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ÍNDICE

ARGUMENTO ............................................................................................................................ 2
RESUMO DA ACÇÃO .................................................................................................................. 2
Acto I .................................................................................................................................... 2
Acto II ................................................................................................................................... 3
Acto III .................................................................................................................................. 3
AS PERSONAGENS ..................................................................................................................... 4
D. Madalena ......................................................................................................................... 4
Manuel de Sousa Coutinho ................................................................................................... 4
D. Maria de Noronha............................................................................................................. 4
Telmo Pais ............................................................................................................................ 5
D. João de Portugal ............................................................................................................... 5
Frei Jorge Coutinho ............................................................................................................... 5
A TRAGÉDIA EM FREI LUÍS DE SOUSA ........................................................................................ 6
ELEMENTOS DA TRAGÉDIA GREGA ........................................................................................ 6
MANUEL DE SOUSA COUTINHO ................................................................................................ 8
ENTRE A REALIDADE E A FICÇÃO ........................................................................................... 8
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 10
ARGUMENTO

D. Madalena, após sete anos à espera do regresso do seu marido D. João de Portugal,
que desaparecera na batalha de Alcácer Quibir, acaba contraindo segundas núpcias com
Manuel de Sousa Coutinho. Porém, vive angustiada com a possibilidade de que o primeiro
marido ainda esteja vivo. As suas angústias são alimentadas por Telmo Pais, o fiel escudeiro de
D. João. Esta situação perdura por vinte e um anos, no fim dos quais, D. João, que realmente
está vivo, retorna a Portugal. Revelada a sua identidade, no ponto culminante da peça, o
desespero domina todas as personagens, pois o casamento do casal torna-se nulo e a sua filha
ilegítima. No desenlace trágico, Manuel Coutinho e Madalena resolvem tomar o hábito
religioso, como forma de expiação; durante a cerimónia, Maria de Noronha, filha do casal,
tomada pela vergonha e pelo desespero, morre nos braços de seus pais.

RESUMO DA ACÇÃO

Acto I

A acção desenrola-se numa sala do palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho, onde


predomina a elegância e o luxo.
A peça inicia-se com o monólogo de D. Madalena, que reflecte sobre os amores de
Pedro e Inês. Esta reflexão associa o amor de D. Madalena por Manuel de Sousa Coutinho ao
mito do amor infeliz e trágico.
D. Madalena e Telmo conversam sobre a condição social de Maria e a sua saúde e
Madalena pede a Telmo que tenha consciência do que o regresso de D. João podia significar
para Maria, que não lhe diga nada ou não lhe proporcione qualquer leitura, que excite a sua
imaginação e possa sustentar a sua crença sebastianista.
Jorge traz notícias de Lisboa: os governadores espanhóis desejam deixar a cidade
devido à peste, e que estes haviam escolhido a casa de Manuel Coutinho para se instalarem.
Manuel de Sousa Coutinho chega de Lisboa e transmite à família a sua decisão de se
mudar para a casa que pertencera a D. João de Portugal.
D. Madalena resiste à ideia, mas acaba por cumprir a vontade do marido.
Num acto patriótico Manuel Coutinho ateia fogo ao palácio de forma a evitar que os
governadores espanhóis se instalem em sua casa.

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Acto II

O segundo acto decorre num salão do palácio de D. João de Portugal, situado em


Almada.
D. Madalena está doente há oito dias, desde que chegara ao palácio de D. João.
Manuel de Sousa Coutinho está escondido numa quinta, receando represálias por parte dos
governadores espanhóis.
Entretanto, Maria pede a Telmo que identifique o retrato de D. João de Portugal, o que
Telmo se recusa a fazer. É o seu pai que chega e revela a Maria a pessoa representada no
quadro.
Frei Jorge chega ao palácio e comunica a seu irmão que os governadores tinham
resolvido esquecer a sua atitude, a pedido do arcebispo.
Manuel de Sousa Coutinho aceita a proposta do irmão e decide ir a Lisboa receber o
arcebispo, como acto de agradecimento. Maria vai com o seu pai.
D. Madalena fica sozinha com frei Jorge. Miranda, um criado, interrompe a conversa e
anuncia a chegada de um romeiro, que deseja falar a D. Madalena.
D. Madalena recebe o Romeiro e apesar de não reconhecer a sua identidade,
apercebe-se da desgraça da sua situação.

