Cronologia astronômica
Esta cronologia apresenta os principais fatos que, desde os primórdios da civilização até
nossos dias, fazem a história da astronomia. Com o intuito de evitar repetições enfadonhas
e tendo em vista impedir que esta exposição fique demasiado extensa, observa-se sempre o
critério do ineditismo, incluindo-se somente os acontecimentos que trazem novidades e
contribuem, efetivamente, para a evolução do pensamento humano no que concerne à
ciência dos astros. Ficam de fora, por esse critério, os inúmeros objetos celestes (galáxias,
estrelas, cometas, asteroides e mesmo exoplanetas) descobertos todos os anos, a não ser que
a descoberta signifique algo novo ou, por alguma razão, esteja revestida de importância
especial. Estão excluídos, pelo mesmo motivo, os inumeráveis satélites lançados nas
últimas décadas, exceção feita àqueles cujo papel é relevante.
Ademais, considerando-se que a intenção aqui é ressaltar os fatos, não os cientistas, estão
ausentes desta cronologia referências diretas às datas de nascimento ou de morte dos
pesquisadores. Contudo, sendo essas informações importantes para uma melhor
compreensão e contextualização dos acontecimentos apresentados, elas são colocadas,
sempre que possível, entre parênteses.
Por fim, informamos que esta cronologia continuará sendo constantemente atualizada e
revisada, na intenção de torná-la cada vez mais precisa e confiável. Seu máximo objetivo é
divulgar a astronomia entre aqueles que apreciam essa ciência.
O Autor
Seis mil anos de história do céu
Cronologia astronômica
c. 4200 a.C. – Segundo alguns historiadores, é criado no Egito, ainda no período pré-
dinástico, um calendário lunar primitivo com 12 meses: 6 com 29 e 6 com 30 dias,
totalizando 354 dias. O mês, em média, tem 29,5 dias, uma boa aproximação para o mês
sinódico (de Lua nova a Lua nova). Um 13º mês é acrescentado a cadatrês, às vezes dois
anos, a critério dos sacerdotes e astrônomos, para sincronizar esse calendário com o nascer
helíaco de Sirius (Sótis para os egípcios), a mais brilhante estrela noturna. Esse evento,
denominado Iniciador do Ano, coincide com a chegada da cheia do rio Nilo, em sincronia
com as estações anuais.
A necessidade de elaborar calendários deve-se à descoberta da agricultura: é preciso ser
capaz de estabelecer o tempo certo para o plantio e a colheita.
3761 a.C. (7 de outubro) – Esta é, para os judeus, a data da criação do mundo, sendo o
calendário judaico contado a partir de então, embora tenha sido criado e adotado muito
tempo depois, tendo a versão definitiva sido estabelecida no século IV d.C. O ano civil
judaico tem de 353 a 355 dias, divididos em 12 meses lunares. Para ajustar esse calendário
ao ano solar, intercala-se um mês suplementar nos anos 3º, 6º, 8º, 11º, 14º, 17º e 19º ao
longo de 19 anos. Há, assim, um total de 383 a 385 dias, no ano da intercalação.
c. 3000 a.C. – Os chineses descobrem o Saros: intervalo de 18 anos, 11 dias e 8 horas, após
o qual a Terra, o Sol e a Lua retornam, aproximadamente, às mesmas posições relativas.
Nesse intervalo ocorrem, em média, 43 eclipses solares e 28 lunares.
c. 2900 a.C. – É oficializado no Egito um calendário com 365 dias. Mas o ano propriamente
tem apenas 12 meses de 30 dias (360 dias) divididos em três quadrimestres correspondentes
às três estações regidas pelo Nilo: Cheia, Plantio e Colheita. No fim do 12º mês, são
acrescentados cinco dias suplementares que não entram no cômputo oficial dos dias. Esse é
um calendário solar, e o mês nele não mantém sincronia com as fases da Lua.
2636 a.C. (15 de fevereiro) – Data a partir da qual começa a contagem do tempo no
calendário chinês. Trata-se de um calendário lunissolar. Cada ano tem doze lunações, num
total de 354 dias. Para que não se perca a sincronia com o ciclo solar (de 365,25 dias), a
cada oito anos são acrescentados noventa dias (aproximadamente três lunações). Os anos
começam sempre em uma lua nova, entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Considerando um
ciclo de doze anos, cada ano é dedicado a um animal: "shu" ? (rato), "neo" (boi), "hu"
(tigre), "tu" (coelho), "long" (dragão), "she" (serpente), "ma" (cavalo), "yang" (carneiro),
"rou" (macaco), "di" (galo), "gou" (cão), "zhu" (porco).
Possivelmente 2377 a.C. – Sob o império do chinês Yao, o zodíaco (Kyklos zokiakos, do
grego, que significa círculo de animais) é dividido em 28 constelações.
2317 a.C. – Primeiro registro conhecido da passagem de um cometa, que se encontra nos
anais astronômicos chineses.
c. 2000 a.C. – Os chineses descobrem que Júpiter leva cerca de 12 anos para completar uma
órbita ao redor do Sol (valor correto: 11,86 anos).
c. 1930 a.C. – Termina a construção de Stonehenge (cuja última fase de edificação tem
início por volta de 2280 a.C.), possível observatório astronômico do período megalítico,
localizado no condado de Wiltshire, 13 km ao norte de Salisbury, na Inglaterra, onde
supõe-se terem sido feitas observações do Sol e da Lua. Stonehenge, formado por grandes
blocos distribuídos em quatro circunferências concêntricas, é um local envolto em mistério,
não tendo ainda sido definida a sua finalidade principal. As três teorias mais aceitas
apontam-no como observatório astronômico, templo ou monumento funerário.
c. 1400 a.C. – Os egípcios usam relógios de água. Estes são, essencialmente, , recipientes
na forma de balde com um pequeno furo na base por onde a água se escoa. Escalas
uniformes de tempo são marcadas no interior do balde, uma para cada mês, por causa da
variação das noites e, também, devido às estações do ano.
1400-900 a.C. – Sob o Império dos Kassites e dos Assírios, organiza-se uma lista de
constelações helíacas (que acompanham o Sol), assim como são elaboradas as primeiras
regras aritméticas para o cálculo da duração do dia e da noite.
Século VIII a.C. – Na Ilíada e na Odisseia, de Homero (os mais antigos exemplos da
literatura grega que se conhecem), são mencionadas as constelações do Cocheiro, de Órion
e da Ursa Maior, os aglomerados estelares das Plêiades e das Híades e a estrela Sirius.
780 a.C. (4 de junho) – Primeiro registro confiável de um eclipse total do Sol de que se tem
notícia, feito na China.
753 a.C. – Segundo a lenda, Rômulo e Remo (filhos de Rhea Silvia, filha de Numitor, rei
de Alba Longa) fundam a cidade de Roma, iniciando-se, então, o calendário Romano.
Conforme esse calendário, o ano civil consta de 304 dias divididos em 10 meses, dos quais
seis têm 30 dias e quatro, 31. Março é o primeiro mês do ano, seguindo-se Abril, Maio,
Junho, quintilis, sextilis, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro.
c. 740 a.C. – Acaz, rei da Pérsia, supostamente é o primeiro monarca a possuir um relógio
de Sol que funciona com boa precisão.
Possivelmente 713 a.C. – Numa Pompílio, o segundo rei de Roma (717-673 a.C.), introduz
os meses de Janeiro e Fevereiro no calendário Romano e, desse modo, o ano civil passa a
ter 355 dias, começando em Março e terminando em Fevereiro.
700 a.C. – Os chineses já têm registros com anotações precisas sobre meteoritos e cometas.
Século VI a.C. – O filósofo grego Tales de Mileto (624-546 a.C.) introduz na Grécia os
fundamentos da geometria e da astronomia, trazidos do Egito. Pensa que a Terra é um disco
plano em uma vasta extensão de água e flutuando no ar que, para ele, é considerado como
substância primordial do Universo. Afirma que a Lua está mais próxima de nós do que o
Sol e que não tem luz própria.
Século VI a.C. – O filósofo e matemático grego Pitágoras de Samos (c. 572-c. 497 a.C.)
acredita na esfericidade da Terra, da Lua e de outros corpos celestes. Pensa que os planetas,
o Sol e a Lua são transportados por esferas separadas daquela que carrega as estrelas. É o
primeiro a chamar o céu de cosmos. Parece haver sido o primeiro a reconhecer que a estrela
matutina (estrela Dalva) e a estrela vespertina (Vésper ou Hésper) são o mesmo planeta:
Vênus. Alguns estudiosos atribuem a ele uma constatação análoga ao determinar que Apolo
(corpo celeste visível pela manhã) e Hermes (visível à tarde) são o mesmo astro: Mercúrio.
Observa ainda que o Sol, a Lua e os planetas não possuem o mesmo movimento uniforme
das estrelas, e que a órbita da Lua não se situa no plano do equador celeste. Os pitagóricos
acreditam que os cometas são planetas e afirmam que muitas de suas passagens não podem
ser observadas, pois raramente se elevam acima da linha do horizonte.
Século VI a.C. – O filósofo grego Xenófanes (571-480 a.C.) considera os cometas resultado
do movimento e do choque de nuvens de fogo. Ele também fala da Lua como sendo
habitada, com cidades e montanhas.
585 a.C. (28 de maio) – Eclipse do Sol previsto, segundo a tradição, por Tales de Mileto.
Trata-se da primeira referência conhecida à previsão de um eclipse solar.
Século V a.C. – O filósofo grego Anaxágoras (c. 500-428 a.C.) afirma que os astros são
pedras incandescentes, o que lhe vale a acusação de impiedade (ateísmo) e o leva ao exílio
em Lâmpsaco, colônia de Mileto, onde morre. Descobre que a Lua recebe luz do Sol e
explica os eclipses solares e lunares. Deve-se a Anaxágoras a primeira avaliação das
dimensões de um corpo celeste: afirma que “O Sol é pelo menos tão grande quanto o
Peloponeso”. Tenta medir a distância da Terra ao Sol, mas chega a um valor muito inferior
ao real.
Século V a.C. – O filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.) postula que a Via Láctea é
composta de estrelas distantes.
acredita também haver montanhas elevadas e vales profundos na Lua.
Século V a.C. – É compilado, na China, o “Gan Shi Xing Jing”, o mais antigo catálogo
estelar que se conhece.
413 A.C. (27 de agosto) – Um eclipse lunar causa pânico em uma frota de Atenas e assim
afeta o resultado de uma batalha na Guerra do Peloponeso. Os atenienses estão prontos a
mover suas forças de Siracusa quando a Lua é eclipsada. Os soldados e marinheiros ficam
assustados por este presságio celeste e relutam em partir. O comandante Nicias consulta o
oráculo e adia a partida por 27 dias. Esta demora dá uma vantagem a seus inimigos de
Siracusa, que então derrotam toda a frota e o exército ateniense e matam Nicias.
Século IV a.C. – O filósofo grego Hicetas de Siracusa (400-335 a.C.) modifica o sistema de
Philolaus, postulando um movimento de rotação diurna da Terra em torno de seu eixo.
Século IV a.C. – O filósofo grego Ecphantus de Siracusa substitui pela Terra o fogo central
defendido por Philolaus.
Século IV a.C. – O astrônomo babilônio Kiddinu (nascido c. 340 a.C.) recalcula o mês
sinódico e o mês solar. Supõe-se que tenha descoberto a precessão dos equinócios,
decorrente de uma ligeira rotação do eixo da Terra. O equinócio representa o ponto de
intersecção da eclíptica (trajetória aparente do Sol entre as estrelas) com o equador celeste
(círculo na esfera celeste que coincide com o equador terrestre), no qual os dias e as noites
têm a mesma duração.
Século IV a.C. – O filósofo grego Platão (427-347 a.C.) assenta as bases conceituais sobre
as quais se fundamentam os estudos astronômicos durante muitos séculos, sendo as
principais: 1. A Terra, que é esférica, é imóvel e está no centro do Universo (geoestatismo e
geocentrismo). 2. Todos os movimentos dos astros devem ser circulares e uniformes. 3. Os
astros não podem ter outro movimento ou mudança fora desse movimento circular
(imutabilidade do céu). Em seus diálogos “Timaeus”, “Phaedo”, “República” e “Epinomis”,
argumenta que a Terra, em sua imobilidade absoluta, é envolvida por quatro capas
esféricas, sendo a primeira, de espessura igual a dois raios terrestres, composta do elemento
água, e a segunda, composta do elemento ar, com a espessura de cinco raios terrestres e
constituindo a atmosfera. Em seguida, há uma camada do elemento fogo, de dez raios
terrestres, tendo em sua parte superior a quarta capa esférica, na qual se encontram as
estrelas. Os sete astros então considerados planetas (Lua, Sol, Mercúrio, Vênus, Marte,
Júpiter e Saturno) evoluem entre a atmosfera e as estrelas.
Século IV a.C. – O astrônomo grego Calipo de Cízico (370-300 a.C.), aluno de Eudóxio,
aperfeiçoa o modelo de seu mestre, adicionando mais 8 esferas, com o objetivo de explicar
os complicados movimentos de Mercúrio e de Vênus, já que estes têm um afastamento
limitado em relação ao Sol.
Século IV a.C. – O grego Heráclides de Pontus (388-315 a.C.) propõe que a Terra gira
diariamente sobre seu próprio eixo, que Vênus e Mercúrio orbitam o Sol, e a existência de
epiciclos, um sistema centrado na Terra em que todos os objetos celestes se movem em
círculos perfeitos ao redor do nosso planeta.
Século IV a.C. – O filósofo grego Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) apresenta a mais
influente de todas as teorias astronômicas gregas, que seria considerada verdadeira por
quase dois mil anos. Segundo essa teoria, o Universo está dividido em dois estratos, um
sublunar e outro extralunar. Na região abaixo da Lua ocorrem mudanças, estando as coisas
e os seres vivos sujeitos à morte e à degeneração. Aí se encontram os cometas, que não
passam de fenômenos atmosféricos, visíveis em forma de estrelas cadentes. A outra região
estende-se para além da Lua, e nela nada jamais se transforma ou perece. Disso decorre que
os planetas e as estrelas fixas pertencentes à região extralunar são regidos por leis distintas
das que se aplicam à Terra e aos cometas. Aristóteles formula ainda outros conceitos em
astronomia. Sustenta que as fases lunares dependem de quanto da parte da face da Lua
iluminada pelo Sol está voltada para a Terra. Explica também os eclipses: um eclipse solar
ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol; um eclipse lunar ocorre quando a Lua
entra na sombra da Terra. Aristóteles argumenta a favor da esfericidade terrestre, já que a
sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar é sempre arredondada. Afirma que o
Universo é esférico e finito. Aperfeiçoa a teoria das esferas concêntricas de Eudóxio de
Cnido, acrescentando-lhe outras esferas homocêntricas, perfazendo um total de 55. Ele
admite ainda que além da esfera das estrelas fixas existe o Primum Mobile (Primeiro
Móvel), acionado por Deus, o motor primordial e imóvel, e que além dele não há nem
movimento, nem tempo e nem lugar. No tomo II do seu livro “De Caelo” (Dos Céus),
propõe que “o Universo é finito e esférico, ou não terá centro e não pode se mover”.
Século IV a.C. – O grego Hipócrates e seu discípulo Ésquilo defendem, no que concerne
aos cometas, posição semelhante à dos pitagóricos. No entanto, para eles, a cabeleira não
constitui uma característica estável do astro: ela corresponderia à reflexão dos raios solares
sobre os vapores úmidos que o cometa leva consigo. Uma ideia semelhante seria exposta na
metade do século XX.
386 a.C. – Eudóxio de Cnido compila um elenco das 47 estrelas mais brilhantes do céu,
denominando-as conforme a posição que assumem na respectiva constelação. Por exemplo,
ele escreve: “A estrela pequena do lado esquerdo da Águia”, “O joelho esquerdo de
Ofiúco”, “A estrela no meio da cintura de Órion” e assim por diante.
365 a.C. – O astrônomo chinês Gan De parece haver observado o satélite Ganímedes (ou
Ganimedes) do planeta Júpiter. Acredita-se ter sido ele também o primeiro astrônomo cujo
nome se conhece a compilar um catálogo estelar.
365 a.C. – Aristóteles observa uma ocultação de Marte pela Lua e deduz que o Planeta
Vermelho está mais distante da Terra que nosso satélite.
Século III a.C. – O astrônomo babilônio Berossus constrói um relógio de Sol num bloco
cúbico de pedra ou madeira, no qual é cortada uma abertura hemiesférica tendo uma haste
no centro, cujo caminho percorrido por sua sombra é, aproximadamente, um arco de
círculo. O comprimento e a posição do arco variam com as estações do ano.
Século III a.C. – O astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.) é o primeiro a
propor (c. 260 a.C.) que a Terra se move em volta do Sol, antecipando Copérnico em mais
de 1.700 anos. No entanto, para defender seu modelo, tem de fazer duas suposições. A
primeira delas é no sentido de justificar por que as estrelas parecem fixas, isto é, por que
suas posições aparentes não mudam em consequência do movimento da Terra em torno do
Sol. Essa imobilidade, afirma Aristarco, decorre da imensa distância em que se encontram
as estrelas em relação à Terra. A sua segunda suposição não é original, já que havia sido
considerada por Heráclides de Pontos, qual seja, a rotação da Terra em torno de seu eixo.
Entre outras coisas, desenvolve um método para determinar as distâncias do Sol e da Lua à
Terra e mede os tamanhos relativos da Terra, do Sol e da Lua. Chega à conclusão de que a
distância Terra-Sol é de 8 milhões de km (valor correto: 149,6 milhões de km) e que a
relação entre os diâmetros da Lua e do Sol é de 1/20 (valor correto: 1/400). Aristarco
conclui ainda que as relações entre os diâmetros Lua-Terra e Terra-Sol valem,
respectivamente, 1/3 e 1/7 (valores corretos: 1/3,67 e 1/109).
Século III a.C. – O inventor grego Ctesíbio de Alexandria (285-247 a.C.) constrói uma
clepsidra (do grego: kleptein – roubar; hydor – água). Basicamente, ela contém um
mecanismo movido a água que opera um cilindro rotativo, no qual estão dispostas as horas
desiguais do dia e da noite. Ele é, também, o precursor do relógio de cuco, pois algumas de
suas clepsidras são dotadas de um fluxo constante de água que opera toda espécie de
alavancas e peças automáticas, assim como sinos, bonecos movediços e pássaros canoros.
Século III a.C. – O grego Eratóstenes de Cirênia (276-194 a.C.), diretor da Biblioteca
Alexandrina de 240 a.C. a 194 a.C., é o primeiro a tentar medir o diâmetro da Terra,
determinando que a distância entre Alexandria e Siena (hoje Assuã) é de 7° e que, levando
em conta que um círculo completo mede 360°, a distância entre essas duas cidades
corresponde a aproximadamente 1/50 da circunferência total da Terra, redutível depois ao
diâmetro mediante a divisão pelo valor numérico de “pi” (3,141592538...). A circunferência
terrestre calculada por Eratóstenes é de 39.425 km (valor correto: 40.075 km). Compila
também um catálogo com cerca de setecentas estrelas e calcula a distância Terra-Lua em
aproximadamente um terço do valor real.
Século III a.C. – O matemático grego Apolônio de Perga (261-190 a.C.) explica o
movimento dos planetas no céu das estrelas fixas, usando para isso o sistema epiciclo-
deferente, sistema em que o centro de um círculo menor (epiciclo) se desloca ao longo de
um círculo maior (deferente). O epiciclo representa o movimento circular do planeta, e o
deferente é um círculo em cujo centro situa-se o astro em torno do qual orbita o planeta.
c. 275 a.C. – O grego Arato (310-240 a.C.), nascido na Cilícia, conclui Fenômenos, um dos
poemas didáticos mais importantes do período helenístico. Em 1.154 versos hexâmetros,
Fenômenos descreve o firmamento e as constelações então conhecidas.
Séculos mais tarde, diversas traduções são feitas para o latim, destacando-se as de Cícero,
Varrão e Ovídio.
240 a.C. – Anais chineses fornecem detalhada descrição da passagem de um cometa. Não é
certo que as observações se refiram ao cometa Halley, mas, segundo cálculos modernos, ele
passa pela Terra em maio.
238 a.C. – A adoção do que mais tarde viria a ser chamado de ano bissexto é proposta no
Egito, mas os sacerdotes se opõem, e a ideia não é posta em prática.
Século II a.C. – O grego Hiparco de Niceia (190-125 a.C.), considerado o maior astrônomo
da era pré-cristã, constrói um observatório na ilha de Rodes, onde faz observações durante
o período compreendido entre 160 e 127 a.C. Suas observações lhe permitem compilar um
catálogo com a posição no céu e a “grandeza” (hoje magnitude) de 850 estrelas,
especificando, dessa forma, o seu brilho aparente. As estrelas estão classificadas em seis
“grandezas”, correspondendo a 1ª às mais brilhantes e a 6ª àquelas que estão no limite da
visibilidade do olho humano. Além disso, deduz corretamente a direção dos polos celestes,
e até mesmo a precessão dos equinócios, resultante do movimento cíclico ao longo da
eclíptica, na direção oeste, causado pela ação do Sol e da Lua sobre a dilatação equatorial
da Terra e que tem um período de 25.772 anos. Hiparco também chega ao valor correto de
8/3 para a razão entre o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua e afirma que a
Lua está à distância de 59 raios terrestres (o valor correto é 60). Também determina a
duração do ano com uma margem de erro de 6 minutos. Inventa ainda o astrolábio (c. 150
a.C.), instrumento astronômico que mede a altura de um astro em relação ao horizonte.
163 a.C. – O cometa Halley deve ter passado pelo periélio (ponto de maior aproximação do
Sol) em 5 de outubro, e os astrônomos chineses assinalam um cometa nesse período.
Século I a.C. – O filósofo romano Lucrécio (c. 99-55 a.C.), em sua obra “De Rerum
Natura” (Sobre a Natureza das Coisas), sustenta a pluralidade dos mundos habitados,
fundamentando suas ideias nos escritos do filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.) e dos
atomistas.
87 a.C. – Observa-se na China um cometa, que parece ser o mesmo a que o naturalista e
escritor romano Plínio, o Velho (23-79), faz alusão neste texto: “O cometa é um astro
terrível e um sinal de derramamento de sangue. Já tivemos exemplo disso nas desordens
civis sob o consulado de Otávio”. Provavelmente, trata-se do cometa Halley, cujo periélio,
segundo cálculos modernos, ocorre em agosto.
46 a.C. – Júlio César, com a ajuda do astrônomo grego Sosígenes, decide criar um novo
calendário, que fica conhecido como calendário juliano. O ano passa a ter 365 dias e 6
horas, iniciando-se em 1º de janeiro (antes começava em 1º de março). Embora o ano civil
continue com 365 dias, o novo calendário institui, a cada 4 anos, o ano bissexto, de 366
dias, para recuperar as 6 horas perdidas todos os anos. Os meses, como os atuais, têm 30 ou
31 dias, menos o mês de fevereiro, com apenas 28 ou 29 dias, quando o ano é bissexto. Para
corrigir o atraso acumulado ao longo dos séculos, Sosígenes acrescenta 90 dias ao ano 46
a.C., que teve 15 meses e 445 dias. O calendário Juliano é modificado por duas vezes: na
primeira, em 44 a.C., por ordem do General e Cônsul romano Marco Antônio(81-30 a.C.),
o mês Quintilis passa a ser chamado de Julius (Julho) em homenagem a Júlio César; na
segunda, em 8 a.C., por ordem do Senado romano, o mês Sextilis passa a ser chamado de
Augustus (Agosto) em homenagem a Otávio Augusto (63 a.C.-14 d.C.), o primeiro
imperador de Roma. No entanto, a fim de que Agosto não tivesse menos dias que Julho
(31), é tirado um dia do mês de Fevereiro.
44 a.C. (julho) – Um cometa muito brilhante (C/-43 K1) aparece nos céus de Roma e se
torna um dos cometas mais famosos de toda a Antiguidade. Os romanos interpretam-no
como sinal da deificação de Júlio César, cuja morte ocorrera quatro meses antes. Atinge a
magnitude -4, sendo um dos cinco cometas com magnitude negativa já registrados. É
também conhecido como Cometa César ou Grande Cometa de 44 a.C.
4 a.C. (12 de março) – Ocorre um eclipse da Lua e, alguns dias depois, de acordo com o
historiador judeu Flávio Josefo (37-100), morre Herodes, o Grande (nascido por volta de 73
a.C. e rei da Judeia desde 37 a.C.). O fato de Herodes estar, segundo a Bíblia, ainda vivo
quando Jesus nasceu é um dos principais argumentos utilizados para apontar erros na
contagem dos anos da era cristã. Investigadores modernos situam o nascimento de Cristo
entre os anos 7 e 4 a.C.
Século I – O historiador e biógrafo grego Plutarco (46-120) sugere que na Lua existem
reentrâncias onde a luz do Sol jamais chega e que as manchas visíveis em sua superfície são
resultantes de sombras de rios ou de abismos profundos. Também cogita a possibilidade de
o satélite ser habitado.
66 – Em “A Guerra dos Hebreus contra os Romanos”, o historiador judeu Flávio Josefo
escreve: “Aquele povo infeliz... fechou os olhos e cobriu os ouvidos para não ver nem ouvir
os sinais seguros pelos quais Deus havia predito sua ruína. Citarei alguns desses sinais e
dessas predições: um cometa, do tipo chamado Xiphias, porque sua cauda parece
representar a lâmina de uma espada, foi visto sobre Jerusalém durante um ano inteiro...” Os
judeus se rebelam contra os romanos em 66 e Jerusalém é destruída em 70. Os chineses
também observam um cometa entre os meses de fevereiro e março. Segundo cálculos
atuais, o Halley passa pelo periélio em 25 de janeiro.
Século II – O grego Cláudio Ptolomeu (c. 90- c. 168), último grande astrônomo da
Antiguidade, compila (127-151) um volume sobre astronomia, dividido em treze seções
denominadas livros (152 páginas numa edição impressa de 1515), conhecido como o
“Almagesto” (“grande Tratado”, em árabe), que é a maior fonte de conhecimento
astronômico na Grécia. Nessa obra, Ptolomeu inclui um catálogo de estrelas baseado nos
trabalhos de Hiparco; lista 48 constelações, cujos nomes prevalecem até hoje; descreve e
aperfeiçoa os instrumentos usados pelos astrônomos, tendo, inclusive, no livro quinto do
“Almagesto”, demonstrado como se constrói e usa um astrolábio; faz, também, uma
descrição matemática detalhada dos movimentos do Sol e da Lua, o que lhe permite
calcular com maior precisão as datas dos futuros eclipses solares e lunares. A contribuição
mais importante de Ptolomeu é uma representação geométrica do Sistema Solar,
geocêntrica, com círculos e epiciclos, que permite predizer o movimento dos planetas com
considerável precisão e que é usada até o Renascimento, no século XVI.
123 – O astrônomo chinês Zhang Zeng corrige o calendário lunar vigente em seu país. A
duração do ano passa de 354 para 365 dias.
141 – O único registro desta passagem do cometa Halley está nos anais astronômicos
chineses. Data do periélio, segundo cálculos modernos: 22 de março.
185 – Primeiro registro conhecido de uma supernova, feito nos Anais Astrológicos chineses
do Houhanshu.
295 – O cometa Halley é observado em maio pelos chineses. Data provável do periélio: 20
de abril.
363 (27 de junho) – Ocorre o mais longo eclipse solar já observado, com duração de sete
minutos e 24 segundos.
Século VI – O astrônomo hindu Ariabata I (476-550) afirma que "A esfera das estrelas
fixas é estacionária e a Terra, realizando uma revolução, produz o nascimento e o ocaso
diário das estrelas e dos planetas".
c. 525 – O monge Dionisius Exiguus (500-560) reorganiza a contagem dos anos, cujo
marco inicial deixa de ser a fundação de Roma. Ele estabelece que o ano 1 é o do
nascimento de Jesus Cristo (não existe ano 0), mas comete erros nos cálculos, pois os
historiadores modernos acreditam que Jesus nasceu entre os anos 7 e 4 a.C. Ele também
introduz, para assinalar o período posterior ao nascimento de Cristo, a expressão A.D.,
“Anno Domini” (Ano do Senhor).
607 – Dois cometas aparecem e são observados na China, um em fevereiro e outro em abril.
Á época em que surge o segundo coincide com a de uma passagem calculada do cometa
Halley (periélio em 7 de março).
622 (16 de julho) – A fuga de Maomé de Medina (Hégira) constitui o ponto de partida do
calendário muçulmano, que é composto de 12 meses lunares (de 29 ou 30 dias), perfazendo
um total de 354 ou 355 dias.
Século VIII – O erudito inglês Alcuíno de York (735-804), ao dirigir em Paris a reforma
educacional proposta pelo imperador franco-alemão Carlos Magno (742-814), defende a
ideia de um modelo geoheliocêntrico para o Sistema Solar, nos moldes do que havia sido
proposto por Heráclides de Pontos.
760 – “No vigésimo ano do reinado de Constantino”, escreve Alexandre-Gui Pingré, “um
cometa muito brilhante, semelhante a uma barra de ferro incandescente, apareceu durante
três dias do lado do Oriente, e em seguida durante 21 dias no Ocidente”. Os registros dos
chineses não deixam dúvidas: trata-se do cometa Halley. Periélio provável: 20 de maio.
807 (17 de março) – O monge beneditino Adelmus observa uma grande mancha solar,
visível durante oito dias. Ele pensa estar vendo um trânsito de Mercúrio.
837 – A passagem do Halley desse ano é bem próxima do Sol (periélio em 28 de fevereiro)
e dela encontramos vários registros (devidos, provavelmente, a seu grande esplendor), tanto
nos anais chineses como em numerosos textos ocidentais, que o assinalam entre 11 de abril
e 7 de maio. Cálculos modernos indicam que o Halley passa a 5,1 milhões de km da Terra,
a menor distância entre todas as passagens observadas. A cauda pode ter-se estendido ao
longo de 90° no céu, mas não há registro astronômico desse fato.
Século X – O médico e filósofo persa Abu-Ali al-Husain ibn Abdullah Ibn Sina, conhecido
como Avicena (980-1037), defende a hipótese de que todos os corpos celestes têm luz
própria.
964 – O astrônomo árabe Abd Al-Rahman Al-Sufi (903-986) estabelece o “livro das
estrelas fixas”, que permite à astronomia moderna úteis comparações para a pesquisa das
variações de brilho das estrelas. Os nomes árabes de algumas delas, dados por ele, ainda
hoje permanecem: Aldebarã, Altair, Betelgeuse e Rigel. Neste livro, Al-Sufi faz o primeiro
registro conhecido da Grande Nuvem de Magalhães.
989 – A passagem do Halley é relatada tanto na Europa quanto na China. Os textos
chineses falam de dois cometas. O periélio do Halley, segundo cálculos modernos, ocorre
em 5 de setembro.
1006 (30 de abril) – Primeiro registro de supernova observada na Via Láctea (constelação
do Lobo). Os chineses afirmam tê-la avistado durante mais de dois anos. Distante 7.200
anos-luz, chega a atingir a magnitude –7,5, sendo a estrela mais brilhante já observada a
olho nu. Um ano-luz é a distância percorrida pela luz no vácuo, durante um ano, à
velocidade de 299.792 km/s, ou seja, 9,461 trilhões de km.
1032 – O astrônomo, médico e filósofo Avicena (c. 980-1037) faz o primeiro registro
conhecido de um trânsito de Vênus. Ele conclui que Vênus está mais perto da Terra que o
Sol e estabelece que, pelo menos às vezes, a órbita de Vênus é interna à da Terra
relativamente ao Sol.
Trânsito de Vênus é a passagem deste planeta entre a Terra e o Sol, ocultando uma pequena
parte do disco solar. O efeito é semelhante ao de um eclipse do Sol pela Lua, mas em
menor escala, devido à distância muito maior do planeta em relação à Terra, comparada
com a do nosso satélite. Para que um trânsito desse tipo ocorra, é necessário que Vênus, O
Sol e a Terra estejam alinhados.
1129 – O monge e cronista inglês John de Worcester (morto c. 1140) descreve observações
de manchas solares.
1178 (18 de junho) – Monges ingleses afirmam ter visto uma explosão na Lua, descrita em
uma crônica por Gervase de Canterbury (1141-1210).
c. 1230 – O inglês Johannes de Sacrobosco (c. 1195-c. 1250) escreve “De sphaera mundi”
(“Sobre a esfera do mundo”), livro em quatro capítulos que apresenta elementos básicos de
astronomia. Inspirado em grande parte no Almagesto, de Ptolomeu, e acrescentando ideias
da astronomia árabe, torna-se uma das obras mais influentes na Europa antes de Nicolau
Copérnico.
1252 – São publicadas, com o patrocínio do rei de Castela e Leão Afonso X (1221-1284),
as chamadas "Tabuas Afonsinas”, que constituem uma revisão e uma melhoria das tabelas
Ptolomaicas, tendo sido as melhores tabelas afins disponíveis durante a Idade Média e não
são substituídas durante mais de três séculos. Os dados astronômicos acerca da posição e do
movimento dos planetas contidos nessas tábuas são compilados por aproximadamente
cinquenta astrônomos, reunidos pelo rei para esse fim. O monarca questiona a
complexidade do sistema ptolomaico.
1264 – Um cometa muito brilhante (C/1264 N1) é visível na Europa de julho a setembro.
No período de maior esplendor, do final de agosto ao início de setembro, a cauda atinge
quase 100 graus nos céus do nordeste europeu.
Cronistas da época relacionam o aparecimento deste cometa a vários acontecimentos
importantes da Europa, em particular à morte do papa Urbano IV, ocorrida em 2 de
outubro.
Os chineses também observam o cometa, e os seus registros coincidem com os dos
observadores europeus.
1267 – o erudito inglês Roger Bacon (1219-1292) publica o livro intitulado "Opus Majis"
(Obra Maior), no qual apresenta a ideia de se usar lentes para olhar para o Sol, a Lua e as
estrelas.
1330 – O matemático e astrônomo judeu francês Levi Bem Gerson (1288-1344) constrói o
instrumento denominado "bastão de Jacob", com o objetivo de determinar as distâncias
entre astros celestes, usando para isso as suas paralaxes. Paralaxe é a alteração da posição
angular de dois pontos estacionários relativos um ao outro como vistos por um observador
em movimento. De forma simples, paralaxe é a alteração aparente de um objeto contra um
fundo devido ao movimento do observador.
1378 – Embora seguida tanto na Europa quanto na China por seis semanas, essa passagem
do cometa Halley não é tão brilhante quanto a anterior. O periélio ocorre em 10 de
novembro.
1456 – O aparecimento do cometa Halley desse ano ocorre em junho (periélio no dia 9), e o
cometa se encontra em posição tal que seu esplendor é extraordinário. As observações são
numerosas. Alguns afirmam que o papa Calisto III (1378-1458) pediu a todos os cristãos
que orassem para afastar o cometa.
1471 – É inaugurado, em Nuremberg, o primeiro observatório astronômico da Europa. O
astrônomo e matemático alemão Johannes Müller von Königsberg, ou Regiomontano
(1436-1476), responde não apenas por sua construção, mas também pela equipagem do
edifício com instrumentos desenhados por ele próprio.
1472 (janeiro) – Regiomontano faz observações de um cometa que 210 anos depois é
identificado como o cometa Halley.
1475 – O papa Sixto IV (1414-1484) pede a Regiomontano para efetuar estudos sobre a
reforma do calendário, mas o astrônomo alemão morre no ano seguinte, sem realizar a
tarefa.
1500 (1º de maio) – Um integrante da esquadra de Pedro Álvares Cabral, João Meneslau,
conhecido como "Mestre João" e que acompanha a frota na condição de "cirurgião e
físico", envia ao rei Português D. Manuel I, por intermédio de Gaspar de Lemos, uma carta
na qual faz referência a suas atividades astronômicas no novo mundo. Refere-se, na
mencionada missiva, à "Cruz", nome pelo qual era conhecido o Cruzeiro do Sul, já
observado por Hiparco e por Ptolomeu, que o consideravam parte da constelação do
Centauro. Na "Cruz", Mestre João assinala o fato de que suas "Guardas", as estrelas alfa e
gama, apontam na direção do polo sul celeste, tal qual as "Guardas" ou "Ponteiros" da
Grande Ursa em relação ao polo norte celeste. Talvez por querer comparar em excesso é
que Mestre João escreve ter visto uma estrela "pequena" e "muito clara", réplica austral da
"Polaris" boreal. Mestre João observ ainda as principais estrelas da constelação do
Centauro, do Triângulo ( alfa, beta e delta ) e do Pavão ( beta, gama e delta ). Bastante
curioso é que, em sua carta, não tenha aquele cirurgião, suposto astrônomo", feito qualquer
menção a objetos já conhecidos de observadores dos céus austrais e que não têm
equivalente no hemisfério norte, como as Nuvens de Magalhães, e que nenhuma palavra
tenha dedicado ao "Saco de Carvão", nebulosa escura tão nítida no Cruzeiro do Sul.
1514 – O astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) apresenta, pela primeira vez,
sua teoria heliocêntrica no livro “Commentariolus” (Pequenos Comentários), que circula
apenas entre seus amigos.
1534 – O italiano Marcellus Stellatus Palingenius (c. 1500-1543) afirma, em seu livro
"Zodiacus Vitae", que o Universo é infinito.
1540 – Peter Apianus publica "Astronomicum Caesareum", que dedica ao imperador Carlos
V (1500-1558). É uma edição ilustrada da concepção cosmológica de Ptolomeu,
constituindo-se num dos trabalhos mais importantes antes do aparecimento da obra de
Copérnico.
1543 (24 de maio) – Nicolau Copérnico publica, com a decisiva colaboração do matemático
e astrônomo austríaco Georg Joachim von Lauchen, Rheticus (1514-1576), “De
Revolutionibus Orbium Coelestium” (Sobre as Revoluções dos Orbes Celestes), um dos
livros mais importantes da história da ciência. Nele, o astrônomo polonês propõe o
heliocentrismo, que coloca o Sol no centro do Sistema Solar, contrariando o geocentrismo
de Aristóteles e de Ptolomeu, e simplifica a compreensão dos movimentos planetários. A
obra inclui cinco postulados que caracterizam o modelo heliocêntrico copernicano: 1. O
princípio metafísico básico é o da perfeição do movimento circular; 2. O centro da Terra
não é o centro do Universo, mas apenas o centro da esfera lunar; 3. O centro do mundo é
Próximo do Sol; 4. É a Terra, e não a esfera das estrelas fixas, que gira em torno de seu
eixo a cada 24 horas; 5. A distância Terra-Sol é muito menor do que a distância Sol-estrelas
fixas. As ideias copernicanas abrem o caminho para o início do desenvolvimento da
moderna ciência dos astros, contribuindo decisivamente para separar a astronomia da
astrologia e da teologia.
1551 – o matemático alemão Erasmus Reinhold (1511-1553) publica, com base no modelo
copernicano, novas tabelas astronômicas – as chamadas prutênicas ou prussianas –,
superiores às alfonsinas, que haviam sido publicadas em 1252.
1558 – o físico e filósofo italiano Giambattista Della Porta (1535-1615), em sua obra
"Magia Naturalis" (Magia Natural), chega a descrever um telescópio.
1570 – O Papa Pio V manda publicar um novo Missal tentando, mais uma vez, ajustar as
tabelas lunares e o sistema de anos bissextos.
1574 – Tycho Brahe publica o livro intitulado "De Stella Nova", (Sobre A Estrela Nova)
para registrar a observação por ele feita, dois anos antes, acerca da existência de uma nova
estrela nos céus. Em vista desse livro, eventos assim ficam conhecidos como "novas". Ao
analisar suas próprias medidas e compará-las com as de outros observadores europeus,
como as de Thomas Digges, Tycho Brahe descobre que essa “nova” estrela está muito além
da Lua, indicando, portanto, um rompimento com a tradição aristotélica, segundo a qual tal
objeto deveria estar na esfera sublunar, já que o céu era imutável. Registre-se que Tycho
Brahe recusa o modelo de Copérnico porque ele contradiz a Bíblia e, também, porque não
se observam paralaxes anuais das estrelas, uma consequência natural desse modelo.
1576 – O astrônomo inglês Thomas Digges (1546-1595), o Primeiro a romper com a ideia
das esferas fixas de Ptolomeu, considerando-os objetos a diferentes distâncias mas
uniformemente distribuídos no espaço, decide escrever e anexar um suplemento a uma obra
de seu pai, Leonard Digges (1520-1559), intitulada “Prognostication Everlasting”. O
suplemento, escrito para divulgar a teoria heliocêntrica de Copérnico, da qual Thomas
Digges é um dos mais apaixonados defensores na Inglaterra, intitula-se “A Perfit
Description of the Coelestial Orbits” (Uma descrição Completa das Esferas Celestes) e
acaba se tornando um dos trabalhos científicos mais populares na Inglaterra da época, a
ponto de merecer pelo menos sete edições entre 1586 e 1605. A remoção das esferas fixas,
indicando que as estrelas não se acham sempre à mesma distância do Sol, mas se
distribuem pelo espaço infinito, constitui uma ruptura radical, que salta de um Universo
medieval, finito, para o Cosmo infinito e uniformemente povoado de estrelas. Efetua-se,
dessa maneira, decorridos apenas trinta anos da revolução copernicana, outra revolução,
que abre caminho às modernas concepções do Universo.
1577 – Tycho Brahe observa um cometa, visível durante vários meses, e usa a paralaxe
para provar (por meio da medida da distância à Terra) que os cometas são objetos distantes
e não fenômenos atmosféricos, como postulara Aristóteles. Ao atribuir a esses astros uma
órbita ovalada, Brahe contraria o pensamento dominante desde a Antiguidade, pois
supunha-se até então que as órbitas dos corpos celestes deveriam, necessariamente, ser
circulares, pois esta era a forma mais perfeita, e a perfeição caracterizaria a região
extralunar.
1582 (24 de fevereiro) – o papa Gregório XIII (1502-1585), assessorado por Christopher
Clavius, decreta, por meio da bula “Inter Gravissimas”, a reforma do calendário juliano.
Cria assim o calendário gregoriano, que vigora até hoje. O novo calendário suprime 10 dias
do ano de 1582, saltando imediatamente do dia 4 de outubro (quinta-feira) para o dia 15
(sexta-feira) do mesmo mês. Ainda segundo as reformas instituídas por Gregório XIII,
convenciona-se que só são bissextos os anos divisíveis por 4. Adota-se, no entanto, um
critério especial para os anos de final de século: são bissextos apenas aqueles cujas centenas
são divisíveis por 4 (1600, 2000). O ano de 1900, por exemplo, não foi bissexto, porque 19
não é divisível por 4; já o ano 2000 foi bissexto, porque 20 é divisível por 4. O calendário
gregoriano é proposto num momento de grandes conflitos de ordem religiosa. Assim, de
início, é aceito apenas nos países católicos: Itália, Espanha, Portugal, Polônia, França,
Bélgica e Luxemburgo. Nos demais países, vai sendo adotado com o tempo.
1583 – Tycho Brahe propõe para o Sistema Solar um modelo híbrido, com características
heliocêntricas e geocêntricas. Segundo esse modelo, os planetas então conhecidos
(Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) giram em torno do Sol, e todos juntos,
incluindo o Sol, orbitam a Terra. Sendo Brahe um cientista eminente e tendo convicções
religiosas bastante arraigadas, esta é a fórmula que ele encontra para conciliar o
geocentrismo bíblico, defendido pela Igreja católica, com o heliocentrismo, cuja realidade
se torna cada vez mais evidente à medida que os seus estudos em astronomia progridem.
1596 (13 de agosto) – É descoberta a primeira estrela variável (Omicron Ceti, hoje mais
conhecida como Mira Ceti) pelo astrônomo alemão David Fabricius (1564-1617). Distante
cerca de 420 anos-luz, seu brilho varia entre as magnitudes 2,0 e 10,1, completando um
ciclo em aproximadamente 332 dias. Uma estrela cujo brilho varia contradiz o dogma
aristotélico da imutabilidade e da incorruptibilidade do céu.
1600 – O físico inglês William Gilbert (1544-1603) publica "De Magnete", livro em que
afirma ser a Terra um imenso ímã e defende a infinitude do Universo.
