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Adição de Metais Tóxicos a Massas Cerâmicas e Avaliação

de sua Estabilidade Frente a Agente Lixiviante.


Parte III: Estudo Cinético de Lixiviação

Humberto Naoyuki Yoshimura*, Antonio Carlos de Camargo,


José Carlos da Silva Portela

Laboratório de Tecnologia Cerâmica – LTC, Divisão de Química – DQ,


Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT,
Av. Prof. Almeida Prado, 532, 05508-901 São Paulo - SP,
*e-mail: hnyoshim@ipt.br

Resumo: Materiais cerâmicos têm sido considerados para o encapsulamento de resíduos com metais tóxicos,
entretanto, esta aplicação deve ser realizada em condições que garantam que a lixiviação em condições agressivas
e de longo prazo não acarretem conseqüências imprevisíveis para o homem e o meio ambiente. Este trabalho
foi realizado para se verificar o efeito cumulativo e seqüencial no processo de lixiviação dos corpos cerâmicos
sinterizados com metais tóxicos (Cd, Pb, Cr, Cu, Ni, Zn, Mn e Co), por meio de estudo de cinética de lixiviação. As
amostras foram preparadas com 0,3% a 10% de cada óxido e sinterizadas na faixa de 650 °C a 1050 °C. O estudo
cinético foi realizado por dois métodos: o primeiro, denominado “ciclo intermitente”, foi realizado com renovação
do agente lixiviante a cada ciclo de 24 horas, e o segundo, denominado “ciclo contínuo”, foi realizado sem troca
do meio lixiviante. Os resultados mostraram que a cinética de lixiviação é complexa, tendo sido observadas tanto
correlações lineares quanto logarítmicas dos resultados, e é mais lenta em massas sinterizadas em temperaturas
mais elevadas, o que mostra que a estabilização dos metais na massa cerâmica por longos tempos é favorecida
pelas temperaturas elevadas de queimas.

