PAULO
RESENHA CRÍTICA
1. Brown, Harold O. J. Will the lost suffer forever? in: Criswell, 4:2 (Spring, 1990),
páginas 261-278.
salvação. Concorda que a doutrina do inferno não é a mais atrativa das doutrinas cristãs e que
existe um impulso natural em não se dar ênfase aos ensinos bíblicos sobre o sofrimento eterno.
bíblicos que descrevem o inferno como um lugar onde "o fogo nunca se apaga", "o verme não
Testamento como, por exemplo, aquelas que falam da condenação dos perdidos em termos de
acirrado e tem como defensores do aniquilacionismo homens como Justino e Stott. No entanto,
diz o autor, quando nós examinamos a Bíblia, não podemos deixar de encarar as diversas
ensinos de Jesus.
Brown faz um exame histórico e conclui dizendo que a compreensão comum entre
os judeus e os cristãos, nos primeiros séculos da era cristã, era de que havia realmente um
inferno de castigo eterno para os perdidos. Diz também que tal ensinamento acabou, com o
tempo, sendo "suavizado" pelos pais da igreja como Justino que sugeriu a possibilidade de
disciplina, ou seja, visando corrigir mais que punir. Isto seria o que conhecemos como
"segunda chance", ensino que não encontra sustentação nas Escrituras e que parece estar mais
O autor conclui dizendo que a questão não deve ser "se é duro", mas "se é verdade"
2. Erickson, Millard J. The evangelical mind and heart. Grand Rapids : Baker, 1993.
páginas 107-172.
Cristo. De um lado temos a corrente que acredita não ser necessário se submeter ao senhorio
de Cristo para ser salvo, bastando apenas exercer fé nEle, conhecida como "graça livre".
representada principalmente por Hodges, e, do outro lado, temos os que defendem ser
MacArthur. Enquanto os que enfatizam pura graça entendem que os que estão do outro lado
defendem uma posição que mistura fé com obras pervertendo a graça pura do Evangelho, os
que enfatizam o senhorio de Cristo culpam os defensores da "graça livre" por baratearem o
Evangelho, dizendo que o que eles chamam de "graça livre" não passa, na verdade, de "graça
barata".
Não é necessário arrependimento e nem submissão ao senhorio de Cristo. Hodges cita vários
textos que tratam da salvação sem mencionar nenhum dos outros elementos a não ser a fé (ex.
Jo 5.24; At 16.31 e I Jo 5.1). Afirma haver distinção entre Jesus como Salvador e Jesus como
Senhor, bem como, uma distinção entre salvação e discipulado. Assim um homem poderia
aceitar Jesus como Salvador, mas não tê-lo como Senhor; ter a salvação, mas não ser
discípulo. Dizem que o termo "Senhor" usado frequentemente em relação a pessoa de Cristo,
pode ser entendido como "Deus" (At 3.22), "dono" (Lc 19.33), etc. Hodges defende que é
impossível perder a salvação. Dizem que se boas obras devem acompanhar a fé, mesmo que
como resultado da fé, então não haveria meios de se ter certeza da salvação. Para eles as obras
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teriam dois propósitos básicos: manter comunhão com Deus e serem os meios através dos
chamado de Cristo é tornar-se Seu discípulo. Qualquer distinção entre discípulo e crente é
pecado, de crer de maneira correta e de obedecer e crer de maneira correta. Evangelismo que
são inseparáveis. Cita muitas passagens defendendo esta posição, inclusive Tt 1.16, onde
Paulo escreveu a Tito a respeito daqueles que professam conhecer a Deus, mas que por sua
desobediência provam sua falta de fé. Para ser salvo a pessoa precisa confessar o senhorio de
Cristo (Mt 7.21-23; Lc 6.46-49). Hodges diz que Senhor e sinônimo de Deus, mas se ele
estivesse certo, Tomé estaria sendo redundante em Jo. 20.28. Jesus não pode ser Salvador sem
Ser Senhor. Ele é Senhor, e aqueles que o rejeitam como Senhor não podem usá-lo como
Salvador. Outro argumento apresentado por MacArthur é a dificuldade para a salvação, "o
caminho estreito", "poucos" (Lc 13.23-30). Segurança da Salvação: não é errado questionar
nossa experiência (II Co 13.15); João escreveu seu livro para levar certeza para os salvos,
afirmando que existem frutos como evidência para a salvação (amor); "fé sem obras é morta";