1600 (17 de fevereiro) – Condenado pela Inquisição, Giordano Bruno é queimado vivo no
Campo di Fiori, em Roma.
1603 – William Gilbert compila os primeiros desenhos da superfície lunar feitos a partir de
observações a olho nu.
1609 (maio) – Galileu Galilei constrói o primeiro telescópio refrator óptico astronômico.
Trata-se de uma modesta luneta, capaz de aumentar três vezes os objetos focados. No
entanto, o progresso é rápido, a ponto de, no ano seguinte, Galileu dispor de um telescópio
com capacidade de 33 aumentos. A partir da utilização destes instrumentos ópticos, tem
início a astronomia moderna. O olho humano deixa de ser o único meio disponível para
observar o céu, passando a receber o auxílio de telescópios cada vez mais potentes.
1609 (agosto) – Utilizando seu telescópio, Galileu Galilei observa que a Lua possui vales,
montanhas, "mares" e "oceanos".
1610 – Galileu Galilei vê os anéis de Saturno, mas não reconhece que são anéis. Além
disso, ele observa as crateras da Lua, distingue as fases de Vênus e descobre que a Via
Láctea é formada por estrelas. Com isso, Galileu dá início ao principal ramo da astronomia
atual, a astrofísica.
1610 - Galileu Galilei observa Marte, sugerindo, de forma correta, que o planeta não é
perfeitamente esférico, embora não lhe seja possível distinguir detalhes da superfície.
1610 – Num trabalho intitulado “Dissertatio cum Muntio Sidereo”, Johannes Kepler usa o
fato de que o céu é escuro à noite como argumento para provar que o Universo é finito,
como que encerrado por uma parede cósmica escura, rejeitando com veemência a ideia de
um Universo infinito recoberto de estrelas, que nessa época estava ganhando vários
adeptos, principalmente depois da comprovação, por Galileu Galilei, de que a Via Láctea é
composta de uma miríade de estrelas. É a primeira formulação daquilo que mais tarde será
conhecido como paradoxo de Olbers.
1610 (7 de Janeiro) – Galileu Galilei descobre três dos quatro grandes satélites de Júpiter
hoje conhecidos como “galileanos”: Calisto, Io e Europa.
Calisto – Diâmetro: 4.820 km (segundo maior satélite de Júpiter e terceiro de todo o
Sistema Solar); período orbital: 16,689 dias; distância média ao planeta: 1.882.700 km;
superfície: 73 milhões de km2; volume: 59 bilhões de km3; massa: 107,5 quintilhões de
toneladas; densidade: 1,834g/cm3; gravidade: 0,126 G (a gravidade da Terra é de 1 G);
magnitude aparente: 5,65.
Io – Diâmetro: 3.660 x 3.637,4 x 3.630,6 km (quarto maior satélite do Sistema Solar );
período orbital: 1,769 dia; distância média ao planeta: 421.700 km; superfície: 41,910
milhões de km2; volume: 25,3 bilhões de km3; massa: 89,319 quintilhões de toneladas;
densidade: 3,528g/cm3; gravidade: 0,183 G; magnitude aparente: 5,02.
Europa – Diâmetro: 3.138 km (o menor dos “galileanos”); período orbital: 3,551 dias;
distância média ao planeta: 670.900 km; superfície: 39 milhões de km2; volume: 15,93
bilhões de km3; massa: 48 quintilhões de toneladas; densidade: 3,01g/cm3; gravidade:
0,134 G; magnitude aparente: 5,29.
1610 (7 de janeiro) – Galileu Galilei redige sua primeira carta descrevendo as observações
telescópicas das crateras e superfície da Lua feitas por ele usando sua luneta com 20
aumentos. Ele escreve: “... é visto que a Lua não é evidentemente plana, lisa e de superfície
regular, como acredita um grande número de pessoas, mas, pelo contrário, é áspera e
desigual. Em resumo, ela está cheia de proeminências e cavidades semelhantes, mas muito
maiores, que as montanhas e vales esparramados em cima da superfície da Terra”.
1610 (11 de janeiro) – Galileu Galilei descobre Ganímedes, o quarto satélite “galileano” de
Júpiter. É o maior satélite do Sistema Solar, com diâmetro de 5,268 km (superior ao de
Mercúrio) e período orbital de 7,154 dias, estando, em média, a 1.070.400 km do planeta.
Dados complementares – Superfície: 87 milhões de km2; volume: 76 bilhões de km3;
massa: 148,19 quintilhão de toneladas; densidade: 1,936g/cm3; gravidade: 0,146 G;
rotação: síncrona: magnitude aparente: 4,61.
Ele denomina essas luas jovianas de “Estrelas medicianas”, em homenagem a Cósimo II de
Medici (1590-1621), o quarto grão-duque da Toscana. Simon Marius
(1573-1624), astrônomo alemão que dá a estes quatro satélites os nomes pelos quais são
hoje conhecidos, afirma tê-los observado antes de Galileu, mas a “paternidade” de tal
descoberta jamais lhe foi oficialmente atribuída. Trata-se dos primeiros corpos celestes até
então observados girando ao redor de outro planeta, o que constitui um grande argumento a
favor do heliocentrismo, pois a Terra perde o “status” de único planeta ao redor do qual
orbitam satélites.
1611 (1º de janeiro) – numa carta dirigida a Giuliano de Médici (1469-1516), Galileu
Galilei dá conhecimento de suas observações sobre as fases de Vênus.
1611 (14 de abril) – É empregada pela primeira vez a palavra "telescópio", numa festa
oferecida pelo Príncipe italiano Federico Cesi (1585-1630). O termo deriva do grego tele
(longe) e skopein (ver).
1612 – Galileu Galilei começa a observar Mercúrio, e dos seus escritos deduz-se que ele
está convencido de que esse planeta tem fases, embora seu instrumento não lhe permita
observá-las diretamente.
1612 – Galileu Galilei registra duas observações de um astro luminoso que, mais de três
séculos depois (1980), é identificado por astrônomos estadunidenses como sendo Netuno.
1613 (abril) – Galileu Galilei publica o livro “Istoria E Dimostrazione Intorno alle Macchie
Solare” (História e Demonstração em Torno das Manchas Solares), no qual observações
das manchas solares são utilizadas com o objetivo de provar a existência da rotação do Sol.
Ele assume assim, publicamente, o sistema heliocêntrico de Nicolau Copérnico. Trata-se de
uma resposta ao livro de Christopher Scheiner, acirrando uma polêmica que durará anos.
Uma novidade em relação a esta obra é que ela está escrita em italiano, e não em latim,
como era costume na época. Segundo Galileu, ele pretende que o livro possa ser lido pelas
pessoas comuns, não estando restrito a letrados que sabem latim. A partir daí, escreverá em
italiano todas as suas obras.
No final desse mesmo ano, em carta ao discípulo Benedetto Castelli (1578-1643), afirma
que o caráter alegórico das Sagradas Escrituras não autoriza conclusões sérias, visto serem
destituídas de qualquer teor científico.
1613 (janeiro) – Galileu Galilei observa Netuno, mas pensa tratar-se de uma estrela.
1614 – Simon Marius publica "Mundus Jovalis", descrevendo o planeta Júpiter e suas luas.
Na obra, afirma ter descoberto as quatro maiores luas de Júpiter dias antes de Galileu,
dando início a uma disputa com o cientista italiano.
1616 (25 de fevereiro) – o cardeal Roberto Bellarmino (1542-1621) intima Galileu Galilei a
renunciar à sua afirmação de que a Terra gira em torno do Sol. Ele fica proibido de discutir
o heliocentrismo.
1618 – Ocorre uma polêmica, tendo de um dos lados Galileu Galilei e do outro Johannes
Kepler e o jesuíta Orazio Grassi (1583-1654), acerca dos cometas. Enquanto o cientista
italiano defende a concepção aristotélica da origem atmosférica, o astrônomo alemão e o
religioso sustentam que os cometas são corpos celestes e pertencem à região extralunar.
1623 – Galileu Galilei publica "Il Saggiatore" (O Ensaiador), obra na qual demonstra que
as observações astronômicas estão mais de acordo com o heliocentrismo, afirma que os
cometas e as auroras boreais são ilusões ópticas causadas por reflexões em vapores
terrestres que atingem o céu além da Lua e enuncia sua famosa frase: "A matemática é a
linguagem da natureza".
1624 – Numa carta dirigida a Francesco Ingoli, um estudioso de Ravenna, Galileu Galilei
escreve: “As estrelas fixas, senhor Ingoli, brilham por si mesmas, como já provei
anteriormente, e, portanto, nada lhes falta para poderem ser chamadas sóis”. Galileu
concorda, pois, com as ideias acerca das estrelas defendidas quatro décadas antes por
Giordano Bruno.
1627 – Johannes Kepler publica seu último trabalho: "Tabelas Rodolfinas", em homenagem
ao Imperador do Sacro Império Romano Germânico Rodolfo II (1552-1612) e dedicadas à
memória de Tycho Brahe, as quais contêm as observações de Tycho e dele próprio sobre o
movimento dos planetas. Em sua confecção, Kepler utiliza um novo método de cálculo
matemático (os logaritmos) inventado pelo matemático escocês John Napier (1550-1617),
em 1614.
1632 – Galileu Galilei publica “Dialogo sopra I Due Massimi Sistemi del Mondo” (Diálogo
sobre os Dois Máximos Sistemas do Mundo), com clara inclinação pelo heliocentrismo. Na
parte final da obra, ele demonstra que a Terra gira em redor do Sol.
1633 (22 de junho) – Diante do Santo Ofício, Galileu, temendo o agravamento da sua
situação e para evitar condenação maior – de consequências certamente trágicas –, se vê
obrigado a voltar atrás e a negar tudo o que escrevera. É condenado a passar os últimos oito
anos de sua vida sob prisão domiciliar.
1644 – Johann Hevelius confirma as fases de Mercúrio observadas cinco anos antes por
Zupus.
1647 – Johann Hevelius publica “Selenographia, sive Lunae descriptio”, obra pela qual é
considerado o fundador da topografia lunar ou selenografia.
1650 – Giovanni Battista Riccioli é o primeiro a observar uma estrela dupla: Mizar-Alcor,
na constelação da Ursa Maior. Hoje sabe-se que se trata de um sistema estelar múltiplo,
com pelo menos seis componentes.
1651 – É editado postumamente o livro "De Mundo nostro Sublunari Philosophia Nova",
de William Gilbert, no qual o cientista defende a rotação da Terra, nega a existência de uma
esfera de estrelas fixas e nega, também, a finitude do Universo.
1655 (25 de março) – O astrônomo holandês Christian Huygens (1629-1695) descobre Titã,
primeiro satélite conhecido de Saturno. Ele o chama simplesmente de “Saturni Luna” (ou
“Luna Saturni”), forma latina de “Lua de Saturno”. O nome Titã é dado apenas em 1847.
Titã, segundo maior satélite do Sistema Solar, tem diâmetro de 5.152 km (superior ao de
Mercúrio) e orbita Saturno, à distância média de 1.221.870 km, em 15,945 dias.
Dados complementares: superfície: 83 milhões de km2; massa: 134,52 quintilhões de
toneladas; densidade: 1,88g/cm3; gravidade: 0,14 G; magnitude aparente: 7,9.
1659 – Christian Huygens observa a mancha escura hoje conhecida como Syrtis Major, o
primeiro detalhe da superfície marciana a ser identificado.
1666 – Giovanni Cassini assinala a presença de calotas polares em Marte, supondo serem
formadas por neve.
1668 – O físico, matemático e astrônomo inglês Isaac Newton (1642-1727) descobre que,
fazendo-se um feixe de luz branca atravessar um prisma de vidro, obtém-se sua
decomposição nas sete cores do espectro visível (as mesmas do arco-íris): vermelho,
alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. O princípio físico em que se baseia a
decomposição da luz é a refração: ao atravessar a superfície de separação entre dois meios
transparentes, de índices de refração diferentes, o feixe luminoso sofre um desvio
proporcional ao comprimento de onda da luz.
1668 – Isaac Newton constrói o primeiro telescópio refletor óptico, baseado parcialmente
em um desenho criado, em 1663, por James Gregory.
1670 – O astrônomo francês Jean Picard (1620-1682) mede o raio da Terra com uma
precisão sem precedentes, obtendo o valor de 6.328,9 km (valor correto do raio polar:
6.356,8 km). Essa medição mais precisa é usada por Newton no aperfeiçoamento da sua lei
da gravitação universal.
1671 – Entra em atividade o Observatório de Paris, cuja construção, idealizada por Jean-
Baptiste Colbert (1619-1683) e promovida por Luís XIV (1638-1715), havia tido início em
1667. Por mais de um século (até 1793), o observatório é dirigido pela família Cassini, que
faz dele um dos principais centros de estudos astronômicos do mundo.
1671 (25 de outubro) – É descoberto o satélite Jápeto, segundo conhecido de Saturno, por
Giovanni Cassini.
Diâmetro: 1.494,8 x 1.424,8 km; período orbital: 79,321 dias; distância média ao planeta:
3.560.820 km; massa: 1,805 quintilhão de toneladas; densidade: 1,83g/cm3.
1672 – Jean Richter e Giovanni Cassini medem a unidade astronômica (distância da Terra
ao Sol) com o valor de 138.370.000 km, mais de 11.000.000 de km abaixo do valor real
(149.600.000 km).
1672 (13 de agosto) – Christian Huygens descobre as calotas polares do planeta Marte.
1672 (23 de dezembro) – Giovanni Cassini descobre Reia, terceiro satélite conhecido de
Saturno.
Diâmetro: 1.535,2 x 1.525 x 1.526,4 km (segundo maior de Saturno); período orbital: 4,518
dias; distância média ao planeta: 527.108 km; massa: 2,307 quintilhão de toneladas;
densidade: 2,233g/cm3.
1675 – O astrônomo dinamarquês Ole Römer (1644-1710) usa a mecânica orbital dos
satélites de Júpiter para estimar que a velocidade da luz é de cerca de 227.000 km/s (valor
real: 299.792,458 km/s).
1675 – Giovanni Cassini verifica que, entre os anéis A e B (mais interno) de Saturno há um
vazio, que recebe o nome de “divisão de Cassini”.
1682 – Edmond Halley observa e calcula a órbita do cometa que mais tarde levará seu
nome. O periélio ocorre em 15 de setembro.
1684 (21 de março) – Giovanni Cassini descobre Tétis e Dione, quarto e quinto satélites
conhecidos de Saturno.
Tétis – Diâmetro: 1.080,8 x 1.062,2 x 1.055 km; período orbital: 1,887 dia; distância média
ao planeta: 294.619 km; massa: 617,4 quatrilhões de toneladas; densidade: 0,973g/cm3.
Dione – Diâmetro: 1.127,6 x 1.122 x 1.120 km: período orbital: 2,736 dias; distância média
ao planeta: 377.396 km; massa: 1,095 quintilhão de toneladas; densidade: 1,476g/cm3.
1687 (5 de julho) – Isaac Newton publica seu livro “Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica” (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural), em três volumes, esboçando
as leis da mecânica e a lei da gravidade (ou da gravitação universal), concebida a partir de
1666, segundo a qual a força de atração entre dois corpos é proporcional ao produto de suas
massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa. As três leis da
mecânica de Newton são: 1. princípio da inércia: um corpo que esteja em movimento ou em
repouso tende a manter seu estado inicial. 2. Princípio fundamental da mecânica: a
resultante das forças que agem num corpo é igual ao produto de sua massa pela aceleração
adquirida. 3. lei de ação e reação: Para toda força aplicada existe outra de mesmo módulo,
mesma direção e sentido oposto. Newton rompe assim, definitivamente, com a concepção
de mundo vigente desde a Antiguidade. A partir daí, as mesmas leis da mecânica passam a
reger tanto os fenômenos terrestres como os do céu, e o Cosmo deixa de ser fechado –
como acreditavam os gregos – para se estender até o infinito.
1690 – Giovanni Cassini percebe que a rotação da atmosfera superior de Júpiter não é
constante em todos os seus pontos. A rotação da região polar da atmosfera do planeta é
aproximadamente cinco minutos mais demorada do que a da região equatorial.
1690 - John Flamsteed observa Urano pelo menos seis vezes, mas não reconhece o astro
como planeta e o cataloga como sendo a estrela 34 Tauri.
1698 – Edmond Halley calcula as órbitas dos 24 cometas observados entre 1337 e 1698,
determinando que são elípticas, como as dos planetas. Intrigado com a semelhança dos
parâmetros orbitais dos cometas de 1531, 1607 e 1682, ele apresenta a hipótese de que se
trata sempre do mesmo astro e de que ele reapareceria em 1758.
1702 – É fundado pelos jesuítas o Observatório de Marselha, onde Jean Louis Pons
(1761-1831) descobre 37 cometas, inclusive o de 1818, cuja periodicidade é reconhecida
por Johann Franz Encke (1791-1865), aluno do matemático alemão Gauss.
1704 – Isaac Newton publica "Opticks", a sua obra mais importante sobre óptica, na qual
expõe suas teorias anteriores e suas ideias acerca da natureza corpuscular da luz,
apresentando também um estudo detalhado sobre fenômenos como refração, reflexão e
dispersão luminosa.
1716 – Edmond Halley sugere uma medição de alta precisão da distância Terra-Sol
cronometrando o trânsito de Vênus.
1718 – Edmond Halley descobre o “movimento próprio” das estrelas, que se caracteriza
como deslocamentos retilíneos com velocidade constante. Ele faz essa descoberta ao notar
que algumas estrelas haviam mudado de posição, ao comparar suas localizações recentes
com as antigas medidas tomadas por Ptolomeu.
1718 – Todas as obras de Galileu Galilei, com exceção do Diálogo sobre os Dois Máximos
Sistemas do Mundo, são publicadas em Florença, com autorização do Santo Ofício.
1724 – Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), físico e químico germânico, inventa uma
escala uniforme de leitura da temperatura, utilizada até os dias de hoje nos países anglo-
saxões, em que a temperatura de congelamento da água ou fusão do gelo à pressão de uma
atmosfera está a 32°F (0°C) e a de ebulição, ponto máximo, a 212°F (100°C).
1725 – É publicada a “Historia Coelestis Britannica”, em três volumes, principal obra de
John Flamsteed, terminada por seus assistentes, na qual os dois primeiros volumes contêm
os resultados de todas as suas observações, e o terceiro é um catálogo de 3.000 estrelas.
1731 – O astrônomo inglês John Bevis (c. 1693-1771) descobre o primeiro resto de
supernova, a nebulosa do Caranguejo (M1), originada a partir da supernova de 1054.
1736 – Chega ao Brasil (Estado do Pará) uma equipe de cientistas franceses, da qual faz
parte Charles Marie de La Condamine (1701-1774), nomeada pela Academia de Ciências
de Paris para determinar, no equador terrestre, um arco de meridiano, incumbência que
outra comissão equivalente, chefiada por Pierre Louis Maupertuis (1698-1759) e
trabalhando a 70° de latitude norte, trata também de fazer para fins comparativos. Estes
cientistas conseguem, por tal processo, demonstrar o achatamento polar da Terra.
1737 (28 de maio) – John Bevis registra a única ocultação de Mercúrio por Vênus visível
da Terra historicamente observada. O próximo fenômeno semelhante ocorrerá em 2133.
1741 – Cai, no Japão, um meteorito que é venerado por 150 anos. Os japoneses veem nele a
bela imagem de uma pedra caída do jardim da deusa Shokuyo, situado às margens do
grande rio celeste (a Via Láctea).
1741 – Galileu Galilei é "reabilitado" pelo Papa Bento XIV (1675-1758) mediante a
concessão do "Imprimatur", uma declaração oficial da Igreja Católica na qual se afirma que
determinada obra literária ou similar não é contrária às doutrinas da Igreja e que constitui
uma boa leitura para qualquer pessoa de fé católica. É permitida a publicação de todas as
obras científicas de Galileu, incluindo uma versão levemente censurada do Diálogo sobre
os Dois Máximos Sistemas do Mundo.
1742 – Anders Celsius (1701-1744), astrônomo sueco, Idealiza uma escala de termometria
na qual o ponto de fusão do gelo marca o 0 e o ponto de ebulição da água o 100. Uma vez
marcadas estas duas temperaturas, a distância existente entre ambos os pontos divide-se em
100 partes. Cada uma destas divisões é um grau Celsius (°C) de temperatura. Esta escala
recebe o nome de escala centígrada e o grau Celsius (°C) chama-se grau centígrado.
1744 (1º de março) – O Grande Cometa de 1744, oficialmente denominado C/1743 X1,
descoberto (29 de novembro de 1743) por Jan de Munck e observado independentemente
(09 de dezembro) pelo holandês Dirk Klinkenberg (1709-1799) e (13 de dezembro) pelo
suíço Jean-Philippe de Chéseaux (1718-1751), atinge o periélio, à distância de 33.300.000
km do Sol. Visível a olho nu por vários meses, atinge a magnitude aparente -7. Pouco
depois do periélio, um “leque” de seis caudas do cometa é observado no céu, o que
configura um fenômeno bastante raro. A última observação ocorre em 22 de abril.
Charles Messier, então com treze anos, observa o cometa, que causa nele uma profunda
impressão.
1745 – O naturalista francês Georges Louis Leclerc Buffon (1707-1788) formula uma
teoria segundo a qual um corpo massivo (que Buffon acredita ser um cometa) aproximou-se
do Sol, arrancando-lhe o material que depois se condensou nos planetas.
1755 – O filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) publica a sua “História Geral da
Natureza e Teoria do Céu”, obra na qual imagina as nebulosas como outras vias-lácteas,
cada uma formada por miríades de estrelas, distribuídas de modo a formar uma estrutura
achatada, como um disco. Tais estruturas girariam em torno de um ponto central, do mesmo
modo que os planetas giram em torno do Sol. Kant afirma ainda que as manchas elípticas
visíveis no céu (as nebulosas) “são mundos iguais ao nosso, a Via Láctea”. A concepção
kantiana não se limita à natureza desses sistemas, mas mostra-se muito mais ampla.
Abrange mesmo a ordenação de todo o Universo, ao afirmar que as galáxias se agrupam
entre si em outros sistemas (hoje dizemos “aglomerados de galáxias”). Esses agrupamentos,
por sua vez, formam novos conjuntos (os “superaglomerados de galáxias”, na terminologia
atual), e assim por diante.
1761 – O trânsito de Vênus observado pelo escritor e cientista russo Mikhail Lomonosov
(1711-1765) fornece a primeira evidência de que o planeta possui uma atmosfera.
1766 – O matemático alemão Johann D. Titius (1729-1796) descobre uma curiosa relação
matemática entre as distâncias a que os planetas então conhecidos orbitam o Sol. Se se
tomar a progressão geométrica 0, 3, 6, 12, 24, 48 e 96, em que cada número, depois do 3, é
o dobro do anterior, e se se somar 4 a cada elemento da sucessão, obtém-se 4, 7, 10, etc.,
até alcançar 100. Esta última sequência numérica, dividida por 10, reproduz com grande
precisão a distância relativa, em unidades astronômicas, a que os planetas se encontram do
Sol, com Mercúrio à distância 0,4 e Saturno, o planeta mais longínquo que então se
conhecia, à distância 10. Outro alemão, Johann Elert Bode (1747-1826), passa a divulgar
essa relação numérica, que se torna impropriamente conhecida como “Lei de Titius-Bode”
(na verdade, trata-se de uma regra, e não de uma lei).
1766 – O italiano Troili publica uma nota em que apresenta os resultados de seus estudos
sobre o meteorito de Alboreto, mas é completamente ignorado pela “ciência oficial” da
época.
1771 - Surge a segunda (e definitiva) versão do catálogo de Charles Messier com 103
objetos nebulosos, cuja denominação ainda se encontra em uso, sendo representada por
uma letram (de Messier) seguida, sem espaço, por um número (por exemplo, M31, M42).
Posteriormente, entre 1921 e 1966, astrônomos identificam outros sete objetos nebulosos
observados por Messier e seu assistente Pierre Méchain (1744-1804), mas não catalogados.
Estes objetos fazem parte, atualmente, do Catálogo Messier, o que eleva o seu número para
110.
1778 – Charles Messier descobre M54, que hoje é sabido ser o primeiro aglomerado
globular extragaláctico identificado.
1779 – Antoine Darquier descobre a nebulosa do Anel (M57) e pela primeira vez compara
uma nebulosa planetária com planetas.
1781 – Charles Messier e Pierre Méchain descobrem o aglomerado de galáxias Virgo, que
eles supõem ser um aglomerado de nebulosas.
1781 (13 de março) – O astrônomo inglês de origem alemã William Herschel (1738-1822)
descobre Urano durante um levantamento, feito com telescópio, do céu do hemisfério norte.
Herschel pensa tratar-se de uma estrela e dá ao astro o nome de “Georgium Sidus” (Estrela
de Jorge), em homenagem a Jorge III, rei da Grã-Bretanha (1760-1801) e posteriormente do
Reino Unido. A confirmação de que é um planeta ocorre em 1783, e o nome Urano é
oficialmente adotado a partir de 1850.
Com diâmetro de 51.118 x 49.946 km e volume de 68,33 trilhões de km3 (63,086 vezes
superior ao terrestre), Urano é o terceiro maior planeta do Sistema Solar. Tem massa de
86,810 sextilhões de toneladas (14,536 massas terrestres), e a área da superfície é de 8,116
bilhões de km2 (15,91 superfícies da Terra). É o sétimo planeta a partir do Sol, que orbita a
uma distância média de 2.876.679.082 km (varia entre 2.748.938.461 e 3.004.419.704 km).
Leva 30.799,095 dias terrestres (84,323 anos), ou 42.718 dias uranianos, à velocidade
média de 24.500 km/h, para girar em torno do Sol, e 17h14min24s para completar uma
rotação. A densidade é de 1,27g/cm3, a gravidade equivale a 88,6% da terrestre, e a
velocidade de escape é de 21,3 km/s. Os principais componentes da atmosfera são
hidrogênio (82%), hélio (15%) e metano (2%). A magnitude aparente varia entre 5,3 e 5,9.
O planeta tem 27 satélites conhecidos.
Na mitologia, Urano é o deus grego que personifica o Céu, gerado espontaneamente por
Gaia (a Terra), com quem tem grande quantidade de filhos: os titãs, os Ciclopes e os
Hecatonquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços).
1782 – O astrônomo inglês de origem holandesa John Goodricke (1764-1786) observa que
as variações de brilho na estrela Algol são periódicas e propõe que ela é parcialmente
eclipsada por um corpo que se move em seu redor.
1782 – Henry Cavendish descobre que a água é constituída por dois átomos de hidrogênio e
um de oxigênio.
1784 – O astrônomo inglês Edward Piggot (1753-1825) descobre Eta Aquilae, a primeira
estrela variável Cefeida conhecida.
1784 – John Goodricke descobre delta Cephei, protótipo da categoria estelar das variáveis
cefeidas. Cefeidas são estrelas gigantes ou supergigantes cujo brilho varia com regularidade
e de forma previsível, sendo um importante referencial na medição de distâncias estelares.
1785 – William Herschel elabora um modelo de sistema estelar galáctico no qual o Sol
ocupa o centro da Via Láctea. Essa concepção cosmológica é conhecida como
“galactocentrismo”.
1787 – Caroline Herschel (1750-1848), irmã de William Herschel, passa a receber, por
determinação do rei inglês Jorge III, um salário anual de 50 libras, sendo nomeada
assistente de William, então astrônomo real. É a primeira mulher a exercer a astronomia
profissionalmente.
1787 (11 de janeiro) – William Herschel descobre Titânia e Oberon, primeiros satélites
conhecidos de Urano.
Titânia – Diâmetro: 1.577 km; período orbital: 8,706 dias; distância média ao planeta:
435.910 km; massa: 3,527 quintilhões de toneladas; densidade: 1,711g/cm3.
Oberon – Diâmetro: 1.523 km; período orbital: 13,463 dias; distância média ao planeta:
583.520 km; massa: 3,014 quintilhões de toneladas: densidade: 1,63g/cm3.
Os nomes das luas de Urano são tirados de personagens das obras dos ingleses William
Shakespeare (1564-1616) e Alexander Pope (1688-1744).
1789 – William Herschel constrói um telescópio óptico refletor, o maior que o mundo havia
visto até então, com 1,20m de diâmetro, localizado em Slough, Inglaterra.
1789 (22 de fevereiro) – Em suas anotações, William Herschel diz ter suspeitas de que há
um anel em torno de Urano. Não se sabe se os instrumentos de que dispunha lhe permitiram
observá-los, mas anéis orbitando Urano são descobertos em 1977.
1789 (28 de agosto) – William Herschel descobre Encélado, sexto satélite conhecido de
Saturno.
Diâmetro: 513,2 x 502,8 x 496,6 km; período orbital: 1,370 dia; distância ao planeta:
237.948 km; massa: 108 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,61g/cm3.
1789 (17 de setembro) – William Herschel descobre Mimas, sétimo satélite conhecido de
Saturno.
Diâmetro: 414,8 x 394,4 x 381,4 km; período orbital: 0,942 dia; distância ao planeta:
185.520 km; massa: 37,49 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,148g/cm3.
1794 – Baseado em ampla documentação, o físico alemão Ernst Florens Friedrich Chladni
(1756-1827), de Riga, apresenta um trabalho que faz dele o primeiro a reconhecer com
exatidão a proveniência celeste dos meteoritos. Na verdade, a obra de Troili já apresentava
o embrião dessa ideia, além de uma meticulosa descrição mineralógica das amostras
recuperadas do meteorito de Alboreto. O mérito de Chladni é ter descrito, com extrema
precisão e muito senso crítico, tanto as amostras encontradas como as circunstâncias da
queda e da descoberta. Sua descrição, muito convincente, facilita a queda do tabu segundo
o qual nada de muito sólido poderia cair do céu.
1801 – Johann Elert Bode publica “Uranographia”, uma das primeiras tentativas prósperas
de traçar todas as estrelas visíveis a olho nu sem qualquer interpretação artística das figuras
das constelações.
1801 (31 de dezembro) – Graças aos cálculos efetuados pelo matemático alemão Karl
Friedrich Gauss (1777-1855), que havia inventado um procedimento conhecido como
“método dos mínimos quadrados” e que permite combinar observações e, com base nelas,
estimar os parâmetros de uma função (neste caso, uma órbita), o barão Franz Xaver von
Zach consegue reencontrar Ceres, cuja trajetória no espaço se perdera logo depois da
descoberta de Piazzi.
1802 – O físico inglês William Hyde Wollaston (1766-1828) faz um feixe de luz branca
atravessar um prisma de vidro, colocando à frente do prisma uma placa com uma pequena
fenda vertical. Nasce o primeiro espectroscópio rudimentar, que permite a ele observar
linhas escuras no espectro do Sol.
1802 – O diâmetro de Ceres é estimado em 260 km (o valor correto gira em torno de 975
km), o que faz os astrônomos compreenderem que não se trata de um planeta, mas sim de
uma nova classe de objetos, a que William Herschel dá o nome de asteroides.
1802 (28 de março) – O médico e astrônomo alemão Heinrich Wilhelm Olbers (1758-1840)
descobre o asteroide 2 Palas. Com a inclusão, em 2006, de Ceres entre os planetas anões,
Palas passa a ser o maior asteroide do Sistema Solar.
Diâmetro: 582 x 556 x 500 km; período orbital: 1.686,044 dias (4,62 anos). Distância
média ao Sol: 414.737.000 km; massa: 210 quatrilhões de toneladas..
Influenciado pela crença na Lei de Titius-Bode, Olbers sugere que Ceres e Palas poderiam
ser fragmentos de um planeta que se desintegrou há milhões de anos, devido a uma
explosão interna ou ao impacto de um cometa. Contudo, em razão da pequena massa total
do cinturão de asteroides (4% da massa da Lua) e das diferenças de composição química
apresentadas por esses objetos, difíceis de explicar caso tivessem alguma vez sido parte de
um planeta único, atualmente os astrônomos creem que jamais um planeta se formou
naquela região do Sistema Solar, possivelmente devido às perturbações gravitacionais de
Júpiter.
1802 (6 de maio) – William Herschel propõe o termo “asteroide (do grego “asteroeidés”,
“semelhante a estrela”) para designar Ceres e Palas. Ele escreve: “Como nem a
denominação de planetas nem a de cometas pode aplicar-se a essas duas estrelas, devemos
distingui-las por um novo nome. Parecem pequenas estrelas, e é difícil distingui-las destas.
Por sua aparência asteroidal, se me permitem essa expressão, sugiro adotar esse nome e
chamá-las asteroides”.
1807 (29 de março) – Heinrich Olbers descobre 4 Vesta, único asteroide visível a olho nu
(a magnitude aparente chega a 5,1).
Diâmetro: 578 x 560 x 458 km; período orbital: 1.325,15 dias (3,63 anos); distância média
ao Sol: 353.268.000 km.
1815 – Manuel Ferreira de Araujo, professor da Academia Real Militar, que com o tempo
se transforma em escola politécnica, publica o primeiro livro de astronomia no Brasil:
Elementos de Geodésia. No ano seguinte, surge outra publicação do mesmo autor:
Elementos de Astronomia.
1818 – Joseph Fraunhofer é o primeiro a conseguir um bom espectro do Sol e descobre 576
linhas escuras nele. Ele classifica as linhas mais proeminentes com as letras de A a K.
1822 – A Igreja católica admite oficialmente que a Terra gira ao redor do Sol, pondo fim à
proibição de ensinar a teoria heliocêntrica de Copérnico.
1826 – Heinrich Olbers propõe o paradoxo que leva seu nome. O paradoxo de Olbers pode
ser assim resumido: se o Universo é infinito, possuindo um número infinito de estrelas
luminosas, uniformemente distribuídas, o céu deveria ser inteiramente luminoso porque
haveria estrelas em qualquer direção.
1828 – Caroline Herschel recebe a medalha de ouro da Royal Astronomical Society por
seus trabalhos em astronomia. É a primeira mulher a receber essa distinção. A segunda será
a estadunidense Vera Rubin, em 1996.
1831 – O astrônomo amador alemão Samuel Heinrich Schwabe (1789-1875) faz o primeiro
desenho detalhado conhecido da Grande Mancha de Júpiter.
1832 – O escocês David Brewster (1781-1868) mostra que gases frios produzem linhas de
absorção escuras nos espectros contínuos.
1836 – O banqueiro e astrônomo amador alemão Wilhelm Beerd (1797-1850), junto com
Johann Heinrich von Mädler (1794-1874), prepara o mapa mais completo da Lua de seu
tempo, o “Mappa Selenographica”. Primeiro mapa lunar a ser dividido em quadrantes,
contém uma representação detalhada da face da Lua voltada para a Terra.
1836 (15 de maio) – O astrônomo inglês Francis Baily (1774-1844) observa as "Contas de
Baily" durante um eclipse solar anular. A vívida descrição dele desperta novo interesse no
estudo de eclipses. As Contas de Baily são os pontos luminosos de luz que aparecem na
extremidade ao redor da Lua durante um eclipse Solar. As contas são criadas por luz do Sol
que atravessa os vales da lua. A última conta é a mais luminosa e se assemelha a um
brilhante anel de diamantes.
1837 – Johann Franz Encke descobre, no interior do anel A de Saturno, uma divisão muito
tênue, que recebe seu nome.
1838 – O escocês Thomas Henderson (1798-1844), o alemão de origem russa Friedrich
Struve (1793-1864) e o alemão Friedrich Bessel (1784-1846) medem as primeiras paralaxes
estelares, refutando um dos mais antigos argumentos contrários ao heliocentrismo. A
primeira estrela que tem sua distância à terra medida é 61 Cygni, localizada a 11,36 (anos-
luz (107 trilhões de km). Hoje sabe-se que 61 Cygni é uma estrela binária (dupla).
1839 – O escritor estadunidense Edgar Allan Poe (1809-1849) publica o primeiro conto de
ficção científica sobre cometas. Em "A Palestra de Eiros e Charmion", do livro “Novas
Histórias Extraordinárias”, encontra-se a descrição da destruição da Terra por um cometa,
relatada pela alma de uma das vítimas depois de sua chegada ao céu.
1839 – O astrônomo russo de origem alemã Friedrich William Struve (1793-1864) funda o
Observatório de Pulkovo, localizado ao sul de São Petersburgo, que se destaca rapidamente
e chega a ser um dos melhores do mundo.
1840 (23 de março) – O químico e botânico estadunidense de origem inglesa John William
Draper (1811-1882) inventa a fotografia astronômica e fotografa a Lua.
1842 – O físico alemão Robert von Mayer (1814-1878) formula o princípio da conservação
da energia, segundo o qual a energia não pode ser criada do nada nem destruída, mas
apenas transformada.
1842 – No livro "Über das farbige Licht der Doppelsterne" (Sobre a Luz Colorida das
Estrelas Duplas), o físico, matemático e astrônomo austríaco Christian Johann Doppler
(1803-1853) formula as bases do "efeito Doppler", utilizado na acústica e na astronomia: a
cor de um corpo luminoso, do mesmo modo que a altura do som de uma fonte sonora, deve
mudar em virtude do movimento relativo do corpo e do observador. Esse efeito é utilizado
para determinar o afastamento (desvio do espectro para o vermelho) ou a aproximação
(desvio para o azul) de um corpo celeste ou de um sistema galáctico relativamente à Terra.
É por meio dele que, posteriormente, Edwin Hubble descobre que o Universo continua se
expandindo.
1843 – Samuel Heinrich Schwabe constata que o número de manchas na fotosfera solar
sofre variações periódicas, completando um ciclo em aproximadamente onze anos.
1845 – William Parsons, astrônomo irlandês mais conhecido como Lord Rosse (1800-
1867) termina o telescópio refletor óptico de 1,83m do Birr Castle, localizado em
Parsonstown, Irlanda. Nesse mesmo ano, observa uma “nebulosa” com uma estranha forma
espiral. Ele havia descoberto a natureza espiral da galáxia M51. Mais tarde ele nota a
mesma forma espiral em M99 e em mais 13 “nebulosas” que passam então a ser conhecidas
como “nebulosas espirais” e que hoje sabemos serem galáxias espirais.
1845 – O astrônomo inglês George Biddell Airy (1801-1892) publica "Tides and Waves
(Marés e Ondas)", tornando-se uma referência no estudo da influência do sol e da lua sobre
as marés.
1845 (2 de abril) – Hippolyte Fizeau e Léon Foucault obtêm a primeira fotografia do Sol.
1846 – Durante sua aproximação do Sol, o cometa 3D/Biela, registrado pela primeira vez
pelo astrônomo francês Jacques Laibats-Montaigne (1716-1788), em 8 de março de 1772, e
identificado como periódico pelo militar austríaco Wilhelm Von Biela (1682-1756), em 27
de fevereiro de 1826, desintegra-se em duas partes. Na passagem seguinte (1852), ambos os
fragmentos são vistos a 2.400.000 km um do outro, e vestígios do que fora outrora o
cometa só voltam a ser observados em 27 de novembro de 1872, sob a forma de chuva de
meteoros (3.000 por hora), a que se dá o nome de “Andromedídeos” ou "Bielídeos".
1846 (agosto) - O astrônomo francês Urbain Le Verrier (1811-1877), a exemplo do que
fizera John Couch Adams, prevê a existência e a localização de Netuno a partir de
irregularidades na órbita de Urano.
1846 (23 de setembro) – Com base nos cálculos orbitais feitos por John Couch Adams e
Urbain Le Verrier, os astrônomos alemães Johann Gottfried Galle (1812-1910) e seu
assistente Heinrich Louis D'Arrest (1822-1875), ambos do Observatório de Berlim,
localizam o planeta Netuno, na constelação de Aquário. No dia 1º de outubro, o jornal The
Times publica a notícia da descoberta. Deve-se a Le Verrier o nome dado ao planeta.
Netuno é o mais longínquo dos oito planetas, orbitando o Sol a uma distância que varia
entre 4.452.940.833 e 4.553.946.490 km, numa média de 4.503.443.661 km. É o menor dos
“planetas gasosos” (os outros são Júpiter, Saturno e Urano), com diâmetro de 49.528 x
48.682 km e área superficial de 7.640.800.000 km2 (equivalente a 14,98 superfícies
terrestres). Ocupa um volume de 62,54 trilhões de km3 (57,74 vezes superior ao terrestre) e
tem massa de 102,43 sextilhões de toneladas (o que equivale a 17,147 massas da Terra),
resultando numa densidade de 1,638g/cm3. A gravidade é 14% superior à terrestre, e a
velocidade de escape é de 23,5 km/s. Completa uma órbita em torno do Sol, à velocidade
média de 19.550 km/h, em 60.190 dias terrestres (164,79 anos), ou 89.666 dias netunianos,
e leva 16h6min36s para girar em torno de si mesmo. Os principais componentes da
atmosfera são hidrogênio (79%), hélio (19%) e metano (1,5%). A magnitude aparente varia
entre 7,78 e 8,0. Tem treze satélites conhecidos.
Netuno é o nome latino de Posídon (ou Poseidon, ou, ainda, Possêidon, deus supremo do
mar.
1846 (10 de outubro) – William Lassell (1799-1880), astrônomo amador inglês, descobre
Tritão, primeiro satélite conhecido de Netuno.
Diâmetro: 2.707 km; período orbital: 5,877 dias; distância média ao planeta: 354.759 km;
massa: 20,4 quintilhões de toneladas; densidade: 2,061g/cm3.
1847 – John William Draper observa que sólidos quentes emitem luz em espectros
contínuos enquanto que gases quentes produzem espectros de linha.
1848 – Edgar Allan Poe oferece a primeira solução correta do paradoxo de Olbers em
"Eureka: A Prose Põem", ensaio que também sugere a expansão e o colapso do Universo.
1850 – O astrônomo francês Edouard A. Roche (1820-1883) descobre que existe uma
distância mínima do centro de Saturno – hoje conhecida como “limite de Roche” – abaixo
da qual nenhum satélite fluido pode permanecer inteiro, reforçando com isso a hipótese de
os anéis do planeta serem formados por material orbitante desagregado.
1850 – O sétimo planeta em ordem de afastamento do Sol passa a se chamar Urano, nome
sugerido, muitos anos antes, por Johann Elert Bode. Mantém-se, dessa forma, a tradição de
dar aos planetas nomes derivados da mitologia greco-romana.
1850 (16 de julho) – É obtida no Harvard Observatory (EUA) uma fotografia da estrela
Vega (Alpha Lyrae). Esta é a primeira imagem fotográfica de uma estrela, excluindo-se,
naturalmente, o Sol.
1851 – No livro “Pluralidade dos Mundos”, o filósofo inglês William Whewell (1794-
1866), cético ou no mínimo cauteloso quanto à existência de vida extraterrestre, lembra o
conjunto de condições necessárias para o desenvolvimento da vida – luz, temperatura,
pressão, água, etc. –, que formam a chamada “zona de habitabilidade”. Muito próximos do
Sol, planetas como Vênus e Mercúrio estariam fora dessa zona, acontecendo o mesmo com
Saturno, Urano e Netuno, excessivamente distantes.
1851 (24 de outubro) – São descobertos o terceiro e o quarto satélites de Urano, Ariel e
Umbriel, por William Lassell.
Ariel – Diâmetro: 1.162,2 x 1.155,8 x 1.155,4 km; período orbital: 2,520 dias; distância
média ao planeta: 191.020 km; massa: 1,353 quintilhão de toneladas; densidade:
1,66g/cm3.
Umbriel – Diâmetro: 1.169 km; período orbital: 4,144 dias; distância média ao planeta:
266.000 km; massa: 1,172 quintilhão de toneladas: densidade: 1,39g/cm3.
1852 – John Herschel dá aos quatro satélites de Urano então conhecidos (Titânia, Oberon,
Ariel e Umbriel) os seus nomes atuais.
1854 (10 de junho) – O matemático alemão Georg Friedrich Bernhard Riemann (1826-
1866) propõe que o espaço é curvo. Ele sugere que todas as leis físicas ficam mais simples
quando expressas em dimensões mais altas. Einstein, em 1916, usando o trabalho de
Rieman em sua teoria da Relatividade Geral, incorpora o tempo como a quarta dimensão.
1855 – O físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879) amplia a teoria da visão em três
cores, seguindo o trabalho anterior do físico inglês Thomas Young (1773-1829).
