Ao levantar que a procura dos elementos dos entes acarretam na procura de seus
princípios mais elevados, traz o mister de estes sejam de uma mesma natureza. Sendo
assim, explica que esses elementos sejam propriamente do ente “e não segundo
concomitância”. O termo concomitância foi traduzido por Lucas Angioni, do grego
“συμβεβηκός” (In “Metafísica Livros IV e VI”. Departamento de Filosofia Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas Universidade Estadual de Campinas - textos Didáticos n° 45
- Setembro de 2001, p. 15). Cabe a observação que São Thomas de Aquino usa a expressão,
em latim, de “accidens” (In “Metaphysicorum Aristotelis Expositio”. Editio iam a M.-R.
CATHALA, O. P. IN STUDIO GENERALI FF. PRAEDICATORIUM TAURINENSI S.
THEOLOGIAE ET PHILOSOPHIAE LECTORIS. Marietti - 1950, p. 150).
De acordo com a explicação do Prof. Francisco Benjamim de Souza Neto, o
termo “συμβεβηκός”, etimologicamente derivou a seguinte construção na língua latina:
“συμ” originando a palavra “ad” e “βεβηκός” gerando a palavra “caedere”, sendo que a
simbiose entre elas configurou a palavra “accidere” ou “accident”.
Tem-se que a última parte desse texto, na tradução de Lucas Angioni (In ob. cit.,
p. 25) se apresenta na seguinte forma: “Ora visto..., é evidente que compete a esta ciência
conhecer o que eles são, bem como os seus concomitantes” (grifo nosso). Por essa
tradução, salvo maior juízo, compreende-se que Aristóteles projeta que os elementos dos
entes não alcem suas concomitâncias. Sendo que na última fase do texto retro exposta
admite a idéia da ciência conhecer os entes e seus concomitantes. Importante que o estudo
aprimore essa distinção, com o trabalho das traduções apresentadas, se apontado à
pretensão do texto.