crentes sem frutos não encontram base para segurança da sua salvação. Temos que entender
que a natureza da salvação não se resume a justificação, mas também inclui regeneração,
Erickson faz uma avaliação das duas posições, chamando atenção, primeiramente
para as similaridades das duas posições: salvação pela graça, crença na Bíblia, ambos
segurança pessoal da salvação, etc. Quando Erickson analisa as diferenças entre os dois pontos
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de vista ele encontra mais dificuldades com a posição de Hodges, já em relação a MacArthur,
observa que existe ambigüidade quando trata do relacionamento entre obediência e fé:
algumas vezes ele diz que obediência faz parte da fé, outras vezes diz que é sinônimo, e em
outro lugar diz ser um inevitável acompanhamento da fé. E, semelhantemente, ele parece
ensinar que arrependimento é parte da fé e, em outro lugar, que é companheiro da fé, o que
também traz confusão. Mas tirando estas observações, Erickson se posiciona ao lado dos que
acreditam ser necessário não apenas crer mas se arrepender. Ensina que a fórmula correta para
vezes, um só elemento é citado porque o outro já está implícito (ex. caso do centurião em At.
16); já em outros casos foi necessário deixar explícito o arrependimento pois a fé estava
implícita. Para Erickson o debate é saudável pois nos leva a estudar com mais cuidado as
de se entregar ao senhorio de Cristo para ser salvo. Não vejo como se possa separar o Salvador
do Senhor, e nem o crente do discípulo. Tal tentativa me parece truncada e artificial. Para mim
obras são uma consequência natural na vida dos que nasceram de novo. "Fé sem obras é
morta". "Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou
figos dos abrolhos? Assim toda árvore boa produz bons frutos... não pode a árvore boa
produzir frutos maus." (Mt 7.16-18). Salvação envolve tanto justificação quanto regeneração.
Não se pode ter um sem o outro (Tt 3.5-7). Salvação é pela graça, mediante a fé (Ef 2.8), mas
não podemos nos esquecer do v. 10, que diz: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus
para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas."
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trata com mais simpatia o inclusivismo, embora faça muitas ressalvas, parece estar aberto a
possibilidade de que alguém se salve através de outros veículos que não a fé explícita na
pessoa de Jesus Cristo, mas não está certo disto e muito menos convicto a respeito do número
dos que serão salvos desta forma. Analisa John Hick, Pluralista; Sanders e Pinnock,
inclusivistas. Após trata da questão se haverá ou não possibilidade de salvação após a morte, e
por fim, faz uma analise e uma avaliação do novo movimento conhecido como "Sinais e
dons espirituais, como, por exemplo, o dom da palavra de conhecimento, uma espécie de
revelação especial. Erickson faz uma avaliação muito apropriada deste movimento que dá
ênfase na experiência humana. O que é muito subjetivo e relativo e ficamos sem parâmetros
para discernir. Nossas experiências subjetivas devem ser julgadas pela Palavra objetiva de
tomar muito cuidado com qualquer coisa que queira ocupar o lugar da Bíblia. Dizem que
devemos exercer o mesmo ministério de poder exercido por Jesus, mas na prática não é isto
que vemos acontecer, nem na qualidade e nem na quantidade. Por exemplo, não se houve de
pessoas que ressuscitaram, nem de cegos e coxos de nascença que tenham sido realmente
curados, nem de água transformada em vinho, nem de pães e peixes se multiplicando. Mas o
tipo de milagres que eles praticam são praticados também em quase todas as religiões. Esta
ênfase no transcendental, no sobrenatural não permite que eles enxerguem os atos de Deus no
cotidiano, em tudo na vida. O mesmo se dá em relação a ação maligna, pois quando se enfatiza
as possessões demoníacas acaba-se ignorando suas formas de ação mais perigosas em meio a
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3. Hick, John. God has many names. Philadelphia : Westminster, 1982. páginas 13-59.