Acto III

A acção decorre na “parte baixa do palácio de D. João” que comunica, por uma porta,
com a capela da Senhora da Piedade.
Maria chega doente de Lisboa.
Manuel Coutinho toma do conhecimento do regresso de D. João de Portugal e é
atormentado por um grande sofrimento, sobretudo em relação ao destino da filha, cuja saúde
inspira cuidados e se encontra numa situação de ilegitimidade.
Manuel Coutinho decide tomar o hábito, o que D. Madalena acaba por aceitar devido à
inflexibilidade de Manuel.
O Romeiro, compadecido pela desgraça que causara, pede a Telmo que salve a família,
solicitando-lhe que diga que o Romeiro é um impostor.
Durante a cerimónia da tomada de hábito, Maria surge convidando os pais a mentir
para a poderem salvar, mas acaba morrendo nos seus braços.
Manuel de Sousa Coutinho passará a se conhecido por Frei Luís de Sousa e D.
Madalena por Soror Madalena. O Romeiro abandona o seu próprio palácio de desaparece.

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AS PERSONAGENS

D. Madalena

D. Madalena é mulher de Manuel Sousa Coutinho, de quem tem uma filha, Maria.
Anteriormente fora casada com D. João de Portugal, desaparecido em Alcácer de Quibir.
Esta é uma personagem romântica, dominada pelos sentimentos e emoções, que a
inibem de se sentir feliz. É muito vulnerável e frágil. Vive constantemente angustiada com a
possibilidade de D. João de Portugal regressar. Sente uma grande culpa por ter amado Manuel
Sousa Coutinho quando ainda se encontrava casada com o seu primeiro marido e é esse
sentimento que a faz esperar um castigo que ela julga merecer, mas nega com desespero.
Toda a sua actividade se concentra em recusar aquilo que desde há muito sente que
será o seu destino.

Manuel de Sousa Coutinho

Manuel Sousa Coutinho era filho de Lopo de Sousa Coutinho, um homem


extremamente culto e respeitado. Progressivamente vai merecendo o respeito de Telmo Pais,
escudeiro fiel da família, desde o tempo em que D. Madalena casara com D. Portugal.
É um nobre, cavaleiro de Malta.
É uma personagem com duas facetas antagónicas: por um lado, deixa-se conduzir pela
razão, no que contrasta com a sua mulher, insensível aos pressentimentos da esposa; por
outro lado, revela um intenso sentimento patriótico e liberal que lhe leva a incendiar a sua
própria casa, de modo a evitar que os governadores espanhóis nela se instalem. É um bom
marido e pai terno, corajoso e decidido.

D. Maria de Noronha

D. Maria de Noronha, ser puro e frágil é vítima da doença (sofre de tuberculose).


Apesar dos seus treze anos, é desenvolvida física e psicologicamente, dotada de uma grande
inteligência, tendo uma compreensão do mundo e das coisas pouco comum para a sua idade e
uma poderosa intuição que lhe dava acesso aos mistérios a rodeavam.

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Ávida de emoção e aventura, sonhadora, incarna o ideal liberal, que se traduzia numa
vontade de transformar o mundo e de lutar pela justiça social.

Telmo Pais

Telmo é o escudeiro fiel da família e confidente de D. Madalena. É uma personagem


dividida sentimentalmente entre o passado e o presente. Movido pela honra e pelo dever,
guarda uma fidelidade absoluta a D. João de Portugal, acreditando que este poderá regressar,
apesar de tudo indicar o contrário. A Maria dedica um amor extremoso, que o leva a hesitar
entre esta o seu velho amo, num momento em que a felicidade de Maria é posta em causa, e a
decidir-se pela sua salvação. Telmo vive, portanto, a transformação das suas próprias crenças e
dos seus desejos.
Ao nível da acção desempenha três funções do coro das tragédias clássicas: diálogo,
comentário (apartes) e profecia (agouros).

