Sistema Cardiovascular
Limites do Coração
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Camadas da Parede Cardíaca:
Saco Pericárdio
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
FACES
Face Anterior (Esternocostal) - Formada principalmente pelo
ventrículo direito.
MARGENS
Margem Direita - Formada pelo átrio direito e estendendo-se entre
as veias cavas superior e inferior.
O coração possui
quatro câmaras: dois
átrios e dois
ventrículos. Os átrios
(as câmaras
superiores) recebem
sangue; os ventrículos
(câmaras inferiores)
bombeiam o sangue
para fora do coração.
Na face anterior de
cada átrio existe uma
estrutura enrugada,
em forma de saco,
chamada aurícula
(semelhante a orelha
do cão).
O átrio direito é
separado do esquerdo
por uma fina divisória
chamada septo
interatrial; o
ventrículo direito é
separado do esquerdo
pelo septo
interventricular.
ÁTRIO DIREITO
ÁTRIO ESQUERDO
VENTRÍCULO DIREITO
O ápice das
cúspides é
preso por
filamentos
denominados
cordas
tendíneas, as
quais se
inserem em
pequenas
colunas
cárneas
chamadas de
músculos
papilares.
A valva do
tronco
pulmonar
também é
constituída
por pequenas
lâminas,
porém estas
estão
dispostas em
concha,
denominadas
válvulas
semilunares
(anterior,
esquerda e
direita).
VENTRÍCULO ESQUERDO
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Ciclo Cardíaco
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Diástole é o relaxamento do músculo cardíaco, é quando os ventrículos se
enchem de sangue, neste momento as valvas atrioventriculares estão
abertas e as semilunares estão fechadas.
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm
este nome porque ambas percorrem o sulco coronário e são as duas
originadas da artéria aortas.
Está artéria, logo depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário
percorrendo-o da direita para a esquerda, até ir se anastomosar com o
ramo circunflexo, que é o ramo terminal da artéria coronária esquerda que
faz continuação desta circundado o sulco coronário.
Inervação:
As fibras parassimpáticas que vão ter ao coração seguem pelo nervo vago
(X par craniano), do qual derivam nervos cardíacos parassimpáticos, sendo
dois cervicais e um torácico.
Nódulo sinoatrial (SA) ou
marcapasso ou nó sinoatrial: região
especial do coração, que controla a
freqüência cardíaca. Localizase perto
da junção entre o átrio direito e a veia
cava superior e é constituído por um
aglomerado de células musculares
especializadas. A freqüência rítmica
dessa fibras musculares é de
aproximadamente 72 contrações por
minuto, enquanto o músculo atrial se
contrai cerca de 60 vezes por minuto e
o músculo ventricular, cerca de 20
vezes por minuto. Devido ao fato do
nódulo sinoatrial possuir uma
freqüência rítmica mais rápida em
relação às outras partes do coração, os
impulsos originados do nódulo SA
espalhamse para os átrios e
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma
ventrículos, estimulando essas áreas tão
abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed.
Moderna, 1997. rapidamente, de modo que o ritmo do
nódulo SA tornase o ritmo de todo o
coração; por isso é chamado
marcapasso.
Sistema De Purkinje ou fascículo átrioventricular: embora o impulso cardíaco
possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração possui um
sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo átrio
ventricular, composto de fibras musculares cardíacas especializadas, ou fibras de Purkinje
(Feixe de Hiss ou miócitos átrioventriculares), que transmitem os impulsos com uma
velocidade aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal, cerca de 2
m por segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no músculo cardíaco.
b Controle Nervoso do Coração
Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa
continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser
muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso
é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas
parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes
efeitos sobre o coração: (1) diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos; (2)
diminuição da força de contração do músculo atrial; (3) diminuição na velocidade de
condução dos impulsos através do nódulo AV (átrioventricular) , aumentando o período de
retardo entre a contração atrial e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo sangüíneo através
dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco.
Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendose que a estimulação
parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é
reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do
corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de
repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.
A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o
coração: (1) aumento da freqüência cardíaca, (2) aumento da força de contração, e (3)
aumento do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da
nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendose que a
estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes
aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário
quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor
excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sangüíneo através do sistema
circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o
mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco
quando necessário.
Os neurônios pósganglionares do sistema nervoso simpático secretam
principalmente noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos. A
estimulação simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas
adrenais ou suprarenais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento cardíaco
acelerado), aumento da pressão arterial e da freqüência respiratória, aumento da secreção do
suor, da glicose sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sangüíneos
da pele.
O neurotransmissor secretado pelos neurônios pósganglionares do sistema nervoso
parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, geralmente
com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação
parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos),
diminuição da pressão arterial e da freqüência respiratória, relaxamento muscular e outros
efeitos antagônicos aos da adrenalina.
Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior aumenta a pressão arterial e a
freqüência cardíaca, enquanto que a estimulação da área préóptica, na porção anterior do
hipotálamo, acarreta efeitos opostos, determinando notável diminuição da freqüência
cardíaca e da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos centros de controle
cardiovascular da porção inferior do tronco cerebral, e daí passam a ser transmitidos através
do sistema nervoso autônomo.
Fatores que aumentam a freqüência Fatores que diminuem a freqüência
cardíaca cardíaca
Queda da pressão arterial Aumento da pressão arterial
inspiração expiração
excitação tristeza
raiva
dor
hipóxia (redução da disponibilidade de
oxigênio para as células do organismo)
exercício
adrenalina
febre
Eletrocardiograma (ECG)
O trabalho cardíaco produz sinais elétricos que
passam para os tecidos vizinhos e chegam à pele. Assim,
com a colocação de eletrodos no peito, podemos gravar
as variações de ondas elétricas emitidas pelas contrações
do coração. O registro dessas ondas pode ser feito numa
tira de papel ou num monitor e é chamado de
eletrocardiograma (ECG).
No coração normal, um ciclo completo é
representado por ondas P, Q, R, S, T, com duração total
menor do que 0,8 segundos.
Neste gráfico se distingue uma
onda P que corresponde à contração das
aurículas, e um consecutivo complexo
QRS determinado pela contração dos
ventrículos. Conclui o ciclo uma onda T.
Muitas alterações cardíacas determinam
uma modificação da onda
eletrocardiográfica normal, de modo que o
eletrocardiograma representa um precioso
meio de diagnóstico.
ECG normal
Imagem: 2° vestibular UnB/DF 2001
A figura II representa um ciclo cardíaco. Se o tempo estimado em cada quadrante é
de 0,2 segundos (mostrado na figura I) e um ciclo compreende 5 quadrantes, em 60
segundos (1 minuto), teremos a freqüência de 60 ciclos ou batimentos por minuto (0,2
segundos x 5 = 1 segundo = 1 ciclo; em 60 segundos teremos 60 ciclos).
Circulação pulmonar e circulação sistêmica
A circulação sangüínea humana
pode ser dividida em dois grandes
circuitos: um leva sangue aos pulmões,
para oxigenálo, e outro leva sangue
oxigenado a todas as células do corpo. Por
isso se diz que nossa circulação é dupla.
O trajeto “coração (ventrículo direito)
pulmões coração (átrio esquerdo)” é
denominado circulação pulmonar ou
pequena circulação. O trajeto “coração
(ventrículo esquerdo) sistemas
corporais coração (átrio direito)” é
denominado circulação sistêmica ou
grande circulação.
Circulação pulmonar:
Ventrículo direito artéria
pulmonar pulmões veias
pulmonares átrio esquerdo.
Circulação sistêmica:
Ventrículo esquerdo artéria aorta
Imagem: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo sistemas corporais veias cavas
Multimídia.
átrio direito.
VASOS SANGÜÍNEOS
Os vasos sangüíneos são de três tipos básicos: artérias, veias e capilares.
a Artérias: são vasos de parede espessa que saem do coração levando sangue para
os órgãos e tecidos do corpo. Compõemse de três camadas: a mais interna, chamada
endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a mediana, constituída por
tecido muscular liso; a mais externa, formada por tecido conjuntivo, rico em fibras
elásticas.
Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos e penetra nas artérias, elas se
relaxam e se dilatam, o que diminui a pressão sangüínea, Caso as artérias não se relaxem o
suficiente, a pressão do sangue em seu interior sobe, com risco de ruptura das paredes
arteriais. Assim, a cada sístole ventricular é gerada uma onda de relaxamento que se
propaga pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas. Durante a
diástole ventricular, a pressão sangüínea diminui. Ocorre, então, contração das artérias, o
que mantém o sangue circulando até a próxima sístole.
Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue
contra a parede das artérias. Em um adulto com boa saúde, a
pressão nas artérias durante a sístole ventricular – pressão
sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg
(milímetros de mercúrio). Durante a diástole, a pressão
diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a pressão
diastólica ou mínima. O ciclo de expansão e relaxamento
arterial, conhecido como pulsação, pode ser percebido
facilmente na artéria radial do pulso ou na artéria carótida do
pescoço. A pulsação corresponde às variações de pressão
sangüínea na artéria durante os batimentos cardíacos. As
pressões arteriais máxima e mínima podem ser detectadas
nas artérias do braço e medidas com um aparelho chamado
esfigmomanômetro, representado abaixo e ao lado.
(a) A
pressão na bolsa
de ar maior que
120 mmHg
interrompe o
fluxo sangüíneo
para o braço.
Com o
estetoscópio, o
examinador
verifica que não
há passagem de
sangue pela
artéria.
(b) A
pressão na bolsa
de ar entre 80 e
120 mmHg
permite o fluxo
de sangue
durante a sístole.
O som da
passagem de
sangue é audível
no estetoscópio.
A pressão
mostrada nesse
momento é a
pressão máxima
ou sistólica.
(c) A pressão na bolsa de ar
menor que 80 mmHg permite fluxo de
sangue durante a diástole; os sons são
audíveis no estetoscópio. Essa é a
pressão mínima ou diastólica.
b Capilares sangüíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades
das arteríolas às extremidades das vênulas. A parede dos capilares possui uma única camada
de células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.
Quando o sangue passa pelos capilares, parte do líquido que o constitui atravessa a
parede capilar e espalhase entre as células próximas, nutrindoas e oxigenandoas. As
células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no líquido extravasado,
denominado líquido tissular. A maior parte do líquido tissular é reabsorvida pelos próprios
capilares e reincorporada ao sangue. Apenas 1% a 2% do líquido extravasado na porção
arterial do capilar não retorna à parte venosa, sendo coletado por um sistema paralelo ao
circulatório, o sistema linfático, quando passa a se chamar linfa e movese lentamente
pelos vasos linfáticos, dotados de válvulas.
Na
porção
arterial do
capilar, a
pressão do
sangue é
maior que a
pressão
osmótica do
plasma ð
saída de água
contendo
substâncias
dissolvidas.
Na
porção
venosa do
capilar, a
pressão do
sangue é
reduzida,
tornandose
menor que a
pressão
osmótica do
plasma ð
retorno de
fluido para o
interior do
capilar.
c Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos.
A parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A diferença,
porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que suas
correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de maior calibre
apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue e garante sua
circulação em um único sentido.