John Hick começa dizendo que existem dois tipos de teologias: a dogmática e a
problemática. Ele procura trabalhar mais na área da teologia problemática. Conta sua
experiência dizendo que aceitou a fé com alegria e o pacote inteiro de crenças, sem
questionamento. Ele afirma que as pessoas que se converteram em uma igreja conservadora
acabam se deparando com questões de ordem moral e racional e podem mudar muitas vezes
suas concepções tradicionais, embora a essência acabe permanecendo a mesma. Fala a respeito
do relativismo cultural: onde a pessoa nasce acaba determinando, em grande medida, qual seja
a sua religião.
metafísica, pois para ele não faz sentido duas naturezas numa mesma pessoa, além do mais, se
Cristo é Deus encarnado, então todas as demais religiões devem se converter ao cristianismo.
Como ele é pluralista, defende que se entenda a encarnação como sendo o "amor de Deus
postura tradicional cristã que ensina a salvação somente em Cristo, o que ele chama de
ignorância. Pois se for correta, implica que a grande maioria das pessoas tem caminhado para
o inferno, a maioria deles sem sequer ter tido a oportunidade de ouvir sobre Cristo, e isto não
parece corresponder a crença de que Deus é amor. Para ele, esta visão cristocêntrica é tão
errada quanto a de Ptolomeu, que acreditava que o sol girava em torno da terra. Precisamos
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aprender com Copérnico e colocar Deus no centro de todas as coisas e deixar que todas as
demais religiões, inclusive o cristianismo girem em torno de Deus. Hick diz que Deus ama a
todos, sem favoritos, portanto não viria a um povo em particular, de um modo especial e
deixaria os outros em trevas. Ele acredita que O Eterno tem se revelado a todos os povos, e
cada povo o tem percebido a sua maneira, cada tem tido preciosos e distintos contatos com O
Hick não trata com cuidado a natureza de Cristo. Pois, usando o seu próprio
ressuscitou? Então devo concluir que todos precisam se curvar diante dEle, pois Ele não seria
mais uma revelação, mas "A" revelação, não mais um caminho, mas "O" caminho, não mais
uma religião, mas "A" religião. Então, a pessoa de Cristo precisa receber uma atenção mais
cuidadosa.
4. Hodges, Zane. Absolutely free. Grand Rapids : Zondervan, 1989. páginas 15.33 e 143-
163.
introduz seu tema de salvação unicamente pela fé, sem barganhas, graça pura. Apela para o
amor e para a aceitação incondicional de Deus, representado na parábola pelo pai. Enfatiza o
relacionamento pai e filho: filho, não servo. Hodges aponta para a simplicidade do caminho da
salvação: fé. Argumenta que o Evangelho de João é o único escrito declaradamente com o
se encontra a palavra fé, muitas e muitas vezes, como por exemplo em Jo. 20.30-31.
Hodges afirma que termos simples como fé, crente e incrédulo, estão sendo
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Hodges refuta os que o acusam de baratear o evangelho, dizendo que Deus pagou
um enorme preço, e que não podemos dizer que está graça é barata pelo simples fato de Cristo
oferecê-la gratuitamente (Ap 22.17). Abraão foi justificado pela simples fé.
confinado aos não salvos ou ao momento da conversão, mas que toma parte em toda a
experiência cristã. Apela para a grande expressão dos reformadores: "sola fide", dizendo ser
esta á única condição para a salvação. Não arrependimento e fé, mas fé somente. E que ensinar
o arrependimento como condição para a salvação é o mesmo que retornar ao dogma católico
filho pródigo), e em Atos (ex. At 11.2-3, 18; At 10.48). Hodges ensina que o papel do
arrependimento é o de conduzir as pessoas para a fé. Diz que Deus usa métodos variados.
Deus pode usar o arrependimento, mas pode também usar a gratidão, o medo, a insatisfação,
ou qualquer outro incentivo, pois Deus é soberano. Mas só existe uma condição para a
salvação: fé.
