MATERIAIS
Alexandre Rangel
Belo Horizonte
2009
1 Perspectiva Histórica
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dos quais muitos produtos são feitos. Alguns observadores sugerem a denominação “Idade do
silício” devido ao grande impacto da eletrônica moderna toda baseada na tecnologia do silício.
Poderíamos atribuir ou nomes devido aos materiais novos como a fibra de carbono, os materiais
resultantes da nanotecnologia, entre outros.
2 Classificação
2.1 Metais
Os materiais metálicos compreendem os metais puros e as ligas metálicas.
Comercialmente, metais considerados puros contem na verdade alguma quantidade de
impureza, pois pode-se dizer que é impossível obter um metal totalmente puro pelos meios
atuais. Mas quando o teor de impureza é bem baixo pode-se denominá-lo de puro. Os metais
puros são formados pelos elementos metálicos da tabela periódica, os quais são a maioria.
Exemplos são o ferro, o cobre, o alumínio, o magnésio, o tungstênio, o cobalto e o titânio.
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As ligas metálicas são formadas por um elemento metálico (o principal e em maior
quantidade) e outro(s) elementos(s) que pode(m) ser metálico(s) ou não. Alguns exemplos são o
aço carbono, material que é constituído de ferro (principal) e carbono (ametal), aço rápido que
além do ferro e do carbono pode conter na composição o tungstênio, o molibdênio e o cromo. O
latão, uma liga de cobre e zinco. Para todos os metais comerciais existem as suas respectivas
ligas. Ou seja, tem-se as ligas de magnésio, de alumínio, de cobre, de níquel, de titânio, etc.
Exceto os metais nobres, quase sempre se faz necessário realizar algumas reações
químicas para se obter um metal, pois na natureza eles estão combinados quimicamente com
ametais, principalmente o oxigênio, o carbono, o enxofre. O material disponível na natureza a
partir do qual o metal é obtido é o minério.
Os materiais metálicos são em geral bons condutores elétricos e térmicos, apresentam
boa resistência mecânica, apresentam superfície brilhosa quando recentemente cortada.
Apresentam plasticidade, podendo mudar de forma a partir de um esforço mecânico aplicado,
ou seja, podem ser dobrados, estirados, etc.
Os metais são usados em aplicações diversas na atualidade, como na construção de
equipamentos, máquinas, automóveis, ferramentas de corte, indústria de armamentos, na
construção civil, inúmeros setores.
2.2 Polímeros
O termo polímero é a junção de “poli” que significa muitos, e “mero” que significa
unidades de repetição. Portanto, polímeros são compostos macromoleculares, em que as
macromoléculas se caracterizam pela repetição de um mesmo tipo de unidade (grupo de
átomos). Os polímeros são naturais ou sintéticos. Os polímeros estão presentes nas plantas, nos
animais em geral. Para se obter os polímeros sintéticos utiliza-se como matéria-prima derivados
do petróleo. Reações químicas desses derivados petróleo implicam na obtenção das
macromoléculas poliméricas. Devido aos polímeros serem constituintes de matéria-orgânica
(naturais) ou serem obtidos a partir de derivados do petróleo (sintéticos) pode-se deduzir que o
carbono é um dos seus principais átomos. Além do carbono, outros elementos são comuns,
como o hidrogênio, o oxigênio, o flúor, o nitrogênio, entre outros (praticamente apenas ametais).
De maneira geral, os polímeros são considerados materiais leves (baixa densidade),
possuem baixo ponto de fusão (o que facilita a transformação em produtos, mas limita a
temperatura de uso), isolantes.
Alguns exemplos de polímeros: polietileno (PE), poliestireno (PS), poli(etileno
tereftalato) (PET); borracha natural; celulose, amido, poli(cloreto de vinila) (PVC), etc.
Importante lembrar que também existem polímeros que não são a base do carbono, por
exemplo, os polímeros de silício.