1856 - O astrônomo britânico Norman Robert Pogson (1829-1891) propõe uma escala de
magnitudes estelares (vigente até hoje) segundo a qual uma estrela de primeira magnitude é
cem vezes mais brilhante que uma de sexta magnitude (cujo brilho está no limite de
visibilidade do olho humano). Portanto, uma estrela de primeira magnitude é 2,512 (raiz
quinta de 100) vezes mais brilhante que uma de segunda, que por sua vez é 2,512 vezes
mais brilhante que uma de terceira, e assim sucessivamente. As magnitudes das estrelas de
maior brilho são expressas em números negativos (a de Sirius, por exemplo, é -1,46).
Ressalte-se que esta escala refere-se à magnitude aparente, ou seja, o brilho que a estrela
apresenta conforme é vista da Terra. Existem ainda dois outros tipos de magnitude:
- absoluta – aquela que uma estrela teria se estivesse a uma distância padrão de 10 parsecs
(32,6 anos-luz), sem qualquer absorção de luminosidade;
- bolométrica – quando não se leva em conta apenas a radiação visível, mas sim toda a
radiação produzida por uma estrela (raios gama, raios X, ultravioleta, luz visível,
infravermelho, ondas de rádio).
1858 (28 de setembro) – O cometa Donati, descoberto neste mesmo ano por Giovanni
Batista Donati (1826-1873), torna-se o primeiro astro celeste desse tipo a ser fotografado.
Trata-se de um cometa luminoso, com uma cauda de pó espetacularmente encurvada e duas
caudas magras de gás. Sua imagem é capturada pelo fotógrafo comercial inglês William
Usherwood.
1859 – Surge a explicação para o mistério das linhas escuras do espectro solar, quando
Robert W. Bundsen (1811-1899), químico e físico alemão, e Gustav R. Kirchhoff (1824-
1887), físico alemão, descobrem as bases experimentais para a interpretação dos espectros
das substâncias químicas. O método é aplicado, por analogia, aos espectros solares e aos
das estrelas.
1859 - James Clerk Maxwell (1831-1879) ganha o Prêmio Adams oferecido pela
Universidade de Cambridge ao pesquisador capaz de explicar a estrutura e os movimentos
dos anéis de Saturno. Descartando matematicamente a hipótese do anel fluido, ele passa a
estudar com maior profundidade a teoria do anel desagregado, formado por pequenos
corpos orbitantes e independentes. Maxwell chega à conclusão de que aquilo que existe ao
redor de Saturno é um sistema composto por anéis finos e concêntricos, com raios
diferentes, cada um com sua velocidade de revolução, sem intercâmbio de partículas. O
ensaio em que ele apresenta este modelo intitula-se Sobre a estabilidade dos anéis de
Saturno.
1860 (18 de julho) – Primeiro eclipse solar em que se utiliza a fotografia astronômica. As
fotos facilitam a descoberta de que os jatos de gás incandescente conhecidos como
proeminências surgem da superfície solar e não externamente a ela, conforme se acreditava
na época.
1861 – O astrônomo alemão Friedrich Gustav Spörer (1822-1895) descobre a variação das
latitudes das manchas solares durante um ciclo do Sol, fenômeno conhecido como “lei de
Spörer”.
1863 – Anders Jonas Angstrom publica seu mapa do espectro solar com a identificação das
linhas que correspondem aos elementos químicos.
1863 – Richard Carrington descobre a natureza diferencial da rotação solar. O período de
rotação do Sol, devido à sua natureza gasosa, varia de acordo com a latitude, indo de 25,05
dias no equador até 34,3 dias nos polos.
1863 – Angelo Secchi propõe a primeira classificação espectral das estrelas, dividindo os
espectros em quatro classes, de acordo com a cor: branca, amarela, alaranjada ou vermelha.
Acrescenta ainda uma quinta classe, com espectros de estrelas peculiares.
1864 (5 de agosto) – Giovanni Batista Donati descobre, estudando o cometa Tempel II, que
os espectros destes astros contém linhas de emissão, um dos dois tipos de linhas espectrais
existentes (o outro são as linhas de absorção). As linhas espectrais são Finas linhas vistas
quando a luz de um objeto se divide em seus componentes de comprimento de onda ou
espectro e cujo estudo denomina-se espectroscopia. Como são diferentes para cada
elemento, o estudo das linhas espectrais permite estabelecer a composição química de um
astro ou de material interestelar analisado.
1865 – James Clerk Maxwell formula uma teoria sobre a natureza eletromagnética da luz.
Esta constitui-se de campos elétricos e magnéticos oscilantes, que se propagam juntos no
espaço, à velocidade aproximada de 300.000 km/s, sob a forma de ondas. A teoria é
matematicamente descrita nas quatro equações de Maxwell, as quais expressam,
respectivamente, como cargas elétricas produzem campos elétricos (Lei de Gauss), a
ausência experimental de cargas magnéticas, como corrente elétrica produz campo
magnético (Lei de Ampère), e como variações de campo magnético produzem campos
elétricos (Lei da indução, de Faraday).
1865 – O escritor francês Júlio Verne (1828-1905) publica “Da Terra à Lua”, obra de ficção
em que um grupo de homens viaja até o satélite natural terrestre num gigantesco canhão.
Curioso observar que o canhão é lançado da Flórida, local de onde partem hoje os veículos
espaciais estadunidenses.
1867 – Anders Jonas Angström é o primeiro a examinar o espectro das auroras boreais.
1868 – Anders Jonas Angström publica sua extensa pesquisa do espectro solar no trabalho
clássico "Recherches sur le espectro solaire" (“Pesquisas sobre O Espectro Solar”), com
medidas detalhadas de mais de 1.000 linhas espectrais.
1871 – O fotógrafo e físico inglês Richard Leach Maddox (1816-1902) inventa as placas
fotográficas secas. Esta invenção é uma importante conquista por tornar possível fotos
duráveis.
1871 – o astrônomo e físico alemão Hermann Karl Vogel (1841-1907) aplica o efeito
Doppler na determinação da velocidade de rotação do Sol.
1873 – Daniel Kirkwood apresenta uma lista, extraída de várias fontes, de antigos
acontecimentos envolvendo quedas de meteoritos.
1873 – Richard Anthony Proctor é o primeiro a sugerir que as crateras lunares são o
resultado de impactos de meteoritos e não de ação vulcânica, como tinha sido anteriormente
pensado.
1877 – Tem início a polêmica acerca dos canais marcianos. O astrônomo italiano Giovanni
Virginio Schiaparelli (1835-1910) elabora um minucioso mapa de Marte, propondo nova
nomenclatura para as várias regiões caracterizadas por diferentes valores de albedo (relação
entre a luz refletida pela superfície de um planeta e a que este recebe do Sol. Nos mapas de
Schiaparelli, aparecem numerosas estruturas lineares, que ele denomina “canais” e que, por
anos seguidos, provocam muita discussão: uns afirmam serem características naturais,
outros defendem a tese de que se trata de estruturas artificiais construídas pelos habitantes
de Marte. Por algum tempo, prevalece a segunda hipótese, sobretudo nos países de língua
inglesa, uma vez que a palavra “canali” usada por Schiaparelli é traduzida em inglês por
“canals”, que significa “canais artificiais”. O desejo comum a toda a humanidade de não se
sentir sozinha no Universo sobrepõe-se a esse possível erro de tradução, e cada nova
observação “reforça” a existência de marcianos. A hipótese dos canais de Marte só é
definitivamente abandonada na segunda década do século XX.
1878 – O físico holandês Hendrik Antoon Lorentz (1853-1928) publica um trabalho em que
relaciona a velocidade da luz em um meio com a sua densidade e composição.
1878 – O astrônomo inglês George Darwin (1845-1912) formula uma das primeiras teorias
para explicar o aparecimento da Lua, baseada num mecanismo de fissão. Essa teoria
considera que, no início, a Terra e a Lua constituíam um único corpo celeste. Segundo
Darwin, a proto-Terra girava em torno de seu eixo com altíssima velocidade, suficiente
para fazer com que seu corpo se alongasse e assumisse a forma de uma pêra. O rompimento
e a expulsão do material existente nessa saliência teriam originado a Lua.
1879 – O físico austríaco Josef Stefan (1835-1893) formula a lei de estados da energia
radiante de um corpo negro – objeto teórico que absorve toda a radiação que cai sobre ele.
Sua lei é um dos primeiros passos importantes para a compreensão da radiação de corpo
negro.
1880 (30 de setembro) – Henry Draper obtém a primeira fotografia da Nebulosa de Órion
(M42).
1882 (1º de setembro) – Um grande cometa (C/1882 R1) aparece, sendo já visível a olho nu
no momento da descoberta. Em 17 de setembro, atinge o periélio, podendo ser visto durante
o dia.
1883 – O físico e filósofo austríaco Ernst Mach (1838-1916) publica um estudo crítico da
mecânica Newtoniana.
1885 (19 de agosto) – O astrônomo amador irlandês Isaac Ward descobre S Andromedae
(ou SN 1885A), primeira (e até agora única) supernova observada na galáxia de
Andrômeda e a primeira supernova localizada fora da Via Láctea. Distante 2,6 milhões de
anos-luz e atingindo a magnitude 6, é observada no dia seguinte, independentemente, pelo
astrônomo alemão Ernst Hartwig (1851-1923).
1887 (abril) – Ocorre em Paris uma conferência astronômica, cujo objetivo é estabelecer as
bases para a compilação de um Atlas fotográfico celeste. Denominado Carte du Ciel (Mapa
do Céu) e iniciado sob a coordenação de Amedée Mouchez (1821-1892), diretor do
Observatório de Paris, , trata-se de um vasto projeto internacional de mapeamento estelar
sem precedentes, do qual participam vinte observatórios de diversos países, cujo objetivo é
catalogar e determinar as posições de milhões de estrelas, até a 12ª magnitude. Devido à
extensão do projeto e aos custos elevados, os objetivos são apenas parcialmente alcançados.
1888 – O astrônomo dinamarquês Johan Ludvig Emil Dreyer (1852-1926). compila o Novo
Catálogo Geral de Nebulosas e Agrupamentos de Estrelas, (NGC), inicialmente com 7.840
objetos.
1888 (1º de junho) – Têm início as atividades do Lick Observatory em Mount Hamilton,
Califórnia.
1891 – É fundado, pelo papa Leão XIII (1810-1903), o Observatório do Vaticano, para
mostrar que "a Igreja e seus pastores não se opõem à ciência autêntica e sólida, tanto a
humana como a divina, mas a abraça, a impulsiona e a promove com a mais completa
dedicação". As palavras de Leão XIII vêm após as várias negações da Igreja sobre
descobertas científicas, entre elas as astronômicas, como a rotação da Terra ao redor do Sol.
1891 – O físico britânico John Henry Poynting (1852-1914) determina a densidade média
da Terra: 5,5g/cm3.
1892 – Camille Flammarion publica “La planète Mars et ses conditions d'habitabilité” (O
planeta Marte e suas condições de habitabilidade), obra em que escreve sobre os canais de
Marte e argumenta que uma raça inteligente poderia usá-los para distribuir água num
mundo marciano próximo da morte. Ele acredita na existência dos habitantes de Marte,
sugerindo que eles poderiam ser mais avançados que os seres humanos.
1893 – John Henry Poynting faz uma determinação da constante gravitacional, usando
precisos equilíbrios de torção.
1896 – Jules Janssen faz o primeiro registro fotográfico dos “grânulos” da fotosfera solar.
Trata-se de zonas de convecção, que de cujo centro é ejetado gás quente, proveniente do
interior do Sol, e em cujas bordas este mesmo gás, resfriado pela menor temperatura da
fotosfera em relação às zonas internas solares, volta a cair. Os grânulos são fenômenos
temporários, que duram minutos, e o gás ejetado atinge alturas de várias centenas de km.
1896 – O físico e químico sueco Svante August Arrhenius (1859-1927) cunha a expressão
“efeito estufa”, prevendo que a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo,
aumentaria a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e levaria ao aumento das
temperaturas em todo o globo terrestre.
1897 – O físico britânico Joseph John Thompson (1856-1940) descobre o elétron, partícula
atômica elementar e estável, que circunda o núcleo do átomo e tem carga negativa.
1897 (21 de outubro) – É inaugurado em Williams Bay, Wisconsin, nos EUA, a 58m acima
do lago Geneva e a 334m acima do nível do mar, o telescópio refrator de Yerks, cuja
objetiva tem 1,01m de diâmetro, o que faz dele o maior do mundo em sua categoria.
1898 – O físico alemão Wilhelm Wien (1864-1928) identifica uma partícula positiva igual
em massa à do átomo de hidrogênio. Com este trabalho, ele fundamenta a espectroscopia de
massa.
1898 (13 de agosto) – O asteroide 433 Eros é descoberto pelo astrônomo alemão Carl
Gustav Witt (1866-1946), do Observatório Urania, em Berlim. Mais de um século depois,
torna-se o primeiro asteroide em cuja superfície pousa uma sonda espacial (Near-
Shoemaker).
Diâmetro: 13 x 13 x 33 km. Período orbital: 643,219 dias (1,76 ano); distância média ao
Sol: 218.155.000 km.
1898 (16 de agosto) – William Henry Pickering descobre Febe, nono satélite conhecido de
Saturno, a primeira lua de movimento retrógrado descoberta no Sistema Solar. Movimento
retrógrado é aquele realizado por um corpo no sentido leste-oeste, oposto ao do movimento
normal dos planetas.
Febe – Diâmetro: 230 x 220 x 210 km; período orbital: 550,565 dias (1,51 ano); distância
média ao planeta: 12.955.759 km; massa: 829 trilhões de toneladas; densidade:
1,634g/cm3.
1900 – Max Planck enuncia a lei que rege a distribuição da energia de um gás: aquecido,
ele emite radiações no espectro contínuo.
1900 – Svante Arrhenius formula a teoria da Panspermia, ideia de que a vida pulsa em todo
o Universo e é transportada pela pressão de radiação das estrelas como sementes levadas
pelo vento para germinar em ambientes apropriados. Segundo essa hipótese, a vida na Terra
poderia ter origem extraterrestre, trazida, por exemplo, na cauda de um cometa.
1901 – Wilhelm Conrad Röntgen recebe o Prêmio Nobel de Física pela descoberta dos
raios X.
1903 – William Henry Pickering afirma ter visto sinais de vida na Lua.
1904 – Pierre-Jules-César Janssen publica um grande atlas solar, com 6.000 fotografias.
1904 – O astrônomo inglês William Ward constata que somente 35 amostras de meteoritos
caídos antes de 1800 são conservadas nas coleções de todo o mundo.
1905 (2 de fevereiro) – Charles Dillon Perrine descobre Elara, sétimo satélite conhecido de
Júpiter.
Diâmetro: 86 km; período orbital: 259,64 dias; distância média ao planeta: 11.740.000 km;
massa: 870 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1906 – O astrônomo inglês Arthur Eddington (1882-1944) começa o seu estudo estatístico
dos movimentos estelares.
1906 – Com base em observações de Netuno feitas na segunda metade do século XIX, de
acordo com as quais perturbações na órbita de Urano indicavam a presença de mais um
planeta no Sistema Solar, Percival Lowell dá início a um amplo projeto visando a encontrar
este astro, que ele denomina “planeta X”.
1906 (22 de fevereiro) – O astrônomo alemão Max Wolf (1863-1932) descobre o primeiro
asteroide troiano, 588 Aquiles. Asteroides troianos são grupos de objetos localizados em
pontos de órbita estável previstos por Lagrange, grupos estes que precedem e seguemum
planeta (no caso em questão, Júpiter), formando com este planeta e o Sol um triângulo
equilátero. Os nomes destes asteroides são todos tirados de personagens da Guerra de
Tróia.
Aquiles – Diâmetro: 135,5 km; período orbital: 4.320,083 dias (11,83 anos); distância
média ao Sol: 776.669.000 km.
1908 – George Ellery Hale descobre a separação Zeeman das linhas espectrais provenientes
de manchas solares, mostrando com isso que elas devem ser intensamente magnéticas.
1908 (27 de janeiro) – O astrônomo inglês de origem belga Philibert Jacques Melotte
(1880-1961) descobre Pasífae, oitavo satélite conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 60 km; período orbital: 764,086 dias (2,092 anos); distância média ao planeta:
24.094.770 km; massa: 300 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1908 (30 de junho) – Um grande bólido, caindo na Sibéria, próximo do rio Tunguska, causa
uma tremenda explosão na atmosfera. A onda de choque devasta cerca de 2.000 km2 de
floresta fechada, derrubando aproximadamente 80 milhões de árvores. O estrondo é ouvido
a milhares de km, e a perturbação atmosférica ligada ao evento se faz sentir em todo o
globo.
1909 – Estudando um terremoto com epicentro nos Bálcãs, o astrônomo croata Andrija
Mohorovicic (1857-1936) conclui que há descontinuidade em termos de densidade e de
composição entre uma camada superficial da Terra, a crosta, e outra inferior, o manto.
1909 (1º de janeiro) – astrônomos de Londres indicam a existência de um planeta para além
de Netuno.
1910 (12 de janeiro) – Um grande cometa, oficialmente denominado C/1910 A1, é visto por
vários observadores de diversos países. A aparição é espetacular e, ao ser registrado pela
primeira vez, já é visível a olho nu. O periélio (19.350.000 km) é atingido cinco dias mais
tarde e, pouco depois, a luminosidade ultrapassa a de Vênus, fazendo desse astro,
observável durante o dia, possivelmente o mais brilhante cometa do século XX.
1910 (20 de abril) - O Cometa Halley atinge o periélio, numa passagem exaustivamente
estudada, com instrumentos e a olho nu. A superstição gera grande medo do "fim do
mundo". Os cientistas seguem o Cometa desde o seu aparecimento nas regiões mais
internas do Sistema Solar. Com potentes telescópios, é possível estudar o núcleo. Datam
dessa ocasião as primeiras fotografias e as primeiras análises espectroscópicas do astro.
É curioso o caso do escritor satírico estadunidense Samuel Clemens, conhecido pelo
pseudônimo Mark Twain (1835-1910). Nascido em 30 de novembro de 1835, duas semanas
depois do periélio anterior do Cometa Halley, ele escreve em sua autobiografia, publicada
em 1909: “Eu vim com o Cometa Halley em 1835. Ele voltará no próximo ano, e eu espero
ir com ele. Será o maior desapontamento da minha vida se eu não for embora com o
Cometa Halley”. Mark Twain morre em 21 de abril, um dia depois do periélio do Halley.
1910 (18 de maio) - Ocorre a maior aproximação do Halley ao nosso planeta nesta
aparição: 22 milhões de km, e a Terra passa por dentro da cauda do Cometa. Após a
descoberta, feita espectroscopicamente, de cianogênio (um gás tóxico) na cauda do Halley,
Camille Flammarion afirma que, na passagem da Terra por essa região, o gás impregnaria a
atmosfera e possivelmente eliminaria a vida do planeta. A divulgação de expeculações
sensacionalistas como essa faz com que muitas pessoas, em pânico, comprem de charlatães,
entre outras coisas, máscaras antigás, pílulas e guarda-chuvas anticometa. Na realidade, o
gás é tão difuso que nenhum efeito maléfico ocorre com a Terra devido à sua passagem
pela cauda do Cometa.
1912 – O físico austríaco Victor Franz Hess (1883-1964) descobre que partículas
carregadas, principalmente prótons, chamadas de raios cósmicos, altamente energéticas,
atingem a Terra vindas do espaço e são produzidas de alguma forma pelos processos mais
energéticos no Universo, com energias trilhões de vezes maiores do que se pode obter em
nossos laboratórios, e mesmo muito maiores do que as estrelas podem gerar.
1913 – É usado pela primeira vez o termo "parsec", surgido da contração das palavras
"paralax" (paralaxe) e "second" (segundo. Trata-se de uma unidade de medida astronômica,
equivalente à distância de um objeto cuja paralaxe anual média vale um segundo de arco,
ou seja, 3,26 anos-luz (30,857 trilhões de km). Segundo Frank Watson Dyson, a palavra
"parsec" é cunhada pelo astrônomo e sismologista britânico Herbert Hall Turner (1861-
1930).
1915 – O astrônomo escocês Robert Thorburn Ayton Innes (1861-1933) descobre Proxima
Centauri, situada a uma distância de 4,243 anos-luz (40,16 trilhões de km), o que faz dela a
estrela mais próxima da Terra, depois do Sol.
1915 – O teórico alemão Ludwig Flamm (1885-1964) encontra nas equações de Einstein
indicações da existência de "buracos de verme", atalhos entre um ponto e outro do espaço-
tempo grandes e estáveis o suficiente para permitir viagens interestelares. Partindo da ideia
de que é possível curvar o espaço, o cientista Considera a possibilidade de curvaturas
produzidas em distantes regiões se tocarem, criando um atalho.
1915 (19 de março) – O Observatório de Flagstaff obtém duas imagens tênues de Plutão,
mas o astro não é reconhecido como sendo o planeta procurado desde 1906.
1916 – Albert Einstein propõe a teoria da relatividade geral que, embora só difira da teoria
da gravitação de Isaac Newton em poucas partes em um milhão na Terra, resulta bastante
diferente em grandes dimensões e grandes massas, como o Universo. A teoria da
relatividade geral é universal no sentido de ser válida mesmo nos casos em que os campos
gravitacionais não são negligíveis. Trata-se, na verdade, da teoria da gravitação,
descrevendo a gravidade como a ação das massas nas propriedades do espaço e do tempo,
que afeta o movimento dos corpos e outras propriedades físicas. Enquanto na teoria de
Newton o espaço é rígido, descrito pela geometria Euclidiana, na relatividade geral o
espaço-tempo é distorcido pela presença da matéria que ele contém.
1916 – Edward Emerson Barnard descobre a estrela que leva seu nome, a segunda mais
próxima da Terra (5,98 anos-luz).
1916 – Kristian Birkeland é o primeiro a predizer, corretamente, que, “do ponto de vista
físico, é muito provável que os raios solares não sejam exclusivamente negativos ou
positivos, mas de ambos os tipos”. Isto quer dizer que o vento solar é formado por elétrons
negativos e íons positivos.
1917 – Albert Einstein publica seu artigo histórico sobre cosmologia, "Kosmologische
Betrachtungen Zur Allgemeinen Relativitätstheorie" (Considerações Cosmológicas sobre a
Teoria da Relatividade), construindo um modelo esférico do Universo. Como as equações
da Relatividade Geral não levam diretamente a um Universo estático de raio finito, mesma
dificuldade encontrada com a teoria de Newton, Einstein modifica suas equações,
introduzindo a famosa constante cosmológica, para obter um Universo estático, já que ele
não tem nenhuma razão para supor que o Universo esteja se expandindo ou contraindo. A
constante cosmológica age como uma força repulsiva que previne o colapso do Universo
pela atração gravitacional.
1917 - O físico e astrônomo britânico James Jeans (1877-1946) aventa a hipótese de que os
planetas do Sistema Solar se formaram a partir de material arrancado, por força de maré, do
Sol e de outra estrela, durante uma aproximação entre ambas. Posteriormente, trabalhos do
britânico Harold Jeffrey e do americano Henry Norris Russell demonstram a inviabilidade
dessa teoria.
1918 – Max Planck recebe o Prêmio Nobel de Física pela descoberta da energia quântica.
1919 (29 de maio) – Ocorre um famoso eclipse total do Sol, visível em Sobral (Ceará), cuja
observação permite confirmar a previsão da Teoria da Relatividade sobre o desvio dos raios
luminosos na presença de campos gravitacionais. Organiza-se uma expedição ao Brasil,
coordenada pelo inglês Andrew Claude de la Cherois Crommelin (1865-1939), a qual
retorna com 7 fotografias boas. Medindo a distância entre as estrelas à esquerda e à direita
do Sol durante o eclipse, quando elas estão visíveis pelo curto espaço de tempo que ele
dura, e comparando com medidas das mesmas estrelas obtidas 6 meses antes, quando elas
eram visíveis à noite, o chefe internacional deste estudo, o astrônomo inglês Sir Arthur
Stanley Eddington (1882-1944), observa que as estrelas parecem mais distantes umas das
outras durante o eclipse. Isto implica que os raios de luz destas estrelas são desviados pelo
campo gravitacional do Sol, como predito por Einstein. Tais desvios são o que se chama em
astronomia de “lentes gravitacionais”.
1920 (26 de abril) – A discussão entre os astrônomos sobre a natureza das nebulosas torna-
se tão intensa que a Academia Nacional de Ciências de Washington decide formalizá-la,
convidando Harlow Shapley e Heber Curtis – os dois maiores representantes das tendências
antagônicas – para um debate, que seria assistido pelos mais ilustres astrônomos da época.
Shapley considera as espirais como parte integrante da nossa galáxia; Curtis permanece fiel
à ideia dos Universos-ilha. Desse modo, depois de quase um século e meio, encerra-se o
Grande Debate, iniciado por William Herschel no final do século XVIII. Sua conclusão
evidencia a genialidade das intuições de Wright e de Kant sobre os Universos-ilha, noção
“intuitiva” à qual sucessivas gerações de pesquisadores se apegaram. A partir de 1920,
entretanto, surgem provas rigorosamente científicas de sua validade. Para muitos
astrônomos, a natureza das “nebulosas espiraladas” se apresentava ainda incerta antes
daquele ano. Depois do confronto, porém, torna-se clara para todos.
1922 – Vesto Sliphe rresume suas descobertas sobre os deslocamentos para o vermelho
sistemático das nebulosas espirais.
1922 – O matemático russo Alexander Friedmann (1888-1925) encontra uma solução para
as equações de campo de Einstein que sugere uma expansão geral do espaço.
1922 – Ocorre em Roma, Itália, a primeira assembleia geral da UAI.
1922 – A UAI adota como oficial o Central Bureau for Astronomical Telegrams (CBAT),
fundado pela Astronomische Gesellschaft, em 1882, em Kiel, na Alemanha, e funcionando,
desde a segunda metade da década de 1910, no Observatório de Østervold, na Dinamarca, a
cargo da Universidade de Copenhague. A instituição passa a ser o organismo internacional
responsável pela catalogação e identificação de eventos astronómicos recentemente
descobertos. O CBAT reúne e distribui informações sobre cometas, satélites naturais,
novas, supernovas e outros eventos astronômicos recentes. Também estabelece a prioridade
das descobertas (a quem devem ser creditadas) e atribui designações provisórias e nomes a
novos objetos. Ademais, distribui as circulares da UAI, as quais, desde meados da década
de 1980, também estão disponíveis em meio eletrônico.
1923 – Todos os países aderem ao calendário gregoriano, pelo menos para regular o ano
civil.
1923 – O físico romeno Hermann oberth (1894-1989) publica “Die Rakete zu den
Planetenräumen” (“O Foguete Ao Espaço Planetário”), livro em que descreve como um
telescópio poderia ser colocado em órbita terrestre por meio de um foguete. Ele também
cunha a expressão "estação espacial" para descrever uma estrutura que serviria como ponto
de partida para viagens à Lua e a Marte.
1925 – Edwin Hubble propõe um sistema, ainda em uso atualmente, para classificar as
galáxias de acordo com sua forma e estrutura.
1925 (9 de maio) – O físico alemão Albert Einstein visita o Observatório Nacional (Rio de
Janeiro).
1926 – O físico inglês Ralph Fowler (1889-1944) usa a estatística de Fermi-Dirac para
explicar as estrelas anãs brancas.
1926 – Arthur Eddington sugere que o calor do Sol provém de um "reator nuclear" interno.
1926 (16 de março) – Primeiro voo de foguete propelido a combustível líquido (gasolina e
oxigênio), construído pelo estadunidense Robert Hutchings Goddard (1882-1945) e lançado
em Auburn, Massachusetts.
1927 – O geólogo inglês Arthur Holmes (1890-1965), pioneiro no uso dos elementos
radioativos para datar as rochas, propõe um mecanismo capaz de explicar o movimento dos
continentes. Quando decaem, os elementos radioativos existentes no interior da Terra
produzem calor e aquecem o manto. Essa camada constitui um meio sólido para a pesquisa
sísmica, pois as ondas secundárias propagam-se em seu interior. Num período de milhares
de anos, porém, o manto comporta-se como um fluido extremamente viscoso, capaz de
transportar por convecção o calor do centro para a superfície. No fenômeno físico da
convecção, as porções quentes do fluido ficam ainda mais quentes e tendem a subir,
enquanto suas partes frias afundam. Se a diferença de temperatura for suficiente, cria-se
uma circulação ordenada, com a formação de células de convecção. Holmes afirma que
esse mecanismo é capaz de deslocar os continentes, assim como as correntes marítimas
fazem com os “icebergs”.
1928 – O físico teórico britânico Paul Dirac (1902-1984) formula a equação que leva o seu
nome (equação de Dirac), a qual descreve o comportamento do elétron e permite ao
cientista predizer a existência do pósitron, a antipartícula do elétron. Com esse trabalho,
tem início o estudo teórico da antimatéria.
Antimatéria é, em Física de partículas, a extensão do conceito de antipartículas à matéria. A
antimatéria está, portanto, composta de antipartículas, enquanto a matéria é composta de
partículas. Por exemplo, um antielétron (elétron com carga positiva, ou pósitron) e um
antipróton (próton com carga negativa) poderiam formar um átomo de antimatéria, da
mesma maneira como um elétron e um próton formam um átomo de hidrogênio. Segundo
os modelos teóricos, o contato de matéria e antimatéria leva à aniquilação de ambas, dando
lugar a fótons de alta energia (raios gama) e a outros pares partícula-antipartícula.
1929 – Henry Norris Russell conduz os primeiros estudos espectroscópicos para determinar
a composição química do Sol.
1930 – O astrônomo grego Eugène Antoniadi (1870-1944) publica um tratado que se torna
clássico na história das pesquisas sobre Marte, em que ele escreve: “Ninguém jamais
observou canais de verdade em Marte, e as linhas mais ou menos retilíneas de Schiaparelli
não existem nem como canais nem como formas geométricas. O local onde eles teriam sido
observados corresponde a uma superfície com estrias irregulares manchadas, zonas de
reflexão não uniformes, terrenos descontínuos ou talvez margens esverdeadas de um lago
de morfologia complexa”. Observando os detalhes da superfície marciana com um dos
refratores mais aperfeiçoados da época, Antoniadi dá o golpe de misericórdia nos canais.
1930 – A UAI adota a proposta do astrônomo belga Eugène Delporte (1882-1955) e fixa
em 88 o número das constelações. São elas: Águia, Altar, Andrômeda, Aquário, Áries (ou
Carneiro), Ave do Paraíso, Baleia, Boieiro, Buril (do Escultor), Bússola, Cabeleira de
Berenice, Cães de Caça, Camaleão, Câncer (ou Caranguejo), Cão Maior, Cão Menor,
Capricórnio, Carena (ou Quilha), Cassiopeia, Cefeu, Centauro, Cisne, Cocheiro, Compasso,
Coroa Austral, Coroa Boreal, Corvo, Cruzeiro do Sul, Delfim, Dourado, Dragão, Erídano,
Escorpião, Escudo (de Sobieski), Escultor, Fênix, Flecha, Forno Químico, Gêmeos, Girafa,
Grou, Hércules, Hidra Fêmea, Hidra Macho, Índio, Lagarto, Leão, Leão Menor, Lebre,
Libra (ou Balança), Lince, Lira, Lobo, Máquina Pneumática, Microscópio, Monte Mesa,
Mosca, Ofiúco (ou Serpentário), Oitante, Órion, Pavão, Pégaso, Peixe Austral, Peixes,
Peixe Voador, Pequena Raposa, Pequeno Cavalo, Perseu, Pintor, Pomba (de Noé), Popa (da
nave Argos), Régua, Relógio, Retículo, Sagitário, Serpente (dividida em Cabeça e Cauda),
Sextante, Taça, Telescópio, Touro, Triângulo, Triângulo Austral, Tucano, Unicórnio, Ursa
Maior, Ursa Menor, Vela e Virgem.
1930 (21 de janeiro) – Clyde William Tombaugh fotografa Plutão, mas não o identifica
ainda como planeta. Outras fotografias são tiradas nos dias 23 e 29.
1930 (18 de fevereiro) – Clyde William Tombaugh descobre Plutão, então considerado o
nono planeta do Sistema Solar, utilizando o telescópio refrator de 33cm do Lowell
Observatory, em Flagstaff, no Arizona.
Plutão tem diâmetro estimado de 2.390 km e área superficial de 17,95 milhões de km2
((3,3% da terrestre). Ocupa um volume de 7,15 bilhões de km3 (0,66% do volume da
Terra) e tem massa de 13,05 quintilhões de toneladas (0,21% da terrestre), o que resulta
numa densidade de 2,03g/ km3. A força de gravidade equivale a 5,9% da terrestre, e a
velocidade de escape é de 1,2 km/s. orbita o Sol à distância média de 5.906.376.272 km
(varia entre 4.436.824.613 e 7.375.927.931 km), completando uma órbita, à velocidade
média de 16.800 km/h, em 90.613,305 dias terrestres (248,09 anos), ou 14.164,4 dias
plutonianos. O período de rotação é de 6d9h17min36s. Os principais componentes da
atmosfera são nitrogênio e metano. A magnitude aparente é superior a 13,65, sendo a média
15,1. Tem três satélites conhecidos.
Plutão é o nome latino de Hades, deus grego do submundo e das riquezas dos mortos.
1930 (24 de março) – Plutão é oficialmente batizado, tendo o nome sido sugerido por
Venetia Phair (1918-2009), uma menina de onze anos vivendo em Oxford. Esta decisão é
anunciada em 1º de maio.
1930 (10 de maio) – o primeiro planetário é aberto ao público nos EUA, o Planetário de
Adler, em Chicago, Illinois.
1931 – O astrônomo alemão Otto Hermann Leopold Hec kmann (1931-1983) afirma que a
matéria é, sob alguma circunstância, homogeneamente distribuída ao longo do Universo e é
isotrópica, isto é, tem propriedades idênticas em toda direção).
1932 – O físico inglês James Chadwick (1891-1974) descobre o nêutron, partícula atônica
com carga elétrica nula, que compõe, juntamente com o próton, o núcleo do átomo.
1932 – Ao estudar o destino de uma estrela massiva após o esgotamento de todo o seu
combustível nuclear, o físico e matemático azerbaijano Lev Davidovich Landau
(1908-1968) chega à conclusão de que, na fase de resíduo estelar, a matéria se encontra
num estado de elevada densidade, composta basicamente por nêutrons. Descobre-se, assim,
as estrelas de nêutrons.
1932 – Harlow Shapley e Adelaide Ames publicam um levantamento das galáxias com
brilho superior à 13ª magnitude, conhecido mais tarde como “Catálogo Shapley-Ames”.
1932 – O astrônomo estoniano Ernst Öpik (1893-1985) postula que os cometas de longo
período têm origem numa nuvem localizada nos confins do Sistema Solar. Essa região é
hoje conhecida como Nuvem de Oort.
1933 – O astrônomo suíço Fritz Zwicky (1898-1974) postula a existência da matéria escura.
Esta é a matéria suplementar necessária para explicar as curvas de rotação das galáxias e as
velocidades observadas das galáxias em aglomerados, maiores que as explicáveis através da
matéria observada, chamada matéria luminosa. Zwicky, trabalhando nos EUA, observando
que as velocidades das galáxias em aglomerados são muito maiores do que o esperado,
calcula que a massa do aglomerado deve ser pelo menos dez vezes maior do que a massa da
matéria visível no próprio aglomerado, isto é, da massa em estrelas e gás pertencentes às
galáxias.
Numa definição contemporânea, matéria escura é a matéria hipotética de composição
desconhecida que não emite ou reflete radiação eletromagnética suficiente para ser
observada diretamente com os meios técnicos atuais, mas cuja existência pode ser deduzida
a partir dos efeitos gravitacionais que causa na matéria visível (estrelas e galáxias, por
exemplo). É importante observar que não se deve confundir matéria escura com energia
escura, conceito elaborado bem mais tarde. Com base na observação de estruturas maiores
do que galáxias, acredita-se que a matéria escura constitui a ampla maioria da massa
observável do Universo.
1933 – Fritz Zwicky e Walter Baade propõem a ideia da existência de estrelas de nêutrons e
sugerem que as supernovas poderiam ser criadas pelo colapso de estrelas normais para
estrelas de nêutrons. Eles também sugerem que tais eventos podem explicar o fundo de
raios cósmicos.
1933 – Bernard-Ferdinand Lyot inventa o filtro de Lyot, formado por uma série de lâminas
de quartzo separadas por polarizadores e analisadores, a fim de ser possível isolar a luz de
um comprimento de onda determinado; permite a observação das protuberâncias e da coroa
solar pelo isolamento de uma de suas raias de emissão..
1933 – A União Soviética (URSS) lança seu primeiro foguete de propelente líquido, com a
importante colaboração do engenheiro russo Sergey Pavlovich Korolev (1907-1966).
1933 (17 de agosto) – É lançado o Gird 9, primeiro foguete soviético, que atinge a altitude
de 400m.
1933 (13 de outubro) – É fundada a British Interplanetary Society, organização sem fins
lucrativos com sede em Londres.
1934 – O físico estadunidense Richard Tolman (1881-1948) mostra que a radiação de corpo
negro em um Universo que se expande esfria mas permanece térmica.
1935 – James Chadwick recebe o Prêmio Nobel de Física pela descoberta (1932) do
nêutron.
1936 – No livro "The Realm of the Nebulae" (O Reino das Nebulosas), Edwin Hubble
apresenta uma classificação morfológica das galáxias, representada num diagrama que se
torna conhecido como "forquilha de Hubble". As galáxias estão divididas em espirais,
espirais barradas, elípticas, lenticulares e irregulares, com diversas subcategorias.
1937 – O físico inglês Paul Dirac (1902-1984) apresenta uma teoria cosmológica em que a
constante gravitacional diminui lentamente, de modo que a idade do Universo, dividida
pelo tempo de cruzamento da luz atômica, sempre é igual à razão da força elétrica para a
força gravitacional entre um próton e um elétron.
1937 – Fritz Zwicky sugere o termo "supernova" para nomear as grandes explosões
estelares.
1938 – O físico estadunidense de origem alemã Hans Albrecht Bethe (1906-2005) conclui
que as elevadíssimas temperaturas e pressões existentes no centro do Sol podem fazer com
que quatro núcleos de hidrogênio (ou seja, quatro prótons) se fundam para formar um único
núcleo de hélio. Como a massa total dos quatro prótons equivale a 4,0325 unidades de
massa atômica, e a de um núcleo de hélio a 4,0039, a reação libera uma energia
correspondente a 0,0286 (ou seja, 0,7% da massa em questão).
1938 – O físico francês Pierre Victor Auger (1899-1993) é o primeiro a observar as faíscas
produzidas na atmosfera terrestre pela interação entre a região atmosférica e os raios
cósmicos.
1938 (6 de julho) – Seth Barnes Nicholson Descobre Lisiteia, décimo satélite conhecido de
Júpiter.
Diâmetro: 36 km; período orbital: 259,20 dias; distância média ao planeta: 11.720.000 km;
massa: 63 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1938 (30 de julho) – Seth Barnes Nicholson descobre Carme, 11º satélite conhecido de
Júpiter.
Diâmetro: 46 km; período orbital: 702,28 dias (2,045 anos); distância média ao planeta:
23.400.000 km; massa: 130 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1939 – O químico alemão Otto Hahn (1879-1968), a física sueca de origem austríaca Lise
Meitner (1878-1968) e o químico alemão Fritz Strassmann (1902-1980) descobrem a fissão
nuclear: quando um núcleo de urânio absorve um nêutron, ele pode ser “sacudido” até o
ponto em que ele se divide em dois fragmentos de tamanhos comparáveis, liberando uma
grande quantidade de energia.
1939 - Robert Oppenheimer e Hartland Snyder calculam o colapso de uma esfera de fluido
homogênea livre de pressão e observam que ela interrompe suas próprias comunicações
com o resto do Universo.
1939 (30 de abril) – É produzida a primeira energia elétrica gerada por raios cósmicos, no
Planetário de Hayden, Cidade de Nova Iorque.
1941 – O astrônomo canadense Andrew McKellar (1910-1960) usa a excitação das linhas
do dubleto CN para medir que a “temperatura efetiva do espaço” é de cerca de 2,3 K.
1942 – Jan Julius Duyvendak, Nicholas Mayall e Jan Oort deduzem que a Nebulosa do
Caranguejo é um resto da supernova 1054, observada pelos astrônomos chineses.
1942 – Southworth, nos EUA, e Hey, na Inglaterra, descobrem que o Sol também é uma
fonte de ondas de rádio e são os primeiros a registrá-las.
1944 – O astrônomo holandês Hendrik Christoffer van de Hulst (1918-2000) prevê a linha
hiperfina de 21cm do hidrogênio interestelar neutro.
1947 – O físico britânico Bernard Lovell, juntamente com seu grupo, completa o rádio-
telescópio não dirigível de 66,45m em Jodrell Bank.
1948 – Ralph Alpher, Hans Bethe e George Gamow examinam a síntese de elementos em
um Universo que está rapidamente se expandindo e esfriando e sugerem que os elementos
foram produzidos por captura de nêutrons rápida.
1948 (16 de fevereiro) – Gerard Peter Kuiper descobre Miranda, quinto satélite conhecido
de Urano.
Diâmetro: 480 x 468,4 x 465,8 km; período orbital: 1,413 dia; distância média ao planeta:
129.390 km; massa: 65,9 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,20g/cm3.
1949 – J. G. Bolton, G. J. Stanley e O. B. Slee identificam NGC 4486 (M87) e NGC 5128
como rádio-fontes extragalácticas.
1949 – Fred Hoyle usa, pela primeira vez, o nome “Big Bang” para se referir a esta teoria
da origem do Universo, que ele contestava.
1949 (1º de maio) – Gerard Peter Kuiper descobre Nereida, segundo satélite conhecido de
Netuno.
Diâmetro: 340 km; períodoorbital: 360,136 dias; distância média ao planeta: 5.513.787 km;
massa: 31 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,5g/cm3.
1950 – Jan Hendrik Oort sugere a existência de uma nuvem cometária, mais tarde chamada
de “nuvem de Oort”. Trata-se de vasta região que envolve o Sistema Solar, à distância
estimada de um ano-luz, na qual há grande quantidade de poeira e bilhões de núcleos
cometários. Os astrônomos acreditam que muitos dos cometas que ingressam no Sistema
Solar, sobretudo aqueles de longo período, têm origem nesta nuvem, de onde são expulsos
por perturbações gravitacionais.
1951 – Tem início uma renovação quase completa dos equipamentos do Observatório
Nacional, quando se introduzem aparelhos eletrônicos e o uso da técnica de exposição
fotográfica múltipla.
1951 – Levando em conta a descoberta feita pelo astrônomo holandês Hank Van de Hulst
de que o hidrogênio é capaz de emitir radiação no comprimento de onda de 21cm, Ewen e
Purcell, em Harvard (EUA), e Oort, Van de Hulst e colaboradores, em Leiden (Holanda),
descobrem a “linha espectral de radiofrequência” do hidrogênio.
1951 (28 de setembro) – Seth Barnes Nicholson descobre Ananque, 12º satélite conhecido
de Júpiter.
Diâmetro: 28 km; período orbital: 610,45 dias (1,68 ano); distância média ao planeta:
21.280.000 km; massa: 30 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1956 (8 de outubro) – A China abre seu primeiro centro de pesquisa de mísseis e foguetes,
o "Instituto Número 5", subordinado ao Ministério da Defesa e dirigido por Qian Xueshen,
um cientista chinês formado nos EUA.
1957 (21 de agosto) – A URSS lança o primeiro projétil balístico intercontinental. Essa
tecnologia é empregada para enviar o Sputnik ao espaço.
1957 (3 de novembro) – é lançado o Primeiro ser vivo no espaço: a cadela Kudriavka (de
raça Laika), que viaja a bordo do Sputnik 2 e morre quatro dias depois, devido ao calor, na
reentrada.
1958 – Evry Schatzman, Kent Harrison, Masami Wakano e John Wheeler mostram que as
anãs brancas são instáveis em relação ao decaimento beta inverso. O decaimento beta é
uma das três formas de energia de decaimento ou de desintegração (as outras são alfa e
gama), aquela liberada por um decaimento nuclear. Portanto, a energia de decaimento é a
diferença de energia existente entre as partículas iniciais e finais de um processo de
desintegração nuclear.
