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Modelo ISA/JP para diagnóstico do saneamento ambiental urbano

ARTIGO TÉCNICO

O MODELO ISA/JP – INDICADOR DE PERFORMANCE PARA


DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO AMBIENTAL URBANO

ISA/JP MODEL – INDICATOR OF PERFORMANCE FOR THE DIAGNOSIS OF


URBAN ENVIRONMENTAL HEALTH

MARIE EUGÉNIE MALZAC BATISTA


Química Industrial (UFPB). Analista de Sistemas da Companhia de Processamento de Dados do Estado da
Paraíba - CODATA. Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB

TARCISO CABRAL DA SILVA


Engenheiro Civil. Doutor em Engenharia Hidráulica. Professor Titular da Universidade Federal da Paraíba

Recebido: 16/08/05 Aceito: 07/02/06

RESUMO ABSTRACT
Neste artigo apresenta-se o modelo ISA/JP - Indicador de Salu- This work deals with the ISA/JP model – Indicator of Environmental
bridade Ambiental, para análise intra-urbana por setor censitário Health for intra-urban analysis, according to the census sector and
e bairro como uma contribuição para a gestão urbana com enfoque suburb, as a contribution to the urban management, with a focus
para a área de saneamento ambiental. Trata-se de uma adaptação on the area of environmental sanitation. It is an adaptation of ISA
do ISA desenvolvido pelo Conselho Estadual de Saneamento do developed by São Paulo’s State Council of Sanitation, in 1999.
Estado de São Paulo, em 1999. Foi incorporado ao modelo ISA One more sub-indicator, that of urban drainage, was incorporated
mais um sub-indicador, o de drenagem urbana. A utilização do to the ISA model. The use of ISA/JP in a System of Geographic
modelo ISA/JP em um Sistema de Informação Geográfica - SIG Information - SIG – permitted the exploration of the potentiality of
permitiu que fosse explorada a potencialidade da espacialização distributing the results in the urban area. It also made possible the
dos resultados. Possibilitou ainda a representação e modelagem representation and modeling of knowledge, thus making up a System
do conhecimento, constituindo um Sistema de Apoio a Decisão of Support to Space Decision – SSSD. A case study in the coastal
Espacial – SADE. É apresentado um estudo de caso nos bairros suburbs of João Pessoa City, Brazil, was presented. The viability of
costeiros da cidade de João Pessoa, Brasil. Foi demonstrada a the proposed model as well as the advance in the description of
viabilidade do modelo proposto bem como o avanço na descri- environmental health were demonstrated, thus showing the
ção da salubridade ambiental, mostrando a variabilidade das variability of relevant information in the urban space.
informações relevantes no espaço urbano.

PALAVRAS–CHAVE: Indicador, salubridade ambiental, sa- KEYWORDS: Indicator, environmental health, environmental
neamento ambiental, gestão urbana, modelo. sanitation, urban management, model.

INTRODUÇÃO aperfeiçoamento das condições meso- ló- ciais se prestam a subsidiar as atividades
gicas favoráveis à saúde da população ur- de planejamento público e formulação
O conceito de salubridade ambien- bana e rural (São Paulo, 1999). de políticas sociais, nas diferentes esferas
tal, abrangendo o saneamento ambiental A construção de sistemas de indica- de governo. No entanto, o autor alerta que
em seus diversos componentes, busca a dores, segundo Will e Briggs (1995), é um indicador bom apenas indica, mas não
integração sob uma visão holística, um meio eficaz de prover as políticas com substitui o conceito que lhe originou.
participativa e de racionalização de uso informações capazes de demonstrar seu Atualmente, os sistemas de indica-
dos recursos públicos. Coaduna-se per- desempenho ao longo do tempo e de re- dores que estão sendo construídos relati-
feitamente com as diretrizes a serem alizar previsões, podendo ser utilizados vos à salubridade ambiental têm a finali-
construídas a partir da 1ª Conferência das para a promoção de políticas específicas e dade de prover informações, permitindo
Cidades (2003), em matéria de meio monitoramento de variáveis espaciais e assim novos conhecimentos, visando o
ambiente e qualidade de vida, visando temporais das ações públicas. melhoramento da qualidade de vida ur-
alcançar o desenvolvimento ecologica- Segundo Jannuzzi (2001), indica- bana em dimensão social e ambiental.
mente sustentável, socialmente justo e dor social é “uma medida em geral quan- Contribuem assim para a realização de
economicamente viável. titativa, dotada de significado social subs- previsões, visando a orientação para a de-
Salubridade Ambiental define-se tantivo, usada para substituir, quantifi- finição e aplicação de políticas específicas
como a qualidade ambiental capaz de car ou operacionalizar um conceito social e temporais das ações públicas.
prevenir a ocorrência de doenças veicula- abstrato, de interesse teórico ou pragmá- Portanto, os indicadores consistem
das pelo meio ambiente e de promover o tico”. E completa que os indicadores so- em informações que comunicam a partir