Palavras-chave: resíduo, reciclagem, metais tóxicos, lixiviação, cinética

1. Introdução 2. Materiais e Métodos


Em trabalho anterior , observou-se que o processo de incorpora-
1 As matérias-primas utilizadas neste trabalho foram uma massa
ção individual dos metais tóxicos cádmio (Cd), chumbo (Pb), cromo cerâmica a base de argila produzida pela UNICER (União Cerâmi-
(Cr), cobre (Cu), níquel (Ni), zinco (Zn), manganês (Mn) e cobalto ca Ltda.), típica para produção de cerâmicas estruturais, e óxidos
(Co) a uma massa cerâmica argilosa é viável para a estabilização de Cd, Pb, Cr, Cu, Ni, Zn, Mn e Co. Foram preparadas misturas da
destes metais contra agente lixiviante, desde que sejam respeitados os massa de argila com 0,3%, 1%, 3% e 10% de cada óxido, que foram
teores máximos de adição e as temperaturas mínimas de sinterização. prensadas uniaxialmente com pressão de 200 Kgf/cm2 (19,6 MPa)
Este resultado baseou-se no método de lixiviação da norma ABNT para preparação de corpos-de-prova na forma de prisma reto com di-
NBR 100052 e nos limites máximos toleráveis no líquido lixiviado mensões de 6,0 x 2,0 x 0,5 cm3 e na forma cilíndrica com diâmetro de
prescritos na norma ABNT NBR 100043 para os elementos Cd, Pb e Cr 5,0 cm e altura variando entre 3,0 e 5,0 cm. Os corpos-de-prova foram
sinterizados em forno elétrico com patamar de 3 horas, em três dife-
e nos limites estabelecidos para a emissão de efluentes especificados
rentes temperaturas na faixa de 650 °C a 1050 °C. Maiores detalhes
no Decreto Estadual 8.4684 para os metais Cu, Ni, Zn e Mn.
relativos às matérias-primas e o processamento dos corpos-de-prova
Como os materiais cerâmicos estruturais, entre eles os tijolos ma-
podem ser encontrados em trabalho anterior5. (Neste trabalho5 tam-
ciços, tijolos furados e telhas, são submetidos a intempéries rigorosas
bém foram apresentados os resultados das características físicas das
que podem acontecer desde o pátio de estocagem das matérias-primas
amostras sinterizadas com adição dos metais tóxicos).
nas fábricas dos mesmos, passando pela aplicação em construções e, O estudo da cinética de lixiviação foi realizado com base no nú-
principalmente, no local de descarte, eles estão submetidos a ciclos e mero de ciclos de lixiviação (cada ciclo correspondendo a 24 horas de
diferentes condições de ataque. Assim, a utilização destes materiais ataque) por dois métodos: o primeiro denominado “ciclo intermiten-
para o encapsulamento de resíduos contendo metais tóxicos deve ser te”, no qual o agente lixiviante foi renovado a cada ciclo, e o segundo
realizada em condições que garantam que a lixiviação em condições denominado “ciclo contínuo”, no qual o agente lixiviante foi mantido
agressivas e de longo prazo não acarretem conseqüências imprevisí- constante, sem renovação, até um determinado ciclo de análise.
veis para o homem e o meio ambiente. Este trabalho foi realizado para No método de “ciclo intermitente”, o primeiro ciclo de lixiviação
se verificar o efeito cumulativo e seqüencial no processo de lixiviação foi realizado conforme a Norma ABNT NBR 100052. (Detalhes da
dos corpos cerâmicos sinterizados com metais tóxicos (Cd, Pb, Cr, metodologia podem ser encontrados em trabalho anterior1). No se-
Cu, Ni, Zn, Mn e Co), por meio de estudo de cinética de lixiviação. gundo e demais ciclos, o material retido da filtração do ciclo anterior
Cerâmica Industrial, 10 (5/6) Setembro/Dezembro, 2005 41
foi submetido a um novo processo de lixiviação, seguindo a mesma com exceção de quatro casos, um de Pb (massa com 10% de óxido
metodologia. Para a realização da análise química do terceiro ciclo, de Pb sinterizada a 1000 °C, Figura 3b), os dois casos estudados de
foram separadas alíquotas de 300 mL de líquido lixiviado filtrado Cr (massas com 3% e 10% de óxido de Cr sinterizadas a 850 °C,
de cada um dos três ciclos para compor a amostra de análise. Para Figura 3c) e um de Zn (massa com 10% de óxido de Zn sinterizada
a realização da análise química do décimo ciclo, foram separadas a 1050 °C, Figura 3f), que apresentaram diminuição do teor de metal
alíquotas de 100 mL de líquido lixiviado filtrado de cada um dos dez lixiviado após um determinado número de ciclos. Os resultados que
ciclos para compor a amostra de análise. Desta forma, foram obtidos apresentaram diminuição do teor de metal lixiviado com o aumento
teores médios de metal lixiviado até o terceiro ou décimo ciclo. do número de ciclos mostram um fenômeno de retirada de solução
No método de “ciclo contínuo”, a lixiviação foi realizada com do metal do líquido lixiviado. Em trabalho anterior1, observou-se
metodologia similar ao da Norma ABNT NBR 100052, porém com que as massas com adição de óxido de Cr apresentaram resultados de
tempo de ensaio proporcional ao número de ciclos de análise: 72 horas lixiviação “convencional” ambíguos, sendo que a massa com 0,3% de
para o terceiro ciclo, 240 horas para o décimo ciclo e 720 horas para o óxido de Cr, quando sinterizada a 650 °C e 850 °C, apresentou teores
trigésimo ciclo. O pH do agente lixiviante foi monitorado diariamente significativamente maiores de Cr lixiviado do que a massa com 1%
nos períodos da manhã e da tarde e corrigido, quando necessário, de óxido de Cr (a 850 °C, o resultado também foi significativamente
para permanecer em torno de 5,0 ± 0,2. Para cada ciclo de análise foi maior do que as massas com 3% e 10% de óxido de Cr). O compor-
