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Comentários interpretativos de cinco textos à luz da solidari-

edade paulina:

1) 2 Co 6.16 (Somos o Templo de Deus)

“Nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei

e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.

Neste texto, como também em outras passagens do Novo Testamento, a co-

munidade dos crentes é descrita como sendo o templo de Deus. Aqui, Paulo usa

o termo grego “naos”, que indica o santuário interno, e não “ieron”, que des-

creve o templo como um todo, o edifício inteiro. Embora ambos os termos pos-

sam ser usados como sinônimos, “naos” é o “santuário”, o “Santo dos Santos”,

lugar da manifestação da glória e da presença de Deus. O coração do templo.

Enquanto 1 Co 6.19 pareça descrever o crente individual como templo do

Espírito Santo, o Novo Testamento, em 2 Co 6.16 e em diversas outras passa-

gens que citaremos a seguir, enfatiza que a igreja cristã inteira deve ser

reconhecida como o templo de Deus; ressaltando a importância da unidade, da

solidariedade, da congregação e da reunião dos crentes.

No A.T. a glória e a presença de Deus se manifestavam no templo. Deus

se revelava e se encontrava com seu povo no templo; era uma questão de lugar,

centralizando-se geograficamente em Israel, Jerusalém, templo e “Santo dos

Santos”: “O Senhor está no seu santo templo” (Sl 11.4 e Hc 2.20); “O Espí-

rito me levantou e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do Senhor

enchia o templo”. (Ez 43.5); “Tendo os sacerdotes saído do santuário, uma nu-

vem encheu a casa do Senhor, de tal sorte que os sacerdotes não puderam per-

manecer ali, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória de Deus en-
2
chera a casa do Senhor.” (1 Rs 8.10-11; ver também: 2 Cr 5.14); “Eu amo, Se-

nhor, a habitação de tua casa e o lugar onde tua glória assiste.” (Sl 26.8).

Já, no Novo Testamento, percebemos uma nítida mudança na concepção de

“templo”, que passa a não ser mais uma questão de lugar geográfico ou de edi-

fício estático, como declarou Paulo, em At 17.24, no seu discurso no Areópa-

go, dizendo que Deus não habita em templos construídos por homens. O mesmo

afirmou Estevão (At 7.48). Pois o verdadeiro templo de Deus é a Igreja, o

Corpo de Cristo, como disse Paulo: “nós somos santuário do Deus vivente...”

(2 Co 6.16). Cada cristão é uma pedra viva para a edificação do templo espi-

ritual de Deus: “também vós mesmos, como pedras vivas, sois edificados casa

espiritual...” (1 Pe 2.5).

Enquanto nós somos pedras vivas, Jesus é a pedra angular “no qual todo

edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual vós

juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” (Ef

2.21,22).

Foi o próprio Jesus quem disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos

em meu nome ali eu estarei” (Mt 18.20). Ressaltando a importância da comu-

nhão. Quando os irmãos se reúnem Deus se faz presente de uma maneira toda es-

pecial. É na unidade do povo de Deus que o Senhor “ordena a sua bênção e a

vida para sempre” (Sl 133.3).

A vida cristã é uma vida em congregação, em unidade, em sociedade, em

amor. Somos individualmente membros do corpo de Cristo. Onde estamos interli-

gados e interdependentes. Não podemos ser cristãos tipo “ilha”, não podemos

viver isolados do corpo. A própria oração que Jesus nos ensinou é uma oração

que deve ser feita em conjunto: “Pai nosso... e pão nosso”.

Não devemos nos preocupar apenas com nossa santidade e edificação pes-

soal.

A questão da solidariedade é muito forte na igreja, tanto quanto entre

os hebreus, por esta razão nos exorta o autor de Hebreus, dizendo: “Não dei-

xemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes façamos admoestações,

e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” (Hb 10.25).

2
3

2) 1 Co 12.13, 25 e 26 (O Corpo de Cristo)

“Pois em um só Espírito todos nós fomos batizados em um corpo... para

que não haja divisão no corpo: pelo contrário cooperem os membros, com igual

cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que se um membro sofre, todos

sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam”

Paulo usa a figura ilustrativa do corpo humano para descrever a igreja

e melhor demonstrar sua unidade e a solidariedade que deve existir entre os

membros (Rm 12.4-5). A igreja é o corpo de Cristo (1 Co 12.27) e “Ele é a ca-

beça do corpo, da igreja...” (Co 1.18).