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Batista, M. E. M. & Silva, T. C.
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da mensuração dos elementos pertinen- tomada de decisão, constituindo uma cada bairro. Os dados obtidos podem ser
tes aos fenômenos da realidade. Vale ain- potente ferramenta de diagnóstico, visan- espacializados e gerados mapas temáticos
da registrar que os indicadores não são do o auxílio ao processo decisório e possi- para uma melhor visualização e análises
informações explicativas ou descritivas, bilitando informações com diferencial dos mesmos com o uso de um SIG.
mas pontuais no tempo e no espaço, cuja agregado no valor das análises. No caso, as fontes para obtenção
integração e evolução permitem o acom- Neste trabalho é mostrada a adap- dos dados são referidas à cidade de João
panhamento dinâmico da realidade. Na tação feita no ISA e uma aplicação do Pessoa, capital do Estado da Paraíba.
forma de índice, o indicador pode repro- ISA/JP nos bairros litorâneos da cidade Para a avaliação da performance
duzir uma grande quantidade de dados de João Pessoa. da salubridade ambiental, segundo o in-
de uma forma mais simples, retendo ou dicador ISA/JP, foi utilizada a pontua-
ressaltando o seu significado essencial METODOLOGIA ção da Tabela 2 adaptada de Dias et al
(Magalhães et al, 2003). (2004), que indica a classificação varian-
O Indicador de Salubridade Am- O modelo do indicador de do de insalubre a salubre.
biental, aqui definido como ISA/JP, foi salubridade ambiental
concebido para servir como um instru- ISA/JP Aplicação
mento eficaz na busca da salubridade,
uma vez que aponta de forma sintética e O Indicador de Salubridade Am- Foi feita uma aplicação em uma área
eficiente as medidas que devem ser biental – ISA é expresso pela média pon- compreendendo bairros subdivididos em
implementadas a fim de se obter me- derada de indicadores específicos, com setores censitários, definidos pelo Insti-
lhorias na qualidade de vida, abrangen- avaliação de atributos não apenas quanti- tuto Brasileiro de Geografia e Estatística -
do os aspectos econômicos, sociais e de tativos, mas também qualitativos e da IBGE, e utilizando-se também as infor-
saúde pública para o desenvolvimento qualidade da gestão dos sistemas. Sua mações cartográficas de divisão de bairros
sustentável. Trata-se de uma adaptação composição é dada pela Equação (1), com e vias obtidas na Prefeitura Municipal de
do Indicador de Salubridade Ambien- os sub-indicadores componentes Iab, Ies, João Pessoa.
tal – ISA, conforme definido pelo etc, descritos adiante. O seu valor varia A área em estudo está localizada na
CONESAN – Conselho Estadual de Sa- de 0 a 1. zona costeira da cidade de João Pessoa,
neamento do Estado de São Paulo (São capital do estado da Paraíba, localizada
Paulo, 1999). Para a adaptação, incorpo- no litoral da região Nordeste do Brasil,
rou-se o sub-indicador de drenagem ur- (1) conforme mostrado na Figura 1. O mu-
bana, Idu, além de ser feita a construção Com a introdução do Idu, sub-in- nicípio de João Pessoa apresenta uma zona
do sub-indicador de recursos hídricos. O dicador de drenagem urbana, o ISA/JP costeira com comprimento de 24,7 km.
sub-indicador de drenagem urbana foi compõe-se segundo Batista (2005) de Trata-se de áreas costeiras predominante-
desenvolvido por Batista (2005), dentro acordo com a Equação (2). mente planas, ocupadas em sua maioria
do formato apropriado para índice como por aglomerados urbanos com densida-
o ISA. de populacional bastante variada, plu-
Outra inovação foi a realização dos (2) ralidade de atividades e de serviços, de
cálculos relativos ao ISA/JP e a espa- Onde os indicadores secundários grande interesse turístico para a cidade
cialização desse indicador e sub-indica- (ou sub-indicadores) são os seguintes: de João Pessoa. Ademais, é a área prioritária
dores por setor censitário em um am- Iab = Sub-indicador de Abastecimento objeto do Projeto Orla (2003) no muni-
biente de SIG – Sistema de Informações de Água; cípio. Os bairros litorâneos totalizam uma
Geográficas, resultando em facilidades de Ies = Sub-indicador de Esgotos Sanitá- área de 43,38 km². Esta aplicação con-
interpretação, e outras permitidas por esta rios; templa os bairros do Bessa e Jardim
ferramenta. Irs = Sub-indicador de Resíduos Sólidos; Oceania, Aeroclube, Manaíra, Tambaú,
A geração do modelo ISA/JP em um Icv = Sub-indicador de Controle de Cabo Branco, Altiplano Cabo Branco,
Sistema de Informação Geográfica - SIG Vetores; Ponta do Seixas e Penha, com 72 setores
permite que seja explorada a poten- Irh = Sub-indicador de Recursos censitários, compreendendo uma área de
cialidade da espacialização dos resultados, Hídricos; 15,49 km². A partir dos dados obtidos
a partir da integração de dados espaciais e Ise = Sub-indicador Sócio Econômico; foram gerados os sub-indicadores e o in-
não espaciais em um único ambiente. Idu = Sub-indicador de Drenagem Urbana. dicador ISA/JP por setor censitário. Na
Sendo assim, possibilita a representação e Cada sub-indicador ou indicador seqüência foram calculados os indicado-
modelagem do conhecimento, constitu- secundário é obtido através de formula- res por bairro, considerando-se, no en-
indo um poderoso Sistema de Apoio a ção específica, com a utilização de indica- tanto, a área ponderada do setor censitário
Decisão Espacial - SADE, onde será pos- dores terciários ou sub-indicadores de ter- para o cálculo do indicador do bairro.
sível espacializar, calcular e simular, ge- ceira ordem, cujo resultado indica uma
rando mapas que auxiliem aos analistas e pontuação a ser recebida, com seus obje- RESULTADOS E
gestores públicos na tomada de decisão tivos específicos. Na tabela 1 são listados DISCUSSÃO
para a elaboração de políticas públicas mais de forma sintética os sub indicadores, sua
eficazes e orientadas à melhoria das con- formulação, os indicadores terciários e seus Os resultados obtidos da aplica-
dições de vida e do meio ambiente. O objetivos. ção da metodologia do ISA/JP por setor
uso da tecnologia SIG integra diversas Na área do estudo intra-urbano, os censitário e bairro podem ser vistos
informações em um mesmo ambiente, sub-indicadores podem ser calculados a na Tabela 3 - apenas para o bairro do
ampliando as dimensões da estratégia na partir dos dados dos setores censitários de Bessa – e na Tabela 4 onde constam to-