D. João de Portugal

D. João de Portugal é um nobre descendente da família dos Vimioso. Cavaleiro,


combate com o seu rei em Alcácer Quibir, representando a imagem da pátria cativa. Ligado ao
mito sebastianista, representa o Portugal de outrora, mas o seu regresso irá implicar para as
outras personagens um recuo negativo no tempo, pois instalará o caos e o sofrimento.
É um homem que, depois de vinte um anos de cativeiro, regressa à sua própria casa,
onde encontra a sua mulher casada com outro homem, com o qual constituíra família. Uma
personagem marcada pelo sentimento de perda (de identidade, de família e de lar) e solidão.

Frei Jorge Coutinho

Irmão de Manuel de Sousa Coutinho, era frade dominicano. Primado pela serenidade,
representa o consolo cristão, a fé como aceitação de todas as coisas, porque crê que as
situações com que os homens se deparam escapam à sua compreensão, mas espelham a
vontade de Deus.

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A TRAGÉDIA EM FREI LUÍS DE SOUSA

À semelhança das tragédias antigas, a acção desenvolve-se a partir de uma sequência


de acções que culminam no desenlace trágico. As personagens são vítimas do destino, mas
também das suas paixões e da própria sociedade.

Ao longo da peça, encontramos vários indícios da tragédia:

 Os pressentimentos de D. Madalena, que não a deixam viver o seu amor com


tranquilidade e felicidade;
 Os agouros de Telmo, que não acredita na morte de D. João de Portugal e
coloca a hipótese do seu regresso;
 O retrato de Manuel Sousa Coutinho é destruído pelo fogo.

Ao nível estrutural e da acção podemos encontrar elementos da tragédia clássica:

 Existência de poucas personagens;


 As personagens inserem-se num estrato social elevado;
 Condensação do tempo em que decorre a acção;
 Número reduzido de espaços.

Para além destes elementos, a obra respeita outros elementos da tragédia grega.

ELEMENTOS DA TRAGÉDIA GREGA

Consiste num desafio que o


protagonista realiza, após D. Madalena casa com Manuel
momento de crise. Tal desafio de Sousa Coutinho, desafiando o
HYBRIS
pode ser contra a lei dos deuses, destino, uma vez que não possui
(Desafio)
as leis da cidade, as leis e os a certeza absoluta da morte do
direitos da família ou, finalmente, seu primeiro marido.
contra as leis da natureza.

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A sua decisão, o seu desafio, a sua
As personagens sofrem devido às
revolta, têm como consequência o
suas incertezas, devido à sua
PATHOS seu sofrimento (pathos), que ele
culpa, devido à inconstância dos
(Sofrimento) aceita e que lhe é imposto pelo
seus sentimentos e finalmente
Destino. Tal sofrimento será
devido à dissolução da família.
progressivo.
Surge ao nível psicológico e
revela-se nos conflitos interiores
vividos pelas personagens;
É o combate ou a luta que nasce
Telmo está dividido entre a
do desafio e se desenrola na
fidelidade que deve a D. João e o
oposição de homens contra
AGÓN amor extremoso que sente por
deuses, de homens contra homens
(Conflito) Maria; D. Madalena culpabiliza-
ou de homens contra ideias. Pode
se pelo facto de se ter
ser físico, psicológico, individual ou
apaixonado por Manuel Sousa
colectivo.
Coutinho quando ainda se
encontrava casada com D. João
de Portugal.
É o destino que propicia a
ausência de D. João e que origina
a mudança da família de Manuel
ANANKÉ É o Destino, cruel, implacável e
de Sousa Coutinho para o palácio
(Destino) inexorável.
de D. João; é o destino que
mantém D. João de Portugal
cativo durante 21 anos.
A peripécia é, pois, um Com o aparecimento de D. João
acontecimento quase sempre de Portugal, o casamento de D.
impossível que altera Madalena com Manuel Coutinho
PERIPÉTEIA
completamente o rumo da acção torna-se ilegítimo, originando a
(Peripécia)
invertendo a marcha dos ilegitimidade de Maria e o
acontecimentos e precipitando o consequente refúgio do casal no
desempenho. convento.