Depois de passar pelas arteríolas e capilares, a pressão sangüínea diminui, atingindo
valores muito baixos no interior das veias. O retorno do sangue ao coração devese, em
grande parte, às contrações dos músculos esqueléticos, que comprimem as veias, fazendo
com que o sangue desloquese em seu interior. Devido às válvulas, o sangue só pode seguir
rumo ao coração.
É uma alteração no fluxo do sangue
dentro do coração provocada por
problemas em uma ou mais válvulas
cardíacas ou por lesões nas paredes das
câmaras. Na maioria das vezes, não
existem seqüelas. No entanto, quando o
sopro é muito forte, decorrente de lesões
nas paredes das câmaras, ele certamente
precisará ser tratado, pois um volume
considerável de sangue sem oxigênio irá
se misturar com o sangue que já foi
oxigenado.
Algumas pessoas já nascem com
válvulas anormais. Outras vão apresentar
esse tipo de alteração por causa de males
Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf
como a febre reumática, a insuficiência
cardíaca e o infarto, que podem modificar
as válvulas.
Sintomas: Sopros são caracterizados por ruídos anormais, percebidos quando o
médico ausculta o peito e ouve um som semelhante ao de um fole. O problema pode ser
diagnosticado de maneira mais precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo
sangüíneo dentro do coração.
Tratamento: Como existem várias causas possíveis, o médico precisa ver o que está
provocando o problema antes de iniciar o tratamento — que vai desde simples
medicamentos até intervenções cirúrgicas para conserto ou substituição das válvulas, que
poderão ser de material biológico ou fabricadas a partir de ligas metálicas.
Prevenção: Não há uma maneira de prevenir o sopro. Mas existem formas de evitar
que ele se agrave. Para isso, é importante que você saiba se tem ou não o problema,
realizando exames de checkup.
Infarto do miocárdio
É a morte de uma área do músculo cardíaco, cujas células ficaram sem receber
sangue com oxigênio e nutrientes.
A interrupção do fluxo de sangue para o
coração pode acontecer de várias maneiras. A
gordura vai se acumulando nas paredes das
coronárias (artérias que irrigam o próprio
coração). Com o tempo, formamse placas,
impedindo que o sangue flua livremente. Então,
basta um espasmo — provocado pelo estresse —
para que a passagem da circulação se feche.
Também pode ocorrer da placa crescer tanto que
obstrui o caminho sangüíneo completamente, ou
seja, pode acontecer por entupimento quando as
placas de gordura entopem completamente a
artéria, o sangue não passa. Dessa forma, as
Imagem: células no trecho que deixou de ser banhado pela
www.unifesp.br/dmed/cardio/ch/cardio.htm circulação acabam morrendo. A interrupção da
passagem do sangue nas artérias coronárias
também pode ocorrer devido contração de uma
artéria parcialmente obstruída ou à formação de
coágulos (trombose).
Sintomas: O principal sinal é a
dor muito forte no peito, que pode se
irradiar pelo braço esquerdo e pela
região do estômago.
Prevenção: Evite o cigarro, o
estresse, os alimentos ricos em
colesterol e o sedentarismo, que são os
principais fatores de risco. Também
não deixe de controlar a pressão
arterial.
Tratamento: Em primeiro lugar,
devese correr contra o relógio,
procurando um atendimento imediato
— a área do músculo morta cresce feito
uma bola de neve com o passar do
tempo. Se ficar grande demais, o
coração não terá a menor chance de se
recuperar. Conforme a situação, os
médicos podem optar pela angioplastia,
em que um catéter é introduzido no
braço e levado até a coronária entupida.
Ali, ele infla para eliminar o obstáculo
gorduroso. Outra saída é a cirurgia: os
médicos constroem um desvio da área
Imagem: infartada — a ponte — com um pedaço
www.saludhoy.com/htm/homb/articulo/infarca1.html
da veia safena da perna ou da artéria
radial ou das artérias mamárias.
Revascularização do miocárdio: durante a cirurgia um vaso sangüíneo, que pode
ser a veia safena (da perda), a artéria radial (do braço) e/ou as artérias mamárias (direita ou
esquerda) são implantadas no coração, formando uma ponte para normalizar o fluxo
sangüíneo. O número de pontes pode variar de 1 a 5, dependendo da necessidade do
paciente.
Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf
Imagens: www.geocities.com/HotSprings/Villa/1298/heartmate.html
Cateterismo (angioplastia por stent):
Aterosclerose
Doença devida ao aparecimento, nas paredes das artérias, de depósitos contendo
principalmente LDL colesterol (“mau colesterol”), mas também pequenas quantidades de
fosfolipídios e gorduras neutras (placas de ateroma). Trabalhos recentes indicam que o LDL
se acumula no interior das paredes dos vasos, onde seus componentes se oxidam e sofrem
outras alterações. Os componentes alterados dão origem a uma resposta inflamatória que
altera progressiva e perigosamente os vasos. Gradualmente desenvolvese fibrose dos
tecidos situados ao redor ou no interior dos depósitos gordurosos e, freqüentemente, a
combinação do cálcio dos líquidos orgânicos com gordura forma compostos sólidos de
cálcio que, eventualmente, se desenvolve em placas duras, semelhantes aos ossos. Dessa
forma, no estágio inicial da aterosclerose aparecem apenas depósitos gordurosos nas paredes
dos vasos, mas nos estágios terminais os vasos podem tornarse extremamente fibróticos e
contraídos, ou mesmo de consistência óssea dura, caracterizando uma condição chamada
arteriosclerose ou endurecimento das artérias.
Imagem: www.unifesp.br/dmed/cardio/ch/cardio.htm
Descobertas recentes indicam que os efeitos protetores do HDL colesterol (“bom
colesterol”) derivam não só da remoção do LDL colesterol dos vasos, mas também por
interferirem na oxidação de LDL.
A aterosclerose muitas vezes cauda oclusão coronária aguda, provocando infarto do
miocárdio ou "ataque cardíaco".
Prevenção:Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol (presente
apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, fazer exercícios físicos.
Arritmia
Toda vez que o coração sai do
ritmo certo, dizse que há uma arritmia.
Ela ocorre tanto em indivíduos
saudáveis quanto em doentes. Várias
doenças podem disparála, assim como
fatores emocionais — o estresse, por
exemplo, é capaz de alterar o ritmo
cardíaco.
Os batimentos perdem o
compasso de diversas maneiras. A
bradicardia ocorre quando o coração
passa a bater menos de 60 vezes por
minuto — então, pode ficar lento a
ponto de parar. Já na taquicardia
chegam a acontecer mais de 100
batimentos nesse mesmo período.
A agitação costuma fazêlo
tremer, paralisado, em vez de contrair e
relaxar normalmente. Às vezes surgem
novos focos nervosos no músculo
Imagem: Revista Saúde é Vital
cardíaco, cada um dando uma ordem
para ele bater de um jeito. No caso,
também pode surgir a parada cardíaca.
Sintomas: Na taquicardia, o principal sintoma é a palpitação. Nas bradicardias
ocorrem tonturas e até desmaios.
Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf
Tratamento: Em alguns casos, os médicos simplesmente receitam remédios. Em
outros, porém, é necessário apelar para a operação. Hoje os cirurgiões conseguem implantar
no coração um pequeno aparelho, o marcapasso, capaz de controlar os batimentos
cardíacos.
Prevenção: Procure um médico ao sentir qualquer sintoma descrito acima. Além
disso, tente diminuir o estresse no seu diaadia.Reduzir o peso e a ingestão de gorduras
saturadas e colesterol (presente apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar,
fazer exercícios físicos.
Arteriosclerose ou Arterioesclerose
Processo de espessamento e endurecimento da parede das artérias, tirandolhes a
elasticidade. Decorre de proliferação conjuntiva em substituição às fibras elásticas. Pode
surgir como conseqüência da aterosclerose (estágios terminais) ou devido ao tabagismo. O
cigarro, além da nicotina responsável pela dependência, tem cerca de 80 substâncias
cancerígenas e outras radioativas, com perigos genéticos. Investigações epidemiológicas
mostram que esse vício é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema
pulmonar, 80% dos casos de câncer do pulmão e 25% dos casos de infarto do miocárdio.
Além disso, segundo pesquisas, os fumantes têm risco entre 100% e 800% maior de contrair
infecções respiratórias bacterianas e viróticas, câncer da boca, laringe, esôfago, pâncreas,
rins, bexiga e colo do útero, como também doenças do sistema circulatório, como
arteriosclerose, aneurisma da aorta e problemas vasculares cerebrais. A probabilidade de
aparecimento desses distúrbios tem relação direta com o tempo do vício e sua intensidade.
O cigarro contrai as artérias coronárias e, ao mesmo tempo, excita excessivamente o
coração; também favorece a formação de placas de ateroma (aumento de radicais livres).
Prevenção: Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol, parar de
fumar, fazer exercícios físicos.
Hipertensão
O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracterizase por uma pressão
sistólica superior a 14cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão diastólica
superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os vasos
sangüíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais (causando
insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode também
determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência.
Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão defende
que a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores, alguns
deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam, exercendo
ação recíproca e sinérgica. Veja na tabela a seguir o “peso” de cada um desses ingredientes:
Etnia ou raça:Por motivos também de ordem
Genética: fatores genéticos podem predispor à
genética talvez, a hipertensão incida mais e de
hipertensão.
forma mais severa sobre negros.
Sexo:Os homens têm mais propensão à
pressão alta do que as mulheres antes da Idade:A maioria dos estudos mostra que a
menopausa. Depois empatam ou pode haver hipertensão afeta 50% da população com
até ligeira predominância feminina. Os idade acima de 60 anos. Isso depende do
especialistas estão cada vez mais convencidos grupo étnico e do sexo. O mais comum nesses
de que a reposição hormonal de estrógenos casos é a elevação da pressão máxima, sem
após a menopausa pode prevenir a que ocorra o aumento da mínima, que é
hipertensão, como faz com outras doenças decorrente do enrijecimento das artérias.
cardiovasculares e com a osteoporose.
Como fatores genéticos, podemos citar:
• alta concentração de cálcio na membrana das células (defeito
primário): aumenta a contração da musculatura lisa das artérias, fazendoas se
fecharem, o que diminui a passagem de sangue, resultando na hipertensão essencial
ou primária (fator genético;
• aumento da concentração de sódio nas paredes das artérias, fazendo
as se fecharem cada vez mais (fator genético);
Além dos fatores incontroláveis, descritos anteriormente, obesidade, excesso de sal,
álcool, fumo, vida sedentária, estresse e taxas elevadas de colesterol (LDL) são fatores que
favorecem a elevação da pressão arterial.
O uso de anticoncepcionais orais (pílulas anticoncepcionais) também é um fator que
predispõe mais as mulheres à hipertensão.