1958 – O físico estadunidense Eugene Parker demonstra que a coroa solar, caracterizada
por temperaturas acima de 1 milhão de °C, não pode se comportar como um fluido estático.
A essa temperatura, o gás que compõe a coroa solar deve se encontrar num estado de
contínua e violenta evaporação. Isso implica um fluxo de partículas com densidade próxima
de dez átomos por centímetro cúbico e cuja velocidade, nas proximidades da Terra, alcança
de 400 a 800 km/s. Trata-se do vento solar.
1958 – Tendo como base a curva de luz, o astrônomo russo Boris Vassilievich Kukarkin
(1909-1977) propõe a divisão das estrelas variáveis em três classes principais: pulsantes,
eruptivas e eclipsantes.
1958 (15 de maio) – É lançada a sonda soviética Sputnik 3, destinada a estudar a atmosfera
superior da Terra e a radiação que envolve o planeta. Os instrumentos, contudo, não são
capazes de detectar o cinturão de Van Allen. Permanece em órbita até 6 de abril de 1960.
1959 – Harold Babcock anuncia que o Sol inverte sua polaridade magnética
periodicamente.
1959 (9 de abril) – A Nasa anuncia a seleção dos primeiros sete astronautas da América
para o projeto Mercury: Scott Carpenter, Gordon Cooper, John Glenn, Gus Grissom, Walter
(Wally) Schirra, Alan Shepard e Donald Slayton. Eles ficam conhecidos como os "Mercury
7" ou "7 originais".
1959 (28 de maio) – Primeiros primatas no espaço: os macacos Able e Baker completam
um voo sub-orbital.
1959 (14 de setembro) – A sonda soviética Luna 2, lançada no dia 12, torna-se o primeiro
engenho humano a se chocar com a Lua, na região do Mar da Serenidade, próximo à cratera
Aristides. Trata-se do primeiro impacto de um artefato humano contra a superfície de outro
corpo celeste.
1959 (1º de dezembro) – É feita a primeira fotografia colorida da Terra vista do espaço. A
imagem é obtida a partir de uma câmera instalada no nariz de um míssil Thor lançado do
Cabo Canaveral, Flórida.
1960 – O físico britânico Martin Ryle (1918-1984) testa a síntese de abertura (ou
interferometria) usando a rotação da Terra. A interferometria consiste em combinar a luz
proveniente de diferentes receptores (telescópios ou antenas de rádio) para obter uma
imagem de maior resolução, sendo utilizada sobretudo na radioastronomia.
1960 – O rádio-telescópio com 27m de diâmetro de Owens Valley começa a sua operação,
localizado em Big Pine, Califórnia.
1960 (11 de março) – É lançada a sonda estadunidense Pioneer 5, cuja missão é realizar a
primeira cartografia do campo magnético interplanetário entre a Terra e Vênus. Também
efetua o estudo de partículas provenientes de erupções solares e investiga aionização da
região interplanetária. Chega a comunicar-se com a Terra à distância de 22,5 milhões de
km, um recorde para a época. A última transmissão de dados ocorre em 26 de junho.
1960 (1º de abril) – É lançado do Cabo Kennedy, Flórida, o primeiro satélite de observação
do tempo, Tiros I.
1960 (11 de abril)– Tem início a rádio pesquisa por civilizações extraterrestres, levada a
efeito pelo astrônomo estadunidense Frank Drake – Projeto Ozma.
1960 (15 de maio) – É lançada a sonda soviética Sputnik 4, a primeira de uma série de
espaçonaves utilizadas para investigar a possibilidade de voos espaciais tripulados. Carrega
instrumentos científicos, um sistema de televisão e uma cabine de suporte biológico, com o
manequim de um homem. Uma falha nos retrofoguetes dirige a sonda para a direção errada,
fazendo com que entre numa órbita bem mais alta do que o previsto. A reentrada na
atmosfera ocorre de forma não controlada, em 5 de setembro de 1962.
1960 (julho) – A Nasa anuncia sua intenção de colocar astronautas na órbita da Lua, já após
o Projeto Mercury. No entanto, o discurso proferido em 1961 pelo presidente Kennedy
muda o foco do programa espacial dos EUA para o objetivo de pousar uma nave tripulada
na superfície da Lua antes do fim da década de 1960. Ao contrário dos dois projetos
anteriores concebidos para manobras na órbita terrestre (o Mercury, com uma nave
desenhada para um tripulante, e o Gemini, projetado para dois ocupantes), o Apollo possui
uma nave com capacidade para três astronautas, tornando possível atingir órbita lunar e
fazer descer um Módulo (designado Módulo Lunar) na superfície da Lua e assegurar o
regresso à Terra. Os objetivos do projeto Apollo são: estabelecer a tecnologia para
viabilizar os interesses dos EUA no espaço; obter proeminência no espaço para os EUA;
Desenvolver um programa de exploração científica da Lua; Desenvolver as capacidades do
homem para trabalhar no ambiente lunar. Dos 18 veículos Apollo, 11 são tripulados e 6
pousam na Lua, colocando na superfície do satélite um total de 12 astronautas.
1960 (19 de agosto) – É lançado o Sputnik 5, o último da série, levando as cadelas Belka e
Strelka, quarenta camundongos, dois ratos e diversas plantas. A espaçonave retorna à Terra
no dia seguinte e, diferentemente do que aconteceu com a cadela Laika, do Sputnik II,
todos os animais são recolhidos a salvo. A missão testa a possibilidade de enviar seres
vivos ao espaço e fazer com que retornem em segurança. São estudadas as reações dos
animais à ausência da gravidade.
1961 – Chushiro Hayashi publica o seu trabalho sobre os “track de Hayashi” de estrelas
inteiramente convectivas.
1961 (12 de fevereiro) – É lançada a sonda soviética Venera 1, que se perde antes de chegar
a Vênus.
1961 (12 de abril) – O piloto da Força Aérea soviética Yuri Alexeievitch Gagárin
(1934-1968) é o primeiro homem no espaço, em um voo orbital de 108 minutos, a bordo da
nave Vostok 1. Neste voo ele diz a famosa frase: “A Terra é azul”. A missão é
completamente automatizada, sendo o cosmonauta russo pouco mais que um espectador.
Considerando que a Vostok não é capaz de pousar suavemente, a uma altura de
aproximadamente 7.000m, Gagárin é ejetado da nave, completando a volta à Terra num
paraquedas. Ele pousa na pradaria do "koljoz" (fazenda estatal) Caminho de Lênin, a quase
400 km de distância do local onde era esperado pelas brigadas de resgate.
A Terra é o maior dos “planetas terrestres “os outros são Mercúrio, Vênus e Marte) e o
quinto em ordem de tamanho do Sistema Solar, ocupa um volume de 1 trilhão, 083 bilhões,
207 milhões e trezentos mil km3 e tem um diâmetro equatorial (medido ao longo da linha
do equador) de 12.756,274 km e um diâmetro polar (de um polo ao outro) de 12.713,504
km. Ocupa o terceiro lugar em ordem de afastamento do Sol, que orbita à distância média
de 149.597.887,5 km (varia entre 147.098.074 e 152.097.701 km. Completa uma órbita em
365d5h48min45,97s, à velocidade média de 107.218 km/h. Tem uma superfície total de
510.072.000 km2, dos quais 148.940.000 (29,2%) são ocupados por terras emersas e
361.132.000 (70,8%) por água. A velocidade de escape é de 11,186 km/s. A Terra tem
massa total de cinco sextilhões, 973 quintilhões e seiscentos quatrilhões de km3 e está
composta principalmente por ferro (32,1%), oxigênio (30,1%), silício (15,1%), magnésio
(13,9%) e enxofre( 2,9%). Os principais componentes da atmosfera, cuja massa total é de
5,148 quatrilhões de toneladas, são nitrogênio (78,08%), oxigênio (20,95%), argônio
(0,93%) e dióxido de carbono (0,038%). A idade terrestre estimada é de 4,54 bilhões de
anos.
Terra é o nome latino de Gaia (ou Geia), segunda divindade grega primordial, nascida
depois de Caos. Sozinha, gera Urano, Pontos e as montanhas, sendo cultuada por muitos
povos primitivos como “deusa mãe” ou “mãe Terra”.
1961 (6 de Agosto) - A Vostok 2 é lançada pela URSS com o cosmonauta Gherman Titov
(1935-2000), o terceiro homem no espaço e o primeiro a protagonizar uma missão longa
(25 horas e 17 órbitas em torno da Terra). É o primeiro astronauta a sentir enjoo no espaço.
1962 – Riccardo Giacconi, Herbert Gursky, Frank Paolini e Bruno Rossi formalmente
descobrem o fundo de raios X.
1962 (24 de maio) – Ocorre a missão da sonda Aurora 7, a quarta tripulada do projeto
Mercury, pilotada por Scott Carpenter.
1962 (12 de junho) – Um foguete da série Aerobee 150 leva um revelador de raios X a 230
km de altitude. Tendo funcionado perfeitamente durante 350 segundos, esse equipamento
revela uma intensa fonte de raios X na constelação de Escorpião, provando, assim, que
também essa radiação eletromagnética pode ter proveniência extraterrestre.
1963 – Fred Hoyle e William Fowler (1911-1995) concebem a ideia de estrelas super-
massivas.
1963 – Fred Hoyle e Jayant Narlikar mostram que a teoria do estado estacionário pode
explicar a isotropia do Universo, porque afastamentos da isotropia e homogeneidade
decaem espontaneamente no tempo.
1963 – O astrofísico indiano Shiv Kumar é o primeiro a estudar, do ponto de vista teórico, a
evolução e as propriedades de corpos celestes com massas muito inferiores às das estrelas
então conhecidas. Os objetos desses estudos, chamados por Kumar de anãs negras,
correspondem ao que hoje denominamos anãs marrons (nome proposto em 1975).
1963 (15 e 16 de maio) – ocorre a missão da sonda Faith 7, sexta e última tripulada do
projeto Mercury, pilotada por Gordon Cooper (1927-2004). É o voo mais longo da série
Mercury, com duração de 34h19min e 22 órbitas completadas.
1964 – Fred Hoyle e Roger Tayler (1929-1997) chamam a atenção para o fato de que a
abundância primordial de hélio depende do número de neutrinos.
1964 – Roger Penrose prova que uma estrela que implode necessariamente produzirá uma
singularidade logo que ela tenha formado um horizonte de eventos.
1964 (19 de julho) – Um foguete transportando ratos albinos é lançado com sucesso em
Gangde, na província chinesa de Anhui.
1965 – O rádio-telescópio de 40m de Owens Valley inicia sua operação, localizado em Big
Pine, Califórnia.
1965 – Martin Rees e Dennis Sciama (1926-1999) analisam dados da contagem de fontes
quasar e descobrem que a densidade de quasares aumenta com o deslocamento para o
vermelho.
1965 – Edward Harrison propõe a solução atualmente aceita para o paradoxo de Olbers:
Como o Universo tem uma idade finita, e a luz tem uma velocidade finita, a luz das estrelas
mais distantes ainda não teve tempo de chegar até nós. Portanto, o Universo que
enxergamos é limitado no espaço, por ser finito no tempo. A escuridão da noite é uma
prova de que o Universo teve um início.
1965 – Lyman Spitzer é indicado como dirigente do comitê para a definição de objetivos
científicos para um telescópio espacial de grandes dimensões.
1965 (23 de março) – Ocorre a missão da Gemini 3, apelidada de “Molly Brown”, primeira
sonda tripulada do projeto Gemini. A tripulação é formada por Virgil Grisson (1926-1967)
- Comandante - e John Young – Piloto. É a primeira vez que os EUA enviam ao espaço
dois astronautas ao mesmo tempo, num voo de 4h52min de duração e três órbitas
completadas. O objetivo principal é fazer testes de manobra em ambiente espacial.
1965 (12 de junho) – A Teoria do Big Bang é apoiada pelo anúncio da descoberta de novos
corpos celestes, como as galáxias azuis.
1965 (1º de outubro) – Fim da missão da Mariner 4, destruída por uma chuva de meteoritos.
1965 (15 e 16 de dezembro) – Missão da Gemini 6-A, tripulada por Walter Schirra
(1923-2007) - Comandante - e Thomas (Tom) Stafford – Piloto. A Gemini 6-A é a
substituta da Gemini 6, missão cancelada depois da explosão do foguete Agena com o qual
deveria se encontrar no espaço. Durante a 4ª órbita da Gemini 6-A, ela realiza com a
Gemini 7 o primeiro encontro de duas naves estadunidenses no espaço, que dura 4h30min,
tendo a aproximação máxima sido de 30cm. Esta é a primeira missão cujo pouso é
transmitido ao vivo, via satélite, pela televisão.
1966 – Jim Peebles mostra que o Big Bang quente prevê a abundância correta de hélio.
1966 (3 de fevereiro) – Três dias depois de sua partida, a sonda soviética não tripulada
Luna 9 pousa com segurança no Oceano das Tempestades, na borda ocidental da Lua. É a
primeira descida suave em outro corpo celeste, abrindo caminho para as viagens tripuladas
para o satélite natural da Terra, já que a alunissagem mostra que a superfície lunar não é
uma areia movediça parda e insegura para pousos. O equipamento fotográfico da Luna 9
permite a tomada de 27 imagens, inclusive visões panorâmicas e visões mais íntimas das
rochas próximas, imagens essas enviadas para a Terra até 6 de fevereiro, quando as baterias
terminam e o contato com a sonda é perdido.
1966 (3 de abril) – A sonda soviética Luna 10, lançada em 31 de março, entra em órbita
lunar, à distância de 350 km, e se torna o primeiro satélite artificial a orbitar outro corpo
celeste que não a Terra. Completa 485 órbitas em dois meses.
1966 (18 a 21 de julho) – Missão da Gemini 10, tripulada por John Young - Comandante -
e Michael Collins – Piloto. É a primeira a realizar dois encontros em órbita com foguetes
Agena e utilizar-se dos sistemas propulsores deste lançador de espaçonaves para alterar sua
órbita. Michael Collins realiza a primeira caminhada espacial entre duas naves diferentes,
para recolher um painel coletor de poeira cósmica instalado na lateral do foguete Agena que
deveria ter se encontrado com a Gemini 8. Os astronautas também testam novos sistemas
de navegação manual através das estrelas.
1966 (23 de agosto) - A sonda não tripulada estadunidense Lunar Orbiter 1, lançada em 10
de agosto, capta as primeiras imagens da Terra obtidas a partir da órbita da Lua. Elas
mostram a Terra emergindo por trás do satélite, bem como detalhes da superfície lunar.
1966 (8 de setembro) – Tem início a série de televisão Jornada nas Estrelas ( Star Trek )
que atrai muitas pessoas para as ciências naturais, em especial para a Astronomia.
1966 (12 a 15 de setembro) – Missão da Gemini 11, tripulada por Charles Conrad
(1930-1999) - Comandante - e Richard Gordon – Piloto. É estabelecido o recorde de
altitude de uma nave Gemini em órbita: 1189,3 km. A missão Gemini 11 é a primeira a ter
uma reentrada controlada completamente por computadores, fazendo com que a cápsula
amerisse apenas 4,5 km fora do ponto de descida designado.
1966 (23 de setembro) – A Surveyor 2, lançada no dia 20, choca-se contra a superfície da
Lua perto da cratera Copérnico. A missão fracassa, porque não consegue uma alunissagem
suave.
1966 (11 a 15 de novembro) – Missão da Gemini 12, última espaçonave desta série,
tripulada por James Lovell - Comandante - e Edwin Aldrin – Piloto. Edwin Aldrin passa
mais de 5h fora da nave, o período mais prolongado de atividades extraveiculares do
projeto Gemini.
O programa espacial estadunidense seguinte é o Apollo.
1966 (15 de dezembro) – O astrônomo francês Audouin Dollfus Descobre Jânus, décimo
satélite conhecido de Saturno.
Diâmetro: 193 x 163 x 137 km; período orbital: 0,695 dia; distância média ao planeta:
151.460 km; massa: 1,912 quatrilhão de toneladas; densidade: 0,64g/cm3.
1967 – O físico estadunidense John Wheeler (1911-2008) utiliza, pela primeira vez, o
termo “buraco negro” (“black hole”).
1967 (20 de abril) – A Surveyor 3, lançada no dia 17, pousa no Oceanus Procellarum. É a
segunda nave estadunidense a fazer uma alunissagem suave. Envia mais de 6.300 imagens
para a Terra.
1967 (24 de abril) – Um acidente com a Soyuz 1 causa a morte do cosmonauta Vladimir
Komarov, que atrasa o Projeto Soyuz em 18 meses. Komarov é a primeira vítima fatal
soviética da exploração do espaço.
As naves Soyuz (“união”, em russo) têm capacidade para transportar três astronautas e são
sucessoras das sondas Vostok e Voskhod. São formadas por três compartimentos: módulo
de serviço, módulo orbital e cápsula de reentrada. Com o tempo, três versões das naves
Soyuz são desenvolvidas: T, TM e TMA.
1967 (17 de julho) – A Surveyor 4, lançada no dia 14, impacta próximo ao Sinus Medii. A
meta da missão (uma alunissagem suave) não é alcançada.
1967 (outubro) - Hans Albrecht Bethe recebe o Prêmio Nobel de Física por ter proposto
(1938) que as estrelas utilizam a fusão como fonte de energia.
1967 (28 de novembro) – A estudante Jocelyn Bell descobre o primeiro pulsar. Esta fonte
extraterrestre de rádio pulsante é observada no Mullard Radio Astronomy Observatory,
Cambridge University, Inglaterra, com o auxílio de um telescópio de rádio especial, large
array, de 2.048 antenas que cobrem uma área de 4,4 acres. A descoberta destes objetos
fascinantes abre novos horizontes a estudos tão diversos como o quantum, fluidos
degenerados, gravidade relativística e campos magnéticos interestelares.
1968 – O astrofísico austríaco Thomas Gold (1920-2004) propõe que os pulsares são
estrelas de nêutrons.
1968 (9 de janeiro) – a sonda Surveyor 7, lançada no dia 6, faz uma alunissagem suave
próximo à cratera Tycho e marca o fim da série estadunidense de explorações não
tripuladas na superfície lunar.
1968 (14 de setembro) – É lançada a sonda soviética Zond 5, a primeira a dar uma volta ao
redor da Lua (dia 18) e depois retornar à Terra (dia 21). Durante a órbita lunar, a menor
distância atingida é de 1.950 km. São tiradas várias fotografias de boa qualidade da Terra, à
distância de 90.000 km. O sucesso da Zond 5 marca um avanço importante da URSS na
corrida espacial.
1968 (11 de outubro) – É lançada a Apollo 7, primeira nave tripulada do projeto Apollo. Os
três astronautas escalados são Walter M. Schirra, Jr. (1923-2007) – comandante –, Donn F.
Eisele (1930-1987) e Walter Cunningham. Com este voo, Walter Schirra torna-se o único
astronauta da história a participar de voos dos Projetos Mercury, Gemini e Apollo. A
missão consiste em diversas atividades em órbita da Terra para testar o Módulo de
Comando e Serviço. O retorno ocorre em 22 de outubro.
Estatísticas – Massa: 14.781 kg; órbitas terrestres: 163; duração da missão: 10d20h09min.
1968 (21 de dezembro) – É lançada a Apollo 8, primeira missão do projeto a levar homens
à Lua. Os astronautas Frank Borman – comandante -, James A. Lovell, Jr. e William A.
Anders não pousam no solo lunar mas, na noite de Natal de 1968, eles se tornam os
primeiros homens a circum-navegar a Lua (e a ver a face oculta do satélite), enviando fotos
inéditas do solo lunar. Além disso, eles são os primeiros astronautas a abandonar a órbita da
Terra. O retorno se dá em 27 de dezembro.
Estatísticas – Massa: 28.817 kg; órbitas lunares: 10; tempo em órbita lunar: 20h10min;
duração da missão: 6d3h0min.
1969 – Começam as observações no Big Bear Solar Observatory, localizado em Big Bear,
Califórnia.
1969 – David Staelin, E. C. Reifenstein, William Cocke, Mike Disney e Donald Taylor
descobrem o pulsar da nebulosa do Caranguejo, conectando, deste modo, supernovas,
estrelas de nêutrons e pulsares.
1969 – Observações telescópicas de Júpiter feitas a partir de um jato da Nasa mostram que
o planeta irradia uma quantidade de calor maior do que a recebida do Sol, pressupondo a
existência de uma fonte interna de energia e reforçando os argumentos daqueles que
afirmam ser Júpiter uma “estrela que não deu certo”.
1969 – É descoberto o anel D de Saturno, ainda mais interno e transparente que os três até
então conhecidos.
1969 – O biólogo britânico James Lovelock apresenta a "hipótese de Gaia" (nome da deusa
grega que representa a Terra), a qual sustenta que o nosso planeta, em sua totalidade, deve
ser considerado como um organismo vivo e que os processos biológicos estabilizam o meio
ambiente.
1969 – É encontrado, na Lua, o “Bench Crater”, primeiro meteorito descoberto num corpo
celeste que não seja a Terra.
1969 (21 de fevereiro) – Um foguete do programa lunar soviético cai, logo após o
lançamento, sobre uma zona urbana, matando 350 pessoas.
1969 (3 de março) – É lançada a Apollo 9, que tem como principal objetivo testar o
equipamento e, principalmente, o Módulo Lunar (a "Aranha"), em órbita da Terra. A
tripulação é formada pelos astronautas James McDivitt – comandante -, David Scott e
Russell Schweickart. Esta é a primeira missão do projeto que decola completa, com suas
três partes: Módulo de Comando, Módulo de Serviço (cujo conjunto é chamado de Módulo
de Comando e Serviço Apollo) e Módulo Lunar. O retorno se dá no dia 13 de março.
Estatísticas – Massa: 26.801 kg; órbitas terrestres: 151; duração da missão: 10d1h0min.
1969 (16 de julho) – É lançada, a partir do Cabo Canaveral, a Apollo 11, primeira missão
tripulada a pousar na Lua. Compõem a tripulação os astronautas Neil Armstrong –
comandante –, Edwin Aldrin – piloto do módulo lunar – e Michael Collins – piloto do
módulo de comando. O Módulo de Comando recebe o nome de Columbia, e o Módulo
Lunar, de Eagle ("Águia"). Aproximadamente 850 jornalistas, de 55 países e falando 33
línguas, registram o evento.
1969 (20 de julho) – A Apollo 11 pousa na Lua, num local denominado Mar da
Tranquilidade, uma grande área plana, formada de lava basáltica solidificada, na linha
equatorial da face brilhante do satélite. Às 23h56min (horário de Brasília), Neil Armstrong,
de 38 anos, torna-se o primeiro ser humano a pisar na superfície da Lua e pronuncia a frase
mais épica da Era Espacial: "Este é um pequeno passo para o Homem... mas um grande
salto para a Humanidade". Edwin Aldrin junta-se a Armstrong na superfície 15min depois
e, durante as 2h37min seguintes, os astronautas examinam o Módulo Lunar, montam e
colocam para funcionar a câmera de TV, hasteiam a bandeira estadunidense e batem
continência, instalam instrumentos científicos, dão pulos como cangurus, experimentando a
baixa gravidade lunar, tiram cerca de 100 fotografias, coletam mais amostras no solo e
falam ao vivo com o Presidente dos EUA, Richard Nixon (1913-1994). Além disso, os
astronautas deixam na Lua uma placa, assinada por eles e pelo presidente Nixon, onde se
lê: Here Men From Planet Earth First Set Foot Upon The Moon. July 1969 A.D. We Came
In Peace For All Mankind. (“Aqui os homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na
Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade.”)
Com diâmetro de 3.476,28 x 3.471,94 km, área superficial de 37,93 milhões de km (7,4%
da terrestre) e localizada à distância média de 384.403 km (varia entre 363.104 e 405.696
km) da Terra, que orbita à velocidade média de 3.680 km/h, , a Lua é o quinto satélite do
Sistema Solar em ordem de tamanho. Como acontece com boa parte dos satélites do nosso
sistema planetário, a Lua tem rotação síncrona, isto é, leva exatamente o mesmo tempo para
completar uma órbita em torno da Terra e girar ao redor de si mesma: 27d7h43min. Ocupa
um volume de 21,95 bilhões de km3 (2% do terrestre) e tem massa de 73,47 quintilhões de
toneladas (1,2% da massa da Terra), o que resulta numa densidade de 3,346g/cm3. A
gravidade superficial equivale a 16,54% da terrestre (uma pessoa pesando 80 kg na Terra
pesaria, na Lua, 13,23 kg), e a velocidade de escape é de 2,38 km/s. A Lua é o objeto mais
brilhante do céu noturno: a magnitude aparente varia entre -12,9 e -2,5.
1969 (21 de julho) – Enquanto os astronautas da Apollo 11 ainda estão na Lua, a sonda
soviética Luna 15, lançada no dia 13, choca-se contra a superfície do satélite, no Mar das
Crises (“Mare Crisium”). É o fim da corrida espacial, iniciada com o lançamento do
Sputnik 1. É um dos primeiros momentos de cooperação no espaço, uma vez que os russos
divulgam o plano de voo da Luna 15, para afastar qualquer possibilidade de colisão com a
Apollo 11.
1969 (31 de julho) – A Mariner 6, lançada em 24 de fevereiro, chega a Marte, com uma
aproximação máxima de 3300 km. Envia imagens, num total de 75, principalmente da
região equatorial. Analisa a atmosfera, a superfície e envia fotos de Fobos.
1969 (15 de agosto)- É criada a Indian Space Research Organisation (ISRO), a agência
espacial da Índia, com sede em Bangalore.
1969 (14 de novembro) – É lançada a Apollo 12, segunda missão tripulada a descer na Lua
e a primeira a fazer um pouso de precisão num ponto pré-determinado da superfície, a fim
de resgatar partes de uma sonda não tripulada enviada dois anos antes, a Surveyor III, e
trazer partes dela de volta à Terra, para estudos do efeito da permanência em ambiente
lunar sobre o material empregado no artefato. O Módulo de comando chama-se Yankee
Clipper e o Módulo lunar, Intrepid. A tripulação é formada por Charles Conrad
(1930-1999) – comandante –, Alan Bean – piloto do módulo lunar – e Richard Gordon –
piloto do módulo de comando.
1969 (19 de novembro) – A Apollo 12 pousa no Oceano das Tormentas, cerca de 1.500 km
a oeste do Mar da Tranquilidade, local da alunissagem anterior.
1970 – o telescópio refletor óptico de 4,01m de Cerro Tololo entra em operação, localizado
em Cerro Tololo, Chile.
1970 – o telescópio refletor óptico de 4,01m do Kitt Peak National Observatory começa a
operar, localizado próximo de Tucson, Arizona.
1970 – Roger Ulrich, John Leibacher e Robert Stein deduzem, a partir de modelos solares
teóricos, que o interior do Sol pode agir como uma cavidade acústica ressonante.
1970 (11 de abril) – É lançada a Apollo 13, terceira missão tripulada do projeto, que não
consegue pousar na Lua devido a um acidente durante a viagem de ida. A tripulação é
composta por James Lowell – comandante –, Fred Haise – piloto do módulo lunar – e John
Swigert (1931-1982) – piloto do módulo de comando. O módulo lunar chama-se Aquarius,
e o módulo de comando, Odissey. Na noite de 13 de abril, quando a espaçonave está a
321.860 km da Terra, ocorre uma explosão no módulo de serviço, causada, segundo os
resultados de investigações posteriores da Nasa, por uma mudança de voltagem dos
suprimentos de energia da Apollo, feita pelos projetistas do tanque da nave, sem o
respectivo reforço da ventoinha de resfriamento do motor. Com o módulo de serviço e
também o módulo de comando inutilizados, os astronautas são obrigados a se transferir
para o módulo lunar, no qual iniciam o retorno à Terra e onde são submetidos a um
rigoroso racionamento de eletricidade, de alimentos e de água. Contudo, a viagem de volta
é bem-sucedida e, no dia 17 de abril, cansados, molhados, famintos, desidratados e com
frio, eles conseguem aterrissar em segurança.
Estatísticas – Massa: 28.945 kg; duração da missão: 5d22h55min.
1970 (22 de abril) – É criado o Dia da Terra, comemorado em âmbito nacional nos EUA.
1970 (24 de abril) – A China se torna o quinto país do mundo a lançar um satélite em
órbita, o DFH-1, impulsionado por um foguete "Longa Marcha" e destinado à
experimentação científica.
1971 – O britânico Martin Rees propõe que algumas galáxias, como a Via Láctea, têm em
seu centro buracos negros supermassivos, ou seja, com massa da ordem de milhões de
vezes superior à solar.
1971 (31 de janeiro) – É lançada a Apollo 14, terceira missão da série a pousar na Lua,
tendo a delicada tarefa de recomeçar as viagens espaciais tripuladas após o acidente
ocorrido com a Apollo 13. A tripulação é composta por Alan Shepard – comandante –,
Edgar Mitchell – piloto do módulo lunar – e Stuart Roosa (1933-1994) – piloto do módulo
de comando. O Módulo de Comando chama-se Kitty Hawk e o Módulo Lunar, Antares.
1971 (5 de fevereiro) – A Apollo 14 pousa em Fra Mauro, uma região repleta de crateras e
ondulada, o que faz com que o Antares fique inclinado 8° durante sua estada na Lua. O
principal objetivo da missão (originalmente atribuída à Apollo 13) é chegar a pé à cratera
Cone, localizada numa região elevada em relação ao local do pouso, visando a testar a
capacidade de caminhar na superfície lunar em regiões não planas. O objetivo não é
plenamente alcançado: os astronautas param pouco antes de atingir a borda da cratera.
Nessa missão, Alan Shepard dá com sucesso uma tacada de golfe.
1971 (2 de abril) – É criado o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), cuja sede
está localizada em São José dos Campos, São Paulo. Os objetivos do INPE são promover e
executar estudos, pesquisas científicas, desenvolvimento tecnológico e capacitação de
recursos humanos, nos campos da Ciência Espacial e da Atmosfera, das Aplicações
Espaciais, da Meteorologia e da Engenharia e Tecnologia Espacial, bem como em domínios
correlatos, conforme as políticas e diretrizes definidas pelo Ministério da Ciência e
Tecnologia. As atividades atualmente desenvolvidas pelo INPE buscam demonstrar que a
utilização da ciência e da tecnologia espacial pode influir na qualidade de vida da
população brasileira e no desenvolvimento do País.
1971 (19 de abril) – É lançada a Salyut 1, primeira estação orbital soviética e primeira
estação espacial construída pelo homem. É formada de três compartimentos pressurizados:
o de transferência, onde são acopladas as naves Soyuz, o principal, onde vive a tripulação, e
outro contendo os equipamentos de controle e comunicações, a fonte de energia, o sistema
de suporte de vida e outros equipamentos auxiliares. Há um quarto compartimento,
despressurizado, com as instalações do motor e equipamentos de controle associados. A
Salyut tem baterias químicas, suprimentos reservas de água e oxigênio e sistemas de
regeneração. A energia é fornecida por dois pares de painéis solares.
Em russo, Salyut significa “saudação”.
1971 (30 de junho) – A despressurização de uma nave Soyuz mata os cosmonautas Georgy
Dobrovolsky, Vladislav Volkov e Viktor Patsayev, que haviam cumprido uma missão de
24 dias em órbita. Eles protagonizam a primeira ocupação humana de uma estação orbital, a
pioneira Salyut 1.
1971 (26 de julho) – É lançada a Apollo 15, quarta missão da série a pousar na Lua e a
primeira a utilizar um jipe lunar. A tripulação é formada por David Scott – comandante –,
James Irwin (1930-1991) – piloto do módulo lunar – e Alfred Worden – piloto do módulo
de comando. O Módulo de Comando denomina-se Endeavour e o Módulo Lunar, Falcon.
1971 (30 de julho) – A Apollo 15 pousa em Hadley Hille, uma área de grande interesse do
ponto de vista geológico, localizada na orla do Mare Imbrium (Oceano das Chuvas), num
pequeno vale rodeado por altas montanhas. O jipe, um veículo de quatro rodas (todas com
tração elétrica), desmontável e pesando 209 kg, dá aos astronautas considerável mobilidade,
permitindo-lhes realizar passeios de vários km. Um fato curioso a destacar é o experimento
executado por David Scott: para comprovar a teoria da queda dos corpos, de Galileu
Galilei, ele deixa cair um martelo e uma pluma, constatando que, na ausência de ar, ambos
chegam juntos ao solo.
1971 (7 de agosto) – A Apollo 15 volta à Terra. Durante o voo de retorno, Alfred Worden
torna-se o primeiro homem a executar uma atividade extravveicular fora da órbita terrestre.
Estatísticas – Massa: 30.370 kg; tempo total das três atividades extraveiculares na
superfície da Lua: 18h34min; tempo de permanência na superfície lunar: 2d18h55min;
massa trazida da Lua: 77 kg; tempo em órbita lunar: 6d1h13min; órbitas lunares: 74;
duração da missão: 12d7h12min.
1971 (11 de outubro) – A Salyut 1 faz uma reentrada controlada na atmosfera terrestre,
caindo no Oceano Pacífico.
Estatísticas – Massa: 18.425 kg; espaço habitável: 90m3; dias em órbita: 175; dias ocupada:
24; órbitas terrestres: 2.929; distância percorrida: 118.602.524 km.
1972 – Jacob Bekenstein sugere que buracos negros têm entropia proporcional à área de
suas superfícies devido aos efeitos da perda de informação. Entropia é uma grandeza
termodinâmica relativa à desordem, que mede a parte da energia que não pode ser
transformada em trabalho.
1972 – Stephen Hawking prova que a área do horizonte de eventos de um buraco negro
clássico não pode diminuir.
1972 – James Bardeen, Brandon Carter e Stephen Hawking propõem 4 leis da mecânica de
buraco negro em analogia com as leis da termodinâmica.
1972 (2 de março) – É lançada, com destino a Júpiter, a sonda estadunidense Pioneer 10,
primeiro artefato humano enviado às regiões exteriores do Sistema Solar. Em sua fase
interplanetária (antes e depois da passagem por Júpiter), os objetivos da missão são:
Mapear o campo magnético do meio interplanetário; Verificar as alterações do vento solar
ao longo das diversas distâncias analisadas; Medir os raios cósmicos originários do Sistema
Solar e de fora dele; Estudar as interações entre o campo magnético interplanetário, o vento
solar e os raios cósmicos; Estudar a heliosfera; Medir as quantidades de hidrogênio não
ionizado no meio interplanetário; Medir as quantidades de partículas; Estudar o cinturão de
asteroides. A fase joviana da missão tem por objetivos: Mapear o campo magnético de
Júpiter; Mapear as energias dos prótons e dos elétrons ao longo da trajetória da sonda pelo
sistema; Verificar a existência de auroras; Obter informação sobre as causas para as ondas
de rádio de Júpiter; Mapear a interação entre o campo magnético joviano e o vento solar;
Medir a temperatura da atmosfera de Júpiter; Determinar a composição e a estrutura das
altas camadas da atmosfera do planeta; Medir a estrutura térmica daquele astro; Obter
imagens do sistema; Sondar a atmosfera de Júpiter com ondas de rádio na altura da
ocultação e Realizar o mesmo em Io; Investigar as características físicas e químicas dos
satélites de Júpiter; Calcular com maior precisão as massas de Júpiter e dos quatro maiores
satélites; Fornecer informação mais precisa para o cálculo das efemérides dos principais
corpos do sistema. A Pioneer 10, assim como sua gêmea Pioneer 11, está equipada com
dois magnetômetros, um analisador de plasma, um detector de radiação capturada, um
radiômetro de infravermelhos, um sensor para a detecção de asteroides e uma placa sensora
de impactos de meteoritos, um telescópio de raios cósmicos e outros instrumentos para
captação de imagens.
1972 (16 de abril) – É lançada a Apollo 16, quinta missão tripulada do projeto a pousar na
Lua. A tripulação é formada por John Young – comandante –, Charles Duke Jr. – piloto do
módulo lunar – e Thomas Mattingly – piloto do módulo de comando. O Módulo de
Comando chama-se Casper e o Módulo Lunar, Orion.
1972 (20 de abril) – A Apollo 16 pousa na Lua, na região de Descartes, uma área
puramente montanhosa.
1972 (15 de julho) – A Pioneer 10 torna-se a primeira nave espacial a atingir o cinturão de
asteroides.
1972 (7 de dezembro) – É lançada a Apollo 17, sexta e última missão tripulada do projeto
Apollo para a Lua. A tripulação é formada por Eugene Cernan – comandante –, Harrison
Schmitt – piloto do módulo lunar – e Ronald Evans (1933-1990) – piloto do módulo de
comando. O Módulo de Comando chama-se America e O Módulo Lunar, Challenger.
1973 – Jeremiah Ostriker e James Peebles descobrem que a quantidade de matéria visível
nos discos das galáxias espirais típicas não é suficiente para a gravitação Newtoniana
impedir os discos de se romperem violentamente ou mudarem drasticamente de forma.
1973 – Por meio de medições do campo magnético interplanetário durante três períodos de
rotação solar (cada um deles de 27 dias), descobre-se que ele pode orientar-se tanto na
direção do Sol quanto na trajetória oposta. Essa característica significa que no espaço
interplanetário se formam, no curso de uma rotação solar, de dois a seis setores onde o
campo magnético se mostra alternadamente positivo (orientado para o exterior) e negativo
(orientado para o Sol).
1973 (fevereiro) – A Pioneer 10 sai da faixa de asteroides sem ter sofrido qualquer dano,
comprovando assim a inexistência da temida concentração de poeira cósmica naquela
região.
1973 (fevereiro) – A UAI realiza em Varsóvia, Polônia, uma assembleia extraordinária para
celebrar os quinhentos anos de nascimento de Nicolau Copérnico.
1973 (5 de abril) – É lançada a sonda estadunidense Pioneer 11, com destino a Júpiter e
Saturno.
1973 (14 de maio) – É lançada, pelos EUA, a Estação Espacial Skylab, composta de cinco
partes: um telescópio (ATM); um adaptador para acoplagem múltipla (MDA); um módulo
selado (AM); uma unidade de instrumentos (IU); e um espaço de trabalho orbital (OWS).
1973 (25 de maio a 22 de junho) – Missão da Skylab 2, que leva os primeiros tripulantes à
estação espacial Skylab, sendo eles Charles Conrad - Comandante -, Paul Weitz - Piloto - e
Joseph Kerwin - Cientista. A principal tarefa dessa tripulação é reparar a Skylab: a proteção
contra meteoritos e raios solares e as placas de captação de energia solar haviam sido
destruídas durante a decolagem, e o painel solar principal estava travado. Os astronautas
realizam experimentos médicos, além de colher informações sobre o Sol e a Terra. Eles
dobram o recorde de permanência no espaço, até então pertencente aos tripulantes da
Gemini 7.
Duração da missão: 28d0h50min; órbitas terrestres: 404; distância percorrida: 18,5 milhões
de km.
1973 (28 de julho a 25 de setembro) – Missão da Skylab 3, que leva à estação homônima a
segunda tripulação, composta por Alan Bean – Comandante -, Jack Lousma - Piloto - e
Owen Garriott – cientista. São realizadas muitas experiências científicas, destacando-se:
estudo da saúde dental, instalação de protetores solares contra micrometeoritos, adaptação
psicológica humana ao espaço, estudo de cobaias de laboratório e de características de
células do pulmão humano na microgravidade.
Duração da missão: 59d11h9min; órbitas terrestres: 858; distância percorrida: 39,4 milhões
de km.
1973 (26 de novembro) – A uma distância de 6,4 milhões de km de Júpiter, tem início a
missão científica propriamente dita da Pioneer 10. No dia seguinte, a sonda penetra na
magnetosfera do planeta.
1974 – Robert Wagoner, William Fowler e Fred Hoyle mostram que o Big Bang quente
prevê as abundâncias corretas de deutério e lítio.
1974 – O físico teórico inglês Stephen Hawking calcula que buracos negros devem
termicamente criar ou emitir partículas subatômicas, conhecidas como "radiação Hawking”.
1974 (27 de março) – Dois dias antes de a Mariner 10 sobrevoar Mercúrio, instrumentos
terrestres detectam a presença de quantidades anormais de radiação ultravioleta nas
proximidades do planeta. Alguns astrônomos sugerem a hipótese de se tratar de um satélite,
sobretudo porque a velocidade estimada do objeto é de 4 km/s, compatível com uma
suposta lua girando em torno de Mercúrio. A radiação desaparece no dia seguinte, sendo
novamente detectada em 31 de março. Investigações posteriores apontam a estrela 31
Crateris como a origem provável dessa radiação.
O satélite de Mercúrio não existe, mas descobre-se que, ao contrário do que se pensava, a
radiação ultravioleta não é totalmente absorvida pelo meio interestelar.
1974 (29 de março) – A Mariner 10 sobrevoa Mercúrio pela primeira vez, à distância de
704 km, e faz as primeiras imagens (poucas) do planeta.
Com diâmetro de 4.879,4 km e ocupando um volume de 60,83 bilhões de km3 (5,4% do da
Terra), Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e o menor do Sistema Solar. A área da
superfície é de 74,8 milhões de km2 (14,7% da terrestre). Tem massa de 330,22 quintilhões
de toneladas (5,5% da massa da Terra) e densidade média de 5,427g/cm3 (segundo mais
denso do Sistema Solar, depois da Terra). Gira em torno do Sol, à distância média de
57.909.100 km (varia entre 46.001.200 e 69.816.900 km), em 87,969 dias terrestres (0,241
ano), ou 1,5 dia mercuriano, à velocidade média de 172.300 km/h. Completa uma rotação
em 58d15h30min. Tem a gravidade mais fraca de todos os planetas, equivalente a 37% da
terrestre, o que faz com que a velocidade de escape também seja a mais baixa: 4,25 km/s.
De todos os planetas que orbitam o Sol, Mercúrio é aquele que tem maior amplitude
térmica: a temperatura oscila entre –190°C (à noite) e 430°C (durante o dia). A atmosfera
mercuriana é muito tênue e está composta sobretudo por oxigênio molecular (42%), sódio
(29%), hidrogênio (22%) e hélio (6%). Por estar muito próximo do Sol, Mercúrio pode ser
visto apenas ao amanhecer e ao entardecer, e a magnitude aparente varia entre –2,0 e 5,5. O
planeta não tem satélites.
Mercúrio é o nome latino de Hermes, deus grego dos viajantes e dos comerciantes. Muito
veloz, era também mensageiro do Olimpo, sendo esta uma possível razão para o seu nome
ter sido dado ao planeta, o mais rápido dentre os astros que orbitam o Sol.
1974 (21 de setembro) – A Mariner 10 sobrevoa Mercúrio pela segunda vez, à distância de
48.000 km. Nesta passagem, assim como na seguinte, obtém-se um conjunto de imagens
detalhadas do planeta, mas que, devido à geometria da órbita, apenas permite a observação
de menos de metade da superfície total.
1974 (14 de setembro) – Charles T. Kowal descobre Leda, 13º satélite conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 20 km; período orbital: 240,92 dias (0,654 ano); distância média ao planeta:
11.160.000 km; massa: 11 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1974 (outubro) - O astrofísico britânico Antony Hewish recebe o Prêmio Nobel de Física (o
primeiro a ser concedido a um astrônomo observacional) por ter descoberto (1967),
juntamente com Jocelyn Bell, os pulsares.
1975 – São feitos os primeiros testes de um protótipo de veículo espacial reutilizável (space
shuttle), acoplado a um avião Boeing adaptado a experimentos de voo a grande altitude. O
objetivo é testar a aerodinâmica e a dirigibilidade do Ônibus Espacial.
1975 – A astrônoma estadunidense Jill Tarter propõe a denominação anãs marrons para os
corpos celestes batizados de anãs negras por Shiv Kumar na década de 1960. Trata-se de
objetos com massa subestelar, incapazes, portanto, de manter reações contínuas de fusão de
hidrogênio em seus núcleos. Acredita-se que a massa das anãs marrons esteja
compreendida entre 13 e 75-80 massas jupiterianas. Esses astros são por vezes chamados de
estrelas fracassadas, porque, por um lado, são compostas dos mesmos materiais que estrelas
como o Sol, mas têm massa insuficiente para brilhar, e, de outra parte, assemelham-se a
planetas gigantes gasosos, como Júpiter. São, pois, uma espécie de elo entre estrelas e
planetas.