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É o aparecimento de um lado
ANAGNÓRISIS novo, quase sempre a Identificação do Romeiro com D.
(Reconhecimento) identificação de uma personagem João de Portugal.
culta.
Desenlace fatal onde se consuma a Consiste na separação do casal, e
destruição da personagens. A consequente “suicídio” para o
catástrofe deve vir indiciada desde mundo, e na morte de Maria;
KATASTROPHÉ o inicio, dado que ela é a Telmo é esmagado pelo
(Catástrofe) conclusão da Hybris e da Anankê, desgosto; D. João de Portugal
luta que é crescente (clímax) e toma consciência de que já não
atinge o ponto culminante (acmê) tem lugar no mundo daqueles
na agnórise. que conheceu e amou.
É o efeito completo da A purificação realiza-se através
representação trágica que visa do castigo: o casal refugia-se
CATHÁRSIS purificar os espectadores de num convento, renunciando às
(Purificação) paixões semelhantes às dos paixões mundanas; Maria morre
protagonistas, pelo terror e pela “de vergonha” e ascende, pela
piedade. sua inocência, ao espaço celeste.

MANUEL DE SOUSA COUTINHO

ENTRE A REALIDADE E A FICÇÃO

A personagem que dá origem ao título da obra, Frei Luís de Sousa, existiu de facto.
Frei Luís de Sousa, nome religioso de Manuel de Sousa Coutinho, nasceu em Santarém,
em 1555, e faleceu em Lisboa, no Convento de São Domingos de Benfica, em 1632. Era um
fidalgo viajado, que aos vinte e um anos ingressa na Ordem dos Cavaleiros de Malta. Em 1577,
é capturado por piratas e feito prisioneiro em Argel, vindo a conhecer na prisão Miguel de
Cervantes.
Depois de libertado, vive dois anos em Valência, prestando serviços ao rei Filipe II de
Espanha. Em 1584, regressa a Portugal e casa-se com D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João
de Portugal, desaparecido na batalha de Alcácer Quibir, ao serviço de D. Sebastião. Assume
vários cargos, como o de capitão-mor de Almada e o de guardador-mor da Saúde.

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Alguns anos mais tarde, aquando da assolação da cidade de Lisboa pela peste, recusa
instalar os governadores do Reino na sua residência, incendiando-a, de forma a evitar tal
ultraje. Com medo das represálias, refugia-se durante treze anos no Brasil.
Entretanto, falece a sua filha, D. Ana de Noronha. Manuel de Sousa Coutinho separa-se
da esposa, e conjuntamente com D. Madalena, professa na Ordem Dominicana, dedicando-se
inteiramente à escrita.
Frei António de Encarnação, biógrafo de Fr. Luís de Sousa, aponta, como explicação
para o ingresso do casal na ordem dominicana, o facto de que um peregrino, vindo de
Jerusalém, trouxera a notícia de que D. João de Portugal, após trinta e cinco anos de cativeiro,
ainda se encontrava vivo na Terra Santa, tornando, assim, o casamento de Manuel Coutinho
com D. Madalena impossível. Todavia, a profunda religiosidade de Manuel Coutinho e o seu
amor à vida tranquila talvez sejam suficientes para explicar a separação dos cônjuges.
De qualquer forma, são estas personagens e aquela versão que constituem o ponto de
partida da peça Frei Luís e Sousa.

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BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA GARRET, Frei Luís de Sousa, Biblioteca Ulisseia de Autores, 5.ª edição, 1995;

C. JACINTO, G.LANÇA, Colecção Estudar Português – Frei Luís de Sousa de Almeida Garret,
Porto Editora, 2005;

J.GUERRA, J. VIEIRA, Aula Viva – 12.º Ano – Português A, Porto Editora, 1996;

G. LANÇA, C. JACINTO, Comunicar – Português 11.º Ano, Porto Editora, 2007;

JACINTO DO PRADO COELHO, Dicionário de Literatura, 4.º Volume ,Mário Figueirinhas Editor,
Porto, 1997.

www.jayrus.art.br

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