O cigarro e níveis elevados de colesterol (LDL) também estão entre os elementos de
risco: cerca de 70% do colesterol existente no homem é produzido pelo próprio organismo,
no fígado. O restante provém da alimentação, dos produtos de origem animal. Por isso, o
distúrbio pode ter origem externa, resultante principalmente de dietas erradas e vida
sedentária, ou interna, de causa genética. A conseqüência direta é a aterosclerose, que
dificulta ou, às vezes, impede o fluxo sangüíneo na região.
O uso abusivo de descongestionantes nasais e medicamento em spray para asma
também aumentam as chances de hipertensão.
Pessoas diabéticas têm tendência a desenvolver hipertensão e outras doenças que
atingem o coração.
Prevenção:
• dieta hipossódica (com pouco sal) e hipocalórica (sem
excesso de calorias);
• redução de peso;
• prática de exercícios físicos aeróbicos (de baixa intensidade e
longa duração) ou isotônicos (com grande movimentação
dos membros). Sedentários devem procurar um cardiologista
antes de iniciar qualquer tipo de exercício;
• dieta balanceada rica em vegetais e frutas frescas e pobre em
gorduras saturadas e colesterol;
• medir periodicamente (a cada seis meses) a pressão arterial e
tratar o diabetes (quando for o caso);
• eliminar ou reduzir o fumo e, nos casos de mulheres
hipertensas, eliminar o uso de contraceptivos orais (são uma
bomba para o coração quando associados ao cigarro);
• reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas;
• consultar o médico regularmente
Sangue
O sangue humano é constituído por um líquido amarelado, o plasma, e por células e
pedaços de células, genericamente denominados elementos figurados.
a Plasma:
bElementos Figurados:
b1 Eritrócitos (glóbulos vermelhos ou
hemácias): transporte de oxigênio dos pulmões
para os tecidos, através da hemoglobina. São
produzidas no interior dos ossos, a partir de
células da medula óssea vermelha, como
apresentado a seguir:
Gênese ou produção de hemácias pela medula óssea: hemocitoblasto eritroblasto
basófilo eritroblasto policromatófilo normoblato reticulócito eritrócito.
Durante os estágios iniciais, as células dividemse muitas vezes e mudam de cor,
devido à progressiva formação de maiores e maiores quantidades de hemoglobina. No
estágio de normoblasto, o núcleo se degenera e a célula transformase num reticulócito. É
nesse estágio que geralmente a célula deixa a medula óssea. O reticulócito contém ainda
pequenos filamentos de retículo endoplasmático e continua a produzir pequenas quantidades
de hemoglobina. Contudo, o retículo degenera dentro de um ou dois dias e se transforma
numa célula madura: o eritrócito, que circula pelo sangue durante aproximadamente 120
dias, antes de ser destruído.
Destruição das hemácias pelo baço: Porção globina (grupo protéico – formado por
aminoácidos): digerido e reaproveitado.
Porção heme (grupo prostético – formado por átomos de ferro): a hemoglobina
liberada das células que se fragmentam é fagocitada e digerida quase imediatamente,
liberando ferro na corrente sangüínea, para ser conduzido para a medula óssea (para a
produção de novas células vermelhas) e para o fígado (produção do pigmento biliar
bilirrubina).
A redução de glóbulos vermelhos no sangue (eritropenia) ou a queda na concentração
de hemoglobina chamase anemia, caracterizada por cansaço e deficiência respiratória. A
anemia pode ter diversas causas:
Anemias carenciais
: surgem por deficiência de determinados nutrientes na dieta,
como ferro, vitamina B12 e ácido fólico. A anemia provocada pela falta de ferro é chamada
ferropriva; pela falta de vitamina B12 é a anemia perniciosa.
Anemias espoliativas: são resultado da perda de sangue causada por algumas
doenças, como amebíase, amarelão, úlcera e gastrite.
Anemias hereditárias: são de base genética. Na
talassemia ou “anemia do Mediterrâneo”, há desequilíbrio
na produção de cadeias beta da hemoglobina, causando a
produção deficiente de moléculas normais.
A anemia falciforme resulta da substituição de um
único aminoácido na cadeia beta (ácido glutâmico por
valina) da hemoglobina. Submetidas a baixas concentrações
de oxigênio, as hemácias adquirem o aspecto de uma foice e
são destruídas.
Anemias aplásticas: são originadas de doenças que comprometem a medula óssea
vermelha, acarretando diminuição na produção de glóbulos vermelhos e demais células do
sangue. Ex: leucemia.
O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma
adaptação fisiológica do organismo a locais de altitude elevada, onde o ar é rarefeito. Como
a saturação de oxigênio é menor que ao nível do mar e a saturação de hemoglobina
permanece normal, determinando diminuição da oferta de oxigênio nos tecidos. Como
adaptação fisiológica, ocorre secreção de eritropoetina pelos rins, estimulando a medula
óssea a produzir mais hemoglobina e mais glóbulos vermelhos. O aumento da quantidade
dessas células eleva a capacidade de captação de oxigênio pelo ar.
b2 Leucócitos (glóbulos brancos): são células especializadas na defesa do
organismo, combatendo vírus, bactérias e outros agentes invasores que penetram no corpo
Denominase leucocitose o fenômeno em que o número de leucócitos sobe acima de
10.000/mm³ de sangue e leucopenia quando desce abaixo de 2.000/mm³ de sangue. Na
leucemia (câncer de leucócitos) encontramos mais de 100 mil leucócitos/mm³ de sangue. A
leucocitose geralmente ocorre devido a uma infecção, enquanto a leucopenia predispõe o
organismo a infecções.
Os leucócitos também são produzidos na medula óssea e são apresentados na tabela
a seguir:
Classificação dos leucócitos
Agranulócitos (não
Granulócitos (apresentam grânulos no
apresentam grânulos no
citoplasma)
citoplasma)
Monócit
Neutrófilo Eosinófilo Basófilo Linfócito
o
Grânulos
Núcleo muito
citoplasmáticos Núcleo em
Núcleo condensado,
Característica Núcleo muito grandes, forma de
geralmente ocupando
geral bilobulado chegando a rim ou
trilobulado. quase toda a
mascarar o ferradura
célula
núcleo
Função Fagocitar Fagocitar Liberar heparina Linfócitos T Fagocitar
elementos apenas (anticoagulante) auxiliares ou bactérias,
estranhos ao determinados e histamina células de vírus e
organismo elementos. Em (substância “memória fungos
doenças vasodilatadora imunológica”
alérgicas ou liberada em orientam os
provocadas por processos linfócitos B na
parasitas alérgicos) produção de
intestinais há anticorpos;
aumento do linfócitos T
número dessas supressores
células determinam o
momento de
parar a
produção dos
anticorpos;
linfócitos T
citotóxicos que
produzem
substâncias
que mudam a
permeabilidade
das células
invasoras
(bactérias) ou
de células
cancerosas,
provocando sua
morte.
Linfócitos B,
que formarão
os plasmócitos
do tecido
conjuntivo, são
os
responsáveis
pela produção
de anticorpos
específicos no
combate
imunológico
aos antígenos
invasores.
Nº aproximado
4.800 240 80 2.400 480
em cada mm3
Os monócitos do sangue podem atravessar por diapedese (movimento das células da
defesa para fora dos vasos sangüíneos) os vasos sangüíneos e alojarse em outros tecidos,
dando origem a diferentes tipos celulares, que têm em comum a grande capacidade de
fagocitose: nos tecidos conjuntivos de propriedades gerais dão origem aos macrófagos; no
fígado, às células de Kupffer; no tecido nervoso, às células micróglias.
A
Hemocitopoese
(Hematopoese) é o
processo de formação,
maturação e liberação
na corrente sanguínea
das células do sangue.
O tecido conjuntivo
hemocitopoético, ou
tecido reticular, é
produtor das duas
linhagens de glóbulos:
leucócitos e hemácias.
Esse tecido aparece no
baço, no timo e nos
nódulos linfáticos,
recebendo o nome de
tecido linfóide. No
interior da medula
óssea vermelha, esse
tecido é chamado
mielóide, ocupando os
espaços entre lâminas
ósseas que formam o
osso esponjoso.
As células sanguíneas formamse originalmente, das chamadas célulastronco
pluripotentes da medula óssea vermelha que, em ativa proliferação, podem produzir as
duas diferentes linhagens celulares, a linfóide e a mielóide.
As células linfóides vão originar a linhagem dos linfócitos, enquanto as mielóides
produzirão hemácias, os outros leucócitos e as plaquetas.
b3 Plaquetas ou trombócitos: são minúsculos discos redondos ou ovais, de cerca
de 2 mm de diâmetro que participam do processo de coagulação sangüínea. Representam
fragmentos de megacariócitos, que são células brancas extremamente grandes formadas na
medula óssea. Os megacariócitos desintegramse, formando plaquetas, enquanto ainda estão
na medula óssea, liberando depois as plaquetas no sangue. A concentração normal de
plaquetas no sangue situase em torno de 200.000 a 400.000 por mililitro de sangue.
Na trombocitopenia ocorre redução do número de plaquetas circulantes, o que
predispõe o paciente a um grande número de minúsculos pontos hemorrágicos na pele e nos
tecidos profundos, uma vez que o método de tamponamento plaquetário para interromper
pequenas hemorragias vasculares se torna deficiente. Pessoas com trombocitopenia têm
também tendência a sangrar do mesmo modo que os hemofílicos. A trombocitopenia pode
ser determinada geneticamente, porém a maioria dos casos é resultante de intoxicação
(toxinas, agrotóxicos) ou medicamentos.
Na trombocitose ocorre aumento do número de plaquetas circulantes, podendo levar
à formação de trombos (coágulos), predispondo o indivíduo à trombose, que é a
solidificação do sangue dentro do coração ou dos vasos. Geralmente é determinada
geneticamente.
Coagulação sangüínea
Mecanismos da Hemostasia (impedimento de perda sangüínea):
O COLESTEROL
O colesterol é um membro da família dos lipídios esteróides e, na sua forma pura, é
um sólido cristalino, branco, insípido e inodoro. Apesar da má fama, o colesterol é um
composto essencial para a vida, estando presente nos tecidos de todos os animais. Além de
fazer parte da estrutura das membranas celulares, é também um reagente de partida para a
biossíntese de vários hormônios (cortisol, aldosterona, testosterona, progesterona, estradiol),
dos sais biliares e da vitamina D.
É obtido por meio de síntese celular (colesterol endógeno 70%) e da dieta (colesterol
exógeno 30%). Exceto em pessoas com alterações genéticas do metabolismo do colesterol,
o excesso dele no sangue resulta dos péssimos hábitos alimentares que possuímos (que são
adquiridos desde a infância) e que nos levam a grande ingestão de colesterol e gorduras
saturadas (geralmente de origem animal).
O colesterol endógeno é sintetizado pelo fígado, em um processo regulado por um
sistema compensatório: quanto maior for a ingestão de colesterol vindo dos alimentos,
menor é a quantidade sintetizada pelo fígado.
Como é insolúvel em água e, conseqüentemente, no sangue, para ser transportado na
corrente sanguínea ligase a algumas proteínas e outros lipídeos através de ligações não
covalentes em um complexo chamado lipoproteína.