utilizada uma alíquota de material “novo” (sem ter sido submetido a tamento anômalo do cromo na lixiviação indica a necessidade de uma
qualquer ensaio de lixiviação). Após cada ciclo de análise, a mistura investigação mais profunda quanto ao seu método de lixiviação.
foi filtrada e separado o líquido lixiviado. Os resultados do teor de metal lixiviado acumulado no “ciclo in-
Os líquidos lixiviados foram submetidos à análise química para termitente” e do teor de metal lixiviado no “ciclo contínuo” mostraram
determinação do teor de metal (correspondente ao óxido metálico que a cinética de lixiviação é complexa, tendo sido observadas tanto
adicionado na massa), pela técnica de espectrometria de plasma-ICP correlações lineares quanto logarítmicas dos resultados (Figuras 2
(SPS 1700R, Seiko). e 3). As Tabelas 1 e 2 apresentam, respectivamente, os dados das cur-
vas ajustadas nas Figuras 2 e 3. As curvas se ajustaram relativamente
3. Resultados e Discussão bem sobre os resultados experimentais, tendo sido observados valores
de coeficiente de determinação (R2) próximos ou maiores do que 90%.
A Figura 1 apresenta os resultados de teor médio de metal lixi- (A decisão de escolha entre ajuste linear ou logarítmico baseou-se
viado até um determinado número de ciclos pelo método de “ciclo no maior valor de R2.) No caso do ajuste linear, o valor do intercepto
intermitente”. Em geral, observou-se que o aumento do número de (a, coeficiente linear) esperado é zero, pois corresponde ao ciclo zero
ciclos causou diminuição do teor médio de metal lixiviado (Figura 1a de lixiviação. A maioria dos valores de intercepto dos ajustes lineares
a 1g), mostrando que a quantidade de metal lixiviado em geral di- foi próxima de zero (entre - 0,01 e 0,76 mg/L), exceto na amostra
minui nos subsequentes ciclos de lixiviação (a redução foi em geral com 10% de óxido de Zn sinterizada a 850 °C, cujo valor elevado
entre ~ 20% e 60% em relação ao primeiro ciclo, mas houve casos de ~ 16 mg/L (Tabela 1) indica, provavelmente, uma cinética rápida
em que a redução foi praticamente nula ou de cerca de 90%, como de lixiviação no intervalo de tempo do primeiro ciclo. (No caso do
nas massas com óxido de Pb, Figura 1b). A exceção foi a massa com ajuste logarítmico, o valor do intercepto, a, corresponde ao primeiro
adição de óxido de Co, que apresentou, em geral, um máximo de teor ciclo de lixiviação). As comparações entre os valores de intercepto
médio de Co lixiviado no terceiro ciclo, mostrando que a quantidade e de coeficiente angular, b, só podem ser realizadas considerando-se
de Co lixiviado aumenta nos primeiros ciclos e depois diminui com o um mesmo tipo de ajuste de curva. Assim, a comparação entre os
aumento do número de ciclos (Figura 1h). Os resultados mostraram resultados de ajuste linear da amostra com 3% de óxido de Zn sinte-
que, para os metais estudados, em geral, no primeiro ciclo ocorre o rizada a 850 °C pelo método do “ciclo intermitente” (Tabela 1) e pelo
ataque mais intenso pelo meio lixiviante, à exceção do Co. método do “ciclo contínuo” (Tabela 2) mostra que em ambos os casos
A Figura 2 apresenta os valores acumulados de metal lixiviado, os valores de intercepto foram próximos, mas o valor do coeficiente
calculados pela multiplicação do teor médio lixiviado, obtido no b foi maior no método do “ciclo intermitente”, mostrando uma ciné-
método de “ciclo intermitente”, pelo número correspondente de tica mais rápida de lixiviação. Este resultado era esperado, uma vez
ciclos. Em geral, os teores acumulados aumentam com o aumento que este método foi realizado com renovação do agente lixiviante a
do número de ciclos para todos os metais estudados, com exceção cada ciclo, que é uma condição mais agressiva de ataque do que a
de dois casos, um de Pb (massa com 3% de óxido de Pb sinterizada do método do “ciclo contínuo”. A comparação entre os resultados
a 1000 °C, Figura 2b) e um de Cr (massa com 10% de óxido de Cr das amostras com 3% e 10% de óxido de Zn (Tabela 1) mostra que a
sinterizada a 850 °C, Figura 2c), que apresentaram tendência inver- cinética de lixiviação foi mais rápida na amostra contendo maior teor
sa. Em decorrência do aumento do teor de metal lixiviado com o de óxido e a comparação entre os resultados da amostra com 0,3% de
número de ciclos, observou-se que as amostras, cujo resultado de óxido de Cd (Tabela 2) mostra que a cinética de lixiviação foi mais
lixiviação convencional (um ciclo) foi abaixo, porém próximo, ao do lenta quando a amostra foi sinterizada em temperatura mais elevada.
limite máximo permitido, apresentaram teores acumulados de metal O efeito benéfico de maior temperatura de sinterização na redução
lixiviado maiores do que os respectivos limites no terceiro ciclo de da cinética de lixiviação também pode ser constatado nas represen-
lixiviação (Figura 1d a 1g). tações gráficas dos resultados das amostras contendo óxidos de Cu
A Figura 3 apresenta os resultados de teor de metal lixiviado (Figura 3d), Zn (Figura 2f) e Mn (Figura 3g). No caso das amostras
até um determinado número de ciclos pelo método de “ciclo con- contendo 3% e 10% de óxido de Ni (Figura 3e), tanto a diminuição
tínuo”. Os resultados também mostraram que, em geral, os teores do teor de óxido quanto o aumento da temperatura de sinterização
de metal lixiviado aumentam com o aumento do número de ciclos, devem ter favorecido a redução da cinética de lixiviação.