Usando linguagem metafórica, Paulo, levando em consideração que a Igre-

ja é o Novo Israel, segue de perto o ensino judaico sobre a unidade de Isra-

el, que também fazia uso de diversas analogias, comparando, por exemplo, Is-

rael a “corpo e alma”, “uma árvore”, “feixe de hissopo”, e “a videira”, que é

a que melhor ilustra a unidade orgânica de Israel.1 E a estrutura orgânica (um

corpo, uma árvore) é a que melhor descreve as implicações da solidariedade.2

Paulo enfatiza que os crentes, embora sejam muitos e distintos entre

si, foram, em um só Espírito, “imersos” em um corpo. É através do poder do

Espírito Santo que cada membro é moldado para formar uma única entidade, um

só corpo. A influência do Espírito é que os transforma e os une. Este batismo

cristão torna Cristo Senhor de todos, a cabeça do corpo.

Paulo, exortando os efésios à unidade, evoca o que todos os cristãos

têm em comum, dizendo: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que an-

deis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda humildade e

mansidão, com longanimidade, suportando-os uns aos outros em amor, esforçan-

do-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz:

Há somente um corpo e um Espírito; como também fostes chamados numa só espe-

1
Shedd, Russell P. “A solidariedade da raça - o homem em Adão e em Cristo”. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Pau-
lo: Edições Vida Nova, 1995, p. 51-53.
2
Ibid., p. 184.
4
rança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus

e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”

(Ef 4.1-6).

Vemos aí que a unidade de Deus é um forte argumento em defesa da unida-

de da igreja. Sabemos que o mesmo argumento era usado pelos judeus em relação

à nação de Israel, como bem observou o Dr. Russel Shedd ao citar a máxima de

Josefo: “Deus é um e a raça hebraica é uma” e uma frase da Amida para as Ves-

perais dos Sábados: “Tu és um, teu Nome é um, quem és um no mundo como o teu

povo Israel”.3

A Unidade e a solidariedade deve ser de tal “maneira que, se um membro

sofre, todos sofrem com ele, e, se um deles é honrado, com ele todos se rego-

zijam.” (1 Co 12.26).

A concepção paulina de igreja local e igreja universal é melhor enten-

dida traçando-se um paralelo com o uso que os judeus faziam do termo “sinago-

ga”, que em alguns casos era aplicado a nação como um todo e, geralmente, se

referia às congregações locais. O fato de existirem centenas de sinagogas não

negava a existência da unidade do povo de Israel que formava uma única sina-

goga. Sendo assim tanto Israel como a igreja têm alcance universal e manifes-

tação local.4 Como bem observou o Dr. Russell Shedd: “...o entendimento pau-

lino da manifestação local da igreja universal não implica, de modo algum, em

negação da unidade ou singularidade do único corpo.”5

Nós somos o corpo de Cristo, o templo em que Deus habita, portanto,

quando nos reunimos, “seja tudo feito para edificação” (1 Co 14.26). Pois o

amor, que é a essência do cristianismo, não busca os próprios interesses em

detrimento do bem coletivo (1 Co 13.5). Os nascidos de novo são o corpo de

Cristo, e, individualmente, membros deste corpo. O membro não vive em função

de si mesmo, mas do corpo. A igreja precisa ouvir a vós do Espírito e cada

membro deve se esforçar diligentemente por preservar a unidade do Espírito no

vínculo da paz (Ef 4.3), e, como exorta o apóstolo Paulo, “seguindo a verda-

3
Ibid., p. 50.
4
Ibid., p. 132.
5
Ibid., p. 154.

4
5
de, em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, de quem

todo o corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda junta, segundo

a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edifi-

cação de si mesmo em amor.” (Ef 4.3, 15,16). Como crentes, precisamos discer-

nir o corpo de Cristo (1 Co 11.29), como veremos a seguir quando estivermos

comentando o texto que diz respeito à Ceia do Senhor.

3) 1 Co 10.16,17 (A Ceia do Senhor)

“O cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão com o sangue de

Cristo? O pão que partimos não é a comunhão com o corpo de Cristo? Já que há

um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos partici-

pamos desse único pão”

Paulo lembra aos coríntios que a Ceia do Senhor é momento de reflexão

sobre o significado do corpo de Cristo, momento de mantermos a consciência da

nossa unidade em Cristo. Como bem observa o Dr. Russell Shedd:

A refeição é uma representação comemorativa do sacrifício com o qual Cristo


deu início à nova aliança que constituiu o novo Israel, ou seja, que originou a Igreja. A
Ceia é uma confissão do vínculo da aliança que faz com que a comunidade seja o povo
de Deus, ao mesmo tempo em que produz uma comunhão entre aqueles que participam
juntos dos elementos.6