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Tabela 1 - Sub-indicadores, formulação, indicadores terciários e objetivos

Indicadores secundários e terciários Objetivos


Sub-indicador de Abastecimento de Água: Iab = (Ica +Iqa +Isa)/3
Índice de Cobertura de Atendimento (Ica) Quantificar os domicílios atendidos pelo sistema
Índice de Qualidade da água distribuída (Iqa) Monitorar a qualidade da água oferecida
Saturação dos Sistemas Produtores (Isa) Monitorar demanda e programar ampliação do sistema
Sub-indicador de Esgotos Sanitários Ies = (Ice + Ite + Ise)/3
Índice de Cobertura em coleta e tanques sépticos(Ice) Quantificar os domicílios atendidos pelo sistema
e p o r ta n q u e s s é p tic o s
Índice de Esgoto tratado e tanque séptico(Ite) Indicar a redução da carga poluidora
Saturação do sistema de tratamento (Ise) Monitorar demanda e programar ampliação do sistema
Sub-indicador de Resíduos Sólidos Irs = (Icr + Iqr + Isr)/3
Índice de coleta de lixo (Icr) Quantificar os domicílios atendidos por coleta de lixo
Tratamento e disposição final dos resíduos(Itr) Qualificar a situação da disposição final dos resíduos
Saturação(Isr) Indicar a necessidade de novas instalações
Sub-indicador de Controle de Vetores Icv = [(Ivd + Ive)/2) + Ivl]/2
Índice de controle de Dengue (Ivd) Identificar a necessidade de controles corretivos e
eliminação de vetores
Índice de Controle de Esquistossomose(Ive) Identificar a necessidade de controles corretivos e
eliminação de vetores
Índice de controle de leptospirose (Ivl) Identificar a necessidade de controles corretivos e
eliminação de vetores
Sub-indicador de Recursos Hídricos Irh = (Iqb + Idm + Ifi)/3
Indice de qualidade da água bruta (Iqb) Qualificar a situação da água bruta ou risco geográfico
Índice de disponibilidade dos mananciais (Idm) Quantificar a disponibilidade dos mananciais em
relação à demanda
Índice de Fontes Isoladas (Ifi) Abrange o controle de águas utilizadas não atendidas
p e lo s s e r v iço s o fic ia is d e fo r n e c im e n to
Sub-indicador Sócio Econômico Ise = (Isp + Irf + Ied)/3
Indicador de Saúde Pública (Isp) Indica a adequação do saneamento com monitoramento
d e ín d ic e s d e m o r ta lid a d e in fa n til e d e id o s o s
Indicador de Renda familiar(Irf ) Indica a capacidade de pagamento pelos serviços
d e s a n e a m e n to
Indicador de Educação (Ied) Indica a capacidade de aprendizado em
e d u c a çã o a m b ie n ta l
Sub-indicador de Drenagem Urbana Idu = p1*Iai + p2*Id + p3*Irp
Indicador de alagamento ou inundação (Iai) Indica vias com ou sem ocorrência de
in u n d a çã o o u a la g a m e n to
Indicador de Defeitos (Id) Indica vias com ou sem defeitos: seção transversal
inadequada, drenagem lateral inadequada, corrugação,
buracos, afundamentos nas trilhas das rodas e segregação
de agregados, erosões lineares, formação de calhas
Indicador de rua pavimentada (Irp) Indicas vias com ou sem pavimentação
Fonte: Adaptado do Manual Técnico do ISA (1999) e Batista (2005)