42 Cerâmica Industrial, 10 (5/6) Setembro/Dezembro, 2005


12 1,6
CdO NiO
Teor médio de Cd lixiviado (mg/L)

Teor médio de Ni lixiviado (mg/L)


3% 850 °C 1,4 3% 850 °C
10 10% 850 °C 10% 850 °C
3% 950 °C 1,2 3% 1050 °C
8 10% 950 °C 10% 1050 °C
1,0
6 0,8
0,6
4
0,4
2
0,2
0 0,0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Número de ciclos Número de ciclos
(a) (e)

1,4 30
PbO ZnO

Teor médio de Zn lixiviado (mg/L)


25
Teor médio de Pb lixiviado (mg/L)

1,2 3% 850 °C 3% 850 °C


10% 850 °C 20
10% 850 °C
1,0 3% 1000 °C 15 3% 1050 °C
10% 1000 °C 10% 1050 °C
0,8 4

0,6 3

0,4 2

0,2 1

0,0 0
0 1 2 3 4 0 5 10 15
Número de Ciclos Número de ciclos
(b) (f)

0,8 1,8
Cr2O3 MnO
Teor médio de Mn lixiviado (mg/L)
Teor médio de Cr lixiviado (mg/L)

0,7 3% 850 °C 1,6 3% 850 °C


0,6 10% 850 °C 1,4 10% 850 °C
3% 1050 °C 3% 1000 °C
1,2
0,5 10% 1050 °C 10% 1000 °C
1,0
0,4
0,8
0,3
0,6
0,2
0,4
0,1 0,2
0,0 0,0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Número de ciclos Número de ciclos
(c) (g)

3,0 1,5
CuO CoO
Teor médio de Co lixiviado (mg/L)
Teor médio de Cu lixiviado (mg/L)

3% 850 °C 3% 650 °C
2,5 10% 850 °C 10% 650 °C
1,2
3% 950 °C 3% 850 °C
2,0 10% 950 °C 10% 850 °C
0,9 3% 1050 °C
1,5 10% 1050 °C
0,6
1,0
0,3
0,5

0,0 0,0
0 1 2 3 4 0 5 10 15
Número de ciclos Número de ciclos
(d) (h)
Figura 1. Teor médio de metal lixiviado em função do número de ciclos pelo método de “ciclo intermitente” das amostras contendo óxidos de: a) Cd; b) Pb;
c) Cr; d) Cu; e) Ni; f) Zn; g) Mn; e h) Co.

Cerâmica Industrial, 10 (5/6) Setembro/Dezembro, 2005 43


20
Teor acumulado de Cd lixiviado (mg/L)
CdO 3,0

Teor acumulado de Ni lixiviado (mg/L)


18 NiO
3% 850 °C
16 10% 850 °C 2,5 3% 850 °C
3% 950 °C 10% 850 °C
14
10% 950 °C 2,0 3% 1050 °C
12 10% 1050 °C
10 1,5 Decreto 8468
8
6 1,0
4
0,5
2
0 0,0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Número de ciclos Número de ciclos
(a) (e)

6
Teor acumulado de Pb lixiviado (mg/L)

PbO
3% 850 °C

Teor acumulado de Zn lixiviado (mg/L)


5 20 200
10% 850 °C ZnO
3% 1000 °C 18 150 3% 850 °C
4 10% 1000 °C 16 100 10% 850 °C
NBR 10004 14 50 3% 1050 °C
3 12 10% 1050 °C
0
10 Decreto 8468
2 8 Logarítmica
6 Linear
1 4
2
0 0 - 100
0 1 2 3 4 0 5 10 15
Número de ciclos Número de ciclos
(b) (f)

0,8 3,0
Teor acumulado de Mn lixiviado (mg/L)

MnO
Teor acumulado de Cr lixiviado (mg/L)