Existem vários tipos de lipoproteínas, e estas podem ser classificadas de diversas
maneiras. O modo pelo qual os bioquímicos geralmente as classificam é baseado em sua
densidade. Entre estas, estão as "LowDensity Lipoproteins", ou LDL, que transportam o
colesterol do sítio de síntese o fígado até as células de vários outros tecidos. Uma outra
classe de lipoproteínas, as "High Density Lipoproteins", ou HDL transportam o excesso de
colesterol dos tecidos de volta para o fígado, onde é utilizado para a síntese dos sais biliares.
LIPOPROTEÍNAS
As lipoproteínas são
classificadas em várias classes,
de acordo com a natureza e
quantidade de lipídeos e
proteínas que as constituem.
Dentre as classes de
lipoproteínas destacamse:
•Quilomicrons
: grandes partículas que
transportam as gorduras
alimentares e o
colesterol para os músculos e outros tecidos.
• VeryLow Density Lipoproteins (VLDL) e Intermediate Density
Lipoprotein (IDL): transportam triglicerídeos (TAG) e colesterol endógenos do
fígado para os tecidos. A medida em que perdem triglicerídeos, podem coletar mais
colesterol e tornaremse LDL.
• LowDensity Lipoproteins (LDL): transportam do fígado para os
tecidos, cerca de 70% de todo o colesterol que circula no sangue. São pequenas e
densas o suficiente para se ligarem às membranas do endotélio (revestimento interno
dos vasos sangüíneos. Por esta razão, as LDL são as lipoproteínas responsáveis pela
aterosclerose (ver O colesterol no sangue) – deposição de placas lipídicas (ateromas)
nas paredes das artérias. Conseqüentemente, níveis elevados de LDL estão associados
com os altos índices de doenças cardiovasculares.
• HighDensity Lipoproteins (HDL): é responsável pelo transporte
reverso do colesterol ou seja, transporta o colesterol endógeno de volta para o fígado.
O nível elevado de HDL está associado com baixos índices de doenças
cardiovasculares.
A maior parte do colesterol está ligada a lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e o
restante, a proteínas de alta densidade (HDL). O colesterol ligado à LDL é o que se deposita
nas paredes das artérias, quando em excesso. Por isso é denominado “mau colesterol”. Por
outro lado, o HDL pode ser considerado o "bom colesterol", pois ele retira o LDL colesterol
da parede das artérias e o transporta para ser metabolizado no fígado, "como se limpasse as
artérias por dentro", desempenhando assim papel de proteção contra a aterosclerose.
VALORES PARA ADULTOS (mg/dL)
DESEJÁVEIS LIMÍTROFES AUMENTADOS
Colesterol total Abaixo de 200 200-240 Acima de 240
LDL*
Abaixo de 130 130-160 Acima de 160
colesterol
HDL colesterol
Acima de 40 35-40 Abaixo de 35
As lipoproteínas transportam o colesterol no sangue. As LDL levam o colesterol do
fígado e dos intestinos para diversos tecidos, onde ele é usado para reparar membranas ou
produzir esteróides. As HDL transportam o colesterol para o fígado, onde ele é eliminado
ou reciclado.
O COLESTEROL NO SANGUE
1- O 2-
colesterol Nesta
forma um interação,
complexo a LDL
com os pode
lipídeos e acabar
proteínas, sendo
chamado oxidada
lipoproteína. por
A forma que radicais
realmente livres
apresenta presentes
malefício, na célula.
quando em
excesso, é a
LDL.
3- Esta 4- Após
oxidação algum
aciona o tempo
mecanismo cria-se
de defesa, uma placa
desencadeand (ateroma)
o um processo no vaso
inflamatório sanguíneo;
com infiltração sobre esta
de leucócitos. placa,
Moléculas pode
inflamatórias ocorrer
acabam por uma lenta
promover a deposição
formação de de cálcio,
uma capa de numa
coágulos sobre tentativa
o núcleo de isolar a
lipídico. área
afetada.
5- Isto pode
interromper o
fluxo
sanguíneo
normal
(aterosclerose
) e vir a
provocar
inúmeras
doenças
cardíacas. De
fato, a
concentração
elevada de
LDL no
sangue é a
principal
causa de
cardiopatias.
O METABOLISMO DO COLESTEROL
Síntese do colesterol
Nos seres humanos, o colesterol pode ser sintetizado a partir do acetilCoA. O fígado,
seguido do intestino, são os principais locais da síntese do colesterol, podendo produzilo
em grandes quantidades. Pode também ser produzido nos testículos, ovários e córtex
adrenal.
Transporte de colesterol
O colesterol proveniente da dieta, chega ao fígado a partir de quilomícrons
remanescentes e daí provoca a inibição da síntese da enzima da HMGCoA redutase,
diminuindo com isto a síntese endógena.
Antes de deixar os hepatócitos (células do fígado), o colesterol incorporase nas
lipoproteínas VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa). Estas, na corrente sanguínea,
recebem as apoproteínas E e C2 das HDL (lipoproteína de alta densidade) e, ao passar
pelos capilares dos tecidos periféricos, são transformadas em IDL (lipoproteína de
densidade intermediária) e depois em LDL. Em indivíduos normais, aproximadamente
metade das IDL retornam ao fígado, através dos receptores LDL, por endocitose (LDL e
IDL contêm apoproteínas que se ligam especificamente aos receptores LDL –
aproximadamente 1.500 receptores por célula), e os remanescentes IDL são convertidos em
LDL.
Após ligação com LDL, a região da membrana contendo o complexo receptor
lipoproteína, invaginase, migra através do citoplasma celular e fundese lisossomos. A
LDL é degradada nestas organelas e os ésteres de colesterol hidrolisados pela enzima
colesterolesterase lisossômica. O colesterol liberado é ressintetizado a éster dentro da
célula e pode inibir a produção da redutase dentro de poucas horas, diminuindo com isto, a
síntese do colesterol intracelular.
Regulação da síntese do colesterol
a Inibição por “feedback”: o colesterol proveniente da dieta inibe a síntese de
colesterol no fígado, mas não no intestino, através da inibição da síntese da HMGCoA
redutase.
b Ritmo circadiano: a síntese de colesterol atinge o pico 6 horas após ter escurecido
e o mínimo aproximadamente 6 horas após a reexposição à luz. A atividade é regulada ao
nível da enzima HMGCoA redutase.
c Regulação hormonal: insulina aumenta a atividade de HMGCoA redutase
enquanto glucagon e cortisol inibem a atividade da enzima.
ATEROSCLEROSE E RECEPTORES DE LDL
Para algumas pessoas, exercícios e dieta não são suficientes para diminuir o nível de
colesterol. Elas sofrem de uma doença genética denominada hipercolesterolemia familiar.
Estudos indicam que existe um defeito na capacidade das LDL de se ligarem aos receptores,
e não há inibição por “feedback” da síntese de colesterol. Sabese que na forma grave da
doença, os níveis sangüíneos de colesterol freqüentemente excedem 700mg/dL, o que
provoca deposição excessiva de colesterol na parede das artérias. As manifestações clínicas
incluem nível elevado de LDL (colesterol “ruim”) no plasma, depósitos nos tendões, pele
(xantomas) e artérias, e, dependendo do caso, podem ocorrer na infância, o que é
geralmente fatal.
Esse é um dos vários motivos pelos quais a indústria farmacêutica investe milhões de
dólares na pesquisa de fármacos capazes de reduzir o nível de colesterol.
Local de
Hormônio Órgão-alvo Função
produção
Estimula a produção
Gastrina estômago estômago
de suco gástrico.
Estimula a liberação de
Secretina intestino delgado pâncreas
bicarbonato.
Estimula a liberação da
pâncreas e vesícula bile pela vesícula biliar
Colecistocinina intestino delgado
biliar e a liberação de
enzimas pancreáticas.
Inibe o peristaltismo
Enterogastrona intestino delgado estômago estomacal e a
produção de gastrina.
NUTRIÇÃO E SAÚDE
A nutrição é fator essencial na manutenção da saúde. Os hábitos alimentares, ou seja,
os tipos de alimentos escolhidos pelas pessoas para fazer parte de sua dieta usual, bem como
o modo de preparar esses alimentos, variam muito de um povo para outro. Encontramos
essa variedade até dentro de um mesmo país, que pode apresentar diferenças regionais
quanto à alimentação
Apesar disso, é indispensável que os nutrientes essenciais sejam ingeridos
diariamente em quantidades adequadas
Os nutrientes presentes nos alimentos podem ser enquadrados em três grupos, de
acordo com suas funções: plásticos ou estruturais (1), energéticos (2) e reguladores (3).
Os nutrientes plásticos são representados principalmente pelas proteínas, que entram
na construção de diversas partes da célula. Já os açúcares (carboidratos) e as gorduras
(lipídios) são predominantemente nutrientes energéticos, uma vez que fornecem a maior
parte da energia do corpo. Essa divisão, porém, não é rigorosa: nosso organismo pode
queimar proteínas ingeridas em excesso para obter energia, caso a dieta seja pobre em
açúcares e gorduras; por outro lado, os açúcares e as gorduras também tomam parte na
formação de certas estruturas do corpo
Para manter o bom funcionamento de nosso organismo não basta apenas ingerir
quantidades adequadas de nutrientes plásticos e energéticos. Para que nosso corpo trabalhe
em harmonia, são necessários nutrientes reguladores, como as vitaminas, que controlam a
queima de açúcares, a produção de proteínas, a formação dos ossos etc.
Já os sais minerais desempenham tanto funções reguladoras quanto funções
plásticas.
Nutrição e Equilíbrio do Corpo
Todos os sistemas de um organismo trabalham em conjunto no sentido de manter
suas condições internas compatíveis com a vida (homeostase). Uma falha nesse controle
pode determinar uma doença ou até mesmo a morte do organismo. Todos os processos
vitais, por mais variados que possam ser, têm apenas uma única finalidade, que é a de
manter constantes as condições de vida do ambiente interno do corpo. Essa capacidade de
autoregulação presente em todas as formas de vida foi denominada homeostase.
SAIS MINERAIS
Quem tem uma dieta equilibrada entre carnes, vegetais, ovos e leite não precisa se
preocupar com a falta desses ingredientes químicos. Alguns estão presentes em maior
quantidade nos vegetais verdes, outros na carne, mas todos são comuns na maioria dos
alimentos
Vários elementos químicos, como selênio, zinco e cobre são importantes para o bom
funcionamento do organismo, apesar das quantidades diárias necessárias serem pequenas
inferiores a 20 mg por dia; por isso, são considerados micronutrientes (nutrientes
necessários em pequenas quantidades, mas essenciais ao bom funcionamento do
organismo). Outros elementos, como cálcio, fósforo, enxofre, potássio, sódio, cloro e
magnésio, são necessários em quantidades relativamente altas, que ultrapassam os 100 mg
por dia são os macronutrientes
O homem necessita de cerca de 21 elementos químicos diferentes. Desses, a matéria
viva se constitui principalmente de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Por isso, os
quatro são chamados de elementos de constituição. O carbono forma a estrutura básica de
todas as moléculas orgânicas
Os sais minerais podem ser encontrados sob forma nãosolúvel, como constituintes
estruturais de certas partes do corpo (ossos), ou sob a forma solúvel em água, sendo, nesse
caso, dissociados em seus íons constituintes. É sob a forma de íons que exercem importante
papel no metabolismo.