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2.3 Cerâmicos
Os solos, as rochas, as argilas, a areia são todos materiais cerâmicos. As rochas podem
ser utilizadas na construção civil, as argilas são usadas para obtenção dos tijolos, telhas, louças
sanitárias etc. A areia pode ser usada na construção civil, para fazer vidro. O alumínio é um
metal, mas o material a partir do qual ele é obtido é cerâmico, o óxido de alumínio (Al2O3). O
óxido de ferro a partir do qual o ferro é obtido, é cerâmico. As argilas são compostos contendo
óxidos de silício (um metalóide) e alumínio, podendo ter outros elementos metálicos na
composição, como sódio, magnésio, cálcio, etc. A areia é composta de óxido de silício.
A partir dos exemplos citados pode-se concluir que, em relação aos átomos constituintes,
as matérias-primas cerâmicas são quase sempre combinações de átomos metálicos e metalóides
com ametais. Podem citados: óxidos diversos, como o de alumínio, de ferro, de magnésio, de
cálcio, de titânio, etc. Existem também os carbetos de metais, ou seja, compostos de carbono
com elementos metálicos, os sulfetos de metais (enxofre + metal), os nitretos (nitrogênio +
metal), entre outros.
Produtos cerâmicos como tijolos, telhas, entre outros, para adquirirem resistência
mecânica adequada, faz-se necessário elevar a temperatura para que as partículas de argila se
unam. Para se obter o vidro, a areia tem que sofrer fusão e o vidro é obtido com o resfriamento
da massa fundida. As temperaturas utilizadas são bem elevadas.
Aspectos relacionados aos materiais cerâmicos são o alto ponto de fusão, estabilidade
química, são frágeis (não se deformam muito antes de fraturar quando um esforço mecânico é
aplicado).
Um aspecto importante é que muitos materiais cerâmicos contem na composição o
silício e o oxigênio. Isto porque 74% da massa da crosta terrestre é formada por estes dois
elementos químicos. Os compostos a base de silício e oxigênio são chamados de silicatos. As
argilas são silicatos, a areia também é um tipo de silicato.
2.4 Compósitos
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- Eles são projetados para se conseguir as melhores propriedades ou combinações de
propriedades de cada um dos componentes. Por exemplo, pneu, uma mistura de borracha, com
partículas de carbono, e fibras de aço ou metal. O concreto é um material compósito, formado
pela mistura de cimento, brita, areia e aço.
- Eles são projetados levando em conta os objetivos típicos dos materiais de engenharia.
A partir da década de 60, os materiais compósitos de alto desempenho foram
introduzidos de maneira definitiva na indústria aeroespacial. O desenvolvimento de fibras de
carbono, boro, quartzo ofereceram ao projetista a oportunidade de flexibilizar os projetos
estruturais, atendendo as necessidades de desempenho em vôo de aeronaves e veículos de
reentrada. Em paralelo, os compósitos carbono/carbono (compósitos de Carbono Reforçados
com Fibras de Carbono-CRFC) e tecidos de fibras de quartzo foram desenvolvidos e submetidos
a severas condições térmicas e de erosão, em cones dianteiros de foguetes, em partes externas
de veículos submetidos à reentrada na atmosfera terrestre e em aviões supersônicos. Os avanços
dos compósitos criaram novas oportunidades para estruturas de alto desempenho e com baixo
peso, favorecendo o desenvolvimento de sistemas estratégicos, como na área de mísseis,
foguetes e aeronaves de geometrias complexas.
3 Ligações atômicas
Nas páginas anteriores foi falado que a matéria é composta de átomos. Os átomos estão
quase sempre combinados por ligações químicas. A ligação química entre átomos ocorre em
busca de uma estabilidade do produto formado em comparação aos átomos isolados. Os elétrons
da camada externa dos átomos (camada de valência) são os responsáveis pela formação das
ligações químicas. Então quando falamos de um metal sólido como o titânio, os átomos do
metal estão interligados, resultando em produto forte. Quando falamos da areia e sabendo que
ela é formada por átomos de silício e oxigênio, existe uma ligação entre os átomos, resultando
no sólido que conhecemos. As propriedades exibidas pelos materiais dependem em grande
medida do tipo de ligação existente. O tipo de ligação vai depender do tipo de átomo. Os
principais tipos de ligações interatômicas, que envolve a participação de elétrons são as
seguintes: iônica, covalente e metálica.