Podemos traçar um paralelo entre a Ceia do Senhor e a Páscoa dos ju-

deus. Para os judeus a participação e os cumprimentos das obrigações religio-

sas de cada judeu era de suma importância para a comunidade como um todo,

como bem observa o Dr. Russell Shedd:

... o mesmo acontece com Israel. Se um deles peca, todos o sentem. De acordo com o
rabino José, o galileu, até que o último israelita completasse seu sacrifício pascal, a na-
ção inteira correria o perigo de extinção. Em toda a exposição dos acontecimentos da
história de Israel, existe essa ênfase nas terríveis implicações do fato de um único israe-
lita deixar de cumprir seu papel como subunidade da nação.7

A unidade e o vínculo existentes entre os membros da Igreja não são di-

ferentes dos da comunidade judaica, por esta razão, Paulo, com as seguintes

palavras, advertiu severamente aos coríntios que agiam egoisticamente na ce-

6
Ibid., p. 180,181.
7
Ibid., p. 52.
6
lebração da Ceia do Senhor: “não vos louvo, porquanto vos ajuntais , não para

melhor, e, sim, para pior. Porque, antes de tudo, estou informado haver di-

visões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu em parte o creio... Quan-

do, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a Ceia do Senhor que comeis. Por-

que, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente a sua própria ceia; e há quem

tenha fome, ao passo que há também quem se embriague. Não tendes porventura

casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais o

que nada têm... Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor

indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor... pois quem bebe, sem

discernir o corpo, come e bebe juízo para si... Assim irmãos meus, quando vos

reunis para comer, esperai uns pelos outros... a fim de não vos reunirdes

para juízo” (1 Co 11.17s).

Cada membro precisa discernir o corpo de Cristo para não incorrer em

juízo condenatório; e buscar viver em unidade e amor, visando o bem comum,

sufocando o egoísmo, a inveja, os ciúmes, as contendas e tudo o que for con-

trário ao amor. Pois participar da Ceia do Senhor não é apenas participar de

Cristo, mas também de nossos irmãos em Cristo, pois todos juntos, somos um só

em Cristo. Estes textos mencionados sobre a Ceia do Senhor ensinam que a

unidade do Corpo de Cristo é santa, pois ao participarmos de um único pão,

devemos lembrar que formamos um só corpo em Cristo, destacando-se, assim,

nossa “personalidade coletiva”. Pecar contra os irmãos significa pecar contra

Cristo e investir contra a unidade da Igreja é pecado grave que traz consigo

dura condenação. (1 Co 8.12; 11.29).

4) Rm 5.15, 18 (Em Adão e Em Cristo)

“Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque se pela

ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela

graça de um só homem, Jesus Cristo, foi abundante sobre muitos... Pois assim

como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação,

assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para

a justificação que dá vida.”

6
7
Paulo, ciente de que a solidariedade baseia-se no relacionamento,

demonstra como nosso vínculo com Adão nos trouxe danosas conseqüências, ao

mesmo tempo que nossa união com Cristo, o segundo Adão, autêntico represen-

tante da raça humana, reverte o quadro e nos possibilita a redenção.

Cristo substitui o primeiro homem como o arquétipo e representante de

uma nova humanidade.8

O primeiro Adão falhou, Cristo veio para tomar o lugar do velho Adão,

pois é o único capaz de desfazer o poder e as conseqüências do pecado de Adão

que atingiu a todos os homens, e, assim, dar início a uma nova humanidade.

Como afirma Bruce:

E aos que Ele colocou em reta relação com Deus, a velha solidariedade do pecado e da
morte, que tinham por sua associação com o primeiro Adão, abriu passo para uma nova
solidariedade: a da justiça e da vida, pela associação com o “último Adão”.9

Paulo apresenta a salvação em Cristo em termos do tão bem conhecido e

desenvolvido (em todo Israel) conceito de solidariedade da raça humana. Pau-

lo conhecia muito bem o conceito hebraico de personalidade coletiva ou corpo-

rificada. E o Dr. Russell Shedd está certo ao dizer que : “toda a antropolo-

gia e a soteriologia de Paulo estão construídas sobre os conceitos hebraicos

de solidariedade da raça”.10 Infelizmente, em nossos dias, principalmente no

ocidente, tendemos a negligenciar tal solidariedade em favor da afirmação de

nossa identidade individual. Mas como afirmou John Donne:

Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do con-
tinente, uma parte do todo. Se um bloco de terra e arrastado pelas águas, o território fica
diminuído, seja a Europa, ou um promontório ou a fazenda dos teus amigos. A morte de
cada ser humano me diminui, porque estou envolvido na humanidade. Portanto, nunca
mande perguntar por quem os sinos dobram: dobram por ti.11

Todos os homens participaram em Adão do pecado original, mas, também,

cada indivíduo tem cometido os seus próprios pecados. Como ilustra Champlin

8
Bruce, F. F. “Romanos - Introdução e Comentário”. Tradução: Odayr Olivetti. São Paulo Edições Vida Nova e Editora Mundo
Cristão. 1986, p. 106.
9
Ibid., 102.
10
Shedd, Russell P. “A solidariedade da raça - o homem em Adão e em Cristo”. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Pau-
lo: Edições Vida Nova, 1995, p. 101.
11
Ibid., p. 103.
8
este fato, bem como a solidariedade que existe entre a raça humana e o pri-

meiro homem, Adão:

O pecado de Adão é a raiz; os pecados da humanidade são os ramos; e os pecados indi-


viduais são os frutos... A realidade de tudo quanto uma árvore é, se origina de suas raí-
zes. Uma árvore, entretanto, é bem mais do que apenas as suas raízes; pois também con-
siste do grande tronco que se eleva da superfície do chão. Também inclui até mesmo os
seus frutos. Ora, outro tanto sucede no caso do pecado. A raiz é o pecado de Adão, e o
juízo divino foi pronunciado contra a raiz. Mas o pecado também desenvolveu o seu
tronco, visível para todos, o que representa o princípio do pecado, que opera neste mun-
do. Finalmente o pecado tem os seus frutos, o que significa os atos individuais de todos
os homens. Ora, tais atos também produzem julgamento, determinando a intensidade do
mesmo, porquanto a declaração bíblica, freqüentemente repetida, é que os homens serão
julgados de acordo com as suas obras (Rm 2.6)12

De maneira semelhante a salvação nos é outorgada por meio de Cristo.

Identificados com nosso legítimo representante e por causa dos méritos dele

somos justificados e nascidos de novo, onde “a nova humanidade é criada por

um processo de inclusão em Cristo (2 Co 5.17)”13. Os princípios de solidarie-

dade se aplicam neste caso de modo semelhante com o que se deu em relação ao

pecado de Adão. “Como o pecado de Adão envolve em culpa sua descendência, as-

sim a justiça de Cristo é creditada em favor do Seu povo.”14 Como ensina Pau-

lo: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens

para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre to-

dos os homens para a justificação que dá vida.” (Rm 5.18). Os redimidos pela

fé se tornam participantes da vida que há em Jesus Cristo.

Concluo este ponto com a seguinte frase do Dr. Russell Shedd:

Com base na representação realística dos cabeças dos dois respectivos tipos de humani-
dade, Paulo afirma que os dois grupos correspondentes participaram de fato dos atos ar-
quétipos da história humana. 15

12
Champlin, Russell Norman, Ph. D. “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo” . São Paulo: MILENIEUM.
Vol. 3, p.657.
13
Shedd, Russell P. “A solidariedade da raça - o homem em Adão e em Cristo”. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Pau-
lo: Edições Vida Nova, 1995, p. 103.
14
Bruce, F. F. “Romanos - Introdução e Comentário”. Tradução: Odayr Olivetti. São Paulo Edições Vida Nova e Editora Mundo
Cristão. 1986, p. 103.
15
Shedd, Russell P. “A solidariedade da raça - o homem em Adão e em Cristo”. Tradução: Márcio Loureiro Redondo. São Pau-
lo: Edições Vida Nova, 1995, p. 107.

8
9
Gl 3.16 (O Verdadeiro Israel de Deus)

Israel, de um modo geral, não aceitou Jesus como o Messias (Jo 1.10-

12), os gentios recebem o Cristo e são enxertados na Oliveira (Rm 11.17-24).

Repare que não existem duas oliveiras mais somente uma. Jesus disse: “Eu sou

a videira verdadeira”. Sabemos que tanto videira, como oliveira são símbolos

de Israel. Jesus está afirmando ser o Israel verdadeiro. Por esta razão Paulo

diz aos gentios cristãos: “naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da

comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperan-

ça, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós que antes estáveis

longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o

qual de ambos fez um, e tendo derrubado a parede de separação que estava no

meio, a inimizade... para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fa-

zendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo… Assim já não sois estran-

geiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois família de Deus… os

gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da pro-

messa em Cristo Jesus por meio do evangelho.” (Ef 2.12-3.6). “Dessarte, não

pode haver judeu nem grego… porque todos vós sois um em Cristo. E se sois de

Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa.”