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Tabela 2 - Situação de salubridade por faixa de situação (%) valores maiores do que 0,71, com 3 des-
tes setores atingindo valor máximo. No
Situação da salubridade Pontuação do ISA bairro Aeroclube, apenas 2 setores apre-
Insalubre 0 - 2 5 ,5 0 sentaram valores baixos. O bairro
Altiplano Cabo Branco apresentou ape-
Baixa salubridade 2 5 ,5 1 - 5 0 ,5 0 nas um setor com valor muito baixo:
M é d ia s a lu b r id a d e 5 0 ,5 1 - 7 5 ,5 0 0,16.
No bairro de Manaíra, dos 22 seto-
Salubre 7 5 ,5 1 - 1 0 0 ,0 0
res, o menor valor foi de 0,55. Os demais
variaram de 0,99 a 1,0. Nos bairros de
Tambaú e Cabo Branco, todos os valores
dos os resultados dos indicadores e sub- de coleta de esgoto. O bairro do Altiplano do Idu ficaram na faixa 0,97 a 1,00. Os
indicadores, mostrando a situação da sa- apresentou a pior situação com relação à bairros Ponta do Seixas e Penha possuem
lubridade ambiental da área em estudo, rede de esgoto, onde todos os setores fica- apenas 1 setor cada, apresentando valo-
por bairro. Já nas Figuras 2 e 3 pode-se ram com o valor igual a 0,20. res 0,78 e 0,56, respectivamente.
ver as informações de forma espacializada Para o indicador sócio econômico, O ISA/JP teve uma pequena varia-
dos setores censitários e dos bairros com foi encontrada uma grande variabilidade bilidade entre os setores censitários, dos
seus indicadores. entre os setores censitários dos bairros es- quais apenas 7 dos 72 existentes na área
Através da análise do conhecimen- tudados. No bairro do Bessa, dos 7 seto- de estudo apresentam “média salubrida-
to produzido, pode-se observar que al- res censitários, 2 apresentaram valor igual de”, variando de 0,65 a 0,75. E os de-
guns destes indicadores apresentaram re- a 0,34. Os demais apresentaram valores mais “salubres” variando entre 0,76 a 0,94.
sultados semelhantes entre os diferentes maiores do que 0,62. Para o bairro do Com os resultados do Indicador
setores intra-urbanos, principalmente o Aeroclube, dos 7 setores censitários, 5 se- ISA/JP por bairro a avaliação mostra que
Irh - indicador de recursos hídricos, que é tores ficaram entre 0,53 a 0,70 e 2 seto- só o Aeroclube e o Altiplano Cabo Bran-
um sub-indicador considerado de valor res entre 0,81 a 0,88. No bairro Jardim co ficaram com “média salubridade”, va-
único para toda a cidade, uma vez que a Oceania, dos14 setores censitários, 1 apre- riando entre 0,71 e 0,74. Os demais va-
mesma possui um sistema unificado de sentou valor igual a 0,33, 6 entre 0,54 e riando entre 0,78 a 0,96, considerados
abastecimento. Apresentaram, por con- 0,67, e os demais valores maiores que 0,74. “salubres”.
seguinte, o mesmo resultado para todo o O bairro de Manaíra possui 22 setores Para o bairro Aeroclube, dois indi-
município, com valor igual a 0,75. Com censitários, dos quais 5 apresentaram va- cadores refletiram negativamente: O de
relação ao Iab, sub-indicador de abasteci- lores entre 0,33 e 0,40; 2 valores entre esgotamento sanitário, com valor igual a
mento de água, as variações são muito 0,54 a 0,62 e 15 valores maiores que 0,20, e o de drenagem urbana, com valor
pequenas, devido ao caráter de sistema 0,86. O bairro de Tambaú possui 9 seto- igual a 0,25. Para o bairro do Altiplano,