3.1 Iônica: é uma ligação típica entre átomos do grupo dos metais com átomos do grupo dos
ametais. Quando mais a esquerda da tabela periódica o elemento metálico estiver e quanto mais
à direita o ametal estiver mais iônica será a ligação entre eles. Quando eles estão um pouco mais
próximos pode-se falar que a ligação é parcialmente iônica e parcialmente covalente (discutida a
seguir). Pode-se pensar na ligação iônica da seguinte forma: átomos metálicos tendem a doar os
elétrons da última camada. Os ametais tendem a receber elétrons. Havendo tal transferência de
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elétrons entre os átomos, eles se transformam em cargas elétricas de sinais opostos que, portanto,
se atraem formando a ligação iônica. Um aspecto importante relacionado à ligação iônica é que
ela é uma ligação não-direcional. Isso significa que no momento que o átomo se transforma em
um cátion (após doar elétrons) ou anion (após receber elétrons), a carga elétrica atrai o máximo
possível de cargas de sinal oposto, e não apenas uma. A limitação da quantidade de vizinhos vai
ser devido à neutralidade elétrica necessária e a diferença de tamanho entre as cargas. Portanto,
a ligação iônica favorece a formação de redes de átomos. Muitos materiais cerâmicos são
formados por ligações iônicas (total ou parcial). Uma medida do quão forte é uma ligação é a
energia de ligação. Para sólidos iônicos esta energia é considerada alta e um reflexo direto disso
é o alto ponto de fusão destes materiais.
3.2 Covalente: A ligação covalente ocorre entre átomos ametais. Ela se da pelo
compartilhamento de elétrons entre os átomos em busca de uma configuração mais estável.
Nesse tipo de ligação os elétrons participantes da ligação ficam entre os núcleos dos átomos, o
que caracteriza esta ligação ser direcional. A valência que vai definir o número de vizinhos de
cada átomo. Por exemplo, quando uma molécula de oxigênio é formada (O2), os dois átomos
compartilham 2 elétrons, que ficam entre os núcleos, e resulta em uma forte ligação. Diferente
da ligação iônica em que cada átomo atrai fortemente diversos átomos de carga oposta em volta
deles, nesse caso a molécula de oxigênio age como uma entidade independente, e uma molécula
de O2 exercerá uma fraca interação sobre outra molécula de O2. Então para promover a fusão do
oxigênio não é necessário superar a ligação covalente, mas apenas separar uma molécula de
outra, que necessita de pouca energia, o que explica esta substância ser um gás na temperatura
ambiente. Esta explicação serve para a maioria dos polímeros, em que apesar de existir uma
forte ligação covalente entre os átomos formando uma macromolécula, a interação entre as
macromoléculas, devido à inexistência de doação ou compartilhamento de elétrons entre elas, é
bem mais fraca. Os polímeros, no entanto, são sólidos na temperatura ambiente, diferente do gás
oxigênio, isso porque as moléculas de polímero são muito grandes e as interações entre elas são
suficientes para estes materiais serem sólidos. As interações existentes entre as moléculas são
chamadas de ligações secundárias. Quando o material como um todo é formado apenas por
ligações covalentes ele será rígido porque a ligação covalente é considerada forte. Um exemplo
é o diamante, um material de alto ponto de fusão e duro, em que cada átomo de carbono se liga
covalentemente a quatro outros átomos de carbono, formando uma rede. Portanto, o diamante
não é um sólido molecular como os polímeros, e sim um sólido covalente, uma rede formada
covalentemente.
3.3 Metálica: a ligação metálica é a ligação referente aos materiais metálicos. Pode-se pensar
nessa ligação como sendo uma rede de cátions metálicos em um mar de elétrons (ou nuvem
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eletrônica) de valência. Os elétrons estão confinados ao metal por meio de atrações
eletrostáticas aos cátions. Eles estão uniformemente distribuídos na estrutura. Entretanto, os
elétrons são móveis e nenhum elétron de valência individual está confinado a qualquer íon
metálico específico. Quando um fio metálico é conectado aos terminais de uma bateria, os
elétrons fluem pelo metal no sentido do terminal positivo para dentro do metal a partir da bateria
no terminal negativo. A alta condutividade térmica dos metais também é explicada pela
mobilidade dos elétrons, que permite a rápida transferência de energia pelo sólido. A ligação
metálica também é não direcional. Considerando um metal puro, os elementos metálicos no
estado sólido são os de maior empacotamento atômico, ou seja, cada átomo tem uma grande
quantidade de vizinhos e o espaço é ocupado de maneira eficiente por átomos.