(Gl 3.28-29). Por tudo isto Paulo pode declarar ousadamente: “Sabei, pois,

que os da fé é que são filhos de Abraão… Ora, as promessas foram feitas a Ab-

raão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de

muitos, porém como de um só: E ao teu descendente que é Cristo” (Gl 3.7, 16).

Jesus é “a pedra principal”, os que estiverem firmes nesta pedra, quer ju-

deus, quer gentios, pois “Deus não faz acepção de pessoas” (Rm 2.11), é que,

agora são chamados de “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de

propriedade exclusiva de Deus…” (1 Pe 2.4-10). Interessante notar que, neste

trecho, Pedro está citando uma promessa de Deus dirigida ao povo de Israel,

Êxodo 19.5-6: “... então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os

povos... vós me sereis reino e sacerdotes e nação santa. São estas as pala-

vras que falarás aos filhos de Israel”. Pedro entende que através da Igreja,

tal profecia tem seu cumprimento, e não teme “falar tais palavras à Igreja”.
10
“Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é

somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão a

que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede

dos homens, mas de Deus.”(Rm 2.28-29).

Sou contra o estabelecimento de uma distinção exagerada entre Israel e

Igreja. É óbvio que são dois organismos distintos, mas não devemos chegar ao

ponto de destruir algumas claras afinidades e elementos de continuidade. Je-

sus Cristo é o “sim” e o “amém” pronunciado sobre cada uma das promessas de

Deus registradas no Antigo Testamento: “Porque quantas são as promessas de

Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para a glória

de Deus.” Jesus é o Messias prometido; e, verdadeiro israelita é aquele que

possui o Messias. A esperança do povo judeu é crer no Messias, ingressando na

Sua Igreja. Quando Israel rejeitou o Messias foi cortado fora da “Oliveira” e

os gentios foram enxertados nesta mesma árvore. Não existem, portanto, duas

árvores; não existem, portanto, dois povos de Deus. O que não quer dizer que

Deus tenha se esquecido e abandonado Israel. A esperança e promessa em rela-

ção a Israel é de que venha ser enxertado de volta na mesma árvore, onde ago-

ra estão os gentios. A Igreja é este “mistério de Deus” (Ef 5.32), que englo-

ba todos os povos, formando um “só corpo”, com “um só Senhor” (Ef 4.4 e 5).

Outros textos para estudo: Gl 6.16; Rm 9.6,8 e Fp 3.3.

A igreja, sendo o verdadeiro Israel de Deus, participa da mesma solida-

riedade que caracterizou o povo de Israel do Antigo Testamento, incluindo as

aplicações, com a mesma ênfase, dos conceitos de atributos de personalidade

coletiva, vínculo, parentesco, irmandade, mérito e castigo transferíveis, re-

presentação real, substituição vicária, etc.16

16
Ibid., p. 132.

10
11

Bibliografia Consultada

BROWN, Colin (Editor Geral). O Novo Dicionário Internacional de Teologia do

Novo Testamento. Tradução: Gordon Chown. São Paulo: Edições Vida Nova. Vol.

IV. 1983.

BRUCE, F. F. Romanos - Introdução e Comentário. Tradução: Odayr Olivetti. São

Paulo Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão. 1986.

CHAMPLIN, Russell Norman, Ph. D. O Novo Testamento Interpretado Versículo

por Versículo . São Paulo: MILENIEUM. Vol. 3 e 4.

ELWELL, Walter A. (Editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cris-

tã. Tradução Gordon Chown. São Paulo: Edições Vida Nova. Vol. 3. 1990.

HORRELL, J. Scott (Editor). Ultrapassando Barreiras - Novas Opções para a

Igreja Brasileira na virada do século XXI. São Paulo: Edições Vida Nova.

1994.

MORRIS, Canon Leon. I Coríntios - introdução e comentário. Tradução: Odayr

Olivetti. São Paulo: Edições Vida Nova e Editora Mundo Cristão. 1986.

SHEDD, Russell P. A solidariedade da raça - o homem em Adão e em Cristo. Tra-

dução: Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Edições Vida Nova, 1995.
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Comentários interpretativos de cinco textos

à luz da solidariedade paulina

POR

JOSÉ ILDO SWARTELE DE MELLO

em cumprimento

Ós exigÛncias preliminares da matÚria: A Solidariedade

da Raþa

professor: Dr. Russell Shedd

Encontro Geral do mestrado - agosto/95

do

Curso de Mestrado em Teologia

FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE SÃO PAULO

São Paulo

Quinta-feira, 27 de julho de 1995

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