de rede integrado, salvo no bairro Ponta res censitários, dos quais 1 com valor igual os resultados mostraram que os mesmos
do Seixas com valor igual a 0,66, isto de- a 0,36; 4 entre 0,60 e 0,67, e 4 entre indicadores também interferiram negati-
vido à ausência da cobertura de atendi- 0,80 e 0,87. O bairro do Cabo Branco vamente, tendo o indicador de esgota-
mento neste bairro, representado pelo possui 7 setores censitários, dos quais 1 mento sanitário o valor igual a 0, 20, e o
sub-indicador Ica. com valor igual a 0,33; 1 com valor igual de drenagem urbana com valor 0,62. Os
O indicador de resíduos sólidos teve 0,62 e 5 entre 0,81 e 0,85. 7 bairros restantes apresentaram-se como
uma boa pontuação nos 72 setores, ape- O bairro Altiplano Cabo Branco “salubres”, com valores que variaram de
nas 2 setores apresentaram valor de 0,63 possui 4 setores censitários, dos quais, 1 0,78 a 0,96. Somente um setor censitário
e os demais apresentaram valores acima com valor igual a 0,33 e 3 entre 0,85 e do bairro do Bessa apresentou “média sa-
de 0,88, devido à presença do aterro sa- 0,90. Os bairros da Ponta do Seixas e Pe- lubridade”. Este foi o setor 523, onde os
nitário. nha, possuem apenas 1 setor censitário indicadores que interferiram negativa-
O indicador de controle de vetores cada, que apresentaram valor igual a 0,23. mente foram o de esgotamento sanitário,
apresentou altos valores (0,81 a 1,00), Os valores baixos encontrados para drenagem urbana e sócio econômico com
com pequena variabilidade. No entanto, esse sub-indicador estão relacionados com valores iguais a 0,54, 0,06 e 0,34 respec-
no setor 469, registrou-se caso de den- a existência de aglomerados subnormais tivamente.
gue e esquistossomose, baixando o valor e de uma população de baixa renda que Os sub-indicadores que apresenta-
para 0,69. habita a área antes da expansão urbana ram índices mais baixos e com grande
Para o indicador de esgotamento que ocorreu nas últimas décadas. variabilidade entre os bairros foram os
sanitário, todos os setores dos bairros do Para o indicador de drenagem ur- indicadores de esgotamento sanitário, in-
Jardim Oceania, Cabo Branco, Tambaú, bana, os resultados mostraram que o bair- dicador de drenagem urbana e o sócio
Penha e Ponta do Seixas tiveram uma ro do Bessa é extremamente precário em econômico, enquanto que os sub-indica-
pontuação igual a 0,87, demonstrando a termos de infra-estrutura de drenagem dores que apresentaram pouca variação e
existência de uma boa cobertura de rede urbana, com Idu variando entre 0,00 e boa pontuação foram os indicadores de
de esgoto. O bairro do Bessa apresentou 0,22 nos seus setores. O bairro Jardim abastecimento, de resíduos sólidos, de
valores variando entre 0,54 a 0,87, apre- Oceania apresentou valores de Idu entre controle de vetores e de recursos hídricos.
sentando uma situação inferior aos bair- 0,09 e 1,00. Considerando que o mes- Um dos aspectos bastante visível nos
ros anteriormente citados. Já os setores do mo possui 14 setores censitários, 8 tive- resultados é a falta de investimentos infra-
bairro de Manaíra ficaram na faixa de 0,20 ram valores baixos do Idu, abaixo de estruturais em determinados setores da
a 0,54, devido à baixa cobertura de rede 0,51. Os setores restantes apresentaram área enfocada, demonstrados no mapa de