Os materiais sólidos podem ser classificados quanto à regularidade com que os átomos
ou íons são arranjados, um em relação ao outro. Um material cristalino é aquele em que os
átomos são arranjados de forma repetitiva ou periódica por distâncias correspondentes a várias
distâncias atômicas (ordem a longas distâncias). Eles formam um padrão tridimensional
repetitivo no estado sólido, em que cada átomo se liga a seus vizinhos mais próximos. Os metais,
muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob certas condições de
solidificação. Para os que não cristalizam a ordem atômica a longas distâncias está ausente, e o
material é denominado não-cristalino ou amorfo.
Algumas das propriedades dos sólidos cristalinos dependem da estrutura cristalina do
material, a maneira como os átomos, íons ou moléculas são arranjados espacialmente. Há um
grande número de estruturas cristalinas possíveis. Para os metais elas são mais simples,
diferentemente dos materiais cerâmicos e poliméricos, em que se verificam, em alguns casos,
estruturas complexas.
Nos modelos para descrição de estruturas cristalinas, os átomos são considerados
esferas rígidas. Os átomos tocam os vizinhos mais próximos. O termo rede é usado no contexto
de estrutura cristalina e significa o arranjo tridimensional de pontos coincidentes com as
posições atômicas, o centro dos átomos.
A ordem atômica em sólidos cristalinos indica que pequenos grupos de átomos formam
um padrão repetitivo. Então, ao descrever estruturas cristalinas, geralmente é conveniente
subdividir a estrutura em pequenas unidades de repetição chamadas de células unitárias. Para
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a maioria das estruturas as células unitárias são paralelepípedos ou prismas tendo três conjuntos
de faces paralelas.
O comprimento das arestas da célula unitária (a, b e c) e os ângulos entre os eixos
cristalográficos (α, β e γ) são denominados de constantes de rede ou parâmetros de rede. A
geometria da célula unitária é completamente definida em termos destes 6 parâmetros de rede.
Diferentes combinações entre as dimensões e os ângulos implicam em 7 diferentes
combinações, ou seja, sete sistemas cristalinos: cúbico, tetragonal, hexagonal, ortorrômbico,
romboédrico, monoclínico e triclínico.
O aspecto chave das células unitárias é que elas fornecem uma descrição geral da
estrutura, pois a estrutura completa pode ser gerada pelo empilhamento repetitivo de células
unitárias adjacentes face a face por todo o espaço tridimensional.
A descrição de estruturas cristalinas por meio de células unitárias tem uma importante
vantagem. Todas as estruturas possíveis reduzem a um pequeno número de geometrias de
células unitárias básicas, as quais são demonstradas de duas formas.
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aplicação pode ser de apenas uma fração de segundo, ou durar anos. A temperatura de serviço
pode ser um fator importante.
Tensão x deformação:
Se uma carga é estática ou muda lentamente com o tempo e é aplicada uniformemente sobre
uma seção transversal ou superfície de uma peça, o comportamento mecânico pode ser medido
por um teste simples de tensão-deformação; estes testes são mais comumente conduzidos para
metais na temperatura ambiente.
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pouca deformação plástica antes de sofrer ruptura é considerado frágil. Se suportar grandes
deformações é considerado dúctil.
A ductilidade pode ser expressa quantitativamente como a (%) de deformação ou (%) de
redução de área. A percentagem de elongação é a (%) de deformação plástica na fratura.
% el = 100 x (lf – lo)/lo
lf é o comprimento na fratura;
lo é o comprimento inicial.
Um material é considerado frágil quando apresenta deformação na ruptura inferior a
5%.