1975 (16 de março) – A Mariner 10 sobrevoa Mercúrio pela terceira e última vez, à
distância de 327 km.
1975 (24 de março) – A Mariner 10 perde contato com a Terra, e encerra-se assim a missão
e o programa homônimo. A sonda está hoje em órbita solar.
1975 (31 de maio) – É oficialmente criada a Agência Espacial Europeia (ESA – European
Space Agency, na sigla em inglês).
1975 (17 de julho) – Primeiro encontro entre russos e estadunidenses no espaço, a bordo
das naves espaciais Apollo 18 e Soyuz 19, comandadas por Thomas Stafford e Alexei
Leonov.
1975 (9 de agosto) – A ESA (ESA), formada pela Áustria, Bélgica, Dinamarca, França,
Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido, lança seu
primeiro satélite, COS-B, que é usado para estudar os raios gama.
1975 (20 de agosto) – É lançada, do Cabo Canaveral, acoplada a um foguete Titã, a sonda
estadunidense Viking 1, com destino a Marte.
1975 (20 de outubro) – A sonda soviética Venera 9 é inserida na órbita de Vênus, sendo a
primeira a orbitar aquele planeta.
1975 (26 de novembro) – A China lança seu primeiro satélite recuperável, que volta à Terra
três dias depois, e se transforma no terceiro país do mundo a conseguir esta façanha.
1976 (20 de julho) – O aterrissador da Viking 1 desce nas encostas ocidentais de Chryse
Planitia. Logo começa sua procura de microorganismos marcianos e envia para a Terra
incríveis imagens em cores do cenário à sua volta. É através delas que os cientistas veem
que o céu de Marte tem uma cor rosada, e não azul-escura, como eles pensavam
anteriormente. (a cor rosa observada é o reflexo da luz solar nas partículas de poeira
avermelhadas da atmosfera rarefeita). O lander desce num local de areia vermelha e
matacões, que se estende até onde suas câmeras podem alcançar.
1976 (25 de julho) – A Viking 1 fotografa uma formação rochosa na região marciana de
Cydonia, na qual muitos julgam ver um rosto humano esculpido artificialmente. Surgem
especulações sobre vida em Marte e acerca de segredos descobertos e não revelados pela
Nasa.
1976 (9 a 22 de agosto) – Missão da Luna 24, a última da série, que é a terceira (depois das
Lunas 16 e 20) a trazer material da superfície da Lua (170g), retirado do Mar da Crise. É a
última sonda lunar lançada pela URSS e também a última nave, de qualquer país, a realizar
um pouso suave na Lua.
1977 (10 de março) - James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink descobrem
cinco anéis em torno de Urano (posteriormente, encontram mais quatro). A descoberta é
casual, uma vez que o verdadeiro objetivo da investigação, feita no Kuiper Airborne
Observatory, é observar a ocultação da estrela SAO 158687 por Urano, para estudar a
atmosfera do planeta.
Hoje conhecem-se 13 anéis de Urano.
1977 (20 de agosto) – É lançada a sonda estadunidense Voyager 2 (antes da Voyager 1),
com destino a Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
1977 (1º de novembro) – É descoberto o asteroide 2060 Chiron (diâmetro de 233 km),
primeiro componente conhecido de um grupo de objetos chamados Centauros, por
apresentarem características tanto de cometa como de asteroide.
1978 – A astrônoma estadunidense Sandra Faber publicA um trabalho no qual mostra que a
velocidade de rotação de galáxias espirais corresponde a uma concentração de massa maior
do que a inferida por observações da luz emitida pela galáxia. Essa discrepância fica
conhecida como O problema da massa faltante.
1978 – Vera Rubin, Kent Ford, N. Thonnard e Albert Bosma medem as curvas de rotação
de várias galáxias espirais e encontram desvios importantes relativamente ao que é previsto
pela gravitação Newtoniana de estrelas visíveis.
1978 (20 de janeiro) – É lançada, por um foguete Soyuz-U, a Progress 1, nave descartável
de carga russa (capacidade para 2.300 kg) desenhada para levar suprimentos às estações
Salyut. Após permanecer acoplada por quinze dias (22 de janeiro a 6 de fevereiro),
desintegra-se ao reentrar na atmosfera, dois dias depois. Com algumas modificações, as
naves Progress (posteriormente adaptadas para servir a Mir e a ISS) continuam sendo
utilizadas.
1978 (outubro) - Arno Penzias e Robert Wilson recebem o prêmio Nobel de Física por
terem descoberto (1965) a radiação cósmica de fundo, remanescente do Big Bang.
1978 (21 de dezembro) – A sonda soviética Venera 12, lançada em 14 de setembro, pousa
em Vênus e transmite dados durante 110 minutos. São registradas descargas elétricas,
possivelmente atribuíveis a um raio.
1978 (25 de dezembro) – A sonda soviética Venera 11, lançada em 9 de setembro, pousa
em Vênus e transmite dados durante 95 minutos. Os sistemas de imagem falham.
1979 – Peter Goldreich e Scott Tremaine propõem a ideia de satélites pastores para explicar
porque os anéis de Urano são tão estreitos. Trata-se de pequenos satélites que têm sua
órbita próxima a anéis planetários e confinam estes anéis através de interações
gravitacionais. Um satélite pastor é uma lua de um planeta que está em órbita lado a lado
com um anel daquele planeta. A força gravitacional do satélite confina o anel, dando a ele
uma borda nítida.
1979 (7 de março) – É anunciada a descoberta, feita três dias antes graças às imagens
transmitidas pela Voyager 1, de um tênue anel em torno de Júpiter, o qual faz parte de um
sistema de anéis de partículas sólidas que circunda o planeta na região equatorial.
1979 (11 de julho) – ocorre a reentrada controlada da estação espacial Skylab na atmosfera
terrestre. Ela cai no Oceano Índico, nas proximidades da cidade australiana de Perth.
Estatísticas – Massa: 77.088 kg; espaço habitável: 283,17m3; dias em órbita: 2.249; dias
ocupada: 171; órbitas terrestres: 34.981; distância percorrida: 1,43 bilhão de km.
1979 (19 de dezembro) – É lançada a sonda não tripulada Soyuz T-1, a primeira da nova
geração Soyuz da série T. No dia 19, acopla-se automaticamente à Salyut 6, onde
permanece até 23 de março de 1980, voltando em seguida à Terra e sendo recolhida dois
dias depois.
A Soyuz T (com “T” significando “transportny”, transporte) apresenta melhorias no sistema
de acoplamento, um novo módulo de serviço, painéis solares (inexistentes na Soyuz),
capacidade para mais combustível e maior comodidade para os tripulantes.
1980 (1º de março) – P. Laques e J. Lecacheux descobrem Helena, 12º satélite conhecido
de Saturno.
Diâmetro: 36 x 32 x 30 km; período orbital: 2,736 dias; distância média ao planeta: 377.396
km.
1980 (13 de março) – Uma equipe liderada por D. Pascu descobre Calipso, 13º satélite
conhecido de Saturno.
Diâmetro: 30 x 23 x 14 km; período orbital: 1,888 dia; distância média ao planeta: 294.619
km.
1980 (18 de março) – Cinquenta técnicos morrem no centro espacial Plesetsk, Rússia,
depois da explosão de um propulsor que estava sendo abastecido. O incidente só é relatado
em 1989.
1980 (8 de abril) – Imagens das sondas Voyager possibilitam a descoberta de Telesto, 14º
satélite conhecido de Saturno. Com diâmetro de 29 x 23 x 20 km, Telesto orbita Saturno à
mesma distância média (294.619 km) e no mesmo período (1,888 dia) que Calipso.
1980 (outubro) – A partir de imagens da Voyager 1, são descobertos, por Richard J. Terrile
e Stewart A. Collins, os satélites de Saturno Atlas, Pandora e Prometeu, passando a ser 17 o
número de luas conhecidas daquele planeta.
Atlas – Diâmetro: 46 x 38 x 19 km; período orbital: 0,602 dia; distância média ao planeta:
137.670 km; massa: 6,6 trilhões de toneladas; densidade: 0,44g/cm3.
Pandora – Diâmetro: 103 x 80 x 64 km; período orbital: 0,628 dia; distância média ao
planeta: 141.720 km; massa: 135,6 trilhões de toneladas; densidade: 0,49g/cm3.
Prometeu – Diâmetro: 119 x 87 x 61 km; período orbital: 0,613 dia; distância média ao
planeta: 139.380 km; massa: 156,6 trilhões de toneladas; densidade: 0,47g/cm3.
1980 (12 de novembro) – A Voyager 1 sobrevoa Saturno a uma distância de 124.000 km.
Descobre estruturas complexas no sistema de anéis do planeta e obtém dados acerca da
atmosfera e de Titã, tendo passado a menos de 6.500 km do satélite. Também ocorrem
passagens por Dione, Mimas e Reia. A fim de estudar mais detidamente a atmosfera de
Titã, os controladores da missão decidem realizar outro sobrevoo, o que impede a Voyager
1 de se dirigir a Urano e Netuno. Assim, ela é colocada numa rota que a leva para fora do
Sistema Solar..
1981 - A NASA recupera dados de 1978, que mostram um cometa colidindo com o Sol.
1981 (12 de abril) – Ocorre o voo inaugural do Columbia (STS-1), o primeiro dos cinco
ônibus espaciais construídos pelos EUA. A tripulação é composta por John W. Young –
comandante – e Robert Crippen – piloto. O retorno ocorre em 14 de abril, tendo a missão
durado 2d6h21min e realizado 37 órbitas em torno da Terra, percorrendo uma distância de
1.728.000 km.
Os ônibus espaciais são veículos tripulados reutilizáveis, sucessores das naves Apollo,
empregadas em viagens que levaram astronautas à Lua. O programa dos ônibus espaciais
estadunidenses chama-se oficialmente Space Transportation System, daí as iniciais STS
(seguidas de um número) com que são designados os voos. O Columbia recebe este nome
em homenagem a um barco que em 1792 passou pelos perigosos bancos de areia na boca de
um rio e chegou ao que hoje é a British Columbia, no Canadá, na fronteira de Washington-
Oregon, nos EUA.
1981 (24 de maio) – Harold J. Reitsema, William B. Hubbard, Larry A. Lebofsky e David
J. Tholen descobrem Larissa, terceiro satélite conhecido de Netuno.
Diâmetro: 216 x 204 x 168 km; período orbital: 0,555 dia; distância média ao planeta:
73.548 km; massa: 4,2 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,2g/cm3.
1982 – Com base em informações fornecidas pelas duas missões Voyager, a UAI atribui
nomes a 22 estruturas geológicas de Encélado, nomes esses retirados de personagens e de
lugares mencionados nas lendas árabes das Mil e uma noites.
1982 (1º de março) – A sonda soviética Venera 13, lançada em 30 de outubro de 1981,
envia as primeiras fotos coloridas de Vênus e imagens panorâmicas da superfície do
planeta. A sonda sobrevive por 127 minutos.
1982 (10 de março) – Ocorre um "syzygy", quando todos os oito planetas e também Plutão
se alinham no mesmo lado do Sol. Nesta data os planetas estão esparramados pelo céu a
mais de 98°.
1982 (19 de abril) – É lançada a Salyut 7, última estação espacial desse programa soviético.
1982 (11 de setembro) – A Viking 1 faz sua última transmissão de dados à Terra.
1983 (25 de janeiro) – É lançado o IRAS (Infrared Astronomical Satellite), missão conjunta
dos EUA, Grã-Bretanha e Países Baixos, que inaugura a astronomia espacial no
infravermelho, realizando um sensível levantamento do céu nesta região do espectro
eletromagnético. Permanece ativo até novembro de 1983, tendo mapeado 250.000 fontes de
infravermelho, cobrindo 96% do céu. Os dados do IRAS também revelam a existência de
material sólido em torno das estrelas Vega e Fomalhaut.
1983 (4 a 9 de abril) – Primeiro voo do ônibus espacial Challenger (STS-6), com o objetivo
de lançar o primeiro satélite de comunicações da série Tracking and Data Relay Satellite
(TDRS). A tripulação é formada por Paul Weitz - Comandante -, Karol Bobko - Piloto -,
Donald Peterson e Story Musgrave.
1983 (26 de maio) – Entra em operação o Exosat, primeiro observatório de raios X da ESA,
que permanece ativo até 9 de abril de 1986, realizando 1780 observações na banda de raios
X de um grupo bastante variado de objetos astronômicos.
1983 (13 de junho) – A nave Pionner 10 torna-se o primeiro engenho humano a deixar o
Sistema Solar, cruzando a órbita de Plutão, limite do nosso sistema planetário para a época.
A Pionner 10 obtém o primeiro “close up” de Júpiter e revela que a heliosfera possui
tamanho muito superior ao que se imaginava. Para o caso de ser algum dia interceptada por
uma civilização inteligente, uma série de símbolos indica a data e o local de partida da
sonda, além de fornecer imagens estilizadas de um homem (que saúda) e de uma mulher.
1983 (18 de junho) – Sally K. Ride torna-se a primeira mulher estadunidense a ir ao espaço,
a bordo do ônibus espacial Challenger (STS-7). Os demais integrantes da tripulação são
Robert Crippen - Comandante -, Frederick Hauck - Piloto -, John Fabian e Norman
Thagard.
1983 (30 de agosto a 5 de setembro) – Missão do Challenger (STS-8), que marca a primeira
decolagem e a primeira aterrissagem noturnas de um ônibus espacial. A tripulação é
formada por Richard Truly - Comandante -, Daniel Brandenstein - Piloto -, Dale Gardner,
Guion Bluford e William Thornton. Bluford é o primeiro afro-americano a ir ao espaço.
1984 – Um artigo publicado na Nature, assinado por R. A. Muller, Piet Hut e Mark Davis,
propõe a hipótese de o Sol ser uma estrela binária, com uma companheira pequena e escura,
centenas, dezenas ou milhares de vezes mais distante que Plutão. Posteriormente, especula-
se que essa companheira poderia ser uma anã marrom ou uma anã vermelha, distante de 1 a
2 anos-luz do Sol. Trata-se de uma tentativa de explicar os intervalos mais ou menos
regulares em que ocorrem extinções em massa na Terra, sugeridos pouco antes pelos
paleontólogos David Raup e Jack Sepkoski. A cada intervalo de 26 ou 27 milhões de anos,
a estrela se aproximaria o suficiente do Sol para causar perturbações na nuvem de Oort, as
quais fariam com que grande número de cometas fossem empurrados para as regiões
interiores do Sistema Solar, aumentando a probabilidade de colisões com a Terra. Esse
astro hipotético recebe o nome de Nêmesis, deusa grega da vingança e da ética.
A questão permanece em aberto, mas a existência de Nêmesis é rejeitada pela maioria dos
astrônomos.
1984 (7 de fevereiro) – Primeira “caminhada” no espaço sem o uso de cabos, feita pelo
astronauta estadunidense Bruce McCandless, durante uma missão do Challenger
(STS-41-B). Os demais integrantes da tripulação são Vance Brand - Comandante -, Robert
Gibson - Piloto -, Ronald McNair (1950-1986) e Robert Stewart.
De 1984 até a explosão do Challenger, o número das missões não é seqüencial, isto é, não
corresponde à ordem dos voos. A STS-41-B é a décima do programa dos ônibus espaciais,
vindo após a STS-9. A seqüência é retomada depois do acidente com o Challenger, a partir
da STS-26. Contudo, como o número da missão é atribuído no agendamento, e não no
lançamento, a numeração das missões não segue uma ordem rigorosamente cronológica.
1985 (11 e 15 de junho) – As sondas VeGa 1 e Vega 2 chegam a Vênus no seu caminho
para o cometa Halley. Cada uma Libera um aterrissador semelhante àqueles das sondas
Venera e um balão atmosférico para pesquisar as nuvens de Vênus. O balão flutua na
atmosfera durante cerca de 48h a uma altitude de 54 km.
1985 (12 de julho) – É lançada a sonda Giotto, da ESA, levada ao espaço por um foguete
Ariane-1, com destino ao cometa Halley. Recebe este nome em homenagem a um pintor da
época medieval, Giotto di Bondone (1276-1336). Ele havia observado o cometa em 1301, e
este fato o inspirou a incluir o astro na sua pintura sobre a história do Natal, um afresco
denominado Adoração dos Reis Magos. Os objetivos da Missão são: Obter fotos coloridas
do núcleo do cometa; Determinar os elementos químicos e os componentes isotópicos da
cauda do cometa e de suas moléculas formadoras; Caracterizar os componentes físicos e
químicos dos processos que ocorrem na atmosfera do cometa e na sua ionosfera;
Determinar os elementos e a composição isotópica das partículas de sua Cauda; Medir a
produção total do gás, do fluxo e do tamanho das partículas, a relação entre a produção de
gás e de partículas; Investigar o fluxo de plasma, sob o ponto de vista macroscópico,
resultado da interação entre o cometa e o Sol. A Giotto carrega dez equipamentos: Uma
câmera teleobjetiva, três espectrômetros, de massa, de nêutrons e de íons. Vários detectores
de partículas, um fotopolimerizador e um conjunto de experimentos para a análise do
plasma.
1985 (18 de agosto – É lançada a sonda japonesa Suisei ("cometa"), segunda missão
nipônica enviada para pesquisar o cometa Halley, inicialmente batizada de Planet-A. Possui
um sistema de processamento de imagem para a radiação ultravioleta e um instrumento
científico de medição do vento solar. Tal como a Sakigake, esta sonda é feita para testar as
tecnologias japonesas para missões em espaço profundo, incluindo comunicações, controle
de altitude e a obtenção de dados científicos. O principal objetivo da missão é a obtenção
de imagens em ultravioleta da enorme nuvem de átomos de hidrogênio que envolve o
núcleo do cometa e de sua grande cauda de cerca de 20 milhões de km de extensão. Fotos
são tiradas nos trinta dias anteriores e trinta dias posteriores à passagem do cometa sobre o
plano da eclíptica. São medidos parâmetros do vento solar durante um período muito mais
longo de tempo do que aquele obtido pela Sakigake.
1986 (6 de março) – Ocorre a maior aproximação da Vega 1 com o cometa Halley: 8.889
km.
1986 (8 de março) – A Suisei atinge seu ponto de maior aproximação do cometa Halley:
152.400 km.
1986 (9 de março) – Ocorre a maior aproximação da Vega 2 com o cometa Halley: 8.030
km.
1986 (11 de março) – A sonda Sakigake atinge seu ponto de maior aproximação do cometa
Halley: 7 milhões de km.
1986 (13 de março) – A sonda Giotto passa a 596 km do cometa Halley. A nave carrega 10
instrumentos, inclusive uma câmera multicor, e transmite informações até um pouco antes
de sua máxima aproximação, quando a transmissão é interrompida temporariamente. A
Giotto sofre sérios danos causados por choque com poeira de alta velocidade, durante a
passagem pelo cometa, e é colocada em hibernação logo depois.
1986 (15 de março) – A Soyuz T-15, lançada no dia 13, chega à Mir, levando os primeiros
tripulantes daquela estação espacial: Leonid Kizim (1941-2010) - Comandante - e Vladimir
Solovyov - Engenheiro de voo. Em 5 de maio, ambos os cosmonautas partem para a Salyut
7, realizando a primeira transferência de pessoas entre duas estações orbitais da história,
numa viagem de 2.500 km e 29 horas. Cinquenta dias mais tarde, em 25 de junho, depois
de terem realizado duas atividades extraveiculares, os dois russos iniciam a viagem de volta
à Mir, outra vez com duração de 29 horas. A aterrissagem ocorre em 16 de julho,
configurando uma missão com duração de 125 dias.
1986 (11 de abril) – o Cometa Halley atinge seu ponto de maior aproximação da Terra
nesta passagem: 63 milhões de km. A menor distância alguma vez registrada entre o Halley
e a Terra ocorre em 10 de abril de 837: 5,1 milhões de km.
O Halley é, inquestionavelmente, o mais famoso e estudado dos cometas, com trinta
passagens registradas ao longo de 2.200 anos. Descreve uma órbita fortemente elíptica (em
média, a cada 75,3 anos), que o leva desde regiões internas a Vênus (88 milhões de km do
Sol) até zonas além de Netuno (5,250 bilhões de km). O núcleo, com diâmetro de 15 x 8 x 8
km, completa uma rotação em 52h. O Halley tem densidade de 0,6g/cm3, e a massa é de
220 bilhões de toneladas (27 bilhões de vezes inferior à da Terra). A cada passagem pelo
periélio, parte dessa massa é perdida por evaporação causada pelo calor solar.
1986 (21 a 30 de maio) – Missão (não tripulada) da Soyuz TM-1, a primeira da série de
naves Soyuz Tm, cuja sigla significa “Transportny Modifitsirovannyi” (“Transporte
modificado”). Projetada para transportar astronautas entre a Terra e a Mir, a Soyuz TM
também é capaz de se acoplar à ISS. Em relação à Soyuz T, apresenta um novo e
melhorado sistema de acoplamento e de comunicações, além de incorporar paraquedas e
motores de aterrissagem integrados. Ademais, tem um casco mais resistente e um escudo
térmico mais leve.
1987 (23 de fevereiro) – Ian Shelton descobre a supernova 1987 A na Grande Nuvem de
Magalhães (constelação do Dourado). É a supernova mais luminosa descoberta no século
XX e a primeira visível a olho nu (magnitude aparente 3) desde 1604. Dista da Terra
aproximadamente 168.000 anos-luz.
1987 (22 a 29 de julho) – O sírio Mohamed Faris é o primeiro estrangeiro a visitar a Mir.
Ele parte a bordo da Soyuz TM03 e retorna à Terra na Soyuz TM02.
1988 – Martin Duncan, Thomas Quinn e Scott Tremaine sugerem que os cometas de curto
período vêm principalmente do cinturão de Kuiper e não da nuvem de Oort. Atualmente,
aceita-se que a região de onde provêm esses cometas é o disco de dispersão (descoberto em
1995).
1988 – Aproveitando a ocultação de uma estrela por Plutão, cientistas conseguem, pela
primeira vez, detectar a atmosfera do planeta anão, composta de nitrogênio, metano e
monóxido de carbono, em equilíbrio com nitrogênio sólido e gelos de monóxido de carbono
na superfície.
1988 (5 e 12 de julho) – São lançadas as sondas soviéticas Fobos 1 e Fobos 2, com destino
à lua marciana homônima.
1988 (2 de setembro) – A Fobos 1 perde contato com a Terra devido a erros na execução da
sequência de comandos.
1989 (31 de janeiro) – A sonda Fobos 2 entra com sucesso na órbita de Marte, chegando a
800 km da lua homônima, mas uma perda súbita de energia provoca o encerramento da
missão.
1989 (22 de agosto) – A Voyager 2 revela o primeiro anel de Netuno. Hoje são conhecidos
cinco, que tem nomes de astrônomos cujos estudos estão ligados ao planeta. De dentro para
fora, são eles Galle, Le Verrier, Lassell, Arago e Adams. Os anéis de Netuno são tênues,
compostos essencialmente de poeira.
1989 (25 de agosto) – A Voyager 2 sobrevoa Netuno a uma distância de 4.850 km.
Diferentemente de Urano, verifica-se que a atmosfera de Netuno é bastante ativa,
incluindo-se numerosas formações de nuvens. Os arcos anelares observados são nódulos
brilhantes em um dos anéis. Dois outros anéis são descobertos.
1989 (1ª quinzena de setembro) – Richard J. Terrile descobre Náiade e Talassa, sétimo e
oitavo satélites conhecidos de Netuno.
Náiade – Diâmetro: 96 x 60 x 52 km; período orbital: 0,294 dia; distância média ao planeta:
48.227 km; massa: 190 trilhões de toneladas; densidade: 1,2g/cm3.
Talassa – Diâmetro: 108 x 100 x 52 km; período orbital: 0,311 dia; distância média ao
planeta: 50.075 km; massa: 350 trilhões de toneladas; densidade: 1,2g/cm3.
1989 (18 de outubro) – É lançada, pelo ônibus espacial Atlantis (STS-34), a sonda
estadunidense Galileo, com a finalidade de estudar Júpiter e suas luas. Entre os
instrumentos transportados estão: Sistema de detecção de poeira, Detector de partículas
energéticas, Espectrômetro ultravioleta, Contador de íons pesados, Magnetômetro,
Espectrômetro em infravermelho próximo, Subsistema de plasma, Fotopolarímetro
radiométrico e Sistema de medida de plasma.
A tripulação desta missão do Atlantis é composta por Donald Williams - Comandante -,
Michael McCulley - Piloto -, Franklin Chang-Diaz, Shannon Lucid e Ellen Baker.
1989 (18 de novembro) – É lançado o satélite estadunidense COBE ( Cosmic Bac kground
Explorer), o primeiro dedicado à cosmologia. Seus objetivos são investigar a radiação
cósmica de fundo e fornecer medições capazes de auxiliar na compreensão da estrutura do
Universo. O trabalho do COBE contribui para consolidar a teoria do Big Bang.
1990 (14 de fevereiro) – A Voyager 1 realiza uma fotografia do Sistema Solar inteiro.
1990 (abril) – A sonda Giotto é reativada. Três dos instrumentos funcionam perfeitamente,
4 estão parcialmente danificados, mas em condições de uso; o restante, inclusive a câmera,
está inutilizado.
1990 (24 de abril) – É lançado, pelo ônibus espacial Discovery (STS-31), o Telescópio
Espacial Hubble, um projeto conjunto da NASA e da ESA. Com massa de 11.110 kg,
espelho de 2,4m e colocado em órbita a uma altitude média de 559 km, está concebido para
observar o céu em luz visível, ultravioleta e infravermelho. É a primeira missão da NASA
pertencente aos Grandes Observatórios Espaciais (Great Observatories Program),
consistindo numa família de quatro Observatórios Orbitais, composta também pelos
telescópios Compton (raios gama), Chandra (raios X) e Spitzer (infravermelho). Transporta
cinco instrumentos científicos: câmera planetária de alcance amplo, espectrógrafo de alta
resolução Goddard, fotômetro de alta velocidade, câmera para objetos débeis e
espectrógrafo para objetos débeis. O nome é uma homenagem a Edwin Powell Hubble
(1889-1953).
A tripulação do Discovery é formada por Loren Shriver - Comandante -, Charles Bolden Jr.
- Piloto -, Steven Hawley, Bruce McCandless e Kathryn Sullivan.
1990 (20 de maio) – O Telescópio Espacial Hubble envia para a Terra sua primeira
fotografia do espaço, uma imagem de uma estrela dupla localizada a 1.260 anos-luz de
distância.
1990 (2 de julho) – A Giotto faz uma máxima aproximação com a Terra e é redirecionada
para um encontro bem sucedido com o cometa Grigg-Skjellerup, a 10 de julho de 1992. A
descoberta deste cometa data de 1902, realizada pelo astrônomo neozelandês John Grigg
(1838-1920. Em sua passagem seguinte (1922), é redescoberto pelo australiano John
Francis Skjellerup (1875-1952).
1990 (16 de julho) – N. R. Showalter descobre Pã, 18º satélite conhecido de Saturno.
Diâmetro: 35 x 32 x 21 km; período orbital: 0,575 dia; distância média ao planeta: 133.584
km; massa: 4,95 trilhões de toneladas; densidade: 0,41g/cm3.
1990 (16 de julho) – A China elabora e testa o foguete lançador "Longa Marcha CZ-2E",
projetado para transportar naves espaciais tripuladas.
1990 (10 de agosto) – A sonda estadunidense Magellan, lançada em 4 de maio de 1989,
chega a Vênus. Sua missão primária é rastrear Vênus por radar, já que a superfície do
planeta é obscurecida por nuvens grossas de gás carbônico que a faz invisível para
instrumentos ópticos. Mapeia 99% da superfície venusiana em quatro anos. Depois de
concluído o mapeamento, a Magellan faz mapas globais do campo de gravidade de Vênus.
1991 (18 de maio) – Helen Sharman torna-se a primeira britânica a ser lançada ao espaço,
com dois cosmonautas, em uma nave Soyuz.
1991 (11 de julho) – Um eclipse total do Sol lança uma faixa escura que se estende por
14.500 km, do Havaí até a América do Sul, e dura quase sete minutos em alguns lugares.
Esse fenômeno é denominado "eclipse do século".
1992 – O Governo da China anuncia que os voos tripulados são um de seus principais
projetos estatais, e cria o nome "Shenzhou" ("Barco Divino") para os veículos espaciais
desse programa específico.
1992 – É criada a Agência Espacial Federal Russa, mais conhecida como Roskosmos,
derivada da antiga Agência Espacial e de Aviação Russa, extinta com o fim da URSS e
após a dissolução do então programa espacial soviético. A sede fica em Moscou.
1992 (10 de julho) – A sonda Giotto obtém êxito em seu encontro com o cometa Grigg-
Skjellerup, Chegando à máxima aproximação de 200 km. Para esta nova jornada de
pesquisa, os equipamentos da sonda são ligados na noite de 9 de Julho, e os operadores da
missão ficam surpresos com a boa resposta que obtêm da nave. Desafios e resultados da
missão: É a primeira missão de espaço profundo da Europa. É a primeira sonda a encontrar
de perto dois cometas. É a primeira missão de espaço profundo que faz uso da assistência
gravitacional para mudar seu curso de volta à Terra. Descobre o tamanho e as
características morfológicas do núcleo do cometa Halley. Consegue obter dados de um
cometa a uma pequena distância (200 km do cometa Grigg-Skjellerup), algo nunca
conseguido anteriormente. Descobre uma crosta negra e jatos de gás brilhantes do núcleo
do Halley. Mede a dimensão, a composição e a velocidade das partículas de poeira de dois
Cometas. Mede a composição do gás produzido por dois cometas. Descobre ondas
magnéticas incomuns próximas ao cometa Grigg-Skjellerup.
1992 (30 de agosto) – É descoberto, pelo astrônomo canadense David Jewitt e pela
astrônoma vietnamita Jane X. Luu, o primeiro objeto transnetuniano (que orbita além da
órbita de Netuno), denominado 1992 QB1 e ainda sem designação definitiva.
Com diâmetro de 160 km, este astro orbita o Sol à distância média de 6,542 bilhões de km
(varia entre 6,115 e 6,970 bilhões de km), demorando 289,225 anos para completar uma
órbita, à velocidade média de 16.200 km/h.
Este é também o primeiro corpo celeste encontrado no cinturão de Kuiper, uma região do
Sistema Solar que se estende de aproximadamente 30 a 55 unidades astronômicas (4,5 a 8,2
bilhões de km) do Sol, caracterizada, assim como o cinturão de asteroides, pela presença de
grande número de pequenos astros, chamados “KBO” (Kuiper Belt Objects), numa
referência a Gerard Peter Kuiper, o proponente dessa região. Hoje conhecem-se mais de mil
componentes do cinturão de Kuiper, e estimativas sugerem que bem mais de 100.000
objetos (talvez centenas de milhares) devem existir nesta região.
1992 (31 de outubro) – Durante um discurso na Pontifícia Academia das Ciências, por
ocasião dos 350 anos da morte de Galileu Galilei, João Paulo II (1920-2005) afirma que
foram cometidos erros na forma como o processo contra o cientista foi conduzido e
reconhece “oficialmente” que a Terra não está imóvel. Dizendo que a fé não deve entrar
nunca em conflito com a razão, o Papa utiliza as palavras que o próprio Galileo empregou
em sua defesa: “As Escrituras nunca erram, mas os teólogos podem errar em sua
interpretação”. João Paulo II diz também que a Igreja lamenta que o caso de Galileu tenha
contribuído para um trágico e mútuo mal-entendido entre a religião e a ciência. Além disso,
qualifica o cientista de “físico genial” e “crente sincero”.
1993 (22 de abril) – É criada a "China National Space Administration" (CNSA), a agência
espacial chinesa, com sede em Pequim.
1993 (30 de abril) – um astronauta recebe uma infusão de teste enquanto em órbita na nave
espacial Columbia. O Físico alemão Hans Schlegel tem uma solução salina à temperatura
corporal bombeada nele por uma agulha. A experiência fornece os meios para evitar a
desidratação e outros problemas espaciais comuns, como face inchada e pernas fracas.
1993 (28 de agosto) – A nave Galileo fotografa Dactyl, satélite do asteroide 243 Ida. É a
primeira vez que se observa uma lua orbitando um asteroide. Ida, descoberto em 29 de
setembro de 1884 pelo astrônomo austríaco Johann Palisa (1848-1925), tem diâmetro de
53,6 x 24,0 x 15,2 km, com período orbital de 1.767,724 dias (4,84 anos) e dista do Sol, em
média, 428.025.000 km (varia entre 408.207.000 e 447.843.000 km. Sua lua, Dactyl, tem
diâmetro de 1,4 km e orbita Ida em 1,54 dia, à distância de 108 km. Atualmente, conhecem-
se mais de cem satélites de asteroides.
1993 (outubro) - Os estadunidenses Russell Alan Hulse e Joseph Hooton Taylor Jr.
Recebem o Prêmio Nobel de Física pela descoberta de um novo tipo de pulsar, abrindo
novas possibilidades no estudo da gravitação.
1994 (25 de janeiro) – É lançada a sonda Clementine, uma missão conjunta da Ballistic
Missile Defense Organization e da NASA, até uma órbita de 425 km por 2950 km da Lua,
para uma missão de mapeamento com duração de 2 meses. A sonda tem como metas a
obtenção de várias fotos em diversos comprimentos de onda, que incluem a luz visível, o
infravermelho e o ultravioleta, a medição de altimetria a laser e a medição de partículas
eletricamente carregadas. Os instrumentos a bordo incluem formadores de imagens, do
ultravioleta ao infravermelho médio, inclusive um radar laser infravermelho formador de
imagens com capacidade para obter dados altimétricos para as latitudes médias da Lua.
1994 (Fevereiro) – O russo Sergei Krikalev viaja a bordo da Discovery, na primeira missão
conjunta de ônibus espacial entre EUA e Rússia.
1994 (20 de fevereiro) – A sonda Clementine é inserida na órbita lunar.
1994 (maio) – O telescópio espacial Hubble fornece algumas evidências de que no núcleo
da galáxia M87 poderia estar um buraco negro supermassivo, equivalente a 3 bilhões de
massas solares. Essas evidências constituem um passo decisivo rumo à confirmação da
existência de buracos negros.
1994 (maio) – A Clementine deveria ter sido enviada para fora da órbita lunar para um
encontro com o asteroide Geographos, mas uma falha impede que isso aconteça. Os
controladores de terra retomam o controle da nave.
1995 – Imagens realizadas pelo Hubble mostram que o asteroide 4 Vesta tem uma
superfície complexa, com uma geologia semelhante à dos mundos terrestres (como a Terra
ou Marte). Trata-se de um mundo surpreendentemente diversificado, com um manto
exposto, formado de lava antiga que fluiu de bacias de impacto.
1995 (16 de março) Norman Thagard torna-se o primeiro estadunidense a visitar a Mir,
onde chega a bordo da Soyuz TM-21 (lançada dois dias antes). Retorna À Terra no Atlantis
(STS-71), em 7 de julho..
1995 (22 de março) – O cosmonauta Valeri Poliakov volta à Terra depois de 438 dias a
bordo da Mir (desde 8 de janeiro de 1994), recorde de permanência que se mantém até hoje.
1995 )27 de junho a 7 de julho) – Missão do Atlantis (STS-71), a primeira a realizar um
acoplamento com a Mir. A tripulação é composta por Robert Gibson - Comandante -,
Charles Precourt - Piloto -, Ellen Baker, Bonnie Dunbar e Gregory Harbaugh. Ocorre a
primeira troca de tripulantes num ônibus espacial: Anatoly Solovyev e Nikolai Budarin são
deixados na Mir, enquanto Norman Thagard, Vladimir Dezhurov e Gennady Strekalov, que
estavam na estação, são trazidos de volta à Terra. Esta missão também marca o centésimo
voo tripulado do programa espacial estadunidense.
1995 (novembro) – São captados, pela última vez, sinais transmitidos pela Pioneer 11.
1995 (7 de dezembro) – Depois de viajar por 3,7 bilhões de km, durante um período de seis
anos, a sonda Galileo chega a Júpiter e se torna o primeiro artefato humano a orbitar aquele
planeta. Por um período de 1h15min, uma pequena sonda, que se desprende da Galileo (a
primeira a entrar na atmosfera de um planeta gasoso) atravessa as densas e ácidas nuvens
do planeta, transmitindo para a Terra dados sobre a composição química, a pressão, a
temperatura e a densidade atmosférica.
1995 (18 a 28 de dezembro) – Ocorre o experimento conhecido como Campo Profundo do
Hubble, cujo resultado é uma imagem, feita a partir de 342 exposições, tomadas
consecutiva e ininterruptamente pela Wide Field and Planetary Camera 2 desse telescópio
espacial, que mostra uma pequena região da constelação da Ursa Maior, com diâmetro de
144 segundos de arco, equivalente, em tamanho angular, a uma bola de tênis à distância de
100m. Dos aproximadamente 3.000 objetos visíveis, a maioria são galáxias, algumas das
quais estão entre as mais jovens e distantes que se conhecem. Trata-se de uma forte
evidência a favor do princípio cosmológico, que postula ser o Universo, a grande escala,
homogêneo. O Campo Profundo do Hubble é um estudo de referência, que dá origem, nos
anos seguintes, a várias centenas de artigos científicos.
1996 – Entra em operação, no Havaí, o telescópio Keck II. Ele forma, com o Keck I, um
conjunto que se converte no maior telescópio do mundo, arrebatando esse título ao
telescópio de Zelenchukskaya. ao invés de um único e gigantesco espelho, os telescópios de
Keck possuem 36 espelhos sextavados montados de forma a equivalerem a um espelho de
10m de diâmetro.
1996 – A sonda Clementine encontra sinais de gelo em regiões escuras perto dos polos
lunares.
1996 (março) – O ônibus espacial Atlantis é lançado e se conecta à estação espacial russa
Mir. A astronauta Shannon Lucid fica na estação e bate recordes de permanência no cosmo
para uma mulher.
1996 (7 de março) – São feitas as primeiras fotografias da superfície de Plutão, obtidas com
o telescópio Hubble.
1996 (1º de maio) - A sonda Ulysses passa, inesperadamente, por dentro da cauda do
cometa Hyakutake, descoberto, em janeiro deste mesmo ano, pelo astrônomo amador
japonês Yuji Hyakutake (1950-2002).
1996 (19 de novembro) – É lançada a sonda russa Mars 96. O foguete que carrega a sonda
levanta voo com sucesso, mas ao entrar em órbita há uma falha, enviando a sonda para uma
queda no Oceano Pacífico, entre a costa do Chile e a Ilha de Páscoa. Afunda com 27g de
plutônio radioativo, usado como fonte de energia.
1996 (4 de dezembro) - O presidente chileno, Eduardo Frei, e o rei sueco, Carlos XVI
Gustavo, inauguram, simbolicamente, o Observatório Paranal, operado pelo European
Southern Observatory (ESO) e localizado no Cerro Paranal, no deserto de Atacama, norte
do Chile, a 130 km de Antofagasta e à altitude de 2.635 m.
1997 (17 de janeiro) – A sonda automática Galileo capta as primeiras imagens da lua
Europa de Júpiter.
1997 (25 de junho) – A estação espacial russa Mir, transportando dois astronautas russos e
um estadunidense, colide com uma nave de carga Progress. A tripulação escapa da morte
por pouco, já que a nave fica temporariamente sem oxigênio.
1997 (9 de julho) – A Lei HB 841, promulgada pelo Texas e assinada pelo governador
George W. Bush, dá aos astronautas residentes neste Estado estadunidense o direito de
votar a partir do espaço. O primeiro a exercer este direito de voto é, ainda em 1997, David
Wolf, que está a bordo da Mir.
1997 (12 de setembro) – A sonda Mars Global Surveyor é colocada em órbita ao redor de
Marte.
1997 (novembro) – O ônibus espacial Columbia vai ao espaço com o primeiro astronauta
japonês, Takao Doi.
1998 (março) – A sonda Lunar Prospector revela fortes indícios da existência de água
congelada nos polos da Lua.
1998 (26 de abril) – Primeira passagem da Cassini pelo planeta Vênus para empurrão
gravitacional.
1998 (28 de maio) - O ESO libera as primeiras imagens captadas no Observatório Paranal.
Elas mostram a estrela Eta Carinae e são obtidas pelo telescópio Antu, primeiro dos quatro
instrumentos do Very Large Telescope (VLT) a entrar em operação.
1998 (3 de julho) – É lançada a Nozomi (“Esperança”), primeira sonda do Japão para outro
planeta. O objetivo da missão é investigar a atmosfera exterior de Marte e sua interação
com o vento solar, e os instrumentos a bordo estão programados para estudar: a estrutura, a
composição e a dinâmica da ionosfera marciana; os efeitos do vento solar; o escapamento
das partículas atmosféricas ao espaço; o campo magnético intrínseco; os efeitos do campo
magnético solar; a estrutura da magnetosfera; a existência de poeira na atmosfera e em
órbita em torno do planeta.
Contudo, a sonda fracassa e não consegue realizar sua missão.
1999 (23 de janeiro) – A sonda NEAR obtém a primeira sequência de imagens da rotação
terrestre.
1999 (maio) – O ônibus espacial Discovery torna-se a primeira nave a se conectar com a
ISS.
1999 (18 de maio) – A partir de imagens da Voyager 2, Erich Karkoschka descobre Perdita,
18º satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 30 km; período orbital: 0,638 dia; distância média ao planeta: 152.834 km;
massa: 18 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1999 (24 de junho) – Segunda passagem da Cassini pelo planeta Vênus para empurrão
gravitacional.
1999 (24 de junho) – É lançado o FUSE (Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer), tendo por
objetivo explorar o Universo usando a técnica de espectroscopia de alta resolução na região
espectral do ultravioleta longínquo. É uma missão internacional que envolve EUA, Canadá
e França.
1999 (29 de junho) – É inaugurado o telescópio Gemini norte, de 8m, localizado no Havaí.
1999 (9 de julho) – É revelado o texto do discurso fúnebre que Richard Nixon faria caso a
missão Apollo 11 falhasse e os astronautas (Neil Armstrong e Edwin Aldrin) tivessem de
ser deixados na Lua.
1999 (18 de julho) – John J. Kavelaars, Brett J. Gladsman, Matthew J. Holman, Jean-Marc
Petit e Hans Scholl descobrem Stefano, Próspero e Setebos, satélites de Urano, aumentando
para 21 o número de luas conhecidas daquele planeta.
Stefano – Diâmetro: 32 km; período orbital: 677,37 dias; distância média ao planeta:
16.008.000 km; massa: 22 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Próspero – Diâmetro: 50 km; período orbital: 1.978,29 dias; distância média ao planeta:
33.012.000 km; massa: 85 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Setebos – Diâmetro: 48 km; período orbital: 2.225,21 dias; distância média ao planeta:
34.816.000 km; massa: 75 trilhões de km; densidade: 1,3g/cm3.
1999 (28 de julho) - A sonda Deep Space 1 aproxima-se do asteroide 9969 Braille,
descoberto, em 27 de maio de 1992, por Eleanor F. Helin (1932-2009) e Kenneth J.
Lawrence. Durante esta aproximação, à distância de 26 km, são obtidas fotos e medidas as
suas propriedades físicas básicas: composição mineral, tamanho, morfologia e brilho.
A denominação do asteroide é uma homenagem ao professor francês Louis Braille
(1809-1852), criador do sistema de escrita para cegos que leva o seu nome.
Diâmetro: 2,1 x 1 x 1 km; período orbital: 1.311,047 dias (3,59 anos: distância média ao
Sol: 350.705.000 km.
1999 (18 de agosto) – A sonda Cassine sobrevoa a Terra para emppurrão gravitacional.
1999 (20 de novembro) – A China lança a Shenzhou 1, de caráter experimental, que volta
com sucesso aos locais desertos da região autônoma da Mongólia Interior, norte do país.
1999 (10 de dezembro) – É lançado, pela ESA, o telescópio espacial XMM-Newton (X-
Ray Multi-Mirror Mission). Programado para realizar observações em ondas milimétricas e
em raios X, tem como objetivo estudar o céu inteiro e descobrir grande número de fontes
dessa radiação eletromagnética.