1 FLÚOR: combinase com o fosfato de cálcio presente nos dentes, formando
fluoropatita, muito mais resistente. Com isso os dentes ficam protegidos da ação corrosiva
dos ácidos produzidos pela fermentação de bactérias da boca, evitando a cárie. É encontrado
na água fluorada. A ingestão excessiva favorece o aparecimento de manchas nos dentes.
2 POTÁSSIO: influencia a contração muscular e a atividade dos nervos, sendo o
principal cátion (íon positivo) intracelular. Participa, juntamente com o sódio e o cloro, da
manutenção do equilíbrio osmótico celular, ajudando a eliminar água em excesso do corpo e
regulando o pH do sangue. Atua no metabolismo de carboidratos e proteínas. É encontrado
em carnes, leite e muitos tipos de frutas, verduras e legumes. Estudos demonstram que
dietas ricas em potássio previnem a hipertensão e doenças cardiovasculares; sua deficiência
ou excesso pode levar a problemas cardíacos.
3 SÓDIO: principal cátion (íon positivo) do líquido extracelular. Importante no
balanço de líquidos do corpo (atua na retenção de líquidos corporais); essencial para a
condução do impulso nervoso. É encontrado no sal de cozinha, em alimentos marinhos, os
de origem animal e industrializados. O consumo excessivo predispõe à hipertensão e
sobrecarrega os rins.
4 COBRE: Atua na integridade cardiovascular e na saúde do SNC,
funcionando em equilíbrio com o zinco e a vitamina C na formação da
elastina, uma proteína da pele. Componente de muitas enzimas, dentre
elas, enzimas respiratórias e enzimas que participam da síntese da
hemoglobina. Encontrado no fígado, ovos, peixe, mariscos, chocolate,
trigo integral e feijão. Se o consumo de vitamina C ou ferro for muito alto,
há interferência no metabolismo do cobre.
5 MANGANÊS: necessário para a ativação de diversas enzimas; importante no
mecanismo de amadurecimento celular; ajuda o selênio a eliminar os radicais livres.
Encontrado em cereais integrais, gema de ovo e vegetais verdes.
6 CÁLCIO: é o mineral mais abundante no corpo humano, sendo
componente importante dos ossos e dos dentes. É essencial para a
coagulação do sangue e necessário ao funcionamento normal de nervos e
músculos, inclusive o cardíaco, bem como ao funcionamento normal da
membrana plasmática (permeabilidade seletiva).
Previne a osteoporose (degeneração óssea que ocorre principalmente em mulheres na
idade pré e pósmenopausa, devido à redução drástica do estrógeno, hormônio sexual
feminino responsável, entre outras funções, pela fixação de cálcio nos ossos), coágulos e
ajuda a reduzir a pressão arterial. Participa da estrutura protéica dos ácidos nucléicos
(histonas). É encontrado em vegetais verdes (pouca quantidade), leite e derivados, ostra,
sardinha, soja. Os sinais de deficiência incluem cãibras, nervosismo, palpitações e unhas
quebradiças.
7 SELÊNIO: faz parte das enzimas destruidoras de radicais livres (glutadiona
peroxidase, uma enzima antioxidante), moléculas instáveis liberadas durante a produção de
energia, que estão prontas para se ligarem a quaisquer moléculas que encontram pela frente,
para roubar elétrons. Os radicais são acusados de causar o envelhecimento e várias doenças,
como problemas no coração e câncer. Está associado ao metabolismo de gorduras e
vitamina E. Encontrado na cebola, na castanhadopará, na carne, no peixe e frutos do mar
em geral, em grãos, no leite e na água.
8 MOLIBDÊNIO: ajuda na eliminação de radicais livres e na conversão das
gorduras ingeridas em outros outras facilmente metabolizáveis pelo organismo.
Indispensável para que o organismo processe o nitrogênio, sendo essencial para o
funcionamento normal das células. É encontrado em folhas verdes, legumes e cereais.
9 FERRO: componente da hemoglobina (proteína encontrada nas hemácias,
responsável pelo transporte de oxigênio), mioglobina e enzimas respiratórias; fundamental
para a respiração celular. Associado a proteínas e zinco, é essencial durante a fase de
crescimento e na gravidez. A vitamina C pode aumentar a absorção de ferro em até 30%.
Encontrado no fígado, coração, ostras, feijão, carnes, gema de ovo, legumes e vegetais
verdes. Quantidades excessivas de zinco ou ingestão conjunta com cálcio interferem na
absorção de ferro. Ferro em excesso aumenta a produção de radicais livres e está associado
a doenças cardíacas. Sua deficiência provoca anemia, hemorragia intestinal e fluxo
menstrual excessivo.
10 ZINCO: componente de muitas enzimas, atua em várias funções metabólicas
vitais, como digestão, síntese de proteínas e de ácidos nucléicos, estando relacionado à
multiplicação celular; mantém os níveis sanguíneos de vitamina A; auxilia na cicatrização
de ferimentos; faz parte da molécula de muitas enzimas antioxidantes. Encontrado em
carne, ovos, peixe, crustáceos, leite e legumes, farelo de trigo.
11 IODO: componente dos hormônios da glândula tireóide, que estimulam o
metabolismo do corpo e controlam o fluxo de energia; ajuda no metabolismo de gorduras.
Encontrado em frutos do mar, sal de cozinha iodado e laticínios. Sua carência pode
acarretar bócio (papo formado pelo crescimento da glândula tireóide), falta de memória,
dificuldade de aprender a ler, cansaço diário e retardamento físico e mental (em crianças).
12 FÓSFORO: indispensável para a formação do ATP, sendo essencial para o
armazenamento e transferência de energia nas células, componente importante dos ácidos
nucléicos, sendo indispensável à multiplicação celular. Componente dos ossos e dos dentes.
Desempenha papel importante no metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas.
Mantém a integridade do sistema nervoso central e dos rins. Auxilia o corpo na utilização
de vitaminas. Encontrado em leite e derivados, carne, peixe, ovos, nozes e cereais. Tanto o
excesso quanto a deficiência interferem na absorção de cálcio e no metabolismo.
13 COBALTO: componente da vitamina B12, essencial para a produção das
hemácias. Sua falta leva à anemia perniciosa. Encontrado em carnes e laticínios.
14 ENXOFRE: componente de muitas proteínas, essencial para a atividade
metabólica normal; importante na conversão de alguns metais pesados tóxicos em
compostos solúveis em água, ajudando na sua eliminação. Encontrado em carnes e legumes.
15 MAGNÉSIO: É vital para a estrutura dos ossos. Componente de muitas
coenzimas, sendo essencial para a síntese de ATP; necessário para o funcionamento normal
de nervos e músculos. Ativa diversas enzimas que atuam no processo digestivo. Juntamente
com o cálcio, atua na permeabilidade das membranas. Participa, nas plantas, da molécula de
clorofila, indispensável para o processo de fotossíntese. Atua como protetor do músculo
cardíaco. Encontrado em cereais integrais, amêndoa, castanha de caju, milho, ervilha, soja,
vegetais verdes e alimentos marinhos.
16 CROMO: seu papel não é totalmente conhecido, mas sabese que ele participa,
junto com a insulina na metabolização de açúcares dentro do organismo, mantendo os níveis
ideais de açúcar no sangue. Reduz os níveis de colesterol. Encontrado em carne, queijos e
laticínios, cereais integrais, batata, fígado, levedo de cerveja, frutas e legumes verdes.
17 CLORO: principal ânion (íon negativo) do líquido extracelular. Importante no
balanço de líquidos do corpo e na manutenção do pH. Encontrado no sal de cozinha e
muitos tipos de alimentos
Descobriuse, recentemente, que o germânio tem ação antioxidante em tubos de
ensaio. É encontrado na babosa, confrei, alho, ginseng, cogumelo shitake e cebola.
VITAMINAS
A descoberta das vitaminas e seu papel no metabolismo foi um dos grandes feitos
científicos do século XX. Vitaminas são substâncias orgânicas essenciais, que têm de ser
obtidas do alimento, uma vez que o organismo não consegue fabricálas. Atuam como
coenzimas em diversas reações enzimáticas, sendo fundamentais ao bom funcionamento do
organismo. Na ausência de uma determinada vitamina, não se forma a holoenzima
correspondente, o que altera o metabolismo das células.
O ritmo da vida moderna é um notório ladrão de nutrientes. Em primeiro lugar,
porque quase ninguém tem tempo para fazer uma refeição adequada. Em segundo, porque o
estressante correcorre se traduz no corpo como uma descarga de hormônios que atrapalham
a ação das vitaminas; sem contar outros hábitos que prejudicam essas substâncias. Um
comprimido de aspirina faz com que a vitamina C de um suco de laranja tenha um prazo
três vezes menor para agir, antes de ser eliminada pela urina. Os componentes das pílulas
anticoncepcionais acabam com boa parte das moléculas de vitamina B disponíveis no
sangue.
O alcoolismo é a maior causa de deficiência vitamínica no país, pois o álcool
interfere na sua absorção e as vitaminas B estocadas no corpo são usadas para degradar a
bebida no fígado.
A molécula de vitamina C termina aniquilada pela nicotina do cigarro, quando as
duas se esbarram na corrente sanguínea. De 1/3 a 100% de toda a vitamina ingerida pode
terminar inutilizada desse jeito.
A falta de vitamina C é uma das explicações para a incidência de aterosclerose as
placas de gordura nas artérias, comuns nos fumantes. Dentro dos vasos sanguíneos, a
vitamina C, a E e uma família de moléculas protetoras chamadas fenóis (presentes nas uvas
vermelhas), formam uma barreira para impedir a reação dos radicais livres com o colesterol
que, depois da reação, se depositam com facilidade nas paredes das artérias, criando placas
que crescem até o sangue não conseguir passar.
Os atletas também não se encontram fora de risco: ao suar a camisa, o esportista está
perdendo muitas moléculas de vitamina B12. Na verdade, ele perde todas as do complexo B
e a C, que se dissolvem na água do suor.
As refeições do nosso diaadia já são desvitaminadas: na
preparação dos alimentos são perdidas muitas vitaminas: algumas
vitaminas dissolvemse rapidamente na água, usada na preparação de
ensopados e vegetais cozidos, como as vitaminas do complexo B e
vitamina C.
As vitaminas A, D, E e K, como são lipossolúveis, dissolvemse facilmente no óleo
usado na preparação dos alimentos. Além disso, a alta temperatura usada no preparo das
refeições estraga as moléculas de muitas vitaminas.
Existe uma larga faixa de pessoas com a chamada deficiência marginal: elas têm
vitamina a menos, mas não chegaram a ponto de apresentarem sintomas específicos de
doença. Sentem coisas diversas como cansaço, falta de apetite e irritação constantes,
sintomas que geralmente são rotulados como estresse. Outras manifestam os sintomas da
avitaminose, apresentados no quadro a seguir.
