frontal, estarão engrenando para executar intenções que começam a se formar.
O cérebro aprende a totalidade de cada movimento e extrai (responde também) o 
aspecto central.
Bons jogadores de futebol precisam de reflexos incríveis. No jogo profissional, um 
chute potente pode fazer a bola rolar a mais de 200 Km por hora e entrar na rede em 1/3 de 
segundo. Mal dá tempo para um principiante enxergar a bola. Mas os melhores jogadores 
conseguem ver a bola nitidamente para se lançar ao ataque e ainda driblar o adversário com 
uma precisão de fração de segundo.
Apesar de parecer que o sistema nervoso trabalha à velocidade de um raio, não é bem 
assim. Mesmo conduzindo sinais a várias centenas de quilômetros por hora, os nervos 
necessitam de tempo para transformar entrada em saída. Leva ao menos 20 milésimos de 
segundo para as mensagens percorrerem o comprimento do corpo. Os sinais visuais levam 
em torno de 50 a 100 milésimos de segundo para chegar ao cérebro. Uma vez dentro dele, 
outras conexões são necessárias para transformar sinais brutos em resposta mental. Totalize 
esses atrasos e seria impossível acompanhar uma bola indo diretamente ao gol.
De fato, experimentos laboratoriais mostram quanto tempo o cérebro leva para 
integrar novas informações. Quando se pede jogadores iniciantes que chutem a bola assim 
que a luz pisca, eles levam 200 milésimos de segundo, 1/5 de um segundo. Cerca de 120 
milésimos de segundo são necessários para registrar o fato de que a luz piscou e outros 80 
para dar o chute. Esse tempo é necessário para uma simples tarefa que não exige 
pensamento. Para qualquer outra  que requer atenção, o atraso da resposta fica próximo de 
meio segundo.
O cérebro de profissionais treinados simplifica o problema gastando o menor tempo 
possível.
Para subir e descer até o fim da hierarquia de processamento, a resposta mental leva 
meio segundo. Criar pontes entre centenas de áreas corticais exige trabalho. O cérebro pode 
criar atalhos nessa resposta e reagir fora dos padrões, cortando o tempo de processamento 
de 500 milésimos de segundo para apenas 200. Existem estruturas cerebrais especializadas 
nesse trabalho. Um agrupamento de centros nervosos, os gânglios basais, abriga­se dentro 
dos hemisférios cerebrais, “observando” silenciosamente os padrões de atenção e a tomada 
de decisões na lâmina cortical acima. Em vigilância, os gânglios basais começam a ver 
quais padrões sensoriais produzem mais tarde determinada resposta. Eles poderão fazer, 
literalmente, um curto­circuito para a produção daquele estado de saída. Assim que o tipo 
certo de sensação começa a chegar, os gânglios basais poderão disparar a mesma resposta 
de maneira imediata, sem pensar. A tarefa será feita como se o cérebro superior tivesse 
ponderado cuidadosamente a sua resposta. Esse é um truque inteligente para poupar tempo, 
que funciona quando o cérebro experimenta a mesma situação em ocasiões suficientes para 
conseguir uma conexão na forma de hábito. Isso vai reverter em um padrão de ação fixa ou 
automatismo. Mas tal atalho só reduz o atraso na resposta de meio segundo para 1/5 de 
segundo.
Os “cérebros” antecipam, ficam craques em adivinhar. Podem supor que cada novo 
momento será parecido com o anterior. Mesmo que exista surpresa, aquilo que o cérebro 
registrou um segundo atrás continuará sendo verdadeiro no futuro, gerando expectativas 
sobre o que virá.
Os gânglios basais não são a única parte do cérebro que vigia as atividades do córtex 
e aprende com elas. O cerebelo é um órgão especializado no ajuste fino do encadeamento 
temporal dos movimentos. O cerebelo responde por apenas 1/10 do volume do cérebro, mas 
contém bem mais da metade de seus neurônios; possui muito mais células nervosas que o 
córtex “inteligente”. Um neurônio do cerebelo faz 20 vezes mais conexões sinápticas, quase 
200 mil, em comparação com cerca de 10 mil, para um neurônio cortical mediano.
O cerebelo usa alças de processamento muito simples, perfeitas para a sincronia das 
ações, e não para formar um quadro complexo da consciência. Esta é a tarefa do córtex, com 
suas conexões ramificadas e seus mapas sensoriais.
É certamente assim que os atletas competem. Agem sobre previsões. Experimentos 
mostram que os goleiros profissionais conseguem adivinhar a direção da bola em um 
pênalti, observando apenas o movimento do atacante. O primeiro instante do vôo da bola é 
suficiente para extrapolar toda sua trajetória. Caso a bola voe de maneira imprevisível a 
menos de 200 milésimos de segundo, não haverá tempo para ajustes. O goleiro irá girar o 
corpo segundo uma previsão errada. Resultado: perderá a bola. Os profissionais lêem o 
jogo, contam com a antecipação. Nós fazemos exatamente o mesmo para lidar com 
situações corriqueiras.  

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