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Figura 1 - Localização da área estudada - Brasil, Estado da Paraíba, Cidade de João Pessoa, Bairros estudados

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distribuição espacial dos ISA/JP (Figura Embora o ISA/JP tenha como obje- dições insalubres para os moradores do
3). Os bairros de melhores performances tivo servir como um instrumento de me- segmento urbano analisado. Esta preo-
quanto ao ISA/JP são Cabo Branco, dida da salubridade ambiental, devem ser cupação fica evidenciada, por exemplo,
Tambaú e Jardim Oceania, classificados destacados e analisados os sub-indicado- no bairro do Bessa onde o Idu é apenas
como “salubres”. Ainda classificados como res isoladamente, já que a formulação do 0,08 enquanto que o ISA/JP do bairro é
“salubres”, porém com valores do ISA/JP ISA/JP consiste em uma combinação line- 0,78, classificado como condição salubre,
menores, foram os bairros Manaíra, Pe- ar dos sub-indicadores, conforme visto. conforme ilustrado na Figura 4.
nha e Ponta do Seixas. Com “média salu- Assim, um valor aceitável para o ISA/JP
bridade” ficaram os bairros do Aeroclube pode ser obtido mesmo com um sub-in-
e Altiplano Cabo Branco. dicador que traduza desconforto e con-

Tabela 3 – Sub-indicadores e indicador ISA/JP por setor censitário para o bairro do Bessa
Setor Bairro IA B IE S IR S IC V IR H ID U IS E IS A / JP Situação

522 Bessa 0 ,9 6 0 ,5 4 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,2 2 0 ,3 4 0 ,7 6 Salubre


523 Bessa 0 ,9 8 0 ,5 4 0 ,9 8 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,0 6 0 ,3 4 0 ,7 5 Média Salubridade
524 Bessa 0 ,9 7 0 ,5 4 0 ,9 9 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,0 6 0 ,6 2 0 ,7 6 Salubre
525 Bessa 0 ,9 9 0 ,5 4 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,2 0 0 ,8 2 0 ,7 9 Salubre
526 Bessa 0 ,9 8 0 ,6 4 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,0 0 0 ,8 2 0 ,7 9 Salubre
527 Bessa 0 ,9 9 0 ,7 9 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,0 0 0 ,7 1 0 ,8 2 Salubre
528 Bessa 0 ,9 8 0 ,8 7 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,0 0 0 ,8 2 0 ,8 4 Salubre

Tabela 4 – Sub-indicadores e Indicador de salubridade ambiental ISA/JP por bairro