Para mim arrependimento e fé são condições para a salvação (At 2.37). O apelo de
Jesus incluía arrependimento (Mt 4.17). Passagens onde o arrependimento não está explícito
como condição para a salvação, está pelo menos implícito. Como Hodges explica textos como
Mt 5.20 e 6.14-15). Salvação envolve tanto justificação quanto regeneração. Não se pode ter
um sem o outro (Tt 3.5-7). Salvação é pela graça, mediante a fé (Ef 2.8), mas não podemos
nos esquecer do v. 10, que diz: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas
"... agora, porém, notifica aos homens que todos em toda parte se arrependam;
porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça..." (At 17.30-31).
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5. Kraft, Charles. Christianity with power. Ann Arbor : Vine, 1989. páginas 1-49.
Kraft faz uma defesa do movimento "sinais e maravilhas". Inicia contando de suas
provocando fortes mudanças em sua maneira de encarar o mundo. Kraft usa como argumento
compreensão das Escrituras. Tal movimento tem como ensinamentos: Ênfase na demonstração
de poder, curas, exorcismos, dons espetaculares como o que eles chamam de "palavra de
conhecimento", uma espécie de revelação especial. Kraft pergunta: "Por que estas coisas
deveriam pertencer exclusivamente aos pentecostais e carismáticos?" Ele afirma que devemos
exercer o mesmo tipo de ministério miraculoso e poderoso exercido por Jesus. Diz que
devemos também superar os bloqueios ocasionados por nossa visão de mundo ocidental
evangélica. Cita a conhecida estória dos cegos e do elefante, atacando o dogmatismo. Procura
humana. O que é muito subjetivo e relativo e ficamos sem parâmetros para discernir. Nossas
experiências subjetivas devem ser julgadas pela Palavra objetiva de Deus e não o contrário. O
qualquer coisa que queira ocupar o lugar da Bíblia. Dizem que devemos exercer o mesmo
ministério de poder exercido por Jesus, mas na prática não é isto que vemos acontecer, nem na
qualidade e nem na quantidade, por exemplo, não se houve de pessoas que ressuscitaram, nem
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que tenham sido realmente curados, nem de água transformada em vinho, nem de pães e
peixes se multiplicando. Mas o tipo de milagres que eles praticam são praticados também em
quase todas as religiões. Esta ênfase no transcendental, no sobrenatural não permite que eles
maligna, pois quando se enfatiza as possessões demoníacas acaba-se ignorando suas formas de
6. Pinnock, Clark. The destruction of the finally impenitent. in : Criswell Review, 4:2
Pinnock inicia lembrando que a escatologia ainda é uma área da teologia que está
examinarmos cada ponto. Pinnock diz que foi Agostinho quem estruturou a doutrina do
inferno como lugar de tormento eterno. Ele se admira como é que tal ensinamento pode ser
Cristo. A questão fica ainda piora quando se defende a doutrina da predestinação, como é o
caso do próprio Agostinho. Aí teria que se acreditar que Deus criou pessoas destinadas para o
tormento eterno.
irado". E fica indignado como é que os cristãos podem conceber a divindade tão cruel e
vingativa, capaz de colocar seus inimigos numa situação de tormento eterno. Ele é muito forte
quando diz que um deus assim, capaz de tal brutalidade, estaria mais perto de Satanás do que
de Deus. Será que aquele que nos ensinou a amar os inimigos irá condenar ao tormento eterno
os seus próprios oponentes? Esta ira e desejo de vingança é de fato tão implacável e
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insaciável?
Pinnock faz uma exegese bíblica sobre o assunto. Defende que a Bíblia repetidas
vezes usa a linguagem da morte, destruição, ruína, perdição, etc, quando trata do destino dos
perversos. E que as figuras do fogo e destruição fortemente sugerem aniquilação. Diz que o
Antigo Testamento claramente ensina a destruição dos perversos (Sl 37 e Ml 4.1). E que Jesus
não foi teologicamente sistemático, mas apenas pregou, muito mais preocupado com a
importância da decisão da pessoa aqui e agora do que com especulações a respeito das
mobílias no céu ou da temperatura do inferno. Cita Mt 10.28, 3.10, 12, 5.30, 2 Ts 1.9, entre
outros textos, para sustentar sua posição. Afirma que a doutrina da imortalidade da alma é de
influência platônica e que tem sido um forte argumento para sustentar a crença num inferno de
sofrimento eterno.