2000 – Tem início o Sloan Digital Sky Survey (SDSS), o mais ambicioso levantamento
astronômico em andamento. quando concluído, fornecerá imagens ópticas cobrindo mais de
um quarto do céu e um mapa tridimensional com cerca de um milhão de galáxias e
quasares. À medida que o levantamento progride, os dados são liberados para a
comunidade científica (e para o público em geral) em incrementos anuais. O nome faz
referência à Alfred P. Sloan Foundation, um dos financiadores do projeto.
2000 (3 de janeiro) – Dados da Galileo revelam fortes evidências de que existe um oceano
abaixo da superfície gelada do satélite Europa, de Júpiter.
2000 (10 de março) – Com base no mapeamento do subsolo de Marte feito pela Mars
Global Surveyor, cientistas da NASA afirmam ter descoberto antigos canais soterrados que,
há milhões de anos, podem ter transportado água na superfície do planeta.
2000 (abril) - Entra em operação o Kueyen, , segundo dos quatro instrumentos que
compõem o VLT, localizado no Observatório Paranal, Chile.
2000 (6 de abril) – Chega à Mir, a bordo da Soyuz TM-30 (lançada no dia 4), a última
tripulação da estação espacial, formada pelos cosmonautas Sergei Zalyotin e Alexandr
Kaleri. O regresso à Terra ocorre em 16 de junho.
2000(5 de maio) – Ocorre uma conjunção dos cinco planetas luminosos, Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno. Nada pode ser observado da Terra, porque a linha formada pelos
planetas está atrás do Sol e escondida em seu brilho. A última conjunção semelhante
acontecera em fevereiro de 1962 e não ocorrerá novamente até abril de 2438.
2000 (19 a 29 de maio) – Missão do Atlantis (STS-101), que leva equipamentos à ISS e
realiza um conserto no módulo Zarya. É o primeiro voo de um ônibus espacial com cabine
de vidro.
Os tripulantes são James Halsell - Comandante -, Scott Horowitz - Piloto -, Mary Weber,
Jeffrey Williams, James Voss, Susan Helms e Yuri Usachev.
2000 (16 de julho) – Ocorre o mais longo eclipse lunar do século XX, com duração de
1h47min1s.
2000 (11 a 24 de outubro) – Missão do Discovery (STS-92), que marca o centésimo voo
dos ônibus espaciais. Os astronautas instalam na ISS o segmento Z1 (estrutura destinada a
receber os primeiros painéis solares), uma antena de comunicações, giroscópios e um porto
para acoplagem.
Os tripulantes são Brian Duffy - Comandante -, Pamela Melroy - Piloto -, Koichi Wakata,
Leroy Chiao, Peter Wisoff, Miguel (Michael) López-Alegría e William McArthur.
2000 (16 de outubro) – Têm início as atividades dos telescópios Gemini norte, localizados
no Havaí, cada qual com um espelho de 8m de diâmetro. A primeira foto tirada por esses
instrumentos é da região central da Via Láctea, na direção da constelação de Sagitário.
2000 (20 de outubro) – Um estudo publicado na revista Science, cuja principal autora é a
estadunidense Caitlin Griffith, afirma que são encontrados os primeiros indícios de que em
Titã chove metano, principal componente do gás natural.
2000 (30 de dezembro) – A Cassini passa pelo planeta Júpiter para empurrão gravitacional.
A sonda efetua diversas medições científicas e produz o retrato colorido global mais
detalhado de Júpiter: as características menores têm aproximadamente 60 km de diâmetro.
2001 (janeiro) – François Spite e Pascale Jablonka, utilizando o telescópio Hubble, são os
primeiros a observar estrelas individuais no centro de outra galáxia: Andrômeda.
2001 (10 de janeiro) – A Shenzhou 2 é lançada ao espaço, levando em seu interior projetos
científicos experimentais, e aterrissa na Mongólia Interior.
2001 (23 de março) – A Mir volta para a Terra, após uma reentrada induzida em nossa
atmosfera como uma bola de fogo. Os restos que não se desintegraram repousam no fundo
do Oceano Pacífico, a 2.000 km da Austrália, abrigando centenas de organismos marinhos.
Construída para durar apenas cinco anos, a Mir permanece 15 anos no espaço, a uma
altitude de 400 km, realizando uma órbita a cada 88min9s, completando 86.331 voltas em
torno da Terra. Entre 1986 e 2001, São acopladas à Mir 25 missões russas e 30 estrangeiras,
tendo sido um exemplo de cooperação internacional, ao acolher astronautas de Eslovênia,
Bulgária, Afeganistão, Casaquistão, França, Japão, Reino Unido, Áustria, Alemanha,
Canadá, EUA e Síria, sem contar as missões conjuntas com a ESA. Entre cosmonautas
russos e de outras nações, um total de 103 pessoas estiveram a bordo da Mir. Segundo a
agência espacial russa, o custo da Mir é de 3 bilhões de dólares, e o de seus equipamentos
científicos, de 1,8 bilhão de dólares. Com a participação de outros 29 países, a estação
abriga 24 programas espaciais internacionais, e seus laboratórios testam diversos materiais
e substâncias em experiências impossíveis de ser feitas na Terra. Graças a essas pesquisas,
é possível desenvolver equipamentos médicos que tornam viável a sobrevivência humana
durante longos períodos sem gravidade. São realizados 14.000 experimentos científicos.
São também realizados 66 passeios no espaço, sendo que o mais duradouro leva 7h. O
record de permanência em órbita é de 438 dias, do cosmonauta russo Valeri Poliakov.
Outro russo, Serguei Avdeyev, acumula, em três voos, 747 dias no cosmos (mais de dois
anos). A viagem mais curiosa, no entanto, é a de Serguei Krikaliov, que sai da Terra como
cidadão soviético e regressa, após o colapso da URSS, como cidadão russo.
Estatísticas adicionais – Massa: 124.340 kg; espaço habitável: 350m3; total de dias em
órbita: 5.519; dias ocupada: 4.592; distância percorrida: 3.638.470.307 km.
2001 (19 de abril a 1º de maio) – Missão do Endeavour (STS-100), cujo objetivo principal
é iniciar a instalação, ativação e inspeção do braço robótico Canadarm, fundamental para o
prosseguimento da construção da ISS (a conclusão se dá na missão STS-111, do
Endeavour, em junho de 2002). Ademais, é instalada uma antena de comunicações de alta
freqüência e transferidos para a estação suprimentos variados.
A tripulação é formada por Kent Rominger - Comandante -, Jeffrey Ashby - Piloto -, Chris
Hadfield, Scott Parazynski, John Phillips, Umberto Guidoni e Yuri Lonchakov.
Chris Hadfield é o primeiro canadense a realizar uma atividade extraveicular.
2001 (28 de abril) – O milionário estadunidense Dennis Tito, de 60 anos, o primeiro turista
espacial, parte para a ISS e diz: "Eu amo o espaço". O retorno ocorre em 6 de maio.
2001 (junho) - Entra em operação o Yepun , terceiro dos quatro instrumentos que compõem
o VLT, localizado no Observatório Paranal, Chile.
2001 (12 a 24 de julho) – Missão do Atlantis (STS-104), cujo objetivo é instalar na ISS o
módulo estadunidense Quest (Joint Airlock Module). Trata-se de uma câmara de
descompressão, usada na preparação de atividades extraveiculares. Permite o uso de trajes
espaciais russos e estadunidenses. Antes do Quest, os russos utilizavam para este fim o
Zvezda, enquanto os estadunidenses só podiam realizar caminhadas no espaço se um
ônibus espacial estivesse acoplado à ISS.
Os tripulantes do Atlantis são Steven Lindsey - Comandante -, Charles Hobaugh - Piloto -,
Michael Gernhardt, Janet Kavandi e James Reilly.
2001 (agosto) - Entra em operação o Melipal, último dos quatro instrumentos que compõem
o Very Large Telescope (VLT), localizado no Observatório Paranal, Chile. O VLT é um
sistema composto por quatro telescópios refletores principais, cada um deles com espelho
de 8,2m, e quatro instrumentos auxiliares, com espelho de 1,8m. Cada um desses
telescópios é capaz de observar objetos de magnitude 30, ou seja, 4 bilhões de vezes menos
brilhantes do que aqueles observáveis a olho nu. Embora passem a maior parte do tempo
funcionando de forma independente, os quatro telescópios podem, com a ajuda do Very
Large Telescope Interferometer (VLTI), ser combinados interferometricamente, adquirindo
um poder de resolução equivalente ao de um telescópio com espelho de 16m, o que faz do
VLT o maior telescópio óptico do mundo.
2001 (13 de agosto) – Matthew J. Holman, John J. Kavelaars, Dan Milisavljevic e Brett J.
Gladman descobrem dois satélites de Urano: Trínculo e Fernando. Passa a ser de 23 o
número de luas conhecidas do planeta.
Trínculo – Diâmetro: 18 km; período orbital: 749,24 dias; distância média ao planeta:
17.008.000 km; massa: 3,9 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Fernando – Diâmetro: 20 km; período orbital: 2.887,21 dias; distância média ao laneta:
41.802.000 km; massa: 5,4 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
2001 (14 de setembro) – É lançado para a ISS, por um foguete Soyuz-U, o módulo russo
Pirs (“cais”), também chamado de "Stikovochny Otsek 1" ou "SO-1" ("módulo de
acoplamento). O Pirs é um compartimento de embarque, ligado à escotilha Nadir do
módulo de serviço Zvezda. Serve como ponto de acoplagem para naves Soyuz TMA e
Progress e possui um despressurizador, utilizado para preparar caminhadas espaciais com
trajes russos.
2001 (22 de setembro) – A sonda Deep Space 1 encontra-se com o cometa Borrelly,
Descoberto em 28 de dezembro de 1904 pelo astrônomo francês Alphonse Louis Borrelly
(1842-1926), e envia uma série de dados científicos à Terra, incluindo revelações acerca do
núcleo e da cauda.
2001 (24 de outubro) – A Mars Odyssey chega ao seu destino, tendo por objetivos: orbitar
Marte por pelo menos três anos para coletar dados sobre quais elementos químicos e
minerais predominam na superfície do planeta; obter informações sobre o risco potencial de
radiação para futura exploração humana; estudar o clima e ser um possível meio de
comunicação com sondas landers.
2001 (30 de novembro) – Um estudo publicado na revista Science e assinado por Vladimir
Krasnopolsky e Paul Feldman, da Universidade Católica da América e da Universidade
Johns Hopkins, ambas nos EUA, revela a detecção, por parte do satélite estadunidense
Fuse, de hidrogênio molecular (H2) na alta atmosfera de Marte, o que pode indicar a
presença, no passado, de grandes quantidades de água no planeta.
2002 –Uma equipe liderada por Scott S. Sheppard descobre Arque, quadragésimo satélite
de Júpiter conhecido.
Diâmetro: 3 km; período orbital: 746,185 dias; distância média ao laneta: 23.717 km.
2002 (18 de janeiro) – É inaugurado em Cerro Pachón, no Chile, o telescópio Gemini Sul.
Ele faz parte de um projeto que, como o nome indica, é gêmeo. Compreende um telescópio
instalado em Mauna Kea, no Havaí, para observar o hemisfério Norte (em operação desde
1999), e outro no Chile, para as estrelas do Sul.
2002 (25 de março) – A China lança a Shenzhou 3, que continua não tripulada, mas
consegue orbitar o planeta 108 vezes, e retorna à Mongólia Interior em 1º de abril.
2002 (Abril) – Mark Shuttleworth, um magnata sul-africano, parte para uma viagem à ISS e
torna-se o segundo turista no espaço.
2002 (25 de abril) – Os físicos Paul Steinhardt (americano) e Neil Turok (inglês) publicam
na revista Science uma teoria segundo a qual o Universo se destrói e se refaz em implosões
e explosões separadas por trilhões de anos. Isso significa que o Big Bang não seria um
evento único, mas ocorreria ciclicamente.
2002 (maio) – A câmera infravermelha da Mars Odyssey obtém as primeiras fotos noturnas
do solo de Marte.
2002 (23 de maio) – O geólogo estadunidense Paul Schenk publica na revista Nature um
estudo afirmando que o satélite Europa tem um oceano sob uma camada de gelo com 19 a
25 km de espessura. Sustenta ainda que Calisto e Ganímedes também possuem oceanos,
sob camadas de gelo de cerca de 80 km.
2002 (6 de agosto) – A Nasa anuncia, com base em análise de imagens de satélites, que a
Terra está mais larga do que o normal na região da linha do Equador e mais achatada nos
polos. Tal fenômeno ocorre devido a uma mudança no campo gravitacional.
2002 (13 de agosto) – Matthew J. Holman, John J Kavelaars, T. Grav, W. Fraser e Dan
Milisavljevic descobrem Laomedeia e Neso, nono e décimo satélites conhecidos de Netuno.
Laomedeia - Diâmetro: 84 km; período orbital: 3.171,33 dias (8,68 anos); distância média
ao planeta: 47.134.000 km.
Neso - Diâmetro: 60 km; período orbital: 9.740,73 dias (26,67 anos); distância média ao
planeta: 49.285.000 km.
2002 (14 de agosto) - Matthew J. Holman, John J Kavelaars, T. Grav, W. Fraser e Dan
Milisavljevic descobrem mais dois satélites de Netuno: Halimede e Sao. Passam a ser 12 as
luas conhecidas do planeta.
Halimede – Diâmetro: 62 km; período orbital: 1.879,08 dias (5,14 anos); distância média ao
planeta: 16.611.000 km.
Sao – Diâmetro: 44 km; período orbital: 2.912,72 dias (7,97 anos); distância média ao
planeta: 22.228.000 km.
2002 (15 de agosto) – A Contour perde, definitivamente, contato com a Nasa, seis semanas
após o lançamento.
2002 (outubro) – A sonda Cassini obtém a primeira fotografia de Saturno e de Titã, tirada a
uma distância de 285 milhões de km.
2002 (17 de outubro) – É lançado o telescópio europeu Integral, que faz parte de um
esforço para estudar os fenômenos espaciais de maior energia, normalmente causados por
astros como as supernovas, os buracos negros e as estrelas de nêutrons. Os instrumentos a
bordo do telescópio são capazes de detectar, simultaneamente, emissões de raios gama,
raios X e luz visível.
2002 (30 de outubro) – É lançada a Soyuz TMA-1, primeira missão da série de naves
Soyuz TMA, cuja sigla significa “Transportny Modifitsirovannyi Antropometricheskii”
(“Transporte Antropométrico Modificado”). As sondas Soyuz TMA são um redesenho
aprimorado das Soyuz TM, projetadas para levar astronautas à ISS e, sobretudo, para servir
de local de escape em caso de problemas na Estação. Para isso, incorporam algumas
modificações sugeridas pela NASA, visando à maior segurança dos ocupantes, incluindo o
aumento do espaço interno (o que permite que astronautas mais altos sejam tripulantes) e
um sistema melhorado de paraquedas.
Quando do lançamento, a tripulação da Soyuz TMA-1 é composta por Sergei Zalyotin -
Comandante -, Frank De Winne e Yuri Lonchakov. Ao longo da missão, ocorre o acidente
com o Columbia, que se desintegra ao reentrar na atmosfera. Com a subsequente
interrupção temporária dos voos dos ônibus espaciais, as naves Soyuz tornam-se o único
meio de transporte de astronautas entre a ISS e a Terra. Assim, a tripulação que retorna na
Soyuz TMA-1 não é a mesma do lançamento, estando formada por Nikolai Budarin -
Comandante -, Kenneth Bowersox e Donald Pettit. Pela primeira vez, astronautas
estadunidenses voltam para casa numa Soyuz.
Durante a aterrissagem, ocorrida em 4 de maio de 2003, a nave tem problemas, indo pousar
450 km fora do local pré-determinado. A partir daí, todas as missões Soyuz passam a dispor
de um telefone por satélite, para permitir contato rápido com equipes de resgate em casos
de emergência.
2002 (30 de dezembro) – A Shenzhou 4, com uma tecnologia que, segundo a China, "já é
suficiente para enviar um homem ao espaço", é lançada e volta com êxito.
2003 – Scott S. Sheppard, David C. Jewitt e J. Kleyna descobrem Psámate, 13º satélite
conhecido de Netuno.
Diâmetro: 38 km; período orbital: 9.074,30 dias (24,84 anos); distância média ao planeta:
48.096.000 km.
2003 (16 de janeiro) – O Columbia é lançado, naquela que seria sua última missão (STS-
107). O objetivo desse voo do ônibus espacial é fazer diversos experimentos científicos,
sobretudo relativos à microgravidade.
2003 (23 de janeiro) – São captados, pela última vez, sinais transmitidos pela Pioneer 10.
2003 (1º de fevereiro) – Explode o ônibus espacial Columbia, sobre o céu do estado
estadunidense do Texas, em sua 28ª missão, quando a tripulação retornava para a Terra
após uma permanência de 16 dias no espaço. Sua tripulação de sete astronautas morre no
acidente. O Controle de missão perde contato com o ônibus espacial aproximadamente 16
minutos antes de sua chegada À Flórida. A tripulação do Columbia é composta pelos
astronautas Rick Husband, Willie McCool, Dave Brown, Laurel Clark, Kalpana Chawla,
Mike Anderson e Ilan Ramon – primeiro astronauta israelense a ir ao espaço e
representante da Agência Espacial de Israel.
Estatísticas – Tempo em atividade: 21 anos, oito meses e vinte dias; Número de missões:
28; tripulantes: 160; tempo no espaço: 300d17h40min22s; órbitas terrestres: 4.808;
distância percorrida: 201.497.772 km; satélites lançados: 8; acoplagens à Mir: 0;
acoplagens à ISS: 0.
2003 (11 de fevereiro) – Com base em dados obtidos pela sonda WMAP, cientistas da
NASA estimam a idade do Universo em 13,7 bilhões de anos, com uma margem de erro,
segundo eles, de 1%.
2003 (28 de abril) – É lançada a missão estadunidense Galaxy Evolution Explorer (Galex),
equipada com lentes ultravioleta para medir a formação de 80% das estrelas surgidas desde
o Big Bang.
2003 (8 de maio) – A Mars Global Surveyor mostra, pela primeira vez, imagens da Terra
vista de Marte. Trata-se de uma fotografia em que também é possível ver Júpiter (então
alinhado com a Terra) e suas grandes luas.
2003 (15 de maio) – Scott Sheppard publica na revista Nature a descoberta de 23 satélites
de Júpiter (encontrados nos primeiros meses do ano), aumentando para 63 o número de luas
jovianas conhecidas. Onze deles têm nomes definitivos: Carpo, Telxinoi, Helique, Mneme,
Euquelade, Calicore, Euridome, Hegemone, Cilene, Aoede e Core.
2003 (10 de junho) – É lançado o Spirit, da NASA, veículo de seis rodas capaz de percorrer
a superfície de Marte e perfurar rochas à procura de vestígios de água.
2003 (10 de agosto) – O russo Yuri Malenchenko torna-se a primeira pessoa a se casar no
espaço. Comandante da Expedição 7 da ISS (28 de abril a 27 de outubro de 2003), para
onde vai a bordo da Soyuz TMA-2, no momento da cerimônia Malenchenko está 386 km
acima da Nova Zelândia, enquanto a noiva, Ekaterina Dmitrieva, está no Texas, onde
casamentos a distância são permitidos.
2003 (13 de agosto) – Matthew J. Holman, John J. Kavelaars, Dan Milisavljevic e Brett J.
Gladman descobrem Francisco, vigésimo quarto satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 22 km; período orbital: 266,56 dias; distância média ao planeta: 8.552.000 km;
massa: 7,2 trilhões de toneladas: densidade: 1,3g/cm3.
2003 (22 de agosto) – Uma explosão destrói o Veículo Lançador de Satélite (VLS-1), na
base brasileira de Alcântara, no Estado do Maranhão. A causa do acidente de Alcântara,
segundo as conclusões de investigações posteriores, é a ignição espontânea de um dos
quatro motores do VLS-1, causada por centelha elétrica. A explosão destrói os
equipamentos e mata 21 pessoas da equipe do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
2003 (25 de agosto) – Mark R. Showalter e Jack J. Lissauer descobrem Cupido e Mab,
satélites de Urano, que passa a ter 26 luas conhecidas.
Cupido – Diâmetro: 36 km; período orbital: 0,618 dia; distância média ao planeta: 74.392
km; massa: 3,8 trilhões de toneladas; densidade: 1,3 g/cm3.
Mab – Diâmetro: 48 km; período orbital: 0,923 dia; distância média ao planeta: 97.736 km;
massa: 10 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
2003 (27 de agosto) – Às 6h51min, horário de Brasília, Marte chega ao ponto mais próximo
da Terra em quase 60.000 anos: 55,76 milhões de km de distância. A última vez que havia
ocorrido tamanha proximidade entre os planetas vizinhos foi em 12 de setembro de 57617
a.C. Naquela ocasião, Terra e Marte estiveram a 55,72 milhões de km, ou seja, 40,2 mil km
mais perto do que em 2003. O fenômeno de aproximação só vai se repetir em 28 de agosto
de 2287.
2003 (29 de agosto) – Scott S. Sheppard e David C. Jewitt descobrem Margaret, vigésimo
sétimo satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 20 km; período orbital: 1.687,01 dias; distância média ao planeta: 28.690.000
km; massa: 5,5 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
2003 (27 de setembro) – É lançada a Smart 1, primeira sonda lunar da ESA, cujo objetivo é
estudar a formação e a composição mineralógica da Lua, além de verificar a existência ou
não de água no satélite. Trata-se de uma nova geração de sondas, e Smart quer dizer "small
missions for advanced research and technology" (pequenas missões para pesquisa e
tecnologia avançada). A nave traz o lema "mais ciência por menos dinheiro". Pela primeira
vez, a ESA utiliza um sistema de propulsão iônica (ou helioelétrica), alimentada por
eletricidade gerada a partir de painéis solares e que reduz sensivelmente o uso de
combustível e permite melhor dirigibilidade da nave.
2003 (outubro) – É lançada a missão Most, desenvolvida pelo Canadá para estudar a
microvariabilidade e as oscilações das estrelas.
2003 (15 de outubro) – A China torna-se o terceiro país a colocar um homem no espaço,
depois da URSS e dos EUA. O astronauta (ou "taikonauta") Yang Liwei, 38 anos, ex-piloto
da força aérea, completa, a bordo da nave Shenzhou 5, 14 órbitas em 21h e retorna com
segurança.
2003 (20 de outubro) – J. Richard Gott III e Mario Juric, da Universidade de Princeton, e
colegas, baseados em dados do "Sloan Digital Sky Survey", anunciam a descoberta da
"Grande Muralha Sloan" ("Sloan Great Wall"), a maior estrutura já catalogada no Universo,
um gigantesco conjunto de galáxias com 1,37 bilhão de anos-luz de extensão, localizado a
aproximadamente um bilhão de anos-luz da Terra.
2003 (14 de novembro) - Mike Brown, Chad Trujillo e David Rabinowitz descobrem Sedna
(oficialmente, 90377 Sedna), o objeto mais distante já encontrado no Sistema Solar. A
órbita é fortemente elíptica (excentricidade de 0,853), como a de um cometa, e a distância
ao Sol varia entre 11,423 bilhões e 143,7 bilhões de km (distância média de 77,57 bilhões
de km). A distância é tão grande que, para alguns astrônomos, trata-se do primeiro objeto
conhecido da região interna da Nuvem de Oort, embora ele seja oficialmente classificado
como pertencendo ao disco disperso. O período orbital é de 4.313.319 dias (11.809 anos),
completado à velocidade média de 3.745 km/h. Sedna está se aproximando do Sol, com o
próximo periélio previsto para 2076. O diâmetro não é conhecido com precisão, e as
estimativas vão de 1.200 a 1.600 km.
Sedna é uma das principais divindades do povo inuit. Vive no fundo do mar e reina sobre
os animais marinhos. A região onde habita Sedna é escura, como também é escuro o corpo
celeste que leva seu nome (em Sedna, a luz do Sol é um pontinho minúsculo e se confunde
com a de outras estrelas).
2003 (14 de dezembro) – A Nozomi sobrevoa Marte, depois de terem falhado os esforços
realizados para colocá-la em órbita. Desde o lançamento, cinco anos antes, a sonda havia
apresentado vários problemas, incluindo perda de combustível por defeito numa válvula,
falhas no sistema elétrico e danos causados por uma erupção solar.
2003 (25 de dezembro) – A Mars Express, primeira sonda europeia a visitar outro planeta, é
colocada com sucesso na órbita de Marte, tendo a missão por objetivos enviar imagens de
alta resolução para estudo da topografia e morfologia da superfície, elaborar um mapa
mineralógico, estudar a composição da atmosfera e servir como meio de comunicação para
as lander de 2003 a 2007. Também carrega consigo a sonda Beagle 2, sendo responsável
por enviá-la à superfície de Marte e servir como meio de comunicação entre a Beagle 2 e a
Terra.
2004 (janeiro) – Entra em operação o Observatório de raios cósmicos Pierre Auger, situado
em Malargüe, província de Mendoza, no oeste da Argentina. Batizado com o nome do
físico francês (1899-1993) que, em 1938, foi o primeiro a detectar as faíscas produzidas na
atmosfera terrestre por sua interação com os raios cósmicos, o Observatório está equipado
com 1.600 detectores de partículas e 24 telescópios, ocupando uma área de 3.000 km2.
2004 (2 de janeiro) – A sonda Stardust chega ao Cometa Wild 2, descoberto em 1978 pelo
astrônomo suíço Paul Wild, fotografando o núcleo cometário com excelente resolução de
imagem, e colhe amostras de poeira para serem trazidas de volta à Terra.
2004 (4 de janeiro) – O veículo explorador Spirit pousa com sucesso em Marte, numa
cratera denominada Gusev.
2004 (6 de janeiro) – A Nasa divulga uma série de fotos coloridas tiradas pela câmera de
alta resolução do Spirit, as mais detalhadas imagens do solo marciano obtidas até esta data.
2004 (23 de janeiro) – A ESA anuncia que imagens feitas pela Mars Express revelam a
presença de gelo no polo sul de Marte.
2004 (14 de janeiro) – O presidente estadunidense George W. Bush anuncia uma nova
política espacial para os EUA, denominada “Vision for Space Exploration” (Visão para a
Exploração do Espaço), conhecida também como programa Constellation. Entre os
principais objetivos estão: completar a ISS até 2010 (não concretizado); aposentar os
ônibus espaciais até 2010 (prazo posteriormente adiado para 2011); desenvolver a
espaçonave Orion até 2008 (não concretizado) e realizar a sua primeira missão tripulada até
2014; explorar a Lua com robôs a partir de 2008 (isso só ocorre no ano seguinte) e com
seres humanos em 2020; explorar Marte e outros destinos com missões automáticas e
tripuladas.
2004 (6 de fevereiro) – A Mars Express entra em contato com o Spirit, transmitindo ordens
fornecidas a partir da Terra e enviando de volta dados colhidos pelo robô da NASA. É a
primeira vez que objetos espaciais da ESA e da Nasa mantêm contato em órbita e que uma
rede internacional de comunicações funciona em outro planeta.
2004 (19 de março) – Uma equipe de astrônomos liderada por Ben Bussey, da
Universidade Johns Hopkins, nos EUA, anuncia que há uma região com "picos de luz
eterna" na Lua, onde o sol nunca se põe.
2004 (23 de março) – A Mars Odyssey completa 10.000 órbitas ao redor do Planeta
Vermelho.
2004 (20 de abril) – É lançada a sonda estadunidense Gravity Probe-B, criada para verificar
a veracidade da teoria da relatividade geral, de Albert Einstein. A nave transporta quatro
giroscópios sofisticados que compõem um sistema de referência espaço-temporal quase
perfeito.
2004 (maio) – Imagens captadas pelo telescópio espacial Spitzer mostram, pela primeira
vez, o processo de nascimento das estrelas, envolvidas por poeira atmosférica, gás e
partículas de água congelada. Elas incluem mais de 300 estrelas formadas recentemente na
área chamada de RCW 49, distante 13,7 mil anos-luz da Terra, na constelação do Centauro.
2004 (20 de maio) – É liberada a primeira imagem de Titã, com resolução superior à de
qualquer fotografia tirada da Terra, feita quinze dias antes a 29,3 milhões de km.
2004 (8 de junho) – Ocorre um trânsito de Vênus, fenômeno não observado desde 1882. O
próximo ocorrerá em 6 de junho de 2012.
2004 (11 de junho) – A Cassini sobrevoa Febe, a 2068 km de distância. Todos os onze
instrumentos a bordo operam como esperado e todos os dados previstos são obtidos. Os
cientistas planejam usar os dados para criar mapas globais do satélite coberto de crateras e
para determinar sua composição, massa e densidade. Partes das superfícies craterizadas
mostram-se muito brilhantes, e crê-se atualmente que existe uma grande quantidade de gelo
no estrato imediatamente inferior à superfície.
2004 (21 de junho) – A nave SpaceShipOne realiza com êxito o primeiro voo privado ao
espaço. Mike Melvill, de 62 anos, é o primeiro astronauta a bordo de um veículo não
patrocinado com recursos públicos a alcançar os confins da atmosfera (atinge a altura de
100 km). A missão é um projeto da empresa Scaled Composites, dirigida pelo projetista de
aeronáutica Burt Rutan e patrocinada pelo multimilionário Paul Allen, co-fundador da
Microsoft.
2004 (1º de julho) – A Cassini é inserida com sucesso na órbita de Saturno, numa manobra
que dura 96 minutos. É a primeira sonda a orbitar aquele mundo.
2004 (2 de julho) – Primeira passagem da Cassini por Titã, a uma distância de 339.000 km.
Fotografias mostram nuvens consideradas como compostas de metano e características
interessantes da superfície.
2004 (16 de agosto) – A Nasa divulga a provável descoberta de Polideuces e Dafne, dois
pequenos satélites de Saturno, elevando para 35 o número de luas conhecidas daquele
planeta. A existência desses corpos celestes é confirmada, respectivamente, em 24 de
outubro de 2004 e 6 de maio de 2005.
Polideuces – Diâmetro: 3,5 km; período orbital: 2,737 dias; distância média ao planeta:
377.396 km; massa: entre 10 bilhões e 50 bilhões de toneladas; densidade: desconhecida.
Dafne – Diâmetro: 9 x 9 x 6 km; período orbital: 0,594 dia; distância média ao planeta:
273.010 km; massa: 84 bilhões de toneladas; densidade: 0,34g/cm3.
2004 (8 de setembro) – Uma cápsula contendo partículas do vento solar (coletadas entre 3
de dezembro de 2001 e 1º de abril de 2004) é liberada na atmosfera pela sonda Genesis.
Contudo, o paraquedas falha, e a cápsula é freada unicamente pela resistência do ar, caindo,
à velocidade de 311 km/h, na base militar estadunidense do deserto de Dugway, no Estado
de Utah. Com o impacto, a cápsula quebra, mas mesmo assim amostras do vento solar são
posteriormente recuperadas. Essas são as primeiras partículas de material extraterrestre não
originárias da Lua trazidas à Terra por uma nave espacial.
2004 (11 de novembro) – A ESA divulga imagens detalhadas da superfície de Fobos, feitas
com a câmera estereofônica de alta resolução da Mars Express, as quais mostram várias
crateras, que em alguns casos possuem materiais escuros perto do solo, em outros têm pó
residual e em outros, um dos materiais mais escuros do Sistema Solar.
2005 (janeiro) – O robô Opportunity encontra, em Marte, o “Heat Shield Rock”, o primeiro
meteorito descoberto em outro planeta e o terceiro fora da Terra (dois outros haviam sido
encontrados na Lua. Do tamanho de uma bola de basquete e composto de ferro e níquel, o
objeto recebe da Meteoritical Society, em outubro, o nome oficial de Meridiani Planum.
2005 (5 de janeiro) – Mike Brown, Chad Trujillo e David Rabinowitz descobrem o objeto
2003 UB313, provisoriamente denominado de "Xena" (hoje Éris), planeta anão que orbita
além de Plutão. Ele já havia sido registrado, de forma automática, no dia 21 de outubro de
2003, vindo daí o nome que recebeu, de acordo com os critérios estabelecidos pela UAI.
Suas dimensões (mais de 2.500 km) fazem desse objeto candidato a ser considerado o
décimo planeta do Sistema Solar e, concomitantemente, acirram a polêmica em torno de
Plutão, reabrindo a discussão sobre se esse corpo celeste deve ou não continuar sendo
considerado um planeta.
Éris – Diâmetro estimado: 2.600 km; período orbital: 203.600 dias (557 anos); distância
média ao Sol: 10,123 bilhões de km (varia entre 5,650 e 14,595 bilhões de km.
2005 (10 de janeiro) – Um grupo internacional de astrônomos divulga a descoberta das três
maiores estrelas já observadas, todas com diâmetro superior a 1,6 bilhão de km. São elas:
KW Sagitarii (a 9,8 mil anos luz de distância), V354 Cephei (a 9 mil anos luz) e KY Cygni
(5,2 mil anos luz).
2005 (12 de janeiro) – É lançada a sonda estadunidense Deep Impact (ou Impacto
Profundo) com destino ao cometa Tempel 1, Descoberto em 3 de abril de 1867 pelo
astrônomo alemão Ernst Wilhelm Leberecht Tempel (1821-1889, que circula entre as
órbitas de Marte e de Júpiter. O objetivo da missão é lançar um impactador contra o
cometa, observar a explosão e dela analisar os componentes químicos e físicos internos do
astro.
2005 (14 de janeiro) – A sonda Huygens pousa com sucesso em Titã, depois de ter
atravessado a atmosfera do satélite de Saturno. Logo depois do pouso, durante 90 minutos,
envia as primeiras fotos de Titã à Cassini, que as retransmite à Terra. Este é o primeiro
pouso de uma astronave num satélite natural que não seja a Lua.
2005 (21 de janeiro) – Imagens da Huygens revelam que em Titã há chuva de metano
líquido tão frequente que é capaz de modelar a superfície do satélite com canais e lagos.
2005 (28 de janeiro) – Uma equipe de astrônomos coordenada por Jean-Loup Bertaux, do
Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS – França), Publica na revista Science Um
artigo afirmando que A presença de moléculas de óxido nítrico demonstra que existe luz na
noite marciana, segundo registros de instrumentos da sonda europeia Mars-Express.
2005 (4 de março) - A sonda Rosetta sobrevoa a Terra pela primeira vez, a uma altitude de
1.954,7 km. Os campos magnéticos terrestre e lunar são usados para testar e calibrar os
instrumentos.
2005 (16 de março) – A Nasa divulga a descoberta de uma atmosfera em Encélado, que se
torna a segunda lua de Saturno (depois de Titã) a ter uma atmosfera conhecida.
2005 (abril) – A Mars Global Surveyor obtém, pela primeira vez, imagens de outras sondas
em órbita do mesmo planeta, fotografando a Mars Express e mais tarde a Mars Odyssey.
2005 (20 de abril) – A NASA anuncia que, apesar da falha do paraquedas da cápsula da
sonda Genesis, amostras de íons de oxigênio provenientes do Sol são recuperadas,
permitindo a medição isotópica do oxigênio solar, que é o principal objetivo da missão.
2005 (9 de maio) – O telescópio Swift detecta a primeira erupção de raios gama (GRB
050509b) de curta duração alguma vez observada (0,05 segundo).
GRB é a abreviatura inglesa para “gamma-ray burst”, erupção de raios gama.
2005 (junho) – Imagens obtidas pelo telescópio Hubble permitem a descoberta de mais dois
satélites de Plutão, posteriormente batizados de Nix e Hydra. Esses nomes são escolhidos,
em parte, por corresponderem às iniciais da sonda New Horizons, lançada em janeiro de
2006 para Plutão. Nix é a deusa grega da escuridão, e Hydra é a serpente de nove cabeças
que guarda o inferno.
Nix – Diâmetro: entre 46 e 137 km; período orbital: 24,856 dias; distância média ao
planeta: 48.708 km; massa: desconhecida; densidade: desconhecida.
Hydra – Diâmetro: entre 60 e 168 km; período orbital: 38,206 dias; distância média ao
planeta: 64.709 km; massa: desconhecida; densidade: desconhecida.
2005 (4 de julho) – O impactador da Deep Impact (um projétil de cobre pesando 370 kg)é
lançado contra o cometa Tempel 1, colidindo com ele à velocidade de 37.000 km/h. A 700
km de distância, a sonda registra o choque e envia as imagens para a Terra. Instrumentos a
bordo da Rosetta também fazem observações do impacto.
2005 (26 de julho) – Dados da Cassini confirmam que há chuva em Titã, composta de
metano líquido e, em menores proporções, de nitrogênio.
2005 (19 de setembro) – A Nasa anuncia sua intenção de colocar outra vez astronautas na
Lua, estando a primeira viagem tripulada desse novo programa prevista para 2018.
2005 (19 de setembro) – Uma colônia de vermes da seda mandada ao espaço pela Agência
Espacial da China retorna à Terra após uma viagem de 18 dias. Os animais são enviados
para que sejam estudados os processos de transformação da crisálida em verme e a
consequente produção de seda.
2005 (12 de outubro) – Segunda missão tripulada da China ao espaço. Os taikonautas Fei
Junlong e Nie Haisheng, a bordo da Shenzhou 6, permanecem 115,32h em órbita e
retornam à Terra no dia 17.
2005 (9 de novembro) – É lançada a Venus Express, primeira sonda europeia com destino a
Vênus, cuja missão principal é estudar o efeito estufa existente naquele planeta. A nave
transporta sete instrumentos científicos, entre os quais um espectroscópio de plasma para
analisar a atmosfera.
2005 (20 de novembro) – A sonda Hayabusa chega ao asteroide 25143 Itokawa, pousa,
permanece por cerca de trinta minutos e estuda a sua morfologia, rotação, topografia, cor,
composição, densidade e história.
2005 (26 de novembro) – A sonda Hayabusa consegue recolher duas amostras do solo do
asteroide Itokawa, as quais devem ser enviadas à Terra dentro de uma pequena cápsula
incorporada à nave especialmente para esse fim.
2006 (15 de janeiro) – A sonda Stardust libera na atmosfera terrestre uma cápsula (que
pousa no deserto de Utah) contendo milhares de grãos de poeira e de partículas, capturados
em janeiro de 2004 e provenientes do cometa Wild 2. É a primeira vez que amostras
originárias de um corpo celeste que não seja a Lua são trazidas para a Terra. As amostras da
Stardust incluem também poeira e partículas interestelares, fato sem precedentes na história
da astronomia.
2006 (19 de janeiro) – É lançada a sonda estadunidense New Horizons, com a finalidade
principal de caracterizar globalmente a geologia e a morfologia de Plutão e de Caronte,
além de mapear as suas superfícies. Objetivos secundários são estudar a atmosfera neutra
de Plutão e a sua taxa de fuga; estudar as variações da superfície e da atmosfera de Plutão e
de Caronte ao longo do tempo; obter imagens de alta definição em estéreo de determinadas
áreas de Plutão e de Caronte, para caracterizar a sua atmosfera superior, a ionosfera; estudar
a composição das partículas energéticas do meio ambiente e a sua interação com o vento
solar; procurar pela existência de alguma atmosfera em torno de Caronte; caracterizar a
ação das partículas energéticas entre Plutão e Caronte; procurar por satélites ainda não
descobertos (além de estudar os já conhecidos) e por possíveis anéis que envolvam Plutão e
Caronte. A New Horizons carrega sete instrumentos científicos principais, bem como uma
pequena quantidade de cinzas de Clyde Tombaugh. A sonda sobrevoará Plutão e Caronte
em 14 de julho de 2015.
2006 (10 de março) – A sonda Mars Reconnaissance Orbiter entra com sucesso numa órbita
elíptica em torno de Marte.
2006 (13 de março) – A Nasa divulga resultados preliminares das análises do material
proveniente do cometa Wild 2 trazido à Terra pela Stardust. São encontrados vestígios de
temperaturas extremas, tanto baixas quanto elevadas. Os cometas revelam-se mais
complexos do que se pensava, não estando sua composição limitada a gelo, poeira e gás. Há
no Wild 2 elementos cuja formação requer altas temperaturas: cálcio, alumínio, titânio e
peridoto (rocha natural comum na areia de algumas praias, com elevada concentração de
ferro e de magnésio).
2006 (7 de abril) – São liberadas as primeiras imagens em cores de Marte obtidas pela Mars
Reconnaissance Orbiter. As fotos mostram crateras, falésias e dunas formadas pelo vento
no hemisfério sul de Marte. Segundo os cientistas da NASA, a diversidade dos acidentes
geográficos mostra a importância que a água, o vento e impactos de meteoros tiveram em
moldar a superfície do planeta.
2006 (11 de abril) – A Venus Express entra com sucesso na órbita venusiana. No dia
seguinte, o espectrômetro Virtis capta as primeiras imagens do polo sul do planeta. A 7 de
maio, tendo completado 16 voltas em torno de Vênus, a sonda atinge sua órbita operacional
definitiva.
2006 (11 de abril) – É lançado nos EUA um telescópio construído especialmente para
capturar possíveis sinais de luz transmitidos à Terra por extraterrestres. Financiado pela
Planetary Society, o equipamento é o primeiro a ser desenvolvido apenas para vasculhar o
céu à procura de luz emitida por alienígenas.
2006 (30 de abril) – O sistema de radar da Cassini detecta a região de Xanadu, em Titã,
descoberta em 1994 pelo telescópio Hubble, e constata que ela tem características
geológicas parecidas com as da Terra. No extremo oeste, há dunas escuras que se
transformam em um terreno cortado pelo que parecem ser redes fluviais, colinas e vales.
Esses canais fluem em direção a áreas mais escuras, que talvez sejam lagos.
2006 (5 de maio) – Um estudo publicado na revista Science afirma que em Titã existem
dunas semelhantes às dos desertos da Terra, com até 150m de altura e centenas de km de
extensão, não tendo sido possível, ainda, determinar de que material são compostas.
2006 (13 de junho) - A New Horizons passa a 101.867 km do asteroide 132524 APL e o
fotografa.
Diâmetro: 2,3 km.
2006 (22 de julho) – A Mars Express fotografa a formação rochosa da região marciana de
Cydonia, onde está localizado o famoso "rosto de Marte". As fotografias mostram uma
pequena elevação que sofreu erosão, ficando com um aspecto que lembra um rosto
humano. Contudo, a hipótese de se tratar de um rosto artificialmente esculpido perde por
completo o sentido.
2006 (15 de agosto) – A Voyager 1 chega a 100 unidades astronômicas (14,96 bilhões de
km) do Sol.
2006 (22 de agosto) – Uma resolução da UAI subdivide os então chamados planetas
menores em planetas anões e corpos pequenos do Sistema Solar (SMall Solar System
Bodies, SSSB, em inglês). Pela resolução, corpos pequenos do Sistema Solar são todos os
astros que giram em torno do Sol e que não são planetas, planetas anões ou satélites.
Portanto, pertencem a esta categoria asteroides, centauros, troianos, objetos transnetunianos
e cometas. Não está claro o status dos meteoroides, (menores corpos macroscópicos em
órbita solar) nem dos elementos microscópicos que orbitam o Sol, como poeira
interplanetária, partículas do vento solar e partículas de hidrogênio livre. A expressão
planetas menores pode continuar sendo usada, mas deve-se dar preferência à nova
nomenclatura.
2006 (23 de agosto) – A Nasa anuncia ser Orion o nome da série de veículos de exploração
tripulados projetados para substituir os ônibus espaciais e para transportar astronautas em
futuras missões à Lua.
2006 (24 de agosto) – A 26ª assembleia da UAI, reunida em Praga, na República Tcheca,
aprova pela primeira vez na história da astronomia uma definição para planeta. Segundo
essa definição, planeta é um corpo celeste que está na órbita de uma estrela, sem ser ele
mesmo uma estrela, que tem massa suficiente para que sua própria gravidade o molde numa
forma praticamente esférica e que tenha limpado os arredores de sua órbita. Com isso,
Plutão deixa de ser considerado um planeta, passando a ser incluído na categoria de objetos
criada na mesma assembleia e denominada de planetas anões. Ceres, até então considerado
asteroide, e 2003 UB313 (“Xena”, mais tarde Éris) também passam a ser classificados
como planetas anões.
2006 (30 de agosto) – A revista Nature publica quatro artigos nos quais astrônomos
afirmam ter acompanhado, pela primeira vez na história, a evolução de uma supernova em
todas as suas etapas. A explosão da supernova, batizada de "SN2006aj" e localizada na
constelação de Áries, a cerca de 440 milhões de anos-luz da Terra, tem início a 18 de
fevereiro de 2006.