Bairro IA B IE S IR S IC V IR H ID U IS E IS A / JP Situação
Bessa 0 ,9 7 0 ,6 3 0 ,9 9 0 ,9 9 0 ,7 5 0 ,0 8 0 ,6 1 0 ,7 8 Salubre
Aeroclube 0 ,9 7 0 ,2 0 0 ,9 9 0 ,9 8 0 ,7 5 0 ,2 5 0 ,5 7 0 ,7 1 Média Salubridade
Jardim Oceania 1 ,0 0 0 ,8 9 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,4 4 0 ,6 9 0 ,8 9 Salubre
Manaira 0 ,9 8 0 ,5 2 0 ,9 9 0 ,9 5 0 ,7 5 0 ,9 9 0 ,7 8 0 ,8 6 Salubre
Tambaú 0 ,9 9 0 ,8 7 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,8 6 0 ,7 0 0 ,9 2 Salubre
Cabo Branco 1 ,0 0 0 ,9 1 1 ,0 0 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,9 9 0 ,7 6 0 ,9 6 Salubre
A ltip la n o 0 ,9 5 0 ,2 0 0 ,9 7 0 ,9 3 0 ,7 5 0 ,6 2 0 ,8 6 0 ,7 4 Média Salubridade
Cabo Branco
Penha 0 ,9 5 0 ,8 7 0 ,9 9 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,5 6 0 ,2 3 0 ,8 5 Salubre
Seixas 0 ,6 6 0 ,8 7 0 ,9 7 1 ,0 0 0 ,7 5 0 ,7 8 0 ,2 3 0 ,8 0 Salubre

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Figura 2 - Distribuição espacial do ISA/JP por setores censitários

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Batista, M. E. M. & Silva, T. C.
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Figura 3 - Distribuição espacial do ISA/JP por bairros

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Batista, M. E. M. & Silva, T. C. Modelo ISA/JP para diagnóstico do saneamento ambiental urbano

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Figura 4 – Distribuição espacial do IDU - Indicador de drenagem


urbana por bairro

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Batista, M. E. M. & Silva, T. C.
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CONCLUSÕES BORJA, P. C. Avaliação da qualidade ambiental