Cr2O3
0,7 3% 850 °C
3% 850 °C 2,5
10% 850 °C
0,6 10% 850 °C
3% 1000 °C
2,0 10% 1000 °C
0,5
Decreto 8468
0,4 1,5

0,3 1,0
0,2
0,5
0,1
0,0 0,0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
Número de ciclos Número de ciclos
(c) (g)

5
CuO
Teor acumulado de Cu lixiviado (mg/L)

7
Teor acumulado de Co lixiviado (mg/L)

3% 850 °C CoO
4 10% 850 °C 6 3% 650 °C
3% 950 °C 10% 650 °C
10% 950 °C 5 3% 850 °C
3 10% 850 °C
Decreto
4 3% 1050 °C
2 3 10% 1050 °C
Logarítmica
2 Linear
1
1
0 0
0 1 2 3 4 0 5 10 15
Número de ciclos Número de ciclos
(d) (h)
Figura 2. Teor acumulado de metal lixiviado em função do número de ciclos pelo método de “ciclo intermitente” das amostras contendo óxidos de: a) Cd;
b) Pb; c) Cr; d) Cu; e) Ni; f) Zn; g) Mn; e h) Co.

44 Cerâmica Industrial, 10 (5/6) Setembro/Dezembro, 2005


12
NiO
2,1 10% 650 °C
CdO
10

Teor de Ni lixiviado (mg/L)


0,3% 850 °C 3% 850 °C
Teor de Cd lixiviado (mg/L)

1,8
Logarítmica
0,3% 950 °C
1,5 Linear 8 Linear
Logarítmica Decreto 8468
1,2 6
0,9
4
0,6
0,3 2

0,0 0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
Número de ciclos Número de ciclos
(a) (e)

6
ZnO
12 3% 850 °C
1,0 5

Teor de Zn lixiviado (mg/L)


PbO 10% 1050 °C
Teor de Pb lixiviado (mg/L)

10 3% 850 °C Linear
0,8 10% 1000 °C 4 Decreto 8468
8 Linear
0,6 NBR 10004 3
6
0,4 2
4

2 0,2 1

0 0,0 0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
Número de ciclos Número de ciclos
(b) (f)

9 MnO
0,8 Cr2O3 8 10% 650 °C
Teor de Mn lixiviado (mg/L)

3% 850 °C 3% 1000 °C
Teor de Cr lixiviado (mg/L)

7 Logarítmica
0,6 10% 1000 °C
6 Linear
Decreto 8468
5
0,4 4
3
0,2 2
1
0,0 0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
Número de ciclos Número de ciclos
(c) (g)

8
CoO
CuO 7 10% 650 °C
20
Teor de Co lixiviado (mg/L)

3% 1050 °C
Teor de Cu lixiviado (mg/L)

1% 650 °C 6 Logarítmica
1% 850 °C
Linear
15 Logarítmica 5
Linear
Decreto 8468 4
10
3
2
5
1
0 0
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
Número de ciclos Número de ciclos
(d) (h)

Figura 3. Teor de metal lixiviado em função do número de ciclos pelo método de “ciclo contínuo” das amostras contendo óxidos de: a) Cd; b) Pb; c) Cr;
d) Cu; e) Ni; f) Zn; g) Mn; e h) Co.

Cerâmica Industrial, 10 (5/6) Setembro/Dezembro, 2005 45


Tabela 1. Dados das curvas ajustadas nos resultados de teor de metal lixiviado acumulado no “ciclo intermitente”.
Óxido Teor de Óxido Temp. Sinteriz. Curva Ajustada Intercepto, a (mg/L) Coef. b R2
ZnO 3% 850 °C Linear 0,76 0,22 0,989
10% 850 °C Linear 16,02 14,05 0,999
3% 1050 °C Logarítmica 0,21 0,38 0,985
10% 1050 °C Logarítmica 3,54 10,40 1,000
CoO 3% 850 °C Logarítmica 0,30 1,98 0,979
10% 850 °C Linear 0,47 0,60 0,997
3% 1050 °C Linear 0,02 0,07 0,987
10% 1050 °C Logarítmica 0,18 2,26 0,970
Notas: As funções nos ajustes linear e logarítmica são do tipo y = a + b.x e y = a + b.logx, respectivamente. R2 é o coeficiente de determinação da curva.