AVITAMINOSE PRINCIPAIS
VITAMINA USO NO CORPO
(DEFICIÊNCIA) FONTES
Componente de pigmentos cegueira noturna,
vegetais amarelos
visuais, importante na xeroftalmia (olhos
A (cenoura, abóbora,
manutenção e integridade dos secos);
batata doce, milho),
(retinol) epitélios; combate os radicais espessamento da
pêssego, nectarina,
livres; evita a “cegueira córnea, lesões de
ovo, leite e derivados.
noturna”. pele.
Auxilia na oxidação dos
carboidratos (coenzima da
respiração celular); estimula o
perda de apetite, cereais integrais,
apetite, mantém o tônus
B1 fadiga muscular, feijão, fígado, carnes,
muscular e o bom
nervosismo, ovos, fermento de
(tiamina) funcionamento do sistema
beribéri (deficiência padaria, vegetais
nervoso, previne o beribéri
cardíaca, neurite) folhosos.
(enfraquecimento dos
músculos que pode levar a
uma total paralisia).
Auxilia a oxidação dos
alimentos (componente do vegetais folhosos
lesões de epitélios:
FAD e de outras coenzimas do (couve, repolho,
B2 ruptura da mucosa
metabolismo energético). espinafre etc), carnes
da boca, dos lábios,
(riboflavina) Essencial à respiração celular; magras, ovos,
da língua e das
mantém a tonalidade saudável fermento de padaria,
bochechas.
da pele. Atua na coordenação fígado, leite.
motora.
inércia e falta de
Mantém o tônus nervoso e energia,
muscular e o bom nervosismo
B3 fermento de padaria,
funcionamento do aparelho extremo, distúrbios
carnes magras, ovos
(niacina ou ácido digestivo. Componente do digestivos, pelagra
fígado, leite, cereais
nicotínico) NAD e do NADP, importantes (diarréia crônica,
integrais, legumes.
na respiração celular e dermatite e
fotossíntese, respectivamente. alterações
neurológicas).
fermento de padaria,
doenças de pele,
Auxilia a oxidação dos cereais integrais,
B6 distúrbios nervosos,
alimentos, mantém a pele fígado, carnes
inércia e extrema
(piridoxina) saudável; coenzima do magras, leite, peixe,
apatia, cálculos
metabolismo dos aminoácidos. cereais integrais e
renais.
verduras.
Importante na fabricação dos
glóbulos vermelhos do sangue anemia perniciosa,
B12 e no bom funcionamento das hemácias
fígado, peixe, carne,
células do corpo (coenzima do malformadas,
(cianocobalamina) ovos.
metabolismo dos ácidos alterações
nucléicos; importante na neurológicas.
divisão celular).
Coenzima do metabolismo dos
folhas verdes, cerais
Ácido fólico (*) ácidos nucléicos e dos anemia, diarréia
integrais, fígado.
aminoácidos.
fadiga, distúrbios do
Componente da coenzima A,
sono, amplamente
Ácido pantotênico sendo importante na
incoordenação distribuído na dieta.
respiração celular.
motora.
fadiga, depressão,
Coenzima do metabolismo dos verduras, legumes e
Biotina náusea, dermatite,
aminoácidos. carnes.
dor muscular.
Mantém a integridade dos
vasos sanguíneos e a saúde
inércia e fadiga em
dos dentes. Importante na
adultos, insônia e
cicatrização de feridas e
nervosismo em frutas cítricas (limão,
queimaduras, na absorção de
C (*) crianças, lima, laranja), tomate,
ferro e no combate aos
sangramento das couve, repolho e
(ácido ascórbico) radicais livres. Previne
gengivas, dores nas outros vegetais
infecções e o escorbuto
juntas, dentes folhosos, pimentão.
(hemorragias espontâneas
alterados,
nas mucosas, redução na
escorbuto
ossificação e deficiência nos
processos de cicatrização)
Atua no metabolismo do cálcio
e do fósforo; mantém os ossos problemas nos
e os dentes em bom estado; dentes, ossos óleo de fígado de
D (**) previne o raquitismo fracos, contribui bacalhau, fígado,
(calciferol) (alterações e deformidades do para os sintomas ovos, leite e
esqueleto) em crianças e a de artrite, derivados, cereais.
osteomalácia (amolecimento raquitismo
dos ossos) nos adultos.
Promove a fertilidade, previne
o aborto; atua no sistema
óleo de germe de
nervoso involuntário, no
E trigo, carnes magras,
sistema muscular e nos esterilidade em
laticínios, alface, óleo
(tocoferol) músculos involuntários; homens, aborto
de amendoim, peixes,
previne danos à membrana
folhas verdes.
celular; ajuda a combater os
radicais livres.
Atua na coagulação do hemorragias vegetais verdes,
K sangue (produção de fatores graves, tomates, castanha,
(naftoquinona) de coagulação pelo fígado), sangramentos sementes
previne hemorragias internos oleaginosas.
(*) As vitaminas assinaladas não resistem ao cozimento; são termolábeis.
(**) A vitamina D não é encontrada pronta na maioria dos alimentos; estes contêm,
em geral, um precursor que se transforma na vitamina, quando exposto aos raios
ultravioleta da luz sol.
OBESIDADE
A obesidade é o maior problema de saúde da atualidade e atinge indivíduos de todas
as classes sociais, tem etiologia hereditária e constitui um estado de má nutrição em
decorrência de um distúrbio no balanceamento dos nutrientes, induzindo entre outros fatores
pelo excesso alimentar. O peso excessivo causa problemas psicológicos, frustrações,
infelicidade, além de uma gama enorme de doenças lesivas. O aumento da obesidade tem
relação com: o sedentarismo, a disponibilidade atual de alimentos, erros alimentares e pelo
próprio ritmo desenfreado da vida atual.
A obesidade relacionase com dois fatores
preponderantes: a genética e a nutrição irregular. A genética
evidencia que existe uma tendência familiar muito forte para a
obesidade, pois filhos de pais obesos tem 80 a 90% de
probabilidade de serem obesos.
A nutrição tem importância no aspecto de que uma
criança superalimentada será provavelmente um adulto obeso.
O excesso de alimentação nos primeiros anos de vida, aumenta
o número de células adiposas, um processo irreversível, que é a
causa principal de obesidade para toda a vida. Hoje,
consumimos quase 20% a mais de gorduras saturadas e açúcares industrializados. Para
emagrecer, devese pensar sempre, em primeiro lugar, no
compromisso de querer assumir o desafio, pois manterse
magro, após o sucesso, será mais fácil.
Por que estamos tão gordos
Num tempo em que as formas esguias e os
músculos esculpidos constituem um avassalador padrão
de beleza, o excesso de peso e a obesidade
transformaramse na grande epidemia do planeta. Nos
Estados Unidos, nada menos de 97 milhões de pessoas
(35% da população) estão acima do peso normal. E, destas, 39 milhões (14% da população)
pertencem à categoria dos obesos. O problema de forma alguma se restringe aos países
ricos.
Com todas as suas carências, o Brasil vai pelo
mesmo caminho: 40% da população (mais de 65
milhões de pessoas) está com excesso de peso e 10%
dos adultos (cerca de 10 milhões) são obesos. A
tendência é mais acentuada entre as mulheres (12% a
13%) do que entre os homens (7% a 8%). E, por incrível
que pareça, cresce mais rapidamente nos segmentos de
menor poder econômico.
O inimigo, desta vez, consiste num modelo de
comportamento que pode ser resumido em três palavras: sedentarismo, comilança e stress.
Estamos vivendo a era da globalização de um modo de vida baseado na inatividade corporal
frente às telas da TV e do computador, no consumo de alimentos industrializados, cada vez
mais gordurosos e açucarados, e num altíssimo grau de tensão psicológica.
A "mcdonaldização"
Em ritmo acelerado e escala planetária, as culinárias tradicionais vão sendo
atropeladas pelo fastfood. E bilhões de seres humanos estão migrando dos carboidratos
para as gorduras.
As conseqüências dessa alimentação engordurada podem não ser inocentes. Artérias
entupidas e diabetes são apenas algumas das possíveis conseqüências do excesso de peso.
Mas, independentemente das conseqüências, existe
hoje uma unanimidade entre os médicos para se
considerar a própria obesidade como uma doença. E
o que é pior: uma doença crônica e incurável. Como
a gordura precisa ser estocada no organismo, todo
obeso tem um aumento do número de células
adiposas (obesidade hiperplástica) ou um aumento
do peso das células adiposas (obesidade
hipertrófica) ou uma combinação das duas coisas.
Esse é um dos fatores que faz com que, uma
vez adquirida, a obesidade se torne crônica. O indivíduo pode até emagrecer, mas vai ter
que se cuidar pelo resto da vida para não engordar de novo. É por isso também que, a longo
prazo, os regimes restritivos não resolvem. Com eles, a pessoa emagrece rapidamente. Mas
não consegue suportar, por muito tempo, as restrições impostas pelo regime. E volta a
engordar. É o chamado "efeito sanfona", o massacrante vaievem do ponteiro da balança.
O primeiro passo: levantar da poltrona e mexer o corpo
O sedentarismo é a causa mais importante do excesso de peso e da obesidade. Por
esse simples motivo, a atividade física tem que ser o primeiro item de qualquer programa
realista de tratamento da doença. A pessoa
sedentária deve começar reeducandose em suas
atividades cotidianas. Se ela mora em
apartamento, por exemplo, pode utilizar as
escadas, em vez do elevador. Mesmo isso,
porém, deve ser feito gradativamente. A pessoa
que mora no sétimo andar pode subir apenas um
lance de escada no primeiro dia e o restante de
elevador. E ir aumentando o esforço, dia após
dia, até conseguir galgar todos os andares.
A partir daí, abrese espaço para uma
atividade física sistemática. Mas é preciso que
seja uma atividade aeróbica (caminhada, esteira,
corrida, bicicleta, hidroginástica, natação, remo, dança, ginástica aeróbica de baixo impacto
etc.), com elevação da freqüência cardíaca a até 75% de sua capacidade máxima.
Nessas condições, a primeira coisa que o organismo faz é lançar mão da glicose,
armazenada nos músculos sob a forma de glicogênio. Depois de aproximadamente 30
minutos, quando o glicogênio se esgota, o organismo começa a queimar gordura como fonte
de energia.
As dietas restritivas devem ser evitadas. Até porque, exatamente pelo fato de serem
desbalanceadas, o organismo se defende espontaneamente delas, fazendo com que, após um
período de restrição, a pessoa coma muito mais. O que o indivíduo precisa, isto sim, é
buscar uma mudança no estilo de vida, pois os fatores comportamentais desempenham, de
longe, o papel mais importante no emagrecimento.
Segure a compulsão
• Faça um diário alimentar e anote tudo o que você come.
• Obedeça rigorosamente ao horário das refeições, comendo com intervalos de 4 a 5
horas.
• Jamais pule refeições.
• Quando, fora dos horários, surgir a vontade de comer, busque uma alternativa
(caminhada, exercícios físicos etc.) que reduza a ansiedade.