urbana - uma contribuição metodológica. 188f.
Health Statistics Quarterty. v. 48, n. 2, p. 155-
163, U. K. 1995.
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urba-
A aplicação do ISA/JP na área em nismo). Faculdade de Arquitetura, Universi-
estudo mostrou-se ser bastante útil para dade Federal da Bahia, Salvador. 1997.
o planejamento em saneamento am- BORJA, P.C.; MORAES, L.R.S. Indicadores Endereço para correspondência:
biental, considerando que incorpora uma de Saúde Ambiental com Enfoque para a Área de
grande quantidade de indicadores perti- Saneamento. Parte I – Aspectos Conceituais e Marie Eugénie Malzac Batista
Metodológicos. Revista Engenharia Sanitária e
nentes ao tema. Serve também para
Ambiental. Rio de Janeiro – RJ, v. 8, n. 1-2,
Departamento de Engenharia Civil
monitorar, com bastante eficácia, áreas p. 13 – 25, abr/jun. 2003. Universidade Federal da Paraíba
intra-urbanas e setoriais, devido à Rua Waldir Braga, 65 - Bessa
DIAS, M.C.; BORJA, P.C.; MORAES, L.R.S.
integração das análises quantitativas e Índice de Salubridade Ambiental em Áreas 58036-330 João Pessoa - PB -
qualitativas de cada aspecto ou dos siste- de Ocupação Espontâneas: Um Estudo em Salva- Brasil
mas de provimento de saneamento e, ain- dor - Bahia. Revista Engenharia Sanitária e Tel.: (83) 3216-7684
da, à qualidade da gestão do sistema, que Ambiental. Rio de Janeiro – RJ, v. 9, n. 1, E-mail: marieeugenie01@hotmail.com
p. 82-92, jan/mar. 2004.
é de fundamental importância para to-
mada de decisão, referindo-se à qualida- FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO
de de vida no meio urbano. DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA(IBGE).
Base de Informações por Setor Censitário – João
Os bairros que apresentaram os me- Pessoa, Estado da Paraíba. Censo Demográfico
lhores resultados, em ordem decrescente 2000. Rio de Janeiro. Disponível em
de classificação de salubridade, foram: CDROM, 2002.
Cabo Branco, Tambaú, Jardim Oceania, JANUZZI, P.M. Indicadores Sociais no Brasil:
Manaíra, Penha, Ponta do Seixas e Bessa, Conceitos, Fontes de Dados e Aplicações. Concei-
classificados como salubre. Os bairros que tos Básicos. Campinas. Alínea Editora. p. 13-
36, 2001.
ficaram com uma situação de média salu-
bridade foram: Altiplano Cabo Branco e MAGALHÃES, J.A.P.; CORDEIRO NETTO,
Aeroclube. O.M.; NASCIMENTO, N.O. Os Indicadores
como Instrumentos Potenciais de Gestão das Águas
Evidencia-se que o modelo ISA/JP no Atual Contexto Legal-Institucional do Brasil
integrado ao Sistema de Apoio à Decisão – Resultados de um Painel de Especialistas. Re-
Espacial constitui-se um instrumento vista Brasileira de Recursos Hídricos – RBRH,
valioso para o planejamento e gestão das v. 8, n. 4, p. 49-67, out/dez. 2003.
ações estruturais e não estruturais de sa- NÓBREGA, T.M.Q. A Problemática da Dre-
neamento ambiental na malha urbana. nagem em Áreas Urbanas Planas: O Caso da
Em suma, foi demonstrada a viabi- Planície Costeira da Cidade de João Pessoa. 129f.
Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e
lidade do modelo proposto bem como o Meio Ambiente – PRODEMA). Universidade
avanço na descrição da salubridade Federal da Paraíba. João Pessoa. Julho. 2002.
ambiental mostrando a variabilidade das ODA, S. Caracterização de uma Rede Munici-
informações no espaço urbano. Demons- pal de Estradas Não-Pavimentadas. 109f. Dis-
tra-se também sua potencialidade como sertação (Mestrado em Transportes). Escola de
instrumento de avaliação de políticas Engenharia de São Carlos. Universidade de São
Paulo, São Carlos-SP. 1995.
públicas para o saneamento ambiental.
ODA, S.; JÚNIOR, J.L.F.; SÓRIA, M.H.A.
AGRADECIMENTOS Caracterização de Estradas Não-Pavimentadas
Visando a Implementação de um Sistema de Ge-
rência de Vias. Revista Engenharia & Arquite-
Os autores agradecem ao CNPq tura, v. 01, n. 02, p. 135 – 145, São Carlos-
pelo auxílio financeiro concedido atra- SP. 1998.
vés do processo nº 474000/2004-4, PROJETO ORLA. In: Fundamentos para Ges-
para o desenvolvimento das atividades tão Integrada. Brasília: MMA/SQA; Brasília:
desta pesquisa no LARHENA - Labora- MP/SPU, p.78. Recife: ANPUR-MDU/UFPE,
2002.
tório de Recursos Hídricos e Engenha-
ria Ambiental do Centro de Tecnologia RIBEIRO, M.F.C. Avaliação do Índice de Sa-
da Universidade Federal da Paraíba. lubridade Ambiental por setores urbanos dentro
do conceito de Cidades Saudáveis: O Caso de João
Pessoa – PB. 109f. Dissertação (Mestrado em
REFERÊNCIAS Desenvolvimento do Meio Ambiente –
PRODEMA). Universidade Federal da Paraíba.
1ª CONFERÊNCIA DAS CIDADES, 23 João Pessoa.. Abril. 2004.
a 26 de outubro, Brasília – DF. Disponível em: SÃO PAULO. In: ISA – Indicador de Salubri-
http://www.cidades.gov.br/Acesso em: maio de 2005. dade Ambiental. Secretaria de Recursos Hídricos,
BATISTA, M.E.M. Desenvolvimento de um Sis- Saneamento e Obras. Manual Básico. São Pau-
tema de apoio a Decisão para Gestão Urba- lo, Brasil, 37 p. 1999.
na Baseado em Indicadores Ambientais. 87f. WILL, J.T.; BRIGGS, D.J. Developing
Dissertação (Mestrado em Engenharia Urba- Indicators for Environment and Health.
na). Universidade Federal da Paraíba, João Pes- University of Huddersfield. Institute of
soa. maio 2005. Environmental and Policy Analysis. World

Eng. sanit. ambient. 64 Vol.11 - Nº 1 - jan/mar 2006, 55-64

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