Tabela 2. Dados das curvas ajustadas nos resultados de teor de metal lixiviado no “ciclo contínuo”.
Óxido Teor de Óxido Temp. Sinteriz. Curva Ajustada Intercepto, a (mg/L) Coef. b R2
CdO 0,3% 850 °C Logarítmica 0,45 0,88 0,967
0,3% 950 °C Logarítmica 0,23 0,30 0,998
PbO 3% 850 °C Linear - 0,01 0,31 0,995
CuO 1% 650 °C Linear 0,01 0,67 0,987
1% 850 °C Logarítmica 0,44 2,42 0,942
NiO 10% 650 °C Logarítmica 2,09 5,27 0,986
3% 850 °C Linear 0,44 0,10 0,965
ZnO 3% 850 °C Linear 0,67 0,08 0,989
MnO 10% 650 °C Logarítmica - 0,35 5,28 0,916
3% 1000 °C Linear 0,26 0,02 0,875
CoO 10% 650 °C Logarítmica 1,10 4,39 0,943
10% 1050 °C Linear 0,46 0,06 0,909

4. Conclusões mostra que a estabilização dos metais na massa cerâmica por longos
tempos é favorecida pelas temperaturas elevadas de queimas.
Este trabalho foi realizado para se verificar o efeito cumulativo
e seqüencial no processo de lixiviação dos corpos cerâmicos sinte- Agradecimentos
rizados com metais tóxicos (Cd, Pb, Cr, Cu, Ni, Zn, Mn e Co), por
Os autores agradecem à Secretaria da Ciência, Tecnologia,
meio de estudo de cinética de lixiviação. Este estudo foi realizado
Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo
por dois métodos: o primeiro, denominado “ciclo intermitente”,
– SCTDET-SP pelo financiamento para a realização desta pesquisa
foi realizado com renovação do agente lixiviante a cada ciclo de
(Proc. SCTDE nº 123/01). Os autores agradecem também à colabora-
24 horas, e o segundo, denominado “ciclo contínuo”, foi realizado
ção de Debora Corvello e Gláucio I. Horita, nas etapas de preparação de
sem troca do meio lixiviante (com aumento do tempo de lixiviação
amostras e lixiviação, e Rosana A. Hoshino, pelas análises químicas.
e considerando cada 24 horas um ciclo). Foram realizadas análises
até o trigésimo ciclo.
Os resultados mostraram que, para os metais estudados, em
Referências
geral, no primeiro ciclo ocorre o ataque mais intenso pelo meio 1. Yoshimura, H. N.; Camargo, A. C.; Portela, J. C. S. Adição de metais
tóxicos a massas cerâmicas e avaliação de sua estabilidade frente a agente
lixiviante, à exceção do Co. Em geral, o teor acumulado de metal
lixiviante. Parte 2: Lixiviação. Cerâmica Industrial, São Paulo, v. 10,
lixiviado aumenta com o aumento do número de ciclos para todos n. 4, p. 35-40, jul./ago. 2005.
os metais estudados, mas algumas amostras contendo óxidos de Cr,
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10005:
Pb e Zn apresentaram diminuição do teor de metal lixiviado após Lixiviação de resíduos – Procedimento. Rio de Janeiro, 1987. 10 p.
um determinado número de ciclos. Em decorrência do aumento do
3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004:
teor de metal lixiviado com o número de ciclos, observou-se que as Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 1987. 63 p.
amostras, cujo resultado de lixiviação convencional (um ciclo) foi
4. BRASIL. Decreto nº. 8.468 de 08 de setembro de 1976. Aprova o Re-
abaixo, porém próximo, ao do limite máximo permitido, apresentaram
gulamento da Lei nº. 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a
teores acumulados de metal lixiviado maiores do que os respectivos prevenção e o controle da poluição do meio-ambiente. Lex: Legislação
limites no terceiro ciclo de lixiviação. Os resultados mostraram que Estadual, São Paulo, p. 460-505, 1976.
a cinética de lixiviação é complexa, tendo sido observadas tanto 5. Camargo, A. C.; Yoshimura, H. N.; Portela, J. C. S. Adição de metais
correlações lineares quanto logarítmicas dos resultados. Entretanto, tóxicos a massas cerâmicas e avaliação de sua estabilidade frente a
os resultados também mostraram que a cinética de lixiviação é mais agente lixiviante. Parte 1: Avaliação das características físicas. Cerâmica
lenta em massas sinterizadas em temperaturas mais elevadas, o que Industrial, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 39-46, mar./abr. 2005.

46 Cerâmica Industrial, 10 (5/6) Setembro/Dezembro, 2005

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