• Antes de cada refeição, planeje o que você vai comer e prepare cuidadosamente a mesa
e o prato.
• Preste a máxima atenção ao ato de comer. Não coma enquanto lê ou assiste televisão.
• Mastigue bem e descanse o garfo entre cada bocada. Isso ajuda a controlar a ansiedade.
Mas é eficiente também porque existem dois mecanismos que promovem a saciedade.
Um, de natureza mecânica, atua rapidamente, com o preenchimento do estômago. O
outro, mais lento, depende da troca de neurotransmissores no cérebro. Comendo
devagar, a pessoa dá tempo para que esse segundo mecanismo funcione.
• Jamais faça compras em supermercados de estômago vazio, para não encher o carrinho
com guloseimas.
• Não estoque comidas tentadoras (doces, sorvetes, salgadinhos) em casa. Tenha sempre à
mão opções saudáveis.
• Não vá a festas de estômago vazio. Se, chegando lá, você não resistir à tentação de
comer alguma coisa, escolha aquilo de que mais gosta e dispense o resto.
Anorexia nervosa
É muito bom redescobrir as formas do corpo à medida que o ponteiro da balança
começa a descer, mas tem gente que, mesmo sem nunca ter sido gorda, alimenta um desejo
obsessivo de ficar magérrima!
O problema é que essas pessoas não ficam só na vontade de
emagrecer. Elas desenvolvem um tipo de rejeição à comida que as faz
perder o controle. Isso é a anorexia nervosa, uma disfunção que pode
aparecer sozinha ou em parceria com a bulimia (compulsão pela
comida, seguida de culpa que faz a pessoa utilizar métodos de
expulsão do que comeu, de seu corpo).
A rejeição à comida (anorexia, com incidência de 1%) é classificada como um
transtorno alimentar e suas vítimas são quase sempre (95% dos casos) mulheres jovens, de
15 a 20 anos, excessivamente preocupadas com a aparência e mais sensíveis às influências
dos padrões de beleza em vigor para firmar sua personalidade. A doença também ataca
mulheres na faixa dos 30 e raramente as acima dos 40. Porém não quer dizer que a
adolescente que adora estar na moda esteja sujeita a manifestar o problema.
Um dos primeiros sintomas é a perda da
noção que a pessoa tem da sua imagem corporal,
mesmo magra ela se vê gorda, acredita que precisa
emagrecer ainda mais, e que o melhor jeito é parar
de comer. Normalmente essas mulheres não
acreditam que este medo de engordar possa ser
sinal de alguma disfunção. A prática mostra que
uma das partes mais difíceis do atendimento para
tratar a anorexia nervosa é convencer a pessoa de
que ela está doente.
Normalmente, essas pessoas só são levadas
à tratamento quando a anorexia já está em nível
elevado, ou seja, quando os sinais já são
perceptíveis, quando o emagrecimento já é
exagerado, aí é que os parentes (pois a pessoa não
se vê tão magra) ou amigos próximos percebem
que já ultrapassou o limite do normal.
A família sempre deve insistir no tratamento mesmo que a doente queira parar. O
atendimento especializado é a única saída para controlar o problema antes que o corpo exija
atendimento médico por causa de uma emergência.
Sem tratamentos, a anorexia nervosa:
• Desgasta emocionalmente.
• Debilita os órgãos.
• Provoca distúrbios associados à desnutrição.
• Lesa o aparelho digestivo quando há vômitos constantes.
• Provoca arritmias cardíacas.
Nas adolescentes, os principais sinais da anorexia são o enfraquecimento, a perda de
peso visível e a ausência de menstruação.
Tratamento
• Reidratar o organismo, recomeçando a alimentação à base de soros e líquidos (o
estômago reduzido por não comer a tempos não suporta alimentos sólidos).
• Introduzir gradualmente alimentos pastosos até chegar aos sólidos.
• A pessoa também vai precisar reaprender a conviver com os outros durante as refeições,
entrar em supermercados, fazer compras, ir a festas, participar dos almoços com a
família, enfim, voltar a lidar com o lado social da comida.
Quanto à imposição, ela só é feita em casos que já estão muito graves, com perigo de
morte (arritmia cardíaca, vômitos espontâneos). Para os demais casos ela deixou de ser
recomendada porque tira o paciente da vida social, o que dificulta ainda mais a sua
readaptação.
A psicoterapia é muito importante para a eficácia do tratamento. Através dela a
pessoa vai alterar os hábitos adquiridos e voltou a comer.
É recomendado também que a família do paciente participe de sessões de terapia
familiar em grupo para auxiliar a paciente em seu ambiente.
Sintomas
• Preocupação excessiva com a alimentação. A pessoa passa a maior parte do tempo
pensando no medo de engordar.
• Sensação intensa de culpa e uma ansiedade desproporcional por eventualmente ter saído
um pouco da dieta.
• As pessoas dizem que você está muito magra, suas roupas estão cada vez mais largas,
mas você não se acha magra e ainda quer perder peso.
• Menstruação irregular, ou não existente.
Bulimia nervosa
Pessoas com bulimia nervosa
ingerem grandes quantidades de
alimentos e depois eliminam o excesso
de calorias através de jejuns
prolongados, vômitos autoinduzidos,
laxantes, diuréticos ou na prática
exagerada e obsessiva de exercícios
físicos.
Devido ao "comer compulsivo
seguido de eliminação" em segredo, e ao
fato de manterem seu peso normal ou
com pouca variação deste, essas pessoas
conseguem muitas vezes esconder seu
problema das outras pessoas por anos.
Assim como a anorexia, a bulimia
caracteristicamente se inicia na
adolescência. A doença ocorre mais
freqüentemente em mulheres, mas
também atinge os homens.
Indivíduos com bulimia nervosa, mesmo aqueles com peso normal, podem prejudicar
gravemente seu organismo com o hábito freqüente de comerem compulsivamente e se
"desintoxicarem" em seguida.
Sintomas comuns da bulimia
• Interrupção da menstruação.
• Interesse exagerado por alimentos e desenvolvimento de estranhos rituais alimentares.
• Comer em segredo.
• Obsessão por exercício físico.
• Depressão.
• Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.
• Vômitos ou uso de drogas para indução de vômito, evacuação ou diurese.
• Alimentação excessiva sem nítido ganho de peso.
• Longos períodos de tempo no banheiro para induzir o vômito.
• Abuso de drogas e álcool.
Personalidade: pessoas que desenvolvem bulimia quase sempre consomem enormes
quantidades de alimentos, geralmente sem valor nutritivo, para diminuir o estresse e aliviar
a ansiedade. Entretanto, com a extravagância alimentar, surgem a culpa e depressão.
Pessoas com profissões ou atividades que valorizam a magreza, como modelos,
bailarinos e atletas, são mais suscetíveis ao problema.
Tratamento
Quanto mais cedo for diagnosticado o problema, melhor. Quanto mais tempo persistir
o comportamento alimentar anormal, mais difícil será superar o distúrbio e seus efeitos no
organismo.
O apoio e incentivo da família e dos amigos podem desempenhar importante papel no
êxito do tratamento. O ideal de tratamento é que a equipe envolva uma variedade de
especialistas: um clínico, um nutricionista, um psiquiatra e um terapeuta individual, de
grupo ou familiar.
Comercompulsivo
É um dos transtornos alimentares que se assemelha à bulimia, pois
caracterizase por episódios de ingestão exagerada e compulsiva de
alimentos e, no entanto, difere da bulimia, pois as pessoas afetadas não
produzem a eliminação forçada dos alimentos ingeridos (tomar laxantes
e/ou provocar vômitos).
Pessoas com esse transtorno sentem que perdem o
controle quando comem. Ingerem grandes quantidades de
alimentos e não param enquanto não se sentem
"empanturradas".
Geralmente apresentam dificuldades em emagrecer ou
manter o peso. Quase todas as pessoas com esse transtorno são
obesas e apresentam história de variação de peso. São propensas
a vários problemas médicos graves associados à obesidade,
como o aumento do colesterol, hipertensão arterial e diabetes.
É um transtorno mais freqüente em mulheres.
Sintomas
• Comer em segredo.
• Depressão.
• Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.
• Abuso de drogas e álcool.
Tratamento
O êxito é maior quando diagnosticados precocemente. Precisa de um plano de
tratamento abrangente, em geral, um clínico, nutricionista ou um terapeuta, para lhe dar
apoio emocional constante, enquanto o paciente começa a entender a doença de uma forma
de terapia que ensine os pacientes a modificar pensamentos e comportamentos anormais,
que em geral, são mais produtivas.
Na calada da noite
A ingestão exagerada e compulsiva de alimentos, característica da bulimia e do comer
compulsivo foi batizada, em inglês, com o nome de binge eating (orgia alimentar). Elas
geralmente ocorrem na calada da noite, longe do olhar de censura de outras pessoas, e são
acompanhadas por uma sensação subjetiva de perda de controle, seguida de culpa.
Assim como ocorre na compulsão pelo álcool, pelas drogas, pelo sexo, ou em outras
formas de dependência, as causas profundas do comer compulsivo continuam a ser um
mistério para os estudiosos.
Indivíduos obesos têm maior risco de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer
(estômago/intestino)
.
GRUPOS DE AJUDA
Vigilantes do Peso - Empresa voltada para a reeducação alimentar e comportamental.
Funciona na base de reuniões semanais, nas quais as pessoas recebem orientação
nutricional e compartilham suas experiências. Os freqüentadores pagam uma taxa para
se inscrever e uma taxa menor por reunião. Tel. 0800-550559.
Comedores Compulsivos Anônimos - Grupo de auto-ajuda inspirado no modelo dos
Alcoólicos Anônimos. Os membros seguem um programa de recuperação de 12
passos e se reúnem semanalmente para compartilhar experiências. O grupo não
cobras taxas e enfatiza a dimensão espiritual da cura. Tel. (11) 215-9640
PARA LER
Pontos para o Gordo, de Alfredo Halpern, Ed. Record.
Obesidade Não Tem Cura, mas Tem Tratamento, de Adriano Segal, Ed. Lemos.
Sede de Plenitude, de Christina Grof, Ed. Rocco.
História da Alimentação, de Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari
(organizadores), Ed.Estação Liberdade.
FUTEBOL
O PAPEL DO SNC NA FORMAÇÃO DE CRAQUES
No futebol moderno só entra em campo o profissional
treinado, alimentado, moldado, conscientizado para superar os
limites de velocidade, agilidade, fôlego e potência do chute.
Foise o tempo que o esporte era conhecido apenas pela garra e
talento dos atletas naturalmente bem dotados.
Hoje, jogadores com visão de jogo e que dominam a
bola devem ter essas qualidades somadas à habilidade de
correr atrás do adversário como “felino” e de evitar ser
derrubado por um “safanão”. E por isso é necessário que se
desenvolva fisicamente um jogador técnico, para que ele não
seja anulado por um atleta nãotécnico que tenha preparo
físico.
No processo de formação do jogador técnico, vários sistemas corporais estão
envolvidos. Analisaremos, aqui, o envolvimento do sistema nervoso central (SNC) nesse
processo de formação.
