Resumo: Quais são as relações entre o ensino de História e os alunos, e quais as suas relações
com a sociedade? As concepções e respostas dessas perguntas, teoricamente, seguem rumo à
construção de uma consciência social e política que se faz necessária aos tempos atuais.
Porém, quanto disso é realmente assimilado dentro de uma sala de aula? Se as sociedades
atuais vivem uma inflação de informações, um constante bombardeio informacional, a
História acaba tendo um papel de vilania, mostrando as vísceras de uma sociedade que, em
discurso, diz estar no “auge dos tempos”, mas que demonstra uma fragilidade e uma demência
ante a sua coletividade. Através da temática da História do Tempo Presente, e sua aplicação
de seu método para a sala de aula, abre-se uma possibilidade de trazer novas discussões
dentro das aulas de História, e fora.
Palavras-chave: Ensino de História, Tempo presente, Prática de Ensino.
Quais são as relações entre o ensino de História e os alunos? E as relações entre esse
mesmo ensino e a sociedade? As concepções e respostas dessas perguntas, teoricamente,
seguem rumo à construção de uma consciência social e política que se faz necessária aos
tempos atuais. Porém, quanto disso é realmente assimilado dentro de uma sala de aula?
As sociedades atuais vivem uma inflação de informações. Os indivíduos vivem um
constante bombardeio informacional, contudo, poucas informações são assimiladas e
transformadas em conhecimento (NORA, 1977 p 45-47). Nesse ponto, a História acaba tendo
um papel de vilania, mostrando as vísceras de uma sociedade que, em discurso, diz estar no
“auge dos tempos”, mas que demonstra uma fragilidade e uma demência ante a sua
1
Pós-graduanda em História – UENP/FAFIJA e profissional recém-formada do Projeto “O laboratório de Ensino
e Pesquisa de História na Educação Básica: Ensino, Pesquisa e Extensão junto à comunidade escolar”.
(Universidade Sem Fronteiras)
2
Graduando em História pela UENP/FAFIJA e estagiário do Projeto “O laboratório de Ensino e Pesquisa de
História na Educação Básica: Ensino, Pesquisa e Extensão junto à comunidade escolar”. (Universidade Sem
Fronteiras).
3
Orientadora, Mestre em História pela UEL e coordenadora do Projeto “O laboratório de Ensino e Pesquisa de
História na Educação Básica: Ensino, Pesquisa e Extensão junto à comunidade escolar”. (Universidade Sem
Fronteiras)..
Jacarezinho, dos dias 21 a 24 de Maio de 2008. ISSN: 978-85-61646-01-1 Página 1
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”Patrimônio Histórico no Século XXI”
“(...) a história do tempo presente (...) é a História que vivemos: faz parte das
nossas lembranças e de nossas experiências. Ora, vale lembrar que essa história
exige igual rigor ou maior do que o estudo de outros períodos: devemos enfatizar a
disciplina e a higiene intelectual, as exigências de probidade.” (REMOND, 2006 p.
206)
4
BEDARIDA, Françoise. Op. Cit. Pp. 224
5
Idem.
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“(...) a vivência pessoal deste tempo molda inevitavelmente a forma como o vemos,
e até mesmo o modo como determinamos a evidência à qual todos nós devemos
apelar e nos submeter, independente de nossos pontos de vista (...) a diferença de
gerações é suficiente para dividir os homens.” (HOBSBAWN, 1995 p. 105)
“(...) a diferença de viver dois ou três anos traumáticos pode fazer na forma como
um historiador vê o passado.” (HOBSBAWN, 1995 p.110)
6
BEDARIDA, Françoise. Op. Cit. Pp. 227
7
HOBSBAWN, Eric. Op. Cit. Pp. 105.
8
Idem. 105.
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entanto, o senso comum não cobre várias questões cotidianas. O inimigo natural do
senso comum é a maior característica do século vinte: a surpresa e a exceção 9.
“(...) essa História inventou um grande tema, agora compartilhado com todos (...) o
estudo da presença incorporada do passado no presente das sociedades e, logo, na
configuração social das classes, dos grupos e das comunidades que as
constituíram.” (CHARTIER, 2006 p. 216.)
“(...) Lucien Febvre e Marc Bloch. É famosa a palavra de ordem: „compreender o
presente por meio do passado e, sobretudo, o passado por meio do presente‟. Para
o segundo: „a solidariedade do presente e do passado em a verdadeira justificativa
da história. ‟” (BEDARIDA, 2006 p.221)
Essa relação cíclica entre presente e passado, entre vivido e vivência, é essencial
dentro do processo de aprendizagem. Quando há a fragmentação e a miniaturização do
conhecimento do passado, analisando sondagem por sondagem, o resultado final da própria
aprendizagem é mais lúcido, mais visível e por fim, mais interessante e melhor assimilado
pelo indivíduo10.
Referências Bibliográficas
9
Idem. 108-110.
10
NORA, Pierre. Op. Cit. Pp. 47 e BEDARIDA, Françoise. Op. Cit. Pp. 221.
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