Pinnock diz que várias tentativas tem sido feitas para amenizar o quadro: Alguns
pós-milenistas querem trazer consolo dizendo que no final poucos é que serão condenados ao
seu livro "O Grande Abismo". Mas, para Pinnock, o fato é que as advertências bíblicas falam
de uma terrível destruição para os impenitentes, e se o inferno é eterno, então não existe outro
jeito a não ser aceitar o fato de um lugar de tormento eterno. Não existe paliativos.
Antigo Testamento, quando se lê sobre "olho por olho e dente por dente", portanto não vê
como pecados finitos possam receber infinita punição de tortura. Ele não compreende está
tremenda desproporção. Outro argumento é como entender I Co 15.28 e Ap 21.5? E por fim
ele trata dos textos mais difíceis que tratam mais claramente a respeito do tormento eterno. Ele
diz que o mais forte argumento em prol do inferno como lugar de tormento eterno é a longa
tradição e que há muito pouco suporte bíblico para defesa desta posição.
trechos das Escrituras parecem apontar numa direção, outros já apontam para outra. Ambos
profundamente a questão. Gostaria de levantar uma questão que ainda não foi tratada: O que
Jesus e o apóstolo Paulo estariam querendo dizer com as seguintes frases: "Ai de vós, escribas
e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas
orações; por isso sofrereis juízo muito mais severo" (Mt 23.14); "Em verdade vos digo que
menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no dia do juízo, do que para aquela cidade" (Mt
10.15) e "Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente acumulas contra ti mesmo ira para
o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu
procedimento"? Será possível concluir destes textos que haverá graus diferentes de
condenação, ou seja, sentenças diferentes? Se este for o caso, então os aniquilacionistas teriam
que rever sua posição, pois que defendem uma mesma sentença para todos os condenados: o
aniquilamento. Não seria possível que o aniquilamento fosse a sentença para alguns, enquanto
que para outros a sentença seria mais severa, cada um conforme as suas obras, chegando ao
Assim como há galardões nos céus, haveria distintos níveis de sentenças no inferno,
envolvendo o tempo e também a intensidade. Sou bem simpático a esta hipótese, gostaria de,
Pinnock diz que os avanços tecnológicos tem levado o mundo a se tornar uma
"aldeia global". A humanidade estaria se tornando uma de novo. Esta situação tem forçado as
religiões assumirem novas posturas diante uma das outras, pois já não estão mais isoladas e
não podem mais ignorar as demais. O diálogo entre as religiões se faz necessário até para a
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sobrevivência e paz do mundo. Por isto precisamos nos tornar mais globais na nossa forma de
pensar. Pinnock critica o relativismo e cita como exemplo o que está acontecendo no Canadá,
tendência da teologia contemporânea de se guiar não mais pela Bíblia, mas pela prática,
na salvação da maioria das pessoas. Baseia seu otimismo no amor de Deus por toda a
humanidade e que Deus julgará as pessoas tendo como base a luz que elas receberam dentro
do seu próprio contexto. Para ele é muito importante levantarmos a questão: "Que é Deus e o
dizendo para evitarmos estes dois erros: "Primeiro, que todos os homens serão salvos;
seguida, começa a discorrer sobre toda a Bíblia desde Gênesis, demonstrando o cuidado e o
interesse de Deus por toda a raça humana. Trata das alianças com toda a humanidade, e,
mesmo a feita com Abraão, tem um escopo universal. Cita vários personagens e episódios
tradicional. Faz duras criticas a doutrina da predestinação. Critica Calvino e Lutero por terem
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seguido Agostinho. Para ele, eleição não diz respeito a graça salvadora, mas sim ao ministério,
ou seja, ao serviço a ser prestado no mundo. Critica também Jonh Hick afirmando que Hick,
com sua revolução coperniana, está supondo que Deus nos une, portanto deve estar no centro,
enquanto Jesus nos divide, portanto deve estar entre as demais religiões, na periferia.