Dureza: outra propriedade mecânica que é importante destacar é a dureza, que é uma medida da
resistência do material à deformação plástica localizada, tem correlação com as propriedades de
tração do metal. Esta propriedade é avaliada por ensaio de dureza que implica na aplicação de
uma carga padronizada, utilizando um penetrador, sobre a superfície do material de teste.
Alguns ensaios são baseados na profundidade alcançada pelo penetrador (Rockwell) e outros
são baseados na área formada na superfície pelo penetrador (Brinell e Vickers).
Temperabilidade: relacionada aos aços. Relaciona-se a facilidade com que um aço tem de ser
temperado.
Soldabilidade: habilidade de ser soldado.
Resistência a oxidação: resistência que o material oferece a ação ambiental, ou seja, de ser
oxidado pelo ambiente.
Dureza a quente: manutenção da dureza de um metal em temperaturas elevadas.
5 Estrutura x Propriedades
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facilitavam a deformação. Posteriormente foi comprovado que tais defeitos realmente existiam e
eles foram denominados de discordâncias. Esses defeitos são semi-planos extras na estrutura
que facilitam a deformação. Eles existem na estrutura dos metais e se formam durante a
solidificação. Portanto, a deformação dos metais ocorre pelo movimento de discordâncias.
Então, para aumentar a resistência de um metal deve-se criar mecanismos que dificultem o
movimento destes defeitos. Algumas formas de aumentar a dificuldade de as discordâncias se
movimentarem e, portanto, aumentar a resistência mecânica, são: diminuir o tamanho de grão,
adicionar impureza (ligas), aumentar o número de discordâncias até que as discordâncias em
excesso atrapalhem o movimento das discordâncias vizinhas (encruamento - deformação a frio).
Aumentar a resistência mecânica pelas formas citadas implica em aumentar a dureza.
6 Alguns conceitos
Grão - um cristal de um metal. Dentro de cada grão tem-se milhares de células unitárias.
Quando o metal está solidificando, vários grãos começam a crescer em regiões distintas, e
finalmente eles se encontram quando a solidificação é concluída. A fronteira entre dois grãos é
chamada de contorno de grão. Quando o tamanho de grão é pequeno a área de contorno de grão
aumenta e esta região é uma barreira ao movimento das discordâncias. Considerando um metal
puro, quando vários grãos são formados diz-se que ele é policristalino, exatamente por ter mais
de um grão.
Fase - Porção homogênea. Parte distinta de uma microestrutura. Quando se adiciona
níquel ao cobre para formar uma liga cobre-níquel, devido a semelhança entre estes dois átomos,
quando o sólido é formado, vários grãos serão observados, mas todos eles tendem a ter a mesma
composição e mesma estrutura cristalina, portanto, esta liga tem uma fase apenas. Considerando
o aço com 0,5% de carbono. Devido à grande diferença entre os átomos de ferro e carbono,
apenas uma quantidade muito pequena, bem inferior aos 0,5%, dos átomos de carbono fica entre
os átomos de ferro. O resto do carbono, não solúvel no ferro, acaba formando outro componente
rico em carbono. O aço, portanto, será formado por uma fase rica em ferro (ferro quase puro) e
outra com mais carbono do que a primeira, ou seja, existem duas fases nesse aço. Em ligas com
mais de uma fase, se uma das fases formadas tem alta dureza, ela pode atuar como agente de
aumento da resistência da liga. A adição de elementos de liga pode favorecer a formação de
fases que vão modificar a estrutura do metal e conseqüentemente as propriedades.
O tratamento térmico é uma forma bastante utilizada de controle da estrutura dos metais.
Quando se solidifica um metal ou uma liga metálica lentamente, haverá uma tendência natural
de se formar determinadas fases, ou seja, as fases de equilíbrio. Se o metal é solidificado muito
rapidamente pode-se favorecer que os átomos se arranjem de outras formas e a fase formada
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terá propriedades diferentes. Muitas vezes uma peça sólida se aquecida até certos valores de
temperatura (mesmo no estado sólido) e resfriada rapidamente também sofre tais mudanças
estruturais. Isso vai depender da liga. Mas o tratamento térmico, é importante enfatizar que
existem diversos tipos, é um recurso bastante utilizado para o controle de propriedades dos
materiais metálicos.
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