O nível mais alto, representado pelas áreas de associação do neocórtex e pelos
gânglios basais do encéfalo (núcleo caudado, Putamen, núcleo Pálido), está envolvido com
a estratégia: a finalidade e a estratégia do movimento que melhor atinge a meta. O nível
Intermediário, representado pelo córtex motor e pelo cerebelo, está relacionado com a
tática: as seqüências de contrações musculares, arranjadas no espaço e no tempo,
necessárias para ativar, de forma suave e acurada, a meta estratégica. O nível mais baixo,
representado pelo tronco encefálico e pela medula espinhal, guarda relação com a
execução: ativação do neurônio motor e de conjuntos de interneurônios (neurônios de
associação) que geram o movimento direcionado à meta e faz qualquer ajuste postural que
seja necessário.
Para avaliar as diversas contribuições dos três níveis hierárquicos ao movimento,
considere as ações de um atacantecobrador de pênalti parado em frente ao gol, pronto para
lançar a bola. Com base na visão, audição, sensação exata acerca de onde o corpo está no
espaço, estratégias devem ser delineadas para mover o corpo do estado atual para um outro,
no qual o lançamento é realizado e o efeito desejado obtido. Várias opções – um lançamento
curvo, um lançamento rápido, um lançamento articulado, entre outros – estão disponíveis, e
essas alternativas são filtradas através dos gânglios basais e de volta ao córtex até que a
decisão seja tomada baseada, em grande parte, na experiência. As áreas motoras do córtex e
do cerebelo tomam, então, a decisão tática (jogar a bola ao gol) e enviam instruções para o
tronco encefálico e para a medula espinhal. A ativação de neurônios no tronco e na medula
levam, então, à execução do movimento. A ativação, em tempo apropriado, de neurônios
motores (motoneurônios) na região lombar, gera um movimento coordenado da coxa, perna
e pés, enquanto ajustamentos posturais na região cervical e torácica evitam que o jogador
caia durante o lance.
Enquanto isso, neurônios motores do tronco encefálico do goleiro são ativados para
manter seus olhos fixos na posição do atacante, enquanto seu corpo e sua cabeça se movem.
Hierarquia do controle motor
Nível Função Estruturas
Áreas de associação do
Alto Estratégia
neocórtex, gânglios da base
Médio Tática Córtex motor, cerebelo
Baixo Execução Tronco encefálico, medula
De acordo com as leis da física, o movimento de uma bola arremessada no espaço é
balístico, isto é, uma trajetória que não pode ser alterada. O movimento do jogador quando
lança a bola também pode ser descrito como balístico, pois uma vez iniciado não pode ser
alterado.
Informações sensoriais antes do movimento ser iniciado são essenciais para
determinar a posição inicial dos membros inferiores e do tronco e para antecipar qualquer
mudança na resistência durante o arremesso da bola. E informação sensorial durante o
movimento também é importante – não necessariamente para o movimento que está sendo
executado, mas para melhorar movimentos similares subseqüentes.
No nível mais alto, a informação sensorial gera uma imagem mental do corpo e sua
relação com o ambiente. No nível intermediário, as decisões táticas são baseadas nas
memórias das informações sensoriais de movimentos passados. No nível mais baixo, a
retroalimentação sensorial é utilizada para manter a postura, a extensão muscular e a tensão
antes e após cada movimento voluntário.
À medida que as hierarquias sensoriais atingem um pico, também começam a
convergir. Em áreas especiais, como o hipocampo, os neurônios começam a disparar, em
resposta a combinações de ruídos, visões, cheiros e outras sensações. Mas o hipocampo não
espera que todas as informações cheguem de uma só vez para decidir responder. Vai
soltando mensagens a cada pedaço de informação ou sensação. O disparo do hipocampo faz
prestar atenção a outras imagens, Ele reflete o fato de que certos detalhes existem,
espalhados pelo resto do circuito sensorial.
Em conseqüência, dispara novamente.
Resumindo, a informação inicial leva à formação de uma resposta cerebral, que é
usada para dirigir a atenção e coletar mais informações, que novamente são enviadas ao
cérebro. Esse processo permite que o hipocampo seja um órgão de memória, já que toda
conexão sináptica é moldada por experiência. O hipocampo está posicionado para reter
memórias específicas, capturar determinada imagem ou estado sensorial e, então, usar essa
informação horas ou mesmo anos depois para reconstruir um momento.
Os mais alto níveis do cérebro são as cerca de 12 áreas de processamento que formam
os lobos frontais. Tais áreas processam o que é significativo e merece análise mais profunda
(e não rotineiro).
Quando um pedaço da atividade visual, que tem a forma de uma bola, por exemplo,
atinge essa parte do cérebro, uma experiência nítida pode começar a se manifestar.
Agindo em comum acordo com os centros da excitação e emoção do cérebro inferior,
com os quais têm conexões íntimas, os lobos préfrontais entram em estado de alerta. Presta
atenção tem o efeito de definir a experiência sensorial. O córtex sensorial começa
respondendo ao panorama maior – a bola – e depois a outras imagens. A atenção retorna a
tudo para criar contraste. Aumenta o “volume” dos neurônios que representam a bola e
empurra detalhes irrelevantes, como a presença do juiz ou colegas de time para a periferia
da percepção.
Essa é uma das vantagens de o cérebro funcionar mais como rede orgânica de
conexões do que como dispositivo de entrada e saída. As áreas de “saída” podem voltar para
trás a fim de alterar as próprias entradas. Qualquer entrada começa com uma sugestão: “Ei,
posso ser importante!” Muitas são analisadas, e eventualmente pode haver uma resposta do
tipo: “Sim, você era o pedaço que interessava”. As vias do cérebro desenvolvem uma
solução.
Quando se fixa a atenção em certo detalhe ocorre um enorme fluxo de pensamentos,
emoções e associações. A totalidade do cérebro é preparada para responder ao evento focal
com todos os recursos disponíveis. Portanto, perceber a visão da bola traz à superfície
associações mentais armazenadas. Mesmo no momento em que o jogador reconhece a bola,
pensamentos relevantes começam a efervescer dentro dele. Existe adversário na vizinhança?
Devo levar a bola até o gol ou dar passe? Os centros de excitação irão tomar decisões sobre
preparar o corpo para a ação. As áreas motoras, atrás das regiões préfrontais na lâmina do
córtex frontal, estarão engrenando para executar intenções que começam a se formar.
O cérebro aprende a totalidade de cada movimento e extrai (responde também) o
aspecto central.
Bons jogadores de futebol precisam de reflexos incríveis. No jogo profissional, um
chute potente pode fazer a bola rolar a mais de 200 Km por hora e entrar na rede em 1/3 de
segundo. Mal dá tempo para um principiante enxergar a bola. Mas os melhores jogadores
conseguem ver a bola nitidamente para se lançar ao ataque e ainda driblar o adversário com
uma precisão de fração de segundo.
Apesar de parecer que o sistema nervoso trabalha à velocidade de um raio, não é bem
assim. Mesmo conduzindo sinais a várias centenas de quilômetros por hora, os nervos
necessitam de tempo para transformar entrada em saída. Leva ao menos 20 milésimos de
segundo para as mensagens percorrerem o comprimento do corpo. Os sinais visuais levam
em torno de 50 a 100 milésimos de segundo para chegar ao cérebro. Uma vez dentro dele,
outras conexões são necessárias para transformar sinais brutos em resposta mental. Totalize
esses atrasos e seria impossível acompanhar uma bola indo diretamente ao gol.
De fato, experimentos laboratoriais mostram quanto tempo o cérebro leva para
integrar novas informações. Quando se pede jogadores iniciantes que chutem a bola assim
que a luz pisca, eles levam 200 milésimos de segundo, 1/5 de um segundo. Cerca de 120
milésimos de segundo são necessários para registrar o fato de que a luz piscou e outros 80
para dar o chute. Esse tempo é necessário para uma simples tarefa que não exige
pensamento. Para qualquer outra que requer atenção, o atraso da resposta fica próximo de
meio segundo.
O cérebro de profissionais treinados simplifica o problema gastando o menor tempo
possível.
Para subir e descer até o fim da hierarquia de processamento, a resposta mental leva
meio segundo. Criar pontes entre centenas de áreas corticais exige trabalho. O cérebro pode
criar atalhos nessa resposta e reagir fora dos padrões, cortando o tempo de processamento
de 500 milésimos de segundo para apenas 200. Existem estruturas cerebrais especializadas
nesse trabalho. Um agrupamento de centros nervosos, os gânglios basais, abrigase dentro
dos hemisférios cerebrais, “observando” silenciosamente os padrões de atenção e a tomada
de decisões na lâmina cortical acima. Em vigilância, os gânglios basais começam a ver
quais padrões sensoriais produzem mais tarde determinada resposta. Eles poderão fazer,
literalmente, um curtocircuito para a produção daquele estado de saída. Assim que o tipo
certo de sensação começa a chegar, os gânglios basais poderão disparar a mesma resposta
de maneira imediata, sem pensar. A tarefa será feita como se o cérebro superior tivesse
ponderado cuidadosamente a sua resposta. Esse é um truque inteligente para poupar tempo,
que funciona quando o cérebro experimenta a mesma situação em ocasiões suficientes para
conseguir uma conexão na forma de hábito. Isso vai reverter em um padrão de ação fixa ou
automatismo. Mas tal atalho só reduz o atraso na resposta de meio segundo para 1/5 de
segundo.
Os “cérebros” antecipam, ficam craques em adivinhar. Podem supor que cada novo
momento será parecido com o anterior. Mesmo que exista surpresa, aquilo que o cérebro
registrou um segundo atrás continuará sendo verdadeiro no futuro, gerando expectativas
sobre o que virá.
Os gânglios basais não são a única parte do cérebro que vigia as atividades do córtex
e aprende com elas. O cerebelo é um órgão especializado no ajuste fino do encadeamento
temporal dos movimentos. O cerebelo responde por apenas 1/10 do volume do cérebro, mas
contém bem mais da metade de seus neurônios; possui muito mais células nervosas que o
córtex “inteligente”. Um neurônio do cerebelo faz 20 vezes mais conexões sinápticas, quase
200 mil, em comparação com cerca de 10 mil, para um neurônio cortical mediano.
O cerebelo usa alças de processamento muito simples, perfeitas para a sincronia das
ações, e não para formar um quadro complexo da consciência. Esta é a tarefa do córtex, com
suas conexões ramificadas e seus mapas sensoriais.
É certamente assim que os atletas competem. Agem sobre previsões. Experimentos
mostram que os goleiros profissionais conseguem adivinhar a direção da bola em um
pênalti, observando apenas o movimento do atacante. O primeiro instante do vôo da bola é
suficiente para extrapolar toda sua trajetória. Caso a bola voe de maneira imprevisível a
menos de 200 milésimos de segundo, não haverá tempo para ajustes. O goleiro irá girar o
corpo segundo uma previsão errada. Resultado: perderá a bola. Os profissionais lêem o
jogo, contam com a antecipação. Nós fazemos exatamente o mesmo para lidar com
situações corriqueiras.