Pinnock conclui dizendo que sua posição nos concede uma profunda esperança em
relação da humanidade, pois assegura que Deus está atraíndo o mundo para Si mesmo. Nos
concede a visão de que o plano de salvação de Deus não é restrito, mas abrangente, pois Deus
enviou Jesus para ser o Salvador do mundo e não apenas de alguns poucos eleitos.
Os argumentos de Pinnock são bem fortes, mas não vejo nas Escrituras margem
para tanto otimismo. Creio que a realidade parece contrariar o seu ponto de vista. Creio na
bases em que só Deus é capaz de julgar, mas sou céptico em relação a "muitos". Não encontro
através da revelação geral ou de qualquer luz que tenham recebido. Jesus ensinou que a porta
(Mt 7.13 e 14). Em relação ao número de perdidos que entram pela porta larga, pode ser dito
8. Sanders, John. No other name. Grand Rapids : Eerdmans, 1992. páginas 215-280.
Sanders faz uma análise dos diversos pontos de vista a respeito do destino dos não-
mas é aberto no sentido de não achar necessário conhecê-lo para se beneficiar de sua obra
salvífica. Menciona que o primeiro concerto mencionado na Bíblia é um feito entre Deus e a
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raça humana e não entre Deus e Israel (Gn 1.26-28; 3.15); e o concerto feito na época de Noé,
foi feito com "toda carne" (Gn 9.8-19). Quando Deus escolheu a Abrão, Ele pensava em
abençoar todas as famílias da terra (Gn 12.3). E o que dizer do relacionamento de Deus com os
seguintes gentios: Abel, Enoque, Ló, Jó, Balaão, rainha de Sabá, Rute, Melquisedeque, Jetro,
arrependimento de Nínive? Em Rm 3.29, Paulo diz que Deus é Deus dos gentios e não
somente dos judeus. No Novo Testamento temos ainda o caso da mulher cananéia (Mt 15.21-
28), do centurião romano (Mt 8.10) e de Cornélios (At 10). Isto demonstra que Deus sempre
lidou com os gentios (em termos de salvação), mesmo antes da igreja surgir.
Os inclusivista não defendem que as pessoas possam ser salvas por suas boas ações,
moral, etc. Mas acreditam que pessoas como Cornélio são salvas pelo "hábito da fé", que
envolve penitência. Não é salvo porque entende a obra expiatória, mas é salvo porque teme a
1. Distinção entre crentes e cristãos. Todos os cristãos são crentes, mas nem todos os crentes
são cristãos. Quanto conhecimento é necessário para a fé salvífica? Em que base foram salvos
os personagens do Antigo Testamento? Ambos, crentes e cristãos são salvos pelo nome de
Jesus, mas apenas os últimos são informados a respeito do nome. Se muitos acreditam que as
crianças são salvas independente do seu conhecimento de Cristo, por que seria impossível que
2. O papel da revelação geral. Deus usa a revelação geral para mediar sua graça salvífica. (At.
Embora a Igreja seja o recipiente do Espírito Santo e salvação, não significa que o Espírito
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deva estar restrito à Igreja. "O Espírito sopra onde quer" (Jo 3.8). Crer na providência e
soberania de Deus ajudará a compreender a dimensão da ação do Espírito Santo sobre a face
Cristo evitará os problemas da estreita visão de alguns teólogos missionários que só enxergam
Cristo alcance todos os povos, Ele não hesitou em iniciar seu trabalho redentivo antes da
apresentando os seus argumentos: John Wesley, C. S. Lewis, Clark Pinnock. Faz uma
avaliação final, procurando refutar a principal crítica que diz que os inclusivistas negam que
Jesus deva ser o objeto da fé salvífica. Ele responde a esta crítica afirmando ser Cristo o
sujeito, a causa final da salvação. A salvação só é possível através da Sua obra redentora (o
salvação). Por fim, Sanders apresenta uma interessante e respeitável bibliografia histórica que
possibilidade. Deus é soberano e justo, e eu entrego a Ele as coisas que para mim ainda
não são muito claras e procuro me preocupar com Sua vontade revelada.