2006 (setembro) – A sonda Cassini revela a ocorrência, nos polos de Titã, de chuva ou
nevascas de etano, substância que na Terra é um componente do gás natural.
2006 (1º de setembro) – A revista Science publica os primeiros dados obtidos pelo
impactador da sonda Deep Impact que, a 4 de julho de 2005, atingiu o cometa Tempel 1. Os
dados revelam que o cometa está envolvido por poeira, como uma fina camada de neve
fresca. De forma inesperada, o Tempel 1 dá sinais de ter tido uma atividade geológica no
passado, o que prova que o cometa não é, como havia proposto Fred Whipple em 1950,
uma massa de neve suja.
2006 (11 de setembro) – O ônibus espacial Atlantis, lançado no dia 9, acopla-se à ISS. Os
seis astronautas a bordo retomam a construção da ISS, interrompida desde a explosão do
Columbia, em fevereiro de 2003. O retorno ocorre em 21 de setembro.
2006 (12 de setembro) – A Mars Reconnaissance Orbiter entra em órbita circular em torno
de Marte, o que lhe permite iniciar seus estudos do planeta.
2006 (13 de setembro) – O Centro de Planetas Menores, organização oficial que coleta
dados sobre asteroides e cometas, passa a considerar o planeta anão Plutão como sendo o
asteroide 134340. Os satélites de Plutão, Caronte, Nix e Hydra, são considerados parte do
mesmo sistema, mas não ganham números próprios: apenas passam a ser identificados
como 134340 I, II e III, respectivamente.
2006 (14 de setembro) – A UAI anuncia que o planeta anão 2003 UB313, conhecido
popularmente como "Xena", passa a se chamar oficialmente Éris, nome da deusa grega da
discórdia e do conflito. Sua lua, apelidada "Gabrielle", passa a ter a denominação oficial de
Disnomia, o demônio do caos e da anarquia, que na mitologia é filha de Éris. Éris recebe
esse nome porque a sua descoberta lança a discórdia entre os astrônomos quanto à definição
de um planeta e causa, indiretamente, a descida de estatuto de Plutão de "planeta" para
"planeta-anão".
2006 (20 de setembro) – A Nasa anuncia a descoberta, feita pela Cassini, de um anel em
Saturno. As câmeras da sonda também revelam imagens de material gelado proveniente da
lua Encélado.
2006 (27 de setembro) – Uma equipe de médicos franceses, composta de três cirurgiões e
dois anestesistas, chefiada por Domenique Martin, realiza, a bordo de um Airbus A300 G-
Zero especialmente adaptado, a primeira cirurgia da história em condições de ausência total
de gravidade feita num ser humano. O paciente, Philippe Sanchot, um voluntário de 46
anos anestesiado em terra, tem um cisto sebáceo removido do antebraço. O objetivo da
experiência é desenvolver tecnologias que permitam realizar cirurgias em astronautas no
espaço, em missões futuras.
2006 (3 de outubro) – Os astrofísicos estadunidenses John C. Mather e George F. Smoot
são os ganhadores do Prêmio Nobel de Física por suas pesquisas sobre a radiação de fundo
das micro-ondas cósmicas e a origem do Universo.
2006 (6 de outubro) – São apresentadas imagens da cratera Victoria, em Marte, feitas pelo
robô Opportunity. Essas fotografias representam uma das mais ricas fontes de informação
geológica sobre o planeta, por conta das camadas de rocha aparentes na encosta da cratera.
2006 (8 de outubro) – Um pequeno meteorito cai sobre uma casa de campo em Troidorf,
norte da Alemanha, causando um incêndio que deixa um idoso de 77 anos ferido no rosto e
nas mãos.
2006 (11 de outubro) – Mais dois anéis de Saturno, descobertos pela Cassini, são
anunciados pela Nasa.
2006 (19 de outubro) – A revista britânica Nature publica um estudo, realizado por
astrônomos estadunidenses, contestando a existência de grandes quantidades de gelo no
polo sul da Lua, conforme havia sido deduzido a partir de dados coletados pela sonda
Clementine.
2006 (25 de outubro) – A Nasa lança a missão Stereo (Solar Terrestrial Relations
Observatories), formada por duas sondas, quase idênticas, cujo objetivo é estudar as
radiações produzidas pelas tempestades solares (mais especificamente, a origem, a
evolução e as consequências das explosões que ocorrem na coroa). Como as sondas estão
programadas para operar em órbitas opostas, pela primeira vez as medidas do Sol e dos
ventos solares são tomadas em três dimensões.
2006 (novembro) – Com base em dados obtidos em três sobrevoos da Cassini realizados em
2005, a Uhnião Astronômica Internacional dá nomes a mais 35 estruturas geológicas de
Encélado, também retirados de personagens elugares mencionados nas Mil e uma noites.
2006 (5 de novembro) – A Nasa perde contato com a Mars Global Surveyor, dois dias antes
do décimo aniversário do lançamento da sonda. Em órbita marciana desde setembro de
1997, a sonda é dada como perdida no dia 21 de setembro.
2006 (27 de novembro) – Uma equipe internacional de astrônomos anuncia, em Paris, ter
conseguido medir, pela primeira vez, o campo magnético de uma estrela ao redor da qual
gravita um dos cerca de 200 exoplanetas conhecidos. Situada a 50 anos-luz da Terra, a
estrela Tau Bootis tem um campo magnético de alguns gauss (unidade de medida de
indução magnética), apenas um pouco maior que o do sol, apesar de ter uma massa uma vez
e meia superior.
2006 (28 de novembro) - São liberadas as primeiras imagens de Plutão feitas pela New
Horizons. Devido à grande distância, são pouco nítidas.
2006 (dezembro) – Imagens captadas pelo satélite estadunidense Galex (Galaxy Evolution
Explorer) permitem a um grupo internacional de astrônomos assistir, pela primeira vez, "ao
vivo" a todas as etapas da agonia de uma estrela sugada por um buraco negro gigante,
localizado a 4 bilhões de anos-luz da Terra.
2006 (4 de dezembro) – A Nasa anuncia que a Mars Reconnaissance Orbiter fotografou três
sondas na superfície de Marte: a Spirit e as duas Vikings.
2006 (15 de dezembro) – A revista Science publica uma série de artigos, assinados por 183
astrônomos de diversos países, nos quais são colocadas em dúvida as teorias atualmente
aceitas acerca da origem do Sistema Solar. As amostras de poeira obtidas durante a
passagem da sonda Stardust pelo cometa Wild 2 e trazidas de volta à Terra demonstram,
contrariamente ao que se pensava, a existência nos cometas de minerais característicos das
regiões internas do Sistema Solar, indicando que, durante o processo de sua formação, deve
ter ocorrido interação entre os materiais das regiões interna e externa, o que não está de
acordo com as hipóteses formuladas até agora.
2007 (22 de janeiro) – A Índia torna-se o quarto país do mundo (depois de EUA, Rússia e
China) a trazer de volta, com sucesso, uma cápsula enviada ao espaço. O satélite, lançado
no dia 10 de janeiro, é dirigido, ao reentrar na atmosfera, para a Baía de Bengala, atingindo-
a a 36 km/h.
2007 (fevereiro) – O espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho a bordo da
Cassini obtém imagens de uma nuvem com cerca de 2.400 km de diâmetro sobre o polo
norte de Titã. É possível que essa formação esteja diretamente relacionada aos lagos
descobertos em janeiro na superfície do satélite.
2007 (3 de fevereiro) – A sonda Ulysses faz uma passagem inesperada por dentro da cauda
do cometa McNaught, a 250 milhões de km do núcleo.
2007 (17 de fevereiro) – A Nasa lança os cinco satélites que compõem a missão Themis,
cujo objetivo é investigar as auroras boreais. Themis (“Time History of Events and
Macroscale Interactions during Substorms”) é a sigla em inglês para "Histórico de Eventos
e Interações a Macroescala durante as Subtempestades", mas também o nome da deusa
grega da Justiça.
2007 (25 de fevereiro) - A sonda Rosetta chega a 250 km de Marte, estuda o campo
magnético do planeta, faz diversas imagens e utiliza a gravidade marciana para modificar
sua rota.
2007 (28 de fevereiro) – A New Horizons passa por Júpiter e obtém impulso gravitacional,
aumentando sua velocidade de 70.000 para 84.000 km/h. A aproximação máxima é de 2,3
milhões de km, e a sonda aproveita para fazer uma série de imagens do planeta, bem como
de suas principais luas. Nesta aproximação, a sonda observa relâmpagos nos polos
jovianos, O ciclo de vida das nuvens de amoníaco, aglomerados de rochas viajando através
dos fracos anéis que rodeiam o planeta, a estrutura dentro das erupções vulcânicas em Io e a
passagem de partículas carregadas, nunca estudadas antes, ao longo da cauda magnética de
Júpiter.
2007 (7 de março) – A Câmara dos Deputados do Novo México aprova uma resolução em
homenagem a Clyde Tombaugh, que por décadas morou neste Estado, a qual declara que
Plutão será sempre considerado planeta quando estiver sobre os céus do Novo México e
que 7 de março de 2007 deve ser considerado Dia do Planeta Plutão.
Em 2009, o Senado do Illinois aprova uma resolução semelhante, sob o argumento de que
aquele Estado estadunidense é a terra natal de Tombaugh.
2007 (26 de março) – Horst Bredekamp e William R. Shea apresentam em Pádua, Itália,
cinco páginas contendo desenhos da Lua feitos por Galileu Galilei, recentemente
descobertos e originalmente incluídos numa edição do "Sidereus Nuncius", obra publicada
em Veneza, em 1610.
2007 (abril) – São divulgados resultados de observações feitas pelo Akari, destacando-se o
estudo da evolução do material do meio interestelar através do ciclo de vida das estrelas, a
primeira detecção no infravermelho de um remanescente de supernova na Pequena Nuvem
de Magalhães, a confirmação de uma taxa elevada de perda de massa em estrelas gigantes
vermelhas jovens, o estudo do material à volta de um buraco negro no centro do núcleo
ativo de uma galáxia distante e uma visão da formação de galáxias ao longo da história do
Universo.
2007 (10 de abril) – O astrônomo estadunidense Travis Barman anuncia a detecção, pela
primeira vez na história, de vestígios de água na atmosfera de um planeta extrassolar, o
HD209458b, conhecido extraoficialmente como Osíris. Localizado na constelação de
Pégaso, a 154 anos-luz da Terra, este planeta, descoberto em 5 de novembro de 1999, orbita
a sua estrela em 3,525 dias, à distância média de 6,7 milhões de km.
2007 (12 de abril) – Um boletim da Nasa comunica a primeira observação, feita pelo
Chandra, do eclipse de um grande buraco negro por uma nuvem de gás incandescente. O
fenômeno, ocorrido na galáxia NGC 1365, a cerca de 60 milhões de anos-luz da Terra,
permite aos astrônomos estudar com maior profundidade os buracos negros super-
massivos.
2007 (13 de abril) – Scott S. Sheppard, David C. Jewitt, Jan Kleyna e Brian G. Marsden
(1937-2010) descobrem Tarqeq, 57º satélite conhecido de Saturno.
Diâmetro: 7 km; período orbital: 894,86 dias; distãncia média ao planeta: 17,9 milhões de
km; massa: desconhecida; densidade: desconhecida.
2007 (23 de abril) – Liberadas as primeiras imagens tridimencionais do Sol, obtidas pelas
sondas Stereo.
2007 (24 de abril) – Cientistas suíços, franceses e portugueses, liderados por Stephen Udry,
do Observatório de Genebra, divulgam a descoberta do primeiro planeta extrassolar com
temperaturas similares às da Terra e capacidade de armazenar água, potencialmente
habitável, localizado na constelação de Libra e girando em torno da anã vermelha Gliese
581, a 20,3 anos-luz (192 trilhões de km) da Terra. Com 1,5 raio terrestre de diâmetro e
massa 5 vezes maior que a da Terra, é o menor exoplaneta descoberto até o momento
(recorde quebrado em abril de 2009) e completa uma órbita ao redor de sua estrela, à
distância média de 11 milhões de km, em treze dias, tendo recebido o nome de Gliese 581c.
O nome da estrela central desse sistema planetário deve-se ao astrônomo alemão Wilhelm
Gliese (1915-1993), conhecido pelo Catálogo das Estrelas Próximas, originalmente
publicado em 1957.
2007 (1º de maio) – São anunciadas mais duas luas de Saturno, cujo número sobe para 59
As denominações provisórias são S/2007 S 1 e S/2007 S 2..
2007 (3 de maio) – É anunciada a detecção, feita pelo Spirit, de traços de uma erupção
vulcânica nas proximidades da planície Home Plate, em Marte. Segundo a Nasa, é a
primeira vez que se identifica naquele planeta, com alto grau de certeza, um depósito de
sedimentos provenientes de uma explosão vulcânica.
2007 (3 de maio) – O CNES anuncia a descoberta do primeiro exoplaneta feita pelo Corot.
Batizado de CoRoT-Exo-1b, o astro está a mais de 1.500 anos-luz da Terra e orbita uma
anã semelhante ao Sol. De temperatura elevada, tem diâmetro entre 200.000 e 250.000 km
e massa 1,3 vez superior à de Júpiter.
2007 (9 de maio) – O JPL informa que, com base em dados fornecidos pelo Spitzer,
astrônomos estadunidenses conseguem estabelecer, de forma inédita, o clima reinante em
dois exoplanetas: o HD189733b, localizado a 60 anos-luz da Terra, atingido por fortes
ventos (9.600 km/h), e o HF149026b, distante 279 anos-luz, o mais quente já encontrado
(mais de 2.000°C).
2007 (5 de junho) – Em sua viagem para Mercúrio, a sonda Messenger sobrevoa Vênus,
aproveitando a ocasião para testar instrumentos e efetuar medições das nuvens do planeta.
2007 (14 de junho) – Uma equipe de astrônomos estadunidenses, liderada por Mike Brown,
anuncia que Éris tem massa 27% superior à de Plutão. Isso faz de Éris o maior objeto
encontrado no Sistema Solar desde a descoberta de Netuno, em 1846.
2007 (16 de junho) – A estadunidense Sunita Williams torna-se a mulher com mais tempo
de permanência contínua no espaço. Ao iniciar a volta para a Terra a bordo do Atlantis, três
dias depois, completa 191 dias na ISS.
2007 (11 de julho) – Um estudo publicado na revista Nature afirma que uma equipe
internacional de astrônomos, utilizando imagens do Spitzer, detecta, pela primeira vez,
água (na forma de vapor, em grandes quantidades) na atmosfera de um exoplaneta, o HD
189733b, localizado na constelação da Pequena Raposa e distante 63 anos-luz da Terra.
2007 (6 de agosto) – A Nasa anuncia a detecção, feita pelo Spitzer, de uma das maiores
colisões cósmicas já registradas. Trata-se da fusão de quatro galáxias de um grupo chamado
CL 0958 4702, situado a quase 5 bilhões de anos luz da Terra. O resultado previsto dessa
colisão é a formação de uma única galáxia, com massa 10 vezes superior à da Via Láctea.
2007 (15 de agosto) – A Nasa divulga a descoberta, feita pelo Galex, de um longo rastro, de
13 anos-luz de diâmetro, semelhante à cauda de um cometa, deixado pela estrela Mira, da
constelação de Cetus. É a primeira vez que se observa um rastro desse tipo vinculado a uma
estrela.
2007 (29 de agosto) – A Nasa divulga imagens, feitas pelo Spitzer, que registram o
surgimento do sistema estelar NGC 1333-IRAS 4B, localizado na constelação de Perseu e
distante 1.000 anos-luz da Terra, onde foi encontrado vapor de água suficiente para encher
cinco vezes os oceanos terrestres. Segundo a Agência espacial estadunidense, trata-se da
primeira visão direta da forma como a água, elemento crucial na formação de vida, começa
a fazer parte dos planetas, inclusive os rochosos como a Terra.
2007 (14 de setembro) – É lançada a primeira sonda lunar japonesa, denominada Kaguya
(ou Selene – Selenological Engineering Explorer, em inglês). O objetivo da missão é
recopilar informação sobre a origem e composição da Lua, além de estudar a eventual
possibilidade de uma base humana permanente. A nave carrega 14 instrumentos científicos
destinados a colher informação sobre a superfície lunar, como composição mineral,
estrutura e geografia, além de obter dados sobre o campo gravitacional e os vestígios do
campo magnético. Programada para orbitar a Lua a uma altitude de 100 km, a sonda
transporta dois pequenos satélites, Relay e VRAD, que têm por finalidade, uma vez
separados da nave, observar a superfície lunar de diferentes órbitas elípticas. O nome
Kaguya refere-se a uma princesa lunar, personagem de um conto infantil japonês.
2007 (18 de setembro) – O JPL informa a descoberta, feita por um grupo internacional de
astrônomos, de que o polo sul de Netuno é a região mais quente do planeta. Devido ao
longo período de translação de Netuno (165 anos terrestres), as regiões polares recebem luz
solar de modo contínuo durante 82 anos, sendo possível que, dentro de aproximadamente
oitenta anos, haja uma inversão térmica, passando o polo norte à condição de zona mais
quente.
2007 (21 de setembro) – A Nasa informa a descoberta, feita pela Mars Odyssey, de
evidências do que parecem ser sete cavernas, com diâmetros entre 100 e 250m, na encosta
do vulcão Arsia Mons, em Marte. Chamadas pelos cientistas de "sete irmãs", essas
estruturas constituem as primeiras entradas para regiões interiores de outro corpo celeste
encontradas até o momento.
2007 (27 de setembro) – É lançada a sonda estadunidense Dawn (Alvorada), com destino
ao asteroide Vesta e ao planeta anão Ceres. O principal objetivo da missão é procurar por
indícios acerca da origem do Sistema Solar, bem como comparar os elementos constituintes
de Vesta e de Ceres com os formadores dos planetas terrestres. Primeira nave programada
para viajar a dois corpos celestes diferentes e orbitá-los, a Dawn usa um novo sistema de
propulsão: Em vez de foguetes propulsores que queimam combustíveis químicos, emprega
um trio de motores elétricos a energia solar, que ionizam e expelem gás xenônio, o que
deixa um rastro azul cintilante e proporciona grande economia de combustível. A Dawn
orbitará Vesta de setembro de 2011 a abril de 2012, seguindo então para Ceres, em cuja
órbita permanecerá de fevereiro a julho de 2015.
2007 (5 de outubro) – A sonda japonesa Selene entra com sucesso na órbita da Lua.
2007 (17 de outubro) – Um artigo publicado pela revista Nature informa a descoberta, feita
por uma equipe internacional de astrônomos coordenada pelo estadunidense Jerome Orosz,
de um buraco negro com 15,7 massas solares, localizado na galáxia do Triângulo (M33), a
3 milhões de anos-luz da Terra. O achado é significativo, pois trata-se do maior buraco
negro já observado junto a uma estrela de grande massa e o primeiro conhecido num
sistema binário eclipsante.
2007 (18 de outubro) – É desativado, após oito anos de vida útil, o observatório orbital
FUSE (Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer), lançado em junho de 1999.
2007 (24 de outubro) – É lançada a Chang’E 1, primeira sonda lunar da China, que parte da
base de Xichang, na província de Sichuan, no sudoeste do país. Os objetivos da missão são
analisar a poeira da Lua e a distribuição dos elementos na superfície do satélite, além de
tirar fotografias em três dimensões. Este é o primeiro lançamento do programa espacial
chinês aberto ao público, sendo presenciado por mais de 2.000 espectadores. Chang’E é, na
mitologia chinesa, uma deusa que viajou à Lua e habita nela.
2007 (30 de outubro) – A Nasa divulga a descoberta, feita por uma equipe de astrônomos
liderada pela estadunidense Andrea Prestwich, do maior buraco negro já observado, com
massa entre 24 e 33 vezes a do Sol, localizado na galáxia IC 10, a cerca de 1,8 milhão de
anos-luz da Terra.
2007 (31 de outubro) – Um estudo publicado na revista Nature e dirigido por Antonio
Chrysostomou, da Universidade de Hertfordshire (Reino Unido), demonstra que o campo
magnético das estrelas que começam a se formar tem uma estrutura helicoidal.
2007 (5 de novembro) – A sonda chinesa Chang’E 1 entra com sucesso na órbita da Lua.
2007 (8 de novembro) – Um estudo realizado por 370 cientistas de 17 países (entre eles o
Brasil) e publicado na revista Science sustenta que os raios cósmicos, partículas com
grande concentração de energia e que se deslocam a velocidades próximas à da luz,
atingindo a Terra continuamente, são provavelmente originados de buracos negros gigantes
situados em galáxias vizinhas à Via Láctea. A origem desses raios é alvo de investigação há
décadas, e a compreensão de sua natureza, bem como dos mecanismos que determinam sua
aceleração, pode fornecer aos cientistas pistas na busca de explicação para a origem do
Universo.
2007 (13 de novembro) - A sonda Rosetta sobrevoa a Terra pela segunda vez. Cinco dias
antes, durante a aproximação, é confundida com um asteroide e chega a receber a
designação provisória 2007 VN84, cancelada assim que o equívoco é constatado..
2007 (7 de dezembro) – A revista Science publica, numa seção especial, dez artigos
contendo os primeiros resultados da missão da sonda japonesa Hinode. Destaca-se a
observação das ondas Alfvén, as quais, juntamente com a liberação de energia que ocorre
quando as linhas de campos magnéticos se cruzam e se reconectam, fornecem explicação
para as elevadas temperaturas da coroa solar relativamente à superfície. Ademais, são
observados diversos tipos de jatos de matéria em alta velocidade, provenientes das erupções
solares, que estão na origem do vento solar.
2007 (13 de dezembro) – Um estudo realizado por uma equipe internacional de astrônomos
liderada por Daniela Carollo, e publicado na revista Nature, conclui que a Via Láctea não é
composta por um único halo, mas por dois, que se movimentam em sentidos contrários e
têm velocidades, composições e histórias diferentes.
2007 (20 de dezembro) – Acolhendo uma proposição da Itália, a ONU declara 2009 Ano
Internacional da Astronomia, em comemoração aos 400 anos do primeiro uso astronômico
de um telescópio, por Galileu Galilei.
2008 (3 de janeiro) – De acordo com estudo publicado na revista Nature, uma equipe de
astrônomos do Instituto Max Planck de Astronomia, localizado em Heidelberg, Alemanha,
observa, pela primeira vez, a formação de um planeta no interior do disco de poeira e de
gás que envolve uma estrela jovem. Com massa 10 vezes superior à de Júpiter, o planeta
dista 6 milhões de km da sua estrela, TW Hydrae, localizada na constelação de Hidra, ao
redor da qual gira em 3,56 dias. Essa descoberta implica a necessidade de revisão das
teorias sobre o tempo de formação dos planetas.
2008 (14 de janeiro) – A sonda Messenger sobrevoa Mercúrio pela primeira vez, à distância
de 200 km, tornando-se a segunda espaçonave (depois da Mariner 10) a passar por aquele
planeta. São feitas as primeiras imagens do hemisfério "oculto" de Mercúrio, ou seja, do
lado do planeta não fotografado pela Mariner 10 na década de 1970. As 1.213 imagens
obtidas pela Messenger neste primeiro sobrevoo permitem concluir que Mercúrio é menos
parecido com a Lua do que se pensava. Entre os acidentes geográficos descobertos,
destaca-se uma estrutura batizada de "Aranha", formada por mais de uma centena de
saliências com uma cratera de 40 km de diâmetro no núcleo, diferente de qualquer forma de
relevo jamais observada em Mercúrio ou Na Lua. As imagens são liberadas pela Nasa em
30 de janeiro.
2008 (4 de fevereiro) – A Nasa transmite ao espaço, como parte das comemorações do seu
50º aniversário, a canção "Across the Universe", dos Beatles, composta por John Lennon
(1940-1980) e Paul McCartney. Os sinais, viajando à velocidade da luz, levarão 430 anos
para chegar a seu destino, a Estrela Polar.
2008 (13 de fevereiro) – A Nasa informa que observações da Cassini revelam a existência,
em Titã, de reservas de hidrocarbonetos superiores a todas as de petróleo e gás natural
conhecidas na Terra. Segundo cientistas do Laboratório de Físicas Aplicadas da
Universidade de Johns Hopkins, esses hidrocarbonetos caem do céu e formam grandes
depósitos em forma de lagos e dunas. A temperatura média em Titã é de -179°C e, em vez
de água, sua superfície está coberta por hidrocarbonetos na forma de metano e etano. Além
disso, suas dunas contêm um volume de materiais orgânicos centenas de vezes maior que as
reservas terrestres de carvão.
2008 (15 de fevereiro) – Uma equipe de 70 cientistas de 11 países, liderada por Scott
Gaudi, da Universidade do Estado de Ohio, publica na revista Science a descoberta de um
sistema planetário que, em escala reduzida, é semelhante ao nosso. Trata-se de dois
planetas parecidos com Júpiter e Saturno, orbitando uma estrela distante cerca de 5.000
anos-luz. Esta é a primeira vez que um planeta com massa similar à de Júpiter é detectado
junto com planetas adicionais.
2008 (19 de fevereiro) – A Mars Reconnaissance Orbiter detecta, pela primeira vez,
avalanches de pó e gelo no polo norte de Marte. A informação é divulgada pela Nasa em 3
de março.
2008 (29 de fevereiro) – Um estudo publicado na revista Geology e liderado por Jon
Pelletier, da Universidade do Arizona, afirma não estar correta a tese, surgida em 2006 a
partir de imagens feitas pela Mars Global Surveyor, de que Marte poderia ter tido água
líquida em sua superfície nos últimos dez anos. De acordo com o estudo, novas imagens e
simulações computadorizadas indicam fortemente que um deslizamento de areia e cascalho
é a explicação mais provável para os depósitos brilhantes em valas, considerados
ultimamente como provas da existência de água nesses lugares.
2008 (7 de março) – A revista Science publica fotografias, tiradas em 2005 pela Cassini,
nas quais aparece um disco de escombros em torno de Reia, satélite de Saturno, podendo
tratar-se de anéis. Se essa hipótese for confirmada, Reia é a primeira lua do Sistema Solar
em torno da qual anéis são descobertos.
2008 (9 de março) – A ESA lança o Júlio Verne, primeiro cargueiro espacial europeu, cuja
tarefa é abastecer a ISS com alimentos, combustível e outras cargas. Trata-se de um veículo
automatizado e descartável: está concebido para, após permanecer por seis meses acoplado
à ISS, ser enviado de volta com lixo e carga já inútil para a Estação, queimando em sua
reentrada na atmosfera. A acoplagem ocorre em 4 de abril.
2008 (20 de março) – Um estudo liderado por Mark Swain e publicado na revista Nature
anuncia a detecção, feita pelo telescópio Hubble, da primeira molécula orgânica (de
metano) na atmosfera de um exoplaneta, o HD189733b, distante 63 anos-luz e situado na
constelação da Pequena Raposa.
2008 (15 de abril) – A Nasa anuncia a prorrogação, por mais dois anos, da missão da sonda
Cassini, originalmente programada para terminar em 30 de junho de 2008.
2008 (16 de abril) – Peggy Whitson, comandante da ISS, marca um novo recorde de
permanência acumulada no espaço para um astronauta americano, com 374 dias. O recorde
anterior pertencia a Michael Foale. O retorno à Terra ocorre no dia 19 de abril.
2008 (maio) - A ESA anuncia a descoberta, feita pelo Corot, de um objeto celeste ainda não
classificado, que parece ser algo entre uma anã marrom e um planeta. Denominado
COROT-Exo-3b, o astro é ligeiramente menor que Júpiter e tem 20 vezes a massa daquele
planeta, o que resulta em uma densidade duas vezes superior à da platina. Leva quatro dias
e seis horas para orbitar sua estrela, a qual é um pouco maior do que o Sol. Cientistas
acreditam que podem ter encontrado, com a detecção do COROT-exo-3b, o elo que faltava
entre estrelas e planetas.
2008 (21 de maio) – Um estudo publicado na revista Nature informa que cientistas da
Universidade de Princeton liderados por Alicia Soderberg, utilizando o telescópio Swift,
captam, pela primeira vez, o momento exato do nascimento de uma supernova, localizada a
90 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Lince.
2008 (25 de maio) – A sonda Phoenix torna-se a primeira a pousar numa região próxima ao
polo norte de Marte, após uma viagem de aproximadamente 680 milhões de km. As
primeiras 50 imagens são transmitidas duas horas depois do pouso, revelando uma região
inexplorada do planeta.
2008 (8 de junho) - A New Horizons cruza a órbita de Saturno. A órbita de Urano será
alcançada em 18 de março de 2011, e a de Netuno, em 1º de agosto de 2014.
2008 (11 de junho) – É lançado pela Nasa o telescópio Glast (do inglês "Gamma-Ray Large
Area Space Telescope", ou "grande telescópio espacial de raios gama"), cujo objetivo é
buscar indícios que expliquem os mecanismos de aceleração nos pulsares, os vestígios de
supernovas e os núcleos ativos das galáxias. O Glast é o sucessor do Observatório de Raios
Gama Compton, lançado em 1991 e desativado em 2000. Posteriormente (26 de agosto),
este telescópio é renomeado para Fermi, em homenagem ao italiano Enrico Fermi
(1901-1954), pioneiro no estudo da física de alta energia.
2008 (11 de junho) – A UAI anuncia a decisão, tomada por seu Comitê Executivo reunido
em Oslo (Noruega) de adotar o nome plutoide para os astros com características
semelhantes às de Plutão. Pela definição adotada, plutoides são corpos celestes que orbitam
o Sol além de Netuno, têm forma esférica e não varreram objetos menores de suas órbitas.
Plutoides são, portanto, planetas anões transnetunianos. Plutão e Éris se encaixam nesta
categoria, não acontecendo o mesmo com Ceres.
2008 (20 de junho) – A Nasa anuncia a descoberta de gelo em Marte, feita pela Phoenix.
2008 (26 de junho) – Três artigos publicados na Nature anunciam terem sido encontradas
evidências de que a grande planície lisa que cobre 40% da superfície de Marte, localizada
no hemisfério norte do planeta, é uma grande cratera, formada por um impacto com a força
de 10 bilhões de bombas de hidrogênio. Trata-se da maior cratera do Sistema Solar, uma
elipse com 10.500 km de comprimento e 8.500 km de largura (maior do que Ásia, Europa e
Oceania juntas), formada a partir da colisão de um objeto com diâmetro estimado de 2.000
km.
2008 (julho) – Pequenas quantidades de água são encontradas dentro de rochas lunares de
origem vulcânica trazidas pela Apollo 15.
2008 (1º de julho) – É divulgada a informação de que o SOHO (Solar and Heliospheric
Observatory) atinge uma marca histórica, com a descoberta de seu cometa de número
1.500, o que representa quase a metade dos 3.300 cometas observados até a presente data.
2008 (3 de julho) – A partir de dados enviados pela Voyager 2, cientistas liderados por
Linghua Wang, da Universidade da Califórnia, publicam na revista Nature um artigo em
que afirmam não ser a forma do Sistema Solar arredondada, como se pensava, mas sim
assimétrica, pois é amassado pelo campo magnético interestelar. A heliosfera, bolha
formada pelo vento solar e que se estende além de Plutão, é empurrada de volta em direção
ao Sol pelo campo magnético interestelar, o que faz com que se deforme.
2008 (15 de julho) – Makemake torna-se oficialmente o quarto planeta anão do Sistema
Solar (depois de Ceres, Plutão e Éris). Descoberto em 31 de março de 2005 e conhecido
como 2005 FY9 ou "Coelhinho da Páscoa", esse objeto localiza-se no cinturão de Kuiper e
não possui satélites conhecidos. Makemake é o nome do criador mítico da humanidade
segundo os rapanui, nativos da ilha de Páscoa. Diâmetro estimado: entre 1.300 e 1.900 km;
período orbital: 113.183 dias (309,88 anos); distância média ao Sol: 6,850 bilhões de km
(varia entre 5,760 e 7,940 bilhões de km.
2008 (24 de julho) – A Nasa informa ter desvendado, graças a dados fornecidos pela missão
Themis, o mecanismo pelo qual se formam as auroras polares (boreais e austrais). Segundo
os cientistas da Agência, explosões de energia magnética, que ocorrem a um terço da
distância Terra-Lua, são responsáveis por esses fenômenos luminosos, de cores vivas, com
predominância do verde, e que se produzem nas regiões próximas aos polos. Um processo
de "reconexão" entre as cordas magnéticas gigantes que unem a Terra ao Sol e que
armazenam a energia dos ventos solares provoca essas tempestades de luzes polares. "A
reconexão magnética permite liberar a energia armazenada nessas cordas, dispersando
partículas eletrificadas para a atmosfera terrestre".
2008 (30 de julho) – Cientistas da Nasa confirmam a existência de etano líquido num dos
lagos de Titã descobertos pela Cassini. Isso faz de Titã o primeiro corpo do Sistema Solar,
excluída a Terra, em que é encontrado líquido na superfície.
2008 (11 de agosto) – O telescópio Hubble completa 100 mil órbitas em torno da Terra.
2008 (11 de agosto) – A sonda Cassini localiza pontos dos quais surgem jatos de gelo na
superfície da lua Encélado de Saturno. Os gêiseres emanam de fendas com 300m de
profundidade, e em suas encostas há grandes depósitos de um material fino e blocos de gelo
que podem ser de vários metros, até do tamanho de uma casa.
2008 (25 de agosto) A ESA anuncia a descoberta, feita pelo observatório astronômico
europeu XMM-Newton, do maior grupo de galáxias jamais visto, uma descoberta que pode
confirmar a existência da energia escura, supostamente responsável pela aceleração da
expansão do Universo. O grupo, batizado de 2XMM J083026+524133, tem massa mil
vezes superior à da Via Láctea e localiza-se a 7,7 bilhões de anos-luz da Terra.
2008 (10 de setembro) – Entra em funcionamento, para testes, o Grande Colisor de Hádrons
(LHC – Large Hadron Collider, na sigla em inglês), o maior acelerador de partículas do
mundo, localizado no CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), na cidade
suíça de Meyrin, na fronteira com a França. Com forma circular e perímetro de 27 km, o
LHC é o mais poderoso e complexo instrumento científico já construído e tem como
objetivo recriar, mediante colisões induzidas de partículas, as condições que existiam no
Universo imediatamente após o Big Bang. Espera-se confirmar a existência do bóson de
Higgs, única partícula elementar do modelo padrão atualmente aceito pela Física ainda não
observada, mas que representa a chave para explicar a origem da massa das demais
partículas elementares, prevista (1964) pelo físico teórico britânico Peter Higgs.
2008 (27 de setembro) – Zhai Zhigang torna-se o primeiro chinês a realizar uma caminhada
espacial. O passeio dura aproximadamente 15 minutos, e a China é o terceiro país (depois
de URSS e EUA) a realizar uma atividade extraveicular no espaço.
2008 (29 de setembro) – A Nasa divulga a detecção, pela Phoenix, de neve nas nuvens
marcianas, a cerca de 4 km de altitude. Entretanto, os flocos evaporam antes de chegar à
superfície.
2008 (29 de setembro) - O cargueiro espacial Júlio Verne reingressa na atmosfera terrestre
e se desintegra, conforme previsto. O processo de desintegração é completado a 75 km de
altitude, e destroços do cargueiro caem no oceano Pacífico. O êxito do Júlio Verne marca o
início de uma nova etapa no transporte de carga entre a Terra e a ISS.
2008 (6 de outubro) - A Messenger sobrevoa Mercúrio pela segunda vez, passa a 201 km
do equador e fotografa regiões ainda inexploradas do planeta.
2008 (21 de outubro) - Apesar de estar temporariamente parado devido a uma pane
(ocorrida em 19 de setembro), o LHC é oficialmente inaugurado.
2008 (22 de outubro) - É lançada a Chandrayaan 1, primeira missão lunar da Índia, com
duração prevista de dois anos. Entre os objetivos da sonda estão: examinar a distribuição
mineral e química do satélite natural da Terra e criar um atlas dimensional da superfície;
procurar por gelo nos dois polos da Lua; detectar hélio-3, bastante raro na Terra e que
poderia ser usado como combustível para alimentar reatores de fusão nuclear; mapear a
abundância de elementos na crosta lunar para ajudar a responder a questões importantes
sobre a origem e a evolução do satélite. Há onze instrumentos a bordo, entre os quais uma
sonda de 30 quilos, programada para chegar ao solo e examinar a superfície e a atmosfera
lunares. Chandrayaan significa "nave lunar" em sânscrito.
2008 (24 de outubro) - Um grupo internacional de cientistas liderados por Eric Michel
publica na Science importantes observações feitas a partir de dados fornecidos pelo Corot.
Pela primeira vez são detectados, em estrelas fora do Sistema Solar, fenômenos de
oscilação e granulação semelhantes aos que ocorrem no Sol. As oscilações (sismos),
produzidas pelo movimento do plasma que constitui o interior estelar, geram e propagam
ondas ressonantes, que provocam alterações periódicas de diversas propriedades que
caracterizam a estrela e refletem o que se passa além da superfície.. As granulações são
reflexos dos movimentos convectivos no interior do plasma, que também fornecem pistas
sobre a natureza do campo magnético da estrela e sobre o comportamento de seu interior. A
fotosfera solar apresenta grânulos brilhantes rodeados por contornos mais escuros, com
cerca de 700 km de diâmetro. As estrelas estudadas pelo Corot são HD49933, HD181420 e
HD181906.
2008 (10 de novembro) - A NASA dá por encerrada a missão da Phoenix, após oito dias
sem comunicação com a nave.
2008 (13 de novembro) – Uma equipe internacional de astrônomos, liderada por Christian
Marois, do Instituto Herzberg de Astrofísica do Conselho Nacional de Pesquisas do
Canadá, anuncia as primeiras imagens diretas (em infravermelho) de um sistema múltiplo
de exoplanetas. Trata-se de três planetas orbitando a estrela
HR 8799, distante 130 anos-luz e localizada na constelação de Pégaso.
2008 (16 de novembro) - O Endeavour (STS-126), lançado no dia 14, acopla-se à ISS para
dar início a reformas destinadas a permitir, a partir de 2009, que a tripulação do complexo
passe de três para seis astronautas. O ônibus espacial transporta mais dois dormitórios,
novas instalações para exercícios físicos, a primeira geladeira da estação, um segundo
banheiro e um aparelho para reciclar urina e transformá-la em água para consumo geral,
inclusive para beber. O aparelho tem capacidade de reciclar 6,8t de água potável por ano. A
tripulação do Endeavour é formada por Christopher Ferguson - Comandante -, Eric Boe –
Piloto -, Stephen Bowen, Heidemarie Stefanyshyn-Piper, Donald Pettit, Robert Kimbrough,
Sandra Magnus (levada para a ISS) e Gregory Chamitoff (trazido da ISS).
O retorno ocorre em 30 de novembro.
2008 (dezembro) – A NASA testa com sucesso a primeira rede de comunicação espacial
baseada na tecnologia da Internet. Por meio de um sistema chamado de Rede Tolerante a
Interrupções (DTN, na sigla em inglês), cientistas conseguem receber imagens da sonda
Epoxi (situada a 33 milhões de km da Terra) e enviar arquivos de volta. É o início da
Internet interplanetária.
2008 (2 de dezembro - É divulgada a informação de que uma equipe liderada por Giovanna
Tinetti, da University College London, no Reino Unido, descobre, pela primeira vez,
dióxido de carbono na atmosfera de um exoplaneta, o HD 189733b, em cuja atmosfera já
havia sido descoberto (2007) vapor de água em grande quantidade.
2008 (18 de dezembro) – Cientistas liderados por Violette Impellizzeri, do Instituto Max
Planck de Radioastronomia, publicam na revista Nature um artigo relatando a descoberta,
feita com o auxílio do radiotelescópio Effelsberg, localizado na Alemanha, de água no
quasar MG J0414+0534, distante 11,1 bilhões de anos-luz da Terra. Isso significa que já
existia água mais de 6 bilhões de anos antes do surgimento do Sistema Solar e 2,6 bilhões
de anos depois do Big Bang.
2009 (29 de janeiro) – Uma equipe de cientistas liderada por Gregory Laughlin, da
Universidade da Califórnia, emsSanta Cruz, publica na revista Nature a primeira
observação de mudança climática num planeta fora do Sistema Solar. O HD 80606b,
localizado na constelação da Ursa Maior e distante 190 anos-luz, tem massa quatro vezes
superior à de Júpiter e gira em torno de sua estrela em 111 dias. Quando atinge o periastro
(ponto de maior aproximação da estrela), a temperatura passa, em apenas 6h, de 525°c para
1.225°C, provocando ondas de choque na superfície possíveis de ser detectadas pelos
astrônomos.
2009 (3 de fevereiro) – O Irã coloca em órbita o seu primeiro satélite de fabricação própria,
denominado Omid (esperança). O evento marca o aniversário da Revolução Islâmica de
1979.
2009 (13 de fevereiro) – Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo japonês
Hiroshi Araki, do Observatório astronômico nacional do Japão, publica na revista Science
um artigo descrevendo o mapa lunar mais detalhado já elaborado até esta data, com
precisão de 15 km, obtido com o altímetro a laser a bordo da sonda Selene, o primeiro que
vai do polo norte ao polo sul do satélite, englobando tanto a face visível quanto o lado o
culto da Lua. O ponto mais alto fica a 11.000m de altitude, na bacia de Dririchlet-Jackson,
perto do equador, enquanto o ponto mais baixo fica no fundo da cratera Antoniadi, perto do
polo sul, a uma profundidade de 9 km. O mapa também revela que a Lua tem pouca água e
mostra crateras jamais detectadas nos polos.
Um mapa ainda mais detalhado, feito pela Lunar Reconnaissance Orbiter, começa a ser
divulgado em dezembro de 2010.
2009 (15 de fevereiro) – Ocorre, no Vaticano, uma missa em homenagem a Galileu Galilei,
celebrada pelo arcebispo Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a
Cultura. Com isso, a Santa Sé torna pública a aceitação do legado do cientista dentro da
doutrina católica.
2009 (17 de fevereiro) – A sonda Dawn sobrevoa Marte para assistência gravitacional, à
distância mínima de 549 km, e fotografa uma região do noroeste do planeta com 55 km de
diâmetro, na qual podem ser vstas formações rochosas repletas de crateras e cercadas de
névoa.
2009 (17 de fevereiro) – Um estudo publicado na revista Science revela a detecção, feita
em 16 de setembro de 2008 pelo telescópio Fermi, da mais poderosa explosão de raios
gama jamais observada, com potência equivalente à de 9 mil supernovas explodindo
simultaneamente, batizada de GRB 080916C, localizada na constelação de Carina e
ocorrida a 12,2 bilhões de anos-luz da Terra.
2009 (março) – Dom Gianfranco Ravasi apresenta o livro Galileu e o Vaticano, que
oferece, segundo suas palavras, “um julgamento objetivo por parte dos historiadores” para
compreender a relação entre este astrônomo e a Igreja.
2009 (1º de março) – Termina, dezesseis meses depois da entrada em órbita, a missão da
sonda chinesa Chang’e 1, que é intencionalmente levada a se chocar contra a superfície
lunar.
2009 (26 de março) – Um artigo publicado na revista Nature, cujo principal autor é Peter
Jenniskens, do Instituto Seti, na Califórnia, revela a recuperação de 47 fragmentos, do
tamanho de punhos ou ainda menores, do 2008 TC3 (com massa total de 4 kg, primeiro
asteroide a ser identificado ainda no espaço, antes de se desintegrar na atmosfera. A
desintegração ocorreu em 7 de outubro de 2008, 37 km acima do deserto da Núbia, no norte
do Sudão. Posteriormente à publicação deste artigo, novos fragmentos são encontrados,
chegando-se a recolher 280 deles.
2009 (28 de março) – o americano de origem húngara Charles Simonyi chega à ISS e se
torna o primeiro homem a viajar duas vezes ao espaço na condição de turista )a primeira
vez havia sido em abril de 2007). Ele retorna à Terra em 8 de abril, a bordo da Soyuz
TMA-13.
2009 (31 de março) – Seis voluntários, todos homens (quatro russos, um francês e um
alemão) dão início à parte prática do projeto Mars 500, da Roskosmos e da ESA, cujo
objetivo é trancá-los num contêiner de metal (em Moscou) por 105 dias, numa primeira
simulação de viagem a Marte. A experiência pretende analisar as dificuldades psicológicas
do isolamento prolongado. Os voluntários vão ficar com sensores eletrônicos atrelados ao
corpo todo o tempo, sem comunicação com o mundo exterior e comendo comida de bebê
congelada e barras de cereais. Além disso, serão submetidos a simulações de emergências,
incluindo o atraso de vinte minutos nas comunicações com o Centro de Controle, conforme
aconteceria se estivessem em Marte. Cada um tem direito a levar uma pequena mala com
objetos pessoais, livros e DVDs, mas, de forma geral, os aposentos são extremamente
funcionais, sem janelas, apertados e pouco ventilados. Os poucos objetos de conforto
incluem uma TV, uma chaleira e uma geladeira. Os voluntários podem deixar o
experimento a qualquer momento em que desejem, mas vão ser desestimulados a fazê-lo, já
que uma desistência pode pôr em risco o projeto. Os voluntários saem do isolamento em 14
de julho. Considerando que uma viagem de ida e volta ao planeta vermelho tem duração
prevista de, no mínimo, dois anos, outra experiência similar, com confinamento por 520
dias, começa em 2010.
2009 (23 de abril) – O telescópio Swift detecta a GRB 090423, a mais distante explosão
cósmica já registrada: 13,035 bilhões de anos-luz.
2009 (27 de abril) – Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por Gerta Keller,
da Universidade Princeton, nos EUA, publica no Journal of the Geological Society um
artigo contestando a teoria, lançada em 1980, de que a queda do asteroide que causou a
cratera de Chicxulub, , no México, com 180 km de diâmetro, tenha sido a responsável pela
extinção massiva de animais e plantas, incluindo os dinossauros, ocorrida há 65 milhões de
anos. Segundo este artigo, o asteroide teria caído trezentos mil anos antes da extinção,
tendo esta sido causada por um grande número de erupções vulcânicas ocorridas na atual
Índia, as quais teriam liberado na atmosfera grandes quantidades de gases e poeira,
bloqueando a luz solar e causando um forte efeito estufa.
2009 )12 de maio) – Termina a fase de ajustes dos instrumentos do Kepler, e o telescópio
dá início à busca por planetas.
2009 (13 de maio) – O ônibus espacial Atlantis (STS-125), lançado no dia 11, aproxima-se
do Hubble com o objetivo de dar início à quinta (e última) missão de reparação e
modernização do telescópio, para a qual estão previstas cinco caminhadas espaciais. A
tripulação é composta pelo comandante Scott Altman, capitão aposentado da Marinha de
Guerra americana, o piloto Gregory Johnson e os especialistas Michael Good, John
Grunsfeld, Andrew Feustel, Megan McArth e Mike Massimino. O braço mecânico do
Atlantis, operado pela astronauta Megan McArth, captura o Hubble e o traz para dentro do
ônibus espacial.
2009 (14 de maio) – A ESA lança, a bordo de um foguete Ariane-5 e a partir da base de
Kourou, na Guiana francesa, os telescópios espaciais Herschel e Planck, destinados a
investigar a origem do Universo. Ambos estão programados para trabalhar numa órbita a
1,5 milhão de km da Terra, zona em que há equilíbrio entre as forças gravitacionais solar e
terrestre, onde devem chegar no final de junho. É o primeiro lançamento simultâneo de dois
observatórios espaciais.
O Herschel é o primeiro telescópio que cobre desde o infravermelho até a faixa
submicrométrica do espectro electromagnético e está dotado de um espelho de 3,5m, o
maior já fabricado para um observatório espacial, desenvolvido para coletar luz de objetos
muito distantes e pouco conhecidos, tais como galáxias recém-nascidas localizadas a
centenas de milhões de anos-luz de distância, e jogar esta luz sobre detectores que operam a
temperaturas próximas do zero absoluto.. Seus objetivos são: Estudar a formação das
galáxias no início do Universo e a sua subsequente evolução; investigar a criação das
estrelas e de sua interação com o meio interestelar; observar a composição química da
atmosfera e da superfície de cometas, de planetas e de suas luas; examinar a química
molecular do Universo. Três instrumentos estão a bordo: PACS, uma câmera de média
resolução e um espectrômetro capaz de enxergar os comprimentos de ondas de 60 a 210
micrômetros; SPIRE, uma câmera e um espectrômetro sensível a comprimentos de ondas
de 200 a 670 micrômetros; HIFI, Um espectrômetro de alta resolução que combina a leitura
de ondas com frequência de 480 a 1250 e de 1410 a 1910GHz (correspondendo ao
comprimento de onda de 157 a 625 micrômetros). O nome é uma homenagem a William
Herschel (1738-1822), astrônomo britânico que, em 1800, descobriu os raios
infravermelhos.
A sonda Planck tem por objetivos estudar o nascimento do Universo por meio do exame da
radiação cósmica de fundo, constituída de micro-ondas, proveniente do Big Bang. A bordo
está um telescópio com espelho de 1,5m, cuja missão é captar radiação a ser examinada por
dois instrumentos: O Low Frequency Instrument (LFI), aparelho que consiste em 22
receptores que funcionam a -253 °C e devem trabalhar agrupados em quatro canais de
frequências, visando a captar frequências entre 30 e 100GHz, sendo os sinais resultantes
amplificados e convertidos em uma voltagem (diferença de potencial), dados a serem
enviados a um computador; e O High Frequency Instrument (HFI), aparelho composto de
52 detectores, os quais trabalham convertendo radiação em calor, cuja quantidade é medida
por um pequeno termômetro elétrico, e a temperatura anotada é convertida em dado de
computador. Ele deve operar a -272,9 °C e ser capaz de registrar variações de temperatura
da ordem de um milionésimo de grau. Este instrumento está programado para observar duas
vezes a totalidade da abóbada celeste e elaborar um mapa preciso deste raio difuso.. O
nome da sonda é uma homenagem a Max Planck (1858-1947), astrônomo alemão que, em
1918, ganhou o Prêmio Nobel de Física pela descoberta dos raios quânticos.
2009 (14 de maio) - John Grunsfeld e Drew Feustel substituem, no Hubble, uma câmera
(Wide Field Planetary Camera-2), que tem 16 anos, pela mais moderna Wide Field
Camera-3. A nova câmera é desenhada para observar o universo de maneira mais profunda,
em busca de sinais dos primeiros sistemas estelares e para estudar os planetas mais
próximos. Também trocam o computador científico, que apresenta problemas.
2009 (15 de maio) - Michael Good e Mike Massimino substituem os seis giroscópios do
Hubble, equipamentos que coordenam os movimentos do telescópio e fornecem dados que
ajudam a apontá-lo de maneira precisa para os alvos escolhidos. Efetuam igualmente a
troca do primeiro dos dois módulos de baterias, cada um dos quais pesa 205 kg e contém
três baterias que fornecem energia elétrica para as operações do Hubble durante a porção
noturna de sua órbita, quando a sombra da Terra impede que a luz do sol chegue a seus
painéis solares.
2009 (17 de maio) - Michael Massimino e Michael Good consertam o Space Telescope
Imaging Spectrograph (STIS), instalado em 1997 (e inativo desde 2004), utilizado pelo
hubble para obter informações sobre composição química, temperatura, pressão e
velocidade de corpos celestes, bem como para identificar buracos negros.
2009 (18 de maio) - John Grunsfeld e Andrew Feustel trocam o segundo módulo de
baterias e um dos três sensores rastreadores de estrelas do Hubble, que são usados para
fazer o telescópio mirar alvos celestes. Também instalam um novo sistema de orientação
FGS (“Fine Guidance System”)e dois escudos metálicos em torno dos instrumentos do
telescópio espacial, para ajudar a protegê-lo do ambiente inóspito do espaço. Com isso, fica
concluída a quinta (e última) missão de reparo e modernização do Hubble.
2009 (29 de maio) – A tripulação permanente da ISS é duplicada, passando a ser de seis
pessoas. O canadense Bob Thirsk, o russo Roman Romanenko e o belga Frank De Winne
chegam, a bordo da Soyuz TMA-15, para dividir o espaço com o russo Gennady Padalka, o
americano Michael Barratt e o japonês Koichi Wakata, que já ocupavam a base. pela
primeira vez, todos os parceiros da ISS (EUA, Rússia, Europa, Japão e Canadá) estão
representados simultaneamente na tripulação.
2009 (10 de junho) – A sonda Selene é intencionalmente levada a se chocar contra o polo
sul da Lua, encerrando a missão, cuja duração foi de quase 20 meses.
2009 (18 de junho) – Uma pesquisa liderada por Gaetano Di Achille, da universidade do
Colorado, e publicada na revista virtual Geophysical Research Letters, afirma terem sido
encontradas as primeiras provas conclusivas da existência, no passado, de um lago em
Marte. De acordo com o estudo, o lago existiu há 3,4 bilhões de anos, cobria uma superfície
de 200 km2 e tinha profundidade máxima de 450m, tendo a água escavado um cânion de
quase 50 km edepositado sedimentos que formaram um extenso delta.
2009 (23 de junho) – A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter é inserida com sucesso na
órbita da Lua.
2009 (30 de junho) – Termina oficialmente a missão da sonda Ulysses, lançada em outubro
de 1990.
2009 (julho) – O Vaticano reedita as atas do processo contra Galileu Galilei, num volume
intitulado “I ducomenti vaticani del processo di Galileo Galilei” (“Os documentos
vaticanos do Processo de Galileu Galilei”). Um dos objetivos dessa reedição é lembrar que
o papa Urbano VIII (1568-1644) nunca assinou a sentença de condenação de Galileu pela
Inquisição.
2009 (14 de julho) – A ESA divulga a conclusão do primeiro mapa do hemisfério sul de
Vênus, elaborado a partir de mais de mil imagens obtidas pelas câmeras de infravermelho
da sonda Venus Express entre maio de 2006 e dezembro de 2007. O mapa indica que, no
passado, o planeta teve um oceano e um sistema de placas tectônicas que deu lugar à
formação de continentes. Os trabalhos cartográficos foram dirigidos pelo cientista alemão
Nils Müller.
2009 (16 de julho) – A NASA apresenta vídeos restaurados da missão Apollo 11, feitos a
partir de imagens televisivas da rede CBS. O engenheiro Richard Nafzger admite que as
fitas originais foram perdidas, tendo sido apagadas, involuntariamente, para reutilização,
por motivos econômicos. Os vídeos estão disponíveis ao público, na Internet, desde
setembro.
2009 (21 de julho) – O JPL, da NASA, revela que um corpo celeste, possivelmente um
asteroide (dimensões estimadas de 500m), atingiu a atmosfera de Júpiter, nas proximidades
do polo sul do planeta. A descoberta do fenômeno (19 de julho) cabe ao astrônomo amador
australiano Anthony Wesley. No dia 23, são divulgadas imagens de alta nitidez do evento,
feitas pelo telescópio Hubble.
2009 (21 de julho) – O observatório espacial Herschel entra em sua fase operacional, após
haver transmitido dados (tendo os primeiros sido divulgados uma semana antes) com
sucesso.
2009 (22 de julho) – Ocorre o mais longo eclipse total do Sol do século XXI, com duração
que chega a 6min39s. É visível num corredor de 200 km de largura e 15.000 km de
comprimento, atravessando Índia, Nepal, Butão, Bangladesh, Mianmar e China, alcançando
também as ilhas meridionais japonesas de Ryukyu. O próximo eclipse com duração
semelhante ocorrerá em 2132.
2009 (22 de julho) Cientistas do Southwest Research Institute de San Antonio, nos EUA,
publicam na Nature um estudo apresentando novas evidências da existência de água líquida
em Encélado. De acordo com eles, existem no satélite de Saturno amoníaco, vários
componentes orgânicos e deutério, um isótopo estável do hidrogênio abundante nos
oceanos da Terra.
2009 (26 de julho) – Uma equipe de cientistas sob a liderança da astrônoma estadunidense
Carolyn Porco descobre o 62º satélite conhecido de Saturno, denominado provisoriamente
S/2009 S 1, que orbita o planeta à distância média de 117.000 km. O anúncio da descoberta
é feito em 2 de novembro.
2009 (29 de julho) – Fotografias divulgadas pelo Observatório de Paris indicam que a
estrela Betelgeuse tem uma cauda de gás do tamanho do Sistema Solar, bem como uma
gigantesca “bolha” que ferve em sua superfície.
2009 (3 a 14 de agosto) – Ocorre, no Rio de Janeiro, a 27ª assembleia geral da UAI, com a
participação de mais de 2.000 astrônomos de oitenta países. É a segunda vez que esta
reunião ocorre na América do Sul (a primeira foi em Buenos Ares, em 1991). A próxima
assembleia terá lugar em Pequim, em 2012.
2009 (13 de agosto) – O telescópio Planck dá início à sua missão científica propriamente
dita e começa a realizar a primeira varredura completa do céu.
2009 (14 de setembro) – Durante um Congresso Europeu de Ciência Planetária, que ocorre
em Potsdam, Alemanha, uma equipe dirigida por Katsuhito Ohtsuka apresenta um estudo
segundo o qual o cometa 147P/Kushida-Muramatsu foi satélite de Júpiter de 1949 a 1961,
tendo completado duas órbitas. David Asher, da mesma equipe, assinala que os resultados
desse estudo “sugerem que os impactos sobre Júpiter e a captura de satélites temporários
podem acontecer mais assiduamente do que se pensava até agora".
2009 (18 de setembro) – São divulgados dados obtidos pelo “Diviner Lunar Radiometer
Experiment”, instrumento a bordo da Lunar Reconnaissance Orbiter que está fazendo um
mapeamento térmico da Lua, os quais indicam que regiões onde a luz do Sol jamais chega,
localizadas no interior do polo sul do satélite, estão entre os lugares mais frios do Sistema
Solar, com temperaturas que chegam a -238°C.
2009 (24 de setembro) – De acordo com um artigo publicado na revista Science, a análise
de dados fornecidos por três missões espaciais (Deep Impact, Cassini e Chandrayaan 1)
revela a existência de moléculas de água nos polos da Lua. As quantidades são pequenas,
não sendo suficientes para formar oceanos, lagos ou mesmo poças. Também são
encontradas moléculas de hidroxila, substância formada por um átomo de oxigênio e um
átomo de hidrogênio.
2009 (25 de setembro) – O jornal espanhol El País publica a notícia, dada pelo compatriota
Josep Maria Bosch, de que o asteroide 2009 ST19, de quase 1 km de diâmetro, descoberto
por ele em 16 de setembro, chega a 600.000 km da Terra, a menor distância já registrada
para este tipo de corpo celeste, seguindo uma órbita paralela à do nosso planeta.. De acordo
com o astrônomo, uma aproximação ainda maior está prevista para 2038.
2009 (29 de setembro) – A agência oficial chinesa Xinhua anuncia a conclusão do mapa de
mais alta resolução da Lua, cobrindo toda a superfície do satélite, elaborado com as
imagens feitas pela sonda Chang’e 1. . A equipe que elabora o mapa é chefiada por Liu
Xianlin.
2009 (29 de setembro) – A sonda Messenger sobrevoa Mercúrio pela terceira e última vez,
à distância de 229 km. Em 18 de março de 2011, ela entrará em órbita em torno do planeta.
2009 (11 de outubro) – o belga Frank De Winne torna-se o primeiro europeu a comandar a
ISS. Com a volta à Terra do russo Gennady Padalka, no comando desde abril, ele passa a
ser o primeiro não russo ou não estadunidense a assumir o posto, liderando a expedição 21
à estação espacial.
2009 (19 de outubro) – A ESO anuncia, durante a Conferência sobre Exoplanetas realizada
na cidade do Porto, em Portugal, a descoberta de 32 planetas extrassolares, feita pelo
telescópio Harps, situado em La Silla, no Chile. Com isso, passam a ser 403 os exoplanetas
conhecidos, 75 dos quais encontrados pelo Harps.
2009 (13 de novembro) – A sonda Rosetta passa pela Terra, para assistência gravitacional,
em sua viagem rumo ao cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko. A distância mínima, 2.481
km, é atingida sobre o Oceano Índico, ao sul da ilha de Java. O empurrão gravitacional da
Terra aumenta a velocidade da sonda de 13,3 para 16,8 km/s.
2009 (20 de novembro) – O acelerador de partículas LHC volta a operar, após catorze
meses de inatividade.
2009 (10 de dezembro) – É inaugurado o telescópio Vista (“Visible and Infrared Survey
Telescope for Astronomy”, ou "Telescópio de Pesquisa por Luz Visível e Infravermelha
para Astronomia", construído por um consórcio de universidades britânicas e localizado no
Observatório Paranal, no deserto de Atacama, Chile. Com espelho de 4,1m de diâmetro, o
Vista opera em comprimentos de onda infravermelhos (com possibilidade de trabalhar
também em luz visível) e é o maior telescópio do mundo dedicado à cartografia do céu.
2009 (29 de dezembro) – A New Horizons chega a um ponto a partir do qual está mais
próxima de Plutão do que da Terra.
2010 (5 de janeiro) – O astrônomo americano Jason Rowe anucia a descoberta, feita a partir
de dados do telescópio Kepler, de dois objetos que não pertencem a nenhuma classe de
corpos celestes já observados. São pequenos demais para serem estrelas (dimensões
parecidas com as de Júpiter) e quentes demais para serem planetas (temperaturas da ordem
de 14.400°C). Eles são mais quentes do que as estrelas em torno das quais giram,
característca jamais observada antes em um objeto astronômico.
2010 (12 de janeiro) – O telescópio Wise descobre seu primeiro asteroide, batizado de
2010 AB78. O astro tem cerca de 1 km de diâmetro e órbita elíptica. Segundo a NASA,
apesar de se aproximar do Sol tanto quanto a Terra, o asteroide não oferece risco, pois não
há nenhuma aproximação prevista para os próximos séculos.
2010 (15 de janeiro) – Ocorre o mais longo eclipse anular do Sol do terceiro milênio, com
duração de 11 minutos e 8 segundos. Evento semelhante só voltará a acontecer em 23 de
dezembro de 3043. O fenômeno tem início na República Centro-Africana, passando depois
por Camarões, República Democrática do Congo, Uganda e Quênia. A seguir, é visível no
Oceano Índico (ponto de máxima escuridão) e então se dirige para as Ilhas Maldivas, Índia
e Sri Lanka. Os últimos países onde se pode observar o eclipse são Bangladesh, Myanmar e
China.
Eclipse anular é um eclipse parcial em que a Lua, por estar próxima do apogeu (ponto mais
distante da Terra), não consegue cobrir todo o disco solar (como acontece num eclipse
total), deixando visível um anel nas bordas desse disco.
2010 (1º de fevereiro) – Barack Obama apresenta a proposta de orçamento federal dos EUA
para o ano 2011, excluindo todos os fundos necessários ao programa Constellation. Isso
implica o cancelamento do programa e o estabelecimento de novas metas para a NASA..
Conforme anúncio feito posteriormente, a cápsula Orion é mantida, embora com
modificações em relação à proposta inicial.
2010 (3 de fevereiro) – A missão da sonda Cassini é prolongada mais uma vez, até 2017,
tempo do solstício de verão no hemisfério norte de Saturno. A previsão é de mais 155
órbitas em torno do planeta, 54 sobrevoos de Titã e onze de Encélado. Posteriormente, uma
aproximação maior com Titã modificará de tal maneira a trajetória da sonda que ela será
intencionalmente destruída na atmosfera de Saturno.
2010 (1º de março) – Durante uma conferência sobre ciência planetária realizada no Texas,
cientistas da NASA informam a descoberta, feita pelo Mini-Sar, radar estadunidense
lançado a bordo da sonda indiana Chandrayaan 1, de depósitos de gelo em mais de 40
crateras do polo norte da Lua. Paul Spudis, do Instituto Lunar e Planetário de Houston,
calcula em pelo menos 600 milhões de toneladas a quantidade de gelo existente nessas
crateras.
2010 (2 de março) – Uma equipe de cientistas da NASA liderada por Richard Gross
anuncia que o terremoto de magnitude 8,8 ocorrido no Chile, no dia 27 de fevereiro,
deslocou o eixo da Terra em 8 cm e diminuiu em 1,26 milionésimo de segundo o período
de rotação do planeta.
2010 (17 de março) – São publicadas as primeiras fotografias feitas pelo telescópio Planck,
mostrando concentrações de poeira até uma distância de 500 anos-luz do Sol.
2010 (30 de março) – Cientistas responsáveis pelo LHC anunciam ter obtido colisões de
prótons cuja energia gerada é de 7 trilhões de eletronvolts (TeV), valor três vezes superior
ao máximo obtido antes por qualquer acelerador de partículas.
2010 (5 a 20 de abril) – Missão do Discovery (STS-131), último voo dos ônibus espaciais
com sete astronautas a bordo. O objetivo é levar 8t de equipamentos e provisões à ISS,
entre os quais estão um congelador adicional para preservar amostras das
experiências realizadas em microgravidade, uma reserva de amoníaco para o
sistema de refrigeração da estação e um mecanismo de exercícios que
permite medir a força muscular.
A tripulação é formada por Alan Poindexter - comandante -, James Dutton - piloto -,
Richard Mastracchio, Dorothy M. Metcalf-Lindenburger, Stephanie Wilson, Naoko
Yamazaki e Clayton Anderson.
É a missão mais longa do Discovery e, pela primeira vez, quatro mulheres se encontram no
espaço.
2010 (13 de abril) – Durante o Royal Astronomical Society National Astronomy Meeting,
realizado na universidade de Glasgow, na Escócia, é anunciada a descoberta, feita por uma
equipe internacional de cientistas, de dois exoplanetas cujas órbitas se dão no sentido
oposto ao da rotação das estrelas de seus sistemas. Isso contraria a teoria vigente da
formação planetária, segundo a qual os planetas se originam em discos de gás e poeira que
giram em torno de estrelas jovens. Acreditava-se que os planetas formados nesse disco
sempre orbitassem em planos idênticos, girando na mesma direção da rotação da estrela,
como acontece no Sistema Solar.
2010 (13 de abril) – O telescópio Swift detecta a sua 500ª erupção de raios gama.
2010 (15 de abril) – Durante uma visita ao Centro Espacial Kennedy, o presidente
estadunidense Barack Obama propõe novas metas para a NASA, depois do cancelamento
do programa Constellation, anunciado em fevereiro. Entre as propostas estão o
desenvolvimento de uma cápsula Orion menor do que a inicialmente projetada, a ser
lançada por foguetes de companhias privadas à ISS, e o desenvolvimento de um lançador
pesado, destinado a missões tripuladas para além da órbita terrestre, capaz de levar, a partir
de 2025, seres humanos a um asteroide (antes de uma missão a Marte). O asteroide a ser
visitado ainda não está definido.
2010 (16 de abril) – Uma equipe de cientistas liderada por Suzanne Smrekar, do
Laboratório de Propulsão a Jato, na Califórnia, publica na revista Science um artigo
sugerindo que pode haver vulcões ativos em Vênus. Essa possibilidade é levantada por
dados coletados pelo Virtis, instrumento a bordo da Venus Express que analisa emissões
térmicas, segundo os quais há fluxos de lava jovem na superfície, cuja composição é
diferente daquela do material do entorno, o que pode ser sinal de atividade vulcânica.
2010 (29 de abril) – Dois estudos publicados na Nature, um deles com participação
brasileira, anunciam a detecção de evidências de água e de compostos orgânicos no
asteroide 24 Themis, descoberto, em 5 de abril de 1853, pelo astrônomo italiano Annibale
de Gasparis (1819-1892). Segundo os cientistas, toda a superfície do asteroide está coberta
por uma fina camada de gelo, e o material orgânico encontrado aparenta ser composto de
cadeias extensas e complexas de moléculas. De acordo com os pesquisadores, isso fortalece
a teoria de que água e compostos orgânicos originários de asteroides podem ter chegado à
Terra há bilhões de anos, tendo contribuído para o surgimento da vida no planeta.
Themis - Diâmetro: 198 km; período orbital: 2.022,524 dias (5,54 anos); distância média ao
Sol: 468.226.000 km.
2010 (14 a 26 de maio) – Missão do ônibus espacial Atlantis (STS-132), cujo objetivo é
instalar na ISS um módulo científico russo, substituir as seis baterias que armazenam a
eletricidade gerada pelos painéis solares e transportar alimentos e equipamentos, entre os
quais estão uma antena de comunicação e peças para o braço robótico. No dia 18, o módulo
russo Rassvet ( Aurora ou Amanhecer) é ligado ao topo do também módulo russo Zarya.
No Rassvet há um ponto de acoplamento para as naves Soyuz e Progress, encarregadas de
todas as viagens à ISS depois da retirada de circulação dos ônibus espaciais estadunidenses.
A tripulação do Atlantis é formada por Kenneth Ham - comandante -, Dominic A. "Tony"
Antonelli - piloto -, Garrett Reisman, Michael T. Good, Stephen G. Bowen e Piers Sellers.
É o último voo do Atlantis.
Estatísticas – tempo em atividade: 24 anos, sete meses e 23 dias; número de missões: 32;
tripulantes: 191; tempo no espaço: 293d18h29min37s; número de órbitas: 4.648; distância
percorrida: 194.168.813 km; satélites lançados: 14; acoplagens à Mir: 7; acoplagens à ISS:
11.
2010 (20 de maio) – Imagens do Hubble mostram o exoplaneta Wasp 12b sendo consumido
por sua estrela. É a primeira vez que um evento desse tipo é observado de forma tão nítida.
Descoberto em 1º de abril de 2008, distante 871 anos-luz e situado na constelação do
Cocheiro, Wasp 12b dista, em média, 3,43 milhões de km da estrela Wasp 12, que orbita
em 26,19 horas. Devido a essa grande proximidade, as forças de maré da estrela deformam
o planeta, dando-lhe o formato de ovo, e arrancam grandes quantidades de matéria da
atmosfera. Isso faz com que Wasp 12b seja um dos exoplanetas mais quentes já
encontrados, com temperaturas superficiais acima dos 2.200°C.
2010 (3 de junho) – Seis voluntários dão início à última fase do projeto Marte-500, da ESA,
durante os quais permanecerão trancados numa cápsula por 520 dias (até 5 de novembro de
2011), com o objetivo de simular uma viagem a Marte, nos mesmos moldes do que foi
feito, durante 105 dias, de março a julho de 2009. A simulação compreende 250 dias para a
viagem de ida, trinta dias na superfície do planeta e 240 dias para o retorno. A rotina dos
participantes inclui trabalhos de manutenção, exercícios diários e problemas simulados, que
poderiam ocorrer em uma viagem real a Marte. A comida é enlatada (como a dos
astronautas), a comunicação pela Internet com familiares está sujeita a atrasos e quedas (aos
quais também estarão sujeitos futuros tripulantes ao planeta vermelho) e o banho só é
permitido a cada dez dias.
Os integrantes da equipe de voluntários são os russos Alexei Sitev – comandante -, Sukhrob
Kamolov – médico - e Aleksandr Suvorov – pesquisador -, o francês Romain Charles –
engenheiro de bordo -, o ítalo-colombiano Diego Urbina – pesquisador científico – e o
chinês Wang Yue – pesquisador científico.
2010 (8 de junho) – Um estudo liderado pelo geólogo Tais W. Dahl, do Niels Bohr
Institute, pertencente à Universidade de Copenhague, e publicado na revista Earth and
Planetary Science Letters, afirma que a Terra e a Lua podem ter se formado mais tarde do
que se acreditava, isto é, até 120 milhões de anos depois dos 4,537 bilhões de anos
atualmente estimados. A datação é realizada por meio da investigação do decaimento de
háfnio 182 em tungstênio 182, substância que permite determinar até que ponto se
misturaram, no processo de colisão que formou nosso planeta e nosso satélite, o ferro dos
núcleos e o material rochoso das superfícies.
2010 (10 de junho) – Segundo informações da Science, uma pesquisa liderada por
Sébastien Charnoz, da Universidade Paris Diderot, na França, feita com base em medições
da sonda Cassini, indica que sete dos satélites de Saturno se formaram recentemente, nos
últimos 10 milhões de anos. Considerando que este processo de formação provavelmente
continua ocorrendo, Saturno pode ainda estar produzindo luas.
2010 (13 de junho) Um estudo feito por Gaetano Di Achille e Brian Hynek, da
Universidade do Colorado, e publicado na Nature Geoscience, sugere que Marte teve, há
3,5 bilhões de anos, um ciclo hidrológico semelhante ao terrestre, com
acumulação de água nas regiões subterrâneas, formação de nuvens, chuva, rios e um oceano
que cobria mais de um terço da superfície do planeta. Segundo a pesquisa, este oceano
tinha um volume de 124 milhões de km3 de água – menos de um décimo dos oceanos
terrestres, mas o suficiente para cobrir o planeta inteiro com uma camada de água de 500m.
2010 (13 de junho) – A sonda japonesa Hayabusa, que em 2005 pousou no asteroide 25143
Itokawa, volta à Terra e, como estava previsto, desintegra-se na atmosfera (na qual entra a
44.000 km/h), liberando uma cápsula que aterrissa no deserto australiano. A cápsula, do
tamanho de uma bola de basquete, é recuperada no dia seguinte, mas, devido a inúmeros
problemas ao longo da missão, não há certeza de que ela efetivamente contenha amostras
provenientes do Itokawa. A Hayabusa é a primeira sonda espacial que retorna à Terra
depois de ter visitado um asteroide.
2010 (15 de junho) – É lançada a nave russa Soyuz TMA-19, centésimo voo tripulado à
ISS, numa missão de cinco meses. A tripulação é formada pelo russo Fyodor Yurchikhin -
Comandante – e pelos engenheiros de voo estadunidenses Douglas Wheelock e Shannon
Walker. A acoplagem à Estação Espacial ocorre no dia 18 de junho, e a aterrissagem, em
26 de novembro.
2010 (15 de junho) – Cientistas da missão Kepler divulgam dados preliminares de 156.000
estrelas observadas por esse telescópio espacial. Das estrelas pesquisadas, 706 apresentam
candidatos a exoplanetas, com dimensões que variam desde similares à Terra até maiores
que Júpiter.
2010 (23 de junho) – Um estudo liderado por Ignas Snellen, do observatório de Leiden, na
Holanda, e publicado na revista Nature, revela a descoberta de grandes tempestades no
exoplaneta HD 209458b (Osíris), com ventos cuja velocidade varia entre 5.000 e 10.000
km/h. Temperaturas superficiais acima de 1.000°C também contribuem para tornar
extremamente rigoroso o clima deste astro.
2010 (5 de julho) – A ESA divulga as primeiras imagens do Universo feitas pelo telescópio
espacial Planck. Nelas, pode-se ver a radiação cósmica de fundo de micro-ondas,
remanescente do Big Bang.
2010 (10 de julho) – A sonda Rosetta sobrevoa, à distância mínima de 3.160 km, o
asteroide 21 Lutetia, descoberto, em 15 de novembro de 1852, pelo astrônomo alemão
Hermann Goldschmidt (1802-1866). Trata-se do maior asteroide já visitado por uma nave
espacial, e Lutetia é o nome, em latim, da cidade de Paris.
Diâmetro: 132 x 101 x 76 km; período orbital: 1.387,902 dias (3,80 anos); distância média
ao Sol: 364.277.000 km.
2010 (16 de julho) – A NASA informa a descoberta, feita graças a imagens do Hubble, de
uma cauda típica de cometas no exoplaneta HD 209458b (Osíris). A temperatura superficial
é tão elevada (mais de 1.000°C) que a atmosfera inteira é aquecida, o que faz com que até
elementos pesados (como carbono e silício) escapem, contribuindo para formar a cauda,
juntamente com os demais gases atmosféricos.
O HD 209458b está associado a diversos eventos importantes relacionados à pesquisa de
planetas extrassolares: primeiro exoplaneta a ser descoberto pelo método do trânsito
planetário; primeiro exoplaneta a ter uma atmosfera detectada; primeiro exoplaneta
conhecido em cuja atmosfera há hidrogênio, oxigênio e carbono; um dos dois primeiros
exoplanetas observados espectroscopicamente.
2010 (20 de julho) – Cientistas britânicos liderados por Paul Crowther, da Universidade de
Sheffield, anunciam a descoberta, feita graças a dados fornecidos pelo VLT e pelo Hubble,
da estrela de maior massa e maior luninosidade alguma vez observada. A estrela, batizada
de RMC 136a1, pertence ao aglomerado estelar RMC 136a, localizado na Grande Nuvem
de Magalhães (constelação do Dourado), a 165.000 anos-luz da Terra. A massa equivale a
265 massas solares, e a luminosidade é 8,7 milhões de vezes superior à do Sol.
2010 (26 de julho) – A NASA divulga o melhor e mais completo mapa de Marte já
produzido, elaborado a partir de 21.000 imagens obtidas pela câmera Themis da sonda
Mars Odyssey. Uma versão interativa do mapa é disponibilizada no site da agência espacial
estadunidense, o que permite ao público dar passeios virtuais pelo planeta vermelho.
2010 (19 de agosto) – A revista Science publica fotos da Lua tiradas pela Lunar
Reconnaissance Orbiter, as quais, segundo a NASA, comprovam que o diâmetro do nosso
satélite diminuiu 100m no último bilhão de anos. A explicação dada para esta redução de
tamanho é o resfriamento interno da Lua ao longo deste tempo.
2010 (25 de agosto) – Um estudo liderado por Petr Pravec, do Instituto Astronômico da
República Checa, e publicado na revista Nature, afirma que asteroides, quando têm
velocidades de rotação bastante elevadas, podem dividir-se em dois corpos que orbitam um
ao outro e, posteriormente, transformar-se em corpos celestes independentes. Segundo a
pesquisa, trata-se de um fenômeno bastante frequente no cinturão de asteroides do Sistema
Solar.
2010 (27 de agosto) – Uma equipe liderada por Jean-Louis Le Mouël, do Instituto de
Geofísica de Paris, publica no Geophysical Research Letters um estudo sugerindo que as
manchas solares (cuja frequência varia ao longo de um ciclo de aproximadamente onze
anos) podem ser um dos fatores responsáveis pela pequena flutuação (da ordem de
milissegundos) observada na duração dos dias terrestres. Os demais fatores seriam
mudanças nos ventos e nas correntes dos oceanos.
2010 (10 de setembro) - O filósofo Daniel Graham e o astrônomo Eric Hintz, da
Universidade Brigham Young, nos EUA, afirmam no site da revista New Scientist que
documentos gregos assinalam a passagem, entre 4 de junho e 25 de agosto de 466 a.C., de
um cometa brilhante, que pode ter sido o Halley. O registro confirmado mais antigo da
passagem deste cometa, feito pelos chineses, é do ano 240 a.C.
2010 (29 de setembro) – Uma equipe liderada por Steven Vogt, da Universidade da
Califórnia, em Santa Cruz, anuncia a descoberta de Gliese 581g, exoplaneta potencialmente
habitável, localizado a 20,3 anos-luz (192 trilhões de km) da Terra, na constelação de Libra.
É o sexto planeta encontrado em torno da anã vermelha Gliese 581, a qual orbita, à
distância média de 22 milhões de km, em 36,6 dias. A massa, entre 3,1 e 4,3 vezes a
terrestre, e o raio, entre 1,3 e 2 vezes o da Terra, indicam composição rochosa. A gravidade
estimada oscila de 1,1 a 1,7 vez a do nosso planeta, suficiente para manter uma atmosfera.
O planeta apresenta sempre a mesma face à estrela, o que acarreta uma grande variação de
temperatura entre a zona permanentemente iluminada e a zona sempre escura. A média de
temperatura calculada com base nos dados observados está entre -37 e -12°C, mas no
terminador (confluência entre a região iluminada e a região escura) é provável que haja
temperaturas semelhantes às terrestres. O conjunto das características deste planeta faz com
que seja grande a possibilidade de existência de água líquida na superfície, tornando-o
candidato a abrigar vida.
Este é o segundo planeta potencialmente habitável encontrado em torno de Gliese 581. O
outro, Gliese 581c, foi descoberto em abril de 2007.
2010 (1º de outubro) – É lançada a sonda lunar chinesa Chang’e 2, cuja missão, com
duração prevista de seis meses, tem como objetivo principal testar técnicas de alunissagem,
a fim de permitir o pouso na Lua da Chang’e 3. Além disso, a nave enviará para a Terra
imagens em alta resolução da superfície do satélite.
A data escolhida para o lançamento é comemorativa ao 61º aniversário da revolução
comunista liderada por Mao Tse-Tung (1893-1976), que, em 1949, resultou na criação da
República Popular da China.
2010 (5 de outubro) – A Chang’e 2 é inserida com sucesso na órbita lunar, a uma distância
variável entre 16 e 100 km. A colocação em órbita ocorre 112 horas após o lançamento,
bem menos que os 12 dias gastos pela Chang’e 1.
2010 (5 de outubro) – A NASA aprova a missão MAVEN, “Mars Atmosphere and Volatile
EvolutioN” (“Atmosfera de Marte e Evolução Volátil”), com previsão de lançamento em
2013 e entrada em órbita marciana em 2014. São quatro os objetivos principais: determinar
o papel desempenhado, ao longo do tempo, pela perda de materiais voláteis da atmosfera
marciana; determinar o estado atual da atmosfera superior, da ionosfera e da interação com
o vento solar; determinar a proporção atual de escapamento de gases neutros e de íons para
o espaço e os processos que os controlam; determinar a proporção de isótopos estáveis na
atmosfera de Marte.
2010 (7 de outubro) – É lançada à ISS a Soyuz TMA-01M, primeira sonda da nova série de
espaçonaves tripuladas russas, desenhada para substituir a Soyuz TMA, em uso desde 2002.
Entre as modificações implementadas, merecem destaque as seguintes: 36 peças são
redesenhadas; a massa é reduzida em 70 kg; o sistema operacional de controle analógico
(Aragon), usado por mais de trinta anos, é substituído por um sistema digital (TsVM-101);
o consumo de energia torna-se menor; na estrutura da nave e nos painéis de instrumentos,
ligas de magnésio são substituídas por ligas de alumínio, de fabricação mais simples e
barata.
A tripulação da Soyuz TMA-01M é formada por Alexander Kaleri - Comandante -, Scott
Kelly - engenheiro de voo - e Oleg Skripochka - engenheiro de voo.
A aterrissagem está prevista para março de 2011.
2010 (22 de outubro) Uma equipe liderada pelo geólogo planetário Peter Schultz, da
Universidade Brown, nos EUA, publica na revista Science cinco artigos anunciando a
descoberta, na Lua, de água, gelo, mercúrio, monóxido de carbono, dióxido de carbono,
amônia e metais prateados (incluindo pequena quantidade de prata). Este achado deve-se ao
impacto da LCROS na cratera Cabeus, ocorrido em outubro de 2009, que abriu na
superfície do satélite um buraco com 25 a 30m de diâmetro e fez levantar quase 2t de
fragmentos diversos, poeira e vapor.
2010 (27 de outubro) – A China anuncia o início da construção da sua própria estação
espacial, ainda sem denominação definida. A conclusão está prevista para 2020, e o
lançamento dos primeiros módulos pode ocorrer antes de 2016. As informações são da
agência oficial Xinhua.
2010 (29 de outubro) – A revista Science publica os resultados do mais amplo censo
planetário já realizado, encomendado pela NASA à Universidade da Califórnia. Segundo o
estudo, uma em quatro estrelas similares ao Sol existentes na Via Láctea tem planetas de
tamanho próximo ao da Terra, o que situa o número destes planetas em vários milhões.
2010 (16 de novembro) – Num comunicado de imprensa, a JAXA anuncia que, das
aproximadamente 1.500 partículas rochosas (todas submilimétricas) encontradas no interior
da cápsula liberada pela Hayabusa em junho, a maioria pertence ao asteroide 25143
Itokawa. Segundo os cientistas, a composição desses materiais é mais semelhante à de
meteoritos primitivos do que de rochas encontradas na Terra.
Trata-se das primeiras amostras provenientes de um asteroide trazidas à Terra por uma nave
espacial.
2010 (17 de novembro) – Cientistas do LHC obtêm 38 átomos de anti-hidrogênio, que
conseguem preservar durante 172 milésimos de segundo.
2010 (26 de novembro) – A NASA anuncia a detecção, pela Cassini, de uma atmosfera
tênue (5 trilhões de vezes menos densa que a terrestre) em Reia, contendo oxigênio e
dióxido de carbono. Segundo os cientistas, esses elementos podem possibilitar reações
químicas complexas na superfície.
2010 (1º de dezembro) – Uma equipe liderada por Jacob Bean, do centro Harvard-
Smithsonian de Astrofísica, divulga os primeiros dados alguma vez obtidos acerca da
atmosfera de uma “superterra”, nome dado pelos astrônomos a exoplanetas rochosos pouco
maiores que o nosso. O GJ 1214 b, descoberto em 16 de dezembro de 2009 por David
Charbonneau e colegas, pode ser coberto por água (provavelmente em estado gasoso,
devido à proximidade entre o exoplaneta e a estrela em torno da qual gira) ou um
exoplaneta rochoso em cuja atmosfera predomina o hidrogênio, com nuvens altas ou
neblina encobrindo o céu. Pelo estudo, fica afastada apossibilidade de se tratar de um
"miniNetuno", com um pequeno núcleo rochoso e uma atmosfera profunda e rica em
hidrogênio. Situado na constelação de Ofiúco e distante 42 anos-luz, o GJ 1214 b é 2,6
vezes maior que a Terra e orbita a sua estrela, à distância média de 2,14 milhões de km, em
38h. O ambiente não é propício à vida, uma vez que na atmosfera são registradas
temperaturas de 500°C.
2010 (8 de dezembro) – A empresa Spacex lança, num voo de teste, a cápsula Dragon,
destinada a transportar cargas, e posteriormente também astronautas, à ISS. A cápsula
completa duas órbitas e realiza diversas manobras, pousando com sucesso no Oceano
Pacífico.
2010 (9 de dezembro) – Cientistas britânicos anunciam que Wasp 12b é o exoplaneta com a
mais alta concentração de carbono já encontrada. Wasp 12b é um gigante gasoso muito
quente (2.200°C), mas os cientistas esperam encontrar em breve planetas menores e
rochosos com altas concentrações de carbono. Em teoria, planetas assim podem ter rochas
formadas, não por silicatos, predominantes nas terrestres, mas por compostos à base de
carbono, como grafite e diamantes.
2010 (17 de dezembro) – É divulgada uma versão preliminar do mais preciso mapa
topográfico da Lua já elaborado, feito com base no instrumento Lola, altímetro a laser a
bordo da Lunar Reconnaissance Orbiter. Este mapa baseia-se em 3 bilhões de pontos de
informação da superfície lunar coletados pelo Lola, e nele estão representados, pela
primeira vez, aspectos topográficos do interior de crateras situadas nos polos da Lua.
Fontes de consulta
1. Fontes impressas
1.1. Livros
1.2. Revistas
2. Fontes virtuais
– Acoruja (artigos de José Maria Filardo Bassalo sobre Astronomia na Idade Antiga, na
Idade Média e no Renascimento): <http://www.acoruja.haaan.com/scientia>.
– Agência Fapesp: <http://www.agencia.fapesp.br/>.
– BBC Brasil: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/>.
New Scientist: <www.newscientist.com>
– Folha Online: <http://www.folha.uol.com.br/>.
– Observatório da Universidade Federal de Minas Gerais – Notícias diárias de astronomia:
<http://www.observatorio.ufmg.br/noticias_diarias.htm >.
– Observatório Nacional: <http://www.on.br>.
– Página contendo grande quantidade de datas astronômicas: <rgregio.astrodatabase.net>.
– Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia <
http://www.sbaa.com.br/cronologia.htm>.
– Supernovas – Boletim brasileiro de astronomia: <http://www.supernovas.cjb.net>.
– Terra (espaço) – Notícias sobre ciência das agências Efe, France Press, Associated Press e
Reuters, bem como do The New York Times –
<http://noticias.terra.com.br/ultimas/0,,EI301,00.html>.
– Uranometria Nova: <http://www.uranometrianova.pro.br/>.
– Wikipédia, a enciclopédia livre – Portal de astronomia:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Astronomia>.
Também são consultadas as Wikipédias em alemão, espanhol, francês, inglês e italiano.